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Tendências e Inovação
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Tendências e Inovação
Autoria: Edgar Barassa
Como citar este documento: BARASSA, Edgar. Tendências e Inovação. Valinhos, 2017.
Sumário
Apresentação da Disciplina 03
Unidade 1: Aspectos conceituais básicos da Ciência, Tecnologia & Inovação 06
Unidade 2: Ferramentas de prospecção tecnológica 33
Unidade 3: Mudanças demográficas e sociais 70
Unidade 4: (des)Globalização, tensões políticas e incertezas econômicas: será o fim do sonho da 
integração mundial? 99
2/237
Unidade 5: Avanços Tecnológicos 122
Unidade 6: Mudanças climáticas e sustentabilidade 148
Unidade 7: Tendências em mobilidade 171
Unidade 8: Políticas de ciência tecnologia e inovação: oportunidades e desafios 203
3/237
Apresentação da Disciplina
Olá aluno. Bem vindo à disciplina de ten-
dências e inovação!
Com o advento da utilização em massa das 
tecnologias da informação e comunicação 
(TICs), bem como os avanços nos meios de 
transportes em geral, nota-se, nestes pri-
meiros anos que seguem o século XXI, um 
momento ímpar na história da humanidade. 
Este se caracteriza por uma densidade de 
integração e globalização entre pessoas/re-
giões/países, outrora jamais presenciada. A 
Ciência, Tecnologia e Inovação (C,T&I) apre-
senta papel decisivo neste contexto, seja 
por proporcionar a expansão do corpo de 
conhecimentos existentes (ciência) ou por 
providenciar tecnologias e inovações que 
busquem atender esta demanda de merca-
do por integração, conectividade e serviços. 
No que tange às empresas, trata-se de ado-
tar uma posição de ganho de competitivi-
dade por direcionar recursos e esforços em 
prol da pesquisa e desenvolvimento (P&D) 
de novos produtos e soluções. Porém, o fu-
turo da C,T&I trilha um caminho permeado 
por incertezas, pois se molda a partir de fa-
tores de ordens diversas: é afetado direta-
mente pelas ações da esfera do Estado, está 
interconectado entre diversos atores e não 
é linear, pois apresenta momentos que se 
alternam entre a continuidade e a ruptura. 
Em face de estas colocações, algumas ques-
tões emergem: como identificar estas mu-
danças em curso? Quem são os atores por 
trás destas transformações e tecnologias? 
Quais regiões e países são afetados? Tais in-
4/237
dagações são sistematicamente trabalha-
das pela disciplina Tendências e Inovações.
O objetivo da disciplina é explorar e carac-
terizar as principais tendências, inovações e 
mudanças tecnológicas que se colocam no 
horizonte para os próximos 20 anos. Para o 
alcance do objetivo proposto, a disciplina 
está organizada em torno de dois tópicos 
principais. O primeiro aborda os aspectos 
conceituais básicos da Ciência, Tecnologia 
Inovação. Esta caracterização é pertinen-
te, pois situa o aluno junto ao debate da 
transformação técnica e mudança tecno-
lógica. Complementa-se aos conceitos in-
trodutórios, baseado em um referencial di-
ferenciado, a apresentação de ferramentas 
de prospecção tecnológica que podem ser 
utilizadas para entender as dinâmicas do 
processo inovativo, tais como indicadores 
bibliométricos e de patentes. Esta carac-
terização é pertinente, pois viabiliza a ple-
na compreensão dos estudos de casos das 
transformações que moldaram nosso fu-
turo, foco do segundo tópico da disciplina. 
No segundo tópico, apresentam-se as se-
guintes tendências, com enfoques nas es-
feras: (1) mudanças demográficas, sociais e 
de gênero (ascensão das mulheres no mer-
cado de trabalho, envelhecimento da po-
pulação, crescimento geral da população, 
fluxos migratórios); (2) (des)Globalização, 
tensões políticas e incertezas econômicas; 
(3) tecnológicas (transformações de caráter 
tecnológico em curso que estão moldando 
a sociedade como um todo); (4) ambiental 
(mudanças climáticas e sustentabilidade); 
5/237
e, por fim, (5) tendências em mobilidade 
(veículo elétrico, economia do compartilha-
mento, drones e veículos autônomos). 
Espera-se que o aluno, ao final da disci-
plina, assimile e compreenda as referidas 
transformações e o modo como elas im-
pactam a sociedade, bem como com quais 
instrumentais elas podem ser acessadas e 
mapeadas.
Vamos começar?
6/237
Unidade 1
Aspectos conceituais básicos da Ciência, Tecnologia & Inovação
Objetivos
1. Traçar a definição e a apresentação 
dos aspectos conceituais e teóricos 
de Ciência, Tecnologia e Inovação; 
estabelecer as relações entre ciên-
cia, tecnologia e inovação; apresentar 
inovação e difusão: conceitos funda-
mentais, bem como invenção e ino-
vação; conhecer os tipos de inovação 
e a difusão de inovações. Apresentar 
conceitos que orientam o debate so-
bre as megatendências.
Unidade 1 • Aspectos conceituais básicos da Ciência, Tecnologia & Inovação7/237
Introdução 
Quer se considere a tecnologia como fonte 
para melhorar a qualidade de vida, quando 
proporciona bens que facilitam o dia a dia 
ou prolongam a expectativa de vida, quer se 
considere como fator de destruição, quan-
do torna possível a devastação do meio am-
biente, o fato é que ela faz parte da vida in-
dependentemente dos valores pelos quais 
a analisamos ou julgamos. Tecnologias que 
fazem parte do dia a dia da maioria das pes-
soas são lançadas a cada dia no mercado, 
sejam novas versões de smartphones, novas 
tecnologias para transferência de dados, 
novos medicamentos, ou novos equipamen-
tos utilizados por empresas na produção in-
dustrial. Ao mesmo tempo, as matérias dos 
jornais e revistas apresentam descobertas 
da ciência que aumentam a fronteira do co-
nhecimento e muitas vezes são esperanças 
para se resolver problemas práticos, como 
a cura de uma doença. Trataremos neste 
tema mais das inovações tecnológicas in-
troduzidas pelas empresas do que de ciên-
cia, mas, na primeira seção, abordaremos 
brevemente a relação entre ciência, tecno-
logia e inovação, e como esta relação se deu 
através do tempo. Num segundo momento, 
apresentaremos os conceitos chave sobre 
inovação e seus tipos. De forma subsequen-
te, trataremos da diferença entre invenção 
e inovação. Por fim, serão apresentados as-
pectos básicos da importância do processo 
de difusão das inovações na sociedade. 
 
Unidade 1 • Aspectos conceituais básicos da Ciência, Tecnologia & Inovação8/237
1. Relações entre Ciência, Tec-
nologia e Inovação
As relações entre ciência e tecnologia não 
são facilmente delimitadas, mas é possível 
determinar ao menos um padrão ao olhar 
para a história: ao passo que o capitalismo 
avança no tempo, mais a ciência passa a fa-
zer parte do desenvolvimento tecnológico e 
do surgimento de inovações. 
A percepção da relação entre tecnologia e 
inovação como fenômenos próprios do ca-
pitalismo remete à Primeira Revolução In-
dustrial, ocorrida durante o século XVIII na 
Inglaterra. Essa Revolução teve como ca-
racterísticas o surgimento da indústria têx-
til algodoeira, a utilização do carvão como 
fonte principal de energia e a introdução 
massiva das máquinas no processo produti-
vo. No que diz respeito à inovação, a carac-
terística central é de que as novas máquinas 
introduzidas na indústria têxtil, que aumen-
tavam significativamente a produtividade, 
foram resultado de aperfeiçoamentos rea-
lizados por pessoas individualmente, como 
inventores empresários que se dedicavam a 
pensar formas de melhorar os equipamen-
tos para a produção nas fábricas (Szmrec-
sányi, 2001).
Do fim século XIX até a I Guerra Mundial, o 
estágio seguinte de desenvolvimento ca-
pitalista, a chamada Segunda Revolução 
Industrial, a inovação empresarial já não 
era apenas uma tarefa de inventores indi-
viduais, mas passou a se tornar uma tarefa 
profissionalizada, realizada em laboratórios 
Unidade 1 • Aspectos conceituais básicos da Ciência, Tecnologia & Inovação9/237
específicos de grandes empresas, nos quais 
o conhecimento científico passou a ter um 
papel cada vez mais relevante. A Segunda 
Revolução Industrial teve como protagonis-
tas Alemanha e Estados Unidos, tendo como 
tecnologias chave o aço, os equipamentos e 
materiaiselétricos, a química e os primór-
dios da indústria automobilística (Szmrec-
sányi, 2001).
Com o surgimento dos laboratórios de pes-
quisa dentro das empresas para que fossem 
desenvolvidas inovações, atividade chama-
da de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), 
o século XX consolida o papel da pesquisa 
científica como atividade responsável por 
fomentar a criação de novas tecnologias. 
Essa institucionalização da P&D no decor-
rer do século XX é considerada um dos mais 
importantes fatos do desenvolvimento ca-
pitalista desse período, e consolidou o papel 
da ciência na atividade de inovação, papel 
esse que cresceu com o tempo e é central 
para tecnologias como a microeletrônica e 
indústria farmacêutica (Freeman e Soete, 
2008).
Dessa forma, podemos fazer o seguinte 
questionamento: seria a ciência a respon-
sável pelo surgimento de novas tecnologias, 
o caminho natural para que sejam criadas 
inovações? 
A questão acima tem sido alvo de estudos 
de economistas e historiadores da ciência e 
tecnologia há décadas. A ideia de que a ci-
ência precede a inovação é ainda bastante 
presente no ideário de políticos, da impren-
sa e da sociedade em geral. Após a Segunda 
Unidade 1 • Aspectos conceituais básicos da Ciência, Tecnologia & Inovação10/237
Guerra Mundial, que marcou o surgimen-
to dos grandes projetos científicos, como 
aquele que deu origem às bombas atômicas 
de Hiroshima e Nagasaki (Projeto Manhat-
tan), propagou-se a ideia de que a inovação 
seria resultado de um processo linear que 
teria origem na pesquisa científica básica. 
Entretanto, sabe-se que a relação entre ci-
ência, tecnologia e inovação não é uma via 
de mão única. A ciência não é a única fon-
te de inovações, nem mesmo é exógena à 
tecnologia, pois existem muitos casos nos 
quais se observou que a tecnologia surgiu 
anteriormente ao conhecimento científico, 
ou seja, conhecia-se o funcionamento da 
técnica, mas não se entendiam os princípios 
científicos por trás dela. Além disso, a tec-
nologia não é a mera aplicação prática da 
ciência, pois se constitui em si mesma como 
um corpo de conhecimentos independen-
tes (Rosenberg, 2006).
