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física contexto & aplicações antônio máximo beatriz alvarenga 1 Física | ensino médio manual do professor 1 Beatriz Alvarenga Álvares — Professora Emérita do Departamento de Física da Universidade Federal de Minas Gerais — ufmg Antônio Máximo Ribeiro da Luz — Professor Adjunto do Departamento de Física da Universidade Federal de Minas Gerais — ufmg física contexto & aplicações FÍáICA | ensino médio 1ª edição São Paulo, 2013 manual do professor 2 Diretoria editorial: Angélica Pizzutto Pozzani Gerência de produção editorial: Hélia de Jesus Gonsaga Editoria de Matemática, Ciências da Natureza e suas Tecnologias: Cármen Matricardi Assistente editorial: Danilo Claro Zanardi; Letícia Mancini Martins e Luiz Paulo Gati de Cerqueira César (estags.) Supervisão de arte e produção: Sérgio Yutaka Suwaki Editor de arte: Edson Haruo Toyota Diagramação: Formato Comunicação e KLN (editoração eletrônica) Supervisão de criação: Didier Moraes Design gráfico: Imageria Estúdio (capa e miolo) Revisão: Rosângela Muricy (coord.), Ana Paula Chabaribery Malfa, Arnaldo R. Arruda, Luís Maurício Bôa Nova e Gabriela Macedo de Andrade (estag.) Supervisão de iconografia: Sílvio Kligin Pesquisadores iconográficos: Josiane Laurentino; Claudia Balista (assist.) Cartografia: Mário Yoshida Tratamento de imagem: Cesar Wolf e Fernanda Crevin Foto da capa: Corte de metal – Yellowj/Shutterstock/Glow Images Ilustrações: Antonio Robson, Artur Kenji Ogawa, Cassiano Röda, Daniel Rosini, Formato, João X. de Campos, J. Rodrigues, Luis Moura, Mário Yoshida, Osni de Oliveira, Paulo César Pereira, Paulo Manzi, Rogério Soud Direitos desta edição cedidos à Editora Scipione S.A. Av. Otaviano Alves de Lima, 4400 6o andar e andar intermediário ala B Freguesia do Ó – CEP 02909-900 – São Paulo – SP Tel.: 4003-3061 www.scipione.com.br/atendimento@scipione.com.br Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Luz, Antônio Máximo Ribeiro da Física contexto & aplicações : ensino médio / Antônio Máximo Ribeiro da Luz, Beatriz Alvarenga Álvares. – 1. ed. – São Paulo: Scipione, 2013. Obra em 3 v. 1. Física (Ensino médio) I. Álvares, Beatriz Alvarenga. II. Título. 13–02529 CDD–530.07 Índice para catálogo sistemático: 1. Física : Ensino médio 530.07 2013 ISBN 978 85262 9106-5 (AL) ISBN 978 85262 9107-2 (PR) Código da obra CL 712755 Uma publicação Versão digital Diretoria de tecnologia de educação: Ana Teresa Ralston Gerência de desenvolvimento digital: Mário Matsukura Gerência de inovação: Guilherme Molina Coordenadores de tecnologia de educação: Daniella Barreto e Luiz Fernando Caprioli Pedroso Coordenador de edição de conteúdo digital: Danilo Claro Zanardi Editores de tecnologia de educação: Cristiane Buranello e Juliano Reginato Editores de conteúdo digital: Alterson Luiz Cação, Letícia Mancini Martins (estag.) e Marcela Pontes (estag.) Editores assistentes de tecnologia de educação: Aline Oliveira Bagdanavicius, Drielly Galvão Sales da Silva, José Victor de Abreu e Michelle Yara Urcci Gonçalves Assistentes de produção de tecnologia de educação: Alexandre Marques, Gabriel Kujawski Japiassu, João Daniel Martins Bueno, Paula Pelisson Petri, Rodrigo Ferreira Silva e Saulo André Moura Ladeira Desenvolvimento dos objetos digitais: Agência GR8, Atômica Studio, Cricket Design, Daccord e Mídias Educativas Desenvolvimento do livro digital: Digital Pages FCA_Fisica_v1_PNLD2015_002_digital.indd 2 15/07/2013 16:45 3 Apresentação Caro aluno, Ao elaborar esta coleção, uma de nossas maiores preocupações foi tornar o estudo da Física interessante e agradável, por isso optamos por uma linguagem que fosse acessível e que não exagerasse no for- malismo matemático. Além disso, procuramos ilustrar, por meio de seções específicas e exemplos diversificados, como essa ciência se re- laciona com a sua realidade. Assim, esperamos que os conteúdos este- jam apresentados de uma forma atraente e motivadora, mesmo para aqueles que têm preferências por outras áreas do conhecimento. A aprendizagem das leis e fenômenos físicos pode trazer um com- plemento importante para sua formação cultural e intelectual, não apenas pela relação que apresentam com o desenvolvimento tecno- lógico do mundo moderno, mas também porque nosso cotidiano está “repleto de Física”. Ao estudar os assuntos do livro, você vai perceber que essa ciência pode ser usada para explicar muito daquilo que acon- tece ao nosso redor, desde coisas aparentemente simples, como a água fervendo em uma panela, até outras que parecem mais complexas, como a formação de um arco-íris ou um trem levitando sobre os trilhos. Com a orientação de seu professor, lendo com atenção os textos de cada capítulo, discutindo com seus colegas e procurando realizar as atividades sugeridas, esperamos que, ao final do curso, você tenha conseguido compreender as leis fundamentais da Física. É possível que essa compreensão faça crescer dentro de você uma admiração pelos fenômenos naturais, bem como respeito pelos grandes cientistas que, por meio de vidas inteiras dedicadas à pesquisa, edificaram esse im- portante ramo do conhecimento humano. Os autores FCA_Fisica_v1_PNLD2015_001a009_iniciais.indd 3 3/6/13 3:45 PM 4 Conheça seu livro Após a leitura do texto que abre o ca- pítulo, são propostas três questões com o objetivo de: verifi car o conhecimento de te- mas gerais da Física; avaliar os conhecimentos prévios sobre o assunto que será abordado; estimular a busca de informa- ções e conteúdos. As leituras são apresentadas nos três boxes descritos a seguir, que aparecem intercalados com o de- senvolvimento do conteúdo e que têm como objetivo ampliar os conceitos físicos vistos no capítulo. Aplicações da Física Seção que traz exemplos de aplica- ções tecnológicas que utilizam o de- senvolvimento científi co da Física. Além disso, apresenta propostas de pesquisas e debates. Física no contexto Leituras que complementam os co- nhecimentos abordados e mostram como a Física estudada no capítulo pode fornecer explicações para si- tuações conhecidas do aluno. Além disso, apresenta passagens histó- ricas, procurando relacionar esses acontecimentos com o avanço da Física e de outras ciências. A obra abrange os temas centrais da Física clássica e da Física contemporânea, além de suas relações com o desenvolvimento tecnológico e outras áreas do conhecimento. para iniciar a conversa leituras Este ícone indica Objetos Educacionais Digitais relacionados aos conteúdos do livro. FCA_Fisica_v1_PNLD2015_003a009_iniciais.indd 4 26/03/2013 16:54 5 Integrando... Tem por objetivo proporcionar uma visão mais abrangente de um assun- to estudado no capítulo. Para tanto, relaciona conceitos comuns à Física e a outras áreas do conhecimento, como Matemática, Química e Bio- logia. Além disso, propõe questões e pesquisas relacionadas ao texto. Cada unidade é fi nalizada com uma proposta de leitura e análise de um infográfi co que apresenta concei- tos abordados em seus capítulos. As questões propostas exercitam a interpretação de imagens e textos e complementam o que foi estudado na unidade. infográfico Estão divididas nas seções a seguir e distribuídas em níveis de difi culdade crescente. Verifique o que aprendeu Exercícios propostos que têm por fi nalidade auxiliar a compreensão dos conceitos vistos em cada um dos tópicos do capítulo. Problemas e testes Problemas e testes variados de di- ferentes níveis em que o estudante terá a oportunidade de aplicar as leis e os conceitos tratados em todos os tópicos do capítulo. Inclui questões de vestibular e questões do Enem. atividades Seção que traz propostas de obser- vação e de atividades experimentais de cunho investigativo. As atividades sugeridas não demandam material sofi sticado nem oferecem periculosi- dade, por isso podem ser realizadas tanto na escola quanto em casa. pratique física FCA_Fisica_v1_PNLD2015_003a009_iniciais.indd 5 26/03/2013 16:54 6 únidadí A abrangência da Física súmárió únidadí Cinemática 2. Movimento retilíneo 2.1 O que se estuda na Cinemática, 37 2.2 Movimento retilíneo uniforme, 39 2.3 Velocidade instantânea e velocidade média, 47 2.4 Movimento retilíneo uniformemente variado, 52 2.5 Queda livre, 58 Integrando... as ciências naturais e a matemática, 62 Pratique Física, 65 Problemas e testes, 66 3. Vetores – Movimento curvilíneo 3.1 Grandezas escalares e vetoriais, 69 3.2 Soma de vetores, 72 3.3 Vetor velocidade e vetor aceleração, 79 3.4 Movimento circular uniforme, 81 3.5 Composição de velocidades, 85 Pratique Física, 88 Problemas e testes, 88 Infográfico, 90 1 2 1. Medidas 1.1 Os ramos da Física, 13 1.2 Potências de 10 – Ordem de grandeza, 15 1.3 Algarismos significativos, 20 1.4 Operações com algarismos significativos, 21 1.5 A origem do Sistema Métrico, 24 Integrando... as ciências naturais, 28 Pratique Física, 30 Problemas e testes, 30 Infográfico, 32 FCA_Fisica_v1_PNLD2015_001a009_iniciais.indd 6 3/6/13 3:45 PM 7 unidade Leis de Newton 4. Primeira e terceira leis de Newton 4.1 A primeira lei de Newton, 95 4.2 Equilíbrio de uma partícula, 101 4.3 A terceira lei de Newton, 105 4.4 Força de atrito, 109 Pratique Física, 116 Problemas e testes, 117 Apêndice A.1 Momento de uma força, 