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22 SAÚDE DA MULHER ESPECIFICAS DE ENFERMAGEM 23 Sumário INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 24 REDE CEGONHA ............................................................................................................ 24 COMPONENTES DA REDE CEGONHA ......................................................................... 25 I – Pré-Natal (realização de novos exames) ......................................................................................................... 25 II – Parto e Nascimento ................................................................................................................................................. 27 III – Puerpério e Atenção Integral à Saúde da Criança ................................................................................... 27 IV – Sistema Logístico: Transporte Sanitário e Regulação ............................................................................ 28 Operacionalização da Rede Cegonha..................................................................................................................... 29 Responsabilidades na Operacionalização ............................................................................................................ 33 Financiamento.................................................................................................................................................................... 34 PLANEJAMENTO FAMILIAR ......................................................................................... 38 Planejamento familiar na Constituição Federal de 1988 (CF/88) .............................................................. 40 Legislação: Lei nº 9.263, de 12 de janeiro de 1996 .......................................................................................... 40 Esterilização definitiva .................................................................................................................................................... 42 Métodos anticoncepcionais ........................................................................................................................................ 45 Métodos Comportamentais ........................................................................................................................................ 47 Método ogino-knaus (tabelinha ou calendário) ......................................................................................... 47 Método da Temperatura Basal Corporal .......................................................................................................... 48 Método do Muco Cervical (billings) ..................................................................................................................... 48 Método sinto-térmico ..................................................................................................................................................... 49 Outros métodos comportamentais ....................................................................................................................... 50 Métodos de barreira ....................................................................................................................................................... 50 Preservativo ........................................................................................................................................................................... 51 Diafragma .............................................................................................................................................................................. 51 Espermaticidas .................................................................................................................................................................... 54 Anticoncepcionais Hormonais Orais ....................................................................................................................... 54 Pílulas com progestogênio ou minipílulas...................................................................................................... 56 Anticoncepcionais Hormonais Injetáveis .............................................................................................................. 57 Métodos anticoncepcionais durante o aleitamento ........................................................................................ 57 Contracepções de emergência .................................................................................................................................. 59 Esquema Yuzpe ................................................................................................................................................................. 59 Pílula anticoncepcional de emergência (PAE) ..................................................................................................... 60 DIU (dispositivo intrauterino) ..................................................................................................................................... 61 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................. 81 24 INTRODUÇÃO Olá Pessoal, como estão os estudos? É preciso ter garra e motivação para continuar na luta. Hoje nosso assunto será Saúde da Mulher, nessa aula abordaremos a Rede Cegonha e o Planejamento Familiar. Esses dois assuntos são frequentes nas nossas provas, dessa forma fique atento e tome nota dos principais aspectos aí no seu caderno. REDE CEGONHA A Rede Cegonha é o Programa do Ministério da Saúde, regulamentado pela Portaria GM/MS 1.459/2011 e Portaria GM/MS 650/2011. Esse programa garante às mulheres e crianças até 24 meses uma assistência humanizada e de qualidade. Vamos entender os principais aspectos dessa temática? Objetivos da Rede Cegonha ✓ Reduzir a mortalidade materna e neonatal; 25 ✓ Ampliar rede de atenção que garanta acesso, acolhimento e resolutividade; e ✓ Criar novo modelo de atenção ao parto, nascimento e a saúde da criança. Diretrizes da Rede Cegonha ✓ Garantia do acolhimento com classificação de risco, ampliação do acesso e melhoria da qualidade do pré-natal; ✓ Garantia de vinculação da gestante à unidade de referência e ao transporte seguro; ✓ Garantia das boas práticas e segurança na atenção ao parto e nascimento; ✓ Garantia da atenção à saúde das crianças de 0 a 24 meses com qualidade e resolutividade; ✓ Garantia de direitos sexuais e reprodutivos. COMPONENTES DA REDE CEGONHA I – Pré-Natal (realização de novos exames) ✓ Pré-natal na UBS, captação precoce da gestante; ✓ Acolher as intercorrências na gravidez e classificação de risco; ✓ Acesso ao alto risco em tempo oportuno; ✓ Acesso a exames oportunamente; ✓ Vinculação da gestante do pré-natal ao local do parto; ✓ Prevenção e tratamento de DST /HIV e hepatites; ✓ Deslocamento das gestantes para o parto. 26 NOVOS EXAMES PARA TODAS AS GESTANTES 1. Teste rápido de gravidez; 2. Teste rápido de sífilis; 3. Teste rápido de HIV; 4. Cultura de bactérias para identificação (urina); 5. Mais um exame de hematócrito, hemoglobina; 6. Ampliação do ultrassom obstétrico (100% das gestantes); 7. Proteinúria (teste rápido); 8. Teste indireto de antiglobulina humana (TIA) (gestantes RH negativo). NOVOS EXAMES PARA AS GESTANTES DE ALTO RISCO 1. Contagem de plaquetas; 2. Dosagem de proteínas (urina 24 horas); 3. Dosagens de uréia, creatinina e ácido úrico; 4. Ultrassom obstétrico com Doppler; 5. Cardiotocografia ante‐parto; 6. Eletrocardiograma. 27 II – Parto e Nascimento ✓ Suficiência de leitos obstétricos e neonatais de acordo com as necessidades regionais; ✓ RDC36/2008-ambiência das maternidades, isso significa um lugar limpo, iluminado, bonito e acolhedor; ✓ Boas práticas ao parto baseada em evidências científicas. Lembre-se que na aula de parto estudamos as indicações de cada técnica recomendada e as que são contraindicadas. ✓ Garantia de acompanhante durante o acolhimento e o trabalho de parto, parto e pós-parto imediato; ✓ Realização de acolhimento com classificação de risco nos serviços de atenção obstétrica e neonatal; ✓ Estímulo à implementação do Colegiado Gestor das maternidades voltado para humanização. III – Puerpério e Atenção Integral à Saúde da Criança ✓ Promoção do aleitamento materno e da alimentação complementar saudável; Visita domiciliar na primeira semana após o parto; ✓ Acompanhamento da puérpera e da criança na atenção básica com visita domiciliar na primeira semana após a realização do parto e nascimento; ✓ Busca ativa das crianças vulneráveis; ✓ Implementação de estratégias de comunicação social e programas educativos relacionados à saúde sexual e à saúde reprodutiva; Prevenção de DST/AIDS; ✓ Prevenção e tratamento das DST/HIV/Aids e Hepatites; e 28 ✓ Orientação e oferta de métodos contraceptivos. IV – Sistema Logístico: Transporte Sanitário e Regulação ✓ Transporte seguro pelo SAMU cegonha, equipadas com incubadoras e ventiladores neonatal; ✓ Vaga sempre- vinculação da gestante ao local do parto; ✓ Regulação de leitos obstétricos e neonatais. Os Municípios que não contam com serviços próprios de atenção ao parto e nascimento, incluídos os exames especializados na gestação, poderão aderir a Rede Cegonha no componente PRÉ-NATAL desde que programados e pactuados nos Colegiados de Gestão Regional (CGR). Direitos assegurados pela Rede Cegonha: • Ampliação do acesso, acolhimento e melhoria da qualidade do pré-natal; • Transporte tanto para o pré-natal quanto para o parto; • Vinculação da gestante à unidade de referência para assistência ao parto; • Realização de parto e nascimento seguros, através de boas práticas de atenção; • Acompanhante no parto, de livre escolha da gestante; • Atenção à saúde da criança de 0 a 24 meses com qualidade e resolutividade; • Acesso ao planejamento reprodutivo. Veja como foi cobrado! 