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FACULDADES INTEGRADAS DE TRÊS LAGOAS – AEMS Curso de Enfermagem Ana Paula Da Silva Moreira Le Ferve Bertante Daniele Batista Da Silva ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA ANÓXIA NEONATAL TRÊS LAGOAS 2014 Ana Paula Da Silva Moreira Le Ferve Bertante Daniele Batista Da Silva ASSISTENCIA DE ENFERMAGEM NA ANÓXIA NEONATAL Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Enfermagem das Faculdades Integradas de Três Lagoas – AEMS como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Enfermagem. Orientador(a): Ms. Natalia Marinho Dourado Coelho. TRÊS LAGOAS 2014 Bertante, Ana Paula Da Silvas Moreira Le Ferve; Silva, Daniele Batista. Assistência de Enfermagem na Anóxia Neonatal. Ana Paula Da Silva Moreira Le Ferve Bertante; Daniele Batista Da Silva.Três Lagoas - 2014, 38p. Orientadora: Mestre Natalia Marinho Dourado Coelho; Coorientadora: Mestre Paula Roberta Otaviano Soares Trabalho de Conclusão de Curso – Graduação em Enfermagem - Faculdades Integradas de Três Lagoas-AEMS. 1.Anóxia. 2. Hipóxia. 3. Asfixia. 4. Neonatologia. 5. Assistência de Enfermagem. I. Coelho, Natalia Marinho Dourado; Soares, Paula Roberta Otaviano II. Faculdades Integradas de Três Lagoas – AEMS. III. Assistência de Enfermagem na Anóxia Neonatal. ANA PAULA DA SILVA MOREIRA LE FERVE BERTANTE DANIELE BATISTA DA SILVA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA ANÓXIA NEONATAL Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Enfermagem das Faculdades Integradas de Três Lagoas – AEMS como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Enfermagem, orientada pela Professora Mestre Natalia Marinho Dourado Coelho. Área de Concentração: Aprovado em _______ de __________ de __________. Banca Examinadora ______________________________________ _________________ Natalia Marinho Dourado Coelho (Mestre) Assinatura ___________________________________________ ________________ Paula Roberta Otaviano Soares (Mestre) Assinatura ___________________________________________ ________________ Fabrícia Tatiane Da Silva Zuque (Mestre) Assinatura ___________________________________________ _________________ Regina Queiroz Gonçalves (Mestrando) Assinatura Dedico este Trabalho principalmente a Deus por todo o conhecimento adquirido, às pessoas que sempre estiveram ao meu lado pelos caminhos da vida, me acompanhando, apoiando e principalmente acreditando em mim, meu amado esposo Wagner Bertant, por ter feito toda a diferença em minha vida e sempre me apoiado, minha Mãe Carmen, minha Vó querida Antônia Carreras, a meus Filhos amados Luciano Moreira, Lowrie Annie, Adles Morôni, por toda a paciência e persistência a mim prestada e a minha amiga e companheira de trabalho Daniele Batista. Ana Paula Da Silva Moreira Le Ferve Bertante Dedico este trabalho Primeiramente a Deus e depois aqueles que sempre acreditaram em minha capacidade de vencer, minha mãe Maria Batista Da Silva, meu pai José Simão Da Silva, minha avó Iraci Maria Da Silva, meu irmão Rogerio Simão, minha irmã Iraci Maria, meu filho Luiz Felipe Batista e Minha Filha Julia Batista, meu pai de criação e coração Joaquim Bispo De Oliveira, meus sobrinhos e minha amiga Ana Paula Bertante, colega de curso e parceira no TCC. Vocês que me apoiaram, tiveram paciência e muitas vezes sentiram minha ausência, com ajuda de todos vocês eu venci mais esta etapa de minha vida outras virão e sei que posso contar com todos vocês. Daniele Batista Silva AGRADECIMENTOS Agradecemos a Deus, em primeiro lugar, o que seria de nós sem a fé que temos nele. As nossas famílias que sempre nos apoiaram e não mediram esforços para que chegássemos até esta etapa de nossa vida. À professora e orientadora Natalia Marinho Dourado Coelho, pela paciência na orientação e incentivo, pelo convívio, pelo apoio, pela compreensão e pela amizade que tornaram possível a conclusão desta monografia. A nossa querida professora e co-orientadora Paula Roberta Soares pela amizade carinho e todo empenho em nos ajudar e melhorar nosso trabalho A professora Fabrícia Tatiane Zuque, por todo seu companheirismo, seus ensinamentos, sua paciência e seu amor demonstrado a nós durante todos os anos em que trabalhamos juntas. A Professora Angelina Zuque, por seu carisma e incentivos durante todos os anos que passamos juntas. Aos amigos e colegas, pelo incentivo e pelo apoio constantes durante todo o curso acadêmico, que além de contribuir para o nosso crescimento, solidificou nossa amizade, em especial a Josiene Leite, Lívia Maria, Thiago Araújo, Ana Maria, Fernanda Francisco, Januário Moreira, Flavia Thays, Sônia Carrenho. A todos os professores do curso, que foram tão importantes na nossa vida acadêmica. Aos membros da banca examinadora, por terem aceitado contribuir com qualificadas considerações; Enfim a todos que de uma forma direta ou indireta tornaram possível à conclusão deste trabalho. “Bom mesmo é ir à luta com determinação, abraçar a vida e viver com paixão, perder com classe, e viver com ousadia; Pois o triunfo pertence a quem se atreve e a vida é muito bela para ser insignificante. Eu faço e abuso da felicidade e não desisto dos meus sonhos. O mundo está nas mãos daqueles que tem coragem de sonhar e correr o risco de viver seus sonhos” (Charles Chaplin). RESUMO O presente estudo foi realizado por meio de um levantamento bibliográfico sobre a anóxia neonatal, no período de 2013 à 2014, incluídos apenas os casos de neonatos a termo, onde identificou ser esta a injúria sofrida pelo recém-nascido, muito frequente durante o parto mais prolongado, complicado ou não, ou ainda durante o período gestacional, caracterizado pela interrupção do fluxo sanguíneo placentário para o feto, podendo também ocorrer pela obstrução das vias aéreas do recém-nascido, durante o nascimento. Configurado como um dos problemas de saúde que afetam não só o recém-nato como também toda a família no contexto geral. Observou ainda a alta frequência da anóxia nos dias atuais, requerendo um atendimento por profissional que seja capacitado e ágil para intervir no quadro de anóxia imediatamente. Entre as principais manobras destacaran-se as manobras de ressuscitação neonatal, sendo baseadas nas recomendações da Sociedade Brasileira de Pediatria. O foco principal foi o levantamento de dados sobre o atendimento prestado pelos enfermeiros, dentre o qual se destacou muito as ações voltadas à prevenção. Pode-se inferir portanto que quanto ao neonato com anóxia, as atividades de enfermagem dependem até certo ponto, de outros profissionais médicos presente para o efetivo atendimento nas eventuais complicações. Palavras chave: Anóxia 1. Hipóxia 2. Asfixia 3. Neonatologia 4. Assistência de enfermagem 5. ABSTRACT This study was conducted through a literature on neonatal anoxia, In the period 2013 to 2014, included only cases of full-term neonates, identified where this is the injury suffered by the newborn, much more frequent during prolonged labor, complicated or not, or during pregnancy, characterized by interruptionof placental blood flow to the fetus, can also occur by obstruction of the newborn's airway, during birth. Configured as one of the health problems that affect not only the newborn as well as the whole