119 A.2 Equilíbrio de um objeto rígido, 122 Problemas e testes, 128 5. Segunda lei de Newton 5.1 A segunda lei de Newton, 131 5.2 Unidades de força e massa, 135 5.3 Massa e peso, 137 5.4 Aplicações da segunda lei de Newton, 141 5.5 Queda com resistência do ar, 144 5.6 Forças no movimento circular, 147 Pratique Física, 152 Problemas e testes, 154 Integrando... força e contração muscular, 156 Apêndice B.1 Movimento de um projétil, 158 B.2 A aplicação das leis de Newton a sistemas de objetos, 167 Problemas e testes, 172 6. Gravitação universal 6.1 Astronomia e gravitação, 175 6.2 As leis de Kepler, 177 6.3 Gravitação universal, 180 6.4 Movimento de satélites, 186 6.5 Variações da aceleração da gravidade, 189 6.6 O triunfo da gravitação universal, 193 Pratique Física, 197 Problemas e testes, 198 Infográfico, 200 3 FCA_Fisica_v1_PNLD2015_003a009_iniciais.indd 7 26/03/2013 16:54 8 7. Conservação da energia 7.1 Trabalho de uma força, 205 7.2 Potência, 209 7.3 Trabalho e energia cinética, 212 7.4 Energia potencial gravitacional, 217 7.5 Energia potencial elástica, 220 7.6 Conservação da energia, 224 7.7 Aplicação da conservação da energia, 228 7.8 A relação massa-energia, 232 Integrando... força muscular e energia, 238 Pratique Física, 240 Problemas e testes, 241 8. Conservação da quantidade de movimento 8.1 Impulso e quantidade de movimento, 244 8.2 Quantidade de movimento de um sistema de partículas, 248 unidade Leis de conservação – Fluidos 8.3 Conservação da quantidade de movimento, 251 8.4 Forças impulsivas e colisões, 255 Pratique Física, 262 Problemas e testes, 263 9. Hidrostática e Hidrodinâmica 9.1 Pressão e massa específica, 266 9.2 Pressão atmosférica, 271 9.3 Variação da pressão com a profundidade, 276 9.4 Aplicações da equação fundamental da Hidrostática, 280 9.5 Princípio de Arquimedes, 284 Pratique Física, 291 Problemas e testes, 292 Apêndice C Hidrodinâmica, 296 Problemas e testes, 306 Infográfico, 308 4 Respostas, 310 Sugestões de leitura, 317 Bibliografia, 318 Índice remissivo, 319 FCA_Fisica_v1_PNLD2015_003a009_iniciais.indd 8 26/03/2013 16:54 9 õóâúmí 2 únidadí 1 Temperatura — Dilatação — Gases 1 Temperatura e dilatação 2 Comportamento dos gases únidadí 2 Calor 3 Termodinâmica 4 Mudanças de fase únidadí 3 Óptica e ondas 5 Reflexão da luz 6 Refração da luz 7 Movimento ondulatório súmárió rísúmidó dós óútrós õóâúmís õóâúmí 3 únidadí 1 Campo e potencial elétrico 1 Carga elétrica 2 Campo elétrico 3 Potencial elétrico únidadí 2 Circuitos elétricos de corrente contínua 4 Corrente elétrica 5 Força eletromotriz – Equação do circuito únidadí 3 Eletromagnetismo 6 O campo magnético – 1a parte 7 O campo magnético – 2a parte 8 Indução eletromagnética – Ondas eletromagnéticas únidadí 4 Física contemporânea 9 Teoria da relatividade e Física quântica FCA_Fisica_v1_PNLD2015_001a009_iniciais.indd 9 3/6/13 3:45 PM unidade 1 A abrangência da Física N a s a /R e u te r s /L a ti n s to c k 10 FCA_Fisica_v1_PNLD2015_010a033_U1_C1.indd 10 3/6/13 1:33 PM 11 1 capítulo 1 Medidas A natureza é o objeto de estudo da Física, que abrange desde a mais singular partícula até o mais complexo Universo. A Física busca compreender os fenômenos naturais para dar sentido ao que se observa e, com isso, continuar aprofundando o próprio conhecimento. A sistematização de ideias decorrentes da in- vestigação da natureza possibilita, entre outras coisas, o desenvolvimento de tecnologias, lingua- gens e informações que transformam a realidade e afetam a própria construção humana. unidade A abrangência da Física A astronauta Nicole Stott, realizando manutenção na Estação Espacial Internacional (em inglês, International Space Station), em 2009. FCA_Fisica_v1_PNLD2015_010a033_U1_C1.indd 11 3/6/13 1:33 PM 12 unidade 1 A abrangência da Física A tela do osciloscópio mostra formas de onda senoidal provenientes da medição de corrente elétrica alternada.capítuão 1 Medidas A Física é uma ciência em plena transformação, pois, ao mesmo tempo que modifica o mundo, permite ser modifi- cada por ele. Isso acontece porque a nossa compreensão de mundo é continuamente modificada por aspectos sociais, culturais e tecnológicos. Enquanto ciência, a Física ocupa-se da investigação teó- rica e experimental dos fenômenos naturais no campo da matéria e energia — em seus aspectos mecânicos, térmicos, elétricos, magnéticos e luminosos — e da aplicação dos re- sultados desses estudos nas áreas acadêmica e técnica. Do ponto de vista interdisciplinar, a Física está comu- mente associada à Matemática pela clareza que a lingua- gem desta possui para tratar a realidade. Entretanto, há também relação com outras disciplinas da área das Ciên- cias da Natureza, como a Química e a Biologia, por terem pontos em comum nos seus objetos de estudo, e da área das Ciências Humanas, como a História e a Filosofia, por serem reflexo da sociedade e da cultura de seus tempos. A n d re w L a m b e rt P h o to g ra p h y /S P L /L a ti n s to ck pArA INICIAr A CoNvErsA Observe a sua sala de aula e estabeleça uma relação entre os objetos que estão presentes nela e os possíveis aspectos estudados em Física. Procure explicar como uma secretária, um médico e um pedreiro utilizam a Física nos seus respectivos ambientes de trabalho. Pesquise e responda: qual é a relação existente entre a observação dos astros visíveis a olho nu çfenômeno natural) e o nome dos dias da semana çconvenção cultural)? FCA_Fisica_v1_PNLD2015_010a033_U1_C1.indd 12 3/6/13 1:33 PM 13capítulo 1 Medidas 1.1 os ramos da Física Fenômenos físicos A Física, no início de seu desenvolvimento, era considerada a ciência que se dedicava a estudar os fenômenos que ocorrem na natureza. Daí ter sido essa ciência, durante muitos anos, deno- minada “Filosofia Natural”. Entretanto, a partir do século XIX, a Física restringiu seu cam- po, limitando-se a estudar especificamente um menor número de fenômenos, denominados “fenômenos físicos”. E os fenômenos que dela se destacaram deram origem a outras Ciências Naturais. Se tentássemos, porém, esclarecer quais são esses chamados “fenômenos físicos”, seríamos incapazes de estabelecer uma de- finição clara. Mas não nos preocupemos com isso. Com o desen- rolar deste curso, você vai descobrir que o mais importante é sa- ber e compreender o que já se fez no campo da Física, mesmo que não possa defini-la em poucas palavras. Você verá que é possível, a partir de alguns princípios básicos, explicar uma grande variedade de fenômenos, aparentemente não relacionados. Portanto, esses princípios deverão ser bem compreendidos, pois, com eles, poderemos enfrentar e resolver problemas novos. No início do desenvolvimento das ciências, os nossos senti- dos eram as fontes de informação utilizadas na observação dos fenômenos que ocorrem na natureza. Por isso, o estudo da Física foi se desenvolvendo subdividido em diversos ramos. Cada um desses ramos agrupava fenômenos relacionados com o sentido pelo qual eles eram percebidos. Então, surgiram: • Mecânica – É o ramo da Física que estuda os fenômenos relacionados com o movimento dos objetos. São fenômenos mecânicos: o movimento de queda de um objeto, o movimento dos planetas, a colisão de dois automóveis, etc. • Termofísica – Como o próprio nome indica, esse ramo da Física trata dos fenômenos térmicos. Por exemplo, a variação da temperatura de um corpo, a fusão de um pedaço de gelo e a dilatação de um objeto aquecido são fenômenos estudados nesse ramo da Física. • Movimento ondulatório – Neste ramo são estudadas as propriedades das ondas que se propagam em um meio material, como as ondas em uma corda ou na superfície da água. Também são estudados aqui os fenômenos sonoros, porque o som nada mais é do que um tipo de onda que se propaga em meios materiais. J o ã o P ru d e n te /P u ls a r Im a g e n s figura 1.1. Os complexos movimentos de um voo de parapente são estudados pela Mecânica. Foto tirada no pico do Gavião, em Águas da Prata (SP), em setembo de 2011. A n d re w L a m b e rt P h o to g ra p h y /S P L /L a ti n s to ck figura 1.2. Os fenômenos térmicos constituem um importante ramo da Física. Termômetro medindo a temperatura da água em um béquer. A R E N A C re a ti v e /S h u tt e rs to ck /G lo w I m a g e s figura 1.3. O som é um tipo de onda, e seu estudo é feito com os demais fenôme- nos ondulatórios. O movimento dos de- dos sobre as cordas do violão produz as ondas sonoras. FCA_Fisica_v1_PNLD2015_010a033_U1_C1.indd 13 3/6/13 1:33 PM 14 unidade 1 A abrangência da Física • Óptica – É a parte da Física que estuda os fenômenos relacionados com a luz. A formação de uma imagem em um espelho, a observação de um objeto distante por meio de uma luneta, a separação da luz solar nas cores do arcoÉíris, etc., são fenômenos ópticos. • Eletricidade e Magnetismo – Nesse ramo da Física incluemÉse os fenômenos elétricos e magnéticos. São estudados: as atrações e repulsões entre os objetos eletrizados, o funcionamento dos diversos aparelhos eletrodomésticos, as propriedades de um ímã, a produção de um relâmpago em uma tempestade, etc. • Física Contemporânea – Essa parte cobre o desenvolvimento da Física alcançado no século XX, abrangendo o estudo da estrutura do átomo, do fenômeno