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Organizadores: Wilson Teixeira M. Cristina Motta de Toledo Thomas Rich Fairchild Fabio Taioli textos Decifrando a Terra preenche uma lacuna na literatura didática em Geociências. Com abordagem introdutória apresenta a dinâmica natural do planeta Terra de forma moderna. Seu escopo multidisciplinar explicando conceitos básicos das Ciências Geológicas está voltado ao estudante universitário nos cursos de Geologia, Geofísica, Geografia, Biologia, Química, Oceanografia, Física e Engenharias, bem como ao púb l i co in teressado em compreender como funciona seu Planeta. Ao enfatizar o papel do ser humano como agente transformador da superfície terrestre, induz o leitor a uma reflexão responsável sobre assuntos que afetam o desenvolvimento da sociedade. Patrocinadores: Vâ VOTORANTIM CIMENTOS Í ndice p r e f a c i o O PLANETA TERRA F. SI 'AS O RIG EN S..................................................... - ......... - 1.1 I .siruiura Jo L mveiso............................................. - ........................................... ...... I.? G ano Nasceu o Universo.......................................................................................... 1.3 ! .vohição F-stdar e Formação dos Elementos.......................................................... 1.1 < > Sisicma Solar.......................................................................................................- .... 1.3 Meteoritos................................................... ............. ......... .......................................... 1.0 Pbuetoloi»i:i Comparada........................................................ ..................................... I. ‘ Pcrspcrivas do Estudo do Universo.......................................................................... .13 , r ,24 'J MINERAIS E ROCHAS: CONSTITUINTES DA TERRA SÓLIDA 2.1 Minerais-. l n idades Constituintes das Rochas.......... —........................ 2.2 Rochas: Unidades Formadoras da Crosta -.......................... .............. .27 28 3 7 * SISMICIDADL L LSTRUTl RA INTERNA DA FERRA 3.1 í ) t«iK K o Terremoto?.................................................. 3.2 Estrutura Interna da Terra............................................. 3.3 Medindo os Icrremotos................................................ 3.4 Sismieid.nic Mundial....................................................... . .43 44 4“ 30 31 4 INVÉS FICANDO O IN FERIOR DA FERRA.......................................................................................03 4.1 l ) ijne è a ( ir.ividade................................................................................................................................. 64 4.2 Medindo a G rautbde.............................................................................................. 6r> 4 3 A Forma dn le r ra .................................................................... 60 4.4 Interpretando Anomalias G ravina: n icas...................................................................... 6” 1.3 O Principio da Isuslasia........................ 69 4.0 A lerra como um Imenso Imã............................................................. 71 4.7 Represenraeão Verorial do Campo Magnético.......................................................................................74 4.8 A Magnetosleiu....................................................................................... ~4 4.9 Pnr ijiie o Campo Magnético ê Variavel .............................. 76 4.10 Mapas Magnéticos e Anomalias Magnéticas...................................................... 7“ 1.11 O Mecanismo de Dínamo na Geração do Campo Magnético...........................................................78 4.12 O Magnetismo da Terra no Passado Geológico.......................................................... 79 4.13 A I li>l<>ria ( Iravuda da> Imersões de Polaridade................................................. 80 1.14 Magnetismo elas Rochas e a Deriva dos Continentes.............................. 81 5 A COMPOSIÇÃO E O CALOR DA TERRA............................................ ..............................................83 .3.1 I n I ri kl ucà» >............................................................. 84 3.3 Modelos de Estrutura e Composição..................................... 83 3.3 O Caloi do liucriut da Terra.................................................. ................................................................. <)f| d TEC.TÒ NICA GLOB AI.............................................................................................................. ................. (>. I O Surgimento da Teoria ela Deriva Continental..... ...................................................................... 6.2 Anos 30: O Ressurgimento da Tcutia da Deriva Continental................. ..................................... 6.3 O Surgimento da Teoria da Teetôniea Global...................... ......................................................... 6.4 Placas lectcmicas.............................................................................................................................. (>.:• A 1 ).mça dos Continentes.................................................................... ........................................... ..97 ..98 ... 90 l " | nu vl NDICC c i c l o da ACii a . Ac u a s u b t e r r â n e a e su a a ç ã o G EOLÓGICA............~................113 I O Moviifícnrn ã c . Agua no Sistema Terra Ciclo I lidrológico.................................................... 11 1 7.2 Água no Subsolo: Agua Suhrcrrânca.......... ...................................... .............................................. I I ̂ “.3 Ação Geológica da Agua Subterrânea..................................................................•....................... 1 ^ 8 ÍNTEM PERISM Ü L FORMAÇÃO DO SO LO ................................................................................. I V) \ 8.1 Tipos de Imempensmo................................................ ................. ............................................. '*11 8A Incnipurisnio, Erosào e Sedimentação................................................................................- ......... 1 TI 8.3 \< Reações do IntcmpcriMiio........ -.................... .............................................................- ......... M l 8.4 Distribuição dos Processos de Alteração na Superfície da Terra......... -....................................... 148 8.3 Laiotes que Controlam a .Alteração Inrempcrica................................... -......................... ........ I 3<i 8.6 Produtos do Imempensmo.............................................................................................................. 13 «) SEDIM ENTOS E PROCESSOS SEDIM ENTA RES........................................................................1*7 9.1 Como Formas e Processos r»c Relacionam?........................................................... ....................... 1 " 9.2 Biografia de um Gruo de Areia........................................ - ............................... ...... — ........... . 1 T<l 9.3 Sedimentos que Nâo São Grãos: <> Transporte Químico fiónieo; ................................................ I 4 9.4 Dando Numes aos Sedimentos ...................... ......................................................................... I75 9.8 Categorias de Transporte Mecânico ............................................................................................. 179 UI RIOS E PROCESSOS ALUVIAJS............................................. ......... ......................... - .......................191 10.1 Bacias de Drenagem......................... .................................... ....................... - ............................. 19?. 10.2 Rios.................... .......................................................................................... -....................................196 10.3 Leques Aluviais e Dclrnicos.............................................................. ........... ................................... 200 |0.4 Os Depósitos Al livrais no Registro Geológico................................................................... -92 11 AÇÃO GEOLÓGICA DO G ELO ....... ............................... 215 11.1 Gelo c Geleiras.............................. ............................................................................ .....................216 11.2 Açàu Glacial 'lerrestre ...............-......................................................................................... .....222 11.3 Ação Glacial Marinha..................................... 238 11.4 Glaeiarão ao Dingo du Tempo Geológico............. *......................... ............................................242 ] 1 Causas das ( ilaciaçncs ............................................ ................................................ ......................... 213 12 PROCESSOS EÓLICOS E A AÇÃO DOS VENTOS ..................................................... ........... 2-17 12.1 Cs Mecanismos de Transporte e Sedimentação................... 250 1 > } Registros Produzidos pelo Vento......................................................................................................2.i2 12.3 Depósitos Eólicos Importantes na lisrórU Geológica do Planeta............................................. 759 12.4 Características Mincralógicns e Físicas dos Sedimentos Eólicos.......................................................259 12.5 Registros Sedimentares Eólicos Anugos........................................................................................... 259 13 PROCESSOS OCEÂNICOS 1 A FISIOGRAFIA DOS H IN IlO S M ARINHOS.................... 261 13 1 (i Relevo dos Oceanos............. 