family in the general context. He noted the high frequency of anoxia in the present day, requiring a call for professional who is trained and responsive to intervene under anoxia immediately. Among the major maneuvers stressed neonatal resuscitation maneuvers, being based on the recommendations of the Brazilian Society of Pediatrics. The main focus was the collection of data about the care provided by nurses, among which stood out very actions aimed at prevention. It can be inferred therefore that as the newborn with anoxia, nursing activities depend to a certain extent, this other medical professionals for effective service in any complications. Keywords: Anoxia 1. Hypoxia 2. Choking 3. Neonatology 4. Nursing care 5. LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS AIDPI Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância BIRENE Biblioteca Regional de Medicina BPM Batimentos Por Minutos BVS Biblioteca Virtual em Saúde EHI Encefalopatia Hipóxico Isquêmica FC Frequência cardíaca HIV Vírus da Imunodeficiência Humana ILCOR International Liason Committe on Resuscitation LILACS Literatura Latina Americana e do Caribe em Ciências da Saúde MEDLINE Medical Literature Analysis And Retrival Bysten Online PH Potencial Hidrogeniônico RN Recém-nascido RNT Recém-Nascido a Termo SCIELO Scientific Eletronic Libray Online SNC Sistema Nervoso Central UTI Unidade de Terapia Intensiva VPP Ventilação com Pressão Positiva SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 13 2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 18 2.1 Objetivos Gerais ............................................................................................... 18 2.2 Objetivos Específicos ....................................................................................... 18 3 METODOLOGIA .................................................................................................... 19 4 DESENVOLVIMENTO ........................................................................................... 20 4.1 História da Neonatologia .................................................................................. 20 4.2 Assistência Prestada a Gestante no Pré-Natal ................................................ 22 4.3 Identificações de Riscos Durante a Gestação.................................................. 23 4.4 Atenções ao trabalho de Parto ......................................................................... 24 4.5 A Necessidade da Reanimação Neonatal ........................................................ 26 4.6 Recém-nascido a Termo com Boa Vitalidade ao Nascer ................................. 28 4.7 Recém-nascido Com Líquido Meconial ............................................................ 28 4.8 Recém-nascido com Necessidade de Reanimação ......................................... 29 4.9 Intubação do RN .............................................................................................. 30 5 Atuações da Enfermagem na Anóxia Neonatal .................................................. 32 6 CONCLUSÕES ...................................................................................................... 34 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 35 13 1 INTRODUÇÃO Com a Gravidez, a mãe espera um filho forte e saudável, sem nenhum problema, porém algumas vezes, isso não ocorre devido à complicações, que podem ocorrer durante a gravidez ou na hora do parto, dentre elas, uma muito grave, a anóxia, que traz consequências para toda uma vida, e que influenciará não só a criança, mais a família num contexto geral, principalmente quando o desfecho é óbito neonatal, sabendo que a “mortalidade no período neonatal é considerada um evento sentinela da assistência materno-infantil, e sua prevalência, reflete na saúde do binômio mãe-recém-nascido” (VARGAS 2012 p.3). Em Funayama (2005) encontramos o que hoje chamamos de anóxia neonatal, por intercorrência no parto, no século XVIII era denominado “sufocação no recém- nascido”. Segundo Nascimento et al. (2004, p.1): “Anóxia caracteriza uma situação de diminuição ou insuficiência de oxigenação no sangue que então não consegue suprir corretamente as exigências metabólicas. Os termos hipóxia e asfixia também podem ser empregados para caracterizar a mesma situação.” Sendo assim esta patologia caracteriza-se pela “falta de oxigênio à tentativa de respiração, ou seja, a asfixia ao nascimento” (FUNAYAMA, 2005, p.18). Também reconhecida e denominada de Asfixia Perinatal, quando “é decorrente da falha de trocas gasosas, podendo evoluir à síndrome hipóxico-isquêmica (SHI), caracterizada por gerar múltiplas alterações no organismo destacando-se o comprometimento neurológico” (TAKAZONO; GOLIN, 2013, p.109). Campos, (2010) relata que “do ponto de vista prático, a asfixia perinatal pode ser entendida como uma falha no estabelecimento da respiração normal ao nascimento, devido ao impedimento da oxigenação, na hora do parto e no período de expulsão”. Portanto, o termo anóxia e a asfixia é um estado de comprometimento das trocas gasosas antes, durante ou logo após o trabalho de parto. O Manual Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância (AIDPI) NEONATAL descreve que “a 14 asfixia perinatal é responsável por 19% das cerca de 5 milhões de mortes neonatais a cada ano em todo o mundo. Isso indica que mais de um milhão de recém-nascidos por ano necessitam de alguma manobra de reanimação” (MANUAL AIDPI NEONATAL, 2012, p.61). A anóxia neonatal tem sido muito estudada nos últimos anos, na busca de maneiras de evita-la e junto com ela as consequências e sequelas que a acompanham, sendo mais grave a morte neonatal. As principais causas de anóxia são os partos complicados, demorados e não assistidos, que interrompem o fluxo sanguíneo placentário para o feto, a obstrução das vias aéreas do recém-nascido por secreções, sangue, líquido amniótico ou mecônio e a apneia do recém-nascido (DARIPA, 2013; VARGAS, 2012). Um quadro da anóxia relativamente frequente ocorre durante o parto prolongado, podendo desencadear o problema assim como as complicações, que podem ser muito bem contornadas quando se tem uma atenção adequada da equipe de saúde, e também um manejo rápido e eficiente na execução da reanimação neonatal (DARIPA, 2013; VARGAS, 2012). Segundo Nogueira; Queiroz; Jorge, (2009), Quando um profissional é compromissado com um atendimento qualificado e humanizado, poderá em muito, evitar as tais consequências da anóxia. São observados que “aproximadamente dois terços dos recém-nascidos morrem na primeira semana de vida em decorrência de causas perinatais, manejo inadequado dos problemas durante o parto e da asfixia” (MANUAL AIDPI Neonatal, 2012, p.61). Funayama (2005, p.20) relata que há critérios para se estabelecer o diagnóstico, devendo preencher determinados parâmetros, ou seja, “a anóxia neonatal é decorrente de ambos os eventos 1- História desfavorável, com um ou mais fatores de riscos de sofrimento fetal intrauterino; 2 - índice de Apgar inferior a 7 no primeiro minuto após o nascimento”. Em literaturas mais atuais, os parâmetros que referenciam o diagnóstico para outros pesquisadores considerou-se: “acidemia metabólica ou mista com valor de pH de cordão umbilical