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1 ATIVIDADE INDIVIDUAL Matriz de atividade individual Disciplina: Contabilidade Financeira Módulo: FINAL Aluno: Lucas Renato Reina Turma: 231951/2020 Tarefa: Atividade Individual Natura Introdução Segundo Marion (2016) a contabilidade auxilia a administração a tomar decisões, sendo assim, a mesma é de suma importância para nos munir de informações que posteriormente são desdobradas em ações concretas. No caso da Natura, por se tratar de uma empresa SA de capital aberto, além de servir como fim orientador tanto para os investidores quanto para os próprios administradores da empresa, a mesma é uma obrigação legal, devendo inclusive ser auditada segundo a lei nº 6.404/1976. Visando uma melhor visão da evolução da empresa nos anos de 2017 para 2018, seguiremos nesse trabalho fazendo uma análise fundamentalista das ações nesse período, discorrendo sobre o balanço e DRE afim de obter uma visão mais ampla sobre o momento empresarial, para isso, será utilizado a análise horizontal, vertical e demais indicadores de liquidez, rentabilidade, estrutura de capital, entre outros. Esses meios de análise que visam trazer uma visão mais ampla vêm pra sanar um problema que segundo Rangone (1997) tem a necessidade de ligar a administração da contabilidade à estratégia, realçando, a importância de se utilizar medidas não financeiras como meios de se avaliar seu desempenho. Com isso em mente, seguiremos abrindo e avaliando os balanços e DRE’s da empresa referente. Análise horizontal Segundo Fernandes (1997), a análise horizontal corresponde ao estudo das variações ocorridas, em períodos de tempos consecutivos, nos itens que compõem esses demonstrativos. Sendo assim, compararemos o ano de 2017 e 2018, visando entender como a empresa se comportou nesse período de 12 meses. 2 Ativos: Observando a evolução dos ativos, vemos que a empresa em si passou por uma redução na liquidez dela considerando a redução de ativos circulantes, vemos que as aplicações financeiras que estavam com uma alta posição em 2017 foi alocada em outros projetos, aparentemente em investimentos considerando que houve uma relação quase que proporcional onde saiu aproximadamente 1mi de ações financeiras em 2017 para entrar em pouco menos de 1 mi em investimentos. Seria necessário também entender posteriormente se isso afetou a honra dos executáveis de curto prazo. Demais posições não tiveram uma significativa diferenciação, senti apenas falta de uma linha de depreciação considerando a redução do imobilizado que aparentemente não foi justificada. Passivos: Assim como os ativos circulantes foram reduzidos, o passivo circulante enfrentou uma redução 3 proporcional, na verdade ainda mais atenuada considerando que os passivos circulantes reduziram quase 50% enquanto os ativos circulantes desceram apenas 20%. Vemos que a empresa passa a ter um melhor controle de sua liquidez considerando que os ativos circulantes diferente de em 2017, em 2018 passam a serem maiores que os passivos, podendo indicar uma possível geração de caixa superior que será aberta pelo DRE. Vale destacar que houve uma grande redução de empréstimos e financiamentos do passivo cirrculante que aparentemente foram renegociados para não circulante, resultado provável da baixa liquidez de 2017 citada acima. Apesar do não aumento significativo de posição de estoque da Natura, vemos que a folha com obrigações trabalhistas quase dobrou, indicando que alguma movimentação possa estar sendo planejada para 2019. Patrimônio Líquido: O ano de 2018 não apresentou uma grande evolução para Natura, sendo que a receita líquida gerada foi pouco maior que 2017, vale lembrar que não foi desconsiderada a inflação dessa evolução que pode tornar o cenário um pouco mais preocupante. O significativo aumento das despesas operacionais podem ter a ver com os passivos trabalhistas que mostraram alta no balanço patrimonial. Esse aumento de despesas não correspondido pela receita afetou