262 13.2 A Origem e a Distribuição dos Scdimc.nrox tios Fundos Oceânicos .Atuais.................................. 266 13.3 Processos Responsáveis pela Distribuição de Sedimento* Marinhos...............................................268 13.4 \ Eisiografía da Margem Continental Brasileira r o Fundo Oceânico Adjacentr........................... 2 5 132) Ocupação, Conhecimento e Exploração do litoral e Margem Continental Brasileira.... 281 13.6 Perspectivas da Exploração dos Fundos Oceânicos ................................................................ 283 Índice vii 14 DEPÓSITOS E ROCHAS SED IM EN TA RES...............................................................................*.....285 I I 'Iransloi mando Sedimentos cm Rochas Sedimentares................................................................... 288 4.2 C omponentes de Rochas Sedimentares............................................................................................292 14.3 l);md<» Nomes às Rochas Sedimentares......................................................................................... 2.93 14 I Pura cjue Servem as Rochas c Depósitos Sedimenrarex................................................................... 301 13 LM UUSCA DO PASSADO DO PLANETA: T E M PO G E O L Ó G IC O ....................................... 305 15.1 < orno Surgiu a Geologia e uma Nova Concepção tio Tem po.....................................................30? 15.2 Daraeãn Relativa e- o Estabelecimento da Escala de Tempo Geológico........................................ 314 D. * Principio* e Métodos Modernos de Duração Absoluta................................................................. 320 15.4 A l lumantdadc e o Tempo Geológico.............................................................................. ............ 326 16 ROCHAS ÍGNEAS ........................................................ .................................. ........................ ............... 327 16.1 Magma: Características c Processos de Consolidação.................................................................. 329 16.2 Variedade c Características das Rochas ígneas ................................................................................ 335 16.3 Rochas Inirusivas: Modos de Ocorrência c Estruturas.....................................................................342 16.4 Magmarismo e Tcctôiuca dc Placas....... .................................................................................. 5-15 17 VU1.C.AN1SMO: PRODUTOS L IMI*OKTÂN€lA PARA A VIDA.................................................347 l".l Conhecendo os Produtos Vulcânicos............................................................................................... 350 1 .2 Morlologia dc um Vulcão......................................................................... 361 17. 3 Estilos Lrupdvos................................................................................................................................ 364 I~.4 Vulcanismo e stiiis Efeitos no Meio Ambiente.............................................................................. V 3 1 I Possível Prever Riscos Vulcânicos?................................................................................................375 I “ 6 Vulcanismo e seus Benefícios............................................................................................................ 379 18 ROCHAS MLTAMÚKE1CAS............................................................. ...............„ ............................... ....381 18.1 Evolução Histórica dos F.smdos sobre Mcramorfísmn ................................................................. 383 18.2 L•atores Condiciónatitcs do Mcrnmorffemo...................................................................................... 384 18.3 Processos Físic.o-tjuímicoç do Metanv trfismo...... ........................................................................ 386 18.4 Tipo de Meramorftsmo..................................................................................................................... 388 18.5 Sistemática do Esntdo Grológko dos Terrenos Metamórficos............................................ .39 18.6 Mineralogia, Tcxmras c l;siniturns dc Rochas Metamórficas................................................ 393 18.7 Nomenclatura dc Rochas Mctamórficas .................................................................................... 395 18.8 Rochas Mcraniortica* c a Tcciónica G lobal................................................................................. 39" 19 ESTRl 1TI 'R AS F.M ROC1 IAS.................................................................................................... 399 19.1 Princípios Mecânicos da Ddórmaçáo...............................................................................................400 19.2 Formando Dobras..............................................................................................................................406 19.3 Formando Falhas............................................................................................................................... 111 20 RECURSOS HÍDRICOS............................................................................................................................ 121 20.1 .Abundância c Distribuição dc Água Doce no Planeta.................................................................... 123 20.2 Demanda de Água.............................................................................................. 422 20 3 Impactos das Am idades Auiiúpícas nos Recursos Hídricos..........................................................42" 20.4 O Recurso Hídrico Subterrâneo........................................................................................................ 427 20.5 A Iníluèiicia das Atividades Anrrópicas nos Recursos I lídricos Subterrâneos .. 430 2-0 6 A Contaminação da Água Subterrânea............................................................................................ 435 20." Proteção das Águas Subterrâneas...................................................................... 142 v i i i ÍNDICE 21 RECURSOS M IN E R A IS.......................................................................................................................................*445 21.1 D epósito M ineral: C onceitos B ásicos...................................................................................................................‘140 21.2 O s Principais T ipos G encricos de D epósitos M inerais - Feições E ssencia is .......................................450 21.3 T ectònica G lobal c D epósitos M inera is.............................................................................................................461 21.4 D escob rindo N o v o s D epósito s M in era is ............................................................................................................ 462 21..5 Panoram a dos Recursos M inerais do B rasil.....................................................................................................463 21.6 R ecursos M inerais c C iv ilização ...............................................................................................................................4(> 2? 23 24 R E C U R S O S E N E R G É T I C O S ............................................................................................................. 22.1 B iom assa .............................................................................................................................................. 22.2 C om bustíveis F ó s s e is ..................................................................................................................... 22.3 Energia N u c le a r ......................... ..................................................................................................... 22.4 E nerg ia G c o té rm ic a ........................................................................................................................ 22.5 H id re le tric idade ................................................................................................................................ 22.6 O u tras Fontes dc E n e rg ia ............................................................................................................ PLANETA TERRA: PASSADO, PR ESEN TE E F U T U R O ......................................... 23.1 (> R itm o e Pulso da T e r r a ........................................................................................................... 23.2 As U nhas M estre d a H istória da T e r ra ................................................................................... 23.3 Tendências Seculares na H istória G e o ló g ic a ......................................................................... 23.4 Ciclos A stronôm icos e G e o ló g ic o s ......................................................................................... 23.5 E ven tos Singulares e seus E le ito s ............................................................................................. A TERRA, A H U M A N ID A D E E O D ESE N V O LV IM E N T O SUSTENTÂVEI 24.1 C om o N asceu o C onceito de D esenvo lv im en to S u sten táv e l........................................ 24.2 \ G lobalização e a D inâm ica Social do Final do Século \ \ ........................................ 24.3 Papel das G eocièncias no Século \ \ 1 ................................................................................... 24.5 G lobalização versus S usten tab ilidadc ...................................................................................... ...4 7 1 .... 472 .... 472 .... 480 .... 482 .... 488 .... 48*) .....493 .... 495 .... 