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Anatomia Veterinária II - Apostila Completa - Instagram @apostilasvet_danny_elis

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS BÁSICAS DA SAÚDE 
DEPARTAMENTO DE MORFOLOGIA 
FACULDADE DE VETERINÁRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONTEÚDO REVISADO E CONDENSADO DA DISCIPLINA 
ANATOMIA DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS II - CBS05537. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROFESSORAS: SUELI HOFF RECKZIEGEL 
 ANA CRISTINA PACHECO DE ARAÚJO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PORTO ALEGRE 
2019 
 
 2 
INTRODUÇÃO 
 
 Este polígrafo destina-se aos alunos da disciplina CBS 05537 Anatomia dos 
Animais Domésticos II do curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal do 
Rio Grande do Sul. O texto segue o cronograma de aulas, tanto teóricas quanto 
práticas. 
 Algumas imagens foram colocadas ao longo do texto para ilustrar alguns 
assuntos, variando as espécies. São imagens de livros cuja relação está no final do 
polígrafo. A parte escrita foi retirada, principalmente do Sisson/Grossman (1981 – 
Anatomia dos Animais Domésticos), Evans/deLahunta (2010 – Guide to the 
Dissection of the Dog) e Dyce/Sack/Wensing (2010 – Tratado de Anatomia 
Veterinária). 
 Não haverá dissecções por parte dos alunos, mas em algumas aulas as 
professoras farão as dissecções ao vivo. As aulas serão no cão, seguindo uma 
anatomia topográfica, começando na cabeça, pescoço e cavidades torácica, 
abdominal e pélvica. As demais espécies como felinos, equinos, ruminantes, suínos 
e aves serão estudadas em peças ou cadáveres também já dissecados. As peças, 
em sua grande maioria, estão conservadas em uma solução de álcool, glicerina e 
desinfetante, tendo os alunos pouquíssimo contato com o formol. O estudo também 
será realizado em peças secas e desidratadas para a observação de determinadas 
estruturas. 
 Antes de cada aula prática haverá uma explicação sobre o conteúdo, sendo 
projetado na televisão da sala de ossos. E nessas aulas os alunos sempre deverão 
entrar no laboratório com jaleco, luvas, pinça de dissecção simples (“sem dente de 
rato”) e material para anotações. Não será permitido o uso de celular durante as 
aulas, sendo proibido filmar ou fotografar. Após cada aula prática haverá a 
confecção de um relatório por grupo, não sendo de caráter obrigatório, mas os dois 
melhores relatórios terão um bônus na nota da prova prática do bloco. Os alunos 
para terem este bônus terão de ter 100% de presença, salvo problemas de saúde 
(justificativa deverá vir da junta médica da UFRGS). Os alunos só saberão os grupos 
vencedores momentos antes da prova prática do bloco. 
 
 3 
SISTEMA RESPIRATÓRIO (INÍCIO) 
 
NARIZ E NARINAS 
O nariz está incorporado no esqueleto da face e se estende 
aproximadamente desde o nível transverso dos olhos até a extremidade rostral da 
cabeça. O esqueleto da parede lateral do nariz é incompleto rostralmente, no ângulo 
entre os ossos nasal e incisivo (incisura nasoincisiva), pois as cartilagens laterais 
dorsal e ventral (parietal) são estreitas. 
As narinas estão circundadas pelas asas lateral e medial que se unem 
dorsal e ventralmente para formar as comissuras ou ângulos. A asa lateral é fina e 
côncava e está constituída de pele que circunda tecido muscular e fibroso. A asa 
medial possui uma base cartilaginosa, constituída por duas cartilagens alares, que 
apresentam um formato de vírgula e estão colocadas de costas uma para a outra. 
Cada cartilagem alar está unida à extremidade rostral do septo nasal por forte tecido 
fibroso, que permite um determinado número de movimentos. A proeminência na 
parte dorsal da asa medial está formada pela lâmina subjacente da cartilagem alar. 
Estendendo-se caudalmente da essa proeminência, há uma espessa prega da pele, 
contínua com uma prega de túnica mucosa que provem rostralmente da concha 
nasal ventral. Esta prega é conhecida como prega alar. A parte da narina localizada 
ventralmente à prega alar (narina verdadeira) conduz para a cavidade nasal e a 
parte situada dorsalmente à prega alar (narina falsa) conduz a uma bolsa cega, 
forrada de pele, denominada divertículo da narina. 
CAVIDADE NASAL 
 É uma passagem através da parte dorsal da face, dividida em duas metades 
semelhantes pelo septo nasal. O septo nasal ósseo é constituído pela lâmina 
perpendicular do etmoide, caudalmente e pelo vômer, ventralmente, o restante é 
completado pelo septo cartilagíneo (cartilagem hialina) e revestido de mucosa. 
 Paredes laterais - formadas pelos ossos maxilares, incisivos, parte 
perpendicular do palatino, conchas nasais e etmóide. Nesta parede encontramos o 
canal lacrimal e o sulco para o ducto nasolacrimal. 
 Teto - composto pelos ossos frontal e nasal. 
 Parede ventral ou assoalho - formada pelos processos palatinos dos ossos 
incisivo e maxilar e pela parte horizontal do palatino – palato duro. 
 As entradas da cavidade nasal são as narinas e a saída as coanas. 
 4 
 A maior parte do espaço da cavidade é ocupada pelas conchas nasais. 
 -Concha nasal dorsal - é grande, estendendo-se da lâmina crivosa do etmóide 
até a altura do primeiro dente molar, no equino. 
 -Concha nasal ventral - é mais curta que a anterior, e estendendo-se desde o 
último dente molar até o 1º dente pré-molar, também no equino. 
 As conchas delimitam quatro meatos nasais: meato nasal dorsal, meato nasal 
médio, meato nasal ventral e meato nasal comum. 
 A túnica mucosa do nariz é espessa e altamente vascular, estando firmemente 
fixada ao periósteo. Rostralmente continua-se com a pele que forra as narinas, 
caudalmente com a mucosa da faringe e também com a mucosa dos seios 
paranasais. 
 A túnica mucosa da parte rostral da cavidade nasal (vestíbulo) está revestida 
por um epitélio estratificado pavimentoso e contém numerosas pequenas 
depressões que representam os óstios das glândulas nasais. Esse epitélio é 
substituído por um epitélio pseudoestratificado cilíndrico ciliado da parte 
respiratória da cavidade nasal, e que contém numerosas células caliciformes. A 
túnica mucosa da parte respiratória contém numerosas glândulas mucosserosas e é 
de cor avermelhada, em decorrência da grande vascularização de sua submucosa. 
A túnica mucosa que reveste a parte caudal dos endoturbinados, as áreas 
adjacentes da concha nasal dorsal e do septo nasal, é mais espessa e de cor 
amarelada ou marrom-amarelada. É revestida por um epitélio olfatório e 
representa a região olfatória da cavidade nasal. Também contém numerosas 
glândulas tubuloacinosas. 
ÓRGÃO VÔMERONASAL 
 Consiste em um par de divertículos cegos mucomembranosos situados a cada 
lado do septo nasal e relacionados com os processos palatinos do osso incisivo e 
com as asas do vômer. Possui aproximadamente 15 a 20 cm de comprimento (no 
equino), e 2 a 7 cm nos pequenos animais. Está forrado por uma mucosa com 
epitélio cilíndrico ciliado na parede lateral e um epitélio do tipo olfatório na parede 
medial. O órgão vômeronasal é tido comumente como um órgão responsável pela 
determinação do sabor dos alimentos na boca pela olfação, em distinção do sabor 
determinado pela gustação. Ou seja, sente o cheiro e lembra o gosto do alimento. 
 O ducto incisivo é um pequeno tubo forrado por mucosa e sua extremidade 
oral se estende através da fissura palatina do osso incisivo, desembocando nas 
 5 
laterais da papila incisiva (cão, gato, suíno e ruminante). Sua extremidade nasal 
comunica-se com a cavidade nasal próximo ao órgão vômeronasal. No equino este 
ducto incisivo termina em fundo cego na submucosa do palato duro. 
ÓRGÃO DA OLFAÇÃO 
 As terminações sensoriais para a olfação localizam-se na cavidade nasal, na 
mucosa olfatória. Constituem o sentido menos especializado dos sentidos especiais. 
As células sensoriais são células epiteliais modificadas espalhadas pelo epitélio da 
concha nasal dorsal, e são conhecidas como células olfatórias. Outras células 
epiteliais estão presentes e são consideradas como células de suporte. As células 
olfatórias são bipolares em forma, com uma pequenaquantidade de citoplasma 
envolvendo um grande núcleo esférico. Os finos processos periféricos estendem-se 
para a superfície da membrana epitelial e originam-se sob a superfície, em um tufo 
de processos muito finos conhecidos como pelos olfatórios. O processo central 
penetra na membrana basal e, no tecido conectivo subjacente, une-se a processos 
vizinhos para formar os feixes de fibras não-mielinizadas dos nervos olfatórios. Os 
feixes de fibras nervosos formam um plexo na submucosa e são finamente coletados 
em numerosos nervos que passam através das aberturas na placa crivosa do osso 
etmóide como o ramo olfatório, fazendo sinapse com células do bulbo olfatório. O 
órgão vômeronasal também é de característica olfatória. O cão tem o melhor olfato e 
o bovino o pior. 
SEIOS PARANASAIS 
 São divertículos que estão em contato com a cavidade nasal. Descrição no 
equino: 
 Seio Maxilar: é o maior de todos. Lateralmente é formado pelos ossos maxilar, 
lacrimal, zigomático e medialmente pelo maxilar, concha nasal ventral e etmoide. Vai 
desde o processo zigomático do maxilar até próximo ao forame infraorbitário. 
Dorsalmente seu limite corresponde a uma linha paralela à crista facial na altura do 
forame infraorbitário. Ventralmente teremos a parte molar da maxila, sendo que os 
três molares projetam-se para dentro dele em animais jovens. A cavidade está 
subdividida por um septo oblíquo em uma porção rostral e outra caudal. O seio 
maxilar rostral comunica-se com o meato nasal médio pela abertura nasomaxilar e 
com a parte caudal da concha nasal ventral pela abertura conchomaxilar. O seio 
maxilar caudal comunica-se com o seio esfenopalatino, sobre o canal infraorbitário. 
 6 
Pela abertura nasomaxilar entra em contato com o meato nasal médio. Ainda se 
comunica com os seios da concha nasal ventral e média. 
 Seio Frontal: é triangular, com sua base na linha média e o ápice em direção 
ao processo zigomático do frontal. É formado entre as lâminas externa e interna do 
frontal. O teto é formado pelos ossos frontal, lacrimal e nasal. Está subdividido, por 
lâminas incompletas, em várias cavidades que se interligam. No equino está em 
contato com o seio conchal dorsal e comunica-se com o seio maxilar caudal pela 
abertura frontomaxilar. 
 Seio Esfenopalatino: é composto por duas porções que se comunicam sobre 
o etmóide. Parte esfenoidal (caudal) no corpo do osso esfenóide. Parte palatina 
(rostral) entre as duas lâminas da porção perpendicular do osso palatino. Comunica-
se com o seio maxilar caudal. Além destes existem ainda mais três seios que se 
localizam no interior das conchas nasais, são eles: 
 Seio Conchal Dorsal: encontra-se no interior da concha nasal dorsal (Iº 
endoturbinado). Caudolateralmente comunica-se com o seio frontal. 
 Seio Conchal Médio: encontra-se no interior do IIº endoturbinado, é pequeno 
e comunica-se lateralmente com o seio maxilar e não diretamente com a cavidade 
nasal. 
 Seio Conchal Ventral: encontra-se no interior da porção caudal da concha 
nasal ventral. Comunica-se com o seio maxilar por sobre o canal infraorbitário, 
através da abertura conchomaxilar. 
 