Enfim, apesar da importância da ciência 
para o desenvolvimento tecnológico ter au-
mentado com o tempo, não podemos pen-
sar que ela é a única fonte para o desen-
volvimento tecnológico, pois as inovações 
podem surgir de atividades menos formais 
que a pesquisa científica.
Mas em que consiste uma inovação? Como 
podemos identificá-la? Na próxima parte 
serão abordados alguns conceitos chaves 
com os quais se identifica uma atividade 
inovadora.
Unidade 1 • Aspectos conceituais básicos da Ciência, Tecnologia & Inovação11/237
Para saber mais
Para saber mais sobre a relação entre ciência, tecnologia e inovação, o texto clássico do economista Na-
than Rosenberg introduz o tema de forma clara e com diversos exemplos históricos. ROSENBERG, N. O. 
Quão Exógena é a Ciência? Revista Brasileira de Inovação, v.5, n.2, Julho/Dezembro, 2006, p.245-271. 
Disponível em: <http://www.ie.ufrj.br/intranet/ie/userintranet/hpp/arquivos/rosemberg_por_
dentro_da_caixa_preta.pdf>. Acesso em: 07 dez. 2018.
Link
James Watt e a Máquina a Vapor. Publicado por Jackson Silva, em 17 de dez de 2015. 
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=lyrqSfVRW7o>. Acesso em: 07 dez. 2018.
2. Inovação e Difusão: Conceitos Fundamentais
O entendimento de que as inovações tecnológicas eram fatores importantes para que se au-
http://www.ie.ufrj.br/intranet/ie/userintranet/hpp/arquivos/rosemberg_por_dentro_da_caixa_preta.pdf
http://www.ie.ufrj.br/intranet/ie/userintranet/hpp/arquivos/rosemberg_por_dentro_da_caixa_preta.pdf
https://www.youtube.com/watch?v=lyrqSfVRW7o
Unidade 1 • Aspectos conceituais básicos da Ciência, Tecnologia & Inovação12/237
mentasse a produção das fábricas já era 
reconhecido desde a Primeira Revolução 
Industrial, como se pode ver no trabalho de 
economistas da época, como Adam Smith 
(1723 – 1790).
Porém, foi somente no início do século XX 
que o economista austríaco Joseph Schum-
peter (1883–1950) apresentou de forma 
mais elaborada um conceito de inovação 
tecnológica que ainda se mantém como 
uma base para a compreensão atual. 
Schumpeter (1997) afirmou que as inova-
ções poderiam acontecer em cinco casos 
diferentes:
1° - A introdução de um novo bem, ou 
seja, um produto que os consumidores 
ainda não estivessem familiarizados;
2° - Introdução de um novo método de 
produção, ou seja, uma forma de produ-
zir que ainda não tenha sido testada pela 
indústria, que também pode consistir 
numa nova forma de comercializar uma 
mercadoria;
3° - A abertura de um novo mercado, ou 
seja, um mercado em que um ramo da 
indústria de determinado país ainda não 
tenha entrado;
4° - A descoberta de uma nova fonte de 
matérias-primas;
5° - Estabelecimento de uma nova orga-
nização na indústria, como a formação 
de um monopólio, ou a fragmentação de 
um monopólio existente. 
São esses os cinco casos apresentados por 
Unidade 1 • Aspectos conceituais básicos da Ciência, Tecnologia & Inovação13/237
Schumpeter que podem determinar a ocor-
rência de uma inovação. Porém, este autor 
também apresentou outra definição que é 
fundamental para entender como a inova-
ção de fato ocorre na economia e se dife-
rencia da simples atividade de inventar no-
vos produtos.
2.1. Invenção e Inovação
Schumpeter (1997) afirmou que o ato de 
apenas inventar um produto que tenha uma 
nova aplicação prática não é o mesmo que 
inovar. A invenção é caracterizada pela cria-
ção de algo com uma nova aplicação, que 
tem por objetivo a resolução de um proble-
ma prático ou mesmo uma utilidade com-
pletamente nova. O que Schumpeter perce-
beu é que uma invenção não tem qualquer 
relevância econômica se permanecer longe 
das mãos do mercado consumidor. 
A inovação, por outro lado, difere-se da in-
venção pelo fato de que necessariamente é 
lançada no mercado. É por esse motivo que 
uma inovação pode ser a comercialização 
de uma invenção existente há muito tempo, 
mas que ainda não ocupava espaço no mer-
cado.
Embora a invenção seja considerada um fa-
tor importante para a criação de novos pro-
dutos e aplicações, a atividade empresarial 
reconhecida como inovadora é aquela que 
tem sucesso na introdução dessas aplica-
ções no mercado. 
Unidade 1 • Aspectos conceituais básicos da Ciência, Tecnologia & Inovação14/237
Para saber mais
Para saber mais: o caso da fotografia digital é uma ilustração da diferença entre invenção e inovação. A em-
presa Kodak, outrora líder do mercado de fotografia analógica, empregava o engenheiro responsável por 
inventar a primeira câmera digital, na década de 1970. Porém, à época da invenção, o produto não estava 
desenvolvido o suficiente para ser lançado no mercado e a empresa estava focada em seu negócio principal 
de filmes e câmeras analógicas. Somente décadas mais tarde as câmeras digitais ganharam o mercado tor-
nando-se inovações, substituindo substancialmente a fotografia analógica e praticamente excluindo a líder 
Kodak, que não conseguiu acompanhar as inovações tecnológicas do setor de fotografia.
Ver: FICHTNER, U. A Ruína da Kodak na era digital. Estadão, 2012. Disponível em: <http://economia.es-
tadao.com.br/noticias/geral,a-ruina-da-kodak-na-era-digital,104136e>. Acesso em: 20 set. 2017. 
2.2. Tipos de Inovação
Apesar da conceituação proposta por Schumepter ainda ser uma referência para se pensar os 
diferentes tipos de inovação, uma padronização mais objetiva foi desenvolvida pela Organização 
para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) no intuito de se observarem os pro-
http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,a-ruina-da-kodak-na-era-digital,104136e
http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,a-ruina-da-kodak-na-era-digital,104136e
Unidade 1 • Aspectos conceituais básicos da Ciência, Tecnologia & Inovação15/237
cessos inovadores de forma direta, tornando-se a definição padrão para coleta de dados sobre 
inovações nas empresas. Os tiposde inovação definidos pela OCDE são: produto, processo, or-
ganizacional e de marketing. 
Uma inovação de produto é a introdução de um bem ou serviço novo ou 
significativamente melhorado no que concerne a suas características ou usos 
previstos. Incluem-se melhoramentos significativos em especificações técni-
cas, componentes e materiais, softwares incorporados, facilidade de uso ou 
outras características funcionais. (OCDE, 2005, p. 57)
Uma inovação de processo é a implementação de um método de produção 
ou distribuição novo ou significativamente melhorado. Incluem-se mudanças 
significativas em técnicas, equipamentos e/ou softwares. (OCDE, 2005. p. 58)
Uma inovação de marketing é a implementação de um novo método de 
marketing com mudanças significativas na concepção do produto ou em sua 
embalagem, no posicionamento do produto, em sua promoção ou na fixação 
de preços. (OCDE, 2005, p.58)
Unidade 1 • Aspectos conceituais básicos da Ciência, Tecnologia & Inovação16/237
Uma inovação organizacional é a implementação de um novo método orga-
nizacional nas práticas de negócios da empresa, na organização do seu local 
de trabalho ou em suas relações externas. (OCDE, 2005, p. 61)
Outra importante consideração a respeito do conceito de inovação é que os produtos e proces-
sos não precisam ser totalmente novos. Uma inovação pode ser um incremento em um produto 
ou processo produtivo já existente. As inovações incrementais são entendidas como os diversos 
e constantes aperfeiçoamentos pelos quais uma inovação já existente passa ao longo do tempo. 
São pequenos melhoramentos feitos na inovação original e o desenvolvimento de outras inova-
ções complementares que, no decorrer do tempo, de forma a se acumularem, transformam subs-
tancialmente a inovação original e acabam por ter grande importância econômica (ROSENBERG, 
1972).
2.3. Difusão de Inovações
Do ponto de vista do impacto generalizado e das transformações que as inovações tecnológi-
cas podem ocasionar na sociedade, a propagação dos novos produtos e processos por todo o 
Unidade 1 • Aspectos conceituais básicos da Ciência, Tecnologia & Inovação17/237
ambiente econômico, em diferentes em-
presas, indústrias e países, apresenta-se 
como um dos fatores mais importantes 
desse processo. 
A difusão é entendida como um processo 
generalizado de propagação das inovações, 
quando um novo produto, que até então era 
desconhecido dos consumidores, por exem-
plo, passa a se tornar comum e fazer parte 
da vida das pessoas. A difusão é uma par-
te fundamental do processo de inovação, 
ocorrendo também com as imitações feitas 
por outras empresas de uma determinada 
inovação original, sendo que os efeitos que 
surgem no decorrer da difusão melhoram a 
inovação original, pois as empresas que imi-
tam tendem a aperfeiçoar a inovação (Hall, 
2005). 
Rogers (2003) tem uma abordagem mais 
ampla para a difusão de inovações, sendo 
útil para pensarmos na difusão de bens de 
consumo como smartphones e redes sociais. 
Rogers (2003) afirma que a difusão é o pro-
cesso pelo qual uma inovação é comunica-
da por certos canais durante certo tempo, 
dentre os membros de um sistema social.
A difusão das Tecnologias da Informação e 
Comunicação (TICs), como computadores, 
smartphones e internet, principalmente a 
partir da década de 1980, influenciou tan-
to as interações puramente interpessoais, 
quanto os processos de produção e comer-
cialização na economia, possibilitando o 
surgimento de uma verdadeira “sociedade 
em rede”. A difusão das TICs é um exem-
plo que ilustra a importância da difusão das 
Unidade 1 • Aspectos conceituais básicos da Ciência, Tecnologia & Inovação18/237
tecnologias para a transformação da vida 
social e econômica (Castells, 1996).
3. Expectativas Tecnológicas
Por outro lado, um tema que tem ficado à 
margem deste debate refere-se ao ritmo e 
às expectativas em que são adotadas as tec-
nologias, sejam elas novas ou aprimoradas. 
Sobre o tema, faz-se necessária referência 
à obra de Rosenberg (2006), Por dentro da 
Caixa-Preta1, na qual o autor inclina-se, no 
capítulo 5, a analisar as expectativas, o rit-
mo e a difusão das inovações, e exalta tais 
temas como fatores de peso nas decisões 
empresariais.
1 Em inglês, Inside the Black Box (publicação original de 1982).
Para saber mais
Para saber mais sobre a teoria de difusão de ino-
vações, assista ao vídeo “Difusão de Inovações: A 
curva de adoção”. RARE. Difusão de Inovações: A 
curva da adoção. Disponível em: <https://www.
youtube.com/watch?v=l6KwMVsZPy8>. 