da radioatividade, da teoria da relatividade de Einstein, etc. Tradicionalmente, a Física é apresentada por meio desses raÉ mos. Por comodidade didática, essa subdivisão é respeitada na maioria dos textos de ensino da Física. Entretanto, esses ramos não constituem compartimentos estanques. Pelo contrário, os feÉ nômenos estudados nos diversos ramos estão relacionados entre si por meio de um pequeno número de princípios básicos, o que permite encaráÉlos como um todo, tornando a Física uma estrutuÉ ra lógica e consistente. Em nosso curso, a Mecânica será desenvolvida principalmente neste ôo volume. O estudo do Calor, das Ondas e da Óptica será feito no 2o volume, e o õo volume tratará de Eletricidade, MagneÉ tismo e Física Contemporânea. Algumas noções de Física ContemÉ porânea serão apresentadas em certas seções, incluídas no final dos capítulos, ou mesmo distribuídas ao longo do texto, sempre que se julgar oportuno. Além disso, dedicaremos um capítulo no õo volume para apresentar essas ideias de uma maneira unificada. D a v id J . G re e n – l if e s ty le t h e m e s / A la m y /O th e r Im a g e s figura 1.4. A Óptica é o ramo da Física que estuda os fenômenos luminosos. M a rc o s P e ro n /k in o .c o m .b r figura 1.5. A transmissão da energia elétri- ca em longas distâncias é estudada em Ele- tricidade e Magnetismo. M ic h a e l G il b e rt /S P L /L a ti n s to ck figura 1.6. A Física Contemporânea desvendou a es- trutura atômica. Ilustração artística demonstrando que o átomo é constituído de elétrons e de um nú- cleo feito de prótons e nêutrons. Esses, por sua vez, são formados de partículas denominadas quarks. Representação sem escala, uso de cores fantasia. 1. Nos anos anteriores você teve contato com as disciplinas de Ciências Naturais, Matemática, GeoÉ grafia, História, entre outras. Cite em seu caderno alguns fenômenos e situações que são abordados nessas disciplinas. 2. Consultando o texto deste item ou um dicionário, escreva sucintamente, em seu caderno, de que tratam os seguintes ramos da Física: a) Mecânica d) Movimento ondulatório b) Calor e) Eletricidade e Magnetismo c) Óptica f) Física Contemporânea ◎ verifique o que aàrendeu FCA_Fisica_v1_PNLD2015_010a033_U1_C1.indd 14 3/6/13 1:33 PM 15capítulo 1 Medidas 1.2 potências de 10 – ordem de grandeza Por que usamos as potências de 10 A Física mantém relação com todas as disciplinas que você estudará no Ensino Médio, especialmente com a Matemática. Em muitos ramos da Física existem situações em que a MateÉ mática está presente, seja por meio de registros numéricos das observações e experimentos ou pela interpretação de gráficos e tabelas, além da representação de conceitos por meio de equações. No estudo da Física encontraremos grandezas muito pequeÉ nas ou muito grandes, como: o raio do átomo de hidrogênio é igual a 0,000 000 005 cm; uma dada célula tem cerca de 2 000 000 000 000 de átomos. Esses números estão afastados dos valores que os nossos sentidos estão acostumados a perÉ ceber, e sua apresentação escrita ou oral é bastante incômoda e trabalhosa. Para contornar esse problema, é usual apresentar esses números em forma de potências de ô0, como veremos a seguir. Esse tipo de notação, além de mais compacta, nos permiÉ te uma rápida comparação desses números entre si e facilita a realização de operações matemáticas com eles. Como escrevemos os números na notação de potências de 10 Consideremos um número qualquer, como 842. Esse número pode ser expresso da seguinte maneira: 842 = 8,42 × ô00 = 8,42 × ô02 Observe que o número 842 foi expresso como o produto de 8,42 por uma potência de ô0 çno caso, ô02). Tomemos um outro número; por exemplo, 0,00õ7. Podemos escrever: 0,00õ7 = 3,7 1 000 3,7 103 5 = õ,7 × ô0–õ Novamente, temos o número expresso pelo produto de um número compreendido entre ô e ô0 çno caso, õ,7) por uma potência de ô0 çno caso, ô0–õ). Com base nesses exemplos, podemos mostrar que: Um número qualquer pode sempre ser expresso como o produto de um número que seja maior ou igual a 1 e menor que 10 por uma potência de ê0 adequada. Esse procedimento é denominado notação científica. Procure exercitarÉse no uso dessa regra, analisando os dois exemplos seguintes: 62 õ00 = 6,2õ × ô0 000 = 6,2õ × ô04 0,00 002 = 2 100 000 2 10 5 5 = 2 × ô0–5 P o w e r a n d S y re d /S P L /L a ti n s to ck figura 1.7. Foto de uma hemácia. As células são as menores porções de matéria viva. Uma célula tem cerca de 2 trilhões de átomos. FCA_Fisica_v1_PNLD2015_010a033_U1_C1.indd 15 3/6/13 1:33 PM 16 unidade 1 A abrangência da Física As regras práticas para se obter a potência de ô0 adequada são as seguintes: a) Para números iguais ou maiores que ô0, contaÉse o número de casas que a vírgula deve ser deslocada para a esquerda até alcançar um valor maior ou igual a ô e menor que ô0. Esse número nos fornece o expoente de ô0 positivo. Assim: 62 õ00 4 casas = 6,2õ × ô04 b) Para números menores que ô, contaÉse o número de casas que a vírgula deve ser deslocada para a direita até alcançar um valor maior ou igual a ô e menor que ô0. Esse número nos fornece o expoente de ô0 negativo. Assim: 0,00 002 5 casas = 2 × ô0–5 Nessa representação de potências de ô0, os números citados no início deste item poÉ derão ser escritos, compactamente e de maneira mais cômoda, do seguinte modo: raio do átomo de hidrogênio = 5 × ô0–9 cm número aproximado de átomos de uma célula = 2 × ô0ô2 Operações com potências de 10 Você pode perceber facilmente que seria complicado e trabalhoso efetuar operações com números muito grandes, ou muito pequenos, quando escritos na forma comum. Quando os números são escritos na notação de potências de ô0, essas operações torÉ namÉse bem mais simples, seguindo as regras estabelecidas na Matemática para as opeÉ rações com potências. Os exemplos seguintes o ajudarão a recordar essas regras: a) 0,002ô × õ0 000 000 = ç2,ô × ô0–õ) × çõ × ô07) = ç2,ô × õ) × çô0–õ × ô07) = 6,õ × ô04 b) 7,28 10 4 10 7,28 4 10 10 5 8 5 8 3 3 5 3 = ô,82 × ô0–õ c) ç5 × ô0–õ)õ = 5õ × çô0–õ)õ = ô25 × ô0–9 como ô25 = ô,25 × ô02, temos ô25 × ô0–9 = ô,25 × ô02 × ô0–9 = ô,25 × ô0–7 d) 2 5 10 25 10 25 10 5 105 4 4 2, 3 5 3 5 3 5 3 Nos exemplos apresentados acima, só apareceram as operações de multiplicação, divisão, potenciação e radiciação. Quando estivermos tratando com adição ou subtraÉ ção, devemos ter o cuidado de, antes de efetuar a operação, expressar os números com os quais estamos lidando na mesma potência de ê0. Consideremos os exemplos seguintes: a) 6,5 × ô0õ – õ,2 × ô0õ Nesse caso, como os números já estão expressos na mesma potência de ô0, podereÉ mos efetuar a operação diretamente, como segue: 6,5 × ô0õ – õ,2 × ô0õ = ç6,5 – õ,2) × ô0õ = õ,õ × ô0õ FCA_Fisica_v1_PNLD2015_010a033_U1_C1.indd 16 3/6/13 1:33 PM 17capítulo 1 Medidas b) 4,2õ × ô07 + ô,õ × ô06 Devemos, inicialmente, expressar as parcelas em uma mesma potência de ô0. Isso pode ser feito escrevendo a primeira parcela como uma potência de ô06, da seguinte maneira: 4,2õ × ô07 + ô,õ × ô06 = 42,õ × ô06 + ô,õ × ô06 = = ç42,õ + ô,õ) × ô06 = 4õ,6 × ô06 = 4,õ6 × ô07 O cálculo pode ser efetuado de outra maneira, expressando a segunda parcela como uma potência de ô07: 4,2õ × ô07 + 0,ôõ × ô07 = ç4,2õ + 0,ôõ) × ô07 = 4,õ6 × ô07 Evidentemente, procedendo de uma maneira ou de outra, obtemos o mesmo resulÉ tado final. Ordem de grandeza Muitas vezes, ao trabalharmos com grandezas físicas, não há necessidade ou inteÉ resse em conhecer, com precisão, o valor da grandeza. Nesses casos, é suficiente conheÉ cer a potência de ô0 que mais se aproxima de seu valor. Essa potência é denominada ordem de grandeza do número que expressa sua medida, isto é: Ordem de grandeza de um número é a potência de ê0 mais próxima desse número. Portanto, a ordem de grandeza de 92 é ô02 porque 92 está compreendido entre ô0 e ô00, mas está mais próximo de ô00, ou seja, ô02. Da mesma forma, a ordem de grandeza de 0,00 022 = 2,2 × ô0–4 é ô0–4. Assim, conhecendo as ordens de grandeza de diversas medidas, é fácil comparáÉlas e distinguir rapidamente a menor ou a maior entre elas, bem como aquelas que são aproximadamente iguais. Nas tabelas 1.1, 1.2 e 1.3 apresentamos ordens de grandeza de distâncias, intervalos de tempo e massas, em um domínio muito amplo. tabela 1.1 tabela 1.2 tabela 1.3 oódôns dô úóandôza dô distâncias (em m) oódôns dô úóandôza dô tômpo (em s) oódôns dô úóandôza dô massas (em kg) 1026 – Limites do Universo conhecido 1020 – Raio da Via Láctea 1016 – Um ano-luz 1013 – Tamanho do Sistema Solar 1011 – Distância da Terra ao Sol 108 – Distância da Terra à Lua 107 – Raio da Terra 104 – Altura do monte Everest 100 – 1 metro 10–4 – Espessura de um fio de cabelo 10–5 – Tamanho de um glóbulo vermelho do sangue 10–8 – Tamanho de um vírus típico 10–10 – Raio atômico 10–15 – Raio nuclear 1018 – Idade do Universo 1017 – Idade do Sistema Solar 1016 – Tempo contado a partir do surgimento da primeira vida na Terra 1014 – Idade da espécie humana 1011 – Vida média do átomo de carbono 14 109 – Vida média do homem 107 – 1 ano 105 – 1 dia 100 – 1 segundo – Tempo entre duas batidas do coração 10–3 – Tempo típico para a corda de violão efetuar uma vibração 10–22 – Período de vibrações nucleares 10–24 – Tempo para a luz atravessar um núcleo atômico 1041 – A Via Láctea 1030 – O Sol 1025 – A Terra 1023 – A Lua 1015 – Asteroide grande 1012 – Montanha pequena 108 – Transatlântico 104 – Baleia 102 – Homem 100 – 1 quilograma 10–3 – 1 uva 10–9 – Partícula de poeira 10–26 – Átomo de urânio 10–27 – Próton 10–30 – Elétron Informações obtidas de RESNICK, Robert; HALLIDAY, David. Física 1. Rio de Janeiro: LTC. 1982. p. 6-8. FCA_Fisica_v1_PNLD2015_010a033_U1_C1.indd 17 3/6/13 1:33 PM 1• unidade 1 A abrangência da Física Frequentemente temos condição de obter a ordem de grandeza sem cálculos laboÉ riosos, mesmo não possuindo o valor da grandeza medida, como veremos no exemplo 2 a seguir. Exemàão 1 São dadas as seguintes medidas de comprimento: õ × ô0–õ m õ × ô02 m 7 × ô0–6 m a) Qual é a ordem de grandeza de cada uma delas? Consideremos a reta seguinteô, que representa o conjunto dos números reais. Nela asÉ sinalamos os pontos que representam algumas potências de ô0. 