29 1. (IBFC PREF SP 2016) Entre os princípios da Rede Cegonha, definidos na Portaria que a institui, no âmbito do Sistema Único de Saúde-SUS, não se inclui: a) O respeito à diversidade cultural, étnica e racial. b) A promoção da equidade. c) A garantia da segurança alimentar e nutricional. d) A garantia dos direitos sexuais e dos direitos reprodutivos de mulheres, homens, jovens e adolescentes. e) O respeito, a proteção e a realização dos direitos humanos. Comentários: A garantia da segurança alimentar e nutricional não está incluída no processo da rede cegonha. Resposta Correta: Letra C Operacionalização da Rede Cegonha A operacionalização são as etapas de organizar e montar a rede. 2. (CKM Serviços Pref de Natal 2016) Com previsto pela Portaria Nº 1.459/2011, a Rede Cegonha deve ser implementada, gradativamente, em todo território nacional respeitando-se critérios epidemiológicos, tais como taxa de mortalidade infantil, razão de mortalidade materna e densidade populacional. Sabendo que a operacionalização 30 da Rede Cegonha se desdobra em cinco fases, tem-se uma análise da saúde da mulher e da criança do ponto epidemiológico na seguinte fase identificada corretamente: a) FASE 2: Desenho Regional da Rede Cegonha. b) FASE 1: Contratualização dos Pontos de Atenção. c) FASE 3: Adesão e Controle. d) FASE 4: Certificação. Comentários: Fase 1- Adesão e diagnóstico Fase 2- Desenho Regional da Rede Cegonha Fase 3- Contratualização dos Pontos de Atenção. Fase 4- Qualificação dos componentes Fase 5- Certificação Resposta Correta: Letra A FASE I: Adesão e diagnóstico Nessa fase a Rede Cegonha é apresentada aos municípios e estados, apresenta e analisa a matriz diagnóstica na Comissão Intergestores Bipartite - CIB, no Colegiado de Gestão da Secretaria Estadual de Saúde do Distrito Federal - CGSES/DF e Colegiado de Gestão Regional – CGR. Ainda na fase I ocorre a homologação da região inicial de implementação da Rede Cegonha na CIB e CGSES/DF e instituição de Grupo Condutor Estadual da Rede 31 Cegonha, formado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), Conselho de Secretários Municipais de Saúde (COSEMS) e apoio institucional do Ministério da Saúde (MS), que terá como atribuições: 1. Mobilizar os dirigentes políticos do SUS em cada fase; 2. Apoiar a organização dos processos de trabalho voltados a implantação/ implementação da rede; 3. Identificar e apoiar a solução de possíveis pontos críticos em cada fase; e 4. Monitorar e avaliar o processo de implantação/implementação da rede. FASE II: Desenho Regional da Rede Cegonha a) realização pelo Colegiado de Gestão Regional e pelo CGSES/DF, com o apoio da SES, de análise da situação de saúde da mulher e da criança, com dados primários, incluindo dados demográficos e epidemiológicos, dimensionamento da demanda assistencial, dimensionamento da oferta assistencial e análise da situação da regulação, da avaliação e do controle, da vigilância epidemiológica, do apoio diagnóstico, do transporte e da auditoria e do controle externo, entre outros; 32 b) pactuação do Desenho da Rede Cegonha no Colegiado de Gestão Regional (CGR) e no CGSES/DF; c) elaboração da proposta de Plano de Ação Regional, pactuado no Colegiado de Gestão Regional e homologado pela CIB, e no CGSES/DF, com a programação da atenção integral à saúde materna e infantil, incluindo as atribuições, as responsabilidades e o aporte de recursos necessários pela União, pelo Estado, pelo Distrito Federal e pelos Municípios envolvidos. d) estímulo à instituição do Fórum Rede Cegonha que tem como finalidade a construção de espaços coletivos plurais, heterogêneos e múltiplos para participação cidadã na construção de um novo modelo de atenção ao parto e nascimento, mediante o acompanhamento e contribuição na implementação da Rede Cegonha na Região. Nessa fase temos o plano de ação regional e participação social (Fórum) FASE III: Contratualização dos Pontos de Atenção Nessa fase ocorre o desenho da Rede no Município, contrata os pontos de atenção que são os lugares onde ocorrerá o atendimento as usuárias e institui o Grupo Condutor Municipal em cada Município que compõe o CGR, com apoio institucional da SES. 33 FASE IV: Qualificação dos componentes Nessa fase ocorre a realização das ações de atenção à saúde definidas para cada componente da Rede e o cumprimento de metas de cada componente (acompanhar indicadores). FASE V: Certificação Nessa fase é emitido um certificado anualmente pelo MS ao gestor do SUS após a realização das ações de atenção à saúde, ou seja, depois que a rede foi implantada é feito uma avaliação para certificar que tudo foi implementado conforme nossa portaria. Responsabilidades na Operacionalização a) UNIÃO POR MEIO DO MINISTÉRIO DA SAÚDE ✓ Apoio a implementação; ✓ Financiamento; ✓ Monitorar a avaliação da rede cegonha nacional. b) ESTADOS POR MEIO DA SECRETÁRIA DE SAÚDE ESTADUAL ✓ Apoio a implementação; ✓ Financiamento; 34 ✓ Coordenação do grupo condutor estadual da rede cegonha; ✓ Monitorar os municípios. c) MUNICÍPIOS POR MEIO DAS SECRETARIAS MUNICIPAIS ✓ Implementação; ✓ Monitoração; ✓ Financiamento; ✓ Coordenar o grupo condutor municipal. Financiamento Os Estados e Municípios também participam do financiamento da Rede Cegonha, pois o financiamento do SUS é tripartite. • No Pré-Natal: 100% de custeio dos exames; fornecimento de kits para as UBS epara as gestantes. • 100% de custeio do transporte • Centro de parto normal (CPN) e casa da gestante, bebê e puérpera (cgb) – 100% do custeio anual; • 80% de custeio para ampliação e qualificação dos leitos. 3. (SESA/ CESPE/2013) A Rede Cegonha é uma estratégia do Ministério da Saúde que visa garantir atendimento de qualidade às brasileiras pelo SUS, desde a confirmação da gestação até os dois primeiros anos de vida do bebê. Com relação a esse tema, assinale a opção correta. 35 a) Nos estados ou municípios em que a Rede Cegonha esteja adotada, as grávidas receberão auxílio para o deslocamento até o local das consultas de pré-natal e para a maternidade no momento do parto. b) A gestante deverá realizar seis consultas no primeiro trimestre da gravidez, caso contrário, será desligada da Rede Cegonha. c) A gestante será vinculada compulsoriamente, desde o pré-natal, à Casa da Gestante para realização do parto natural, evitando a peregrinação de mulheres e recém-nascidos nos serviços de saúde. d) O parto normal e domiciliar (natural) é incentivado, o que implica que os hospitais não podem realizar indução hormonal ou utilizar métodos de alívio da dor. e) O pai será incentivado a acompanhar a puérpera e seu filho somente após o parto, ou seja, na unidade de internação materna e neonatal, visando minimizar o risco de infecções para mãe e recém-nascido. Na ausência do pai, a gestante poderá indicar um acompanhante de sua preferência. Comentário: Letra B. Errada. Não há desligamento da Rede cegonha caso não compareça às consultas. Letra C. Errada, a vinculação não é compulsória. Letra D. Errado, os métodos baseados em evidências devem ser utilizados para melhorar a assistência no parto. O uso da ocitocina e métodos farmacológicos serão utilizados sempre que indicados. Letra E. Errada. A garantia de acompanhante ocorre durante o acolhimento e o trabalho de parto, parto e pós-parto imediato; Resposta Correta: Letra A 36 4. (SESA/ CESPE/2013) Com base na Portaria Ministerial/SAS n.º 650/2011, que dispõe sobre os planos de ação regional e municipal da rede cegonha, assinale a opção correta. a) Os municípios que não contam com serviços próprios de atenção ao parto e ao nascimento, incluídos os exames especializados na gestação, não poderão aderir ao programa em nenhum outro componente, uma vez que a rede cegonha visa assistência integral. b) A fase 5 de implantação e operacionalização da rede cegonha constitui-se na qualificação dos componentes. c) O responsável pelo monitoramento da rede cegonha em nível estadual é o apoiador temático e apoiador da maternidade. d) Os planos de ação municipais deverão ser elaborados em consonância com o plano de ação regional. e) Dentro das estratégias traçadas para a rede cegonha, estão previstos os centros de parto normal, ou seja, unidades que funcionam em conjunto com as maternidades para humanizar o parto e o nascimento, e contam com atuação privativa de médicos obstetras. Comentário: Letra A. Podem aderir ao componente pré-natal. Letra B. A qualificação é a 4ª fase. Letra C. O responsável pelo grupo condutor Estadual da Rede Cegonha em nível estadual é o apoiador temático e apoiador da maternidade. Letra E. A atuação não é privativa do médico, mas sim da equipe de saúde. Resposta Correta: Letra D 37 5. (IBFC Pref de SP 2016) Considerando as diretrizes da Rede Cegonha, assinale a incorreta: a) Garantia do acolhimento com avaliação e classificação de risco e vulnerabilidade, ampliação do acesso e melhoria da qualidade do pré-natal. b) Garantia da atenção à saúde das crianças de zero a 48 meses com qualidade e resolutividade. c) Garantia de vinculação da gestante à unidade de referência e ao transporte seguro. d) Garantia das boas práticas e segurança na atenção ao parto e nascimento. e) Garantia