inferior a 7,0; Índice de Apgar entre 0 e 3 no 5º minutode vida; Manifestações neurológicas neonatais tais como: convulsões, coma ou hipotonia; 15 disfunções de múltiplos órgãos” (TAKAZONO; GOLIN, 2013, p.109), no entanto o manual do Ministério da saúde afirma que os seguintes requisitos, detalhados pela Academia Americana de Pediatria, para diagnóstico de Asfixia são necessária: “A ocorrência de manifestações neurológicas e de disfunção multissistêmica, conforme os seguintes critérios: • Acidemia metabólica ou mista profunda (pH < 7,0) em sangue arterial de cordão umbilical. • Escore de Apgar de 0–3 por mais de 5 minutos. • Manifestações neurológicas no período neonatal (convulsões, hipotonia, hiporreflexia, coma, entre outras). • Disfunção orgânica multissistêmica, ou seja, alterações nos sistemas cardiovascular, gastrintestinal, pulmonar, hematológico ou renal. (ATENÇÂO A SAÚDE DO RECEM NASCIDO 2011 p. 135).” No tocante ao índice de Apgar, historicamente foi “introduzido por Virginia Apgar, anestesista inglesa, em 1953, o escore de Apgar é um dos métodos mais utilizados na avaliação imediata do neonato” (SANTOS; PASQUINI, 2009, p. 39). Visto nos dias de hoje como um método que se usado único e isoladamente, se torna impreciso, por isso, outros parâmetros mais objetivos são necessários para concluir- se o diagnóstico como asfixia (VARGAS, 2012). Basicamente funciona com uma pontuação, que “a cada um dos cinco sinais é atribuído um valor que varia entre 0 e 2. Os cinco valores se somam e o total se converte no índice de Apgar” (MANUAL AIDPI NEONATAL, 2012, p. 73), os itens avaliados são a frequência cardíaca, respiração, tônus muscular, irritabilidade reflexa, coloração, definindo então a pontuação total dos itens mencionados como o escore de Apgar (MANUAL AIDPI NEONATAL, 2012, p. 73). Conhecer fatores que preconizam a anóxia e/ou asfixia, é de grande importância na antecipação e prevenção de seus agravos, principalmente para o Sistema Nervoso Central (SNC) do neonato, muitas causas de asfixia perinatal são ainda na vida intrauterina ou durante trabalho de parto; outras só atuam após o nascimento e nada impede que ocorra por combinação de várias causas (CAMPOS, 2010). O estudo de Reis também colabora com a afirmação anterior onde: “A asfixia perinatal origina-se 20% antes do trabalho de parto, 70% durante o parto e 10% no período neonatal e tem como etiologia a interrupção da circulação umbilical (prolapso, nós, e circulares de cordão), alterações na troca gasosa (pelo descolamento de placenta, insuficiência placentária), alterações do fluxo da placenta por 16 hipotensão materna ou hiperatividade uterina), redução de oxigenação materna, incapacidade de oxigenação fetal por malformação, obstrução de vias aéreas, líquido nos pulmões (aspiração e mecônio), prematuridade e gravidez de alto risco. (REIS, et al. 2009, p. 313).” Uma das consequências muito grave que ocorre depois de um quadro de asfixia é a síndrome clínica de Encefalopatia Hipóxico Isquêmica (EHI), que “compromete a perfusão tecidual com significativa diminuição da oferta de oxigênio, mudando o metabolismo celular de aeróbico para anaeróbico, com consequente disfunção múltipla de órgãos e graves lesões cerebrais, manifestada por convulsões e outros sinais neurológicos” (CRUZ; CECCON, 2010, p. 303), observando que “a EHI em recém-nascido a termo (RNT) é a principal causa de danos encefálicos e sequelas neurológicas, responsáveis pelo desenvolvimento de disfunções motoras, sensoriais e cognitivas, com alto custo individual, familiar e social” (TAKAZONO; GOLIN, 2012, p.113). A EHI pode ser classificada em três graus distintos e, no manual de Atenção à Saúde do Recém-Nascido encontramos os seguintes sinais e sintomas que caracterizam cada classe: “No estágio I, o RN é hiperalerta, com aumento do tônus muscular, podendo apresentar tremores, dificuldade na alimentação e frequência respiratória normal ou aumentada. Tipicamente o quadro permanece por 24 a 48 horas e a evolução costuma ser favorável, sem sequelas. São casos de asfixia leve. No estágio II, o RN encontra-se letárgico, com dificuldade para se alimentar. A criança pode apresentar ocasionalmente episódios de apneia ou convulsões durante os primeiros dias. O quadro habitualmente se resolve em uma semana. A asfixia é moderada, apresentando 30% de chances de incapacidades no futuro e 6% de evolução para o óbito. Já no estágio III, ocorre estupor e a criança permanece hipotônica ou inconsciente. As convulsões podem permanecer por muitos dias e são frequentes os episódios de apneia. A criança pode demorar semanas para melhorar ou nunca se recuperar. A asfixia é grave e as chances de óbito chegam a 60%. Os sobreviventes desenvolvem sequelas de intensidade variável (ATENÇÂO À SAÙDE DO RECÈM-NASCIDO, 2011, p.136).” Ainda de acordo com o mesmo Manual Atenção à Saúde do Recém-nascido (2011, p. 138), encontra-se a afirmativa que “além dos danos ao sistema nervoso central que o episódio hipóxico isquêmico acarreta, todos os demais órgãos ou sistemas podem ser prejudicados”. Em outro estudo observou-se que “o preparo para atender o RN na sala de parto compreende a realização da anamnese materna, a 17 disponibilidade do material necessário para a reanimação e uma equipe treinada em reanimação neonatal, de preferência um médico neonatologista e um enfermeiro” (VARGAS, 2012, p. 22). A intervenção realizada nos primeiros momentos de vida garantirá ao neonato um melhor prognostico para sua saúde, observando que um em cada 10 recém- nascidos necessita de ventilação com pressão positiva para iniciar e/ou manter movimentos respiratórios efetivos; um em cada 100 neonatos precisa de intubação e/ou massagem cardíaca; e um em cada 1.000 requer intubação, massagem e medicações, desde que a ventilação seja aplicada adequadamente (REANIMAÇÃO NEONTAL NA SALA DE PARTO, 2013, p.2). Este trabalho justifica-se em função do número ainda elevado de óbitos, que em contra partida, aliados a uma falha na qualidade do atendimento prestado as parturientes e ao neonato pela equipe de saúde (BASTOS 2010; DARIPA, et. al, 2013; SÍNTESE DE EVIDÊNCIAS PARA POLÍTICAS DE SAÚDE, 2013), tem colaborado para permanência dos índices atuais de mortalidade neonatal evitáveis, além da colaboração para um prognóstico futuro de comprometimento neurológico e físico do neonato, trazendo não só o comprometimento do paciente em si, como também, o da família num contexto geral. Foi encontrado que a taxa específica (para mil nascidos vivos) para “asfixia/hipóxia” de mortalidade neonatal em 2011 são de: Norte: 2,2; Nordeste: 2,1; Sudeste: 1; Sul: 0,9; Centro-Oeste: 1,5”, Brasil: 1,5 segundo a Coordenação Geral de Informações e Análises Epidemiológica, (2011). Outra questão, também, está relacionada com a dificuldade em se encontrar artigos específicos, que poderiam ampliar os conhecimentos científicos dos profissionais em saúde, em especial a enfermagem, cujo o papel primordial e o de cuidar. Procurou-se mostrar através deste trabalho, que é de vital importância enfermeiros qualificados para garantir uma assistência adequada, eficaz, sistematizada e ágil, respeitando às individualidades em asfixia neonatal, mostrando o diferencial no atendimento quando se tem uma equipe capacitada tanto de conhecimento quanto de qualificação, onde busca na observação a implementação de estratégias que demonstram uma atuação crítica, reflexiva, propositiva, compromissada e tecnicamente competente. 