Acesso em: 13 jul. 2017.
https://www.youtube.com/watch?v=l6KwMVsZPy8
https://www.youtube.com/watch?v=l6KwMVsZPy8
Unidade 1 • Aspectos conceituais básicos da Ciência, Tecnologia & Inovação19/237
Nas palavras de Rosenberg (2006, p. 164):
A escolha do momento e a natureza da decisão de adoção, por parte das 
firmas de negócios individuais, é uma questão-chave, com importantes 
implicações para ambos os níveis, micro e marco da análise. Pretendo su-
gerir que existem na decisão de adoção, elementos de expectativa que não 
receberam atenção nem foram explorados de forma tão sistemática quan-
to seria possível, para iluminar o processo de difusão.
A contribuição de Rosenberg (2006) para o debate evolucionista sobre o melhoramento tecno-
lógico consiste na adição da dimensão de incerteza face à decisão de inovar, de um modo não 
colocado nos termos de Schumpeter sobre a natureza descontínua da inovação. Trata-se da in-
certeza gerada “pelo aperfeiçoamento ulterior da tecnologia cuja introdução está no momento 
sendo considerada” (ROSENBERG, 2006, p. 167). Para Rosenberg (2006), a decisão de inovar em 
“x”, hoje, pode ser afetada diretamente pela perspectiva de que, amanhã, sejam introduzidos 
melhoramentos expressivos em “x”, ou pela espera que, amanhã, uma nova tecnologia, “y”, será 
introduzida no mercado. 
Unidade 1 • Aspectos conceituais básicos da Ciência, Tecnologia & Inovação20/237
Dado que o horizonte tecnológico e as possibilidades de rendas futuras advindas das inovações 
são permeados por riscos e incertezas, supõe-se que os empresários apresentarão expectativas 
diferentes, de acordo com seus critérios de decisão subjetivos. Em algumas circunstâncias, os 
empresários podem esperar uma rápida mudança tecnológica. Do mesmo modo, em outros ca-
sos, podem-se esperar melhoramentos tecnológicos contínuos de uma mesma tecnologia após 
a introdução de alguma inovação do tipo incremental. Em resumo, há incerteza tanto nas ino-
vações tecnológicas quanto o aperfeiçoamento futuro de uma tecnologia já introduzida. Tais 
expectativas podem guiar a escolha proposital por parte dos empresários em atrasar a difusão 
da inovação. 
Nas palavras do autor:
As expectativas do aperfeiçoamento contínuo de uma nova tecnologia po-
dem, portanto, levar ao adiamento de uma inovação, a diminuição da ve-
locidade da difusão, ou à sua adoração sob uma forma modificada, que 
permita maior flexibilidade no futuro. 
Unidade 1 • Aspectos conceituais básicos da Ciência, Tecnologia & Inovação21/237
Além disso, devem-se considerar não apenas as expectativas com relação 
a possíveis melhoramentos da tecnologia em consideração, mas também 
a possibilidade de melhoramentos de tecnologias substitutas e comple-
mentares. Melhoramentos extras num produto já existente podem ser re-
tardados devido à expectativa de que um novo produto, superior, venha 
a ser desenvolvido em breve. Ao mesmo tempo, as expectativas do conti-
nuo melhoramento da velha tecnologia exercerão um efeito similar. (RO-
SENBERG 2006, p.177)
Deste modo, é possível observar empresas que resistam à introdução de novas tecnologias se 
elas acreditarem na ocorrência de melhoramentos tecnológicos futuros. Ao mesmo tempo, Ro-
senberg (2006) argumenta que as inovações, frequentemente, são imperfeitas em seus estágios 
iniciais de implementação. Se algum empresário espera por futuras melhorias2 em torno de uma 
tecnologia, pode ser um contrassensoempreender a inovação no momento atual. 
2 As melhorias podem ser empreendidas pela via do learning-by-doing, que é o aprendizado pela prática e pela experiência acumulada 
dos produtores. Paralelamente, as melhorias podem estar ligadas à passagem de tempo necessária para aquisição de informações ad-
vindas de resultados de experiências prévias.
Unidade 1 • Aspectos conceituais básicos da Ciência, Tecnologia & Inovação22/237
Face ao exposto, concluímos que, aceit-
ando a ideia da natureza contínua da mu-
dança tecnológica, isto é, a tecnologia sen-
do passível de melhoramentos, o momento 
ótimo para a introdução de uma inovação 
no mercado será vigorosamente influen-
ciado pelas expectativas a respeito do mo-
mento da incorporação da inovação e de 
seus aperfeiçoamentos futuros.
Unidade 1 • Aspectos conceituais básicos da Ciência, Tecnologia & Inovação23/237
Glossário
P&D: Pesquisa e Desenvolvimento. “A pesquisa e o desenvolvimento experimental incluem o tra-
balho criativo empregado de forma sistemática, com o objetivo de aumentar o volume de co-
nhecimentos, abrangendo o conhecimento do homem, da cultura e da sociedade, bem como a 
utilização desses conhecimentos para novas aplicações” (OCDE, 2002, p.38). Pode ser executada 
em universidades, empresas ou institutos de pesquisa. A P&D empresarial tem a ver com as ativi-
dades, que podem ser contínuas ou ocasionais, nas quais o objetivo é, ao menos no longo prazo, 
encontrar novas aplicações práticas e comerciais.
TICs: Tecnologias de Informação e Comunicação.
Difusão: O ato ou efeito de difundir-se. Propagação, multiplicação.
Questão
reflexão
?
para
24/237
Acabamos de apresentar alguns conceitos chave sobre 
ciência, tecnologia e inovação. A importância em pen-
sar que essa relação se dá pelo poder transformador 
que a ciência e a tecnologia têm na sociedade. Mas no 
que consiste essa transformação? Pense numa tecno-
logia (uma tecnologia de comunicação, por exemplo) e 
identifique algumas transformações que ela provocou 
na vida social, como as relações pessoais, trabalhistas e 
oportunidades de emprego.
25/237
Considerações Finais
• Embora a relação entre ciência, tecnologia e inovação não seja linear (ci-
ência inovação), no decorrer do desenvolvimento capitalista a ciência tor-
nou-se cada vez mais importante para a inovação, especialmente após o 
surgimento dos departamentos de P&D dentro das empresas.
• Invenção é diferente de inovação. A condição básica para um novo produto 
consistir em uma inovação é que ele seja lançado no mercado. 
• Os tipos de inovação empresariais mais comuns são: inovações de produto, 
processo, organizacional e de marketing.
• A difusão é a propagação das inovações no ambiente econômico e social. É 
através da difusão que as inovações têm o impacto de transformar a socie-
dade.
Unidade 1 • Aspectos conceituais básicos da Ciência, Tecnologia & Inovação26/237
Referências
CASTELLS, M. A Sociedade em Rede. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
FREEMAN, C.; SOETE, L. A economia da inovação industrial. Campinas: Editora da UNICAMP, 2008.
HALL, B.H., Innovation and diffusion. In: FAGERBERG, J., MOWERY, D.C., NELSON, R.R. (Eds.), Ox-
ford Handbook of Innovation. Oxford University Press, Oxford, pp. 459–484, 2005.
OCDE. Manual de Frascati. 2002.
OCDE, Manual de Oslo - Diretrizes para coleta e interpretação de dados sobre inovação, 2005.
ROGERS, E. Diffusion of innovations. New York: Free Press, 2003.
ROSENBERG, N. Factors affecting the diffusion of technology. Explorations in economic history, 
v. 10, n. 1, p. 3-33, 1972.
ROSENBERG, N. O Quão Exógena é a Ciência? Revista Brasileira de Inovação, 2006.
ROSENBERG, N. Sobre as expectativas tecnológicas. In: ROSENBERG, Nathan. Por dentro da cai-
xa preta: tecnologia e economia. Campinas: Editora da Unicamp, 2006. Cap. 5. p. 163-184.
SCHUMPETER, J. Teoria do Desenvolvimento Econômico. São Paulo: Nova Cultural, 1997.
SZMRECSÁNYI, T. Esboços de história econômica da ciência e da tecnologia. In: SOARES, L. Da 
Revolução Científica à Big (Business) Science. Hucitec/Eduff, p. 155-200, 2001.
27/237
1. Uma empresa de eletrônica lança no mercado um computador que possui 
as mesmas especificações técnicas de uma versão antiga, mas com a opção 
de novas cores e acabamento externo. Essa atividade configura que tipo de 
inovação?
a) Inovação de produto
b) Inovação de processo
c) Inovação organizacional
d) Inovação de marketing
e) Não é inovação
Questão 1
28/237
2. A respeito da relação entre ciência, tecnologia e inovação no sistema 
capitalista, é possível afirmar que:
a) toda inovação é uma aplicação do conhecimento científico.
b) a ciência não existe sem inovação. 
c) a ciência pode fomentar o surgimento de inovações.
d) a invenção de máquinas é sempre uma atividade científica.
e) ciência e tecnologia não têm qualquer relação.
Questão 2
29/237
3. A difusão de inovações é um dos fatores mais relevantes do processo de 
inovação porque:
a) promove a propagação das inovações e transformação da sociedade.
b) faz o conhecimento científico retroceder. 
c) impede que surjam inovações que prejudiquem o meio ambiente.
d) está relacionada apenas com a propagação de inovações de produto.
e) tem o poder de fazer a sociedade permanecer sem mudanças.
Questão 3
30/237
4. Uma inovação de processo pode ser identificada quando uma empresa:
a) lança no mercado um produto com uma nova embalagem.
b) introduz uma nova tecnologia de produção e métodos de distribuição.
c) cria uma nova máquina que não é utilizada na produção de mercadorias.
d) altera sua estratégia de preços. 
e) altera o local de trabalho da gerência.
Questão 4
31/237
5. Sobre o papel da ciência no desenvolvimento tecnológico, podemos 
afirmar que:
a) a ciência e a tecnologia estavam intimamente ligadas desde a Primeira Revolução Industrial.
b) a pesquisa realizada dentro das empresas (P&D) foi a consolidação do papel da ciência para 
a inovação. 
c) a pesquisa científica só gera inovações de produto.
d) durante a Segunda Revolução Industrial, destacou-se o papel de inventores individuais.
e) as inovações de marketing são produto da pesquisa científica.
Questão 5
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Gabarito
1. Resposta: D.
Para ser uma inovação de produto é neces-
sário que seja um bem novo ou com melho-
ramento significativo naquilo que é a sua 
função principal. Neste caso, houve somen-
te melhoramentos estéticos, design externo 
do produto e novas cores, o que configura 
apenas uma inovação de marketing.
2. Resposta: C.
A ciência fomenta inovações, mas não é fa-
tor obrigatório para a atividade inovadora.
3. Resposta: A.
A propagação das inovações e transforma-
ções na vida econômica e social são alguns 
dos principais efeitos da difusão de inovações.