 
 Fonte: Konig & Liebich, 2009 
EQUINO 
 7 
LARINGE 
 É um curto órgão tubular que liga a faringe à traqueia. Está fixada ao basióide 
e ao tiroióide e desta forma à base do crânio. A laringe regula o volume de ar 
durante a respiração, evita a aspiração de corpos estranhos e é o órgão fonador. 
 O esqueleto da laringe é constituído por uma série de cartilagens. Há três 
cartilagens impares, a cricóide, a tireoide e a epiglote; e três pares, as 
aritenóides, as corniculadas e as cuneiformes. 
 As cartilagens cricóide, tireóide e as partes principais das aritenóides são 
compostas de cartilagem hialina e podem tornar-se ossificadas. As cartilagens 
epiglote, corniculada e cuneiforme são compostas de cartilagem elástica. 
 
 
Cricóide 
 Em forma de anel apresentando uma lâmina, dorsalmente e um arco 
estreito, ventralmente. É a mais caudal das cartilagens, localizando-se 
imediatamente à frente do primeiro anel da traqueia e é fixada a ele pela membrana 
cricotraqueal. A lâmina é uma larga placa quadrilátera, articulando-se na borda 
dorsal com a cartilagem aritenóide. Na junção da lâmina com o arco de cada lado 
articula-se com a cartilagem tireoide. 
Tireóide 
 É a maior das cartilagens da laringe e está situada rostralmente a cricóide. 
Constitui-se de um corpo e duas lâminas laterais. O corpo ventralmente forma 
uma proeminência que pode ser sentida, mas não é visível no animal 
(proeminência laríngea). Dorsalmente o corpo articula-se com a base da epiglote. 
As lâminas projetam-se do corpo e formam a maior parte das paredes laterais da 
Laringe do equino: 
1) Cartilagem epiglote 
2) Cartilagem tireóide 
3) Cartilagem cricóide 
4) Cartilagem aritenóide 
5) Traqueia 
6) Processo muscular de 4 
7) Processo caudal de 2 
8) Cartilagem cuneiforme 
9) Cartilagem corniculada 
10) Processo rostral de 2 
 
Fonte: Konig & Liebich, 2009 
8 
9 
10 
 8 
laringe. Cada uma apresenta um corno em cada extremidade. O corno rostral 
articula-se com o tiroioideo e o corno caudal articula-se com a cartilagem cricóide. 
Epiglote 
 Possui o formato de uma folha. Apresenta uma base, um ápice, duas 
superfícies (a lingual e a laríngea) e duas bordas laterais. A base repousa na 
superfície dorsal do corpo da cartilagem tireóide. O restante projeta-se 
rostrodorsalmente da base. A cartilagem epiglote pode projetar-se dentro do istmo 
da garganta, ou estar no lado faríngeo do palato mole. Inserida em qualquer dos 
lados da base está uma barra de cartilagem que se projeta caudodorsalmente - é a 
cartilagem cuneiforme. 
Cuneiformes 
 Presentes apenas no equino e cão. Tem formato de barras finas, projetando-
se da base da cartilagem epiglote no equino. No cão está fusionada ao ápice da 
cartilagem aritenóide e está rostral a cartilagem corniculada. 
Aritenóides 
 Tem forma mais ou menos piramidal. As bordas rostral e caudal são convexas 
e convergem ventralmente a um ângulo. Situadas em ambos os lados da metade 
dorsal da cartilagem cricóide e medialmente as partes dorsais das lâminas da 
cartilagem tireóide. 
Corniculadas 
 Ausente no gato e fusionada no suíno. Estão inseridas no ápice da cartilagem 
aritenóide no equino. No cão cada cartilagem corniculada assemelha-se a uma 
trompa e está fusionada, por sua base, também ao ápice da cartilagem aritenóide. 
 A túnica mucosa da laringe é contínua com a da laringofarínge rostralmente e 
com traqueia caudalmente. Está firmemente aderida às cartilagens. Em cada lado da 
parede laríngea, a túnica mucosa cobre o ligamento e o músculo vocal, dispondo-se 
em relevo para formar a prega vocal (verdadeira). Da mesma forma a túnica 
mucosa que reveste o ligamento vestibular forma a prega vestibular (falsa) que é 
rostral à prega vocal. 
 A entrada da laringe é o ádito da laringe. A porção entre o ádito e o nível das 
pregas vocais é o vestíbulo da laringe. As paredes laterais do vestíbulo contêm os 
ventrículos laterais localizados entre as pregas vocais e vestibulares. Os 
 9 
ventrículos laterais estão ausentes nos ruminantes. A rima da glote é a parte mais 
estreita da laringe e é limitada pelas pregas vocais. 
 Irrigação – Aa. tireóideas cranial e caudal (ramos da a. carótida comum). 
 Drenagem – Vv tireóideas drenam para veias jugulares interna e externa. 
 Linfáticos - vão ao linfocentro cervical profundo e retro-faríngeo. 
 Nervos - laríngeo cranial e laríngeo recorrente (ambos ramos dos n. vago). 
 
