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Edição nº 20 – Junho/2013 0 Revista Eletrônica Bragantina On Line Discutindo ideias, construindo opiniões! Número 20 – Junho/2013 Joanópolis/SP www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Edição nº 20 – Junho/2013 1 SUMÁRIO Nesta Edição: - EDITORIAL – Baixem o porrete! ........................................................................ Página 3; - VETERINÁRIA E SAÚDE PÚBLICA – Vírus da Influenza Por Michelle Gomes Barreto .................................................................................... Página 4; - SEGURANÇA DO TRABALHO – Dez mandamentos da prevenção Por Rildo Aparecido Fonseca .................................................................................. Página 8; - LINHA DO TEMPO – Cachoeira dos Pretos Por Helen Kaline Pinheiro ....................................................................................... Página 9; - LOUCOS PELO TEMPO – Tempo e clima Por Diego de Toledo Lima da Silva ....................................................................... Página 12; - O ANDARILHO DA SERRA – Aos cuidados do PEPI Por Susumu Yamaguchi ......................................................................................... Página 16; - MATEMÁTICA – Planejamento tributário Por Carina Silva Barros ......................................................................................... Página 20; - EDUCAÇÃO AMBIENTAL – Fontes de energia Por Flávio Roberto Chaddad ................................................................................. Página 22; - BIOLOGIA – Qual impacto você tem causado? Por Jennifer Leão dos Santos ................................................................................. Página 24; - EDUCAÇÃO AMBIENTAL – A ética no uso da água doce Por Flávio Roberto Chaddad ................................................................................. Página 28. www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Edição nº 20 – Junho/2013 2 REVISTA ELETRÔNICA BRAGANTINA ON LINE Uma publicação independente, com periodicidade mensal. Site: https://sites.google.com/site/revistabragantinaonline Facebook: www.facebook.com/pages/Revista-Eletrônica-Bragantina-On-Line/184804718289135 E-mail: revistabragantinaon@gmail.com Nossas edições são publicadas na maior biblioteca on line do mundo: www.scribd.com www.cliqueapostilas.com.br https://sites.google.com/site/revistabragantinaonline http://www.facebook.com/pages/Revista-Eletrônica-Bragantina-On-Line/184804718289135 mailto:revistabragantinaon@gmail.com http://www.scribd.com/ http://www.cliqueapostilas.com.br Edição nº 20 – Junho/2013 3 EDITORIAL BAIXEM O PORRETE! Prezados leitores! Nas últimas semanas, uma série de movimentos populares e protestos legítimos tem se espalhado pelo país, de indígenas a estudantes, demonstrando um grande descontentamento com ações, projetos e práticas impostas de “cima para baixo”, suportadas pelo aparato policial. Ora, estamos ou não numa democracia? É certo que violência e repressão geram mais violência... Mas o pior de tudo é a falta de diálogo, de discussão e de um canal de comunicação democrática. As decisões são impostas e pronto, está decidido. Coloca-se a polícia na rua e está feito, o governo fez sua parte!? Incrível como o interesse público primário, àquele que vem do povo, foi jogado para escanteio, acumulando teias de aranha, pois o administrador público é quem sabe das coisas e das necessidades do povo. Aliás, o povo não pode ter direito de escolha, pois ele não sabe de suas necessidades... Quem sabe sou eu, o político. Hipócritas. Temos dinheiro para construir estádios, mas não temos para saúde, educação, meio ambiente, saneamento, transporte, estradas rurais, agricultura familiar... Realmente tem alguma coisa errada no “país das maravilhas”. No entanto, lembramos que 2014 é ano de eleições... Portanto, não é possível que esta situação passe despercebida, numa afronta à justiça social, à democracia e à vontade popular. Baixem o porrete! Diego de Toledo Lima da Silva – Editor (14/06/2013) Uma boa leitura e não deixe de enviar sua opinião pelo e-mail (revistabragantinaon@gmail.com)! www.cliqueapostilas.com.br mailto:revistabragantinaon@gmail.com http://www.cliqueapostilas.com.br Edição nº 20 – Junho/2013 4 VETERINÁRIA E SAÚDE PÚBLICA Michelle Gomes Barreto Graduada em Medicina Veterinária e Mestre em Microbiologia E-mail: michelle.barreto@hotmail.com VÍRUS DA INFLUENZA A Influenza ou gripe é uma infecção viral aguda do sistema respiratório, de elevada transmissibilidade e distribuição global. Os vírus da Influenza (gêneros A, B e C) acometem homem e animais. O vírus Influenza A é capaz de infectar diversas espécies de animais (pássaros, galinhas, patos, porcos, cavalos, baleias etc.). Os vírus Influenza B e C, basicamente, infectam seres humanos. As amostras são representadas pelo gênero do vírus a que pertencem (A, B e C), pela origem do animal (no caso de amostras animais), pela origem geográfica do isolamento (cidade ou país), número da amostra e ano de isolamento. Adicionalmente apresentam-se, entre parênteses, os subtipos antigênicos de suas duas estruturas de superfície, hemaglutinina, abreviada com H e neuramidase, abreviada com N. Assim, por exemplo, na amostra humana designada como A/Brasil/2/78 (H3N2), tem-se tipo de amostra/origem/número da amostra entre aquelas coletadas para diagnóstico/ano de isolamento (subtipo 3 de hemaglutinina e subtipo 2 de neuramidase). A Hemaglutinina é conhecida as variantes de 1 a 16, numeradas de acordo com a ordem de descoberta, a Neuraminidase são conhecidas 9 variantes. O Influenza A é o principal causador da gripe, causando doença severa. Os vírus influenza B sofrem menos variações antigênicas, causando doença menos severa, por isso está associada com epidemias mais localizadas. Os vírus influenza C são antigenicamente estáveis, provocam doença subclínica e não ocasionam epidemias, motivo pelo qual merecem menos www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Edição nº 20 – Junho/2013 5 destaque em saúde pública Diferente de muitos outros vírus, o Influenza é capaz de mudar suas proteínas o suficiente para escapar de nosso sistema imune e reinfectar uma mesma pessoa, circulando anualmente e causando sérios problemas de saúde. Isso é agravado pela capacidade que o vírus tem de misturar seus genes com genes de origem suína e aviária, eventos que, algumas vezes, deram origem a pandemias graves ao longo do último século. Somado à constante convivência entre pessoas e animais de criação, precisamos de uma vigilância constante que acompanhe a diversidade de vírus em animais silvestres e domesticados, possíveis fontes de novos vírus pandêmicos. O Influenza A (H1N1) é a principal variante da gripe humana. Como todos os outros Influenza A humanos, originou-se em aves. Mas o caminho que ele percorreu até nós foi longo e mostra o papel dos animais de criação para a gripe. Ele começa com a entrada das primeiras linhagens de H1N1 em humanos e porcos em três eventos distintos, que ficaram conhecidos como Gripe Espanhola, Gripe Asiática e Gripe de Hong-Kong. GRIPE ESPANHOLA: No começo do século passado, o H1N1 de aves foi transmitido para humanos, dando origem à grande gripe de 1918, conhecida como Gripe Espanhola. O surto de gripe atingiu o hemisfério norte todo durante a primavera. Muitas pessoas foram infectadas, com os sintomas normais da gripe, febre, calafrios e indisposição. A maioria dos países não admitia o surto que estava acontecendo, já que isso implicava em soldados fora de combate. A Espanha não escondeu o que se passava, e a gripe que até entãoera chamada de gripe dos três dias começou a ser chamada de gripe espanhola. Rapidamente, ela sumiu, voltando no outono. Atacou em todos os lugares, Ásia, Europa, Américas. Mas dessa vez ela estava diferente, além da febre e dor de cabeça, em alguns dias começava a falta de ar e em pouco tempo as pessoas morriam com os pulmões cheios de fluídos. As estimativas do número de mortos ficaram entre 20 e 100 milhões de pessoas, a maior mortalidade causada por uma única doença em um período de tempo tão curto, 1918 a 1920. Desde então, o vírus H1N1 circula em humanos causando as chamadas gripes sazonais, e também se rearranjou com vírus aviários dando origem a outras linhagens de