de acesso às ações do planejamento reprodutivo. Comentários: Na rede cegonha são incluídas as crianças de 0 a 24 meses. Resposta Correta: Letra B 6 (CESPE TCE 2016) Com relação à assistência de enfermagem na atenção básica à gestante no pré-natal de baixo risco, julgue o item a seguir. A Rede Cegonha, instituída no âmbito do Sistema Único de Saúde, consiste em uma rede de cuidados que visa assegurar à mulher o direito ao planejamento reprodutivo e à atenção humanizada na gravidez, no parto, no puerpério e nos casos de abortamento, bem como à criança o direito a nascimento seguro e a crescimento e desenvolvimento saudáveis. Resposta Correta: CERTO 38 7. (CESPE SEEDF 2017) Acerca de aspectos estatísticos, epidemiológicos e históricos pertinentes às políticas públicas de saúde no Brasil, julgue o item subsequente. A instituição da Rede Cegonha como uma política pública pelo Ministério da Saúde não tem contribuído para a prevenção dos óbitos neonatais evitáveis, dadas as dificuldades em criar condições políticas, institucionais e técnicas para mudar processos de trabalho, garantir direitos de pacientes e, consequentemente, reduzir as taxas de mortalidade infantil (neonatal) e materna. Comentários: A rede cegonha reduziu a morbimortalidade materna e infantil. Resposta Correta: ERRADO. PLANEJAMENTO FAMILIAR Esse assunto é muito importante para as nossas provas, veremos nessa temática a legislação e os métodos de contracepção. Um detalhe relevante é que o planejamento familiar não visa apenas evitar filhos, ele também atua ajudando na concepção. No Brasil, as políticas públicas têm como um dos primeiros marcos no planejamento familiar com a elaboração do Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM), em 1984, que incluiu o planejamento familiar no elenco mínimo de ações voltadas para a atenção integral à saúde da mulher. Até então, não havia, no Brasil, política instituída no campo do planejamento familiar. 39 A Política Nacional de Planejamento Familiar foi instituída em 2007 e em 2009 foi ampliada - métodos contraceptivos gratuitos e venda de anticoncepcionais a preços reduzidos na rede Farmácia Popular. O termo planejamento familiar tem mudado para planejamento reprodutivo por ser mais amplo e incluir pessoas que querem constituir uma família. Lembre-se! Mudança do termo: planejamento familiar para planejamento reprodutivo. Vaja como foi cobrado: 8. (AOCP EBSERH 2015). Em relação ao planejamento reprodutivo é correto afirmar que a) o termo planejamento reprodutivo é sinônimo de controle de natalidade. b) o controle de natalidade baseia-se no respeito aos direitos sexuais e aos direitos reprodutivos. c) o planejamento reprodutivo implica imposições do governo sobre a vida reprodutiva de homens e mulheres. d) o governo brasileiro pauta-se pelo respeito e garantia dos direitos sexuais e dos direitos reprodutivos e, nesse sentido, coloca-se claramente a favor da política com caráter controlista da natalidade. e) os profissionais de saúde devem procurar compreender as expectativas das pessoas no que diz respeito à reprodução e ajudá-las a concretizarem essas expectativas, respeitando suas escolhas. Comentários: Letra A. Errada Planejamento reprodutivo é um termo mais adequado que planejamento familiar, pois refere-se também aos métodos de concepção ou contracepção para pessoas solteiras e adolescentes. 40 Letra B. Errada, o controle de natalidade é proibido no Brasil. Letra C. Errada, o planejamento reprodutivo é o contrário, refere-se ao respeito pela decisão das pessoas em querer filhos ou poder evitá-los. Letra D. Errada. O controle de natalidade é proibido pela Constituição Federal de 1988. Resposta Correta: Letra E. Vamos analisar esse tema relevante na nossa mais importante norma jurídica? Planejamento familiar na Constituição Federal de 1988(CF/88) A Constituição Federal no título VII da Ordem Social, em seu Capítulo VII, Art. 226º, § 7º, diz que: “Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício deste direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas” A legislação brasileira proíbe o governo de realizar controle de natalidade, estabelecendo quantos filhos o casal deve ter. Além disso, o Estado deve fornecer as estratégias para o planejamento familiar. Legislação: Lei nº 9.263, de 12 de janeiro de 1996 A Lei 9.263/1996 regulamenta o artigo 226 da CF/88. Nessa norma é assegurado o direito ao planejamento familiar a todo cidadão. 41 Como vimos, o planejamento familiar é o conjunto de ações que auxiliam tanto as pessoas que pretendem ter filhos quanto aqueles que pretendem adiar o crescimento da família. Observe o conceito do planejamento familiar segundo o artigo 2° da Lei 9.263/1996: Para fins desta Lei, entende-se planejamento familiar como o conjunto de ações de regulação da fecundidade que garanta direitos iguais de constituição, limitação ou aumento da prole pela mulher, pelo homem ou pelo casal. Parágrafo único – É proibida a utilização das ações a que se refere o caput para qualquer tipo de controle demográfico. (BRASIL, 1996). É proibido o planejamento familiar para controle demográfico. O planejamento familiar é um direito sexual e reprodutivo e, dessa forma, a atenção em planejamento familiar deve levar em consideração o contexto de vida de cada pessoa e o direito de todos poderem tomar decisões sobre a reprodução sem discriminação, coerção ou violência. Atividades básicas do Planejamento familiar: I - A assistência à concepção e contracepção; II - O atendimento pré-natal; III - A assistência ao parto, ao puerpério e ao neonato; IV - O controle das doenças sexualmente transmissíveis; V - O controle e a prevenção dos cânceres cérvico-uterino, de mama, de próstata e de pênis. 42 O artigo 4° nos mostra que o planejamento familiar se orienta por ações preventivas e educativas e pela garantia de acesso igualitário a informações, meios, métodos e técnicas disponíveis para a regulação da fecundidade. É permitida a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros nas ações e pesquisas de planejamento familiar, desde que autorizada, fiscalizada e controlada pelo órgão de direção nacional do Sistema Único de Saúde. A realização de experiências com seres humanos no campo da regulação da fecundidade somente será permitida se previamente autorizada pelo SUS. Esterilização definitiva Somente é permitida a esterilização voluntária nas seguintes situações: I - Em homens e mulheres com capacidade civil plena e maiores de 25 anos de idade ou, pelo menos, com 2 filhos vivos, desde que observado o prazo mínimo de 60 dias entre a manifestação da vontade e o ato cirúrgico, período no qual será propiciado à pessoa interessada acesso a serviço de regulação da fecundidade, incluindo aconselhamento por equipe multidisciplinar, visando desencorajar a esterilização precoce; II - Risco à vida ou à saúde da mulher ou do futuro concepto, testemunhado em relatório escrito e assinado por dois médicos. 43 Além dos requisitos que regulam a esterilização definitiva, é importante saber que ela NÃO pode ocorrer durante os períodos de parto ou aborto, exceto nos casos de comprovada necessidade, por cesarianas sucessivas anteriores. Os métodos aceitos: laqueadura tubária e vasectomia ou de outro método cientificamente aceito, sendo vedada através da histerectomia e ooforectomia. Na vigência de sociedade conjugal, a esterilização depende do consentimento expresso de ambos os cônjuges. A esterilização cirúrgica em pessoas absolutamente incapazes somente poderá ocorrer mediante autorização judicial. Toda esterilização cirúrgica será objeto de notificação compulsória à direção do Sistema Único de Saúde. A Lei do planejamento familiar regulamenta como crime: 1. Realizar esterilização cirúrgica em desacordo com essas regras; 2. Deixar o médico de notificar à autoridade sanitária as esterilizações cirúrgicas que realizar; 3. Induzir ou instigar dolosamente a prática de esterilização cirúrgica; 4. Exigir atestado de esterilização para qualquer fim. Dentre as penalidades estão a detenção, reclusão e o pagamento de multa, a depender do crime cometido acima. Veja como foi cobrado! 