 
 Fonte: Konig & Liebich, 2009 
 
SISTEMA DIGESTÓRIO (INÍCIO) 
CAVIDADE BUCAL 
 É a primeira porção do canal alimentar. Está limitada lateralmente pelas 
bochechas, dorsalmente pelo palato duro, ventralmente pelo corpo da mandíbula 
(equino, demais espécies sínfise mandibular) e pelos músculos milo-hioideos e 
caudalmente pelo palato mole.Fica fechada pelos lábios formando a rima oral. 
 Está subdividida em duas porções pelos dentes e bordos alveolares. O espaço 
externo aos dentes que é limitado pelos lábios e pelas bochechas é chamado 
vestíbulo, em repouso este espaço se acha obliterado. O restante é a cavidade 
Proeminência laríngea 
EQUINO CÂO 
 
Processo cuneiforme 
 10 
bucal propriamente dita (espaço interno entre os bordos alveolares e os dentes). 
Este espaço se comunica com a faringe através da orofaringe ou ádito da faringe 
ou ístmo das fauces. 
 A boca é toda revestida de uma mucosa que se continua no bordo dos lábios 
com o tegumento cutâneo e caudalmente com a mucosa da faringe. É de coloração 
rósea, mas pode apresentar pigmentação. 
LÁBIOS 
 São duas pregas musculomembranosas que circundam o orifício da boca, a 
superfície externa é coberta por pele que apresentam finos e longos pelos tácteis e 
pelos comuns nas diferentes espécies. 
 O lábio superior apresenta um filtro mediano e o inferior apresenta uma 
proeminência arredondada chamada queixo ou mento. A superfície interna é 
coberta por túnica mucosa podendo ser ou não pigmentada, apresentando em 
ambos os lábios os freios labiais, que vão até as gengivas. 
GENGIVAS 
 São compostas de tecido conjuntivo fibroso denso, desprovidas de glândulas 
e muito pouco sensíveis. São revestidas pela mucosa oral e mantém a forma dos 
processos alveolares, os quais recobrem. 
BOCHECHAS 
 Formam as paredes laterais da boca e são contínuas com os lábios. 
Externamente formada por pele, uma camada muscular (m. bucinador, parte do 
platisma, m. dilatador lateral do nariz, m. elevador naso-labial, m. depressor do lábio 
inferior) e uma camada onde se acham as glândulas bucais dorsais e ventrais (as 
ventrais são menores). Internamente revestida por mucosa, que se reflete sobre as 
gengivas e se continua caudalmente com a mucosa do palato mole. O ducto 
parotídeo (proveniente da glândula salivar parótida) abre-se num ponto oposto ao 
terceiro molar superior, no equino e no quarto pré-molar superior, no cão, em uma 
papila parotídea. Nos ruminantes encontramos na mucosa as papilas cônicas 
(função mecânica de empurrar o alimento caudalmente). 
PALATO DURO 
 É limitado rostral e lateralmente pelos arcos alveolares e se continua pelo 
palato mole. A base óssea é constituída pelo processo palatino do incisivo e do 
 11 
maxilar e porção horizontal do palatino. A mucosa é lisa e se acha unida ao osso por 
uma submucosa, apresentando um rico plexo venoso que irá formar um tecido erétil. 
 Possui uma rafe central dividindo-o em duas porções, cada uma delas 
apresentando cristas transversais curvas cujo número varia conforme a espécie 
(18 no equino, 15 a 19 no bovino, 8 a 10 no cão e 7 a 9 no gato). No bovino estas 
cristas apresentam-se serrilhadas caudalmente. 
 Apresenta uma papila incisiva que, nas laterais, apresenta a chegada dos 
ductos incisivos (já descrito anteriormente). Nos ruminantes, rostral ao palato duro, 
substituindo os dentes incisivos superiores, existe o pulvino dentário, formado no 
corpo do osso incisivo por uma espessa camada de tecido conjuntivo que possui 
uma grossa cobertura epitelial cornificada. 
PALATO MOLE 
 É uma cortina musculomembranosa que separa a cavidade bucal da faringe, 
exceto durante a deglutição. 
 Apresenta duas faces: a face oral é encoberta pela mucosa oral, que é 
contínua com a do palato duro. A face faríngea dirige-se caudalmente, e é recoberta 
por uma túnica mucosa contínua com a da cavidade nasal. O bordo livre é côncavo e 
delgado e está em contato com a epiglote exceto na deglutição. Continua-se como 
uma prega da mucosa que passa na parte ventral da parede lateral da faringe indo 
até o início do esôfago, constituindo o arco palatofaríngeo ou pilar posterior do 
palato mole. Nas suas laterais encontramos uma curta e grossa prega que passa ao 
bordo lateral da raiz da língua, constituindo o arco palatoglosso ou pilar anterior do 
palato mole. A tonsila palatínica está situada no espaço entre os dois arcos. No 
equino não é compacta como nas outras espécies. Também nos equinos o palato 
mole é muito desenvolvido, o que pode explicar porque em condições normais o 
animal não respire pela boca e ao vomitar as massas saiam pelo nariz. O contato 
com a epiglote pode ser tanto na face faríngea como na face oral do palato mole. 
ASSOALHO DA BOCA 
 Sua parte rostral é livre e formada pelo corpo da mandíbula recoberta de 
membrana mucosa. O restante é ocupado pela porção fixa da língua. Na área pré-
frenular encontramos, de cada lado, uma carúncula sublingual, onde se abrem os 
condutos das glândulas mandibulares. Caudalmente às carúnculas encontramos 
uma prega que vai do frênulo lingual até o nível do 1º dente molar, nela encontramos 
pequenas papilas nas quais se abrem os ductos das glândulas sublinguais. 
 12 
LÍNGUA 
 Situada no assoalho da boca entre os ramos da mandíbula e apoiada nos 
músculos milohioideos. Divide-se em: 
Raiz - está inserida no osso hióide, no palato mole e na faringe. Só a face dorsal‚ 
livre. 
Corpo - têm três faces livres, a face ventral relaciona-se com os músculos 
milohioideo e genioideo. As faces laterais são planas caudalmente e tornam-se 
arredondadas na sua porção rostral. 
Ápice - ou extremidade é livre e tem forma de espátula no equino. 
 Em relação à estrutura, encontramos uma camada muscular, uma submucosa 
e uma mucosa. A camada muscular apresenta os músculos extrínsecos que são 
maiores que os intrínsecos, e apresentam função de movimentar a língua. Os 
músculos intrínsecos apresentam fibras dispostas em três direções e estão 
mesclados com os extrínsecos. A camada submucosa apresenta uma grande 
quantidade de glândulas. A camada mucosa apresenta papilas diversas que são de 
quatro tipos: 
Filiformes - semelhantes a fios, localizadas no dorso e nas laterais e fornecem o 
aspecto aveludado à língua. Em determinadas espécies podem se apresentar 
cornificadas (felinos e ruminantes). 
Fungiformes - são maiores, arredondadas na extremidade livre e suportadas por 
um colo. Facilmente visualizadas, encontram-se mais nas laterais e também no 
dorso. 
Circunvaladas - são arredondadas e estão mergulhadas numa depressão anular 
(arredondada). Encontram-se caudalmente no dorso da língua formando o "V" 
lingual, sendo no equino em número de duas podendo chegar a seis. No cão são 
normalmente três de cada lado e nos ruminantes são mais numerosas. 
Foliadas - situadas rostralmente aos arcos palatoglossos. Tem o formato de folhas e 
seu número é reduzido. Ausente nos ruminantes. 
 Os três últimos tipos apresentam papilas secundárias microscópicas e 
corpúsculos gustativos. 
 No bovino, a porção caudal do dorso forma uma notável proeminência 
elíptica, delimitada rostralmente por uma depressão transversal. As papilas da 
proeminência são grandes e cornificadas, algumas são cônicas outras são 
arredondadas e se denominam papilas lenticulares. Esta proeminência é 
denominada toro lingual. 
 13 
 