diretamente o balanço, tendo um lucro líquido 18% inferior ao ano anterior. Uma análise de Marketshare e benchmark com a concorrência seria uma boa para entender melhor sobre o dimensionamento e impactos desse ano. 4 DRE: O ano de 2018 foi um ano positivo no sentido de geração de receita da empresa, onde conseguiram aumentar 8% da receita, porém, quando olhamos os custos eles foram inflados de maneira proporcional, subindo em 7%, com um destaque ao forte aumento das despesas operacionais que chegou a 13% e uma queda na valorização da equivalência patrimonial que prejudicou diretamente o resultado antes das receitas e despesas financeiras reduzindo-o em 2%. Vemos também que as despesas financeiras subiram de maneira não proporcional aos demais ativos, tendo um incremento 169% a mais que em 2017, afetando diretamente o lucro líquido empresarial que se mostrou 18% inferior ao ano de 2017. Análise vertical Segundo Fernandes (1997) a análise horizontal é o processo que objetiva a medição percentual de cada componente em relação ao total de que faz parte, sendo a mesma utilizada para entender o quanto cada parte representa de um todo. Quando analisamos verticalmente a evolução da natura nos anos de 2017 para 2018, podemos tirar algumas conclusões como visto abaixo. 5 Análise 2017: Em 2017 a empresa enfrentou problemas ligados a honra dos passivos circulantes, mostrando um passivo circulante 10% superior ao ativo circulante com empréstimos e financiamentos elevados, representando 30% do passivo. Vemos que o ativo não circulante também se encontra muito elevado, com 56% do patrimônio atrelado a investimentos. Observando o DRE do ano de 2017, vemos que os produtos natura apresentam uma ótima margem bruta, com aproximadamente 60%, porém, quando colocamos na ponta do lápis o que eles estão gastando com desperar de vendas, operacionais e administrativas, vemos que o balanço é formente impactado e caso não fosse o resultado de equivalência patrimonial do ano (provavelmente proveniente da valorização de ativos da empresa, algo não tão usual de se ver lançado positivo dentro de balanços) o balanço da natura teria quase que impactado em 50% a menos na linha final. De qualquer forma, considerando todos os demais proventos vemos que a empresa exerceu um lucro líquido de 11,42%, sendo um bom resultado para o setor que posteriormente será avaliado pelas análises de cálculo de rentabilidade. 6 Análise 2018: Diferente do cenário 2017, a natura apresentou um melhor equilíbrio ao honrar seus passivos de curto prazo, com uma possível renegociação dos empréstimos e financiamentos. Os ativos não circulantes ainda se concentram muito em investimentos, tendo inclusive aumentado de 2017 para 2018. Natura antes de tudo é uma empresa que trabalha diretamente com a venda de produtos físicos, acho estranho o estoque representar tão pouco da posição deles de ativos, mas provavelmente isso se dá por ser um final de ano onde as empresas normalmente prezam pela liquidez, de qualquer forma, se o cenário fosse esse, os ativos disponíveis e circulantes deveriam estar significativamente inflados. Em 2018 vemos que o custo dos materiais e serviços foi levemente reduzido, porém, as despesas operacionais e demais despesas novamente tiveram alto impacto no resultado da empresa, sendo que novamente a equivalência patrimonial auxiliou o resultado empresarial, porém, de maneira mais tímida quando comparado com 2017. Isso é mostrado de maneira clara como impacto posteriormente onde 7 aliado com o desequilíbrio das receitas e despesas financeiras fez com que o ano tenha gerado um menor lucro líquido, de apenas 8,66% da receita. Cálculo dos índices de liquidez Analisando a liquidez da natura, quando falamos na liquidez imediata,vemos que ela é inferior a 100%, portanto, a empresa se necessário não conseguiria honrar 100% dos passivos circulantes em D0. Falando especificamente na liquidez corrente, vemos uma forte evolução onde a empresa saiu de um limiar não saudável