9. (FAUEL CISMEPAR – PR 2016) O planejamento familiar é parte integrante do conjunto de ações de atenção à mulher, ao homem ou ao casal, dentro de uma 44 visão de atendimento global e integral à saúde. O planejamento familiar é direito de todo cidadão, observado o disposta Lei 9.263 de 12 de janeiro de 1996. De acordo com esta lei, somente é permitida a esterilização voluntária nas seguintes situações: a) Em homens e mulheres com capacidade civil plena e maiores de trinta anos de idade ou, pelo menos, com dois filhos vivos. b) Risco à vida ou à saúde da mulher ou do futuro concepto, testemunhado em relatório escrito e assinado por dois médicos. c) Em homens e mulheres com capacidade civil plena e maiores de trinta anos de idade ou, pelo menos, com três filhos vivos. d) Risco à vida ou à saúde da mulher ou do futuro concepto, testemunhado em relatório escrito e assinado pelo médico e pelo cônjuge autorizando o procedimento cirúrgico. Comentários: Revise comigo os aspectos da legislação que permite a esterilização voluntária: I - Em homens e mulheres com capacidade civil plena e maiores de vinte e cinco anos de idade ou, pelo menos, com dois filhos vivos, desde que observado o prazo mínimo de sessenta dias entre a manifestação da vontade e o ato cirúrgico, período no qual será propiciado à pessoa interessada acesso a serviço de regulação da fecundidade, incluindo aconselhamento por equipe multidisciplinar, visando desencorajar a esterilização precoce; II - Risco à vida ou à saúde da mulher ou do futuro concepto, testemunhado em relatório escrito e assinado por dois médicos. § 1º É condição para que se realize a esterilização o registro de expressa manifestação da vontade em documento escrito e firmado, após a informação a respeito dos riscos da cirurgia, possíveis efeitos colaterais, dificuldades de sua reversão e opções de contracepção reversíveis existentes. Resposta Correta: Letra B. 45 Atividades a serem desenvolvidas na atenção em saúde reprodutiva Na atenção básica é necessário aproveitar a procura da mulher em fazer o planejamento familiar para atuar nas atividades de: • Aconselhamento: diálogo baseado em uma relação de confiança entre o profissional de saúde e o indivíduo ou casal, incluindo sexualidade, medos angústias, planejamento reprodutivo e infecções sexualmente transmissíveis. • Atividades educativas: oferecer às pessoas os conhecimentos necessários para a escolha livre e informada. Propicia a reflexão sobre os temas relacionados à sexualidade e à reprodução. • Atividades clínicas: devem ser realizadas visando a promoção, a proteção e a recuperação da saúde. Incluindo a anamnese, exame físico, avaliar individualidade do casal e dificuldades quanto às relações sexuais ou disfunções. Além disso, pode ser abordado ações de prevenção de câncer de próstata (homem maior que 50 anos) e de pênis, câncer de colo de útero e mama, orientação para a escolha dos recursos à concepção ou à anticoncepção, incentivando a participação ativa na decisão individual ou do casal, e prescrição e oferta do método escolhido. Métodos anticoncepcionais Na legislação do planejamento familiar verificamos queserão oferecidos todos os métodos e técnicas de concepção e contracepção cientificamente aceitos e que NÃO coloquem em risco a vida e a saúde das pessoas, garantida a liberdade de opção. Antes de abordar os métodos anticoncepcionais é importante relembrar o ciclo menstrual, observe a figura abaixo, na sequencia vamos explicar melhor. 46 O ciclo menstrual é regulado pelo sistema endócrino e refere-se às mudanças hormonais nas mulheres férteis mensalmente. Esse ciclo é fundamental para a reprodução humana e é dividido em 3 fases: a fase folicular, a ovulação e a fase luteínica. O 1º dia do ciclo menstrual é a descida da menstruação. Ao final da menstruação inicia-se então o desenvolvimento dos folículos nos ovários através da influência dos hormônios folículo estimulante (FSH) e luteinizante (LH). Após vários dias, um dos folículos torna-se dominante, e os restantes atrofiam e morrem. Por volta do meio do ciclo, e 24 a 36 horas depois do pico de liberação do hormônio luteinizante (LH), o folículo dominante liberta um óvulo, o que é chamado de ovulação. Depois deste estágio, o óvulo apenas sobrevive durante 24 horas ou menos caso NÃO ocorra fertilização, enquanto que os resquícios do folículo dominante no ovário se tornam corpos lúteos, produzindo grandes quantidades de progesterona. Esse hormônio altera o endométrio para preparar-se para potenciais nidações de um embrião iniciando-se assim a gravidez. Caso a nidação não ocorra em aproximadamente duas semanas, o corpo lúteo involui, causando quedas abruptas nos níveis de progesterona e de estrogênio e novamente ocorre a menstruação, terminando assim o ciclo. 47 Revise: FSH estimula o desenvolvimento do folículo LH estimula a ovulação Estrogênio e progesterona reveste o endométrio com nutrição e irrigação sanguínea local. Métodos Comportamentais 1. Método Ogino-Knaus (tabelinha); 2. Método da temperatura basal corporal; 3. Método do muco cervical (Billings); 4. Método Sinto-Térmico; 5. Outros métodos Vamos analisar cada método: Método ogino-knaus (tabelinha ou calendário) Baseia-se no fato de que a duração da 2ª fase do ciclo menstrual (pós-ovulatório) é relativamente constante, com a ovulação ocorrendo entre 11 a 16 dias antes da próxima menstruação. 48 A mulher é orientada para registrar, durante pelo menos 6 meses, o 1º dia de cada menstruação. Método da Temperatura Basal Corporal Fundamenta-se nas alterações da temperatura basal que ocorrem na mulher ao longo do ciclo menstrual. Antes da ovulação, a temperatura basal corporal permanece num determinado nível baixo. Após a ovulação, ela se eleva ligeiramente, permanecendo nesse novo nível até a próxima menstruação. O método permite, portanto, por meio da mensuração diária da temperatura basal, a determinação da fase infértil pós-ovulatória. Método do Muco Cervical (billings) 49 Baseia-se na identificação do período fértil por meio da auto-observação das características do muco cervical e da sensação por ele provocada na vulva. No início do ciclo o muco é espesso, grumoso, dificultando a ascensão dos espermatozoides pelo canal cervical. Sob ação estrogênica, produz, na vulva, uma sensação de umidade e lubrificação, indicando o tempo da fertilidade, quando os espermatozoides têm maior facilidade de penetração no colo uterino. Nessa fase, o muco é transparente, elástico, escorregadio e fluido, semelhante à clara de ovo. Método sinto-térmico Baseia-se na combinação de múltiplos indicadores da ovulação, com a finalidade de determinar o período fértil com maior precisão e confiabilidade. Fundamentalmente, ele combina a observação dos sinais e sintomas relacionados à temperatura basal corporal e ao muco-cervical, associada ainda a parâmetros subjetivos (físicos e ou psicológicos) indicadores de possível ovulação. Os parâmetros subjetivos relacionados com a ovulação podem ser, entre outros: - Dor abdominal 50 - Sensação de peso nas mamas, mamas inchadas ou doloridas - Variações de humor e/ou da libido - Outros sintomas e sinais (enxaqueca, náuseas, acne, aumento de apetite, ganho de peso, sensação de distensão abdominal, sangramento inter-menstrual entre outros). Outros métodos comportamentais • Relação sexual sem penetração; • Coito interrompido. Veja como foi cobrado! 10. (AMEOSC Prefeitura de Palma Sola - SC 2016) Os métodos comportamentais anticoncepcionais, também conhecidos como métodos de abstinência periódica, ou métodos naturais, se baseiam em evitar as relações sexuais vaginais no período fértil do ciclo. São exemplos de métodos comportamentais: a) Método do Dispositivo Intra-uterino ou Método do Espermicida. b) Método do Calendário (tabelinha) ou Método da Temperatura corporal basal. c) Método do Dispositivo Intra-uterino ou Método do Muco Cervical. d) Método do Muco Cervical ou Método do Espermicida. Resposta Correta: Letra B. Métodos de barreira ✓ Preservativo masculino ✓ Preservativo feminino ✓ Diafragma e geleia Espermicida 51 Preservativo O preservativo é um método eficaz para o controle da concepção e na prevenção das infecções sexualmente transmissíveis. Os preservativos feminino e masculino NÃO devem ser usados juntos porque o atrito aumenta o risco de rompimento. Diafragma É um método anticoncepcional de uso feminino que consiste num anel flexível, coberto no centro com uma delgada membrana de látex ou silicone em forma de cúpula que se coloca na vagina cobrindo completamente o colo uterino e a parte superior da vagina, impedindo a penetração dos espermatozoides no útero e trompas. A vida média útil do diafragma é em torno de 3 anos. Existem diafragmas de diversos tamanhos, sendo necessária a medição por profissional de saúde treinado, para determinar o tamanho adequado a cada mulher. O diafragma pode ser colocado antes da relação sexual. É importante usar o diafragma todas as vezes que mantiver relações sexuais, independente do período do mês. Deve-se orientar a mulher a urinar e lavar as mãos antes de colocar o diafragma. Em caso de uso com geleia espermicida, aplicá-la dentro da parte côncava do diafragma. 52 Vamos conhecer algumas considerações importantes sobre o uso do diafragma segundo o Caderno de Atenção Básica n° 26 do MS 2013 1. O diafragma deve ser colocado em todas as relações sexuais, antes de qualquer contato entre o pênis e a vagina. 2. Pode ser colocado na hora da relação sexual ou, no máximo, duas horas antes. 3. Pode ser usado com ou sem geleia espermicida. 4. O diafragma só deve ser retirado de seis a oito horas após a última relação sexual, não devendo permanecer mais de 24 horas, com a finalidade de se evitar efeitos colaterais. 5. Quando a mulher está bem orientada, a colocação do diafragma é tão simples quanto a de uma lente de contato e não dói. 6. Não deve ser usado durante a menstruação. 7. Imediatamente depois de retirar o diafragma, deve-se lavá-lo com água e sabão neutro, secá-lo bem com um pano macio e guardá-lo em um estojo, em lugar seco, fresco, não exposto à luz do sol. Não se deve polvilhar o diafragma com talcos, pois podem danificá-lo ou causarem irritação na vagina ou no colo do útero. 8. Quando o diafragma está bem colocado, não atrapalha a relação sexual, nem é percebido pelo homem. A detecção de IST é motivo para suspender o uso do método. O retorno ao uso, ficará condicionado a cura da infecção e reavaliação de risco de nova DST e infecção pelo HIV. Veja como foi cobrado: 11. (FUNCAB FUNASG 2015) O diafragma é um método vaginal de anticoncepção que consiste em um capuz macio de látex ou de silicone côncavo, com borda flexível, que recobre o colo uterino. Sobre o diafragma é correto afirmar: a) Apresentatamanho único e se adéqua à parede vaginal de cada mulher. 