3 × 1023 × 10–37 × 10–6 10–6 10–5 10–4 10–3 10–2 101 102 103100 = 110–1 Localizando, nessa reta, as medidas fornecidas, percebemos qual potência de ô0 está mais próxima de cada uma. Vemos, então, que 7 × ô0–6 está compreendida entre ô0–5 e ô0–6, mas está mais próxima de ô0–5. Logo: a ordem de grandeza de 7 × ô0–6 é ô0–5 De maneira semelhante, temos2: a ordem de grandeza de õ × ô0–õ é ô0–õ a ordem de grandeza de õ × ô02 é ô02 Observe que esses resultados podem ser obtidos com rapidez çsem a preocupação de localizar as medidas na reta) da seguinte maneira: Na medida 7 × ô0–6 m, considerando apenas o algarismo 7, sabemos que sua ordem de grandeza é ô0. Logo, a ordem de grandeza de 7 × ô0–6 m será: ô0 × ô0–6 m = ô0–5 m Podemos proceder da mesma forma para determinar a ordem de grandeza das ouÉ tras medidas: õ × ô0–õ m ô × ô0–õ m = ô0–õ m õ × ô02 m ô × ô02 m = ô02 m b) Qual a ordem crescente das medidas fornecidas? Observando a ordem de grandeza de cada uma, temos: 7 × ô0–6 m < õ × ô0–õ m < 4 × ô02 m Exemàão 2 Estime a ordem de grandeza do número de gotas de água que cabem em uma banheira. Devemos, inicialmente, determinar a ordem de grandeza do volume de uma banheira comum. Evidentemente, o comprimento da banheira estará compreendido entre ô m e ô0 m, isto é, entre as seguintes potências de ô0: ô00 m e ô0ô m. É fácil perceber, também, que esse comprimento está mais próximo de ô m. Logo, a ordem de grandeza do compriÉ mento da banheira é ô m ou ô00 m. Com raciocínio semelhante, concluímos que as medidas, tanto da largura quanto da proÉ fundidade da banheira, estão mais próximas de ô m, isto é, a ordem de grandeza de ambas é ô m ou ô00 m. Logo, a ordem de grandeza do volume da banheira é: ô m × ô m × ô m = ô mõ 1 Observe que o desenho da reta não foi feito em escala linear. 2 Não devemos nos preo- cupar em estabelecer cri- térios rigorosos para de- terminar a potência de 10 mais próxima do nú- mero, pois o conceito de ordem de grandeza, por sua própria natureza, é uma avaliação apro- ximada, na qual não cabe preocupação com o rigor matemático. Por essa mesma razão, quando um número es- tiver aproximadamen- te no meio de duas po- tências de 10, será indi- ferente escolher uma ou outra para representar a ordem de grandeza desse número. Existe uma maneira formal de calcular a ordem de grandeza, usando o número √t10 como fator de comparação, mas que, pelas razões ex- postas acima, não usa- remos nesta coleção. FCA_Fisica_v1_PNLD2015_010a033_U1_C1.indd 18 3/6/13 1:33 PM 19capítulo 1 Medidas Para encontrar a ordem de grandeza do volume da gota de água, vamos imaginar que essa gota tem a forma de um cubo. A aresta desse cubo está compreendida entre ô mm çô0–õ m) e ô cm çô0–2 m), mas, para uma gota comum, essa aresta estará mais próxima de ô mm. Logo, a ordem de grandeza do volume da gota é: ô0–õ m × ô0–õ m × ô0–õ m = ô0–9 mõ A ordem de grandeza do número de gotas que cabem na banheira será, portanto: 1 10 3 9 3 m m – = ô09 gotas isto é, ô bilhão de gotas! 3. Cite duas vantagens de escrever os números na notação científica. 4. Complete em seu caderno as igualdades seÉ guintes, conforme o modelo. Modelo: cem = ô00 = ô02 a) mil b) cem mil c) um milhão d) um centésimo e) um décimo de milésimo f) um milionésimo 5. Complete em seu caderno as igualdades seÉ guintes, conforme o modelo. Modelo: õ,4 × ô05 = õ40 000 a) 2 × ô0õ c) 7,5 × ô0–2 b) ô,2 × ô06 d) 8 × ô0–5 6. Usando a regra prática sugerida no texto, esÉ creva em seu caderno os números seguintes em notação científica. a) õ82 d) 0,042 b) 2ô 200 e) 0,75 c) 62 000 000 f) 0,000 069 7. a) Dados os números õ × ô0–6 e 7 × ô0–6, qual deles é o maior? b) Coloque os números 4 × ô0–5, 2 × ô0–2 e 8 × ô0–7 em ordem crescente de seus valores. 8. Efetue as operações indicadas: a) ô02 × ô05 b) ô0ô5 × ô0–ôô c) 2 × ô0–6 × 4 × ô0–2 d) ô0ô0 : ô04 e) ô0ô5 : ô0–ôô f) 4,8 × ô0–õ : ô,2 × ô04 g) çô02)õ h) ç2 × ô0–5)2 i) 16 10 6 –3 9. Para adicionar ou subtrair dois números exÉ pressos em potências de ô0, cujos expoentes são diferentes, o que deve ser feito antes de efetuar a operação? ê0. Efetue as operações indicadas: a) 5,7 × ô0–4 + 2,4 × ô0–4 b) 6,4 × ô07 – 8,ô × ô07 êê. Efetue as operações indicadas: a) ô,28 × ô05 + 4 × ô0õ b) 7,54 × ô08 – õ,7 × ô07 ê2. A massa da Terra é, aproximadamente, 5 980 000 000 000 000 000 000 000 kg. a) Escreva esse número usando a notação científica. b) Qual é a ordem de grandeza da massa da Terra? ê3. O índice de leitura no Brasil é de apenas 2 livros por pessoa por ano, enquanto em países desenÉ volvidos esse índice chega a ô5 livros. a) Qual é a ordem de grandeza do número de livros lidos, por ano, no Brasil? b) Qual será essa ordem de grandeza quando atingirmos o índice dos países desenvolvidos? ê4. Uma pessoa utiliza, em média, aproximadaÉ mente 200 L de água por dia. a) Qual deveria ser a ordem de grandeza, em metros cúbicos, do volume de um reÉ servatório capaz de fornecer água para a população de qualquer uma das maiores cidades do mundo, durante ô dia, sem reaÉ bastecimento? b) Quais as ordens de grandeza, em metros, de cada uma das dimensões çcomprimento, largura e profundidade) que você proporia para esse reservatório? ◎ verifique o que aàrendeu J o ã o X . d e C a m p o s /A rq u iv o d a e d it o ra FCA_Fisica_v1_PNLD2015_010a033_U1_C1.indd 19 3/6/13 1:33 PM 20 unidade 1 A abrangência da Física 1.3 Algarismos significativos Algarismos corretos e avaliados Imagine que você esteja realizando uma medida qualquer, como a do comprimento de uma barra [figura 1.8]. Observe que a menor divisão da régua utilizada é ô mm. Ao tentar expressar o resultado dessa medida, você percebe que ela está compreendida entre ô4,õ cm e ô4,4 cm. A fração de milímetro que deverá ser acrescentada a ô4,õ cm terá de ser avaliada, pois a régua não apresenta divisões inferiores a ô mm. Para fazer essa avaliação, você deverá imaginar o intervalo entre ô4,õ cm e ô4,4 cm subdividido em ô0 partes iguais, e, com isso, a fração de milímetro, que deverá ser acrescentada a ô4,õ cm, poderá ser obtida com razoável aproximação. Na figura 1.8 podemos avaliar que a fração mencionada tem 5 décimos de milímetro, e o resultado da medida poderá ser expresso como: ô4,õ5 cm Observe que estamos seguros em relação aos algarismos ô, 4 e õ, pois eles foram obtidos através de divisões inteiras da régua, ou seja, são algarismos corretos. Já o alÉ garismo 5 foi avaliado, isto é, você não tem muita certeza sobre o seu valor e outra pessoa poderia avaliáÉlo como 4 ou 6, por exemplo. Por isso, esse algarismo avaliado é denominado algarismo duvidoso ou algarismo incerto. É claro que não haveria sentido em tentar descobrir qual algarismo deveria ser esÉ crito, na medida, após o algarismo 5. Para isso, seria necessário imaginar o intervalo de ô mm subdividido mentalmente em ô00 partes iguais, o que evidentemente é imÉ possível. Portanto, se o resultado da medida fosse apresentado como ô4,õ57 cm, por exemplo, poderíamos afirmar que a avaliação do algarismo 7 çsegundo algarismo avaliado) não tem nenhum significado para o instrumento utilizado e, assim, ele não deveria figurar no resultado. Algarismos significativos Pelo que vimos, no resultado de uma medida devem figurar somente os algarismos corretos e o primeiro algarismo avaliado. Essa maneira de proceder é adotada convenÉ cionalmente entre físicos, químicos e, em geral, por todas as pessoas que realizam medidas. Esses algarismos çcorretos e o ôo duvidoso) são denominados algarismos significativos. Portanto: Algarismos significativos de uma medida são os algarismos corretos e o primeiro algarismo duvidoso. Dessa maneira, ao efetuarmos uma medida, devemos apresentar o resultado apeÉ nas com os algarismos significativos. O resultado da medida da figura 1.8 deve, então, ser expresso como ô4,õ5 cm. Comentários ê) Se cada divisão de ô mm da régua da figura 1.8 fosse, realmente, subdividida em ô0 partes iguais, ao efetuarmos a leitura do comprimento da barra çusando um microscópio, por exemplo), o algaÉ rismo 5 passaria a ser um algarismo correto, pois iria corresponder a uma divisão inteira da régua [figura 1.9]. Nesse caso, o algarismo seguinte seria o primeiro avaliado e passaria a ser, portanto, um algarismo significativo. figura 1.8. Ao reali- zarmos uma medida, obtemos algarismos corretos e um alga- rismo avaliado. Il u s tr a ç õ e s : A rt u r K e n ji O g a w a /A rq u iv o d a e d it o ra figura 1.9. Com esta régua, o algarismo 5 passaria a ser um al- garismo correto. FCA_Fisica_v1_PNLD2015_010a033_U1_C1.indd 20 3/6/13 1:33 PM 21capítulo 1 Medidas Se nessa avaliação fosse encontrado o algarismo 7, por exemplo, o resultado da medida poderia ser escrito como ô4,õ57 cm, sendo todos esses algarismos significativos. Por outro lado, se a régua da figura 1.8 não possuísse as divisões de milímetros [figura 1.10], apenas os algarismos ô e 4 seriam corretos. O algarismo õ seria o primeiro algarismo avaliado, e o resultado da medida seria expresso por ô4,õ cm, com apenas três algarismos significativos. Vemos, então, que o número de algarismos significativos, que se obtém no resultado da medida de uma dada grandeza, dependerá do aparelho usado na medida. 