499 ....500 ....506 517 521 522 524 528 BIBLIO GRAFIA CO M PLEM EN TAR 529 APÊN D IC E I APÊNDICE II A PÊN D IC E 111 A PÊN D IC E IV APÊNDICE V APÊN D IC E VI Classificação Sistemática de Minerais e seus Usos Conversão de U n id ad es................................................. Dados Num éricos sobre a T erra.............................. Minerais com o Fonte de Elem entos Q uím icos .. Minerais Empregados em sua Forma Natural..... Resistência Mecânica de algumas R ochas............ 533 537 538 539 544 548 549Í N D I C E REMISSIVO P R E F Á C IO Decifrando a Terra objetiva preencher uma lacuna há muito sentida na literatura cidática em Geociências, substituindo textos anteriores em língua portuguesa, tradicionalmente utilizados pela comunidade universitária. Apre senta uma temática introdutória porém ampla e moderna, acerca da dinâmica natural do planeta Terra. Seu escopo multidisciplinar enfoca conceitos básicos das Ciências Geológicas e está voltado às necessidades do estudante universitário nos cursos de Geologia. Geofísica. Geografia. Biologia, Química, Oceanografia. Física e Engenharias, entre outros, bem como ao leitor leigo interessado em compreender como seu planeta funciona. Ao enfatizar o papel do ser humano como agente transformador da superfície terrestre, induz o leitor a uma reflexão responsável sobre assun tos que afetam o desenvolvimento da sociedade. Em seus dois anos de maturação, o projeto Decifrando a Terra reuniu mais de 30 conceituados cientistas da Universidade de São Paulo e resulta, agora, nesta obra de excelente qualidade didática e gráfica, organizada em 24 capítulos ricamente ilustrados, que aborda em linguagem acessível os processos geológicos internos e externos da Terra, com ênfase em exemplos brasileiros e sul-americanos sem. no entanto, descartar casos clássicos da literatura especializada Termos técnicos importantes estão destacados em negrito ao longo do texto, sendo objeto de um índice remissivo no final do livro. Tópicos e temas complementares muito atuais são também apresentados, tais como Geologia. Sociedade e Meio Ambiente. Desenvolvimento Sustentável. Alteração Superficial, problemas de Poluição de Solo e Aquíferos. Recursos Minerais, Hídricos e Energéticos, e ainda as perspectivas da Geologia como Ciência. Como não e possível abordar a totalidade dos temas ou mesmo aprofundar determinados assuntos para os leitores mais críticos, uma bibliografia especifica é apresentada ao final de cada capítulo. O livro ainda reúne em sua parte final uma série de apêndices com tabelas que complementam informações de interesse mais geral. Coube aos editores a responsabilidade pela decisão final da temática e forma da obra além da leitura crítica As ilustrações receberam especial cuidado na sua definição e elaboração, com assessoramento direto dos autores Muito desse material é propositadamente descritivo, de modo a trazer ao leitor os fundamentos teóricos complementa res para melhor entendimento do texto. Para as imagens fotográficas neste livro foi utilizado material cedido de acervos pessoais dos autores, colegas e estudantes, bem como imagens colhidas de publicações especializadas e de dife rentes fontes da Internet. Nesta oportunidade, os autores expressam seus agradecimentos aos docentes, funcionários e alunos da Universidade de São Paulo (USP). bem como a diversas outras pessoas e instituições colaboradoras. que tornaram possível a conclusão deste projeto, em especial o apoio do Instituto de Geociências (IGc) da JSP e ao gerenciamento financeiro realizado pela Fundação de Estudos e Pesquisas Aquáticas - Fundespa. Agradecemos particularmente aos seguintes colaboradores por sua participação em diversas etapas do trabalho A Gambarini. Alen P. Nutman. A. Ruellan. A. V. Suhogusoff. A. V. Morgan/Un. of Waterlco. A. P. Dunnbark. Carl O Dunbar Jr.. C. Cingolani, C. H Grohman de Carvalho, C. M. Noce. C Schobbenhaus/DNPM, C Secchin. E. Hefter. E. Molina, F Munizaga. F Penalva (in memoriam). F. R. Alves. G. Slavec, G Leonardi. I. Wahnfried, J. D Griggs do U. S Geological Survey, J.W. Schopf/Precambian Paleobiology Research Group, J J Bigarella. J. Florence/Un. of Arizona News Services, L L Casais e Silva. L. G. SanfAnna. L. M. Victor/lnst. Geofísico da Un. de Lisboa. Massaru Yoshida/ Osaka City Univ.. M. A.Chamadoira. M. Coutinho. M. Hambrey. N. Ussami, O Bortolotto. P. Abon, P Comin-Chiaramonti P R Renne, P Tackley, R Andreis. R. G de Araújo. R. Linsker, R. L Christiansen do U. S. Geological Survey. R. P Conde, R. Símone. R. Trouw, R. Trindade. R. Linsker. S. B. Citrone. S. F. Beck. S N Saito, S. S Gouveia. S. C Morris/Un of Cambridge. S. M Stanley. M. K. Blaustein/ Departament of Earth&Planetary Sciences. T C Samara. Thomas M Fairchild W. Shukovsky. W. K. Hartmann/Planetary Science Institute. Zig Koch e às seguintes instituições: British Geological Survey. Companhia de Energia do Estado de São Paulo - CESP, Geological Survey of Japan. Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE/S.J. dos Campos. Instituí of Technology Development/Space Remote Sensing Center. Instituto de Investigação Científica Tropical. IPT, John Wiley&Sons International Rights. NASA. NOAA. The McGraw-HilI Companies, United States Geological Survey. Wm. C. Brown Publishers. Os editores agradecem, sobretudo, ao valioso patrocínio financeiro concedido pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM) e pelo Grupo Votorantim-Cimentos. sem o que não teria sido possível concluir o projeto Decifrando a Terra. Por fim. somos gratos à Editora Oficina de Textos que se propôs a publicar uma obra desta magnitude pela primeira vez no Pais, obra esta que esperamos seja uma referência para os universitários interessados em conhecer o nosso planeta Terra Sobre os patrocinadores: A Agência Nacional do Petróleo- ANP - tem por missão regular a indústria de petróleo e gás natural, contratando, regulamentando e fiscalizando suas atividades, promovendo a livre-concorrência e o desenvolvimento nacional, sempre com o espirito de preservação do interesse público e do meio ambiente. A Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração - CBMM - sediada em Araxà. MG, desenvolve a extração, benefic iam ento e ind ustria liza ção do m inério de n ióbio . É a p rinc ipa l fo rnecedora de produtos de nióbio no m ercado m undial e a única em presa produtora presente em todos os segm entos do m ercado. A CBMM atende à totalidade da demanda nacional e exporta seus produtos para 45 países. Considerando a atual taxa de- consumo de nióbio, a reserva mineral da CBMM pode atender por vários séculos às necessidades deste recurso em todas as suas formas - ligas, óxidos e nióbio metálico. A Votorantim é um grupo com mais de 80 anos de existência, que se dedica a atividades como a metalurgia e mineração, a produção de cimento e papel, bem como à atuação na agroindústria, indústria química, na produção de energia e em serviços financeiros. O Grupo Votorantim, um dos cinco maiores conglomerados industriais de capital 100% nacional, destaca-se pela qualidade de seus produtos e serviços, estando presente em todas as regiões do Brasil, por meio de suas várias empresas que se voltam inclusive para a exportação de seus principais commodities. como o alumínio, o zinco, o níquel, a celulose e o suco de laranja. Sobre os organizadores/editores • W ilson Teixeira: Geólogo (1974), Mestre (1978). Doutor (1985), Livre Docente (1992) e Professor Titular (1996) pelo IGc-USP Professor Titular (1996) do Departamento de Mineralogia e Geotectônica. bem como Diretor deste Instituto desde dezembro de 1999. Realiza pesquisas em Geocronologia e Geotectônica. Membro titu lar da Academia Brasileira de Ciências desde 1998 É assessor cientifico da FAPESP. pesquisador e membro titular do comitê assessor do CNPq. bem como assessor ad hoc da CAPES. Foi membro titular do Conselho Editorial do Boletim - IGc (1997-1999) e-mail: wteixeir@usp.br • Maria Cristina Motta de Toledo : Geóloga (1977), Mestre (1981), Doutora (1986) e Livre Docente (1999) pelo IGc- USP. Professora Associada do Departamento de Geologia Sedimentar e Ambiental deste Instituto. Reponsável por um programa de divulgação das Geociências junto à Secretaria Estadual de Cultura e a Secretarias Municipais de Cultura e Escolas de 1° e 2 ' graus no Estado de São Paulo, de 1991 a 1995 Realiza pesquisas em Geoquimica de Superfície. Foi Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Geoquimica e Geotectônica do IGc-USP de 1995 a 1996 e editora associada da Revista Geochimica Brasiliensis de 1996 a 1999. e-mail: mcristol@usp.br • Thomas Rich F a irch ild : Bacharel em Geologia (1966) pela Stanford Umversity (EUA) e Doutor (1975) pela Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA. EUA) Professor Doutor do Departamento de Geologia Sedimentar e Ambiental do IGc-USP Realiza pesquisas em Paleontologia do Pré-Cambnano. Em 1966, veio ao Brasil pela primeira vez pelo Corpo da Paz (Peace Corps), programa governamental criado pelo Presidente Kennedy. atuando durante três anos como auxiliar de ensino na Escola de Florestas (Curitiba) da Universidade Federal do Paraná - UFPR e-mail trfairch@ usp.br. • Fabio Taioli: Geólogo (1973) pelo IGc-USP, Mestre em Mining Engineering (1987) pela Pennsylvama State Umversity (EUA), Doutor (1992) e Livre Docente (1999) pelo IGc-USP. Professor Associado do Departamento de Geologia Sedimentar e Ambiental deste Instituto. Trabalhou como Geofísico na Petrobrás (1974/75) e no Instituto de Pesquisas Tecnológicas (1975/95). Desenvolve pesquisas nas áreas de Mecânica de Rochas. Geologia de Engenharia. Geofísica Aplicada e Geologia Ambiental. Ativo na Associação Brasileira de Geologia de Engenharia e Sociedade Brasileira de Geofísica É assessor científico da FAPESP. CNPq, CAPES e FINEP e-mail: ftaioli@usp.br /-------------- \ INSTITUTO DE GEOCIENCIAS Professores Doutores Daniel A ten do Professores Associados: M arcelo Sousa d e Assum pção Professores Titulares: G erge ly A ndres Julio S zabó M árcia Ernesto A n tô n io C arlos R ocha C am pos lan M cR eath Leila Soares M arques Cláudio Riccomini Ivo Karm ann INSTITUTO OCEANOGRÁFICO Jorg e Silva Bettencourt João M oreschi U m berto G iuseppe C ordani José Barbosa M adure ira F ilho Professores Doutores W ilson Teixeira Professores Associados: M arly Babinski P aulo C e sar Fonseca G iannin i R icardo H irata Michel M ichaelovitch Mahiques M oyses G onsa lez Tessler C o lom bo C elso G aeta Tassinari Excelso Ruberti Thom as Rich Fairchild ESCOLA SUPERIOR DE AGRONOMIA E AGRICULTURA Fabio Taioli Professor Assistente LUÍS DE QUEIROZ Joe l Barbujiam S ígo lo M arcos Egyd io S ilva M ana C ristina M otta de Toledo C orio lano de M arins D ias Neto INSTITUTO Professor Titular A dolpho José Melfi P au lo R oberto Santos Rõm ulo M achado ASTRONÔMICO E GEOFÍSICO UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ S ôn ia M aria B arros de O live ira Professor Titular Igor Ivory G il Pacca Professor Assistente Fernando M ancim mailto:wteixeir@usp.br mailto:mcristol@usp.br mailto:trfairch@usp.br mailto:ftaioli@usp.br O PLANETA TERRA E SUAS ORIGENS U m b e r t o G . C o r d a n i 2 D e c i f r a n d o a T e r r a O ic tt cm que vrvcmt*s c h irm.td* • pcif• mc* isutcm l que cnmpí ic dcmai* corpo* iIm Skiciiu S« »far i lu jn ii m.»s uuc fax pm t de iu^mi l fiixvrv \ \-vun, a ottgcm ii.i Terra 4>i;i Iili.u1.» intrm sccammtr i tmnuçao do Nnl, (|os tlcnutx p lan e is .Io SUurmj Solar c de todas d i otrcLt* a pariu Jc nu- •»»i- ili c*i>» poeira imcrcMcbr. ÍN »r t » ». na im e>m:ac.io ii-i oncm i i i vmIih,mo Jc nnsso planeta, c ncccvàw» rtcrirrct i m u jnuliu do cnpu<«i cvictinr roai-* lim îtt qUM c. .»i> menino (empí», ú* evidência* que temo* do |V4.wjd'> nvu*- remoto, 1 mu :u-?c nu> »cv «h correm» - de dher̂ »»* campo» d.i * icnciu •! id o , ijuímfcii, W ionom i.i. \ itm iiiiia , < oumoqufmU • . Ivm como eMudand** .i ii ituu / i do material tcrrcsirv io»mpi***icÂM quimuM. tAfucu minerais cie). tu fnnuu obtida» resposta* pau algumas imporumc-s qut>tflc* iftii dlATn respeito rov*.u cxisténcHL* Paru as qtuit" primata** pergunta- i cní-Uctu i \ i deitem* *uf:c)cnics para estabelecer um.i iu/*».ivcl contunca no» pcsquisud*:»ri> cm rvjjcoo u* mu‘ uon u>, baseada» nu oinHccmwntt» cinuilh • *, tunti» ifiinco c* m in »it .uic«\ • ildk i ' .u ii mi.i! i »u c \ | \u u iu '. i , i l . A quint.i i u m m .i taluv lainljcm p«*<om vir .» ser ropondti! o i contento ci»m o pro^resvo da ( tenda. O m tu d o ,v que existiu .mi ix d»• l » r Pura cda pcTuruniu .imdu não tetnm »q * t l c respoou no rum po do »o tih r i intento t i i iU i l í io romrcncinn i . • t.il qutNi.u» (x T itu n c c tr i com o objeto de consídeniçõ* filosófica* c metafir.cus tenta de âmbito d.i- diferen ce? rc lip õ c *. cujos implie.im u presença de urrt < n.ulor, exercendo mi.» vontade superior 1.1 E s t r u tu r a d o Universo • i 1*1111 • ;• I*>TTiiiiT.i’ti i>* demento \|U'm*4«i\r • l <>n»i» *e líw n u rjrn c*rfr!.x<r • i •• mn *< fnm uram «»•. pluncta^ d«» Sistema Nibr^ • Qu.i! 4 .» úliiik d.t T em í c ile» Shncnu Soktr? • Q ui » :<!uíle il * t» *.w* ♦- • Q u e »* fu turi I S ivu-iiu t d- pii>|ini I imcTM>> \ \vtTOlloni».» n ‘ ̂ qm- exisíclt: fíCuiMUNe-*- i%tnd.»N no céu. \o tnesmi» tem|k«, oIxísunH ih que i Iuh m.\ ilrspiVm de umu nuneiru ordenudo. -e^ntulo liiccuquu». A< estrela- g ru p am h- prtmcuumctttc cm golaxla», cu|.r. iltmcnsoi s %.»<» d.t “ rdin) d r HHMwHI uno< lu* diMumiu perr- 'trulu u u lm uLulc du In/. :on mil kni/%. daruiiú »ur» ,;in»;. A - fi^uni» I I c I 2 mrr «ctttain ilois cxcntpliH o >muns de opodipnc*» e n|>o espiral. A c -injmr.i ímrma du*v üat»\us p«*di F»g, 1.1 A ò *.<3 a.Qonie de Aitdfâ-r»eoc |t po elíptico) - a mu a p fí^ iro de rtoeso S«ster<o Seto' \2A nuilen drr^f» r bnlhnntr cnntcndn bilhões Hp c rm ic t rnntu N A ^ touom "c»n3 e U»dr MASA Capítulo 1 * 0 Planeta Terra e suas O rigens 3 Fig. 1.2 Exemplo de urna galaxia do tipo espiral (NGC1232). Fonte: NASA. conter mais dc ItHl bilhões de estrelas de todas as di m ensões, com incontáveis particularidades. Por exemplo, entre as descobertas que vêm sendo alvo de estudos radio-astronõmicos estão os cjnasnrs\ objetos peculiares com dimensão semelhante á do nosso Sis tema S« >lar, mas c< intende) imensa quantidade de energia e brilhando com extrema intensidade. \s galáxias po dem conter enormes espaços intcrestelarcs de baixa densidade, mas também regiões de densidade extre ma. ( ^ assim chamados buracos negros podem sugar qualquer matéria das proximidades, em virtude de sua gigantesca energia gravitacional. Nem mesmo a luz consegue escapar dos buracos negros, c o seu estudo e um dos temas de Fronteira da Astronomia. \ Via Láctea é também uma galáxia do tipo es piral, sendo que o Sol - a estrela central de nosso Sistema Solar está situado num de seus braços peri férica >s. \ Via I .áctea possui também um núcleo central, onde aparecem agrupamentos de estrelas jovens. \s galáxias, por sua vez, se agrupam nos assim chamados aglom erados, que podem conter entre al gumas dezenas a alguns milhares de galáxias. A Via I .áctea pertence ao chamado G rupo Local, que ir.elui também a galaxia de Xndrõmeda e as Nuvens cie Magalhães, l inalmentc, o maior nível hierárquico do L nix erso é o de supcraglomcrados, compostos de até dezenas de milhares de galáxias, e com extensões que atingem centenas de milhões cie anos-luz. As observações astronômicas nos conduzem a pelo menos duas reflexões relevantes para os temas da ori gem do Universo e da matéria nele concentrada: • uma visão retrospectiva, x isto que a observação das feições mais distantes nos leva a informação de épocas passadas, quando os objetos observados eram mais jovens. Sào as observações das regiões no limite do observável, que refletem eventos ocorridos há va rios bilhões de anos (Fig. 1.3); Fig. 1.3 Imagem obtida pelo elescópio Hubble numa das pai les mais distantes do Sistema Solar. Os trés objetos com raios são estrelas, enquanto os demais objetos visíveis são galáxi as, cada uma delas contendo muitos bilhões de estrelas. Os objetos menores e menos luminosos são galáxias que distam cerca de 1 1 bilhões de anos-luz em relação ao Sistema Solar. Fonte: NASA. D e c i f r a n d o a T e r r a • um;i visão com parativa, qque possibilita a re construção do ciclo de evoluçário estelar, visto que existe uma grande diversidade d de tipologia nas es trelas, em relação à sua m asssa , tam anho , cor, temperatura, idade, etc. Km boraa se saiba que a vida de uma estrela é muito longa, d da ordem de diver sos bilhões de anos, o grande r núm ero de estrelas disponíveis para observ ação faz z com que seja pos sível v erificar a ex istência de e m uitas delas em diferentes fases da evolução es-stclar, desde a sua formação ate o se u desaparecimcienro ou a sua trans formação em outro objeto dtfeierente do Universo. ( > l inverso encontra-se em ex]xpansào. Não é a dis tãncta entre as estrelas de turma galáxia que está aumentando, e nem a distância entre as galáxias de um aglomerado, visto que tanto as primeiras como as úl timas estão ligadas entre si pela atração da gravidade. \ expansão do l niverso significa que aumenta conti nuamente o espaço entre os aglomerados galácticos que não estão suficientemente ligados pela atração graviracu mal. \ v doei tl ade desta expansão e dada pela constan te dc H ubblc , ainda não determinada com grande precisão, e que presentemente parece se situar próxima de IS km s. 10 anos-luz. Se o nosso Univer so for “aberto", este valor permanecerá constante, ou poderá aumentar no futuro. Se entretanto o l niverso for “ fechado", a velocidade de expansão diminuira com o tempo, tenderá a anular se e cm seguida toma ra valores negativos característicos de contração. \ Astronomia ainda não está segura quanto à na- mrc/a aberta ou fechada do l niverso, pois isto depende de sua densidade média, cujo valor não se encontra estabelecido adequadamente. O valor limite entre Universo aberto e fechado, chamado de densidade crítica, t dado por p = 3 11 / SttCj, onde l i e a constante de I lubble c (1 a constante gravitacional. Para o v.ilor mencionado acima dc II a densidade critica e de 6,3 \ 10 g/cm '. Observações recentes (ver os comentários finais deste capítulo) sugerem que a densidade media tem valor inferior ao critico, indi cando um Universo aberto, portan to tendendo a expandir-se pata sempre. Knrretanto, e difícil medir ess.i densidade em virtude da existência da chamada matéria escura, de complicada caracterização e de pre sença ubíqua em todo o espaço interestelar. I .ste material, virtualmente invisív el, consiste de ncutrinos e possivelmente de outras partículas desconhecidas que interagem apenas por forças de gravidade com a ma teria conhecida. Muitos cientistas acreditam que esta matéria invisível estaria presente no l niverso em quan tidade muito superior à da matéria visível, e nesse caso a densidade media poderia superar o valor critico, apontando assim para um Universo “fechado". 