53 b) A durabilidade é de aproximadamente dois a três meses, após esse período deverá ser lavado. c) Pode ser usado durante a menstruação e ser retirado 30 minutos após a relação sexual. d) Previne algumas DST e complicações por elas causadas, especialmente gonococos e clamídia. e) Deve ser colocado um dia antes da relação sexual ou, no máximo, vinte horas antes. Comentários: Letra A. Errado, existe diafragma de vários tamanhos sendo necessária a medição por profissional de saúde treinado para determinar o tamanho adequado a cada mulher. O produto de fabricação nacional está disponível nos tamanhos: 60 mm, 65 mm, 70 mm, 75 mm, 80 mm e 85 mm. Letra B, errado, pois a durabilidade do diafragma é de aproximadamente dois a três anos, se observadas as recomendações do produto, após esse período deverá ser trocado. O diafragma deve ser lavado com água e sabão a cada uso. Letra C, errado, deve ser retirado de 6 a 8 horas após a relação sexual. Letra E, errado, pode ser colocado na hora da relação sexual ou, no máximo, duas horas antes Resposta Correta: Letra D. Fique ligado! O diafragma previne algumas DST e complicações por elas causadas, especialmente gonococos e clamídia. Mas não protege contra HIV, HPV, herpes genital e tricomonas porque não recobre a parede vaginal e a vulva. 54 Espermaticidas São substâncias químicas que, quando introduzidas na vagina, destroem ou imobilizam os espermatozoides ou ainda inativam as enzimas necessárias para a penetração deles no óvulo. No Brasil e no mundo, o produto espermaticida à base de nonoxinol-9 (N-9) a 2% é o mais utilizado. O uso de alguns métodos contraceptivos contendo N-9 podem aumentar o risco de transmissão sexual do HIV e outras DST. NÃO é recomendado o uso de espermicida para as mulheres que têm mais de um parceiro sexual ou cujos parceiros têm outros parceiros/parceiras e NÃO usam camisinha em todas as relações sexuais, pois, nessas situações, existe maior risco de contrair doenças sexualmente transmissíveis. Anticoncepcionais Hormonais Orais Os anticoncepcionais hormonais orais são esteroides utilizados isoladamente ou em associação com a finalidade básica de impedir a concepção. 1. Pílula combinada (estrogênio e progesterona) 2. Pílula com progestogênio ou minipílulas. As pílulas combinadas atuam basicamente por meio da inibição da ovulação, além de provocar alterações nas características físico-químicas do endométrio e do muco cervical. No 1º mês de uso, ingerir o 1° comprimido no 1° dia do ciclo menstrual ou, no máximo, até o 5° dia. A seguir, a usuária deve ingerir um comprimido por dia até o término da cartela, preferencialmente no mesmo horário. É importante orientar a usuária para verificar a cartela todas as manhãs no sentido de certificar-se do seu uso no dia anterior. 55 No caso de esquecimento de uso de uma pílula, a mesma deve ser ingerida imediatamente e a pílula regular no horário habitual ou ainda a ingestão das 2 pílulas no mesmo horário. No caso de esquecimento de 2 ou mais pílulas, a usuária pode continuar a tomar a pílula mas deve utilizar, também, um método de barreira ou pode ser orientada a interromper a anticoncepção hormonal oral até a próxima menstruação. Na ocorrência de coito desprotegido, nesse período, orientar a mulher para o uso de anticoncepção de emergência. Nos casos de vômitos e/ou diarreias, com duração de 2 ou mais dias, as relações sexuais devem ser evitadas ou o uso de métodos de barreira devem ser instituídos, pois existem possibilidades da não-absorção dos esteroides da pílula, com consequente perda da ação anticonceptiva. É importante analisar que o uso dos hormônios orais mantém os valores altos de estrogênio e progesterona, dessa forma, exerce um mecanismo de feedback negativo para não produzir FSH e LH e dessa forma não ocorrer a ovulação. Observe na imagem abaixo: Fonte: http://www.ufrgs.br/espmat/disciplinas/midias_digitais_II/modulo_II/pilulas.htm Quando, em um ciclo menstrual normal, ocorre a fecundação e consequentemente a gestação, o próprio corpo da mulher se encarrega de impedir naturalmente que ocorra uma nova ovulação. Isto acontece porque, durante a gravidez, os altos níveis de hCG estimulam a secreção de progesterona e estrógeno que, por sua vez, inibem a produção de LH e FSH. O principal mecanismo de ação dos http://www.ufrgs.br/espmat/disciplinas/midias_digitais_II/modulo_II/pilulas.htm 56 anticoncepcionais orais de uso diário é justamente a manutenção de níveis hormonais constantes (progesterona e estrógeno), assim como ocorre durante a gestação. Observe nessa imagem a diferença do desenvolvimento dos folículos normais e quando usado o anticoncepcional: Fonte: http://www.ufrgs.br/espmat/disciplinas/midias_digitais_II/modulo_II/pilulas.htm Pílulas com progestogênio ou minipílulas Constituídas por progestogênio isolado (geralmente em caixas com 28 ou 35 comprimidos); Nas lactantes, o uso deve ser iniciado após 6 semanas do parto e nas não- lactantes, seu uso é contínuo após o término da cartela (35 comprimidos). Não deve haver interrupção entre uma cartela e outra nem durante a menstruação. http://www.ufrgs.br/espmat/disciplinas/midias_digitais_II/modulo_II/pilulas.htm 57 Anticoncepcionais Hormonais Injetáveis A injeção trimestral pode ser utilizada após os 18 anos de idade, antes dessa faixa etária deve ser evitado o uso de anticoncepcionais só de progestogênio, pelo possível risco de diminuição da calcificação óssea. São os progestogênios ou associação de estrogênios e progestogênios com doses hormonais de longa duração que são administração pela via parenteral (intramuscular) • Progestogênio isolado - administração de progestogênio isolado, via parenteral (I.M) por trimestre • Combinado - associação de estrogênio e progestogênio, para uso parenteral (I.M) mensalmente. Métodos anticoncepcionais durante o aleitamento Vamos avaliar os critérios que influenciam na escolha do nosso método? - O tempo pós-parto; - O padrão da amamentação; - O retorno ou não da menstruação; - Os possíveis efeitos dos anticoncepcionais hormonais sobre a lactação e o lactente. Vamos considerar aspectos importantes de cada método? Pois essa temática é muito cobrada nas provas. 1. LAM (método da amenorreia da lactação) - A liberação da prolactina inibe a ovulação quando o aleitamento é exclusivo e enquanto a menstruação não acontece. Porém, esse efeito anticoncepcional deixa de ser eficiente quando ocorre o retorno das 58 menstruações e/ou quando o leite materno deixa de ser o único alimento recebido pelo bebê. Quando o método LAM deixa de ser efetivo é necessário introduzir outro método, nesse caso é fundamental que esse novo método NÃO influencie na amamentação, a 1ª opção é o DIU e métodos de barreira (preservativo e diafragma). 2. O DIU pode ser inserido imediatamente após o parto, ou a partir de 4 semanas pós- parto. É contraindicado para os casos que cursaram com infecção puerperal, até 3 meses após a cura. DIU deve ser colocado no momento do parto ou 4 semanas após. 3. Deve-se Incentivar o uso do preservativo feminino ou masculino. 4. Iniciar o anticoncepcional oral (minipílula) ou injeção trimestral (acetato de medroxiprogesterona 150 mg/ml) 6 semanas após o parto. 5. O anticoncepcional hormonal oral combinado e o injetável mensal NÃO devem ser utilizados em lactantes, pois interferem na qualidade e quantidade do leite materno e podem afetar adversamente a saúde do bebê. Anticoncepcional de estrógeno é contraindicado durante a lactação. 6. Os métodos comportamentais – tabelinha, muco cervical, entre outros – só poderão ser usados após a regularizaçãodo ciclo menstrual. 59 No caso de mulheres que não podem amamentar 40 dias após o parto introduzir a pílula anticoncepcional comum Contracepções de emergência As conhecidas pílulas do dia seguinte, anticoncepcional pós-coito, ou contraceptivo de emergência, são preparados de um comprimido que contém apenas o progestogênio em uma dosagem alta (1,5 mg) a ser administrada até 72 horas após o coito. Sua eficácia varia conforme o tempo que passa entre o coito e a sua administração. Se administrado em até 72 horas pós-coito, sua eficácia é de 90 a 98%. Pode também ser utilização de pílulas contendo estrogênio e progestogênio associados. NÃO DEVE ser utilizado de forma regular, substituindo outro método anticoncepcional. 1. Tomar as pílulas de anticoncepção de emergência até cinco dias (120 horas) após a relação sexual desprotegida; 2. Quanto mais precoce → maior a proteção. Esquema Yuzpe Anticoncepcionais hormonais orais combinados (etinilestradiol 0,2 mg e levonorgestrel 1 mg), divididos em 2 doses iguais, com intervalo de 12 horas 60 Pílula anticoncepcional de emergência (PAE) Contém apenas levonorgestrel. Comprimido 1,5 mg: dose única - comprimido de 0,75 mg: duas doses, intervalo de 12 horas. Esse método NÃO é abortivo e quando tomada antes da ovulação, inibe ou atrasa a liberação do óvulo do ovário e ainda pode interferir na migração dos espermatozoides do colo uterino às trompas. Se a fecundação já ocorreu a PAE não impedirá e nem atrasará seu desenvolvimento. Veja como caiu na prova! 