4. Resposta: B.
A inovação de processo caracteriza-se pela 
introdução de um método de produção ou 
distribuição novo ou significativamente 
melhorado.
5. Resposta: B.
O surgimento dos laboratórios de P&D em-
presarial foi um dos principais aconteci-
mentos durante e após a Segunda Revolu-
ção industrial, fazendo com que a ciência 
passasse a ser cada vez mais importante 
para os processos de inovação.
33/237
Unidade 2
Ferramentas de prospecção tecnológica
Objetivos
1. Introdução aos estudos sobre o aprimoramento tecnológico e tendências em ino-
vações. Apresentar o processo de prospecção tecnológica e estratégia de pesquisa 
por meio de palavras chave em banco de patentes e artigos, ou seja, utilização de 
operadores booleanos de busca. Entender os dados de patentes como indicadores 
de tendências tecnológicas para monitorar a capacitação tecnológica; Identificar 
tecnologias emergentes e novos mercados; monitoramento de concorrentes e 
parceiros tecnológicos. Introdução das bases de Informação de patentes: USPTO, 
WIPO, Espacenet, Questel ORBIT, Google Patents e INPI. Caracterizar o rastrea-
mento da atividade científica a partir de dados bibliométricos: principais atores e 
instituições de pesquisa, redes de colaboraçãoem pesquisa. Identificação de ba-
ses de informações bibliométricas: SCOPUS, Web of Science e Google Acadêmico.
Unidade 2 • Ferramentas de prospecção tecnológica34/237
Introdução
Retomando as ideais postuladas no tema 1, 
a tecnologia pode ser entendida como um 
corpo próprio de conhecimento, dotado de 
técnicas, métodos, procedimentos, experi-
ências de sucessos e malogros, bem como 
da infraestrutura física referente aos instru-
mentos e laboratórios (ROSENBERG, 2006; 
DOSI, 2006). 
Os estudos a respeito da tecnologia e seu 
comportamento ao longo do tempo apre-
sentam cada vez mais destaque na litera-
tura da inovação tecnológica. Dosi (2006) 
é um dos autores que contribui nesta ar-
gumentação ao propor seu modelo de de-
terminantes e das direções em que ocorre 
a mudança técnica, nas quais se destacam 
os conceitos de paradigmas tecnológicos e 
trajetórias tecnológicas. 
Discussão semelhante sobre o aperfeiço-
amento da tecnologia é empreendida por 
Nelson e Winter (2005). Os autores traba-
lham com a ideia de “trajetórias naturais”, 
referindo-se aos caminhos - mecanismos 
de busca e seleção - em que passa o desen-
volvimento de uma tecnologia até chegar ao 
ponto de apresentar um ímpeto próprio. Sob 
outra perspectiva, Freeman e Perez (1988) 
trabalham com o termo “paradigma tec-
Para saber mais
Ver, a esse respeito, Dosi (2006) Capítulo 2 - Ten-
dências da Inovação e seus determinantes: os 
ingredientes do processo inovador, em Mudança 
técnica e transformação industrial: a teoria e uma 
aplicação à indústria de semicondutores.
Unidade 2 • Ferramentas de prospecção tecnológica35/237
noeconômico”, ao contrário de “paradigma 
tecnológico”, pois os autores entendem que 
a análise do processo competitivo vai além 
dos elementos do progresso técnico. Outros 
autores debruçam suas análises nos aspec-
tos incrementais da tecnologia, tais como 
Rosenberg (1976) e Patel & Pavitt (1994), os 
quais destacam a função das inovações in-
crementais, da realização de melhoramen-
tos e aperfeiçoamentos para viabilizar um 
novo produto no mercado. 
Não cabe aqui descrever cada abordagem 
em especifico, dado o objetivo da discipli-
na e pela grande quantidade de autores 
que trabalham com o tema; mas, deve-se 
assinalar que os estudos sobre o compor-
tamento e perspectivas de uma tecnologia 
possuem lugar de destaque junto à litera-
tura da inovação e é um campo recorrente 
de investigação. 
Para saber mais
PELAEZ-ALVAREZ, V.; SZMRECSANYI, T. Economia 
da inovação tecnológica. São Paulo: Hucitec: 
Ordem dos Economistas do Brasil, 2006, 497 p. 
(Economia & planejamento. Obras didáticas).
Na busca por um cenário mais nítido sobre 
quais caminhos a tecnologia segue e pode 
seguir no futuro, destacam-se a utilização 
das ferramentas de inteligência tecnológica. 
Dentre as ferramentas possíveis, os estudos 
de prospecção tecnológica são de suma im-
portância para a identificação de tendências 
e rotas tecnológicas promissoras. 
Unidade 2 • Ferramentas de prospecção tecnológica36/237
A seguir, apresentam-se recomendações 
sobre como acessar estas tendências. Não 
se figura como única a metodologia apre-
sentada a seguir, dado que existem outras 
formas de empreender os estudos de pros-
pecção, porém este roteiro foi elaborado 
a partir da literatura específica da área da 
gestão da inovação, que será referenciada 
em cada seção correspondente, bem como 
a partir da experiência do autor em seus tra-
balhos na área de prospecção tecnológica. 
1. Prospecção Tecnológica e In-
teligência Competitiva: Passo a 
Passo do Exercício
Em primeiro lugar, deve-se realizar o esfor-
ço de elaborar as questões de investigação. 
Estas orientarão a análise e servem como fio 
condutor do trabalho, podendo ser exem-
plificadas: qual o comportamento de uma 
tecnologia ao longo do tempo? Quem são 
os principais atores? Quais os países líde-
res? Estas e diversas outras questões. Para 
o alcance destas indagações, desenham-
-se os objetivos específicos e se elaboram 
métodos para a prospecção. Nesta discipli-
na, recomenda-se um passo a passo frente 
à experiência do autor, a qual consiste em 
quatro fases. A seguir, aponta-se e descre-
ve-se cada fase deste processo.
Unidade 2 • Ferramentas de prospecção tecnológica37/237
1.1. Primeira Fase: Definição do Campo Tecnológico, Palavras Chave e Equa-
ção de Busca
Busca-se delimitar o campo tecnológico a ser estudado. Este pode ser um campo de conheci-
mento sobre uma tecnologia, a tecnologia em si, ou um grupo de tecnologias que compõem um 
produto ou artefato especifico. 
Para saber mais
Para isso, definem-se palavras chave e equações de busca. As palavras chave são os termos específicos 
de uma tecnologia; por exemplo: motores elétricos, dispositivos ópticos, sensores digitais, entre outros. 
Recomenda-se a obtenção destas palavras a partir de uma revisão preliminar de fontes secundárias (ar-
tigos, teses, dissertações) e/ou consulta a especialistas com amplo domínio e conhecimento sobre o as-
sunto. Com as palavras chave em mãos, cria-se uma equação de busca a partir do uso de operadores bo-
oleanos. Os operadores booleanos são palavras que têm o objetivo de definir para um sistema de busca a 
combinação entre termos ou expressões de uma pesquisa. A descrição destes é feita no Quadro 1.
Unidade 2 • Ferramentas de prospecção tecnológica38/237
Quadro 1: Significado dos Operadores Booleanos
Operador Booleano Nome em 
português
Significado
AND (+) E
Restringe a pesquisa, refere-se à expressão “com todas as palavras”. 
Os resultados esperados devem conter um termo e o outro.
NOT (-)
AND NOT
Não
Exclui um dos termos da pesquisa, equivalendo à expressão  “sem a(s) 
palavra(s)”.    Em alguns sistemas poderá encontrar somente o NOT/
NÃO ou AND NOT/E NÃO. 
OR Ou
Amplia a pesquisa, equivalendo a expressão “com qualquer uma das 
palavras”. Os resultados recuperados devem conter um termo ou o 
outro.
( ) Parênteses Indica a combinação que deve ter prioridade dentro da expressão.
“ “ Aspas As palavras contidas entre aspas especificam uma frase exata.
* Asterisco O asterisco é utilizado para realizar buscas por famílias de palavras.
Fonte: Elaborado pelo autor.
Unidade 2 • Ferramentas de prospecção tecnológica39/237
1.2. Segunda Fase: Identifica-
ção, Busca e Coleta de Informa-
ções
Nesta fase será feita a escolha das fontes e 
bases de dados que permitem a identifica-
ção de trajetórias tecnológicas. Envolve três 
estratégias: 
• Rastreamento da atividade científica, 
via estudo bibliométrico, observando 
os principais atores, instituições de 
pesquisa e redes de colaboração em 
pesquisa. 
• Acesso a bases de Informação de 
patentes: USPTO, WIPO, Espacenet, 
Questel ORBIT, Google Patents e INPI. 
Monitoramento de concorrentes e 
parceiros tecnológicos. 
• Utilização de fontes secundárias para 
calibração e aperfeiçoamento da bus-
ca: livros, periódicos, artigos científi-
cos e literatura técnica chave. Estudos 
de prospecção e vigilância já feitos; 
conversa com especialistas nos temas 
de pesquisa; diálogo com experts ex-
ternos (organizações relevantes, as-
sociações, grupos de pesquisa).
1.2.1 Rastreamento da Ativida-
de Científica, Via Estudo Biblio-
métrico
Por definição, a bibliometria é o estudo dos 
aspectos quantitativos da produção, disse-
minação e utilização da informação regis-
Unidade 2 • Ferramentas de prospecção tecnológica40/237
trada em artigos científicos. Estes podem 
ser mapeados via bibliotecas digitais e ba-
ses de dados, conforme será descrito sub-
sequentemente.
Para Daim et al., “A bibliometria ajuda a ex-
plorar, organizar e analisar grandes quan-
tidades de dados, identificando ‘padrões 
ocultos’ que possam ajudar aos pesquisa-
dores na tomada de decisões” (DAIM et al, 
2006 p. 2, tradução nossa).
As principais fontes de informações estão 
listadas abaixo:
• Buscar literatura / dados, etc. - Goo-
gle Scholar,  Web of Science,  Sco-
pus, Mendeley, WordCat, PubMed, Pa-
perity,  PLOS,  LinkNovate,Standard 
Analytics,  Crossref,  NanoHUB,  Refin-
dit, CiteSeer(X), CERN Open Data, One 
Repo,  Expertnova,  Libraccess,  OA-
Lib,  OpenAIRE,  ResearchPad,  JS-
TOR, Zanran, etc. Sugerimos também 
o  Busca Integrada,  Dedalus,  BDTD/
USP, BBDTD/Brasil e BDTI/USP. 
• Acessar literatura / dados, etc. – 
Acesso institucional (No Brasil:  Ca-
pes e/ou USP), ResearchGate, e-mail 
do autor,  Open Access Button, 
Pay-per-view to publishers,  Goo-
gle,  Academia.edu,  Research4Li-
fe,  ArXiv, colegas e sites de pesqui-
sadores,  Sci-Hub, empréstimo entre 
bibliotecas, Twitter etc.