 
Fonte: Konig & Liebich, 2009 
 
ÓRGÃO DO GOSTO 
 Os órgãos periféricos da gustação estão nos botões gustativos (cálices 
gustativos); eles requerem uma superfície úmida, são distribuídos sobre a língua e 
ocasionalmente presentes na superfície oral do palato mole e na superfície faríngea 
da epiglote. Na língua também são encontrados nas papilas fungiformes, 
circunvaladas e foliadas. Cada botão gustativo ocupa uma cavidade ovóide que se 
estende através da espessura do epitélio. O botão gustativo é constituído de células 
de suporte. As células gustativas ocupam a porção interna do botão, são fusiformes 
e com um grande núcleo redondo central. O pelo gustatório, um delicado processo 
em forma de pincel, emerge através do poro gustatório na terminação periférica de 
cada célula gustatória. As células gustativas são envolvidas por delicadas 
ramificações de fibras nervosas cujo nervo variaconforme a região da língua; no 
terço caudal da língua pelo nervo glossofaríngeo (IXº) e nos dois terços rostrais 
pelo nervo facial (VIIº). A escala gustativa segue a mesma sequência da escala 
 14 
olfatória, ou seja, em primeiro o cão, seguido do gato, porco, ovelha, cavalo, cabra e 
bovino. 
DENTES 
 Mamíferos são difiodontes, ou seja, apresentam duas dentições: os dentes 
temporários ou caducos e os dentes permanentes. São também heterodontes, ou 
seja, apresentam dentes diferentes: caninos, incisivos, pré-molares e molares (só 
permanentes). Fórmula dentária: 
Equino -2 (I 3/3 C 1/1 PM 3 OU 4/3 M 3/3) = 40 ou 42 dentes 
Bovino -2 (I 0/3 C 0/1 PM 3/3 M 3/3) = 32 dentes 
Suíno -2 (I 3/3 C 1/1 PM 4/4 M 3/3) = 44 dentes 
Canino -2 (I 3/3 C 1/1 PM 4/4 M 2/3) = 42 dentes, sendo o 4ºPM superior e o 1º 
molar inferior são chamados de dentes carniceiros. 
 
 
Fonte: Evans & de Lahunta, 2010. 
 
 Um dente simples consiste de uma coroa que se projeta além do alvéolo e 
uma raiz contida no alvéolo com um colo ou área de união entre eles. No interior do 
dente encontramos uma cavidade pulpar contendo material macio e incluindo vasos 
e nervos que passam através de um forame no ápice da raiz. Alguns dentes 
possuem mais de uma raiz. As superfícies são designadas conforme segue: 
 15 
Face oclusal - é a superfície livre, nos ungulados pode ser chamada de face mesial. 
Em alguns animais a superfície oclusal é denteada. 
Face vestibular - voltada para o vestíbulo, podendo ser chamada labial nos dentes 
incisivos e canino, ou bucal nos dentes pré-molares e molares. 
Face lingual - é a face que se volta para a cavidade bucal. 
Face de contato - são os lados que estão em contato com os dentes vizinhos.
 Os principais componentes dentários são o esmalte e a dentina. O esmalte, 
que é a substância mais dura do corpo, forma uma fina camada sobre a superfície 
do dente. É formado por cristais de apatita e fosfato de cálcio e uma quantidade 
muito pequena de substância orgânica. A dentina vai formar a maior parte do dente, 
que é semelhante ao osso na composição. Uma substância menos rígida, o 
cemento, que se assemelha à dentina e ao osso, cobre normalmente as raízes dos 
dentes simples, mas nos outros pode estender-se sobre a coroa. Localizada 
centralmente encontramos a cavidade do dente, que é preenchida pela polpa 
dentária. 
FARINGE 
 É um saco musculomembranoso que pertence à via digestória e respiratória, 
a porção rostral une-se com a boca e a cavidade nasal, enquanto que a porção 
caudal continua-se com o esôfago. Divide-se em orofaringe, nasofaringe e 
laringo-faringe. Está presa por meio de músculos ao osso palatino, pterigóide, 
vômer, temporal, porção basilar do occipital e hióide. Ainda se relaciona com as 
cartilagens da laringe. Apresenta sete orifícios de comunicação: 
- Coanas (2) comunicam dorsalmente com a cavidade nasal. 
- Orifício ou óstio faríngeo das tubas auditivas (2) tem forma de fenda e 
comunica, através da tuba auditiva, com a orelha média. 
- Ádito da faringe comunica com a boca. 
- Orifício esofágico: comunica faringe com o esôfago. 
- Orifício ou óstio laríngeo ou ádito da laringe, sempre aberto exceto durante a 
deglutição. Comunica faringe com a laringe. 
ESÔFAGO 
 É um tubo músculomembranoso que se estende desde a faringe até o 
estômago e durante o seu curso apresenta variação de direção. Na região cervical 
situa-se à esquerda da traqueia, na altura do arco aórtico passa para a direita e na 
bifurcação da traqueia situa-se dorsalmente até a entrada do estômago. Entra no 
 16 
estômago à esquerda do plano mediano. Sua porção cervical é cerca de 10 cm mais 
longa que a torácica (no equino) e a porção abdominal tem 2 a 3 cm de 
comprimento. Estrutura: 
- túnica adventícia: externa 
- capa muscular - músculo estriado no terço cranial e nos dois terços caudais 
modifica-se para musculatura lisa. Nos ruminantes e carnívoros a musculatura é 
estriada em toda sua extensão, nos suínos é estriada exceto próximo ao óstio 
cárdico (entrada no estômago). 
- túnica submucosa - com glândulas. 
- túnica mucosa - é pálida e forma várias pregas longitudinais que obliteram a luz, 
exceto durante a deglutição. 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: Popesko, 1977. 
 