12. (AOCP EBSERH 2015) Sobre a Anticoncepção de Emergência, assinale a alternativa correta. a) Consiste na utilização de pílulas contendo apenas progestogênio depois de uma relação sexual desprotegida, para evitar gravidez. b) Consiste na utilização de pílulas contendo apenas estrogênio depois de uma relação sexual desprotegida, para evitar gravidez. c) Pode ser usada de forma regular, substituindo outro método anticoncepcional d) A pílula anticoncepcional de emergência – a pílula apenas de progestogênio (levonorgestrel) – pode ser abortiva. e) Não disponibilizar a anticoncepção de emergência fere os direitos sexuais e os direitos reprodutivos das pessoas e a Lei federal nº 9.263, que regulamenta o planejamento familiar. Comentários: Letra A e B, pode ser apenas com progesterona ou combinada. Letra C. Anticoncepção ou contracepção de emergência consiste na utilização de pílulas contendo estrogênio e progestogênio ou apenas progestogênio depois de uma relação sexual desprotegida, para evitar gravidez. Deve ser usada somente como método de emergência, e não de forma regular, substituindo outro método anticoncepcional. 61 Letra D, ainda é presente a ideia de que a pílula anticoncepcional de emergência – a pílula apenas de progestogênio (levonorgestrel) – seja abortiva, hipótese que não tem sido confirmada em vários estudos disponíveis. Resposta Correta: Letra E. DIU (dispositivo intrauterino) Os dispositivos intrauterinos são artefatos de polietileno aos quais podem ser adicionados cobre ou hormônios que, inseridos na cavidade uterina, exercem sua função contraceptiva. Atuam impedindo a fecundação porque tornam mais difícil a passagem do espermatozoide pelo trato reprodutivo feminino, reduzindo a possibilidade de fertilização do óvulo. Para a Organização Mundial da Saúde, o DIU interfere nas diferentes etapas do processo reprodutivo que ocorrem previamente à fertilização. O DIU com levonorgestrel causa supressão dos receptores de estradiol no endométrio, atrofia endometrial e inibição da passagem do espermatozoide através da cavidade uterina. O DIU pode ser inserido a qualquer momento durante o ciclo menstrual, desde que haja certeza de que a mulher não esteja grávida, que ela não tenha malformação uterina e não apresentam sinais de infecção. O DIU deve ser inserido, preferencialmente, durante a menstruação devido à: 1. Se o sangramento é menstrual, a possibilidade de gravidez fica descartada. 2. A inserção é mais fácil pela dilatação do canal cervical. 3. Qualquer sangramento causado pela inserção não incomodará tanto a mulher. 4. A inserção pode causar menos dor. 62 Após o parto o DIU deve ser inserido durante a permanência no hospital, se a mulher já havia tomado esta decisão antecipadamente. O momento mais indicado é logo após a expulsão de placenta. Porém, pode ser inserido a qualquer momento dentro de 48 horas após o parto. Passado este período deve-se aguardar, pelo menos, 4 semanas. O DIU não provoca aborto, porque atua antes da fecundação. Diversos modelos de DIU → mais usado é o “T” de cobre; O DIU recoberto com cobre age inativando ou matando os espermatozoides, impedindo o encontro dos espermatozoides com o óvulo; A fertilidade da mulher retorna logo após a retirada do DIU. Vamos praticar? 13. (FCC TCEPI 2014) Durante as ações educativas sobre planejamento familiar, uma trabalhadora faz a seguinte pergunta: “Qual o momento indicado para a colocação do DIU?” A resposta correta do enfermeiro deverá ser: a) - preferencialmente, durante a menstruação. b) - obrigatoriamente, nos três primeiros dias após a menstruação. c) - obrigatoriamente, cinco dias antes do ciclo menstrual. d) - preferencialmente, na fase estrogênica, entre o 5° e o 14° dia de um ciclo menstrual de 28 dias. e) - habitualmente, na fase de aumento do nível de progesterona, entre o 15° e o 20° dia do ciclo menstrual de 28 dias. 63 Comentários: A colocação do DIU deve ser feita em qualquer momento, mas ela deve ser no período menstrual devido a: 1. Se o sangramento é menstrual, a possibilidade de gravidez fica descartada. – 2. A inserção é mais fácil pela dilatação do canal cervical. 3. Qualquer sangramento causado pela inserção não incomodará tanto a mulher. 4. A inserção pode causar menos dor. Resposta Correta: Letra A. 14. (FCC TRT - 7ª Região (CE) 2009) Planejamento familiar é o direito que toda pessoa tem à informação, à assistência especializada e ao acesso aos recursos que permitam optar livre e conscientemente por ter ou não ter filhos. O número, o espaçamento entre eles e a escolha do método anticoncepcional mais adequado são opções que toda mulher deve ter, na escolha de forma livre e por meio da informação, sem discriminação, coerção ou violência. (MS) Os métodos anticoncepcionais recomendados pelo Ministério da Saúde, nas ações de educação em saúde e orientações no planejamento familiar são a) métodos comportamentais: Billings, Tabela, Temperatura, exceto o método Sintotérmico. b) métodos de barreira: Camisinha masculina e feminina, Diafragma, exceto o uso de Espermaticida. c) anticoncepcionais hormonais: orais (pílula) e injetáveis, exceto o uso de dispositivo intra-uterino (DIU). d) métodos cirúrgicos: laqueadura e vasectomia utilizados para a esterilização definitiva. e) métodos químicos: esponja vaginal, ducha e irrigação intra-vaginal. 64 Comentários: Letra A. Errado, o método sintotérmico está incluído. Letra B. Errado, uso de Espermaticida também é de barreira. Letra C. Errado, pois existe o DIU com hormônio. Letra E. Os métodos de barreira são aqueles que impedem a trajetória do espermatozoide em direção ao óvulo, impondo obstáculos mecânicos e/ou químicos à penetração dos espermatozoides no canal cervical. Os métodos de barreira disponíveis são: condons masculinos e femininos; diafragma; espermaticidas; capuz cervical; e esponjas vaginais. Resposta Correta: Letra D. 15. (IFRS/2014) A adolescente M.I.L. procura o enfermeiro no ambulatório do IFRS para sanar dúvidas sobre métodos contraceptivos. Refere que há dois meses iniciou atividade sexual e está usando, como método contraceptivo,a mesma pílula que o ginecologista receitou para sua melhor amiga. Quer maiores orientações sobre o método em questão e sobre como evitar a gravidez. Diante desta situação, qual a orientação está INCORRETA: a) Utilizar, junto com a anticoncepção oral, preservativo feminino e/ou incentivar seu parceiro a usar preservativo masculino nas relações sexuais no intuito de prevenir doenças sexualmente transmissíveis (DST) e AIDS. b) Sendo o anticoncepcional oral o método contraceptivo de escolha da adolescente, referência–lá ao ginecologista para que o mesmo possa prescrever a pílula mais indicada. c) Continuar tomando a pílula e, caso ocorram efeitos colaterais como aumento de peso e náuseas, procurar o ginecologista. d) Conversar sobre outros métodos contraceptivos, atividade sexual, cuidados com a saúde em geral, buscando estabelecer vínculo com a adolescente. e) Esclarecer dúvidas sobre como evitar uma gravidez indesejada. 65 Comentário: Não deve ser indicado o método de uma pessoa para outra, essa adolescente deve ir ao ginecologista para ser avaliada individualmente. Resposta Correta: Letra C. 16. (FCC AL-MS 2016) Com relação aos métodos contraceptivos, é correto afirmar: a) A laqueadura tubária em gestantes primíparas é realizada, prioritariamente, durante o parto, pois trata-se de um método eficaz no controle da natalidade. b) A vasectomia está contraindicada, por se tratar de um procedimento mais difícil e inseguro, em relação à esterilização feminina. c) A anticoncepção oral de emergência é recomendada como método regular de uso diário, no caso de adolescentes que mantém relações sexuais desprotegidas. d) A camisinha associada a outro método anticoncepcional fornece dupla proteção, incluindo as doenças sexualmente transmissíveis. e) O DIU é um método indicado para as adolescentes com mais de um parceiro que não usam camisinha em toda relação sexual. Comentários: Letra A. Errada, a laqueadura não pode ser feita em primíparas pois é necessário ter pelo menos 2 filhos, além disso pela legislação é proibido fazer a laqueadura no momento do parto. Letra B, a vasectomia é mais fácil e segura que a laqueadura tubária. Observe o posicionamento do Manual do Ministério da Saúde comparando essas duas formas de esterilização definitiva: A esterilização é um método contraceptivo cirúrgico, definitivo, que pode ser realizado na mulher por meio da ligadura das trompas (laqueadura ou ligadura tubária) e no homem, através da ligadura dos canais deferentes (vasectomia). 66 Consiste, no homem, em impedir a presença dos espermatozoides no ejaculado, por meio da obstrução dos canais deferentes. Na mulher, em evitar a fecundação mediante impedimento de encontro dos gametas, devido à obstrução das trompas. A eficácia da vasectomia é alta, utilizando-se a técnica mais moderna sem bisturi, a taxa de falha é de 0,1 a 0,15%. Na laqueadura tubária a taxa de falha é de 0,5%. A recanalização tubária é possível por microcirurgia. Porém apenas 50% das mulheres submetidas a laqueadura tubária apresentam condições técnicas para recanalização. Os relatos dos resultados das microcirurgias apontam para até 90% de taxa de recanalização. Vale ressaltar que nem sempre recanalização significa gravidez e que uma alta proporção das gravidezes após recanalização termina sendo tubária. São poucos os casais que conseguem realizar esta cirurgia, por falta de serviços especializados, desistência devido à necessidade de múltiplos exames ou medo de nova cirurgia. Por estas razões, a esterilização sempre deve ser considerada como definitiva, o que enfatiza a importância de aconselhamento muito cuidadoso e completo dos casais que solicitam estes métodos. Resposta Correta: Letra D. 17. (FCC TRT 3ª região 2015) Em um Programa de Saúde da Mulher, as orientações do Técnico de Enfermagem, quanto aos métodos contraceptivos incluem a) abstenção de relações sexuais no período fértil, para maior eficácia no método Ogino Knaus. b) desconsiderar o uso do preservativo masculino ou feminino, quando associar o método do muco cervical. c) indicar a vasectomia e a ligadura de trompas, em homens e mulheres com capacidade civil plena, a partir de 18 anos de idade ou com pelo menos um filho vivo. d) usar a pílula anticoncepcional de emergência, em até 10 dias após a relação sexual desprotegida. 