• Receber alertas e recomenda-
ções  –  Google Scholar,  Research-
Gate,  JournalTocs,  Mendeley,  Pub-
http://scholar.google.com/
http://scholar.google.com/
http://thomsonreuters.com/thomson-reuters-web-of-science/
http://www.scopus.com/
http://www.scopus.com/
https://www.mendeley.com/
http://www.worldcat.org/
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/
http://paperity.org/
http://paperity.org/
http://groups.ischool.berkeley.edu/ploscloudexplorer/
http://www.linknovate.com/
http://www.standardanalytics.io/
http://www.standardanalytics.io/
http://www.crossref.org/SimpleTextQuery/
https://nanohub.org/
http://www.refindit.org/
http://www.refindit.org/
http://citeseerx.ist.psu.edu/
http://opendata.cern.ch/
http://onerepo.net/
http://onerepo.net/
https://en.expernova.com/
http://libraccess.org/
http://www.oalib.com/
http://www.oalib.com/
https://www.openaire.eu/
http://researchpad.co/
http://www.zanran.com/
http://www.sibi.usp.br/noticias/ferramentas-gestao-pesquisa-disponiveis-pesquisadores-2016/www.buscaintegrada.usp.br
http://dedalus.usp.br/
http://www.teses.usp.br/
http://www.teses.usp.br/
http://bdtd.ibict.br/
http://www.producao.usp.br/
http://www.periodicos.capes.gov.br/
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http://www.sibi.usp.br/servicos/conexao-remota/
https://www.researchgate.net/
https://www.openaccessbutton.org/
http://www.google.com/
http://www.google.com/
http://www.academia.edu/
http://www.research4life.org/
http://www.research4life.org/
https://arxiv.org/
http://sci-hub.cc/
https://twitter.com/
http://scholar.google.com/
https://www.researchgate.net/
https://www.researchgate.net/
http://www.journaltocs.hw.ac.uk/
https://www.mendeley.com/
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/
Unidade 2 • Ferramentas de prospecção tecnológica41/237
Med,  Academia.edu,  F1000 Pri-
me,  Browzine,  Twitter,  Web of Scien-
ce, Scopus, Alertas de Revistas, Scien-
ceDirect, PubCrawler, Sparrho, RSS, Fa-
cebook, SciFeed etc. 
• Ler, ver, anotar e gerenciar referên-
cias – Acrobat Reader, HTML view, MS 
Word,  Mendeley,  ReadCube,  iAnno-
tate,  Hypothes.is,  Papers,  Annota-
ted Books Online,  HistoryPin,  Peer-
Library,  TagTeam,  Google Scholar 
Library,  Zotero,  EndNote Web,  Ci-
teUlike,  Proquest Flow,  RefBank,  Sta-
ckly,  Reference Manager,  RefWorks, 
etc.
Fonte: Extraído de USP (2017)
Neste sentido, a identificação de artigos 
científicos acessa o estado da arte e situa 
as pesquisas relacionadas a um determina-
do campo no plano científico, identificando 
também as instituições de ensino e pesqui-
sa por trás das publicações, bem como as lo-
calidades das mesmas; analisa as capacida-
des e competências científicas, a dinâmica 
de publicação de artigos; por fim, identifica 
os atores chave e suas redes de colaboração 
(países e instituições).
1.2.2 Utilização de Dados de Pa-
tentes como Indicadores de De-
senvolvimento Tecnológico
Na busca pela construção de competências 
e manutenção da vantagem competitiva, as 
empresas destinam esforços e recursos para 
o processo de Pesquisa, Desenvolvimento e 
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/
http://www.academia.edu/
http://f1000.com/prime
http://f1000.com/prime
http://thirdiron.com/browzine/
https://twitter.com/
http://thomsonreuters.com/thomson-reuters-web-of-science/
http://thomsonreuters.com/thomson-reuters-web-of-science/
http://www.scopus.com/
http://www.sciencedirect.com/
http://www.sciencedirect.com/
http://pubcrawler.gen.tcd.ie/
https://www.sparrho.com/
http://www.facebook.com/
http://www.facebook.com/
https://scifeeds.com/
https://acrobat.adobe.com/br/pt/acrobat/pdf-reader.html
https://products.office.com/pt-br/word
https://products.office.com/pt-br/word
https://www.mendeley.com/
https://www.readcube.com/
https://www.iannotate.com/
https://www.iannotate.com/
https://www.annotate.co/about.html
http://papersapp.com/
http://www.annotatedbooksonline.com/
http://www.annotatedbooksonline.com/
https://www.historypin.org/
http://peerlibrary.org/
http://peerlibrary.org/
http://tagteam.harvard.edu/
http://scholar.google.com/scholar?scilib=1
http://scholar.google.com/scholar?scilib=1
https://www.zotero.org/
http://www.sibi.usp.br/noticias/ferramentas-gestao-pesquisa-disponiveis-pesquisadores-2016/www.myendnoteweb.com
http://www.citeulike.org/
http://www.citeulike.org/
https://flow.proquest.com/
http://refbank.refindit.org/RefBank/search
https://www.stackly.org/
https://www.stackly.org/
http://www.refman.com/
http://www.refworks.com/
Unidade 2 • Ferramentas de prospecção tecnológica42/237
Inovação (P, D & I) seja em seus produtos ou 
em seus processos. Existem diversos meca-
nismos que visam proteger uma tecnologia 
frente à concorrência objetivando assegu-
rar ao inventor seu direito de exclusividade 
na exploração econômica de sua invenção 
e, neste contexto, as patentes classificam-
-se como um dos mecanismos possíveis 
para atingir tais objetivos.
As patentes são definidas como um título 
de propriedade intelectual, sendo outor-
gadas pelo Estado via sua força de lei, que 
confere ao seu detentor a possibilidade de 
exploração econômica de caráter exclusivo 
para uma invenção e também permite ao 
inventor a possibilidade de impedir tercei-
ros a explorar o objeto de sua patente. 
Para tanto, o inventor deve fornecer as in-
formações técnicas necessárias de modo 
a permitir a difusão tecnológica das ino-
vações geradas pelas patentes, sem expli-
citar os segredos industriais envolvidos no 
processo. Sua concessão se dá através de 
agências governamentais autorizadas res-
ponsáveis pela abrangência de uma deter-
minada região, com suas regras e procedi-
mentos próprios (INPI, 2017).
Para saber mais
Veja a respeito das atividades que circundam a 
propriedade intelectual no Brasil, INPI. PROPRIE-
DADE INTELECTUAL.  Disponível em: <http://
www.inpi.gov.br/>. Acesso em: 28 jun. 2017.
http://www.inpi.gov.br/
http://www.inpi.gov.br/
Unidade 2 • Ferramentas de prospecção tecnológica43/237
Podemos destacar que uma patente é uma 
propriedade limitada temporalmente, uma 
vez que, após o transcurso do período de 
exclusividade de exploração, a patente en-
tra em domínio público, podendo ser usada 
por toda a sociedade. Outra característica 
destaca que o interesse público fica preser-
vado na divulgação da informação, ou seja, 
permite que a sociedade tenha acesso ao 
conhecimento do objeto de uma patente 
por meio de sua publicação (INPI, 2017).
A utilização de indicadores que se baseiam 
em banco de dados de direitos de proprie-
dade intelectual (patentes) tem ganhado 
força nos campos da Ciência e Tecnologia 
(C&T). De acordo com Pilkington & Dyer-
son (2006), os dados sobre patentes carac-
terizam-se como importantes indicadores 
de possíveis rotas tecnológicas em curso. 
Outras informações relevantes: por meio 
da análise de patentes, podem-se identifi-
car quais são os países mais empenhados 
em desenvolver determinada tecnologia; é 
possível saber quais os principais atores que 
estão direcionando esforços em proteger 
seu direito de propriedade intelectual, entre 
outros apontamentos que as informações 
sobre propriedade intelectual podem trazer 
(PILKINGTON; DYERSON, 2006).
1.2.2.1 Exemplos de banco de dados 
de patentes
INPI - Instituto Nacional de Propriedade In-
telectual
• A busca online em documentos de pa-
tente depositados no Brasil pode ser 
Unidade 2 • Ferramentas de prospecção tecnológica44/237
feita gratuitamente na base de paten-
tes do INPI, com osistema Busca Web, 
através da combinação de palavras-
-chave com a  Classificação Interna-
cional de Patentes.
• Disponível em: <http://www.inpi.gov.
br/>. Acesso em: 20 set. 2017.
Questel – ORBIT INTELLIGENCE
• Realiza a cobertura de 93 escritórios de 
patentes, muitos dos quais contêm os 
textos integrais, status legal, citações 
pesquisáveis e ferramentas de aná-
lise estatística e semântica acoplada 
numa única interface. É um sistema 
de busca e análise de informações de 
patentes e desenhos industriais.
• Este sistema tem ferramentas de aná-
lise estatística e de correlação, que 
permitem a geração e visualização de 
gráficos sobre grandes conjuntos de 
patentes.
• Disponível em: <https://www.questel.
com/software/ipbi/orbit-intelligen-
ce/>. Acesso em: 07 dez. 2018.
USPTO
• Escritório de patentes dos Estados 
Unidos
• Disponível em: <https://www.uspto.
gov/>. Acesso em: 20 set. 2017.
ESPACENET
• Escritório de patentes Europeu
• Disponível em: <https://worldwide.
espacenet.com/>. Acesso em: 20 set. 
http://www.inpi.gov.br/
http://www.inpi.gov.br/
https://www.questel.com/software/ipbi/orbit-intelligence/
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https://www.questel.com/software/ipbi/orbit-intelligence/
https://www.uspto.gov/
https://www.uspto.gov/
https://worldwide.espacenet.com/
https://worldwide.espacenet.com/
Unidade 2 • Ferramentas de prospecção tecnológica45/237
2017.
Google PATENTS
• Buscador de patentes do Google
• Disponível em: <https://patents.goo-
gle.com/>. Acesso em: 20 set. 2017.
1.2.3 Validação e Calibração de 
Especialistas
Trata-se de consultar agentes externos para 
validar as estratégias de buscas e resultados 
preliminares encontrados. Consiste em le-
gitimar o processo de prospecção. Também 
serve para coleta, calibração e aperfeiçoa-
mento de novas informações.
1.3 Terceira Fase: Armazena-
mento e Registro da Informação
A partir da informação coletada, pode-se 
armazená-la de maneira estruturada em 
softwares do tipo Microsoft Excel, nas pró-
prias plataformas, se for possível (como é o 
caso do Orbit), ou em softwares de minera-
ção de dados, conforme será visto a seguir. 