Estruturas da face medial da 
cabeça do equino, língua 
removida. 
1.Seio frontal, 11. Lábio superior, 12. Lábio inferior, 17. Mento, 19. Cartilagem alar, 21. 
Concha nasal dorsal, 22. Concha nasal ventral, 24. Prega alar, 26. Palato duro, 27. Palato 
mole, 28. Raiz da língua, 29. Glândula sublingual, 32. Músculo milioideo, 35. Cartilagem 
epiglote, 36. Cartilagem tireóide, 37. Cartilagem cricóide, 38. Músculo esternohioideo, 44. 
Meato nasal médio, 46. Meato nasal ventral, 47. Meato nasal dorsal, 48. Faringe, 50. Óstio 
faríngeo das tubas auditivas, 52. Ventrículo lateral, 53. Prega vocal verdadeira, 56. 
Esôfago, 63. Face medial do hemisfério cerebral direito, 66. Cerebelo, 67. Medula 
espinhal, COANA, ÁDITO DA FARINGE, ÁDITO DA LARINGE, ORIFICIO ESOFÁGICO. 
 17 
GLÂNDULAS SALIVARES 
Glândula parótida - localiza-se ventralmente à base da orelha, apresenta formato 
em "V", é rugosa, não capsulada e achatada. O conduto parotídeo do cavalo e dos 
grandes animais abandona a glândula contornando medialmente o ramo vertical da 
mandíbula, subindo após lateralmente indo desembocar na bochecha próximo ao 3º 
molar superior. No cão o conduto atravessa longitudinalmente a face sobre o 
músculo masseter desembocando também na bochecha na altura do 4° pré-molar 
superior (dente carniceiro). Irrigação - ramos das artérias carótida externa e maxilar. 
Inervação - ramos do nervo trigêmeo, hipoglosso, facial e simpático. 
Glândula mandibular - situa-se ventralmente à parótida, sendo em parte recoberta 
por esta. Apresenta forma ovóide, com superfície lisa e recoberta por uma cápsula 
de tecido conjuntivo fibroso. Seu conduto projeta-se rostralmente, medialmente ao 
músculo occipitomandibular indo desembocar nas laterais do freio lingual, nas 
carúnculas sublinguais. Irrigação: ramos das artérias occipital, carótida externa e 
facial. Inervação: nervo corda do tímpano e simpático. 
Glândula sublingual - situa-se na base da língua, abaixo da mucosa, dorsalmente 
ao músculo occipitomandibular. Apresenta-se, no cão, composta de duas porções 
envoltas por cápsula fibrosa com formato ovóide achatada. A porção caudal, 
monostomática, situa-se próximo à glândula mandibular, seu conduto (sublingual 
maior) acompanha o conduto da glândula mandibular, desembocando ao lado deste 
ou unindo-se. A porção rostral, polistomática, é longa e estreita, apresenta vários 
pequenos ductos (sublinguais menores) que desembocam diretamente na boca ou 
unem-se ao ducto principal. Irrigação: artéria sublingual. Inervação: ramos do 
trigêmeo e simpático. 
Glândula zigomática - só encontrada nos carnívoros. Situa-se rostralmente à fossa 
pterigopalatínica e é protegida pelo arco zigomático. Condutos em número de 4 ou 5 
desembocam na bochecha na altura do último molar superior. O ducto maior é 
quase tão grande quanto o ducto parotídeo, os demais são pequenos. Irrigação: 
artéria bucal – ramo maxilar. Inervação: nervo bucal – ramo do mandibular – 
trigêmeo. 
** No felino ainda encontramos uma quinta glândula salivar, glândula molar, 
localizada próxima à comissura labial, de cada lado, e seus condutos abrem-se na 
mucosa das bochechas. 
 
 
 18 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fontes: Cão: Evans & de Lahunta, 2010. Gato: De Iullis & Pulerà, 2007. 
 19 
MUSCULATURA, IRRIGAÇÃO, DRENAGEM E INERVAÇÃO DA FACE 
MÚSCULOS DA FACE: 
Digástrico (Occipitomandibular) 
Platisma (cutâneo da face) 
Bucinador 
Masseter 
Temporal 
Zigomático 
Parotidoauricular 
Elevador nasolabial 
Orbicular dos olhos 
Orbicular dos lábios 
Frontal 
Escutulares 
 
 
 
 
 
No equino: 
Além dos músculosjá citados ao lado apresenta: 
- elevador do lábio superior 
- canino 
- depressor do lábio inferior 
Fonte: Evans & de Lahunta, 2010 
 
 
 
 
 
 
 
 
 20 
INERVAÇÃO DA FACE: 
 
A - Nervo facial (VII par craniano) 
Inerva a musculatura mímica, sua origem é na lateral dos corpos trapezóides. 
Percurso: meato acústico interno, canal facial e forame estilomastóide. 
Principais ramos: 
1 - auricular caudal 
2 - aurículo-palpebral - 2” ramo palpebral (zigomático) 
 2’ ramo auricular rostral 
3 - bucal dorsal 
4 - bucal ventral 
5 – cervical (fixado ao músculo parotidoauricular) 
** Fará parte também do sistema nervoso autônomo, parte do parassimpático. 
 
B - Nervo trigêmeo (V par craniano) 
 
1. Nervo Infraorbitário 
Ramo do nervo maxilar. Origem: lateroventralmente à ponte. Percurso: forame 
redondo, fossa pterigopalatínica, forame maxilar, canal infraorbitário e forame 
infraorbitário. O nervo infraorbitário após emergir pelo forame infraorbitário lança 
pequenos ramos que se distribuem para a pele, mucosa da cavidade nasal e para 
vibrissas do lábio superior e do focinho. 
 
2. Nervo mandibular 
Inerva musculatura mastigatória. É um nervo misto, contribuindo tanto com 
fibras motoras como sensoriais. Origina como ramos terminais o nervo lingual e 
alveolar mandibular. Imediatamente após o forame redondo emite vários ramos entre 
eles o nervo massetérico (para o músculo masseter) e o nervo pterigoideo (para os 
músculos pterigoideos lateral e medial). 
 
 
 
 
 
 
 21 
 
 Fonte: Evans & de Lahunta, 2010. 
 
ARTÉRIAS DE FACE: 
1. Artéria Carótida Comum (Primitiva): 
1.1. Artéria Carótida Interna - penetra no hiato rasgado 
1.2. Artéria Carótida Externa: 
1.2.1. Artéria Occipital 
1.2.2. Artéria Lingual 
1.2.3. Artéria Auricular Caudal 
1.2.4. Artéria Facial: 
1.2.4.1. Artéria Sublingual 
1.2.4.2. Artéria Labial Ventral 
1.2.4.3. Artéria Labial Dorsal 
1.2.5. Artéria Temporal Superficial: 
1.2.5.1. Artéria Transversa de Face 
1.2.5.2. Artéria Auricular Rostral 
 22 
1.2.5.3. Artéria Palpebral (dorsal e ventral) 
1.2.6. Artéria Maxilar: 
1.2.6.1. Artéria Alveolar Mandibular 
1.2.6.2. Artéria Oftálmica externa 
1.2.6.3. Artéria Infraorbitária Artéria Nasal Dorsal 
 
 
Fonte: Laboratório de Anatomia Comparada, Favet, UFRGS 
VEIAS DA FACE: 
Veia nasal dorsal 
Veia angular olho 
Veia labial dorsal Veia Facial 
Veia labial ventral 
Veia lingual 
 
V. temporal profunda 
V. auricular rostral V. temporal superficial 
V. transversa da face Veia Maxilar 
 V. auricular caudal 
Veia jugular 
externa 
a. carótida 
externa 
a. temporal 
superficial 
traqueia 
hióide a. carótida 
 comum 
a. carótida 
interna 
a. occipital 
a. lingual 
a. facial 
a. sublingual 
a. labial dorsal 
a. labial ventral 
a. auricular 
caudal 
a. auricular 
rostral 
a. maxilar 
a. alveolar mandibular 
e nervo mandibular 
a. oftálmica 
externa 
nervo maxilar 
e a. maxilar 
Músculo esternohioideo 
ARTÉRIAS DA FACE 
ESQUERDA DO CÃO 
DISSECADAS 
a. palpebral 
 23 
A veia maxilar recebe tributárias das cavidades nasais, através do forame 
esfenopalatino e da cavidade bucal, através do canal palatino passando pelos 
forames palatinos rostral e caudal. Recebe ainda tributárias dos seios paranasais, 
dos alvéolos dentários superiores, através do canal infraorbitário saindo na fossa 
pterigopalatínica no forame maxilar e dos alvéolos dentários inferiores através do 
canal e do forame mandibular. A veia maxilar e facial anastomosam-se formando 
veia jugular externa em torno da glândula mandibular. Esta desce o pescoço e 
pouco antes da entrada da cavidade torácica recebe a drenagem venosa do 
encéfalo através da veia jugular interna, formando a veia jugular primitiva. 
** A junção da veia lingual com a veia facial também poderá ser chamada de 
linguofacial e esta anastomosa-se com a veia maxilar formando a veia jugular 
externa. 
 