67 e) considerar o diafragma como método eficiente, quando retirado da vagina, em até 30 minutos após a relação sexual. Comentários: O método Ogino Knaus ou tabelinha deve ser feito acompanhando o ciclo menstrual em 6 meses e para mulheres com ciclos regulares e durante o período fértil identificado deve ser usado método de barreiras ou evitar o ato sexual. Letra B. Errada. Considerar o uso do preservativo sempre será recomendado porque atua na prevenção de infecção sexualmente transmissível. Letra C. Errada indicar a vasectomia e a ligadura de trompas, em homens e mulheres com capacidade civil plena, a partir de 25 anos de idade ou com pelo menos dois filhos vivos. Letra D. Errada, usar a pílula anticoncepcional de emergência, em até 5 dias após a relação sexual desprotegida. Letra E. Errada. Considerar o diafragma como método eficiente, quando retirado da vagina, em até 8 horas após a relação sexual. Resposta Correta: Letra A. 18. (IF-CE 2017) Sobre a anticoncepção na adolescência, é incorreto afirmar-se que a) os anticoncepcionais hormonais combinados, compostos de estrogênio e progestogênio (anticoncepcionais orais combinados, injetável mensal, adesivo anticoncepcional transdérmico e anel vaginal), não devem ser usados na adolescência, pois, em geral, há várias restrições ao uso. b) o diafragma é um ótimo método para adolescentes motivadas a usá-lo e bem orientadas. 68 c) o DIU deve ser usado com cuidado e com acompanhamento rigoroso da menarca até 19 anos de idade, em jovens nulíparas. Há preocupações pelo risco de expulsão e de infecções em mulheres muito jovens. d) os métodos comportamentais (tabela, muco cervical, temperatura basal, entre outros) são pouco recomendados para adolescentes. e) deve ser estimulado o uso da camisinha masculina ou feminina em todas as relações sexuais, por ser o único método que protege contra as DST/HIV/Aids. Comentários: Letra A está incorreta, pois o anticoncepcional que é contraindicado na adolescência é a injeção trimestral. Observe os comentários com relação a uso de anticoncepcionais hormonais na adolescência no CAB n° 26: Em geral, não há restrições ao uso de anticoncepcionais hormonais na adolescência. Os anticoncepcionais hormonais combinados, compostos de estrogênio e progestogênio (anticoncepcionais orais combinados, injetável mensal, adesivo anticoncepcional transdérmico e anel vaginal), podem ser usados desde a menarca. Deve-se, entretanto, evitar o uso de anticoncepcionais só de progestogênio (injetável trimestral e da pílula só de progesterona – minipílula) antes dos 18 anos, pelo possível risco de diminuição da calcificação óssea, pois, para mulheres com menos de 18 anos, há uma preocupação teórica em relação ao efeito hipoestrogênico, especialmente do injetável trimestral. Quando o injetável trimestral é usado na menarca, o bloqueio do eixo hipotálamo-hipófise ovário causa supressão na produção de estrogênio, que aumentaria a reabsorção óssea. Resposta Correta: Letra A. 69 19. (CESPE TRT 8° região 2016) No que diz respeito à assistência de enfermagem aplicada à saúde sexual e reprodutiva da mulher, assinale a opção correta. a) Para garantir maior proteção contra contracepção e doenças sexualmente transmissíveis, o casal deve utilizar simultaneamente preservativos masculino e feminino. b) Cabe ao profissional de enfermagem instruir a pacientesob o correto uso do diafragma como método anticoncepcional, orientando-a a respeito da possibilidade de colocá-lo imediatamente antes das relações sexuais e de retirá-lo logo após o coito. c) Por não apresentar interação farmacológica com os medicamentos antirretrovirais, o método levonorgestrel (da AE) é indicado para as mulheres vítimas de estupro que pretendam utilizar o método de anticoncepção de emergência (AE) para evitar a gravidez e os antirretrovirais para a profilaxia da infecção pelo HIV. d) A mulher que utiliza o preservativo feminino deve ser orientada a colocá-lo pelo menos doze horas antes das relações sexuais, para a prevenção completa contra todas as doenças sexualmente transmissíveis, como HIV/AIDS e vírus do condiloma genital (HPV). e) Para se evitar gravidez indesejada, o método Yuzpe de AE é o de uso mais indicado em um período de até setenta e duas horas após a relação sexual, em caso de atraso menstrual. Comentários: Letra A. Basta usar o preservativo feminino ou masculino. Não pode ser usados juntos, pois pode romper. Letra B. O diafragma deve ser retirado 6 a 8 horas após o coito. Letra D. O preservativo feminino pode ser colocado até 8 horas antes da relação sexual. Letra E. O método Yuzpe é utilizado em até 5 dias após a relação sexual desprotegida. Resposta Correta: Letra C. 70 Finalizamos mais uma aula de saúde da mulher, continue firme nos estudos! 1. (IBFC PREF SP 2016) Entre os princípios da Rede Cegonha, definidos na Portaria que a institui, no âmbito do Sistema Único de Saúde-SUS, não se inclui: a) O respeito à diversidade cultural, étnica e racial. b) A promoção da equidade. c) A garantia da segurança alimentar e nutricional. d) A garantia dos direitos sexuais e dos direitos reprodutivos de mulheres, homens, jovens e adolescentes. e) O respeito, a proteção e a realização dos direitos humanos. 2. (CKM Serviços Pref de Natal 2016) Com previsto pela Portaria Nº 1.459/2011, a Rede Cegonha deve ser implementada, gradativamente, em todo território nacional respeitando-se critérios epidemiológicos, tais como taxa de mortalidade infantil, razão de mortalidade materna e densidade populacional. Sabendo que a operacionalização da Rede Cegonha se desdobra em cinco fases, tem-se uma análise da saúde da mulher e da criança do ponto epidemiológico na seguinte fase identificada corretamente: a) FASE 2: Desenho Regional da Rede Cegonha. b) FASE 1: Contratualização dos Pontos de Atenção. c) FASE 3: Adesão e Controle. d) FASE 4: Certificação. 71 3. (SESA/ CESPE/2013) A Rede Cegonha é uma estratégia do Ministério da Saúde que visa garantir atendimento de qualidade às brasileiras pelo SUS, desde a confirmação da gestação até os dois primeiros anos de vida do bebê. Com relação a esse tema, assinale a opção correta. a) Nos estados ou municípios em que a Rede Cegonha esteja adotada, as grávidas receberão auxílio para o deslocamento até o local das consultas de pré-natal e para a maternidade no momento do parto. b) A gestante deverá realizar seis consultas no primeiro trimestre da gravidez, caso contrário, será desligada da Rede Cegonha. c) A gestante será vinculada compulsoriamente, desde o pré-natal, à Casa da Gestante para realização do parto natural, evitando a peregrinação de mulheres e recém- nascidos nos serviços de saúde. d) O parto normal e domiciliar (natural) é incentivado, o que implica que os hospitais não podem realizar indução hormonal ou utilizar métodos de alívio da dor. e) O pai será incentivado a acompanhar a puérpera e seu filho somente após o parto, ou seja, na unidade de internação materna e neonatal, visando minimizar o risco de infecções para mãe e recém-nascido. Na ausência do pai, a gestante poderá indicar um acompanhante de sua preferência. 4. (SESA/ CESPE/2013) Com base na Portaria Ministerial/SAS n.º 650/2011, que dispõe sobre os planos de ação regional e municipal da rede cegonha, assinale a opção correta. a) Os municípios que não contam com serviços próprios de atenção ao parto e ao nascimento, incluídos os exames especializados na gestação, não poderão aderir ao programa em nenhum outro componente, uma vez que a rede cegonha visa assistência integral. b) A fase 5 de implantação e operacionalização da rede cegonha constitui-se na qualificação dos componentes. 72 c) O responsável pelo monitoramento da rede cegonha em nível estadual é o apoiador temático e apoiador da maternidade. d) Os planos de ação municipais deverão ser elaborados em consonância com o plano de ação regional. e) Dentro das estratégias traçadas para a rede cegonha, estão previstos os centros de parto normal, ou seja, unidades que funcionam em conjunto com as maternidades para humanizar o parto e o nascimento, e contam com atuação privativa de médicos obstetras. 5. (IBFC Pref de SP 2016) Considerando as diretrizes da Rede Cegonha, assinale a incorreta: a) Garantia do acolhimento com avaliação e classificação de risco e vulnerabilidade, ampliação do acesso e melhoria da qualidade do pré-natal. b) Garantia da atenção à saúde das crianças de zero a 48 meses com qualidade e resolutividade. c) Garantia de vinculação da gestante à unidade de referência e ao transporte seguro. d) Garantia das boas práticas e segurança na atenção ao parto e nascimento. e) Garantia de acesso às ações do planejamento reprodutivo. 6 (CESPE TCE 2016) Com relação à assistência de enfermagem na atenção básica à gestante no pré-natal de baixo risco, julgue o item a seguir. A Rede Cegonha, instituída no âmbito do Sistema Único de Saúde, consiste em uma rede de cuidados que visa assegurar à mulher o direito ao planejamento reprodutivo e à atenção humanizada na gravidez, no parto, no puerpério e nos casos de abortamento, bem como à criança o direito a nascimento seguro e a crescimento e desenvolvimento saudáveis. 