2) A convenção de se apresentar o resultado de uma medida contendo apenas algarismos significativos é adotada de maneira geral, não só na medida de comprimentos, mas também na medida de masÉ sas, temperaturas, forças, etc. Essa convenção é ainda usada ao se apresentar os resultados de cálcuÉ los envolvendo medidas das grandezas. Quando uma pessoa lhe informar, por exemplo, que mediu çou calculou) a temperatura de um objeto e encontrou õ7,82 °C, você deverá entender que a medida çou o cálculo) foi feita de tal modo que os algarismos õ, 7 e 8 são corretos, e o último algarismo, nesse caso o 2, é sempre duvidoso. 3) A partir desse momento, você pode compreender que duas medidas expressas, por exemplo, como 42 cm e 42,0 cm, não representam exatamente a mesma coisa. Na primeira, o algarismo 2 foi avaliaÉ do e não se tem certeza sobre o seu valor. Na segunda, o algarismo 2 é correto, sendo o zero o algarisÉ mo duvidoso. Já resultados como 7,6° kg e 7,67 kg, por exemplo, não são fundamentalmente difeÉ rentes, pois divergem apenas no algarismo duvidoso. Il u s tr a ç õ e s : A rt u r K e n ji O g a w a /A rq u iv o d a e d it o ra figura 1.10. Usando esta régua, o resulta- do da medida do com- primento deverá ser apresentado com ape- nas três algarismos. ê5. Considerando a figura deste exercício: a) Como você expressaria o comprimento da barra AB? b) Qual é o algarismo correto dessa medida? E o algarismo avaliado? ê6. O que são algarismos significativos de uma medida? ê7. Uma pessoa sabe que o resultado de uma meÉ dida deve ser expresso com algarismos signifiÉ cativos apenas. Se essa pessoa lhe disser que a velocidade de um carro era ô2õ km/h: a) Quais os algarismos que ela leu no velocíÉ metro çalgarismos corretos)? b) Qual o algarismo que ela avaliou çalgarismo duvidoso)? ê8. A temperatura de uma pessoa foi medida usandoÉse dois termômetros diferentes, e os resultados obtidos foram õ6,8 °C e õ6,80 °C. a) Qual é o algarismo duvidoso da primeira medida? b) Na segunda medida, o algarismo 8 é duviÉ doso ou correto? c) As duas medidas são iguais? Explique. ◎ verifique o que aàrendeu 1.4 operações com algarismos significativos Conforme dissemos, os resultados de cálculos de exercícios de Física, Química, etc. que envolvem medidas devem conter apenas algarismos significativos. Para isso, será necessário observar as regras que apresentaremos a seguir. Se essas regras não forem respeitadas, suas respostas poderão conter algarismos que não são significativos. Adição e subtração Suponha que você deseje adicionar as seguintes parcelas: 2 807,° 0,0648 8õ,64° °2°,õ° FCA_Fisica_v1_PNLD2015_010a033_U1_C1.indd 21 3/6/13 1:33 PM 22 unidade 1 A abrangência da Física Para que o resultado da adição contenha apenas algarismos significativos, você deverá, inicialmente, observar qual çou quais) das parcelas possui o menor número de casas decimais. Em nosso exemplo, essa parcela é 2 807,°, que possui apenas uma casa decimal. Essa parcela será mantida como está. As demais deverão ser modificadas, de modo que fiquem com o mesmo número de casas decimais que a primeira escolhida, abandonandoÉse nelas tantos algarismos quantos forem necessários. Assim, na parcela 0,0648, devemos abandonar os algarismos 6, 4 e 8. Ao abandonarÉ mos algarismos em um número, o último algarismo mantido deverá ser acrescido de uma unidade, se o primeiro algarismo abandonado for superior a ° e, quando inferior a °, o último algarismo mantido permanecerá invariável çregra de arredondamento). Então, a parcela citada ç0,0648) deverá ser escrita como 0,ô. Na parcela 8õ,64° devemos abandonar os algarismos 4 e °; logo, a parcela 8õ,64° fica reduzida a 8õ,6. Finalmente, na parcela °2°,õ°, devemos abandonar o algarismo °. Quando o priÉ meiro algarismo abandonado for exatamente igual a °, será indiferente acrescentar ou não uma unidade ao último algarismo mantido. De qualquer maneira, as respostas diferirão, em geral, apenas no último algarismo e isso não tem importância, pois ele é um algarismo incerto. Podemos, então, escrever a parcela °2°,õ° indiferentemente como °2°,õ ou °2°,4. Vejamos, então, como efetuaremos a adição: 2 807,° permanece inalterada ...................... 2 807,° 0,0648 passa a ser escrita ............................ 0,ô 8õ,64° passa a ser escrita ............................ 8õ,6 °2°,õ° passa a ser escrita ............................ °2°,õ O resultado correto da adição é ........ õ 4ô6,° Na subtração, deveÉse seguir o mesmo procedimento. Multiplicação e divisão Suponha que desejemos, por exemplo, multiplicar õ,67 por 2,õ. Realizando normalÉ mente a operação, encontramos: õ,67 × 2,õ = 8,44ô Entretanto, procedendo dessa maneira, aparecem, no produto, algarismos que não são significativos. Para evitar isso, devemos observar a seguinte regra: verificar qual o fator que possui o menor número de algarismos significativos e, no resultado, manÉ ter apenas um número de algarismos igual ao desse fator. Assim, nesse exemplo, como o fator que possui o menor número de algarismos signiÉ ficativos é 2,õ, devemos manter, no resultado, apenas dois algarismos, isto é, o resultaÉ do deve ser escrito da seguinte maneira: õ,67 × 2,õ = 8,4 Na aplicação dessa regra, ao abandonarmos algarismos no produto, devemos seguir o critério de arredondamento que analisamos ao estudar a adição. Procedimento análogo deve ser seguido ao efetuarmos uma divisão. FCA_Fisica_v1_PNLD2015_010a033_U1_C1.indd 22 3/6/13 1:33 PM 23capítulo 1 Medidas Comentários ê) As regras citadas para operar com algarismos significativos não devem ser consideradas absolutaÉ mente rigorosas. Elas se destinam, apenas, a evitar que você perca tempo, trabalhando inutilmente com um grande número de algarismos que não têm significado nenhum. Assim, não sendo essas regras muito rígidas, na multiplicação analisada no exemplo anterior seria perfeitamente razoável manter um algarismo a mais no resultado. São, pois, igualmente aceitáveis os resultados: õ,67 × 2,õ = 8,4 ou õ,67 × 2,õ = 8,44 2) Ao contar os algarismos significativos de uma medida, devemos observar que o algarismo zero só é significativo se estiver situado à direita de um algarismo significativo. Assim: 0,00 04ô tem apenas dois algarismos significativos ç4 e ô), pois os zeros não são significativos; 40 ô00 tem cinco algarismos significativos, pois aqui os zeros são significativos; 0,000 40ô tem três algarismos significativos, pois os zeros à esquerda do algarismo 4 não são significativos. 3) Quando realizamos uma mudança de unidades, devemos tomar cuidado para não escrever zeros que não são significativos. Por exemplo, suponha que queiramos expressar, em gramas, a medida 7,õ kg. Observe que essa medida possui dois algarismos significativos, sendo duvidoso o algarismo õ. Se escrevêssemos 7,3 kg ∙ 7 300 g estaríamos dando a ideia errônea de que o õ é um algarismo correto, sendo o último zero acrescentado o algarismo duvidoso. Para evitar esse erro de interpretaÉ ção, lançamos mão da notação de potência de ô0 e escrevemos: 7,õ kg = 7,õ × ô0õ g. Dessa maneira, a mudança de unidades foi feita e continuamos a indicar que o õ é o algarismo duvidoso. 4) Finalmente, chamamos sua atenção para alguns números que encontramos em expressões çna MaÉ temática ou na Física) que não são resultados de medida e, para os quais, portanto, não teria senÉ tido falar em número de algarismos significativos. Por exemplo, na expressão que fornece a área A de um triângulo de base b e altura h, A b h 5 3 2 se b for medido com três algarismos significativos e h com cinco algarismos significativos, a área, como já sabemos, deverá ser expressa com três çou quatro) algarismos. O número 2 não foi obtido através de medida e, assim, não deverá ser levado em consideração para a contagem dos algarismos significativos do resultado. Os mesmos comentários aplicamÉse a outros números, tais como o número da placa de um automóÉ vel, de um telefone, etc. ê9. LembrandoÉse da “regra de arredondamento”, escreva em seu caderno as medidas seguintes com apenas três algarismos significativos: a) 422,õ2 cm2 b) õ,428 g c) ô6,ô° s 20. Uma pessoa deseja realizar a adição abaixo, de modo que o resultado contenha apenas algaÉ rismos significativos: 27,48 cm + 2,° cm a) Qual das parcelas permanecerá inalterada? b) Como deverá ser escrita a outra parcela? c) Qual é o resultado da adição? 