em 2017 para um mais saudável em 2018 com inclusive uma sobra de caixa. A liquidez seca por sua vez considera a redução de estoque, afinal, por mais que seja ativo circulante pode ser que tenha o tempo da liquidação do mesmo, mostrando-se ainda assim com um limiar saudável em 2018 ultrapassando 100% do passivo circulante. Quando analisamos a liquidez geral, vemos que a empresa retrocedeu levemente em 2018 provavelmente proveniente do aumento dos empréstimos em passivo não circulante de 43%, mas ainda assim não foi um resultado muito significativo. Vale lembrar que a empresa apresentou um bom giro de estoque, com redução de 2017 para 2018. Cálculo da estrutura de capital Analistando a estrutura de capital, vemos que a empresa reduziu seu endividamento entre o ano de 2017 para 2018, sendo que seu passivo circulante passou a ter menor representatividade de acordo com o índice de composição do individamento. 8 Vemos que o patrimônio líquido da mesma se encontrou menos imoobilizado quando comparado entre o ano de 2017 para 2018, provavelmente proveniente de aporte em capital e aumento do patrimônio líquido entre os anos. Outo ponto positivo foi a redução do IRNC, mostrando que a empresa tem caminhado para um cenário de redução da dívida deixando seus ativos menos imobilizados que no ano anterior. Cálculo da lucratividade A empresa de 2017 para 2018 não teve muita variação na margem bruta dos itens, conseguindo inclusive uma margem levemente superior operacional quando comparada com 2017, porém, a margem líquida foi muito comprometida com uma redução de 3% proveniente de despesas financeiras da Natura que tiveram um algo incremento. Cálculo da rentabilidade Quando falamos da rentabilidade da empresa, vemos que a empresa por mais que tenha um giro de ativo levemente superior comparado com 2017 com uma maior geração de caixa, ela teve sua rentabilidade diretamente comprometida, sendo que comparando a rentabilidade do PL, a mesma teve uma redução de mais de 50% e redução de ROI de 33%. 9 Conclusão sobre a situação econômica e financeira da empresa A Natura nos anos de 2017 e 2018 apresentou um bom resultado econômico, com geração de caixa e ROI positivos, porém, houve uma forte queda nos índices de lucratividade e rentabilidade nesse período. Podemos entender que esse “sacrifício” da rentabilidade foi dado com objetivo de equilibrar as contas considerando que houve uma redução nos índices de endividamento geral e aumento no PL, porém, a brusca queda pode ser preocupante para acionistas, afinal, o ROI foi reduzido em 33%. O mercado de beleza como um todo vem apresentando um bom crescimento no decorrer dos anos, com grandes players de mercado no Brasil como a Natura, Boticário, Unilever, Colgate-Palmolive, entre outros, sendo uma constante batalha pra obtenção de marketshare, por mais que a natura tenha conseguido aumentar sua geração de caixa, vemos que a geração de lucro comprometida pode refletir esse mercado mais acirrado, sendo necessário para o próximo ano focar na redução de despesas que garantam a vitalidade do crescimento da empresa com margens mais saudáveis para mercado. Outro ponto de atenção para gestão empresarial foi o crescimento desacerbado das despesas financeiras que mais que dobraram de tamanho de um ano para outro, no demais, a empresa se mostra saudável e com bom domínio de sua operação, mantendo um bom giro de estoque, boas margens brutas, reduzindo seu endividamento e melhorando sua liquidez. Referências bibliográficas FERNANDES, Pedro Onofre. Análise de balanços no setor público: em que consiste a análise de balanços e qual a sua importância para o setor público? Revista Brasileira de Contabilidade, 1997. MARION, José Carlos. Contabilidade empresarial. 11. Ed. São Paulo, 2006. RANGONE, Andrea. Linking organizational effectiveness, key success factors and performance measures: an analytical framework. Management Accounting Research, Vol.8, 1997.
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