Em todo caso, recomenda-se o registro de 
todas as equações de busca feitas nas dife-
rentes fontes, quais escritórios de patentes 
e bases de dados foram acessados, as datas 
da pesquisa, os resultados obtidos (número 
de patentes/artigos), e a avaliação da perti-
nência dos resultados.
https://patents.google.com/
https://patents.google.com/
Unidade 2 • Ferramentas de prospecção tecnológica46/237
1.4 Quarta Fase: Análise da In-
formação e o Apoio da Minera-
ção de Dados
Recomenda-se a observação das seguintes 
categorias de análise face aos resultados 
encontrados:
• Dinâmica de publicação e patentea-
mento: observação do número de ar-
tigos e patentes publicados em deter-
minado período de tempo.
• Países líderes: tratam-se dos princi-
pais países que publicam artigos e 
patentes, considerados expoentes em 
determinada tecnologia e pesquisa.
• Instituições de excelência e inven-
tores: são as instituições que se des-
tacam nas publicações e podem ser 
consideradas aliadas estratégicas. 
Estas instituições podem ser oriundas 
dos Institutos de Ciência e Tecnologia 
(ICTs), Governo e empresas.
• Tendências Tecnológicas: indica as 
principais temáticas através das pa-
lavras-chaves e sua dinâmica de pu-
blicação no tempo. Identifica tecno-
logias emergentes e novos mercados; 
monitoramento de concorrentes e 
parceiros tecnológicos. Definição de 
potenciais rotas para aperfeiçoamen-
tos em produtos e processos existen-
tes.
• Mercados tecnológicos: são os escri-
tórios internacionais nos quais se re-
gistram as patentes e fazem referên-
Unidade 2 • Ferramentas de prospecção tecnológica47/237
cia aos países que têm interesse em 
proteger as invenções. 
• Redes de colaboração entre países e 
instituições: mostra a articulação en-
tre instituições e países líderes.
Se o volume de informações for expressivo, 
recomenda-se a utilização de ferramen-
tas de mineração de dados para uma me-
lhor experiência e organização dos dados. 
A mineração de dados (data mining) é uma 
ferramenta que facilita e complementa os 
exercícios de vigilância tecnológica e inte-
ligência competitiva porque permite extrair 
e buscar informações valiosas em grandes 
volumes de dados. Atualmente, há ferra-
mentas comerciais de mineração de dados 
como o software Vantage Point, que facili-
tam a gestão da informação. 
2. Exemplos de Aplicação de Es-
tudo Bibliométrico: Geração Dis-
tribuída (GD)
Visando uma maior compreensão sobre a 
aplicação das ferramentas de inteligência 
tecnológica, serão apresentados os resulta-
Para saber mais
Este software da empresa norte-americana Sear-
ch Technology é uma ferramenta de mineração de 
dados com capacidade de processamento de lite-
ratura científica, técnica e textos de patentes, ex-
traindo tendências, pautas e relações de termos 
a partir da informação dos documentos. Ver, a 
esse respeito, <https://www.thevantagepoint.
com/>. Acesso em: 20 set. 2017.
https://www.thevantagepoint.com/
https://www.thevantagepoint.com/
Unidade 2 • Ferramentas de prospecção tecnológica48/237
dos parciais encontrados para um estudo de 
caso focado nas tecnologias envolvidas no 
campo da Geração Elétrica Distribuída (GD). 
Para isso, são utilizados dados de patentes 
como indicadores de desenvolvimento tec-
nológico e dados de produção acadêmica 
e técnica como indicadores bibliométricos. 
Os dados sobre patentes e produção biblio-
gráfica encontram-se em bases indexadas 
(SCOPUS E QUESTEL ORBIT).
Deve-se ressaltar que se tratam de resulta-
dos parciais. Porém, ao realizar sua análise 
preliminar, os gráficos processados permi-
tem uma reflexão sobre tendências das tec-
nologias relacionadas a GD. Verifica-se que 
as tecnologias que compõem a GD passam 
por um processo expressivo de desenvolvi-
mento, que se reflete no aumento quanti-
tativo das publicações de famílias1 de pa-
tentes nos últimos 20 anos, acentuando-se 
principalmente a partir de 2009-2015.
1 Forma de apresentação dos resultados.
Unidade 2 • Ferramentas de prospecção tecnológica49/237
Gráfico 1: Evolução das publicações de patentes em GD (1996-2015)
Fonte: Elaboração própria a partir de Questel ORBIT (2016).
Quanto aos atores envolvidos, é visível a liderança de empresas chinesas. Outra evidência apon-
ta para o domínio destas tecnologias em países mais desenvolvidos (Japão, Estados Unidos, Ale-
manha e França), porém com destaque para a Coréia do Sul e China, denotando o avanço destes 
Unidade 2 • Ferramentas de prospecção tecnológica50/237
novos países ingressantes neste segmento. O estudo bibliométrico corrobora com o comporta-
mento de patentes e revela uma trajetória similar à evolução do setor.
Gráfico 2: Publicações de Patentes em GD por países (1996-2015)
Fonte: Elaboração própria a partir de Questel ORBIT (2016).
Unidade 2 • Ferramentas de prospecção tecnológica51/237
Figura 1: Distribuição de Patentes de GD por países (1996–2015) (localização cartesiana)
Fonte: Elaboração própria a partir de Questel ORBIT (2016).
Unidade 2 • Ferramentas de prospecção tecnológica52/237
Gráfico 3: Distribuição de Patentes de GD por Instituição (1996-2015)
Fonte: Elaboração própria
Unidade 2 • Ferramentas de prospecção tecnológica53/237
Figura 2: Redes de colaboração de Patentes de GD (1996–2015)
Fonte: Elaboração própria a partir de Questel ORBIT (2016).
Unidade 2 • Ferramentas de prospecção tecnológica54/237
Figura 3: Domínios Tecnológicos das Patentes de GD (1996–2015)
Fonte: Elaboração própria a partir de Questel ORBIT (2016).
Unidade 2 • Ferramentas de prospecção tecnológica55/237
Gráfico 4: Evolução das publicações de artigos e livros de GD (1996–2015)
Fonte: Elaboração própria a partir de SCOPUS (2016).
Unidade 2 • Ferramentas de prospecção tecnológica56/237
Gráfico 10: Publicações de artigos e livros de GD por instituição (1996–2015)Fonte: Elaboração própria a partir de SCOPUS (2016).
Unidade 2 • Ferramentas de prospecção tecnológica57/237
Gráfico 11: Publicações de artigos e livros de GD por países (1996–2015)
Fonte: Elaboração própria a partir de SCOPUS (2016).
Unidade 2 • Ferramentas de prospecção tecnológica58/237
Glossário
INPI: Instituto Nacional de Propriedade Intelectual. É uma autarquia federal vinculada ao Minis-
tério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, responsável pelo aperfeiçoamento, dissemina-
ção e gestão do sistema brasileiro de concessão e garantia de direitos de propriedade intelectual 
para a indústria (INPI, 2017).
ICT: As Instituições de Pesquisa Científica e Tecnológica (ICT) são órgãos ou entidades da admi-
nistração pública ou entidades privadas sem fins lucrativos que tenham como missão institucio-
nal, dentre outras, executar atividades de pesquisa básica ou aplicada de caráter científico ou 
tecnológico (REDETIC, 2017).
Patente: título de propriedade intelectual, sendo outorgada pelo Estado via sua força de lei, que 
confere ao seu detentor a possibilidade de exploração econômica de caráter exclusivo para uma 
invenção e também permite ao inventor a possibilidade de impedir terceiros de explorar o objeto 
de sua patente.
Questão
reflexão
?
para
59/237
Face ao exposto, notou-se que com a utilização das ferra-
mentas de prospecção - baseadas em indicadores de paten-
tes e dados bibliométricos - é possível acessar informações 
de ordem diversas como identificação de atores, dinâmica 
temporal e competitiva entre outras. Trazendo esta discus-
são para o seu ambiente de trabalho, seja ele realizado em 
instituição pública ou privada, como as ferramentas citadas 
podem auxiliar no aprimoramento de suas atividades, na 
descoberta de novos parceiros e oportunidades de inovação?
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Considerações Finais (1/2)
• Estudos sobre o comportamento de uma tecnologia possuem lugar de des-
taque junto à literatura da inovação e é um campo recorrente de investiga-
ção. 
• Prospecção tecnológica é de suma importância para a identificação de ten-
dências e rotas tecnológicas promissoras. 
• As palavras chave são os termos específicos de uma tecnologia ou área do 
conhecimento. Os operadores booleanos são palavras que definem e deli-
mitam a combinação entre termos ou expressões de uma pesquisa.
• Dados de patentes são adotados como indicadores de tendências tecno-
lógicas para monitorar a capacitação tecnológica; Identificar tecnologias 
emergentes e novos mercados; monitoramento de concorrentes e parcei-
ros tecnológicos; definição de potenciais rotas para aperfeiçoamentos em 
produtos e processos existentes.
61/237
• Rastreia-se a atividade científica a partir de dados bibliométricos: olham-
-se os principais esforços científicos, atores e instituições de pesquisa, bem 
como as redes de colaboração em pesquisa.
Considerações Finais (2/2)
Unidade 2 • Ferramentas de prospecção tecnológica62/237
Referências 
CARLSSON, B. et al. Innovation systems: Analytical and methodological issues. Research Policy, 
2002. v. 31, n. 2. 
 DAIM, T.U., RUEDA, G., MARTIN, H. & GERDSRI, P. (2006). Forecasting emerging technologies: 
Use of bibliometrics and patent analysis. Technological Forecasting and Social Change, 73(8), 
981–1012.
 DOSI, G. Mudança Técnica e Transformação Industrial. Campinas: Editora da Unicamp, 2006.
FREEMAN, C.; PEREZ, C. Structural crises of adjustment, business cycles and investment be-
haviour. In: DOSI, G.; FREEMAN, C.; NELSON, R.; SILVERBERG, G. & SOETE, L. Technical Change 
and Economic Theory. London and New York: Pinter Publisher, 1988.
INPI. INPI — Instituto Nacional da Propriedade Industrial. [S.l.], 2017. Disponível em: <http://
www.inpi.gov.br/>. Acesso em: 16 jun. 2017. 
NELSON, R.; WINTER, S. Uma teoria evolucionária da mudança econômica. Campinas, SP: Edi-
tora da Unicamp, 2005.
NESTA, L.; MANGEMATIN, V. The economics of innovation alliances. Working Paper GAEL 2004-
25, 2004.
http://www.inpi.gov.br
http://www.inpi.gov.br
Unidade 2 • Ferramentas de prospecção tecnológica63/237
PATEL, P.; PAVITT, K. The continuing, widespread (and neglected) importance of improvements in 
mechanical technologies. Research policy, 23: 533-545, 1994.
PILKINGTON, A.; DYERSON, R. Innovation in disruptive regulatory environments: A patent study of 
electric vehicle technology development. European Journal of Innovation Management, 2006. 
v. 9, n. 1, p. 79–91. 