18 2 OBJETIVOS 2.1 Objetivos Gerais Descrever o papel da assistência de enfermagem frente à anóxia neonatal. 2.2 Objetivos Específicos Demonstrar as prioridades, os conhecimentos e as habilidades necessárias para a assistência de enfermagem em anóxia neonatal; Descrever o papel da assistência efetiva de enfermagem no período pré, peri e pós natal; Descreveros principais padrões a serem realizados pelos enfermeiros diante do quadro de anóxia neonatal. 19 3 METODOLOGIA Trata-se de uma revisão literária, de cunho descritivo. De acordo com Köche (1997), as pesquisas literárias levantam o conhecimento disponível na área, identificando as teorias existentes, analisando-as e avaliando sua contribuição para compreender ou explicar a problemática, objeto da investigação. A pesquisa descritiva visa descrever as características de determinadas populações ou fenômenos, ou através do estabelecimento de relações entre variáveis, onde tem por objetivo de interpretar os dados e conhecer a realidade sem interferir e modificar os fatos (CHURCHILL JÚNIOR, 1987; GIL,2002). Assim, para cumprir com os objetivos propostos, foram consultadas bases de literaturas relativas ao assunto em estudo, as quais possibilitaram a fundamentação da pesquisa. Entre estas, incluíram-se: Medical Literature Analysis and Retrieval System online (MEDLINE), Scientific Eletronic Library Online (SCIELO), Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Biblioteca Regional de Medicina (BIREME). A pesquisa dos artigos científicos ocorreu no período de fevereiro de 2013 a outubro de 2014, utilizando os seguintes descritores: Anóxia; Hipóxia; Asfixia; Neonatologia; Assistência de enfermagem; foram encontrados e usados 35 artigos científicos, delimitando-se apenas em neonatos a termo, deixando os pré-maturos, pois estes, já requerem um cuidado e estratégias específicas adicionais. A partir do proposto por Gil (2007), foi realizada leitura exploratória, na qual se relacionou às informações e ideias dos autores com o objetivo do estudo. Após a leitura, foram elaboradas categorias reflexivas e descritivas visando um melhor entendimento sobre o assunto. 20 4 DESENVOLVIMENTO 4.1 História da Neonatologia Quando estudamos um pouco a história de assistência ao neonato, é observado que a classe médica não tinha o interesse nesta área, nem instituições que cuidassem destes pacientes, onde neste contexto eram altas as taxas de mortalidade, o que contribui para o surgimento de movimentos para saúde da criança, o que fez deste um marco na história da medicina neonatal (OLIVEIRA; RODRIGUES, 2005). Por volta do século XIX, às crianças pré-maturas ou com má formação eram deixadas a seleção natural de sobrevivência da vida, mas isso foi mudando aos poucos, a neonatologia teve seu início marcado com o obstetra francês Pierre Budin, que começou a ir além das salas de parto, criando o ambulatório de Puericultura no Hospital Charité de Paris (OLIVEIRA; RODRIGUES, 2005). Ao final do século XIX, com avanços médicos e tecnológicos proporcionaram as grandes transformações no cuidado neonatal, incubadoras estavam sendo utilizadas nos cuidados de prematuros. No século XX ocorreu a contribuição dos pediatras no tocante a neonatologia quanto à alimentação (natural e artificial) e a prematuridade. No início deste século as taxas de morte eram elevadas, contribuindo pra uma disputa na assistência aos recém-nascidos, tanto pelos obstetras como pelos pediatras (OLIVEIRA; RODRIGUES, 2005). Com o avanço técnico e científico durante os anos que se seguiram, houve na neonatologia, a queda na mortalidade, pelo retrocesso da infecção hospitalar, que eram controladas através do isolamento estrito, mas isso provocava a separação entre mãe e filhos, o que prejudicava o vínculo entre eles e o aleitamento (OLIVEIRA; RODRIGUES, 2005). Em meados de 1934 foi criado o “Box de Oxigênio Hess” por Julius Hess, utilizado no tratamento de distúrbios respiratórios (OLIVEIRA; RODRIGUES, 2005). A Síndrome da angustia respiratória teve sua primeira descrição em 1932 por Faber e Wilson, e em 1937 Albecht Peiper descreveu os distúrbios pulmonares. No ano seguinte 1938, Charles Chapple elaborou uma incubadora moderna conhecida como ‘Isollete’ (OLIVEIRA; RODRIGUES, 2005). 21 Nos anos 30 observa-se uma maior atenção aos problemas respiratórios. A enfermagem desenvolveu um papel muito importante no início do desenvolvimento da neonatologia, sendo observados por estudos realizados na época por Julius Hess, onde apontavam, que enfermeiras bem treinadas, quando estavam à frente dos cuidados obtinha-se melhores resultados, impulsionando o crescente incentivo e investimento para especialização nesta área (OLIVEIRA; RODRIGUES, 2005). Em meados de 1959 Mary Ellen Avery e Jere Mead descreveram a deficiência de surfactante pulmonar como motivo para a síndrome de angustia respiratória, proporcionando uma explicação e uma base para terapia, já na década de 60, os pediatras, cirurgiões e anestesiologistas infantis, defendem o agrupamento de lactentes com patologia severas em locais específicos, visando o tratamento mais eficaz (OLIVEIRA; RODRIGUES, 2005). No Brasil, a assistência aos recém-nascidos sofreu grande influência dos países mais desenvolvidos, porém no início do século XX, ainda o abandono das crianças na primeira infância era um fato presente no país, sendo considerada a sua taxa de natimortos muito elevada. Com os notáveis resultados obtidos no exterior, começou a criação de incubadoras aqui no Brasil da marca Lyone (OLIVEIRA; RODRIGUES, 2005). Em 1910 inaugura-se a Policlínica das Crianças, que era mantida pela Santa Casa de Misericórdia dirigida pelo médico Antônio Fernandes Figueira, época em que o Brasil tinha a mais alta taxa de mortalidade infantil para países subdesenvolvidos por cerca de 7% e 9% estes foram os cuidados introdutores desenvolvidos durante muitos anos, para que pudéssemos ter hoje uma assistência de qualidade, em grande parte responsável pela diminuição da mortalidade infantil no decorrer dos anos (OLIVEIRA; RODRIGUES, 2005). Conhecer os caminhos já percorridos na assistência neonatal contribui para compreender os avanços e retrocessos, além subsidiar a avaliação da formação, capacitação e o desenvolvimento de novas pesquisas para um melhor impacto na saúde da população (COSTA; PADILHA; MONTICELLI, 2009). Nos dias atuais, o cuidado com os recém-nascidos tem mostrado uma constante evolução estarrecedora como, por exemplo, a sobrevivência de bebês cada vez mais pré-maturos, e também, dos que eram considerados incompatíveis com a vida, impondo um desafio de apresentar as famílias, uma criança capaz de 22 desenvolver de maneira mais plena todo seu potencial seja afetivo, cognitivo ou produtivo (COSTA; PADILHA; MONTICELLI, 2009, p.200). No tocante à enfermagem, que preza o cuidado, encontramos a seguinte afirmação: “A educação permanente dos profissionais enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem para a assistência adequada ao recém- nascido (RN), implica prepará-los para que sejam capazes de reconhecer desvios da normalidade na hora do nascimento, atendendo suas necessidades mínimas de ambiente físico, prestando os cuidados imediatos necessários utilizando de forma estruturada e organizada as técnicas adequadas, além de sensibilizá-los sobre a importância de um cuidado simples e eficiente ao recém-nascido (BASTOS, 2010, p.6).” Dentro destas perspectivas, em dias atuais, observamos que a atuação da enfermagem se faz um instrumento de extrema importância, no contexto da transição fetal para o neonatal, ou seja, o nascimento (BASTOS, 2010, p.10). O meio intrauterino proporcionava ao neonato “um ambiente de aconchego, de temperatura e luminosidade constantes, os ruídos são ouvidos suavemente, não necessitando de esforço para realizar as funções vitais” (CRUZ; SUMAM; SPÍNDOLA, 2007, p.691), esta fase representa a mais dinâmica e difícil adaptação do ser humano, de uma condiçãode dependência completa, para outra de auto suficiência frente a oxigenação e nutrição (BASTOS, 2010). 