2ê. Efetue a multiplicação abaixo e faça o que é soÉ licitado. õ42,2 × ô,ôô a) Qual dos fatores possui o menor número de algarismos significativos? b) Com quantos algarismos devemos apresenÉ tar o resultado? c) Escreva o resultado da multiplicação apenas com algarismos significativos. d) Seria aceitável apresentar õ79,8 como reÉ sultado dessa multiplicação? E õ79,84? 22. Quantos algarismos significativos há em cada uma das medidas seguintes? a) 702 cm c) 0,008ô° m b) õ6,00 kg d) 0,0°080 L 23. Ao medir o comprimento de uma estrada, uma pessoa encontrou °6 km. a) Qual o algarismo duvidoso dessa medida? b) Seria aceitável escrever essa medida como °6 000 m? c) Qual a maneira de expressar essa medida em metros, sem deixar dúvidas quanto aos algaÉ rismos significativos? 24. O volume de um cone é dado pela expressão: V A h 5 3 3 em que A é a área de sua base e h, sua altura. Para um dado cone, temos A = 0,õ02 m2 e h = ô,020 m. Com quantos algarismos você deve expressar o volume desse cone? ◎ verifique o que aàrendeu FCA_Fisica_v1_PNLD2015_010a033_U1_C1.indd 23 3/6/13 1:33 PM 24 unidade 1 A abrangência da Física 1.5 A origem do sistema Métrico A importância das medidas Para descobrir as leis que governam os fenômenos naturais, os cientistas devem realizar medidas das grandezas envolvidas nesses fenômenos. A Física, em particular, costuma ser denominada “a ciência da medida”. Lorde Kelvin, físico inglês do século XIX, salientou a importância da realização de medidas no estudo das ciências por meio das seguintes palavras: Sempre afirmo que se você puder medir aquilo de que estiver falando e conseguir expressá-lo em números, você conhece alguma coisa sobre o assunto; mas quando você não pode expressá-lo em números, seu conhecimento é pobre e insatisfatório... Para efetuar medidas é necessário escolher uma unidade para cada grandeza. O esÉ tabelecimento de unidades, reconhecidas internacionalmente, é também imprescindíÉ vel no comércio e no intercâmbio entre os países. Unidades anteriores ao Sistema Métrico Antes da instituição do Sistema Métrico Decimal çno final do século XVIII), as uniÉ dades de medida eram definidas de maneira bastante arbitrária, variando de um país para outro, o que dificultava as transações comerciais e o intercâmbio científico entre eles. As unidades de comprimento, por exemplo, eram quase sempre derivadas das partes do corpo do rei de cada país: a jarda, o pé, a polegada, etc. [figura 1.11]. Até hoje, essas unidades são usadas nos países de língua inglesa, embora definidas de uma maÉ neira moderna, por meio de padrões. Podemos destacar outra inconveniência das unidades antigas: seus múltiplos e submúltiplos não eram decimais, o que dificultava enormemente a realização das opeÉ rações matemáticas com as medidas. Até recentemente, os estrangeiros, na Inglaterra, encontravam grande dificuldade em operar com a moeda inglesa porque o sistema monetário britânico não era decimal çô libra valia ô2 shillings e ô shilling valia 20 pence). P a u lo C é s a r P e re ir a /A rq u iv o d a e d it o ra figura 1.11. As unidades antigas, anteriores ao Sistema Métrico Decimal, geralmente se originavam de partes do corpo humano. 1 jarda 1 pé 1 polegada FCA_Fisica_v1_PNLD2015_010a033_U1_C1.indd 24 3/6/13 1:33 PM 25capítulo 1 Medidas O Sistema Métrico Decimal As inconveniências que acabamos de apontar levaram alguns cientistas dos séculos XVII e XVIII a propor unidades de medida definidas com maior rigor e que deveriam ser adotadas universalmente. Essas diversas propostas, embora não aceitas imediatamenÉ te, deram origem ao estabelecimento do Sistema Métrico, na França. A assinatura do decreto de 7 de abril de ô79°, que introduziu esse sistema, foi uma das mais significatiÉ vas contribuições da Revolução Francesa. As principais características do Sistema Métrico Decimal, então proposto, eram: a) como o seu nome indica, o sistema era decimal; b) os prefixos dos múltiplos e submúltiplos foram escolhidos de modo racional, usandoÉse prefixos gregos e latinos: quilo = ô0õ; mili = ô0–õ; deca = ô0; deci = ô0–ô, etc. c) a Terra foi tomada como base para a escolha da unidade de comprimento: o metro foi definido como a décima milionésima çô0–7) parte da distância do equador ao polo [figura 1.12]. Essa distância foi marcada sobre uma barra de platina iridiada – o metro padrão – até hoje conservada na Repartição Internacional de Pesos e Medidas, em Paris [figura 1.13]. 1 × 107 m A rt u r K e n ji O g a w a / A rq u iv o d a e d it o ra figura 1.12. O metro foi definido, original- mente, como a 10–7 parte da distância en- tre o polo e o equador terrestre. R e p ro d u ç ã o /B u re a u I n te rn a c io n a l d e P e s o s e M e d id a s , P a ri s , F ra n ç a . figura 1.13. Cópia da barra de platina iridiada que constitui o metro padrão. Está guardada na Repartição Internacional de Pesos e Medidas, em Paris. A implantação do Sistema Métrico, na própria França, foi cercada de grandes dificulÉ dades, pois, como era de esperar, a população reagiu à mudança de hábitos já arraigaÉ dos aos seus costumes diários. Em virtude da reação popular, Napoleão Bonaparte, então imperador dos franceses, assinou um decreto permitindo que as unidades antigas continuassem a ser usadas, mas, ao mesmo tempo, tornando obrigatório o ensino do Sistema Métrico nas escolas. FinalÉ mente, em ô840, uma nova lei tornou ilegal o uso de qualquer unidade não pertencente ao Sistema Métrico. Assim, ficou definitivamente implantado na França o novo sistema. Por essa época, o Sistema Métrico já se tornara conhecido em outros países e, em ô87°, realizouÉse em Paris a célebre Convenção do Metro, na qual ô8 das mais imporÉ tantes nações do mundo se comprometeram a adotáÉlo. A Inglaterra não compareceu à reunião, negandoÉse a usar as unidades desse sistema. FCA_Fisica_v1_PNLD2015_010a033_U1_C1.indd 25 3/6/13 1:33 PM unidade 1 A abrangência da Física O Sistema Internacional de Unidades O uso do Sistema Métrico foi se espalhando gradualmente por todo o mundo. Novas unidades para medir outras grandezas, conservando as mesmas características usadas na definição do metro, foram incorporadas ao sistema. Entretanto, a precisão dos paÉ drões estabelecidos no século passado não era suficiente diante do grande desenvolviÉ mento científico do século XX. Assim, os cientistas perceberam a necessidade de uma reestruturação do Sistema Métrico e, em ô960, durante a XI Conferência de Pesos e MeÉ didas, também realizada em Paris, foi formulado um novo sistema, denominado Siste- ma Internacional de Unidades çSI). É importante observar que o SI é baseado no Sistema Métrico Decimal, mas suas unidades são definidas de maneira mais rigorosa e atualizada çem nosso curso, usareÉ mos quase que exclusivamente as unidades desse sistema). Hoje em dia, o Sistema InÉ ternacional de Unidades é aceito universalmente, e, nos países de língua inglesa çonde até hoje as unidades libra, pé, polegada, etc. são usuais), há um grande esforço para sua adoção, não só nos trabalhos científicos, como também pela população em geral. Um incidente decorrente da resistência em se adotar um sistema racional e unificaÉ do de unidades foi a perda da nave norteÉamericana Mars Climate Orbiter, programada para entrar em órbita em torno de Marte em setembro de ô999. A equipe da Nasa cheÉ gou à conclusão de que o fracasso foi causado por erro na conversão de unidades, do sistema inglês para o sistema métrico, no software da nave relacionado à navegação. 25. Cite pelo menos duas unidades usadas com frequência em sua vida diária, para medir as seÉ guintes grandezas: a) comprimento c) volume b) área d) tempo 26. Consultando uma enciclopédia, um dicionário ou outra fonte, procure expressar, em centímeÉ tros, o valor das unidades inglesas mostradas na figura ô.ôô. 27. a) Considere as seguintes unidades de tempo: hora çh), minuto çmin) e segundo çs). Elas constituem um sistema decimal? Explique. b) Para você perceber que um sistema não deciÉ mal dificulta consideravelmente a realização de operações matemáticas, resolva a quesÉ tão seguinte: qual a duração de uma partida de voleibol na qual o tempo de cada set foi: ôo set – °0 min õ2 s 2o set – 49 min 4° s õo set – õ0 min õ° s Apresente sua resposta em horas, minutos e segundos. 