 
Fonte: Evans & de Lahunta, 2010. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 24 
SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO 
 O sistema nervoso pode ser dividido de modo geral em somático e visceral. 
 O sistema nervoso somático é também denominado de sistema nervoso da 
vida de relação, ou seja, aquele que relaciona o organismo com o meio. Sua parte 
aferente conduz aos centros nervosos impulsos originados em receptores 
periféricos. Por outro lado, a parte eferente leva impulsos aos músculos 
esqueléticos. 
 O sistema nervoso visceral ou da vida vegetativa, relaciona-se com a 
inervação das estruturas viscerais e é muito importante para a integração da 
atividade das vísceras no sentido da manutenção da constância do meio interno. 
Seu componente aferente conduz os impulsos nervosos originados das vísceras 
(visceroceptores), em geral estas fibras acompanham nervos predominantemente 
viscerais, juntamente com as fibras do sistema nervoso autônomo. Ao contrário das 
fibras somáticas, grande parte das fibras viscerais conduz impulsos que não se 
tornam conscientes, por exemplo, os impulsos que informam sobre pressão arterial e 
nível de O2 no sangue. Em relação aos impulsos a sensibilidade, a visceral difere da 
somática principalmente por ser difusa, não permitindo uma localização precisa. 
Assim, pode-se dizer que dói a ponta do dedo, mas não se pode afirmar que dói a 
primeira ou a segunda alça intestinal. Também o tipo de estímulo é diferente, pois a 
secção da pele é dolorosa enquanto que a secção de uma víscera não, já a 
distensão de uma alça intestinal é muito dolorosa, o que não acontece com a pele. O 
componente eferente do sistema nervoso visceral traz impulsos de certos centros 
nervosos até suas terminações em glândulas, músculos lisos ou músculo cardíaco. 
A esta parte, por definição denomina-se sistema nervoso autônomo e suas fibras 
são classificadas como eferentes viscerais gerais (EVG). 
 Existem várias diferenças entre o sistema nervoso somático eferente e o 
sistema nervoso visceral eferente, por exemplo, o primeiro é voluntário e o segundo 
involuntário. Do ponto de vista anatômico uma diferença muito importante diz 
respeito ao número de neurônios que ligam o sistema nervoso central (medula ou 
tronco encefálico) e o órgão efetor (músculo ou glândula). No sistema somático 
temos apenas um neurônio, enquanto o sistema nervoso autônomo apresenta dois 
tipos distintos de neurônios, pré e pós-ganglionares, que são os elementos 
fundamentais da organização da parte periférica deste sistema. O primeiro tipo está 
localizado no tronco encefálico ou na medula espinhal e é denominado neurônio 
pré-ganglionar. O axônio deste neurônio é a fibra pré-ganglionar. O segundo tipo de 
 25 
neurônio encontra-se nos gânglios autônomos, é chamado neurônio pós-
ganglionar e seu axônio é a fibra pós-ganglionar. 
 Os corpos dos neurônios pré-ganglionares localizam-se no tronco encefálico e 
medula espinhal. No tronco encefálico formam os núcleos de origem de alguns 
pares cranianos - IIIº oculomotor, VIIº facial, IXº glossofaríngeo e Xº vago. 
 Na medula localizam-se na região tóraco-lombar e neste ponto se agrupam 
formando o corno lateral da medula espinhal, e outra parte na medula sacral. 
 Os neurônios autônomos externos ao SNC estão distribuídos em agregados e 
são conhecidos como gânglios autônomos. Alguns destes gânglios estão localizados 
ao longo da porção ventrolateral dos corpos das vértebras, esta série de gânglios e 
suas interligações são chamados tronco simpático ou cadeia laterovertebral 
simpática. Outros gânglios autônomos são incorporados nos plexos nervosos 
localizados no tórax, vísceras abdominais e pélvicas, ou no interior de suas paredes. 
 Os gânglios dadivisão craniossacral são localizados perifericamente, e são 
denominados gânglios periféricos ou gânglios terminais estando localizados na 
estrutura inervada. Ainda outros estão na região cefálica relacionados a certos 
nervos cranianos. 
 O sistema nervoso autônomo divide-se em: simpático e parassimpático. 
 Principais diferenças entre o simpático e o parassimpático: 
 
 SIMPÁTICO PARASSIMPÁTICO 
Neurônio pré-ganglionar Medula tóraco-lombar Tronco encefálico 
Medula sacral 
Neurônio pós-ganglionar Cadeia laterovertebral Próximo ao órgão ou na parede 
Fibras pré-ganglionares Curtas Longas 
Fibras pós-ganglionares Longas Curtas 
Mediador químico Noradrenalina (fibras 
adrenérgicas) 
Acetilcolina (fibras colinérgicas) 
 
 Os efeitos do simpático e do parassimpático são antagônicos, desta forma 
regulam e ajustam a ação da víscera. O parassimpático usualmente estimula atos 
para preservar o corpo, por exemplo, torna mais lento o coração, constrita a pupila, 
aumenta o peristaltismo e esvazia a bexiga e o reto. O simpático frequentemente 
serve para defender o corpo nas crises, manipulando as respostas de retirada ou 
combate. Sua estimulação causa dilatação da pupila, aumenta o batimento cardíaco, 
 26 
eleva a pressão sanguínea e incrementa a circulação sanguínea para os músculos 
somáticos. A respiração está aumentada e o peristaltismo está inibido. Em alguns 
casos, no entanto, os dois sistemas têm ações semelhantes. Por exemplo, nas 
glândulas salivares ambos os sistemas aumentam a secreção, embora a produzida 
sob a ação do parassimpático seja mais fluida. Pode-se lembrar ainda, que nos 
órgãos genitais o simpático é responsável pela ejaculação enquanto que o 
parassimpático pela ereção. 
 O sistema nervoso autônomo, simpático e parassimpático, é uma atividade 
reflexamente regulada e influenciada por uma grande variedade de impulsos 
sensitivos. As fibras aferentes viscerais são importantes para reflexos viscerais e 
viscerossomáticos medianamente levados, sem interrupção, da medula para o 
cérebro. Eles podem permanecer subconscientes dando origem às sensações 
viscerais. Por exemplo, a dor visceral segue geralmente por fibras do simpático, 
enquanto que o parassimpático está mais relacionado com visceromotor e secreção 
glandular. Sabe-se hoje que partes do SNA estão sob controle do hipotálamo. 
SIMPÁTICO 
 Neurônios pré-ganglionares localizados na região tóraco-lombar no corno 
lateral da medula. As fibras saem no corno ventral junto com a raiz ventral do nervo 
espinhal e fazem sinapse na cadeia laterovertebral simpática. 
 A cadeia laterovertebral é um conjunto de gânglios, chamados 
paravertebrais, e estão arranjados segmentalmente, exceto na região cervical, ao 
longo da coluna vertebral desde a cabeça até a cauda. A partir da sua porção 
tóraco-lombar característica continua-se caudalmente nas regiões sacral e caudal e 
cranialmente através do tronco vagossimpático que termina no gânglio cervical 
cranial. Os gânglios comunicam-se entre si por fibras interganglionares que podem 
ser pré ou pós-ganglionares. Ramos comunicante faz a ligação da fibra simpática 
com o nervo espinhal. A fibra pós-ganglionar pode chegar ao órgão de três maneiras 
diferentes: - sozinha, como um nervo independente. 
 - acompanhando uma artéria 
 - acompanhando um nervo espinhal ou craniano 
 