Influenza. GRIPE ASIÁTICA: Circulando desde 1918, em 1957 o vírus H1N1 foi substituído por uma nova linhagem. Ele se rearranjou com um vírus avíario, recebendo três de seus 8 genes, Hemaglutinina, Neuraminidase e um dos integrantes da polimerase viral - enzima que faz a cópia do seu material genético - o PB1. As novas Hemaglutinina e Neuraminidase foram chamadas de tipo 2, assim, surgiu o vírus H2N2. Suas novas proteínas de superfície permitiram que o vírus não fosse reconhecido www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Edição nº 20 – Junho/2013 6 pelo sistema imune das pessoas. Originado provavelmente na China, o H2N2 causou a pandemia chamada de Gripe Asiática, onde morreram entre 1 e 4 milhões de pessoas no mundo todo. O H2N2 substituiu completamente o H1N1 e foi o vírus dominante pelos 11 anos seguintes. GRIPE DE HONG KONG: No ano de 1968, o Influenza sofreu mais um rearranjo importante. Desta vez, recebeu de um vírus aviário dois novos genes, a Hemaglutinina e PB1. A nova Hemaglutinina foi nomeada como tipo 3 e permitiu ao vírus escapar novamente da imunidade prévia da maioria das pessoas, causando uma nova pandemia. A Gripe de Hong Kong também se originou na Ásia e em menos de um ano circulou mundialmente. Por carregar a Neurmaminidase do tipo 2, ainda existiam anticorpos na população contra ele, desta maneira, a pandemia de 1968 foi menos severa do que a de 1957, matando cerca de 1 milhão de pessoas. Apesar disso, o H3N2 substituiu completamente o H2N2 e junto do H1N1 causa a gripe sazonal em humanos até os dias atuais. GRIPE RUSSA: Fora de circulação desde 1957, o H1N1 apareceu novamente em 1977. Após quase 20 anos, a população ficou sem contato com o vírus, tempo suficiente para que muitos não desenvolvessem imunidade, permanecendo suscetíveis. Assim, ele infectou principalmente jovens e causou a chamada Gripe Russa. O H1N1 reintroduzido em 1977 circula junto do H3N2 em pessoas até hoje, e não o substituiu, provavelmente, porque a população mundial é maior, com mais hospedeiros para o Influenza. Entre o final de 2008 e começo de 2009, mais um evento de mistura de Influenzas ocorreu, dois vírus suínos, uma linhagem das Américas e uma Asiático-Europeia se rearranjaram dando origem ao Influenza A (H1N1), que iniciou uma nova pandemia a partir do México em meados de abril de 2009. VACINAS: Duas vezes ao ano, a OMS (Organização Mundial de Saúde) se reúne para decidir quais são as variedades de Influenza que vão compor a vacina sazonal, com base em amostras enviadas pelo mundo todo aos Centros de Referência em Influenza. Geralmente ela é composta de duas variedades de Influenza A, uma H1N1 e outra H3N2, e uma variedade de Influenza B. A produção de vacinas é feita pelo cultivo do vírus em ovos embrionados. Os ovos são propícios para a produção de vacinas, pois possuem tecidos suscetíveis ao vírus e são estéreis, o que diminui as chances de contaminação. www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Edição nº 20 – Junho/2013 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BROOKS, G.F.; BUTEL, J.S; MORSE, S.A. Microbiologia Médica. 21. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. 158p. COUCEIRO, J.N.S.S. Viroses Respiratórias. In: SANTOS, N.S.; ROMANOS, M.T.V.; WIGG, M.D. (Org.) Introdução à Virologia Humana. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. p. 119-120. OPAS – OMS. Organização Pan-Americana de Saúde – Organização Mundial de Saúde. Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde. Disponível em: http://new.paho.org/bra. Acesso em: 10 Junho 2013. Como citar: BARRETO, M.G. Vírus da Influenza. Revista Eletrônica Bragantina On Line. Joanópolis, n.20, p. 4-7, jun. 2013. www.cliqueapostilas.com.br http://new.paho.org/bra http://www.cliqueapostilas.com.br Edição nº 20 – Junho/2013 8 SEGURANÇA DO TRABALHO Rildo Aparecido Fonseca Técnico de Segurança do Trabalho e Gestor Ambiental E-mail: rildoapf@ibest.com.br DEZ MANDAMENTOS DA PREVENÇÃO Prevenir é sempre o melhor remédio. Siga estas regras básicas e você comprovará que os acidentes vão ficar cada vez mais distantes. I – Na dúvida, pare. Não prossiga. Certifique-se que a atividade será segura. II – Não improvise. É quase certo que será inadequado para a segurança da tarefa. III – Olhe com os olhos. Não use as mãos para ver as coisas e não toque no que desconhece. IV – Não faça as coisas com pressa, ela nos faz esquecer as medidas de segurança. V – Não ultrapasse os limites das áreas isoladas, o isolamento é feito para a segurança daqueles não envolvidos na operação. VI – Não divida espaços com equipamentos móveis. Eles têm suas vias demarcadas e os pedestres, os seus caminhos e passagens. VII – Não faça nada com eletricidade se essa não for sua especialidade. VIII – Não faça concessões nem permita exceções quando se trata de segurança. IX – O trabalho em altura, no espaço confinado e o trabalho realizado em máquinas são atividades especiais. Não se aventure sem o treinamento adequado. X – Se não entendeu as regras anteriores, pergunte. Como citar: FONSECA, R.A. Dez mandamentos da prevenção. Revista Eletrônica Bragantina On Line. Joanópolis, n.20, p. 8, jun. 2013. www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Edição nº 20 – Junho/2013 9 LINHA DO TEMPO Helen Kaline Pinheiro Estudante e jovem talento de Joanópolis E-mail: helenkpinheiro@gmail.com CACHOEIRA DOS PRETOS Localizada no município de Joanópolis/SP, possui 154 metros de queda livre com várias corredeiras e uma infraestrutura turística completa. Além de sua beleza, a Cachoeira dos Pretos está inserida numa Área de Proteção Ambiental (APA), protegendo a biodiversidade e conscientizando a todos da importância de cuidar com carinho da natureza que nos cerca. As águas do rio Cachoeira, juntamente com os demais rios da região, são de extrema importância, pois contribuem no abastecimento da cidade de São Paulo. Uma paisagem exuberante, que encanta a cada um com sua grandiosidade de fazer cada movimento diferente, mesmo pertencendo sempre ao mesmo trajeto. www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Edição nº 20 – Junho/2013 10 www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Edição nº 20 – Junho/2013 11 Conheça mais no Blog: http://helenkaline.blogspot.com.br/ Como citar: PINHEIRO, H.K. Cachoeira dos Pretos. Revista Eletrônica Bragantina On Line. Joanópolis, n.20, p. 9-11, jun. 2013. www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Edição nº 20 – Junho/2013 12 LOUCOS PELO TEMPO Diego de Toledo Lima da Silva Técnico Ambiental E-mail: diegoaikidojoa@hotmail.com CLIMA E TEMPO Desde os primórdios da civilização, o conhecimento básico de climatologia e meteorologia foi de vital importância para o homem. Na atualidade, grande parte das pessoas deixou de pesquisar, discutir e produzir este conhecimento para se informar por meio de boletins jornalísticos (principalmente pormeio do rádio e da televisão). No entanto, recorrer a boletins jornalísticos não especializados pode acarretar uma série de problemas, pois são muito comuns os erros grosseiros e as previsões equivocadas. Por isso, ainda é importante se informar e buscar conhecimento, bem como o entendimento de alguns conceitos básicos relacionados ao tema. Pensando nisso, o objetivo deste artigo é transmitir alguns conhecimentos básicos de climatologia e meteorologia, numa espécie de lista de termos técnicos em linguagem acessível. Espera-se com isso contribuir com a construção do conhecimento sobre o clima e o tempo, difundindo o interesse pela ciência da atmosfera e pelo estudo científico do clima. Lista de termos meteorológicos e climatológicos Clima: característica em termos do comportamento médio dos elementos atmosféricos, tais como a média térmica, pluviométrica e de pressão. As médias estatísticas devem ser estabelecidas a partir de uma série de dados de um período de 30 anos. Tempo: é o estado momentâneo da atmosfera em um dado instante e lugar. Estado da atmosfera: conjunto de atributos que a caracterizam naquele momento, tais como radiação (insolação), temperatura, umidade (precipitação, nebulosidade, etc.) e pressão (ventos, etc.). Climatologia: é o estudo científico do clima. www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Edição nº 20 – Junho/2013 13 Meteorologia: é a ciência da atmosfera, relacionada ao estado físico-químico