28. a) Suponha que a duração de um evento tenha sido õ,° h çobserve que estamos usando a noÉ tação decimal). Você acha que esse intervalo é maior, menor ou igual a õhõ0min? b) Considere um intervalo de tempo de 8,7 h. Expresse esse tempo na notação não deciÉ mal çhoras e minutos). c) Expresse na notação decimal, usando a hora como unidade, um intervalo de tempo de °hô8min. 29. a) O estabelecimento do Sistema Métrico Decimal na França decorreu de propostas surgidas durante um acontecimento hisÉ tórico de repercussão mundial. Qual foi esse acontecimento? b) Quem era o imperador da França quando o ensino do Sistema Métrico Decimal tornouÉse obrigatório nas escolas daquele país? 30. a) Um país ocidental importante deixou de participar da Convenção do Metro, realizaÉ da em ô87° na França. Qual foi? b) Qual a consequência desse fato? 3ê. a) Como se denomina o sistema de unidades, estabelecido em ô960, usado mundialmenÉ te, tendo como base o antigo Sistema MéÉ trico Decimal? b) O que vem ocorrendo com relação a esse sistema nos países de língua inglesa? ◎ verifique o que aàrendeu 26 FCA_Fisica_v1_PNLD2015_010a033_U1_C1.indd 26 3/6/13 1:33 PM capítulo 1 Medidas Aàãiáações da Fâsiáa A nanorrevolução Mesmo uma ciência bem estabelecida, como a Física, pode passar por grandes mudanças e ter novas abordagens para a pesquisa. Desde a segunda metade do século passado, a possibiÉ lidade de construir e trabalhar com novas estruturas, lidando diÉ retamente com átomos individuais, permitiu o desenvolvimento de um novo campo de pesquisa pura e aplicada, a nanotecnolo- gia. Às vezes também chamado de nanociência, esse campo se dedica a construir estruturas nas quais pelo menos uma de suas dimensões seja de escala nanométrica, ou seja, ô0–9 metros. Quando vamos para a escala do muito pequeno, podemos citar três estruturas básicas feitas de carbono puro: o fulereno, os nanoÉ tubos e o grafeno. O fulereno tem o formato de uma bola de futebol feita com 60 átomos de carbono çum átomo de carbono mede cerca de 0,07 nanômetro); os nanotubos são pequenos tubos feitos inÉ teiramente de carbono, formando canudos que podem ter diverÉ sos diâmetros, e, por fim, o grafeno é uma espécie de tela feita somente de carbono e que pode ser tão fina quanto um único átoÉ mo de espessura. A partir do grafeno é possível construir fulerenos e nanotubos, e, utilizando os dois últimos em conjunto, podemos desenvolver diversas estruturas. Um exemplo são os cosméticos que penetram na pele mais profundamente, como os novos proteÉ tores solares, mais transparentes e menos gordurosos. Mas não é somente na estética que a nanotecnologia promeÉ te aplicações. Nanocarregadores, pequenas cápsulas que levam um tipo de medicamento dentro de si, estão sendo desenvolviÉ dos para levar o remédio diretamente até o tecido específico, diÉ minuindo a dosagem necessária e os efeitos colaterais. Outras aplicações que já estão sendo desenvolvidas são filtros extremaÉ mente eficientes para a água, utilizados por populações carentes que não têm acesso a água potável, além de novos componentes eletrônicos, como os transistores, que em breve farão parte dos novos computadores. Porém, o desenvolvimento mais impressionante são as nanoÉ máquinas, como o nanocarro, desenvolvido a partir de 200°. Dentro desse grupo já existem projetos de nanomotores e, possiÉ velmente, teremos nanorrobôs, que no futuro ajudarão nos traÉ tamentos de saúde, reconstituindo tecidos, e no combate a diÉ versas doenças, hoje difíceis de serem tratadas, como o câncer. O mais notável é que esse campo de pesquisa é muito novo. Em 20ô0, o fulereno completou apenas 2° anos. Nesse mesmo ano, os pesquisadores Andre Geim e Konstantin Novoselov, professores da Universidade de Manchester, Reino Unido, receÉ beram o prêmio Nobel por terem conseguido separar pela priÉ meira vez uma folha de grafeno. As promessas nesse campo ainda são grandes. Cada vez mais novos físicos, químicos, bióÉ logos, etc. têm se envolvido na pesquisa desses temas, e a naÉ notecnologia tem se tornado um dos ramos mais importantes da Física contemporânea. F o rm a to /A rq u iv o d a e d it o ra figura 1.14. Ilustração artística do fulereno. Uso de cores fantasia. quôstõôs 1. A nanotecnologia envolve não somente a FísiÉ ca, mas também a Química, a Biologia, a CiênÉ cia da Computação, as Engenharias, etc. PoÉ rém, cada um desses campos se relaciona de forma distinta com a nanotecnologia. Escolha uma área de sua preferência e pesquise algum ponto importante nessa interação, focando especialmente como os resultados da nanoÉ tecnologia podem ajudar a desenvolver tal campo. 2. Uma das preocupações relacionadas ao financiaÉ mento público de pesquisas diz respeito à aplicaÉ ção de seus resultados. Quando o financiamento utiliza recursos públicos, esperaÉse que seus reÉ sultados sejam disponibilizados para toda a poÉ pulação. Todavia, o que normalmente observaÉ mos são os avanços tecnológicos disponibilizaÉ dos primeiro para poucos, alcançando um público mais amplo apenas depois de muito tempo. Discuta, com seu professor e colegas, caminhos para evitar esse tipo de resultado, focando nas implicações tecnológicas da nanotecnologia. 3. A nanotecnologia, por lidar com sistemas muito diferentes daqueles com os quais estaÉ mos acostumados, e com propriedades que são muito recentes, nos permite imaginar que tipo de aplicação poderá aparecer no fuÉ turo. Imagine alguma tecnologia como a de um filme de ficção científica e explique o seu funcionamento a partir de estruturas nanoÉ métricas, tentando se aproximar o máximo possível da realidade. 27 FCA_Fisica_v1_PNLD2015_010a033_U1_C1.indd 27 3/6/13 1:33 PM Integrando... as áiênáias naturais As ciências da natureza e a ideia do método científico A figura 1.15 ilustra elementos da natureza. No Ensino Médio, você começou a estudar com mais detalhes ciências que investigam a natureÉ za: a Física, a Química e a Biologia. Nesta seção e na da próxima unidade, vamos tentar mostrar alÉ gumas ideias por trás dessas ciências, algumas diferenças e semelhanças e por que estão separaÉ das na escola. Dentre as ciências naturais, a Física é consiÉ derada por muitos a mais antiga. Ela investiga conceitos básicos como, por exemplo, o tempo, o espaço e o movimento, que são usados tamÉ bém na Química e na Biologia. Além de buscar entender como a realidade “funciona”, essas três ciências ainda são parecidas na maneira como constroem conhecimento sobre o mundo. Para isso, as três utilizam princípios do chamado mé- todo científico. Mas o que é método científico? É a maneira que o ser humano encontrou para entender a natureza, descobrir suas regularidaÉ des e desvendar seus mistérios. Em outras palaÉ vras, é a forma que os cientistas utilizam para obÉ ter conhecimento sobre o mundo. No entanto, estudiosos da história da ciência acreditam que os cientistas não seguem uma receita pronta para obter esse conhecimento ou fazer suas descoberÉ tas. Mas eles não negam que alguns procedimenÉ tos costumam estar presentes durante as pesquiÉ sas científicas, como é o caso da formulação de hipóteses e dos testes experimentais. Uma ideia comum, porém equivocada, é achar que os conhecimentos da ciência vão se acumulando no tempo e que suas teorias são inabaláveis. Apesar do conhecimento do passaÉ do ser utilizado pelos cientistas do presente para fundamentar e inspirar suas pesquisas, algumas vezes, é justamente a ruptura com ideias antigas que faz a ciência progredir. Em determinadas épocas da História, os cientistas se depararam com observações experimentais que não estaÉ vam previstas na teoria. Em alguns desses casos eles se viram obrigados a mudar uma forma de pensamento corrente. Essas mudanças radicais na forma de pensar fazia com que teorias inteiras tivessem que ser revistas e, em alguns casos, abandonadas por completo. Experimentação, modelo, hipótese e teoria As teorias das ciências naturais podem ser empíricas ou explicativas. Elas são empíricas quando utilizam apenas os resultados obtidos peÉ los testes experimentais. E elas são explicativas, como o nome sugere, quando tentam achar uma explicação lógica e uma interpretação para o que é observado no teste experimental. As teorias empíÉ ricas e explicativas nascem do trabalho intelectual e da colaboração de membros da comunidade científica, como cientistas, técnicos e estudiosos. Na maioria das vezes elas são construídas não apenas com as pesquisas atuais, mas também com muito conhecimento já conquistado por cientistas do passado, que se debruçaram sobre o ato de pensar “sobre” o mundo [figura 1.16]. Um modelo científico, de forma simplificada, é a reunião lógica de leis e hipóteses que procuÉ ram explicar fenômenos e fazer previsões sobre futuros eventos. Em ciência, os modelos e hipóteÉ ses devem ser testáveis. A maneira mais comum de aceitar ou rejeitar uma hipótese é fazendo o teste experimental. Também de uma maneira simples, experimento, nas ciências naturais, é o jeito que os cientistas tentam “imitar” as coisas que acontecem na natureza. Os experimentos, geralmente, são feitos em ambientes onde se pode controlar o que está acontecendo e fazer figura 1.15. A simples observação de um ar- co-íris envolve fenô- menos tanto físicos como químicos e bio- lógicos. figura 1.16. O pensa- mento lógico, a criati- vidade e a inventivi- dade do ser humano se unem aos testes experimentais no processo de constru- ção do conhecimento sobre o mundo. S é rg io D o tt a J r. /A rq u iv o d a e d it o ra 2• A n to n io R o b s o n /A rq u iv o d a e d it o ra FCA_Fisica_v1_PNLD2015_010a033_U1_C1.indd 28 3/6/13 1:33 PM nômeno natural não “cabe” totalmente em neÉ nhuma delas. Aliás, um fenômeno natural não “cabe” nem nas três juntas, uma vez que o método científico é somente uma das maneiras pela qual o ser humano tenta entender o mundo. Artistas, por exemplo, observam e entendem a natureza sob outra “lente”, sob outra lógica. Pôsquisô ô óôsponda Durante muito tempo a humanidade acreditou que o planeta Terra estava no centro do