PRINCIPAIS GÂNGLIOS NO CÃO: 
PARTE CERVICAL 
 27 
1- Gânglio vertebral - localizado próximo à origem da artéria vertebral, na 
extremidade cranioventral da alça da subclávia. Inerva estruturas do tórax, lança os 
nervos cardíacos vertebrais que vão para o plexo cardíaco. 
2- Gânglios intermediários - são observados caudal a alça da subclávia, no cão e 
no gato. 
3- Gânglio cervical médio - não é observado com frequência, podendo suas células 
estarem nos gânglios vertebral ou cervical cranial. 
4- Gânglio cervical cranial - situado ventralmente à bula timpânica, é de formato 
fusiforme, recebe ramos pré-ganglionares que surgem dos primeiros 4 ou 5 gânglios 
torácicos. Dele partem fibras pós-ganglionares que acompanham a artéria carótida 
comum, os nervos cranianos glossofaríngeo, vago, acessório e hipoglosso e, ainda 
os três primeiros nervos espinhais, levando inervação para as estruturas da cabeça. 
PARTE TORÁCICA 
 Os gânglios situam-se bilateralmente às articulações costovertebrais, desde o 
cervicotorácico (junto à emergência da artéria subclávia) até o pilar do diafragma. 
1- Gânglio cervicotorácico - Formado pela fusão do cervical caudal e dos três 
primeiros torácicos. Situa-se na extremidade proximal da alça da subclávia, ao nível 
do primeiro ou segundo espaço intercostal. Inerva coração, pulmão, traqueia, etc. 
Lança os nervos cardíacos cérvico-torácicos até o plexo cardíaco. 
2- Gânglios torácicos - Presentes em cada espaço intercostal a partir do terceiro ou 
quarto caudalmente. Lançam os nervos cardíacos torácicos para o plexo cardíaco, e 
ainda ramos para os grandes vasos, esôfago e pulmões. Formam a cadeia 
laterovertebral simpática. 
PARTE ABDOMINAL 
1-Nervo esplâncnico maior - Formado de fibras que emergem a partir do 12º ou 
13º gânglio torácico. Penetra na cavidade abdominal e termina no plexo adrenal e 
celíaco-mesentérico, levando inervação simpática às vísceras abdominais. 
2-Nervo esplâncnico menor - são 2 ou 3, quando presentes, surgem do 13º gânglio 
torácico ou do 1º lombar e vão para o plexo adrenal. Às vezes são representados 
por delgados filamentos que ligam o nervo esplâncnico maior ao primeiro nervo 
esplâncnico lombar. 
3-Gânglios lombares - Geralmente são 5 ou 6 pares, são normalmente alongados e 
pode ocorrer fusão entre eles. Estão normalmente presentes nos 5 primeiros 
segmentos lombares e podem ser únicos ou subdivididos. Emitem os nervos 
 28 
esplâncnicos lombares que contribuem variavelmente para o plexo aórtico-
abdominal ou inetrmesentérico. Algumas fibras podem atingir o plexo pélvico através 
dos nervos hipogástricos. 
PARTE PÉLVICA 
 O segmento pélvico é delgado. Os gânglios são três no total, estando 
variavelmente fusionados. Lançam ramos para o plexo pélvico. Os nervos 
hipogástricos representam as ligações entre o plexo mesentérico caudal e o plexo 
pélvico. 
PARTE CAUDAL 
 O segmento caudal é muito delgado e acompanha a artéria caudal mediana, 
são os gânglios coccígeos. Geralmente são 5 ou 6 fusionados com os do lado 
oposto. 
PARASSIMPÁTICO 
 Os neurônios pré-ganglionares são de localização craniossacral. 
PARTE CRANIANA 
 Compreende os pares cranianos IIIº, VIIº, IXº e Xº, e associados a eles 
encontramos os seguintes gânglios. 
1-Gânglio ciliar - localizado junto ao nervo óptico, entre o músculo reto ventral e 
reto lateral, dentro da órbita. Recebe fibras pré-ganglionares do IIIº par e envia fibras 
pós-ganglionares para o esfíncter da pupila e para o músculo ciliar, através dos 
nervos ciliares curtos, estes nervos também emitem fibras pós-ganglionares 
simpáticas para o músculo dilatador da pupila. 
2-Gânglio ptérigo-palatínico - localizado na fossa ptérigo-palatínica. Recebe fibras 
pré-ganglionares do VIIº e envia fibras pós ganglionares para a glândula lacrimal e 
glândulas nasais. 
3-Gânglio ótico - localizado ao longo da superfície medial do nervo - mandibular. 
Recebe fibras pré-ganglionares do IXº e envia fibras pós-ganglionares para a 
parótida. 
4-Gânglio mandibular - situado no hilo da glândula mandibular, recebe fibras do 
VIIº e lança fibras pós-ganglionares para a glândula mandibular e sublingual. 
 A inervação parassimpática para as áreas cervical, torácica e abdominal, 
surge do Xº - nervo vago. O vago possui gânglios parassimpáticos junto às vísceras, 
 29 
estes recebem fibras pré-ganglionares do Xº par e enviam fibras pós-ganglionares 
às vísceras. É a parte mais importante do parassimpático. 
 O nervo vago após sua emergência na medula oblonga sai pelo forame 
jugular onde apresenta o gânglioproximal ou jugular e ventralmente a este forame, o 
gânglio distal ou nodoso. Segue descendo pela região cervical, lateralmente à artéria 
carótida comum, formando o tronco vagossimpático (fibras simpáticas 
entrelaçadas com as fibras do vago dentro de uma bainha do vagossimpático). 
 Na entrada da cavidade torácica separa-se do simpático, acompanha então o 
esôfago, um de cada lado (D e E). Na cavidade torácica divide-se em ramos dorsal e 
ventral, que se unem com os do lado oposto formando o tronco vagal dorsal e 
tronco vagal ventral. Desta forma atravessam o diafragma pelo hiato esofágico e 
distribuem-se pelos plexos abdominais. 
PRINCIPAIS RAMOS DO VAGO: 
PARTE CERVICAL 
Nervo faríngeo para musculatura da faringe e do esôfago. 
Nervo laríngeo cranial para a laringe. 
Nervos cardíacos vagais craniais para o plexo cardíaco. 
PARTE TORÁCICA 
Nervo laríngeo recorrente para a laringe. 
Nervos cardíacos vagais caudais para o plexo cardíaco. 
Nervos bronquiais para o pulmão. 
Nervos esofágicos para o esôfago. 
PARTE ABDOMINAL 
Tronco vagal dorsal: é maior e formado por maior quantidade de fibras do vago 
direito. Percorre a face dorsal do estômago dando ramos gástricos e celíacos para o 
plexo celíaco-mesentérico. 
Tronco vagal ventral: dirige-se para a curvatura menor do estômago, formando ai o 
plexo gástrico cranial, que lança fibras para inervar duodeno, fígado e pâncreas. 
 
PARTE SACRAL DO PARASSIMPÁTICO 
 Os neurônios pré-ganglionares estão nos segmentos sacrais da medula 
espinhal. As fibras pré-ganglionares saem acompanhando as raízes ventrais dos 
nervos espinhais correspondentes. Os gânglios estão localizados na cavidade 
 30 
pélvica, próximo ou dentro das paredes das vísceras. Inerva cólon, reto, vagina, 
vulva, glândulas anexas, bexiga (contrai a bexiga) e uretra. 
 
 
 
 Fonte: Evans & de Lahunta, 2010. 
 
 31 
 
 
 
 
 
 
 
MÚSCULOS VENTRAIS DO PESCOÇO 
1) Esternocefálico. 
Or. Bordo cranial do manúbrio do esterno. 
In. Processo mastóide do temporal. 
Ac. Flexiona o pescoço. 
 