e dinâmico da atmosfera, bem como a interação entre eles e a superfície terrestre. Macroclima: aspectos dos climas de amplas áreas do planeta e com os movimentos atmosféricos em larga escala. Mesoclima: estudo do clima em áreas entre 10 e 100 km. de largura, por exemplo, o estudo do clima urbano. Microclima: estudo do clima de pequenas áreas. Clima local: é definido por aspectos específicos de determinados locais, como uma grande cidade, um litoral, uma área agrícola, uma floresta, etc. Topoclima: é definido pelo relevo e sua influência em parâmetros climáticos. Fatores climáticos: correspondem àquelas características geográficas estáticas diversificadoras da paisagem, como latitude, altitude, relevo, vegetação, continentalidade/maritimidade e atividades humanas. Atmosfera: camada fina de gases presa ao planeta Terra pela força da gravidade, vital para a vida no planeta. Circulação atmosférica: é desencadeada pela desigual distribuição de energia sobre a superfície terrestre, iniciando-se pela movimentação da energia acumulada nos trópicos em direção aos polos. Essa movimentação forma três células de circulação em cada hemisfério: tropical, temperada e polar. A circulação geral e o movimento das massas de ar podem ser considerados como uma base sobre a qual se justapõem muitas outras irregularidades e perturbações menores. Frentes: são zonas ou superfícies de descontinuidade ou transição (térmica, anemométrica, barométrica, higrométrica, etc.) no interior da atmosfera, oriundas do encontro de duas massas de ar de características diferentes. Podem ser frias e/ou quentes. Massas de ar: é uma unidade aerológica, ou seja, uma porção da atmosfera, de extensão considerável, que possui características térmicas e higrométricas homogêneas. Baixa pressão ou ciclone: é quando o valor da pressão atmosférica está abaixo de 1013 mb (Milibar) ou hPa (Hectopascal). Assim, como o ar está mais leve, ele subirá levando o calor e a umidade, que se transformarão em nuvens e, em seguida, chuva. Alta pressão ou anticiclone: é quando o valor da pressão atmosférica está acima de 1013 mb ou hPa. Assim, o ar está mais pesado, descendo, como consequência mais frio e seco, podendo ser relacionado com tempo bom e/ou frio. Cavado: área alongada de baixa pressão, que está associada a uma área de circulação ciclônica mínima. Crista: área alongada de pressão atmosférica elevada, que está associada a uma área de circulação anticiclônica máxima. Bloqueios atmosféricos: no caso da nossa região são formados sobre os oceanos www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Edição nº 20 – Junho/2013 14 Pacífico Sudeste e Atlântico Sudoeste, interrompendo o deslocamento normal para leste dos sistemas migratórios de latitudes médias, devido à formação de um anticiclone quase- estacionário, proporcionando uma calma atmosférica. Alta da Bolívia: sistema de alta pressão que se forma na alta troposfera (10 e 13 km. de altitude) no verão, sobre a América do Sul. Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) ou de Umidade (ZCOU): definida como uma persistente faixa de nebulosidade orientada no sentido noroeste-sudeste, que se estende do sul da Amazônia ao Atlântico Sul-Central por alguns milhares de km., bem caracterizada nos meses de verão. Sistemas Convectivos: podem se formar rapidamente durante o verão, ocasionado intensas precipitações e inundações relâmpagos. Há uma associação de condições como altas temperaturas e umidade do ar (típicos do verão), bem como o relevo local da Serra da Mantiqueira. Vento: movimentação do ar causada por diferença da pressão atmosférica. Precipitação: queda de umidade no solo na forma líquida (chuva, garoa, etc.) e/ou sólida (granizo e neve). A precipitação é medida por meio de instrumentos conhecidos como pluviômetros, sendo a unidade de medida mm (milímetros). Umidade relativa: quantidade de vapor de água presente na atmosfera. Constitui a relação entre a tensão de vapor observada e tensão de vapor saturante à mesma temperatura, geralmente expressa em porcentagem. A sensação fisiológica de umidade, bem como numerosos fenômenos meteorológicos estão relacionados com a Umidade Relativa do Ar (UR), que representa uma etapa do ciclo hidrológico (o ciclo da água) essencial para a qualidade de vida da população. Os equipamentos que medem a umidade relativa do ar são os termômetros de bulbo úmido, psicrômetros e higrômetros. Temperatura do ar: um dos parâmetros mais importantes da meteorologia e da climatologia. Medida por meio de termômetros, tendo como unidade de medida no Brasil graus Celsius (ºC). OMM: Organização Meteorológica Mundial - é uma agência especializada da ONU (Organização das Nações Unidas). Como citar: DA SILVA, D.T.L. Clima e tempo. Revista Eletrônica Bragantina On Line. Joanópolis, n.20, p. 12-14, jun. 2013. www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Edição nº 20 – Junho/2013 15 PROJETO HERBÁRIO www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Edição nº 20 – Junho/2013 16 O ANDARILHO DA SERRA Susumu Yamaguchi Cronista, andarilho e morador de Joanópolis E-mail: sussayam@gmail.com AOS CUIDADOS DO PEPI (Crônicas diamantinas – 1) Cheguei ao início da Trilha dos Tropeiros juntamente com uma inesperada chuva que me cercou no cocho do curral da casa de dona Zelita, onde parei para colocar as capas. Algumas vacas se aproximaram em busca do sal que – imaginei – esperavam que eu colocasse ali. Dissuadi-as e procurava os indícios da trilha quando ouvi, vindos da casa à direita, gritos de alguém que acenava da janela: “Chega mais!... Chega mais!...” O tempo estava aberto quando eu tinha saído de Santo Antônio do Itambé (MG) às oito horas da manhã, enfrentando logo uma forte subida para deixar a cidade depois de cruzar um de seus rios. Pretendia atravessar o Parque Estadual do Pico do Itambé, PEPI, e chegar ao povoado do Capivari, pertencente ao município do Serro (MG), caminhando cerca de vinte quilômetros de altos e baixos, doze dos quais dentro do parque. Eu estava quase entrando nos limites do parque, mas por causa da chuva que engrossava corri para os dois degraus de pedras e entrei na casa de dona Zelita. Quem tinha me convidado a esconder da chuva tinha sido seu filho Natalício, funcionário do Instituto Estadual de Florestas, IEF. Tirei as capas quejá pingavam dentro da casa e também a mochila, e preparei-me para esperar a chuva amainar. Eu tinha andado seis quilômetros até a trilha pela estrada de terra bem sinalizada que indicava, nas bifurcações, a Trilha dos Tropeiros e partes baixa e alta da Cachoeira da Fumaça. Flavinha, também do IEF, passou por mim e verificou a autorização assinada por seu www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Edição nº 20 – Junho/2013 17 colega Elias no dia anterior. Com tudo em ordem, fiz a aproximação da serra que me fazia lembrar o Gigante de Joanópolis (SP) – ora mais, ora menos. “Pode que a chuva vem e para”, ouvi que Natalício falava e fiquei bem animado com a perspectiva de logo poder prosseguir. Eu estava em pé na porta e olhava para a chuva que continuava a cair forte, e ele seguia apoiado na janela da qual tinha me chamado para chegar. E aos poucos fui compreendendo que ele queria dizer que a chuva podia chegar e parar – o que significava ela estacionar e ficar caindo, sem tempo certo de término. Margot – margot.joaninha@hotmail.com Seu Nenzinho começou a acompanhar o pai e outros tropeiros pela trilha ainda menino, há mais de cinquenta anos. Tinham até de ajudá-lo a carregar as mulas de pinga, queijo e outras mercadorias. “A gente levava três dias para chegar a Diamantina, falhava um dia lá e mais três para voltar.” Ele descrevia com muitas cores a trilha enquanto eu jantava em sua cantina da Cida, memorizando e sonhando com o caminho do dia seguinte. Com a chuva representando parar, Natalício amiudava convites para que me sentasse no banco, ou que me servisse de bananas de um cacho cujas pencas iam do mais verde até o mais amarelo, ou ainda se propunha a passar um café. Apanhei uma banana, sentei-me no banco e comi com um gosto quase esquecido. Repeti essa lembrança mais algumas vezes, até que em cerca de cinquenta minutos a chuva parou de cair. Pelo menos uma vez por ano, embora sem data certa, Wallace e um grupo de amigos www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Edição