1.2 Como N asceu o Universo Se nosso Univ erso for fechado, isto é, se sua densida de média for superior a 6,5 x 10 * g/cm ; sua v elocidade de expansão deverá diminuir até anular se. e em seguida ele deverá implodir sobre si mesmo, num colossal cosmcrunck, no futuro 1< mgínquo, daqui a muitas dezenas de bilhões de anos. Toda a matéria estará reunida numa singularidade, um espaço muito pequeno de densidade extremamente alta, v irt ualmente infinita, c sob uma tem peratura também extremamente alta. virtualmente infinita. Nesta singularidade que foge a qualquer v isualização, matéria e energia seriam indistinguíveis, nã< > hav eria espa ço em seu entorno e o tempo não teria sentido. I .sta pode ter sido a situação existente cerca de 1.5 bilhões de anos atrás, o ponto de partida dc tudo o que nos diz respeito, um ponto reunindo toda a maté ria e energia d< > Univers<que cxpl<>diu w »ev ento tinia > e original que os físicos denominaram Cirande I -\plo são, ou Bi<r Bang. Por meio do conhecimenn» existente s< >brc matéria e energia, radiações, partículas elementares, e fazendo uso dos recursos da Física teórica, incluindo modela gens e simulações, os cientistas reconstituiram com grande precisão as etapas sucessivas á Cirande l.xplo são. Segundo dizem, tendo como situação de partida o \lem imaginado recentemente por Ciamovv, c iniciado o Wig Büfig, o resto c perfeitamente previsível. \ Tabela 1.1 retine os eventos ocorridos por ocasião da origem do Universo, ordenados cronologicamente. \ ( aéncia não tem elementos para caracterizar o período que os físicos denominam Planckiano. decorrido logo após o instante inicial. Trata-se do tempo necessário para a luz atravessar o com prim ento de Planck, a unida de fundamental de comprimento, pois não é possív el saber se as constantes fundamentais que gc>vernam nc>s so mundo já atuavam naquelas condições. Durante os 3 x IO1" segundos iniciais a temperatura era alta de mais para a matéria ser estável, tud< > era radiaçãr >. \inda hoje, o espectro da radiação de microondas de fundo (wicmravi backgronnd nuliatioti) que pervaga o Univer so em todas as d ireções do espaço, com o remanescente da radiação emitida, é uma tias maiores evidências para a teoria do Wig liat/g e implica que a radiação original partiu para todos os lados com a mesma temperatura. Capítulo 1 * 0 Planeta Terra e suas O rigens 5 T a b e la 1.1 C ro n o lo g ia do Big Bang, m ostra nd o que Tem po e Espaço são g randezas físicas que nasceram jun to com a G ra n d e Explosão. Tempo Raio do universo Temperatura (K) Eventos (metros) Zero (inicial) Zero Infinita 5,4 x 10 44s 1,6 x 10 JS 103: 1 0 43 s 3 x IO 35 IO31 1035 s 3 x 10 ?7 1028 10'33 - 10 32 s 3 x 1 0 7/ até 0,1 107/ até 10 22 1 0 10 s 0,13 1015 10*?s 0,4 7,5 X 10u 7,5x101* I Q *s 300 1 ,3x10 13 3,3 x IO12 - 1 0 2 103 s 300,000 1,4 x 1010 lO s 3 x 1 0 ’ 4,1 x 109 100 s 3 x 10 0 1,5 x IO9 800.000 anos 6,6 x 102’ 3.000 Obs: u = 1,660540 x 10 27 kg. Aparecimento de espaço, tempo e energia. Fim do período Planckiano. Separação da Gravidade. Separação das forças Nuclear-Forte e Elétrica-fraca. Fase inflacionária. Separação das forças Nuclear-Fraca e Eletromagnética. Estabilizam-se os quarks do tipo t (massa 50 u). Estabilizam-se os quarks do tipo b (massa - 5 u). Estabilizam-se os quarks do tipo c (massa = 1,8 u). Estabilizam-se os quarks do tipc s ,d e u (massas 0,5 0,4 u). Estabilizam-se prótons e nêutrons. Estabilizam-se os núcleos H (energia de ligação 1,7 MeV). Estabilizam-se os elétrons (massa = 0,00055 u). Estabilizam-se os núcleos 3He e 4He. Captura de elétrons pelos núcleos. Formação de átomos de H e He e moléculas H,,. O Universo torna-se transparente para a luz. ( .om .1 expansão c a criação continua do espaço, fo ram surgindo as quatro forças fundamentais da natureza que incluem a força eletromagnética, as torças nucleares forte e fraca (que so têm influência no interior do núcleo atômico), e a força da gravidade que, de longe, é a mais tamiliar a todos nós. Contudo, a força da gravidade por ser muito fraca e difícil dc ser medida (na verdade, sua medida equivale a constante G), Houve também uma tase de expansão extremamente rápida (fase inflacioná ria), em que a velocidade da expansão foi ate maior do que a velocidade da luz. Com base nesse modelo, os astrofísicos explicam as feições anômalas observadas cm nosso l niverso. Implica também que pode ter-se origi nado da mesma forma uma quantidade enorm e de outros universos que jamais seremos capazes dc conhe cer, visto que, apos a tase inflacionária, estes teriam sua própria expansão c evolução muito distante de nós, de modo que sua luz não nos alcançaria. \pos 10 ’ segundos, nosso universo inflado, o uni verso visível, teria sua expansão governada pela constante de ITubble, e sua evolução o levaria até o estágio atual, em que seu raio é da ordem de 15 bilhões de anos luz. \e s ta evolução primitiva, a temperatura e ;i densidade de energia foram decrescendo, e foram criadas as condi çòes para a formação da matéria, nc»pn >cess< » den< >minad( > nuclcogcncsc: prótons, nêutrons, elétrons c em seguida os átomos dos elementos mais leves. Primeiramente H e He os dois elementos principais da matéria d< > I niverst» — e posteriormente Ü e Be. Com pouco menos de um D e c i f r a n d o a T e r r a milhão dc anos de vida, a tempcraatura do Universo en contrava-se cm cerca dc 3.UU0 M\, c a energia estava suficientemente baixa para permitir : aos átomos permane cercm estáveis, Uom a captura dos i elétrons pelos átomos em formação, o Universo embrionnário tornou-se trans parente à luz, sendo constituído poor 11 I le (26%), além de quantidades muito dtminutaas de Li e Be. Por outro lado, quando a tempccratura decrcsceu para valores abaixo de alguns milhões dde graus, nenhum ou- tn > elemento te\ e condição de ser ccriado. As est relas e as galáxias íormaram-se mais tarde, qquando o resfriamento generalizado permitiu que a matériria viesse a se confinar em imensas nuvens de gás. b.sras, pposteriortncnte, entra riam em colapso gravitacional poela ação da força de gravidade, e seus núcleos se aqueceríam, levando à for mação das primeiras estrelas. As primeiras galáxias surgiram por volta de 13 bilhões de anos atrás. \ Via Lictea tem aproximadamente <S bilhões de anos de ida de e dentro dela o nosso Sistema Solar originou-se há cerca dc 4,6 bilhões de anos. 1.3 Evolução E ste lar e Form ação dos E lem entos No l niverso em expansão havia variações de den sidade como cm gigantescas nuvens em movimento, com regiões de grande turbulência. I tnbora sua den sidade fosse muito baixa, eram tão vastas que sua própria atração gravitacional era suficiente para pro duzir contração, ao m esm o tem po em que o seu momento angular impedia a sua rápida implosão. Na medida em que elas foram se contraindo e a densida de aum en tando , algum as regiões m enores com densidade maior passaram a se autoçontraírem, e a grande nuvem dividiu-se em nuvens menores separa das, mas orbitando entre si. () progresso da contração gravitacional resultou na hierarquia hoje reconhecida, com as galáxias pertencendo a aglomerados, que por sua vez formam superaglomcrados. Fig. 1.4 Nebulosa do Caranguejo Trata-se de uma grande nuvem de gás, localizada na constelação de Touro, originada pela explosão de uma supernova, ocorrido no ano de 1054 e regislrado por vários povos na época. Fonte: NASA. Capítulo 1 • O Planeta Terra e suas O rigens \s estrelas nascem pela radicalização do processo Je contração, a partir das mencionadas nuvens de gás nebulosas), constituídas quimicameme por grande quantidade de Hidrogênio e Hélio, além de alguns outros gases e partículas sólidas que integram a poei ra in terestelar Hg. 1.4). Observações astronômicas revelam regiões onde esta ocorrendo o fenômeno da formação de estrelas, em nebulosas de enorme massa c baixa densidade. \ o interior destas, um volume menor com densidade ligeiramente mats alta entra em autoo mrracào, e o material tende ao colapso produ zindo uma esfera, na região central, tornando-se uma proto-estrela. Dai em diante continuará a contrair para compensar a perda de calor pela sua superfície, de senvolvendo tem p era tu ras progressivamente mais eleva das em seu centro. \ evolução das estrelas, tal como será relatada a seguir, encontra-se sintetizada na F k 1.5, que representa o ma de 1 lertzsp rung-R ussel (11 R . \ e s r e gráfico, a maio ria das estrelas situa se peru> da curva representada, desde o canto inferior direito (baixa temperatura e baixa luminosi d ade até o canto superio r esquerdo (aha temperatura e alta luminosidade'. Fsta região no diagrama é a denominada Sequência Principal, com a est rela de massa unitária (Sol = 1 Mu) ocupando a posição cen tral. Uma certa concentração de estrelas aparece acima e para a direita da Sequência Principal, enquanto apenas algumas apa recem abaixo dela. Quando uma estrela nasce, seu material está ainda muito diluído e expandido. Sua tem peratura superficial é baixa, de modo a sirunr-se na porção in ferior direita do diagrama H-R. (.< >m sua c< uttraçài >, temperatu ra e luminosidade aumentam, e a estrela vai ocupando posições sucessivamente mais para cima e mais para a esquerda no diagrama. \ queima de Hidrogênio — a reação termonuclear característica t:as estrelas que se situam na Sequência Principal, em que pela fusão de quatro núcleos de 1 lidrogênio torma-sc um de I Ic inicia-se quande» as temperaturas centrais da estrela em t< >rmaçà< > atingem In k . I st a reaçac» IíIk ra uma imensa quantidade de energia, muitos milhões de vezes superior àquela que seria causada pela queima qui mica do H. Desta forma, a estrela pode continuar queimando I 1 durante bilhões de an< >s, com oe o caso do Sol. visto que tal produção de energia compensa e eqai libra a tendência á conrracao pela ação da gravidade. Fig. 1.5 Diagrama H-R (Helrzsprung-Russel), nc qual o tipo espectral (que depende dc core da temperatura da superfície) de muitas estrelas cujas distancias são conhecidas, está representado em função da luminosidade (relativa ao Sol 1) 8 D e c i f r a n d o a T e r r a \ queima do II no centro das estrelas, onde a tem peratura e máxima, produz I Ic, elem ento que perm anece onde é form ado, visto que o calor p ro duzido e transferido para as camadas mais externas por radiação, e nào por convecção. \ acumulação de I le torm a um núcleo que cresce, com o II em ignição, confinado a uma camada concêntrica ex terna a esse núcleo. ( om o crescim ento do núcleo, a parte externa da estrela expande muito, c sua su- perfície resfria, assum indo uma coloração vermelha. I a fase denom inada g ig a n te ve rm elha (Fig. 1.4). Nesta fase o núcleo se contrai novam