4.2 Assistência Prestada a Gestante no Pré-Natal A maioria das gestações e partos ocorre de maneira natural e sem intercorrências, mas em torno de 15% dos partos, apresentarão algum tipo de complicação potencialmente mortal, requerendo uma atenção qualificada, acertada e segura para poder salvar vidas (DOTTO; MAMEDE, 2007). Independente do risco gestacional “O papel do profissional de saúde na assistência ao parto é o de garantir apoio à mulher e sua família, monitorar o bem- estar do binômio mãe-bebê, realizar as intervenções necessárias” (OLIVEIRA et al. 2008, p. 896). Há estudos suficientes que comprovam o efeito protetor do acompanhamento pré-natal que é realizado com qualidade, sobre a saúde da gestante e do recém nato, contribuindo para uma menor incidência de mortalidade materna, do 23 baixo peso ao nascer e da mortalidade perinatal (ENFERMAEM OBSTÉTRICA- DIETRIZES ASSISTENCIAIS, 2010). A atenção ao bebe inicia-se desde o primeiro contato, onde a gestante, após constatação da gravidez através de exame, ou ainda sintomas característicos observados pela paciente mesmo sem o exame que comprove a gravidez, busca a unidade básica de saúde para os primeiros atendimentos que serão realizados pelo enfermeiro, sendo este primeiro momento chamado de acolhimento, (ATENÇÃO À GESTANTE E À PUÉRPERA NO SUS – SP, 2010). O processo de acolhimento significa atender e ouvir a gestante; não restringe- se apenas a uma intervenção, mas no prestar atenção à gestante (ENFERMAGEM OBSTÉTRICA- DIETRIZES ASSISTENCIAIS, 2010). É neste momento do acolhimento que a gestante tem a oportunidade de esclarecer dúvidas, conhecer todo o plano que vai ser desenvolvido para ela e o bebe, podendo então a gestante expressar suas opiniões, onde a atuação da enfermagem se torna imprescindível (ATENÇÃO À GESTANTE E À PUÉRPERA NO SUS – SP, 2010). Ainda nesta oportunidade, são ofertadas a ela, as solicitações de exames complementares segundo o protocolo local, ou seja, da cidade onde mora, a abertura do cartão da gestante, com todas as identificações pessoais necessárias, as recomendações de vacinas e vitaminas, as orientações sobre as atividades físicas e profissionais durante o período de gestação e a estimulação da presença do acompanhante de escolha da gestante durante as consultas. É de suma importância que a acolhida seja realizada de forma sensível ao momento especial na vida desta mulher, avaliando a necessidades de acompanhamentos adicionais, além de garantir o retorno às consultas posteriores, adaptados caso a caso (ATENÇÃO À GESTANTE E À PUÉRPERA NO SUS – SP, 2010). 4.3 Identificações de Riscos Durante a Gestação A classificação de risco pode ser evidenciada durante a primeira consulta, representando uma oportunidade única na adoção de condutas preventivas, e a tomada de mediadas de encaminhamento para uma unidade de referência local, evitando-se assim as possíveis complicações durante a gravidez (ATENÇÃO À GESTANTE E À PUÉRPERA NO SUS – SP, 2010). Segundo o manual do Ministério da Saúde “a mortalidade perinatal tem sido recomendada como o indicador mais 24 apropriado para a avaliação da assistência obstétrica e neonatal e da utilização dos serviços de saúde” (SÍNTESE DE EVIDÊNCIAS PARA POLÍTICAS DE SAÚDE, 2013, p.15), vários esforços são empregados visando à redução da mortalidade neonatal, existindo diversas estratégias, entre elas “O Programa de Humanização no Pré-Natal e Nascimento, o Pacto de Redução da Mortalidade Materna e Neonatal, a criação da Rede Norte-Nordeste de Saúde Perinatal, a Rede Cegonha e a Rede Amamenta Brasil, além da capacitação de profissionais de saúde na estratégia da AIDPI Neonatal e em Reanimação Neonatal (MANUAL AIDPI, 2012, p.8).” As consultas de pré-natal devem ser preferencialmente no mínimo seis consultas, distribuídas durante a gravidez, contando que a primeira seja realizada o mais precocemente possível antes da 12ª semana de gestação, e a cada retorno e necessário reavaliar os potencias riscos da consulta anterior, e os possíveis riscos atuais, determinando assim os procedimentos seguintes que serão utilizados (MANUAL TÉCNICO DO PRÉ NATAL E PUERPÉRIO, 2010). De acordo com as Diretrizes assistências, (2010) “o intervalo entre as consultas é de quatro semanas, após a 36°semana, deverá se dar a cada 15 dias, visando à avaliação da pressão arterial, da presença de edemas, da altura uterina, dos movimentos do feto e dos batimentos cardiofetais” (ENFERMAGEM OBSTÉTRICA- DIETRIZES ASSISTENCIAIS, 2010). 4.4 Atenções ao trabalho de Parto O início do trabalho de parto acontece com as contrações regulares, que passaram a ser cada vez mais constantes e progressivas, e com a passar das horas intensas, associadas à dilatação do colo uterino, a partir daí, que geralmente as mulheres procuram a maternidades, hospitais a onde são internadas, para espera do parto (ENFERMAGEM OBSTÉTRICA-DIETRIZES ASSISTENCIAIS, 2010). Este é um momento importante para iniciar o relacionamento de confiança com a equipe de saúde e a parturiente, observando-se que no ato da admissão desta paciente e seu acompanhante, deve reinar um ambiente privativo, tranquilo e seguro, cabendo a equipe de enfermagem a principal responsabilidade da admissão da paciente e seu acompanhante norteada nos princípios do modelo humanizado de 25 atenção ao parto. (ENFERMAGEM OBSTÉTRICA-DIETRIZES ASSISTENCIAIS, 2010). A presença de um acompanhante durante o trabalho de parto agrega mais tranquilidade a parturiente, dessa forma reduz o estresse e a ansiedade, fazendo com que haja uma liberação de ocitocina e endorfina, acelerando o trabalho de parto diminuindo o uso de analgesias e reduzindo a ocorrência de distorcias (ENFERMAGEM OBSTÉTRICA-DIETRIZES ASSISTENCIAIS, 2010). Nesse Sentido o acompanhante, precisa da colaboração da equipe de saúde, no tocante à assistência da Mulher, onde ele deverá estar ativamente informado sobre as condutas e evoluções realizadas no processo de nascimento, sendo estas atitudes simplificadas e eficazes que são capazes de influenciar positivamente a mãe e o concepto durante o trabalho de parto e parto (MOURA, et al 2007). Na atenção a parturiente o enfermeiro é responsável pela solicitação e avaliação do cartão