universo. Custou muito para que esse modelo de pensamento fosse substituído até que se chegasse à concepção atual sobre planetas e estrelas. a) Faça uma pesquisa e dê exemplos de outros modelos ou teorias que foram abandonadas e substituídas em algum momento da História. b) Quais foram as razões para esse abandono? Daqui para frente, quando o seu professor introduzir algum assunto novo, procure saber se aquele modelo explicativo é atual ou se já foi substituído por outra explicação. Tente descobrir também as razões dessa substituição. Vôja no póóximo Integrando... O papel da Matemática no progresso da ciência. medidas das grandezas envolvidas. Além de servir para testar hipóteses, os experimentos são imÉ portantes para determinar quando e como um modelo ou teoria podem ser aplicados, ou seja, ele serve para determinar condições de validade. Quando não for possível verificar as condições de validade de um modelo ou teoria, não ficamos seÉ guros se podemos utilizáÉlos, por exemplo, para desenvolver novas tecnologias. Ou seja, o conheÉ cimento obtido pelas ciências naturais é um coÉ nhecimento mais seguro do que o “achismo” ou o pensamento comum, pois ele deve ser testado antes de ser utilizado. Por que separar o conhecimento em disciplinas? No início desta unidade, dissemos que nossos sentidos ajudaram a agrupar os fenômenos físiÉ cos nos diferentes ramos da Física. Mas como diÉ ferenciar fenômenos físicos dos fenômenos das outras ciências naturais? A natureza em si não é disciplinar. Foi o ser huÉ mano que começou a classificar o conhecimento que estava construindo sobre a natureza em coÉ nhecimento físico, químico ou biológico. Quando classificamos um fenômeno em biológico, por exemplo, queremos dizer que estamos preocupaÉ dos com seus aspectos relacionados à vida, como respiração e reprodução. Por outro lado, quando queremos entender as mudanças de composição da matéria que ocorrem no fenômeno, o estudaÉ mos pela ótica da Química. Mas os fenômenos naturais não são físicos, químicos ou biológicos. O estudo desses fenômeÉ nos é que pode ser feito sob a perspectiva da Física, da Química ou da Biologia. Quando vemos as cores de um arcoÉíris, por exemplo, a dispersão da luz nas gotas de água e a interação da luz com os cones e bastonetes da retina çconceitos que serão estudaÉ dos no volume 2 desta coleção), envolvem conceiÉ tos estudados tanto pela Física, como pela QuímiÉ ca e a Biologia. A figura 1.17 abaixo ilustra elementos da naÉ tureza: uma flor, uma chama ou a claridade do Sol, que podem ser estudadas por qualquer uma das ciências naturais. Resumindo, o estudo da natureza pode até ser focado nas grandezas e nos conceitos de apeÉ nas uma das disciplinas escolares, porém, um feÉ figura 1.17. Exemplos de fenômenos estuda- dos pelas ciências na- turais. S é rg io D o tt a J r. /A rq u iv o d a e d it o ra 29 FCA_Fisica_v1_PNLD2015_010a033_U1_C1.indd 29 3/6/13 1:33 PM 30 unidade 1 A abrangência da Física 1. Você já deve saber que o número π é uma consÉ tante que se obtém dividindoÉse o compriÉ mento de uma circunferência pelo seu diâmeÉ tro. Você já tentou obter esse valor experiÉ mentalmente? Para tal, desenvolva uma forma de medir tanto o diâmetro como a circunferênÉ cia de diversos objetos circulares. Você pode usar CDs, latas, moedas, pneus, etc. Faça pelo menos cinco medidas, mas tente variar basÉ tante o diâmetro dos objetos. Compare os seus resultados com os de seus colegas. Qual grupo obteve o melhor valor médio? Houve tanta diÉ ferença entre os resultados? 2. Podemos medir facilmente o comprimento ou a largura da folha de um livro ou de um caderÉ no. Entretanto, encontraríamos dificuldades para medir a sua espessura. Como seria possíÉ vel resolver esse problema? Uma possibilidade interessante é, em vez de medirmos uma folha de cada vez, medirmos diversas ao mesmo tempo. Desenvolva esse procedimento e meça a espessura das folhas deste livro. Aproveite e compare com a espessura das folhas de seu caÉ derno e de outros materiais, como um jornal. Todas as folhas têm a mesma espessura? DICIONÁRIODICIONÁR IO Você pode usar técnicas semelhantes para realiÉ zar outras medidas. Por exemplo, usando um saco de um quilo de feijãoÉpreto e outro de um quilo de feijãoÉcarioca çmarrom), você consegue dizer qual dos dois grãos pesa mais? E quantas gotas de água cabem em um copo de õ00 mL? 3. Você já conhece, de seu curso de Matemática, algumas fórmulas que permitem calcular o voÉ lume de corpos com formas geométricas simÉ ples çesfera, cilindro, cubo, etc.). Entretanto, não é possível encontrar uma fórmula que nos permita determinar o volume de um objeto de forma irregular, como uma pedra, por exemÉ plo. Como, então, seria possível medir o voluÉ me desses corpos? Uma ideia é mergulhar o objeto dentro de um líquido çpode ser água), pois sabemos que a variação no volume do líÉ quido será igual ao volume do objeto que foi submergido. Seguindo essa ideia, meça o voluÉ me de uma laranja e de outros objetos cujo volume você saiba calcular çuma bola de tênis de mesa, por exemplo). Compare os valores calculados com os medidos pelos diversos gruÉ pos. Como seria possível melhorar os valores medidos? Você consegue imaginar uma forma de medir o volume sem molhar o objeto? observações a) Se você quiser obter um resultado mais preÉ ciso, use um recipiente no qual o nível da água sofre um deslocamento apreciável quando o objeto é introduzido nele e faça as leituras desses níveis com bastante cuidado. b) Se não conseguir um recipiente graduado, você poderá usar uma seringa de injeção para medir o volume de água deslocado quando o objeto foi introduzido no reciÉ piente çprocure uma maneira de medir esse volume usando a seringa). àratique fâsiáa em equiàe F o rm a to /A rq u iv o d a e d it o ra Ͱ àrobãemas e testes 1. Usando a notação de potência de ô0, expresse: a) uma área de 2 km2 em cm2; b) um volume de ° cmõ em mõ; c) um volume de 4 L em mmõ; d) uma massa de 8 g em kg. 2. a) Supondo que o próton tenha a forma de um cubo, cuja aresta é ô0–ôõ cm, calcule o volume desse próton. LemÉ breÉse de que o volume do cubo é õ. b) Considerando que a massa do próton é ô0–24 g, determiÉ ne a sua densidade ça densidade de um objeto é obtida dividindoÉse a sua massa pelo seu volume). 3. çEnem) Os números e cifras envolvidos, quando lidamos com dados sobre produção e consumo de energia em nosso país, são sempre muito grandes. Apenas no setor residenÉ cial, em um único dia, o consumo de energia elétrica é da ordem de 200 mil MWh. Para avaliar esse consumo, imagiÉ ne uma situação em que o Brasil não dispusesse de hidreléÉ tricas e tivesse de depender somente de termoelétricas, onde cada kg de carvão, ao ser queimado, permite obter uma quantidade de energia da ordem de ô0 kWh. ConsideÉ rando que um caminhão transporta, em média, ô0 tonelaÉ das de carvão, a quantidade de caminhões de carvão neÉ cessária para abastecer as termoelétricas, a cada dia, seria da ordem de: a) 20. b) 200. c) ô 000. d) 2 000. e) ô0 000. FCA_Fisica_v1_PNLD2015_010a033_U1_C1.indd 30 3/6/13 1:33 PM 31capítulo 1 Medidas 4. Observe os aparelhos mostrados na figura abaixo: a) Qual a maneira adequada de expressar a leitura do veloÉ címetro? Qual é o algarismo avaliado? b) Qual a maneira adequada de expressar a leitura da baÉ lança? Qual o número de algarismos significativos dessa leitura? 5. çEnem) Técnicos concluem mapeamento do aquífero Guarani. O aquífero Guarani localiza-se no subterrâneo dos territórios da Ar- gentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, com extensão total de 1 â00 000 quilômetros quadrados, dos quais 8é0 000 quilômetros quadrados estão no Brasil. O aquífero armazena cerca de 30 mil quilômetros cúbicos de água e é considerado um dos maiores do mundo. Na maioria das vezes em que são feitas referências à água, são usadas as unidades metro cúbico e litro, e não as unidades já des- critas. A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo óSabesp) divulgou, por exemplo, um novo reservatório cuja capacidade de armazenagem é de â0 milhões de litros. Disponível em: <http://noticias.terra.com.br>. Acesso em: ô0 jul. 2009 çadaptado). Comparando as capacidades do aquífero Guarani e desse novo reservatório da Sabesp, a capacidade do aquífero Guarani é: a) ô,° × ô02 vezes a capacidade do reservatório novo. b) ô,° × ô0õ vezes a capacidade do reservatório novo. c) ô,° × ô06 vezes a capacidade do reservatório novo. d) ô,° × ô08 vezes a capacidade do reservatório novo. e) ô,° × ô09 vezes a capacidade do reservatório novo. 6. çEnem) Um mecânico de uma equipe de corrida necessita que as seguintes medidas realizadas em um carro sejam obtidas em metros: • distância a entre os eixos dianteiro e traseiro; • altura b entre o solo e o encosto do piloto. 1 1 b = 160 cm a = 2 300 mm Ao optar pelas medidas a e b em metros, obtêmÉse, resÉ pectivamente: a) 0,2õ e 0,ô6. b) 2,õ e ô,6. c) 2õ e ô6. d) 2õ0 e ô60. e) 2 õ00 e ô 600. 7. çEnem) O medidor de energia elétrica de uma residência, conhecido por “relógio de luz”, é constituído de quatro pequenos relógios, cujos sentidos de rotação estão indiÉ cados conforme a figura: 0 1 2 3 4 5
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