nº 20 – Junho/2013 18 atravessavam a trilha até Capivari. Iam sem pressa, com seus instrumentos musicais, banhavam-se em rios e cachoeiras e chegavam ao final da tarde. Lá, o povoado os esperava para uma noite especial de festa e cantorias. “Você vai gostar”, disse-me tomando mais cedo o último gole – é que na missa do dia seguinte, bem cedinho, ele estaria lá, tocando. Natalício olhava para as nuvens que dançavam na serra e por vezes faziam o tempo abrir um pouco: “Clareia para chover.” Ouvíamos trovoadas em resposta. Ele dizia que quando chovia muito lá em cima os cinco rios que eu tinha de atravessar cresciam muito, e podia até ficar preso entre eles, sem poder ir e sem poder voltar. E então eu ficava ali, ouvindo a natureza e um homem que ouvia muito bem a natureza. Na portaria do parque, Elias tinha me dito que para ir até o pico – outro caminho para Capivari – também era preciso autorização. Para as travessias havia monitoramento duplo: na entrada e na saída, sendo que após o tempo de corte em certo ponto o funcionário da saída ia à procura do caminhante, o mesmo fazendo o da entrada. Com isso, fiquei ainda mais tranquilo para percorrer a trilha recentemente sinalizada. E dona Zelita? Natalício disse que ela estava se tratando em Belo Horizonte (MG), a que ele se referiu como “beagá capital grande arrumada.” Isso não me chegou como um raio, mas bem que iluminou o que lembrei na hora: “Só que, pelo respeito, eu sendo Chefe, não ia poder deixar o Felisberto me avistar assim, perfeito descomposto nu, como estava.” (*) Espantado, olhei bem para ele: “Como disse?...” E Natalício repetiu – desde sempre. “E aqui está o seu alimento para o corpo”, disse Alexmane entregando-me o lanche e a água que tinha pedido para um dia inteiro de caminhada. Ele tinha falado de como nos nutrimos desse encanto de embrenhar pelas encostas e sopés do Itambé, e também da sempre paz que nos envolve. E sobreavisou: “Amanhã, fecho às dez para as oito, vou à missa e reabro às nove e meia. E fecho ao meio-dia.” Sim, claro! Claro como um dia de sol. O dia não prometia mais sol e então decidi voltar logo para avisar que desistira, já que Natalício estava sem o rádio. Ele mostrou-me o começo da trilha que tinha ajudado a limpar e sinalizar. De repente, trovejou e recomeçou a chover. Ele disse para dilatar mais, o que entendi como sendo para esperar a chuva passar. Mas eu já saía e a cada trovão ele gritava e insistia no pedido, alternando com fervor: “Vai com Deus!... Vai com Deus!...” Era pelo meio do dia quando cheguei à portaria do parque, subindo à esquerda por meia hora já perto da cidade. Reencontrei Flavinha que cobria o almoço de Ismael, e ela de imediato chamou pelo rádio o funcionário da saída e avisou que eu voltara por causa da chuva. Ouvi a voz de Gonçalo: “Graças a Deus!... Agora vou voltar para casa porque estou todo molhado.” Ele me procurava havia horas, desde o início da chuva lá. Mais tarde, do ônibus que deixava Santo Antônio eu via muita chuva parada no Pico do Itambé – águas que alimentavam nascentes sem fim que desciam a serra em tantas cachoeiras. E pensava também nas inúmeras fontes do sertão em que bebeu Guimarães Rosa. www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Edição nº 20 – Junho/2013 19 Elas persistiam, em súbitas ilhas dos mares de Minas, dilatando sobrevidas, mutantes de origem ou por ventos de tempestades: “Delata mais!... Dilata mais!... Delata mais!...” _____ [*] – Grande sertão: veredas – João Guimarães Rosa Como citar: YAMAGUCHI, S. Aos cuidados do PEPI. Revista Eletrônica Bragantina On Line. Joanópolis, n.20, p. 16-19, jun. 2013. www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Edição nº 20 – Junho/2013 20 MATEMÁTICA Carina Silva Barros Licenciada em Matemática e Funcionária de Instituição Bancária E-mail: carinasbarros@hotmail.com PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO O planejamento tributário é elemento essencial que deve ser inserido na gestão empresarial e preceder qualquer novo negócio ou alteração empresarial. É tão importante quanto o planejamento econômico, técnico, comercial e de mercado (HUCK, p. 148). Com a utilização do planejamento tributário como forma de gestão empresarial, visando a redução lícita da carga tributária, a empresa tornar-se-á mais competitiva, reduzindo seus custos e colocando no mercado produtos com um preço mais atraente. Dificilmente a organização empresarial conseguirá, licitamente, excluir por completo os custos tributários, entretanto, utilizar maneiras que reduzam estes custos sem infringir a lei possibilitará à organização oferecer produtos a um preço inferior aos de seus concorrentes, tendo então sua vantagem competitiva no preço que é ofertado seu produto. Considerando que a carga tributária é um fator que influencia diretamente na capacidade competitiva das organizações, o planejamento tributário é um instrumento que deve ser adotado como forma de estratégia para as gestões empresariais. Visa a elisão evitar a incidência do tributo, adotando-se medidas que evitem a ocorrência do fato gerador, a redução do montante a ser pago, reduzindo-se a base de cálculo ou a alíquota a ser aplicada, e ainda o retardamento do pagamento do tributo, sem que isto implique a ocorrência de multa para o contribuinte. Assim, observa-se que os objetivos da elisão fiscal se confundem com o objetivo do planejamento tributário. Ambos visam a uma economia lícita de tributos, utilizando-se de meios legais para que, no final, tenham que suportar menor ônus tributário. www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Edição nº 20 – Junho/2013 21 Dessa forma, as empresas que utilizam a prática da elisão fiscalcomo fator competitivo, certamente possuem vantagens sobre as demais, pois os “descontos” nos tributos podem ser investidos de outra forma e/ou repassados aos consumidores, tornando seus preços mais atraentes diante da concorrência. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS KRAUSPENHAR JUNIOR, D. A elisão fiscal como forma de planejamento tributário após a Lei Complementar 104/01 e suas implicações na gestão empresarial. 2005. 98p. Dissertação de Mestrado. Centro de Ciências da Administração, Universidade do Estado de Santa Catarina, Florianópolis. Disponível em: http://tede.udesc.br/tde_arquivos/13/TDE- 2005-09-09T14:27:51Z-32/Publico/Dissertacao%20Darvin.pdf. Acesso em: 15 Junho 2013. Como citar: BARROS, C.S. Planejamento tributário. Revista Eletrônica Bragantina On Line. Joanópolis, n.20, p. 20-21, jun. 2013. www.cliqueapostilas.com.br http://tede.udesc.br/tde_arquivos/13/TDE-2005-09-09T14:27:51Z-32/Publico/Dissertacao%20Darvin.pdf http://tede.udesc.br/tde_arquivos/13/TDE-2005-09-09T14:27:51Z-32/Publico/Dissertacao%20Darvin.pdf http://www.cliqueapostilas.com.br Edição nº 20 – Junho/2013 22 EDUCAÇÃO AMBIENTAL Flávio Roberto Chaddad Graduado em Engenharia Agronômica e Ciências Biológicas; Especialista em Educação Ambiental; Especializando em Gestão da Educação Básica e Ambiental; e Mestre em Educação E-mail: frchaddad@gmail.com FONTES DE ENERGIA Nós seres humanos dependemos diretamente da energia para a realização de nossa existência. Ou seja, dependemos dela para tudo. Hoje, nossa matriz principal é o petróleo. A queima deste combustível, de origem fóssil, está ajudando a causar um processo denominado de aquecimento global. Além disso, este combustível é finito, não renovável. Outras fontes de energia, que são bastante utilizadas, são a energia hidrelétrica, a energia nuclear, os biocombustíveis e uma série de outros tipos (energia solar, energia eólica, energia maremotriz e energia geotérmica) compõem a matriz energética utilizada pelos países mundiais. A energia hidrelétrica, apesar da primeira vista se apresentar como uma energia limpa, traz problemas para o meio ambiente como, por exemplo, impactos ambientais devido a inundações de grandes áreas de florestas e vegetações; perda de biodiversidade; deslocamento de populações ribeirinhas; produção de gases, em virtude da decomposição da matéria orgânica das áreas alagadas. Mas, ainda assim, é uma energia que devemos adotar como um meio de formar uma matriz energética limpa e produzir estudos ou pesquisas que impliquem em sua produção com menores impactos ambientais. Os biocombustíveis, muito falados no mundo inteiro, representam também uma