REDETIC. Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs). Disponível em: <http://www.redetic.rnp.
br/redetic/instituicoes-de-ciencia-e-tecnologia-icts/>. Acesso em: 28 jun. 2017.
ROSENBERG, N. Perspectives on technology. Cambridge: Cambridge University, 1976.
ROSENBERG, N. Sobre as expectativas tecnológicas. In: ROSENBERG, Nathan. Por dentro da caixa 
preta: tecnologia e economia. Campinas: Editora da Unicamp, 2006. Cap. 5. p. 163-184.
 USP, Universidade de São Paulo. Acontece Mais de 400 ferramentas de gestão de pesquisa 
disponíveis para os pesquisadores – edição 2017. Disponível em: <http://www.sibi.usp.br/no-
ticias/ferramentas-gestao-pesquisa-disponiveis-pesquisadores-2016/>. Acesso em: 28 jun. 2017.
http://www.redetic.rnp.br/redetic/instituicoes-de-ciencia-e-tecnologia-icts
http://www.redetic.rnp.br/redetic/instituicoes-de-ciencia-e-tecnologia-icts
http://www.sibi.usp.br/noticias/ferramentas-gestao-pesquisa-disponiveis-pesquisadores-2016
http://www.sibi.usp.br/noticias/ferramentas-gestao-pesquisa-disponiveis-pesquisadores-2016
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1. Que tipo de indicador é usualmente utilizado para caracterizar as atividades 
inventivas e tecnológicas?
a) Patentes
b) Difusão 
c) Novos entrantes na indústria
d) Artigos
e) Redes de colaboração
Questão 1
65/237
2. Que tipo de indicador é usualmente utilizado para caracterizar as ativida-
des científicas?
Questão 2
a) Patentes
b) Difusão
c) Novos entrantes na indústria
d) Artigos
e) Redes
66/237
3. Quais as primeiras ações a serem realizadas em uma atividade de pros-
pecção tecnológica?
Questão 3
a) Registro das fontes em Excel.
b) Obtenção das fontes de informações (dados de patentes e /ou bibliometria).
c) Definição das questões de pesquisa, objetivos específicos e campos tecnológicos mapeados.
d) Consulta aos especialistas.
e) Definição das palavras chave e operadores booleanos.
67/237
4. Sobre os estudos em comportamento tecnológico e suas perspectivas, assi-
nale a alternativa correta.
Questão 4
a) É um campo de estudos que fica à margem do debate da teoria da inovação.
b) Refutam qualquer possibilidade de mensuração e identificação de trajetórias tecnológicas.
c) Possuem lugar de destaque junto à literatura da inovação e é um campo recorrente de inves-
tigação.
d) Entendem o papel da tecnologia como um corpo distinto e sem relacionamento com a ciên-
cia.
e) Nenhuma das alternativas anteriores está correta.
68/237
5. Qual é a instituição responsável pela gestão, discussão, averiguação e 
concessão dos pedidos de patentes no Brasil?
Questão 5
a) Espacenet
b) USPTO
c) CAPES
d) INPI
e) Nenhuma das anteriores.
69/237
Gabarito
1. Resposta: A.
A utilização de indicadores que se baseiam 
em banco de dados de direitos de proprieda-
de intelectual (patentes) é uma proxy para a 
atividade inventiva e tecnológica.
2. Resposta: D.
Artigos figuram-se como a principal repre-
sentação de estudos bibliométricos para 
fins de mensuração da atividade científica.
3. Resposta: C.
Trata-se da base do estudo e ponto de par-
tida da análise.
4. Resposta: C.
Um dos temas mais explorados pela econo-
mia da inovação refere-se ao mapeamento 
de trajetórias tecnológicas.
5. Resposta: D.
Refere-se ao Instituto Nacional de Proprie-
dade Intelectual.
70/237
Unidade 3
Mudanças demográficas e sociais
Objetivos
1. Trata-se de olhar para as principais mudanças de-
mográficas em curso, que estão moldando o Bra-
sil e o mundo nestas primeiras décadas do século 
XXI. Primeiramente, nessa temática, estaremos 
nos focando em: imigraçãoe fluxos imigratórios; 
ampliação das mulheres no mercado de trabalho: 
quais as posições ocupadas pelas mulheres e quais 
os desafios de uma agenda de gênero voltada à 
igualdade; o prolongamento da vida: crescimento 
da população acima de 65 anos e inversão da pirâ-
mide etária no Brasil e as implicações envolvidas.
Unidade 3 • Mudanças demográficas e sociais71/237
Introdução
O arcabouço conceitual caracterizado pelas 
aulas 1 e 2 forneceu uma visão abrangen-
te sobre ciência, tecnologia e inovação, no 
que se refere ao comportamento tecnológi-
co, onde e como as tendências são percep-
tíveis. 
A ideia de tendências vem sendo referen-
ciada pela literatura específica como me-
gatrends, sendo uma apropriação literal da 
terminologia inglesa. Na presente discipli-
na, estas serão referidas como megaten-
dências, tradução livre do termo utilizado. 
Existem diversas definições postuladas em 
trabalhos que se inclinam a explorar esta te-
mática e corroboram as definições outrora 
colocadas na seção 1 e 2. Para a consultoria 
PWC, megatendências são forças macroe-
conômicas e geoestratégicas que moldam 
e interferem na sociedade e no mundo con-
temporâneo (PWC, 2017). De acordo com a 
consultoria Frost Sullivan (2017), são trans-
formações contínuas e globais que impac-
tam os negócios, economias nacionais, so-
ciedades, culturas e vidas pessoais.
O escopo desta aula é trazer a discussão de 
megatendências para o tema que aqui será 
abordado, qual seja: observar as mudanças 
demográficas e sociais. Estas se referem às 
transformações que afetam em medidas 
diversas, a estatística da população, como: 
tamanho, composição racial, taxa de mor-
talidade e natalidade, distribuição geográ-
fica no nível local, regional e global, e ex-
pectativa de vida e riqueza econômica.
Unidade 3 • Mudanças demográficas e sociais72/237
1. Vivendo Mais e Crescendo: 
Uma Análise Sobre o Comporta-
mento Demográfico no Séc. XXI 
e suas Perspectivas.
De acordo com os estudos promovidos pe-
las Nações Unidas e consultorias como Ro-
land Berger e PWC, nota-se um consenso de 
que a população mundial crescerá substan-
cialmente nos próximos 20 anos. 
Para as Nações Unidas, a população mun-
dial alcançará, em 2030, aproximadamente 
8 bilhões de pessoas. Para a Roland Berger, 
este número é ainda mais agressivo, che-
gando a 8,3 bilhões de pessoas. Se com-
parado aos números de 2010 (6,9 bilhões), 
trata-se de um crescimento da ordem de 
aproximadamente 20%. Em 1990, a popu-
lação mundial era de cerca de 5 bilhões de 
pessoas.
Porém, este crescimento populacional não 
será homogêneo nas áreas povoadas ao 
redor do mundo. Os países em desenvolvi-
mento, liderados principalmente por Índia 
e China, crescerão aproximadamente 7 ve-
zes mais que os países desenvolvidos. Como 
resultado, aponta-se um aumento da par-
ticipação global dos primeiros de 8,2%, em 
2010, para cerca de 8,5%, representando 
um salto de 5,7 bilhões de pessoas para 7 
bilhões. A população dos países desenvol-
vidos, por sua vez, crescerá 3,6% até 2030, 
de 1,2 bilhões para 1,3 bilhões de pessoas 
(PWC, 2017; UN, 2017; ROLAND BERGER, 
2017).,Os gráficos e tabelas que seguem 
demonstram estas informações de maneira 
Unidade 3 • Mudanças demográficas e sociais73/237
desagregada para cada continente e, também, com projeções para 2030, 2050 e 2100. 
Figura 1: Taxa de crescimento da população anual (2000-2050)
Fonte: Extraído de PWC apud UN.
Unidade 3 • Mudanças demográficas e sociais74/237
Figura 2: Crescimento da população anual (2010-2100)
Fonte: Extraído de UN (2017).
Unidade 3 • Mudanças demográficas e sociais75/237
1.1 A Expectativa de Vida Global 
Continuará a Crescer
Segundo relatório das Nações Unidas, con-
firmam-se ganhos significativos na ex-
pectativa de vida alcançados nos últimos 
anos. Globalmente, a expectativa de vida 
aumentou em 3,6 anos entre 2000-2005 e 
2010-2015, saltando de 67,2 a 70,8 anos. 
Todas as regiões compartilham do aumen-
to da expectativa de vida durante esse pe-
ríodo, mas os maiores ganhos localizam-se 
no continente Africano, onde a expectativa 
de vida aumentou 6,6 anos entre esses dois 
períodos. A expectativa de vida na África, 
em 2010-2015, foi de 60,2 anos, em com-
paração com 71,8 na Ásia, 74,6 na América 
Latina e no Caribe, 77,2 na Europa, 77,9 na 
Oceania e 79,2 na América do Norte (con-
forme aponta figura 3).
Unidade 3 • Mudanças demográficas e sociais76/237
Figura 3: Expectativa de vida ao nascer (por região)
Fonte: Extraído de UN (2017).
Unidade 3 • Mudanças demográficas e sociais77/237
Ainda, de acordo com as Nações Unidas, em 
termos globais, estima-se que a expectativa 
de vida1 salte de 71 anos (2010-2015) para 
77 anos em 2045/2050 Espera-se que o 
continente africano aumente 11 anos a ex-
pectativa de vida para sua população, alcan-
çando a casa dos 71 anos em 2045-2050. 
Este salto expressivo dialoga diretamente 
com a supressão e tratamento de doenças 
como HIV/AIDS, entre outros tipos de doen-
ças e infecções. Na Ásia, Europa, América 
Latina e Caribe calcula-se um aumento de 
6 a 7 anos em 2045/2015 e, por fim, para a 
América do Norte e Oceania projeta-se um 
ganho de 4 a 5 anos no mesmo período. 
1 Este indicador refere-se à expectativa de vida na data de na-
scimento. 
1.2 Deslocamento da Força de 
Trabalho 
A análise que segue foi extraída a partir dos 
dados da PWC. Para a consultoria, a pró-
xima geração de trabalhadores, nascidos 
entre 1980 e 1995, apresenta expectativas 
maiores de trabalhar internacionalmente 
do que seus pares no passado. 
Para saber mais
Para saber mais sobre a PWC, consulte PWC. PwC 
analysis (NextGen: A Global Generational Stu-
dy).  Disponível em: <https://www.pwc.com/
gx/en/hr-management-services/pdf/pwc-
-nextgen-study-2013.pdf>. Acesso em: 13 jul. 