da gestante, a realização da anamnese e observação do histórico gestacional, todos os exames clínicos necessários entre eles os sinais vitais, avaliações das mucosas, ausculta cardiopulmonar, avaliação dos edemas e varizes (ENFERMAGEM OBSTÉTRICA-DIETRIZES ASSISTENCIAIS 2010). Inclui-se também os exames obstétricos, a medida da altura uterina, a determinação da posição e apresentação fetal, ausculta da frequência cardíaca fetal durante e após contração, a realização do toque vaginal, verificando a integridade das membranas, a dilatação e apagamento do colo uterino (ENFERMAGEM OBSTÉTRICA-DIETRIZES ASSISTENCIAIS 2010). A realização dos testes rápidos para Sífilis e HIV, fator Rh e tipagem sanguínea, o preenchimento do partograma com assinatura e carimbo do enfermeiro e o registro de todos os procedimentos achados realizados durante a avaliação da parturiente, os partos classificados como de baixo risco poderão ser assistidos pelo Enfermeiro obstetra (ENFERMAGEM OBSTÉTRICA- DIETRIZES ASSISTENCIAIS 2010) O trabalho de parto se divide em três períodos, entre eles o primeiro, a dilatação cervical, dividido em duas fases a latente e a ativa, o segundo a expulsão do feto e a dequitação, acrescido do quarto período chamado de Greenberg. Na fase de dilatação latente e o período inicial de contrações mais coordenadas, fortes e eficientes, deixando o colo mais amolecido, flexível e elástico. Na fase ativa, começa quando se tem uma dilatação de 3 a 4cm, com contrações uterinaseficientes, que encurtam o corpo uterino, tracionando longitudinalmente o segmento inferior, que se expande. Na 26 medida em que se aumenta o trabalho de parto, aumenta-se a contratilidade uterina. (ENFERMAGEM OBSTÉTRICA-DIETRIZES ASSISTENCIAIS 2010). O segundo período ou período expulsivo é aquele em que ocorre a dilatação completa, e a expulsão fetal, subdivididas em duas fases: • “Segundo período do trabalho de parto passivo → o achado de dilatação cervical completa antes ou na ausência de contrações expulsivas involuntárias. • Início do segundo período ativo do trabalho de parto → o bebê é visível, contrações expulsivas com o achado de dilatação cervical completa, esforços maternos ativos (AMORIM; PORTO; SOUZA, 2010, p. 584).” Considerado “o terceiro período do trabalho de parto é o período que se inicia com o nascimento até o delivramento” (AMORIM; PORTO; SOUZA, 2010, p. 588); ou seja, fase em que ocorre a extração ativa da placenta que ajuda a prevenir a hemorragia pós-parto, devendo ser adotado em todas as mulheres (AMORIM; PORTO; SOUZA, 2010). A fase de Greenberg é classificada como 4º estágio do parto ou Período de Greenberg, ocorrendo depois do pós-parto imediato após a dequitação ou delivramento. Não se observa na literatura um consenso geral sobre sua duração, mas para uns ocorre logo após a dequitação da placenta, estendendo-se até as primeiras horas pós-parto, e em outros até a segunda hora pós-parto (ENFERMAGEM OBSTÉTRICA DIETRIZES ASSISTENCIAIS, 2010). 4.5 A Necessidade da Reanimação Neonatal Com o nascimento do bebê iniciam-se os cuidados da equipe de enfermagem, juntamente com a equipe médica, entende-se que, a maioria das crianças nasce com boa vitalidade, entretanto em alguns casos se faz necessário às manobras de reanimação neonatal sendo por diversas vezes inesperados, mesmo nos casos em que o neonato não apresenta indícios de hipóxia ou asfixia, lembrando que no Brasil entre os anos de 2005 a 2009, o índice de morte de recém-nascidos vivos foi de 13 ao dia, devido a casos associados à asfixia perinatal, e dentre estes, cinco eram bebes 27 a termo (idade gestacional 37 a 41 semanas), e sem malformações congênitas (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2013). As práticas da reanimação em sala de parto baseiam-se nas diretrizes publicadas pelo International Liaison Committee on Resuscitation (ILCOR), que inclui especialistas dos cinco continentes, com representantes brasileiros (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2013), todo o procedimento e pré-preparado para uma possível reanimação, iniciando-se pela anamnese materna, uma equipe capacitada, matérias disponíveis e testados em locais de fácil acesso (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2013). Na preparação a recepção do RN, “utilizar as precauções-padrão que compreendem a lavagem/higienização correta das mãos e a paramentação, ou seja, o uso de luvas, aventais, máscaras ou proteção facial para evitar o contato do profissional com material biológico do paciente” (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2013), Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria a avaliação da vitalidade do recém-nascido, e feito imediatamente após seu nascimento, e a necessidade de reanimação vai depender de uma avaliação rápida, tendo como parâmetros as seguintes perguntas norteadoras: “Gestação a termo? - Ausência de mecônio? - Respirando ou chorando? – Tônus muscular bom? Se a resposta é sim a todas as perguntas, considera-se que o RN está com boa vitalidade e não necessita de manobras de reanimação” (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2013, p.4). Também há de se levar em conta a avaliação simultânea da respiração e da frequência cardíaca (FC), sendo que a FC será determinante nas indicações de manobras de reanimação, o RN deve respirar de maneira regular suficiente para manter a FC acima de 100 batimentos por minutos (bpm), sendo verificada através de estetoscópio, ou eventualmente pela palpação do pulso na base do cordão umbilical. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2013). Outras avaliações conhecidas como a coloração da pele e mucosas do RN não são mais utilizadas para decidir a reanimação, pois estudos mostram que esta é subjetiva e não tem relação com a saturação de oxigênio ao nascimento (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2013). Quanto ao boletim de Apgar, já descrito antes, também não e utilizado para determinar o início da reanimação e /ou manobras a serem instituídas, mas na verdade ele é mais utilizado como meio de avaliação para respostas do paciente frente 28 às manobras de reanimação e a eficácia dessas manobras sendo reutilizado a cada cinco minutos (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2013). 4.6 Recém-nascido a Termo com Boa Vitalidade ao Nascer Recém-nascido a termo de idade gestacional de 37 a 41 semanas, logo após nascimento apresenta boa respiração ou choro, com tônus muscular em flexão, sem líquido amniótico meconial, não necessita de nenhuma intervenção, ou seja, manobra de reanimação, sendo indicado o contato pele a pele com mãe, imediatamente após o nascimento, com campos pré-aquecidos, podendo iniciar a amamentação (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2013). 