outra forma de energia que deve ser pesquisada e utilizada racionalmente. Aparentemente, eles são uma fonte renovável que não contribuem para o aquecimento global. Porém, da forma como estão sendo produzidos contribuem, e muito, para a poluição ambiental, perda da biodiversidade e para a baixa qualidade de vida a que estão sendo submetidos os trabalhados rurais, como, por exemplo, os cortadores de cana. www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Edição nº 20 – Junho/2013 23 De acordo com GRAÇA et al. (2011), as energias que menos poluem são as energias: eólica, maremotriz, solar e geotérmica. Porém, estas também apresentam inconvenientes. Mas, seus custos ambientais são muito reduzidos. A energia eólica apresenta como vantagem ser o vento um recurso natural renovável e que, em muitas partes do Brasil, pode ser aproveitado. Suas desvantagens estão no custo dos equipamentos; altamente dependente do clima – o vento pode danificá-lo durante fortes ventanias ou não girar durante alguns dias, conforme a estação do ano. Além disso, pode afetar pássaros e colocá-los em perigo. A energia maremotriz é também uma energia renovável, não produz qualquer tipo resíduo e não requer materiais muito sofisticados. Porém, também possui desvantagens como, por exemplo, o fornecimento não é contínuo; tem baixo rendimento; são necessárias amplitudes de marés superiores a 5 metros para que este tipo de energia seja renovável; as instalações devem ser fortes o suficiente para resistir a tempestades. A energia solar também é uma energia renovável. Apresenta como inconvenientes que é limitada às áreas do globo que recebem bastante radiação solar; requer materiais especiais para que os painéis e coletores não afetem o meio ambiente. A energia geotérmica é também uma energia renovável, não poluente e possui diversas utilizações. Apresenta como desvantagem ser de baixo rendimento; estar presente em áreas com tectonismo; e liberação de gases para a atmosfera, como o sulfeto de hidrogênio e o dióxido de carbono, que são poluentes e corrosivos. A lição que se pode tirar da utilização das diferentes formas de energia é que devemos investir em pesquisas, para que possamos tornar o mais limpa possível as nossas formas de energia, ou seja, produzir energias limpas que não afetem a qualidade do meio ambiente e do homem e, sobretudo, que supram as necessidades humanas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS GRAÇA, A.F.; MATOS, D.; CRAVINHO, R. Energias alternativas. Disponível em: http://www.notapositiva.com/trab_estudantes/trab_estudantes/biologia/biologia_trabalhos/ene rgiasalternativas.htm. Acesso em: [03/12/2011]. NEAD-UNIARA. Globalização e responsabilidade sócio-ambiental: poluição ambiental. In: Módulo I: Ecologia e Gestão Ambiental. Araraquara: UNIARA, 2011. Como citar: CHADDAD, F.R. Fontes de energia. Revista Eletrônica Bragantina On Line. Joanópolis, n.20, p. 22-23, jun. 2013. www.cliqueapostilas.com.br http://www.notapositiva.com/trab_estudantes/trab_estudantes/biologia/biologia_trabalhos/energiasalternativas.htm http://www.notapositiva.com/trab_estudantes/trab_estudantes/biologia/biologia_trabalhos/energiasalternativas.htm http://www.cliqueapostilas.com.br Edição nº 20 – Junho/2013 24 BIOLOGIA Jennifer Leão dos Santos Bióloga e Pesquisadora E-mails: jenniferleao@yahoo.com.br QUAL IMPACTO VOCÊ TEM CAUSADO? Olá leitores, a coluna deste mês apresenta um conceito criado em 2002, denominado de “Pegada Hídrica”, integrando mais um artigo ao tema central “Água”. Uma das formas de evitar o mau uso ou desperdício de um determinado recurso é conhecer todo o seu ciclo, ou seja, pensar não apenas na forma como o utilizamos, mas em todo o processo que ele percorre até chegar a nós. Em relação ao recurso hídrico, não basta quantificar o consumo de água das atividades cotidianas, como lavar, cozinhar e beber, é necessário acrescentar também o volume de água gasto ao longo da cadeia produtiva, para produção de alimentos, de roupas e fabricação de papel, por exemplos. O conceito “Water Footprint”, traduzido como “Pegada Hídrica”, trabalha esta questão, tendo como enfoque estimar qual é o consumo de água doce no processo de produção (uso direto) e nas diversas etapas da cadeia produtiva (uso indireto), avaliando o consumo também em relação aos serviços prestados, servindo assim como indicador do uso da água. Este conceito foi criado em 2002, pelo Professor Arjen Y. Hoekstra, da Universidade de Twente, na Holanda, a ideia é proveniente da mesma linha de estudo do conceito “Pegada Ecológica”, por exemplo. A diferença entre esses é de que a “Pegada Ecológica” corresponde ao quanto de área de solo, em hectares, são necessários para produção de bens e serviços que sustentam o estilo de vida de uma sociedade ou um indivíduo. www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Edição nº 20 – Junho/2013 25 Apesar da “Pegada Hídrica” não ser um conceito novo, este se mostra importante e útil no processo de sensibilização da sociedade, na tomada de decisões em relação a como proceder na utilização desse recurso finito, porém indispensávelpara sobrevivência e desenvolvimento, além de fornecer informações complementares e indicadores. Com o desenvolvimento deste assunto foi criada uma organização internacional que atua na divulgação e aplicação desta ferramenta, denominada Water Footprint Network, e com a colaboração de parceiros, pesquisadores, empresas, ONGs e políticos, a “Pegada Hídrica” vem se tornando uma ferramenta importante na resolução de problemas mundiais relacionados aos recursos hídricos. Por meio desse conceito também foi desenvolvido um “padrão global de pegada hídrica”, que possibilita que indivíduos, empresas e países consigam calcular a quantidade de água que utilizam em determinadas atividades e para manter seu estilo de vida, a partir de dados relacionados ao consumo, a produtos e serviços. Esses dados variam de acordo com o local, segundo o professor Arjen Y. Hoekstra, uma área onde há disponibilidade de água em abundância apresenta dados diferentes de uma área onde o oposto ocorre, sendo a pegada do último local ainda maior. Dessa forma, para o cálculo do volume total dos recursos hídricos que utilizamos, também devemos acrescentar, por exemplos, quantos litros que são usados na produção dos alimentos, na fabricação roupas, na produção de carne e na fabricação de papel. Para produção de 1 Kg de arroz são consumidos 2.500 L (litros); para 1 Kg de carne são necessários 15.400 L; para produção 1 Kg de algodão são utilizados 10.000 L de água, estes são apenas alguns exemplos do quanto utilizamos os recursos hídricos - o Brasil apresenta uma pegada de 2.027 metros cúbicos per capita, por ano. A “Pegada Hídrica” também é classificada por cores - são elas a verde, azul e cinza. A verde é referente à água da chuva, tanto a que é incorporada a um produto, como a parte que é evaporada. A azul expressa o cálculo das águas superficiais ou subterrâneas, as que são incorporadas a um produto, a parte que evapora e a parte que retorna ao ambiente (mar ou outra bacia). Já a cinza calcula o volume necessário para diluir a poluição gerada durante o processo produtivo. A “Pegada Hídrica” é então uma ferramenta que contribui na gestão dos recursos hídricos, possibilitando que ocorra a participação pública, privada e da população em geral. Essa ferramenta demonstra o quanto de água é necessário para fabricação de um produto, o quanto cada um (individual ou coletivamente) contribui no consumo e na poluição dos recursos hídricos, sobre quais são os pontos mais críticos, e ainda a respeito do que pode ser melhorado. É função do Governo desenvolver leis que tornem obrigatória a gestão desse recurso de forma eficiente e sustentável; as empresas também devem buscar conhecimentos e www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Edição nº 20 – Junho/2013 26 desenvolver tecnologias que contribuam com melhor uso (máximo aproveitamento) da água, além de devolvê-la com a mesma qualidade ao ambiente do qual foi retirado. Contudo, os consumidores também têm seu papel em exigir informações sobre a origem do produto e os procedimentos usados para tal, dessa forma desenvolvendo uma consciência ambiental, para promover e cobrar assim o uso responsável e inteligente dos recursos hídricos. A água é um recurso