ente pela atra ção gravitacional, e a tem peratura central aum enta muito, para valores da ordem de 10s K. Inicia-sc a queima do lie , que pode du rar muitos milhões de anos, form ando ( pela fusão de três partículas alfa. Im seguida, com o esgotam ento do He, nova contração tio núcleo c novo aum ento dc tem pe ratura acarretam uma enorm e expansão da estrela. Trata-se da fase de supergigante verm elha. Se o Sol atingir esta fase, daqui a cerca de 5 bilhões dc anos, seu tam anho estender se-a para além da <*>r bita de Marte. Fm estrelas de tam anho médio, como é o caso do Sol, o núcleo de (. é m uito quente, mas não o suficiente para produzir fusões nucleares, de m odo que cessam as reações produtoras de energia. Com o resultado, o núcleo contrai ulteriorm ente, c a sua densidade aum enta, originando uma anã b ranca . Tats tipos de estrela perdem sua energia residual continuam ente, p o r radiação, resfriando durante outros bilhões de anos, transform ando-se em anãs marrons, e finalmente, em anãs negras. Por outro lado, em estrelas cujo tam anho é pelo menos oito vezes m aior que o do Sol, cm suas fa ses de supergigantes vermelhas, a tem peratura do núcleo de ( . é suficiente para produzir O, Ne e Mg pela adição de partículas alfa, e posteriorm ente fun dir (), form ando Si e outros nuclídeos de núm ero de massa mais elevado. Tais processos, em que os resíduos da queima de combustível nuclear se acu mulam no núcleo para cm seguida queimarem por sua vez em outra reação term onuclear mais com plexa, fazem com que as estrelas se constituam por uma série dc camadas concêntricas. As reações nu cleares cessam quando o elem ento Fe é sintetizado (processos de equilíbrio, ou eprocvsses), visto que este elemento é o mais estável dc sua região na curva de energia de ligação, e p o r isso uma fusão nuclear ulterior consumiría energia ao invés de produzi la. Cada estágio sucessivo de queima, desde o II até o Fe, libera m enos energia que o anterior. \ diminuição da fonte dc energia coincide com a ne cessidade c rescen te de energ ia para as etapas posteriores da evolução estelar, de m odo que estas são sucessivamente m uito mais rápidas do que as anteriores, e especialmente a fase de estabilidade, quando a estrela perm anece ao longo da Sequência Principal. l 'm a estrela que perm aneceu durante b i lhões de anos queim ando II e depois I le, passa extrem am ente rápido pela fase tios processos de equilíbrio, em segundos apenas, form ando Fe, para ter imediatamente seu combustível nuclear esgo ta d o em sua p a rte c e n tra l. N esta s ituação , a tem peratura aumenta muito, a contração torna-se insustentável, e a estrela implodc em frações de se gundo com prim indo as partículas e form ando uma estrela de nêutrons com diâm etro da ordem de apenas alguns quilômetros. Nas camadas mais externas da estrela perm ane ce g rande cjuantidade de e lem en tos ainda ra o queimados: I I, 1 le, C, O etc. \ implosáo do centro causa o colapso generalizado de tais camadas ex ternas, com o concom itante grande aum ento da tem peratura. \ quantidade dc energia liberada c tão grande, em tão pouco tem po (m enos de um se gundo), que a estrela explode literalmente, lançando para o espaço i m aior parte de seu material, num evento único no céu, um grande espetáculo para os astrônom os, e que caracteriza a fase de supernova (Fig. 1.6). Nesta explosão, grande núm ero de nèu trons é liberado pela fissão dos nuclídeos mais pesados, e esses nêutrons são imediatamente cap turados por outros nuclídios, dando origem aos processos denom inados r ('rapid - rápidos) e s (slov - lentos) de formação de elem entos novos. \ pro va da n u c le o s s ín te s e pelas supernovas esta na detecção do espectro de certos elementos instáveis, co rno o T ec n éc io , o u a lguns e lem en to s transuránicos, tal com o foi observado recentem en te pelos astrofísicos. C) diagrama I l-R tem fundamental importância no entendim ento da evolução estelar, descrita an tes, v isto que podem se r o b se rv ad as estre las individuais em todas as etapas evolutivas, e deter minadas as suas propriedades atrav és de análises espectrais de diversos tipos. Apôs longa perm anên cia sobre a Seciiéncia Principal, produzindo He, a luminosidade das estrelas aumenta nas fases seguin Capítulo 1 * 0 Planeta Terra e suas O rigens Fig. 1.6 Exemplo de fase de supernova. Nebulosa com formato de uma "ampulheta", mostrando os aneis ejetados de gases (N, H, O) resultantes de sua explosão. Fotografia tomado do teles cópio Hubble. Fonte: NASA. tcs, de gigante verm elha e de supergigante verm e lha, mas diminui a tem peratura de sua superfície, pnr causa da expansão. As estrelas se deslocam en tão para a parte superior direita do diagram a (Fig. 1.4). Por ou tro lado, com a perda de lum inosidade que antecede a m orte das estrelas, as anãs brancas vão se situar na parte inferior do diagram a, abaixo da Sequência Principal. \ssim , os elem entos constituintes do Universo foram form ados em parte durante a nucleogcncsc, nos tem pos que se sucederam ao B/g Ba/ig (basica m ente II e He), ou então foram sin tetizados no in terio r das estrelas em p rocessos denom inados genericam ente de nucleossíntese. Aqueles com nu m ero a tôm ico in te rm ed iário en tre o He e o Fe form aram -se durante a evolução das estrelas, nas partes centrais das gigantes verm elhas, enquanto aqueles com núm ero atôm ico superior ao do Fe o r i ginaram-se unicam ente naqueles instantes mágicos das explosões das supernovas. Ao m esm o tempo, desaparecendo a estrela-m ãc, toda a sua matéria foi devolvida ao espaço interestelar, fertilizando-o c possivelm ente dando início a um novo ciclo de evo lução estelar. Som ente as estrelas de massa gigantesca podem evoluir até a fase de supernova. I .stima se que em cada galáxia ocorrem duas ou três explosões de supernovas em cada século. ( ) evento mais brilhan te parece ter sido aquele registrado no ano 1054. cuja matéria, espalhada pela explosão, deu origem á Nebulosa do Caranguejo (Fig. 1.4). Kxiste uma relação íntima entre a origem do Uni verso e a dinâm ica tias estrelas, po r um lado, e abundância dos elem entos nos sistemas estelares, por outro. Explosões de supernovas rém com o con sequência im p o rta n te que os novos e lem en tos form ados, prim eiram ente no interior da estrela, e posteriorm ente durante a explosão, são devolvidos ao espaço e m isturados ao meio interestelar, essen cialmente constituído no início de II t He. Desta form a, as novas estrelas a se form arem a partir de tal m istura já começariam a sua evolução com um com plem ento de elem entos pesados, incluindo-se aí os isótopos radioativos de meia-vida longa, como U e T h. Este é o m ecanism o pelo qual o Universo se torna progressivam ente mais rico cm elementos pesados. Estrelas form adas rcccntem enre possuem cerca de 100 a 1.000 vezes mais l e e outros ele m entos mais pesados do qtu aquelas mais antigas, form adas em épocas mais próximas da origem do Universo. O Sistema Solar foi form ado há “apenas’' 4,6 bilhões de anos, quando o Universo já contava de S a 10 bilhões de anos de idade. A n e b u lo sa solar r e s u l to u p o s s iv e lm e n te da e x p lo sã o de um a supernova, cuja massa estimada teria sido de ap ro ximadamente S massas solares, e que em sua fase final teria sintetizado os elem entos pesados que hoje constituem o Sol c seus planetas (Fig. 1.7:. Portan to, a matéria constituinte dos corpos planetários do Sistema Solar possui certa quantidade de elem en tos pesados, e constituição química coerente (ver as denom inadas abundâncias solares na Tabela 1.2). 10 D e c i f r a n d o a T e r r a T a b e la 1.2 A bundância Solar dos e lem entos. Em bora existam diferenças de estrela para estrela, por causa da p rópria d inâm ica in terna , a abundância so lar e tida com o um va lo r m éd io representativo da constituição qu ím ica do Universo, tam bém cham ada abundância cósmica (valores em á to m o s /10 Si). z Elemento Abundância Z Elemento Abundância Z Elemento Abundância 1 H 2,72x1010 29 Cu 514 58 Ce 1,16 2 He 2,18x10a 30 Zn 1.260 59 Pr 0,174 3 Li 59,7 31 Ga 37,8 60 Nd 0,836 4 Be 0,78 32 Ge 118 62 Sm 0,261 5 B 24 33 As 6,79 63 Eu 0,0972 6 C 1,21x107 34 Se 62,1 64 Gd 0,331 7 N 2,48x10õ 35 Br 11,8 65 Tb 0,0589 8 0 2,01x107 36 Kr 45,3 66 Dy 0,398 9 F 843 37 Rb 7,09 67 Ho 0,0875 10 Ne 3,76x106 38 Sr 23,8 68 Er 0,253 11 Na 5,70x104 39 Y 4,64 69 Tm 0,0386 12 Mg 1,075x106 40 Zr 10,7 70 Yb 0,243 13 Al 8,49x104 41 Nb 0,71 71 Lu 0,0369 14 Si 1,00x106 42 Mo 2,52 72 Hf 0,176 15 P 1.04X104 44 Ru 1,86 73 Ta 0,0226 16 S 5,15x105 45 Rh 0,344 74 W 0,137 17 Cl 5.240 46 Pd 1,39 75 Re 0,0507 18 Ar 1,04x105 47 Ag 0,529 76 Os 0,717 19 K 3.770 48 Cd 1,69 77 Ir 0,660 20 Ca 6,11x104 49 In 0,184 78 Pt 1,37 21 Sc 33,8 50 Sn 3,82 79 Au 0,186 22 Ti 2.400 51 Sb 0,352 80 Hg 0,52 23 V 295 52 Te 4,91 81 Ti 0,184 24 Cr 1,34x104 53 I 0,90 82 Pb 3,15 25 Mn 9.510 54 Xe 4,35 83 Bi 0,144 26 Fe 9,00x105 55 Cs 0,372 90 Th 0,0335 27 Co 2.250 56 Ba 4,36 92 U 0,0090 28 Ni 4.93x104 57 La 0,448 Fonte: Anders & Ebihara, 1982 Capítulo 1 * 0 Planeta Terra e suas O rigens 11 1.4 O Sistem a Solar N o s s o Sol é uma estrela d e média grandeza, o c u p a n d o a posição central na Sequência Principal no diagrama H R (Fig. 1.5'. Com o tal, cncontra-se for m ando I le pela queima de H, há cerca de bilhões de anos. Possivelmente, perm anecerá nesta fase por outros tantos bilhões de anos, antes de evoluir para a fase de gigante vermelha, anã branca, e finalmen- re tornar se uma anà negra. ( )s demais co rpos que pertencem ao Sistem a Solar (planetas, s a té l ite s , a s te ró id e s , c o m e ta s , além de poeira e gás) form aram-se ao m esm o tem po em que sua estrela central. Isto confere ao sistema uma organização harm ônica no tocante à distribui ção d e sua massa e ás trajetórias orbitais de seus corpos maiores, os planetas e satélites. A massa do sistema (9().