2017.
https://www.pwc.com/gx/en/hr-management-services/pdf/pwc-nextgen-study-2013.pdf
https://www.pwc.com/gx/en/hr-management-services/pdf/pwc-nextgen-study-2013.pdf
https://www.pwc.com/gx/en/hr-management-services/pdf/pwc-nextgen-study-2013.pdf
Unidade 3 • Mudanças demográficas e sociais78/237
É uma tendência globalmente consistente 
com, por exemplo, 93% na África, 81% na 
América Latina e 74% no Oriente Médio, 
com entrevistados apontando que gosta-
riam de trabalhar fora de seu país de origem 
em algum momento de sua carreira. Na úl-
tima década, o número de funcionários com 
mobilidade internacional aumentou 25% 
e, provavelmente, deverá acelerar em 50% 
até 2025. Considerando que, no passado, 
os “novos talentos” apresentam tendên-
cia de movimento do leste para oeste, até 
2025, estima-se um mercado mais interco-
nectado em nível mundial. Neste, os fun-
cionários se moverão em todas as direções 
e trabalharão de novas maneiras, incluindo 
freelancers, viagens empresariais prolonga-
das e trabalhos virtuais de curto prazo. Os 
fluxos de migração de trabalho podem con-
tinuar a representar uma grande proporção 
do crescimento populacional dos países de-
senvolvidos. Em 2030, 85% do crescimento 
da população nas economias do G7 pode 
ser da migração pelo trabalho, o que pode-
ria ser benéfico para essas economias, mas 
também poderia levar a maiores tensões 
sociais e políticas (como indicado pelo voto 
do Brexit do Reino Unido para deixar a eu, 
em junho de 2016, no qual a migração foi 
uma das principais questões do debate).
2. Mulheres no Mercado de Tra-
balho
A inserção das mulheres no mercado de tra-
balho passou por grandes transformações 
Unidade 3 • Mudanças demográficas e sociais79/237
nas últimas seis décadas. Essa inserção é 
também reflexo de mudanças demográfi-
cas que aconteceram neste período, como a 
diminuição da taxa de fecundidade. Dados 
do Instituto Brasileiro de Geografia e Esta-
tística (IBGE) demonstram que, em 1950, 
apenas 13,6% das mulheres faziam parte 
da população economicamente ativa (PEA). 
Em 2010, o censo populacional verificou 
que 49% das mulheres faziam parte da PEA 
(ANDRADE, 2016). O perfil da mulher que se 
inseriu no mercadode trabalho também se 
alterou. Na década de 1960, a mulher que 
ocupava cargos fora do trabalho doméstico 
era preponderantemente jovem, solteira e 
sem filhos. Em 2010, a maioria das mulhe-
res que trabalhavam fora de casa tinha mais 
de trinta anos, estavam casadas ou em re-
lações de união estável, e já eram mães. Da 
mesma forma, a escolarização das mulheres 
também teve papel importante nesse con-
texto, com um aumento significativo das 
mulheres com curso superior, sendo elas em 
2010 maioria absoluta entre os diplomados 
no Brasil e também maioria entre a popula-
ção com ensino superior (ARRETCHE, 2015). 
As mulheres representavam 15,1% da fre-
quência na população de 18 a 24 anos ma-
triculada no ensino superior, enquanto os 
homens somavam 11,3% (IBGE, 2014).
Nesse sentido, é impossível negar os avan-
ços que as mulheres tiveram do ponto de 
vista da inserção no mercado de trabalho e 
redução das desigualdades de gênero. En-
quanto na década de 1960 estavam desig-
nadas principalmente para o trabalho do-
Unidade 3 • Mudanças demográficas e sociais80/237
méstico, atualmente são parte importante 
da população com ocupação formal. Porém, 
a introdução das mulheres no mercado de 
trabalho não implica necessariamente um 
processo natural que promove uma alte-
ração de papéis na sociedade e, embora 
tenham sido observados estes importan-
tes avanços, os dados demonstram que as 
mulheres ainda estão longe de um estágio 
de igualdade em relação aos homens. A de-
sigualdade é especialmente verificada no 
tipo de postos de trabalhos ocupados pelas 
mulheres e, aliado a isso, na desigualdade 
de remuneração entre homens e mulheres.
Os dados dos censos demográficos de-
monstram que as mulheres brasileiras ainda 
ocupam postos de trabalho menos formais 
que os homens, ou seja, proporcionalmen-
te estão mais alocadas em ocupações sem 
carteira assinada. No ano de 2000, 32,7% 
das mulheres com alguma ocupação pos-
suíam empregos com carteira de trabalho 
assinada, enquanto 36,5% dos trabalha-
dores homens eram ocupados formalmen-
te nesse período. Em 2010, esses números 
aumentaram para ambos os gêneros, com 
39,8% das mulheres e 46,5% dos homens 
ocupados em trabalhos com carteira assi-
nada (IBGE, 2014).
No mesmo sentido, a desigualdade entre 
homens e mulheres no mercado de trabalho 
se observa também nos rendimentos. Ape-
sar de serem mais escolarizadas, as mulhe-
res brasileiras ganham 74% do rendimento 
médio dos homens (IBGE, 2015). Essa desi-
gualdade verifica-se também em diversos 
Unidade 3 • Mudanças demográficas e sociais81/237
tipos de atividades, como se pode observar na Tabela 1. Percebe-se que as mulheres têm rendi-
mentos médios inferiores aos dos homens inclusive nas áreas onde são maioria expressiva, como 
educação, na qual as mulheres são 83%, mas recebem apenas 71,2% do rendimento médio dos 
homens. O mesmo se verifica em outras áreas como humanidades e artes, ou saúde e bem-estar 
social. Em serviços as mulheres são maioria e recebem pouco mais da metade em relação aos 
homens.
Tabela 1 - Razão do rendimento das mulheres em relação ao dos homens e proporção de mu-
lheres, segundo as áreas gerais de formação da população – Brasil, 2010
Áreas gerais de formação da população 
com mais de 25 anos de idade
Proporção dos rendimentos das mu-
lheres em relação ao dos homens (%)
Proporção de mu-
lheres na área (%)
Educação 71,2 83,0
Humanidades e artes 78,5 74,2
Ciências sociais, negócios e direito 66,3 49,4
Ciências, matemática e computação 65,4 47,0
Engenharia, produção e construção 66,4 21,9
Agricultura e veterinária 62,5 27,4
Saúde e bem-estar social 55,6 68,1
Serviços 53,2 54,8
Fonte: Adaptado de IBGE, 2014, p. 107. 
Unidade 3 • Mudanças demográficas e sociais82/237
As desigualdades de gênero também se ve-
rificam no fato de que as mulheres, apesar 
de serem maioria na população, ocupam 
menos cargos de chefia em relação aos ho-
mens, estão pouco representadas nos car-
gos políticos do executivo e legislativo, e 
também são minoria no judiciário brasileiro.
Segundo estudo da consultoria britânica 
PwC, estima-se que a redução da desigual-
dade de remuneração entre homens em 
mulheres poderia gerar um aumento de 2 
trilhões de dólares no Produto Interno Bruto 
(PIB) dos países membros da OCDE. Sem dú-
vida, uma inserção inclusiva das mulheres 
no mercado de trabalho é um dos desafios e 
megatendências para as próximas décadas, 
existindo uma grande margem para que a 
inclusão igualitária das mulheres no mer-
cado de trabalho possa gerar um aumento 
de renda para a população em geral (PwC, 
2017).
Para saber mais
Para saber mais sobre mulheres em cargos de che-
fia, ver: ALMEIDA, C. Mulheres estão em apenas 
37% dos cargos de chefia nas empresas. O Globo, 
Março de 2017. Disponível em: <https://oglobo.
globo.com/economia/mulheres-estao-em-
-apenas-37-dos-cargos-de-chefia-nas-em-
presas-21013908>. Acesso em: 20 set. 2017.
https://oglobo.globo.com/economia/mulheres-estao-em-apenas-37-dos-cargos-de-chefia-nas-empresas-21013908
https://oglobo.globo.com/economia/mulheres-estao-em-apenas-37-dos-cargos-de-chefia-nas-empresas-21013908
https://oglobo.globo.com/economia/mulheres-estao-em-apenas-37-dos-cargos-de-chefia-nas-empresas-21013908
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Unidade 3 • Mudanças demográficas e sociais83/237
3. Desafios do Envelhecimento 
da População
Os fatores responsáveis pelo envelheci-
mento da população, a redução da fecun-
didade e da mortalidade, podem ser vistos 
como conquistas, pois refletem uma melho-
ra na qualidade de vida da população, assim 
como avanços tecnológicos em saúde e o 
acesso da população à saúde. Esse avanço 
na expectativa de vida tem, entretanto, im-
portantes implicações para a dinâmica eco-
nômica e organização social. Uma popula-
ção que está envelhecendo necessita de um 
sistema de saúde e seguridade social mais 
amplo, o que é um desafio. 
No caso do Brasil, a proporção de pessoas 
com mais de 60 anos, em 1940, compunha 
4% da população; em 2010, eram 11%. A 
projeção é que esse grupo de pessoas cor-
responda a 28% da população brasileira 
em 2040 (CAMARANO; KANSO, 2009). Um 
grande desafio é que uma população que 
envelhece em virtude da baixa taxa de fe-
cundidade e do aumento da expectativa de 
vida, consequentemente terá menos traba-
lhadores em idade de trabalho.
Para saber mais
Para saber mais sobre a trajetória da desigualda-
de das mulheres, veja o vídeo: USP.  1960-2010: 
Mulheres cada vez mais iguais.  Disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=xOg-
VXKoK1A0>. Acesso em: 28 jul. 2017.
https://www.youtube.com/watch?v=xOgVXKoK1A0
https://www.youtube.com/watch?v=xOgVXKoK1A0
Unidade 3 • Mudanças demográficas e sociais84/237
Figura 4: Projeção da População (1980- 2050)
Fonte: IBGE (2017)
Segundo estudos do Banco Mundial, a população brasileira está envelhecendo a uma velocidade 
superior à que foi observada nos países desenvolvidos durante o século XX. A população idosa 
em idade ativa que, em 2005, correspondia a 11% da população, em 2050, será 49%. Ao mesmo 
Unidade 3 • Mudanças demográficas e sociais85/237
tempo, a população em idade escolar diminuirá de 50% para 29% no mesmo período, ou seja, a 
pressão nos gastos governamentais em saúde e previdência aumentará, mas será diminuída no 
sistema educacional. Dessa forma, a diminuição do tamanho da população escolar é uma opor-
tunidade para se elevar o investimento por aluno a níveis mais próximos dos países da OCDE, sem 
aumentar a pressão fiscal sobre esses gastos (BIRD, 2011).
As transferências públicas no Brasil foram eficazes para reduzir a pobreza 
entre os idosos. Em particular, o sistema previdenciário cobre a maioria da 
população mais velha e oferece proteção para os segmentos mais pobres 
da sociedade. Da mesma forma, os programas sociais têm contribuído para 
a redução da pobreza e da desigualdade, principalmente nas áreas rurais. 
(BIRD, 2011,