fundamental e indispensável para nossa sobrevivência, e está presente em todas as atividades humanas, por isso a enorme necessidade de proteger esse recurso tão valioso. Estando o governo, os produtores e consumidores cientes dos impactos gerados pelo consumo, seja ele direto ou indireto, e cada um se comprometendo em exercer sua função, a conservação e proteção dos recursos hídricos não será mais uma meta a se alcançar, mas sim um estilo de vida. Fonte: http://www.pegadahidrica.org/?page=files/home http://www.waterfootprint.org/?page=files/home (site original) http://www.wwf.org.br/?27822/Pegada-Hdrica-incentiva-o-uso-responsvel-da-gua Para maiores informações: - Para verificar o tamanho da sua pegada hídrica, acesse: http://www.waterfootprint.org/index.php?page=cal/WaterFootprintCalculator - Para verificar o consumo e a disponibilidade de água em cada país, acesse: http://www.josephbergen.com/viz/water - Para entender um pouco sobre o ciclo de vida dos produtos, acesse: http://www.youtube.com/watch?v=KeKWbkL1hF4 http://www.storyofstuff.org - Banco Cyan – “Aqui sua moeda são litros de água”: http://www.bancocyan.com.br/Default.aspx - “Chuveiro falso”, contabiliza o gasto de água durante o tempo de um banho (aplicativo): http://www.akatu.org.br/mobile/fakeshower Como citar: SANTOS, J.L. Qual impacto você tem causado? Revista Eletrônica Bragantina On Line. Joanópolis, n.20, p. 24-26, jun. 2013. www.cliqueapostilas.com.br http://www.pegadahidrica.org/?page=files/home http://www.waterfootprint.org/?page=files/home http://www.wwf.org.br/?27822/Pegada-Hdrica-incentiva-o-uso-responsvel-da-gua http://www.waterfootprint.org/index.php?page=cal/WaterFootprintCalculator http://www.josephbergen.com/viz/water http://www.youtube.com/watch?v=KeKWbkL1hF4 http://www.storyofstuff.org/ http://www.bancocyan.com.br/Default.aspx http://www.akatu.org.br/mobile/fakeshower http://www.cliqueapostilas.com.br Edição nº 20 – Junho/2013 27 PROJETO HERBÁRIO www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Edição nº 20 – Junho/2013 28 EDUCAÇÃO AMBIENTAL Flávio Roberto Chaddad Graduado em Engenharia Agronômica e Ciências Biológicas; Especialista em Educação Ambiental; Especializando em Gestão da Educação Básica e Ambiental; e Mestre em Educação E-mail: frchaddad@gmail.com A ÉTICA NO USO DA ÁGUA DOCE 1. INTRODUÇÃO A Terra é azul. Três quartos de sua superfície estão cobertos de água. Ela é essencial à vida de todos os organismos. O planeta Terra é o único que tem a água nos três estados físicos (sólido, líquido e gasoso), e as mudanças de estado físico da água no ciclo hidrológico são fundamentais e influenciam os processos biogeoquímicos nos ecossistemas terrestres e aquáticos (TUNDISI, 2003). Do total de água que existe no nosso planeta 97,5% estão nos oceanos. Dos 2,5% restantes, 90% estão estocada nos polos e nos subsolos e o resultado final mostra que somente 0,26% de toda a água existente está disponível para o consumo humano. Mesmo no Brasil, onde estão cerca de 12% das reservas planetárias de água doce, a distribuição e o acesso a ela são desiguais. Num ranking da UNESCO envolvendo 180 países sobre a quantidade anual de água disponível per capita, o Brasil aparece na 25ª posição, com 48.314 m 3 – mil litros (BRASIL ESCOLA, 2010). www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Edição nº 20 – Junho/2013 29 Distribuição de Água pelo Globo LOCAL VOLUME (Km 3 ) Percentual (%) Oceanos 1.370.000 97,61 Calotas Polares e Geleiras 29.000 2,08 Águas Subterrâneas 4000 0,29 Água doce de lagos 125 0,009 Água Salgada de lagos 104 0,008 Água Misturada no Solo 67 0,005 Rios 1.2 0,00009 Vapor d’água na atmosfera 1,4 0,0009 FONTE: WETZEL,1983. É um líquido muito importante, pois participa diretamente de todas as reações que acontecem em nível celular, é o solvente universal. E o que se observou, através dos dados acima, é que dos 100% de toda água existente em nosso planeta, uma pequena parte é de água doce disponível para o ser humano. Porém este recurso, com o crescimento populacional desordenado, está escasseando, contaminado e poluído, o que, por sua vez, faz com que o ser humano reflita sobre os caminhos que deve trilhar para garantir este recurso a todos, com qualidade e quantidade suficiente para as suas atividades. É um principio da dignidade humana. Baseado nisto, os objetivos deste trabalho são: Apresentar a dependência que o ser humano tem da água, enfatizando quais das suas principais atividades – agricultura, indústria eabastecimento – consome mais água e quais os perigos do crescimento populacional desordenado para a produção de alimentos, já que a água é um fator limitante para isto; Mostrar também que a água, apesar de ser um líquido precioso, pode ser veículo de doenças como, por exemplo, a febre tifóide, amebíase, verminoses, doenças virais, etc.; Enumerar as fases de tratamento deste recurso, para que ele possa se tornar livre de microrganismos e potável para o ser humano; Apresentar uma pequena discussão a respeito de como evoluíram as preocupações das autoridades pela ética no uso da água doce e quais os princípios éticos que devem ser a base de uma garantia de água em qualidade e quantidade para todos os seres humanos; No final, apresentar uma breve discussão a respeito de qual deve ser a ética, o principal caminho, para que todos respeitem os recursos hídricos, como dotados de um valor intrínseco. www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Edição nº 20 – Junho/2013 30 2. USOS DA ÁGUA PELO SER HUMANO Os usos mais comuns e frequentes dos recursos hídricos são: água para irrigação (o que consome maior volume de água), industrial e de abastecimento doméstico. Estes usos estão acelerando em todas as regiões, continentes e países. Eles aumentam à medida que as atividades econômicas se diversificam e as necessidades de água aumentam para atingir níveis de sustentação compatíveis com as pressões da sociedade de consumo, a produção industrial e agrícola. De acordo com a UNESCO (2001), a agricultura produz a maior parte dos alimentos consumidos pela humanidade. Simplesmente não há outra solução para o nosso futuro senão cultivar o planeta, e usar plantas e animais como alimento. No entanto, a agricultura é também o maior consumidor de água doce, sendo responsável por cerca de três quartos do consumo mundial. Se a população aumentar em 65% nos próximos cinquenta anos, como é virtualmente certo, cerca de 70% dos habitantes deste planeta enfrentarão deficiências no suprimento de água, e 16% deles não terão água bastante para produzir sua alimentação básica. O necessário aumento da produção de alimentos não poderá ser alcançado sem uma maior produtividade na terra existente e com a água disponível. Segundo TUNDISI (2003), a utilização de água de irrigação era de 2.500 Km 3 em 1999. Para ele, sem essa água utilizada para a irrigação, a produção agrícola mundial estaria muito abaixo da produção atual. Ou seja, nas atividades agrícolas a água é fator preponderante. Como exemplos, ele cita que para a produção de 1 Kg de trigo são necessários 900 a 2000 Kg de água e para a produção de 1 Kg de carne bovina são necessários 15.000 a 70.000 Kg de água. Porém, um dado chama a atenção. Conforme a UNESCO (2001), a agricultura é considerada, de modo geral, um consumidor de água de pouco valor relativo, pois outros consumidores podem acrescentar mais valor à água utilizada, atuando com maior eficiência na remoção da pobreza e no aumento da riqueza, o que levanta a seguinte questão: - Poderá a prática da irrigação permanecer imune a qualquer mudança, e justificada em situações de escassez, quando o retorno econômico da água empregada pela indústria é com frequência duzentas vezes maior do que a irrigação, ou quando mais de 70% da água doce disponível concorrem para 1% a 3% do PNB? Mas, há de se questionar: Há alternativas para este fato? A indústria, através das atividades desenvolvidas em seu interior, representa um setor de atividade grande usuário de água. Dessa forma, carece estar atento aos meios disponíveis para se utilizar de forma eficiente esse recurso natural. De acordo com ARREGUÍN-CORTÉS (1994), os usos da água na indústria podem ser divididos em um dos grupos a seguir: www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Edição nº 20 – Junho/2013 31 transferência de calor, geração