<5 "«») concentra-se no Sol, com os pla netas girando ao seu redor, em órbitas elípticas de pequena excentricidade, v irtualm ente coplanares, segundo um plano básico denom inado ec líp tic a . Neste plano estão assentadas, com pequenas incli nações , as órbitas de todos os planetas, e entre Marte e lúpiter orbitam tam bém num erosos asteróides. Por sua vez, a grande maioria dos com etas parece segu ir tam bém ó rb ita s p ró x im as do p lan o da eclíptica. (> m ovim ento de todos estes corpos ao redor do Sol concentra praticam ente todo n m o m ento angular do sistema. \ 'Iabela 1.5 reúne <>s principais parâm etros fí sicos tios planetas do Sistema Solar. São, de dentro para fora do sistema: Mercúrio, Ycnus, Terra, Mar te, Júpiter. Saturno, l rano, N etuno e Plutão. Pode-se verificar que suas distâncias em relação ao Sol o be decem a uma relação empírica (a denom inada 'le i de T itiu s -B o d e ’ proposta por |.F . Bode : d ~ 0,4 F 0,3 x 2n na qual d e a distância helioccntrica em unidades astronôm icas (l \ = distância média entre a Terra c o Sol. equivalente a cerca de 150 m ilhões de km}, e n e igual a -x- para Mercúrio, zero para Yénus, e tem núm eros de I a 8 para os planetas (Terra até Plutão). O s asteróides têm n= 5. \s características geométricas, cinemáticas e di nâm icas dos p lane tas do S istem a Solar foram condicionadas pela sua origem comum . O s plane tas p o d em ser c la ss if ica d o s em in te rn o s (ou terrestres, ou telúricos) e externos (ou jovianos). Pela . . . - M ercúrioVenus • « Terra ^ d ? v . V í * - - 'w Cinturão de asteróides Saturno Júpiter ( / ) 0) (S 3 0) (/)o Q> Urano Netuno Plutão Fig. 1.7 O Sistema Solar. Os quatro planetas internos situ am-se mais perto do Sol e são rochosos e menores em tamanho, enquanto os quatro planetas externos são gigantes; estes possuem satélites majoriloriamente gasosos e com nú cleos rochosos. O planeta mais distante, Plutão, é um pequeno i.orpu congelado de metano, água e rocha. Notar o cinturão de asteróides que se localiza enlre o grupo de planetas inter nos e externos. Tabela 1.3, verifica-se que os planetas internos pos suem massa pequena e densidade média semelhante â da Terra, da ordem de 5 g /ern , enquanto que os planetas externos possuem massa grande e densi dade media próxima â do Sol. ( )s incontáveis corpos de dimensões m enores, que orbitam no cinturão de asteróides (o m aior asteróide conhecido, < Ares, tem diâmetro da ordem de km), apresentam caracte rísticas variáveis, porém mais assemelhadas àquelas dos planetas internos. O s planetas internos possu cm poucos satélites e atm osferas finas e rareleitas. |á os planetas externos possuem norm alm ente mais satélites e suas atm osferas sâo muito espessas e de composição muito parecida à tio Sol, com predom i nância tle II e 1 le. 12 D e c i f r a n d o a T e r r a T a b e la 1 .3 P a râm etros fís icos dos p lane tas do S istem a Solar. Planeta Mercúrio Vênus Terra M arte Júpiter Saturno Urano Netuno Plutõo Raio(RJ 0,38 0,95 i 0,53 11,21 9,45 4 3,88 0,18 Massa (MJ 0,055 0,814 i 0,104 317,7 99,66 14,53 17,06 0,002 Densidade (g/cm3) 5,4 5,2 5,5 3,9 1,3 0,7 1,3 1,6 2 Atmosfera (%} CO , (96) N (3) N (78) 0 (2 1 ) C O j (95) N (3) H (78) He (20) H (78) He (20) H + He(15) HjO, CH4, N H , (60) H -l-He (10) HjO, CH., NH.( (60) Satélites 1 2 16 '8 15 8 1 Distância (UA) 0,39 0,72 1 1,52 5,2 9,55 19,19 30,11 39,53 Duração do ano dias terrestres 88 225 365 /« 687 4.347 10.775 30.680 60.266 90.582 Rotação (dia) 58,6 -243 0,99 1,03 0,41 0,45 -0,72 0,67 -6,39 Excentricidade 0,21 0,01 0,02 0,09 0,05 0,06 0,05 0,01 0,25 Diâmetro do equador (km) 4.879 12.104 12.756 6.794 142.984 120.536 51.118 49.528 2.300 Inclinação orbital 7,00 3,39 0 1,85 1,31 2,49 0,77 1,77 17,15 R3 / e M€l/ respectivamente, raio (ó.378km) e massa (5,98x1 CF11) da Terra. As diferenças fundamentais entre planetas internos e externos podem ser atribuídas ã sua evolução quí mica primitiva. Basicamente, os últimos são gigantes gasosos, com constituição química similar à da nebu losa solar, enquanto que os internos são constituídos de material mais denso. Como será descrito adiante, tais diferenças, a partir c.e uma química inicial similar, se devem a um evento de alta temperatura que ocor reu num a fase precoce da evolução dos sistemas planetários, responsável pela perda de elementos vo láteis pelos planetas internos. Segundo os modelos mais aceitos (por exemplo o de Safronov, 1972), a origem do Sistema Solar re monta a uma nebulosa de gás e poeira cósmica, com com posição química correspondente á abundância solar dos elementos (Tabela 1.2). \ nebulosa tinha for ma de um disco achatado, em lenta rotação. Nos primórdios da evolução, ocasião em que a sua estrela central, o Sol, iniciava seus processos internos de fu são nuclear, a temperatura dc ioda a região mais inter na, pouco aquém da órbita de Júpiter, permanecia elevada. Com o resfriamento gradativo, pela perda de energia por radiação, parte do gás incandescente condensou-se em partículas solidas, iniciando o prn cesso de acresção planetária, mediante colisões entre tais partículas, guiadas pela atração gravitacional. Provavelmente formaram-se no estágio inicial ai guris anéis com concentração maior de material sólido, separados por espaços com menor concentração. \ medida que ocorreu o resfriamento, o material dos ancis foi se concentrando em corpos com dimensões da ordem de um q u ilôm etro , ou pouco m aior p lanetésim osi, que posteriormente se aglomeraram em corpos ainda maiores (protoplanetas). l inalmente. estes varreram as respectivas órbitas, atraindo para si, pela ação gravitacional, todo o material sólido que gi rava nas proximidades, dando origem aos planetas, b.mbora seja desconhecida a duração do processo de Capítulo 1 • O Planeta Terra e suas O rigens 13 acresçào planetária, estima-se que, numa escala de tem po cósmica, ele foi muito rápido, pois a cristalização de corpos diferenciados, conform e será visto a seguir, ocorreu no máximo 200 ou 300 milhões de anos após os processos de nuclcossintese que originaram a ne bulosa solar. ( ) processo de acresçào planetária, extremamente complexo, não e totalmente cdnhecido, de tal modo cjue «>s modelos não explicam adequada mente todas as particularidades observadas nos planetas e satélites do Sistema Solar. Independentemente do modelo es colhido, parece que o estágio inicial da form ação planetária corresponde à condensação da nebulosa cm resfriamento, com os primeiros sólidos, minerais re- fratários aparecendo a uma temperatura da ordem de l.” Mt k . () mecanismo para agregar as partículas, possivelmente relacionadt > com afinidade química, ain da e obscuro. Por outro lado. os proroplanctas, de d im ensões g ran d es e com apreciável cam po gravitacionai, podem atrair e reter planctcsimos. N o citado modelo de Safronov, em cerca de lOU milhões de anos poderíam ter-se acumulado {)~ 98°"«> do m a terial que constitui hoje o planeta Terra. \s diferenças nas densidades dos planetas internos .Tabela 1.3), decrescendo na ordem Mercúrio I erra Yémis M arte (e tam bém l.ua), são a tribu ídas a progressão do acrescimento, visto que a composição química da nebulosa original foi uniforme e análoga à abundância solar dos elementos. l inalmente, após os eventos relacionados com sua acresçào, os planetas internos passaram por um esta gio de fusão, c o n d ic io n a d o pelo au m e n to de temperatura ocorrido em seu interior, com o intenso calor produzido pelos isótopos radioativos existentes em quantidade relevante, nas épocas mais antigas da ev* >1 ução planetária. ( ’om seu material em grande parte no estado liquido, cada planeta sofreu diferenciação química e seus elementos agregaram se de acordo com as afinidades químicas, resultando num núcleo metáli co interno, constituído essencialmente de Fe e \ i , envo lto p o r um espesso m an to cie co m posição silicádca (( ap. .3). N o caso dos planetas externos, além de conterem II e 11c, ao lado dc outros compostos voláteis em suas atmosferas exteriores, acredita-se que tenham núcleos interiores sólidos, em que predom i nam compostos silicáticos. Tanto no caso do episódio inicial da acresçào planetária, com o neste episódio posterior de diferenciação geoquímica, são cruciais os conhecimentos obtidos pela mctcorítica. cjue serão vistos a seguir. 