4.7 Recém-nascido Com Líquido Meconial Apresentando fluido meconial quer seja fluido ou espesso, o obstetra não deve realizar a aspiração do mesmo, a conduta do pediatra depende da vitalidade ao nascer, se apresentar movimentos respiratórios rítmicos e regulares, além de tônus muscular adequado e FC >100bpm, o paciente será levado à mesa de reanimação, colocado na fonte de calor radiante, posicionando a cabeça em leve extensão do pescoço, aspirando o excesso de secreções primeiramente da boca e em seguida do nariz com sonda de aspiração traqueal nº 10, e a seguir secando e desprezando os campos úmidos e verificando novamente a posição da cabeça, avaliando novamente a FC e a respiração, se normal o RN recebe cuidados de rotina de sala de parto (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2013). Quando em contrário, com presença de fluido meconial, e logo após nascer não apresentar ritmo respiratório regular e/ou tônus muscular flácido e/ou a FC<100bpm, e realizado pelo pediatra a retirada do mecônio residual da hipofaringe e da traquéia, em visualização direta e sob fonte de calor radiante, aspirar uma única vez e verificando em seguida a reação do RN, se permanecer com FC <100bpm, respiração irregular ou apneia, iniciar a ventilação com pressão positiva (VPP) (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2013). 29 4.8 Recém-nascido com Necessidade de Reanimação Um ponto muito crítico para ao sucesso da reanimação neonatal é a ventilação pulmonar adequada, que tem como objetivo uma hematose apropriada. Logo após os cuidados para se manter a temperatura corporal e a permeabilidade das vias aéreas do RN, e ainda assim apresentando nos primeiros 60 segundos instabilidades (apneia, respiração irregular, FC <100bpm), indica-se a VPP, ventilando com frequência de 40 a 60 movimentos por minutos (aperta, solta, aperta), de procedimento simples, importante e efetivo na reanimação (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2013). O uso do oxímetro de pulso se faz necessário, e deve ser posicionado no pulso radial direito do RN, os valores aceitáveis de saturação de oxigênio devem estar em uma margem de valores segundo o tempo de vida (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2013). Figura 1. Valores de saturação de oxigênio (O2) Fonte: SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2013. A espera para uma mensuração eficaz varia de 1 a 2 minutos após o nascimento, desde que haja débito cardíaco suficiente, com perfusão periférica, não melhorando o RN e a saturação persistir em não atingir valores desejáveis em ar ambiente, recomenda-se o uso de oxigênio a suplementar inicialmente a 40%, com o uso do aparelho blender, que faza mistura de oxigênio e ar ambiente, fazendo os reajustes conforme a saturação apresentada pelo RN (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2013). No caso de não estar disponível o blender e/ou o oxímetro de pulso, se inicia a VPP com ar ambiente, até a normalização da FC, e se não houver resultado positivo, ou melhora propriamente dita em 30 segundos (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2013). O quesito falha é considerado quando: Minutos de vida SatO² pré-ductal Até 5 5-10 >10 70%-80% 80%-90% 85%-95% 30 “Considera-se como falha se, após 30 segundos de VPP, o RN mantém FC <100 bpm ou não retoma a respiração espontânea rítmica e regular. Nesse caso, verificar o ajuste entre face e máscara, a permeabilidade das vias aéreas (posicionando a cabeça, aspirando secreções e abrindo a boca do RN) e a pressão no balão, corrigindo o que for necessário. Se o paciente, após a correção da técnica da ventilação, não melhorar deve-se aumentar a oferta de oxigênio. Se, mesmo assim, a ventilação não for efetiva, está indicado o uso da cânula traqueal como interface para a VPP. Recomenda-se, durante períodos prolongados de ventilação, a inserção de sonda orogástrica para diminuir a distensão gástrica (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2013, p.12).” 4.9 Intubação do RN No caso de falha do sistema anterior de ventilação de VPP, mesmo depois de todas as correções, o RN permanecer sem melhora clínica, recomenda a intubação deste RN, geralmente está recomendação no processo de reanimação depende em muito da habilidade e experiência do profissional responsável pelo procedimento (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2013). A cada nova tentativa de intubação deve durar no máximo 30 segundos, e uma nova VPP com balão e máscara deve ser iniciada, e a nova tentativa realizada somente com a estabilização do paciente (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2013). A confirmação do posicionamento da cânula é obrigatório, principalmente nos pacientes bradicárdicos, que não respondem aos procedimentos de reanimação, não devendo a confirmação durar mais de 60 segundos. Confirmada a posição de cânula inicia-se a ventilação com balão auto inflável, empregado na mesma frequência e pressão descritas na ventilação com balão e mascara (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2013). Quando há a melhora clínica com aumento da frequência cardíaca >100bpm e movimentos respiratórios espontâneos e regulares, é indicado a suspenção da ventilação e o RN e extubado, sendo necessário apenas o fornecimento de oxigênio inalatório através de cateter próximo a face, e fazendo sua retirada gradativamente (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2013). Não havendo melhora clínica em 30 segundos, com VPP com balão e cânula traqueal, e RN bradicárdico, verifica-se e faz as possíveis correções de todo o procedimento onde for necessário. Quando O RN mantém a respiração irregular e ou 31 apnéia deve-se manter a intubação e a ventilação, conduzindo o mesmo a unidade de terapia intensiva neonatal, em incubadora própria para transporte. No caso de FC <60bpm é indicado à massagem cardíaca (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2013). Em RNs que apresentam asfixia que desencadeiam vasoconstrição periférica, hipoxemia tecidual, diminuição da contratilidade miocárdica, bradicardia e eventualmente a parada cardíaca, podendo ser revertida no emprego da ventilação adequada na maioria dos pacientes, mas no caso contrário a massagem só é indicada após 30 segundos de VPP com oxigênio suplementar, se RN persistir ou apresentar FC <60bpm, devendo ser iniciada após a estabilização da expansão e ventilação pulmonar (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2013). A realização da massagem cardíaca executada no terço inferior do esterno, com preferência a técnica de dois polegares que consiste no posicionamento dos polegares logo abaixo do da linha mamilar, poupando-se apêndice xifoide, as palmas e os outros dedos circundam o tórax do RN, ou ainda, posicionando o dedo indicador e médio no terço inferior do externo e a outra mão como contra forte no dorso do paciente, a profundidade da compreensão não deve ultrapassar 1/3 da dimensão anteroposterior do tórax de maneira a produzir um pulso palpável (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2013). A massagem e realizada em sincronia com a ventilação numa relação de 3:1, ou seja três massagens e uma ventilação na frequência de 120 eventos por minuto totalizando 90 movimentos de massagem e 30 de ventilação, sendo continua enquanto a FC estiver <60bpm devendo ser realizada entre 45 a 60 segundos antes da reavaliação da FC (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2013). Considera-se a melhora quando, RN apresenta FC >60bpm, suspendendo a massagem, e quando atinge FC>100bpm com respirações espontâneas e regulares, a ventilação também e suspensa deixando apenas a ventilação por cateter, com suspenção posteriormente e gradativamente de acordo com a SatO2 (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2013). “Em geral, quando o paciente recebeu massagem cardíaca na sala de parto, é mais prudente transportá-lo intubado à unidade de terapia intensiva (UTI) neonatal em incubadora de transporte, sendo a decisão quanto à extubação realizada de acordo com a avaliação global do RN na unidade” (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2013, p.15). 