de energia e aplicação a processos. A transferência de calor é apropriada em processos de aquecimento ou esfriamento. Para o aquecimento, em geral, utiliza-se a geração de vapor através de caldeiras que aplicam a combustão de carbono, petróleo, gás ou produtos de resíduo. Em relação ao esfriamento se utiliza a circulação de água através de torres ou tanques de esfriamento. Em sua grande maioria, a geração de energia tem origem, em muitos países, em plantas termoelétricas que utilizam o vapor d’água com o propósito de mover turbinas adaptadas a geradores. Com relação à aplicação a processos, pode-se dizer que os processos produtivos, em sua maior parte, são grandes usuários de água. Dentre alguns desses processos podem ser referenciados os de transporte de materiais, onde são utilizados tubos ou canais para o seu transporte. As indústrias que mais se utilizam desse sistema são as de papel e celulose, as enlatadoras de alimentos, as carboníferas e os engenhos açucareiros. O autor em comento também faz menção às técnicas que podem ser aplicadas como forma de se obter o uso eficiente da água no setor indústrias, quais sejam: recirculação, reuso e a redução do consumo. Para os três casos são imprescindíveis que sejam cumpridas as ações de medição e o monitoramento da qualidade da água (NETO, 2010). O consumo doméstico estipulado pela ONU (Organização das Nações Unidas, 2010) diz que cada pessoa necessita de 3,3 m³/pessoa/mês (cerca de 110 litros de água por dia para atender as necessidades de consumo e higiene). No entanto, no Brasil, o consumo por pessoa pode chegar a mais de 200 litros/dia. Gastar mais de 120 litros de água por dia é jogar dinheiro fora e desperdiçar nossos recursos naturais. Banho de ducha por 15 minutos, com o registro meio aberto, consome 135 litros de água. Ao fechamos o registro, ao se ensaboar, e reduzimos o tempo para 5 minutos, o consumo cai para 45 litros. No caso de banho com chuveiro elétrico, também em 15 minutos com o registro meio aberto, são gastos 45 litros na residência. Com os mesmos cuidados que com a ducha, o consumo cai para 15 litros. Numa casa, lavando louça com a torneira meio aberta em 15 minutos, são utilizados 117 litros de água. No tanque, com a torneira aberta por 15 minutos, o gasto de água pode chegar a 279 litros. Ao molhar as plantas durante 10 minutos o consumo de água pode chegar a 186 litros. Lavar calçada com a mangueira é um hábito comum e que traz grandes prejuízos. Em 15 minutos são perdidos 279 litros de água. Muita gente gasta até 30 minutos ao lavar o carro. Com uma mangueira não muito aberta, gastam-se 216 litros de água. Com meia volta de abertura, o desperdício alcança 560 litros. Portanto, devemos urgentemente racionalizar o uso da água, adotar outra postura frente ao nosso modelo econômico consumista, ou seja, que se direcione a um verdadeiro sentido de desenvolvimento sustentável, e, principalmente, adotarmos práticas alimentares que consumam uma menor quantidade de água, procurando consumir cada vez menos proteínas de origem animal (SABESP, 2010). www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Edição nº 20 – Junho/2013 32 Outra questão que envolve os recursos hídricos é a qualidade da água – que é o fornecimento de água em quantidade e qualidade da água para todo mundo. O direito humano à água, afirma o Comitê das Nações Unidas sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, garante a todas as pessoas o direito a água suficiente, segura, aceitável, fisicamente acessível e a um bom preço, para uso doméstico e pessoal. Estes cinco atributos centrais representam a base da segurança em termos de água. Representam igualmente pontos de referência de um direito humano que é ampla e sistematicamente violado para uma grande parte da humanidade. Para cerca de 1,1 bilhão de pessoas, a água suficiente, segura, aceitável, acessível e a bom preço para toda a vida representa uma esperança para o futuro e não uma realidadepara o presente (RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO, 2006). Portanto, a água deve ser distribuída em quantidade suficiente e com qualidade. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 80% de todas as doenças que se alastram nos países em desenvolvimento são provenientes da água de má qualidade. As doenças mais comuns, de transmissão hídrica, são as seguintes: DOENÇAS AGENTES CAUSADORES Febre Tifóide Salmonela Tifóide Febres Paratifóides (3) Salmonelas Paratifóides (A,B,C,) Disenteria Bacilar Bacilo Disentérico Disenteria Amebiana Entamoeba Histolytica Cólera Vibrião da Cólera Diarreia Enterovírus, E. coli Hepatite Infecciosa Vírus Tipo A Giardiose Giárdia Lamblia FONTE: COLÉGIO SÃO FRANCISCO, 2010. Para que a água em quantidade e qualidade, livre de doenças, chegue a todos, torna-se necessário tratá-la. São seis as etapas que envolvem o tratamento e o fornecimento de água em quantidade e qualidade para o ser humano, o que também, por sua vez, irá demandar dinheiro: 1) Captação; 2) Floculação (hidróxido de alumínio) e Decantação; 3) Filtração; 4) Cloração; 5) Fluoretação; e, por fim, a 6) Distribuição. Deste modo, vem acontecendo uma grande preocupação com os recursos hídricos e, esta preocupação se reflete em eventos pelo mundo que tentam dar um norte para esta problemática. Com uma percepção voltada ao dito desenvolvimento sustentável, no interior do capitalismo, a UNESCO criou a Comissão Mundial sobre a Ética da Tecnologia e do Conhecimento Científico (COMEST). Esta comissão devia ser um foro de reflexão, www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Edição nº 20 – Junho/2013 33 recebendo o mandato de formular princípios que pudessem proporcionar às pessoas com responsabilidade decisória, em áreas sensíveis, critérios que ultrapassassem os aspectos puramente econômicos ou científicos. De uma forma geral, no campo dos recursos de água doce a COMEST devia instituir um certo número de princípios éticos e diretrizes baseadas em informações científicas fundamentadas, e levando em conta os conflitos de interesses que pudessem existir, conforme texto abaixo. 3. HISTÓRICO DA COMEST E SUA PARTICIPAÇÃO NA ELABORAÇÃO DE UMA ÉTICA NOS USOS DOS RECURSOS DA ÁGUA DOCE Com uma percepção voltada ao dito desenvolvimento sustentável, no interior do capitalismo, a UNESCO criou a Comissão Mundial sobre a Ética da Tecnologia e do Conhecimento Científico (COMEST). Esta comissão devia ser um foro de reflexão, recebendo o mandato de formular princípios que pudessem proporcionar às pessoas com responsabilidade decisória, em áreas sensíveis, critérios que ultrapassassem os aspectos puramente econômicos ou científicos. No campo dos recursos de água doce a COMEST devia instituir certo número de princípios éticos e diretrizes baseadas em informações científicas fundamentadas, e levando em conta os conflitos de interesses que pudessem existir. O grupo de trabalho sobre a Ética do Uso dos Recursos de Água Doce era uma equipe intercultural e interdisciplinar. O grupo examinou a ética da administração dos vários usos da água; a segurança da água e dos alimentos; a água, a saúde e o saneamento; a água e os desastres naturais; o processo decisório e a administração da água; a água e a ecologia; o papel especial das mulheres na utilização da água; a história da água e a ética social mais ampla; os desafios da tecnologia e os padrões profissionais; temas especiais relacionados com o uso intensivo que se vem fazendo recentemente da água no subsolo nos países áridos; a água e os conflitos; e os elementos para uma nova ética da água. Foi criada uma Subcomissão sobre a Ética da Água Doce da COMEST, que se reuniu em Assuan, no Egito, em outubro de 1999. A reunião contou com a presença de expertos e representantes qualificados do setor industrial interessado na distribuição e no uso dos recursos de água doce. O debate focalizou algumas das questões éticas fundamentais, explorando vários caminhos para ampliar a cooperação internacional no campo da coleta de dados e da pesquisa hidrológica. Assim, o objetivo deste relatório sobre a ética no uso da água doce foi o de criar uma base de confiança, justiça e equidade para toda a comunidade das nações a respeito da disponibilidade e do acesso aos recursos de água doce, pois, como observou o diretor geral da UNESCO, Koichiro Matsuura, na sua mensagem do dia mundial da água em 2000: “...o desafio que enfrentamos é o de por em movimento uma dinâmica que www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Edição nº 20 – Junho/2013 34 faça deste século o século da segurança hídrica mundial. Há muito tempo vem sendo atribuída à água pouca importância na agenda das políticas públicas; ela só aparece em termos de desastres, de escassez, poluição ou como uma fonte potencial de conflito...”