1.5 M eteoritos Meteoritos são Fragmentos de matéria sólida pro venientes do espaço. \ imensa maioria, dc tamanho diminuto, é destruída e volatiJizada pel< > atrito, por oca sião de seu ingresso na atm osfera da Terra. < >s m eteoros (estrelas cadentes) - esfrias luminosas cjue sulcam o céu e são observadas em noites escuras e sem nuvens são os efeitos visíveis de sua chegada. Apenas os meteoritos maiores conseguem atingir a superfície da Terra. Alguns cuja massa alcança diversas toneladas produziram crateras de impacto cjue vez ou outra são descobertas. Por exemplo, um meteorito com cerca de 150.000 toneladas chocou-se com a Terra há cerca de 50.000 anos, cavando o \lt/ror ( r<u<> (Arizona, H.L.A.), uma depressão com 1.200 metros de diâmetro e ISO metros de profundidade (Fig. 1.8). Um impacto m etenrítico ainda maior, ocorrido cm época ainda não determinada, produziu uma cratera com cerca de 3.600 metros de diâmetro nas proximi dades da cidade de São Paulo, hoje, porem, preenchida por sedimentos (Caj">.23). () estudo de algumas trajetórias, quando a obser vação foi possível, indicou como provável região dc origem dos meteoritos o anel de asteróides já referi do que se situa entre as órbitas de Marte e de (úpiter (Fig. 1.7). Análises químicas de alguns meteoritos su gerem uma proveniència da I .ua, e também de Marte, arrancados das superfícies desses corpos por grandes impactos. Fig. 1.8 Meteor Crater, Arizona, EUA. Fonte: NASA. 14 D e c i f r a n d o a T e r r a As amostras de meteoritos conhecidas e estudadas pela m ctcoritica o ramo da Ciência que estuda es ses corpos sào da ordem de 1.700. Porém, alguns milhares de amostras adicionais estào sendo continua mente coletados por expedições na Antártica. A busca de meteoritos e grandemente facilitada na calota gela da, onde eles se concentram na superfície (juntamente com outros resíduos sólidos)* com o passar do tem po, por conta da redução do volume das geleiras, causada pela ação do vento combinada com a trajetó ria ascendente do fluxo do gelo quando este encontra elevações t(>pográficas. ( )s m eteo rito s subd iv idem -se em classes e subclasses, de acordo com suas estruturas internas, composições químicas e mincralógicas (Tabela 1.4). Dois aspectos da mctcoritica sào importantes para o entendim ento da evolução primitiva do Sistema Solar: a significação dos meteoritos condriticos para o processo de acresçào planetária e a significação tios meteoritos diferenciados em relação à estrutura inter na dos planetas terrestres. Os meteoritos do tipo condrítico correspondem a cerca de 86% do total, em relação às quedas de tato observadas, sendo que 81% correspondem aos do tipo ordinário, enquanto que os outros 5" o sào os chama dos condritos carbonáceos (Tabela 1.4). C om exceção de alguns tipos de cond rito s carbonáceos, todos os demais tipos de condritos pos suem cô n d ru lo s , pequenos glóbulos esféricos ou T a b e la 1 .4 C lass ificação s im p lif ic a d a dos m e te o rito s . Condritos (86%) Características: Primitivos não diferenciados. Idade entre 4,5 e 4,6 bilhões de anos. Abundância solar (cós- Ordinários (81%) mica) dos elementos pesados. Possuem côndrulos, à exceção dos condritos carbonáceos tipo C l . Composição: Minerais silicáticos (olivinas e Carbonáceos (5%) piroxênios) fases refratárias e material metálico (Fe e Ni). Meteoritos Rochosos (95%) Proveniência provável: Cinturão de asteróides. C a ra c te r ís t ic a s : Diferenciados. Idade entre 4,4 e 4,6 bilhões de anos, à exceção daqueles do tipo SNC, com idade aproximada de 1 bilhão de anos. Composição: Heterogênea, em muitos casos similar à dos basaltos ter- Acondritos (9%) restres. Minerais principais: Olivina, piroxênio e plagioclásio. Proveniência provável: Corpos diferenciados do cinturão de asteróides, muitos da superfície da Lua, alguns (do tipo SNC) da superfície de Marte (Shergottitos-Nakhlitos-Chassignitos). Meteoritos ferro-pétreos (siderólitos) d % ) Composição: Mistura de minerais silicáticos e material metálico (Fe + Ni) Proveniência provável: Interior de corpos diferenciados do cinturão de asteróides. Meteoritos Composição: Mineral metálico (Fe -+- Ni). Metálicos (sideritos) (4%) Proveniência provável: Interior de corpos diferenciados do cinturão de asteróides Capítulo 1 * 0 Planeta Terra e suas O rigens 15 elipso idais, com d iâm etros n o rm alm en te submilimctricos (0,5-1 mm), e constituídos de mine rais silicáticos (lig . 1.9), principalm ente olivina, piroxènios ou plagioclásios. Hstes minerais, que serào vistos no ( ap. 2, sào os mesmos que se encontram em certos tipos de rochas terrestres, denominadas magma ricas, formadas pela cristalização de líquidos silicáticos (magmas), originados nas profundezas da ferra. Por analogia, os còndrulos devem ter se for mado, com grande probabilidade, por cristalização de pequenas gotas quentes (temperatura da ordem de 2.000"C), que vagavam no espaço em grandes quanti dades. ao longo das órbitas planetárias, cm ambientes virtualmcntc sem gravidade. Fig. 1.9 Meteorito condritico (Barwell Inglaterra). Fonte: IPR/ 7-79. British Geological Survey @ NERC. All rjghls reserved. Os condfitos ordinários consistem em aglomera ções de còndrulos. Nos interstícios entre os còndrulos, aparecem materiais metálicos, quase sempre ligas de ferro e níquel, ou sulfetos desses elementos, fazendo com que o conjunto tenha uma composição química global muito similar àquela preconizada para a pró pria nebulosa solar para quase todos <>s elementos, com exceção de 11, I le, c alguns outros entre os mais voláteis. Em consequência, tais meteoritos condríticos (e entre estes os condritos carbonáccos do tipo (1 ) sào considerados os corpos mais primitivos do Sistc ma Solar diretamente acessíveis para est udo científio». A interpretação d t sua origem t a ele que des sào fragmentos de corpos parem ais maiores, mais ou menos hom ogêneos em composição, que existiam como plancrcsimos na região do espaço entre Marte e (úpiter, que não chegaram a sofrer diferenciação quí mica, permanecendo portanto sem transformações importantes em suas estruturas internas. \ figura 1.1 <> ilustra a formação e evolução primitiva dos corpos parentais dos meteoritos. \ própria existência dos còndrulos indica que o material formou-se durante o resfriamento c a cor respondente condensação da nebulosa solar, portanto, antes dos eventos principais de acrcsçà< > planetária. Mais ainda, indica que houv e um estagio de alta temperatu ra, seguramente acima de l.~Mi)( t provavelmente próxim o de 2.0()0"C, pelo m enos cm toda a parte in terna do Sistema Solar, incluindo <> anel dos asteróides. Considera se que este- evento de alta tem peratura, ocorrido numa fase precoce da evolução tios Acresçao \ i '• t*- -----* ( + q+\ v ' ̂/ \» Acresçao fra g m e n ta ç ã o rs w ss ’ 4 V . Condi rtos Crosta u / Manto . . . . s \ I . :: _ / Srdentos — * Diferenciação Acondittos Fragm entação 1 Fig. 1.10 Esquema simplilicado da origem dos corpos parentais dos meteoritos. Grandes impactos no espaço causaram a fragmentação desses corpos parentais, originan do diferentes tipos de meteoritos 16 D e c i f r a n d o a T e r r a sistemas planctárô >s, renha sido ò responsável pela per da dos elementos mais voláteis, e principalmente 11 e I le, por parte do material que viria mais tarde a cons tituir os planetas internos, seus satélites e cs asteróides. ( >s coridritos carhonáceos do tipo Cl contém mi nerais hidratados e compostos orgânicos, formados em temperaturas relativamente baixas, c nâo possuem cóndrulos. Vlém disso, apresentam uma composição química muito próxima da abundância solar dos ele m entos, à excecào dos elem entos gasosos e dos compostos mais voláteis. Assim, este ripo é considera do o riais p rim itivo e m enos diferenciado dos produtí »s condensados da matéria planetária inicial. Suas feições particulares sugerem que seus corpos parentais foram menos aquecidos do que os que deram origem aos demais condritos e portanto estariam situados a maiores distâncias do Sol, na região orbital entre Mar te e Júpiter. ( )saco n d rito s ,s id e ró lito s«. sideritos Tabela l.-l; perfazem cerca de 14" o das quedas recuperadas. A Fig. 1.11 mostra a estrutura interna típica de um sidento, formada pelo intcrcresdmcmo de suas fases minerais na época da sua formação, ainda no interior do nú cleo do corpo parental. Fig. 1.11 Siderito de Coopertown, EUA. Foce polido mos trando a estruturo típica de Widmonstalten, produzida pelo intercrescimento de lamelas de dois minerais diferentes, am bos constituídos de Fe e Ni Siderito de Coopertown, EUA. Fonte: IPR/7-/9. British Geological Survey @ NER.C. All righls reserved. F.sses meteoritos nào-condríticos correspondem a diversas categorias de sistemas químicos diferentes, form ados em processos m aiores de diferenciação geoqutcnica, no interior de corpos parentais maiores do que aqueles que deram origem aos condritos e que atingiram dimensões superiores aos limites críticos para a ocorrência de fusão interna. De certa íorma, trata se de sistemas químicos complementares em relação to “modelo condrítico”. N o âmbito da evolução dos corpos parentais dos meteoritos, até a sua fragmentação final (Fig. 1.1*)), o processo acrecionário inicial seria similar, e no caso do corpo parental não atingir grandes dimensões, a sua fragmentação produzi ria apenas condritos. Para »s corpos maiores, a energia dos impactos, aliada ao i a lor produzido pelas desintegrações de determinados isõtopos radioativos existentes no material, elevariam a temperatura c produziríam a fusão do material, com a consequente separação das fases silicãticas em rela çãu às fases metálicas. ( K corpos parentais, tanto diferenciados cr ano não diferenciados, colidiram en tre si, fragmentando se e produzindo objetos menores, como os atuais asteróides. Muitos dos fragmentos re sulranres das inúmeras colisões acabariam cruzando eventualmente com a órbita da Terra e seriam captu rados por cia, como m eteoritos, devido a atração gravi racional. (1 estudo dos meteoritos permite o cstnbelccimen to, com certa precisão, da cronologia dos eventos ocorridos durante a evolução primitiva do Sistema Solar. Determinações de idade, obtidas diretamerte nos diversos tipos de meteoritos, tèm revelado uma quase totalidade de valores entre 4.600 e 4.400 mi Ihòes de anos, sendo que ha determinações de grande precisão em certos meteoritos rochosos (portanto di fercnciados) por volta de 4.560 milhões de anos. \ principal exceção refere-se ao grupo de meteoritos do tipo SNC (Shcrgottitos-Nakhlitos Chassignitosg cujas idades de cristalização são da ordem de 1.00*) milhões de anos. I .stas idades mais jovens e a natureza e mineralogia basáltica (silicatos lerro-magnesianos principalmente) destes meteoritos apoiam sua prove- niência de Marte. Com base na idade dos meteoritos diferenciados por volta de 4.560 milhões de anos, evidenciou-se qae naquela época j;i tinha ocorrido acumulo de material cm corpos parentais com dimensão suficiente para ensejar diferenciação geoquítuica. Como corolário, os planetas terrestres também devem ter sido tormados de acordo com este cronogramn. Segundo o modelo já mencionado ce Safronov, a acumulação de 9~ 98". do material do planeta Terra teria ocorrido cm cerca dc 100 milhões de
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