32 Considera-se falha no procedimento se após 45-60 segundos, de ventilação e massagem cardíaca, RN permanece bradicarárdico, faz-se o uso de medicação no caso a indicação de adrenalina, sendo preferência a via de administração endovenosa, no caso a veia umbilical que de fácil e rápido acesso, podendo a dose ser repetida a cada 3-5 minutos, não é recomendável outras vias de administração, como por exemplo a via endotraqueal, pois e lenta e imprevisível. Pode haver necessidade de expansores de volume na reanimação em que o RN tenha perca sanguínea e/ou suspeita de choque hipovolêmico, realizada com solução cristaloide isotônica ou sangue total (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2013). Quanto às questões de interrupção das manobras de reanimação neonatal, “dependem de contexto nacional, social, cultural e religioso, no qual os conceitos de moral e ética são discutidos” (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2013 p.16). “Não existem dados que auxiliem os pediatras a decidir quando interromper a reanimação na vigência de bradicardia (FC <60 bpm) prolongada” (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2013, p.17). É enfatizado que a interrupção da reanimação seja realizada após 10 minutos de assistolia, quando todos os procedimentos de reanimação foram realizados de forma apropriada (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2013). Afirma-se de forma poderosa que a reanimação depende em muito da experiência, da pratica com educação e dos treinamentos continuados dos profissionais de saúde. 5 Atuações da Enfermagem na Anóxia Neonatal Nos estudos de Dotto e Mamede, encontramos que um “profissional qualificado para o nascimento pode ser uma parteira profissional (profissional com curso de graduação com formação específica para o cuidado obstétrico), uma enfermeira com especialização em obstetrícia, ou um médico com especialização e experiência específica” (DOTTO; MAMEDE, 2007, p.332). No tocante a Enfermeiros: “Durante a graduação em enfermagem, os acadêmicos de enfermagem têm em seu currículo disciplina ou disciplinas ligadas à área gineco-obstétrica. Entretanto, só a pós-graduação em nível lato- sensu confere o título de enfermeiro obstetra para a realização de partos naturais ou vaginais. Estando, portanto, a atuação deste profissional respaldada pela Lei de exercício profissional 7.498 (BITTENCOURT; OLIVEIRA, 2009, p.39).” 33 A regulamentação para o exercício de enfermagem ocorreu com a lei Nº 7.498 de 25 de junho de 1986, disponibilizado na página do (Brasil Lei 7.498), no artigo 6º classifica como enfermeiro(inciso I) o titular do diploma de enfermeiro conferido por instituição de ensino, nos termos da lei (Brasil Lei 7.498), e enfermeira obstétrica (inciso II) “o titular do diploma ou certificado de obstetriz ou de enfermeira obstétrica, conferidos nos termos da lei” (Brasil Lei 7.498). Tendo como as seguintes atribuições nas atividades de enfermagem garantidas por lei “cabe aos referidos profissionais no inciso II, a incumbência de: assistir à parturiente e ao parto normal; identificar distorcias obstétricas e tomar providências até a chegada do médico; realizar episiotomia e episiorrafia e aplicar anestesia local, quando necessária” (Brasil Lei 7.498). As parteiras tradicionais não são consideradas profissionais qualificadas, para tal qualificação o profissional deve ter recebido formação e treinamentos, atingindo com proficiência as habilidades necessária no manejo da gestação, parto e pós-parto normal, podendo assim identificar, manejar e referir complicações tanto nas mulheres como nos recém-nascidos (DOTTO; MAMEDE, 2007). No entanto, os estudos encontrados colaboram para afirmação que no cotidiano, a enfermagem assume papel da pratica assistencial onde as principais atribuições são a de manter organizada e estruturada a sala de atendimento ao recém- nascido, testando o funcionamento dos equipamentos, mantendo os materiais disponíveis para uso imediato numa situação de emergência (FERNANDES, et al. 2003), e “no tocante ao atendimento imediato ao recém-nascido gravemente anoxiado, a enfermeira é o profissional que executa coordenadamente com o neonatologista as manobras de reanimação” (FERNANDES, et al. 2003, p.154). 34 6 CONCLUSÕES Por meio do exposto conclui-se que a partir da análise documental ficou evidenciado para nós que o enfermeiro se trata de um profissional qualificado para o atendimento da parturiente e do neonato, capaz de intervir desde o início gestacional, no parto, pós parto e no atendimento junto ao recém-nascido desde que capacitado para tal, principalmente nas decisões específicas no cuidado destes pacientes de forma mais coesa e humanizada, garantindo adequada assistência a mãe e feto. No entanto este profissional sozinho não é capaz de intervir de maneira satisfatória frente à anóxia neonatal, dependendo de outro profissional médico para as eventuais complicações, dentre as quais a lei não permite a sua intervenção como no caso da intubação do neonato. Enfatiza-se a busca e proposta de estudos adicionais, dentre os quais colaborariam para engrandecer o conhecimento científico da enfermagem, e a continuidade do processo de formação e qualificação de enfermeiros para o parto e recebimento do RN, pois em grande maioria são profissionais capazes de desenvolver uma assistência muito mais direcionada a paciente de forma a reconhecê-lo como um todo. Ao apresentamos este trabalho, propomos não somente como algo pronto e acabado, mas como algo a ser trabalhado e desenvolvido na construção e reconhecimento dos enfermeiros que são por sua própria formação assistencialista sendo capazes de atender e dar suporte aos procedimentos mais críticos em nascimentos complicados. Em nossa apreciação se faz importante destacar e abordar as poucas publicações de pesquisas brasileiras que abordem a questão da anóxia neonatal, como também as experiências vividas por enfermeiros a fim de aproximar a teoria da prática para a produção de conhecimento científico. 35 REFERÊNCIAS AMORIM, M. M. R.; PORTO, A. M. F; SOUZA, A. S. R. Assistência ao Segundo e Terceiro Períodos do Trabalho de Parto Baseada em Evidências. FEMINA. Recife, PE,v 38, nº 11, Novembro 2010. BASTOS, L. M. Sistematização Da Assistência De Enfermagem ao Recém- Nascido Por Meio Da Educação Permanente em Saúde. Projeto de intervenção. 2010. 24p. Especialização em Enfermagem Obstétrica trabalho de conclusão de curso. Escola De Saúde Pública Do Ceará. Fortaleza, 2010. BITTENCOURT, I. S; OLIVEIRA, Z. M. Complicações Do Parto Natural: Assistência De Enfermeiros (as) Obstetras. Revista Saúde.com. Jequié – Bahia, v.5, n.1, p.38- 49, Mai 2009. Brasil. Lei 7.498 De 25 De Junho De 1986. 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