. Neste documento ficaram explícitos alguns princípios éticos, com base na Declaração dos Direitos do Homem de 1948. É necessário ressaltar que, mais que solução técnicas e científicas para a problemática dos recursos hídricos, havia a preocupação com a criação de uma nova ética, que transferisse a este bem um valor intrínseco. Estes princípios éticos universais se encontram logo abaixo. 4. A DISTRIBUIÇÃO EQUITATIVA DA ÁGUA COMO PRINCÍPIO ÉTICO Muitos povos e nações não possuem, por diversos motivos, condições de terem para sua população água em quantidade e qualidade suficiente para as necessidades do dia a dia. Isto vai na contramão de um conjunto de princípios éticos universais, cujo texto também se encontra na Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, que diz, resumidamente em suas entrelinhas, que “todos os povos...têm direito ao livre acesso à água potável em quantidades e de qualidade iguais às suas necessidades básicas”. Esses princípios éticos universais podem ser assim resumidos: O principio da dignidade humana, pois não há vida sem água, e àqueles a quem se nega água, nega-se à vida; O principio da participação, pois todos os indivíduos, especialmente os pobres, precisam estar envolvidos no planejamento e na administração da água; e na promoção desse processo se reconhece o papel do gênero e da pobreza; O principio da solidariedade, pois a água confronta os seres humanos com a interdependência a montante e a jusante, e as propostas correntes de uma administração integrada dos recursos hidráulicos podem ser vistas como consequência direta dessa consciência; O princípio da igualdade humana, entendido como a concessão a todas as pessoas do que lhes é devido, e que descreve perfeitamente os desafios atuais da administração das bacias fluviais; O princípio do bem comum, pois, segundo a definição aceita por quase todos, a água é um bem comum, e se não for administrada adequadamente, a dignidade e o potencial humanos ficam reduzidos para todos, e são negados a alguns; O princípio da economia, que ensina o respeito pela criação e o uso prudente, e não uma reverência extremada pela natureza; com efeito, a boa administração hídrica diz respeito ao encontro de um equilíbrio ético entre o uso, a mudança e a preservação da nossa terra e dos recursos hidráulicos. www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Edição nº 20 – Junho/2013 35 Mas, este documento sobre a ética do uso da água doce alerta que não conseguiremos mudar a má distribuição de água no mundo apenas com medidas administrativas ou técnicas científicas. Faz-se necessário, portanto, uma nova ética, uma nova relação entre o homem e os recursos hídricos e com o meio ambiente de uma maneira geral. Esta nova ética passa pela valorização deste recurso atribuindo-lhe um valor intrínseco, um valor talvez religioso, onde fica implícita a necessidade de todos os organismos. Esta nova ética pode ser encontrada nos antigos filósofos gregos, como, por exemplo, Talesde Mileto. Estes primeiros filósofos viam a matéria como dotada de vida, cheia de deuses, e por este motivo devia ser respeitada, por seu valor intrínseco, por nós seres humanos – eram os filósofos Hilozoístas, ou seja, aqueles que pensavam que a matéria era viva. Também poderiam ser chamados de Panteístas. Só assim, recuperando este ponto de vista, que não deixa de ser filosófico e religioso, o homem será capaz de lidar com o problema da falta da água e com a deterioração do meio ambiente, ou ambos, já que a Terra é Gaia – um organismo pulsante. 5. CONCLUSÕES Deste modo, devido ao uso indiscriminado e à poluição que submetemos nossos reservatórios de água potável, este recurso está se tornando cada vez mais escasso. Assim, para enfrentarmos a escassez deste recurso, bem como fornecer água em quantidade e qualidade para todos (tratada e livre de doenças), que hoje ainda não é possível em diversas regiões do mundo, precisa-se, urgentemente, adotar medidas que preservem e conservem os recursos hídricos, como, por exemplo: Controle populacional; Manutenção das áreas de Matas Ciliares, pois estas têm um grande papel na regulação do ciclo hidrológico; Reduzir o Consumo; Mudar a dieta alimentar (comer menos proteína animal); Não poluir e contaminar os cursos de água, lagos e lagoas, e lençóis subterrâneos; Criação de uma nova ética entre os seres humanos e a natureza, um novo sentido para o estar do ser humano no mundo, que seja filosófico-religioso, baseado nas novas descobertas científicas como a teoria dos sistemas vivos ou nos antigos, panteístas, filósofos gregos. Termino aqui com as sábias palavras de TUNDISI (2003): “para evitar desperdícios, economizar água, melhorar os custos do tratamento e desenvolver arcabouços legais e institucionais é necessário considerar o conjunto de recursos hídricos – águas continentais superficiais, águas subterrâneas, águas costeiras e sua sustentabilidade no espaço e tempo www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Edição nº 20 – Junho/2013 36 incluindo valores estéticos, segurança coletiva, oportunidades culturais, segurança ambiental, oportunidades recreacionais, oportunidades educacionais, liberdade e segurança individual” (p.13). 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL ESCOLA. Água. Disponível em: http://www.sabesp.com.br/CalandraWeb/CalandraRedirect/?temp=2&temp2=3&proj=sabesp &pub=T&nome=Uso_Racional_Agua_Generico&db=&docid=DAE20C6250A16269832571 1B00508A40. Acesso em: [13/06/2010]. COLÉGIO SÃO FRANCISCO. Doenças relacionadas à água. Disponível em: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/doencas-relacionadas-com-a-agua. Acesso em: [13/10/2010]. NETO, J.D. Uso eficiente da água na indústria. Disponível em: http://www.eumed.net/libros/2008c/447/USO%20EFICIENTE%20DA%20AGUA%20NA%2 0INDUSTRIA.htm. Acesso em: [13/06/2010]. ONU. ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Relatório de Desenvolvimento Humano. Disponível em: http://hdr.undp.org/en/media/03-Chapter2_PT1.pdf. Acesso em: [13/06/2010]. SABESP. Uso racional da água. Disponível em: http://www.sabesp.com.br/CalandraWeb/CalandraRedirect/?temp=2&temp2=3&proj=sabesp &pub=T&nome=Uso_Racional_Agua_Generico&db=&docid=DAE20C6250A16269832571 1B00508A40. Acesso em: [13/06/2010]. SELBORNE, L. A ética do uso da água doce: um levantamento. Brasília: UNESCO, 2001. 80p. TUNDISI, J.G. Recursos hídricos. MultiCiência, n.1, out. 2003. Como citar: CHADDAD, F.R. A ética no uso da água doce. Revista Eletrônica Bragantina On Line. Joanópolis, n.20, p. 28-36, jun. 2013. www.cliqueapostilas.com.br http://www.sabesp.com.br/CalandraWeb/CalandraRedirect/?temp=2&temp2=3&proj=sabesp&pub=T&nome=Uso_Racional_Agua_Generico&db=&docid=DAE20C6250A162698325711B00508A40 http://www.sabesp.com.br/CalandraWeb/CalandraRedirect/?temp=2&temp2=3&proj=sabesp&pub=T&nome=Uso_Racional_Agua_Generico&db=&docid=DAE20C6250A162698325711B00508A40 http://www.sabesp.com.br/CalandraWeb/CalandraRedirect/?temp=2&temp2=3&proj=sabesp&pub=T&nome=Uso_Racional_Agua_Generico&db=&docid=DAE20C6250A162698325711B00508A40 http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/doencas-relacionadas-com-a-agua/ http://www.eumed.net/libros/2008c/447/USO%20EFICIENTE%20DA%20AGUA%20NA%20INDUSTRIA.htm http://www.eumed.net/libros/2008c/447/USO%20EFICIENTE%20DA%20AGUA%20NA%20INDUSTRIA.htm http://hdr.undp.org/en/media/03-Chapter2_PT1.pdf http://www.sabesp.com.br/CalandraWeb/CalandraRedirect/?temp=2&temp2=3&proj=sabesp&pub=T&nome=Uso_Racional_Agua_Generico&db=&docid=DAE20C6250A162698325711B00508A40 http://www.sabesp.com.br/CalandraWeb/CalandraRedirect/?temp=2&temp2=3&proj=sabesp&pub=T&nome=Uso_Racional_Agua_Generico&db=&docid=DAE20C6250A162698325711B00508A40 http://www.sabesp.com.br/CalandraWeb/CalandraRedirect/?temp=2&temp2=3&proj=sabesp&pub=T&nome=Uso_Racional_Agua_Generico&db=&docid=DAE20C6250A162698325711B00508A40 http://www.cliqueapostilas.com.br