73 7. (CESPE SEEDF 2017) Acerca de aspectos estatísticos, epidemiológicos e históricos pertinentes às políticas públicas de saúde no Brasil, julgue o item subsequente. A instituição da Rede Cegonha como uma política pública pelo Ministério da Saúde não tem contribuído para a prevenção dos óbitos neonatais evitáveis, dadas as dificuldades em criar condições políticas, institucionais e técnicas para mudar processos de trabalho, garantir direitos de pacientes e, consequentemente, reduzir as taxas de mortalidade infantil (neonatal) e materna. 8. (AOCP EBSERH 2015) Em relação ao planejamento reprodutivo é correto afirmar que a) o termo planejamento reprodutivo é sinônimo de controle de natalidade. b) o controle de natalidade baseia-se no respeito aos direitos sexuais e aos direitos reprodutivos. c) o planejamento reprodutivo implica imposições do governo sobre a vida reprodutiva de homens e mulheres. d) o governo brasileiro pauta-se pelo respeito e garantia dos direitos sexuais e dos direitos reprodutivos e, nesse sentido, coloca-se claramente a favor da política com caráter controlista da natalidade. e) os profissionais de saúde devem procurar compreender as expectativas das pessoas no que diz respeito à reprodução e ajudá-las a concretizarem essas expectativas, respeitando suas escolhas. 9. (FAUEL CISMEPAR – PR 2016) O planejamento familiar é parte integrante do conjunto de ações de atenção à mulher, ao homem ou ao casal, dentro de uma visão de atendimento global e integral à saúde. O planejamento familiar é direito de todo cidadão, observado o disposta Lei 9.263 de 12 de janeiro de 1996. De acordo com esta lei, somente é permitida a esterilização voluntária nas seguintes situações: 74 a) Em homens e mulheres com capacidade civil plena e maiores de trinta anos de idade ou, pelo menos, com dois filhos vivos. b) Risco à vida ou à saúde damulher ou do futuro concepto, testemunhado em relatório escrito e assinado por dois médicos. c) Em homens e mulheres com capacidade civil plena e maiores de trinta anos de idade ou, pelo menos, com três filhos vivos. d) Risco à vida ou à saúde da mulher ou do futuro concepto, testemunhado em relatório escrito e assinado pelo médico e pelo cônjuge autorizando o procedimento cirúrgico. 10. (AMEOSC Prefeitura de Palma Sola - SC 2016) Os métodos comportamentais anticoncepcionais, também conhecidos como métodos de abstinência periódica, ou métodos naturais, se baseiam em evitar as relações sexuais vaginais no período fértil do ciclo. São exemplos de métodos comportamentais: a) Método do Dispositivo Intra-uterino ou Método do Espermicida. b) Método do Calendário (tabelinha) ou Método da Temperatura corporal basal. c) Método do Dispositivo Intra-uterino ou Método do Muco Cervical. d) Método do Muco Cervical ou Método do Espermicida. 11. (FUNCAB FUNASG 2015) O diafragma é um método vaginal de anticoncepção que consiste em um capuz macio de látex ou de silicone côncavo, com borda flexível, que recobre o colo uterino. Sobre o diafragma é correto afirmar: a) Apresenta tamanho único e se adéqua à parede vaginal de cada mulher. b) A durabilidade é de aproximadamente dois a três meses, após esse período deverá ser lavado. c) Pode ser usado durante a menstruação e ser retirado 30 minutos após a relação sexual. d) Previne algumas DST e complicações por elas causadas, especialmente gonococos e clamídia. 75 e) Deve ser colocado um dia antes da relação sexual ou, no máximo, vinte horas antes. 12. (AOCP EBSERH 2015) Sobre a Anticoncepção de Emergência, assinale a alternativa correta. a) Consiste na utilização de pílulas contendo apenas progestogênio depois de uma relação sexual desprotegida, para evitar gravidez. b) Consiste na utilização de pílulas contendo apenas estrogênio depois de uma relação sexual desprotegida, para evitar gravidez. c) Pode ser usada de forma regular, substituindo outro método anticoncepcional d) A pílula anticoncepcional de emergência – a pílula apenas de progestogênio (levonorgestrel) – pode ser abortiva. e) Não disponibilizar a anticoncepção de emergência fere os direitos sexuais e os direitos reprodutivos das pessoas e a Lei federal nº 9.263, que regulamenta o planejamento familiar. 13. (FCC TCEPI 2014) Durante as ações educativas sobre planejamento familiar, uma trabalhadora faz a seguinte pergunta: “Qual o momento indicado para a colocação do DIU?” A resposta correta do enfermeiro deverá ser: a) - preferencialmente, durante a menstruação. b) - obrigatoriamente, nos três primeiros dias após a menstruação. c) - obrigatoriamente, cinco dias antes do ciclo menstrual. d) - preferencialmente, na fase estrogênica, entre o 5° e o 14° dia de um ciclo menstrual de 28 dias. e) - habitualmente, na fase de aumento do nível de progesterona, entre o 15° e o 20° dia do ciclo menstrual de 28 dias. 14. (FCC TRT - 7ª Região (CE) 2009) Planejamento familiar é o direito que toda pessoa tem à informação, à assistência especializada e ao acesso aos recursos 76 que permitam optar livre e conscientemente por ter ou não ter filhos. O número, o espaçamento entre eles e a escolha do método anticoncepcional mais adequado são opções que toda mulher deve ter, na escolha de forma livre e por meio da informação, sem discriminação, coerção ou violência. (MS) Os métodos anticoncepcionais recomendados pelo Ministério da Saúde, nas ações de educação em saúde e orientações no planejamento familiar são a) métodos comportamentais: Billings, Tabela, Temperatura, exceto o método Sintotérmico. b) métodos de barreira: Camisinha masculina e feminina, Diafragma, exceto o uso de Espermaticida. c) anticoncepcionais hormonais: orais (pílula) e injetáveis, exceto o uso de dispositivo intra-uterino (DIU). d) métodos cirúrgicos: laqueadura e vasectomia utilizados para a esterilização definitiva. e) métodos químicos: esponja vaginal, ducha e irrigação intra-vaginal. 15. (IFRS/2014) A adolescente M.I.L. procura o enfermeiro no ambulatório do IFRS para sanar dúvidas sobre métodos contraceptivos. Refere que há dois meses iniciou atividade sexual e está usando, como método contraceptivo, a mesma pílula que o ginecologista receitou para sua melhor amiga. Quer maiores orientações sobre o método em questão e sobre como evitar a gravidez. Diante desta situação, qual a orientação está INCORRETA: a) Utilizar, junto com a anticoncepção oral, preservativo feminino e/ou incentivar seu parceiro a usar preservativo masculino nas relações sexuais no intuito de prevenir doenças sexualmente transmissíveis (DST) e AIDS. b) Sendo o anticoncepcional oral o método contraceptivo de escolha da adolescente, referenciá–la ao ginecologista para que o mesmo possa prescrever a pílula mais indicada. 77 c) Continuar tomando a pílula e, caso ocorram efeitos colaterais como aumento de peso e náuseas, procurar o ginecologista. d) Conversar sobre outros métodos contraceptivos, atividade sexual, cuidados com a saúde em geral, buscando estabelecer vínculo com a adolescente. e) Esclarecer dúvidas sobre como evitar uma gravidez indesejada. 16. (FCC AL-MS 2016) Com relação aos métodos contraceptivos, é correto afirmar: a) A laqueadura tubária em gestantes primíparas é realizada, prioritariamente, durante o parto, pois trata-se de um método eficaz no controle da natalidade. b) A vasectomia está contraindicada, por se tratar de um procedimento mais difícil e inseguro, em relação à esterilização feminina. c) A anticoncepção oral de emergência é recomendada como método regular de uso diário, no caso de adolescentes que mantém relações sexuais desprotegidas. d) A camisinha associada a outro método anticoncepcional fornece dupla proteção, incluindo as doenças sexualmente transmissíveis. e) O DIU é um método indicado para as adolescentes com mais de um parceiro que não usam camisinha em toda relação sexual. 17. (FCC TRT 3ª região 2015) Em um Programa de Saúde da Mulher, as orientações do Técnico de Enfermagem, quanto aos métodos contraceptivos incluem a) abstenção de relações sexuais no período fértil, para maior eficácia no método Ogino Knaus. b) desconsiderar o uso do preservativo masculino ou feminino, quando associar o método do muco cervical. c) indicar a vasectomia e a ligadura de trompas, em homens e mulheres com capacidade civil plena, a partir de 18 anos de idade ou com pelo menos um filho vivo. 78 d) usar a pílula anticoncepcional de emergência, em até 10 dias após a relação sexual desprotegida. e) considerar o diafragma como método eficiente, quando retirado da vagina, em até 30 minutos após a relação sexual. 18. (IF-CE 2017) Sobre a anticoncepção na adolescência, é incorreto afirmar-se que a) os anticoncepcionais hormonais combinados, compostos de estrogênio e progestogênio (anticoncepcionais orais combinados, injetável mensal, adesivo anticoncepcional transdérmico e anel vaginal), não devem ser usados na adolescência, pois, em geral, há várias restrições ao uso. b) o diafragma é um ótimo método para adolescentes motivadas a usá-lo e bem orientadas. c) o DIU deve ser usado com cuidado e com acompanhamento rigoroso da menarca até 19 anos de idade, em jovens nulíparas. Há preocupações pelo risco de expulsão e de infecções em mulheres muito jovens. d) os métodos comportamentais (tabela, muco cervical, temperatura basal, entre outros) são pouco recomendados para adolescentes. e) deve ser estimulado o uso da camisinha masculina ou feminina em todas as relações sexuais, por ser o único método que protege contra as DST/HIV/Aids. 19. (CESPE TRT 8° região 2016) No que diz respeito
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