2) Esterno-hióideo. 
Or. Bordo cranial da primeira cartilagem costal e da primeira esternébra. 
In. Corpo do osso hióide (basióide). 
Ac. Retração do hióide, laringe e língua na deglutição. 
 
3) Esterno-tiro-hióideo 
3.1) Esternotiroideo. 
Or. Bordo cranial do esterno e primeira cartilagem costal. 
In. Cartilagem tireóide da laringe. 
Ac. Retração da laringe na deglutição. 
Imagem da cavidade torácica, antímero esquerdo, de cão aberta (retirado o 
pulmão esquerdo), lateralmente evidenciando: 1- tronco vagossimpático; 2- alça da 
subclávia, simpático; 3- gânglio vertebral, simpático; 4- gânglio cervicotorácico, 
simpático; 5- cadeia laterovertebral simpática; 6- nervo vago (X° par de nervo 
craniano), parassimpático; 7- nervos cardíacos vagais; 8- tronco vagal dorsal; 9- 
tronco vagal ventral; 10- brônquio principal esquerdo; 11- artéria subclávia 
esquerda; 12- artéria vertebral; 13- tronco braquiocefálico; 14- artéria torácica 
interna; 15- artérias intercostais dorsais; VCCr- veia cava cranial; PD- pulmão 
direito; AD- aurícula direita; AE- aurícula esquerda; AP- artéria pulmonar, VD- 
ventrículo direito; VE- ventrículo esquerdo; AT- aorta torácica; DF- músculo 
diafragma. Fonte: Done; Goody; Evans & Stickland, 2002. 
1 2 
3 
4 
5 
6 
8 
9 
PD 
PD 
AP 
AE 
AD 
AT 
VCCr 
DF 
ESTERNO 
VD 
VE 
7 
ESÔFAGO ESÔFAGO 
10 
7 
11 
12 
13 
14 
15 
5 
 32 
 
3.2) Tiro-hioideo. 
Or. Cartilagem tireóide da laringe. 
In. Processo tireóide do basióide (tiro-hióide). 
Ac. Aproxima a laringe do aparelho hióideo. 
 
4) Cricotireoideo. 
É um pequeno músculo intrínseco da laringe que aparece ventralmente com forma 
dede gota. Liga as cartilagens cricóide à tireóide. 
 
5) Milo-hioideo. 
Or. Linha milo-hioidéia, face medial do ramo horizontal da mandíbula. 
In. Em uma rafe fibrosa central que se estende desde a sínfise mentoniana até o 
corpo do hióide. 
Ac. Assoalho de sustentação da cavidade bucal. 
 
 
MÚSCULOS PROFUNDOS DO PESCOÇO E DA GOTEIRA VERTEBRAL 
 
Esplênio 
Músculos longuíssimos: - da cabeça 
 - cervical 
 - do tórax 
 - lombar 
 
Semi-espinal da cabeça e do pescoço: - biventral cervical 
 - complexo 
Espinhal 
Ileocostal: torácico e lombar. 
Multífidos: cervical, torácico, lombar 
Músculos longos: - cabeça 
 - pescoço 
 
 
MÚSCULOS RESPIRATÓRIOS 
 
 
1) Escaleno 
O cão apresenta apenas as porções dorsal e média, pois o escaleno ventral está 
ausente. 
1A)Escaleno dorsal. 
É formado de uma parte maior e uma menor. 
Or. Processo transverso das quatro últimas vértebras cervicais. 
In. Parte menor – terceira e quarta costelas. 
 Parte maior – da sexta a oitava costelas. 
1B) Escaleno médio. 
Or. Processo transverso da quinta vértebra cervical. 
In. No tubérculo do escaleno, bordo cranial da primeira costela. 
Ação de 71.a e 71.b – Levar as costelas cranialmente na inspiração. 
 
 33 
 
Fonte: Evans & de Lahunta, 2010. 
 
 
 
 
2) Reto torácico. 
Or. Na primeira costela, junto à inserção do escaleno médio. 
In. Por uma aponeurose, junto à aponeurose do m. reto abdominal, na extremidade 
distal da terceira ou quarta costelas. 
Ac. Leva as costelas cranialmente na inspiração. 
 
3) Intercostais externos. 
Ocupam o espaço intercostal, não atingindo o espaço intercostocondral. 
Or. Bordo caudal da costela. 
In. Bordo cranial da costela seguinte. 
Ac. Dirigem as costelas crânio-lateralmente na inspiração, aumentando o diâmetro 
transverso do tórax. Fibras ventrocaudais. 
 
 
M. espinhal 
CÃO 
 34 
4) Intercostais internos. 
Ocupam tanto o espaço intercostal como o intercostocondral. 
Or. Bordo cranial da costela e cartilagem costal. 
In. Bordo caudal da costela e cartilagem costal precedente. 
Ac. Levam as costelas caudalmente na expiração, porém sua principal função é 
manter o tônus da caixa torácica, não permitindo que ela se expanda ou comprima 
demasiadamente. Fibras ventrocraniais. 
 
5) Serrato dorsal cranial. 
Or. Por uma aponeurose na fáscia toracolombar. 
In. Bordo lateral da 2ª a 10ª costelas. 
Ac. Leva as costelas cranialmente na inspiração. 
 
6) Serrato dorsal caudal. 
Or. Por uma aponeurose na fáscia toracolombar. 
In. Por três pequenos ventres no bordo lateral da 11ª a 13ª costelas. 
Ac. Dirigem as costelas caudalmente na expiração. 
 
7) Transverso torácico. 
É encontrado internamente na caixa torácica. 
Or. Ligamento esternal. 
In. Internamente nas cartilagens costais. 
Ac. Levam as costelas caudalmente na expiração 
 
8) Retrator das costelas. 
Or. Fáscia toracolombar, no processo transverso das três primeiras vértebras 
lombares. Difícil visualização. 
In. Bordo caudal da última costela. 
Ac. Leva as costelas caudalmente na expiração. 
 
9) Elevadores das costelas. 
É uma série de pequenos músculos situados nas extremidades dorsais dos espaços 
intercostais. Difícil visualização. 
Or. Processo transverso das doze primeiras vértebras torácicas. 
In. Bordo cranial da costela caudal seguinte. 
Ac. Levam as costelas cranialmente na inspiração. 
 
10) Diafragma. 
É um músculo em forma de cúpula que divide as cavidades torácica e abdominal. 
Or. Em sua porção aponeurótica tendínea central. 
In. Nas incisuras (arcos) costocondrais; na face interna da cartilagem xifóide do 
esterno; o pilar direito fixa-se na terceira e quarta vértebras lombares; o pilar 
esquerdo insere-se na primeira e segunda vértebras lombares. 
Ac. É o principal músculo inspiratório, aumentando o diâmetro longitudinal da caixa 
torácica. 
*** Entre os pilares do diafragma temos mais à esquerda, um ânulo fibroso, que 
forma o hiato aórtico onde passa a artéria aorta, a veia ázigos e o ducto 
torácico. Mais à direita, o hiato esofágico, para a passagem do esôfago e troncos 
vagais dorsal e ventral, na parte carnosa do pilar direito. A veia cava caudalperfura 
 35 
o diafragma no centro tendíneo, ligeiramente à direita da linha mediana, no forame 
da veia cava caudal. O diafragma é inervado pelos nervos frênicos que se originam 
dos ramos ventrais dos nervos espinhais C5, C6 e C7. 
 
 Fonte: Evans & de Lahunta, 2010 (ambas). 
 
CÃO 
CÃO 
 36 
CAVIDADE TORÁCICA 
 É a segunda cavidade do corpo em tamanho. Contêm em seu interior os dois 
pulmões, cada um em seu saco pleural, o coração em seu pericárdio e diversos 
outros órgãos e estruturas importantes. Sua forma assemelha-se a um cone com a 
base inclinada, e o ápice cranialmente. Apresenta-se comprimida lateralmente em 
sua parte cranial e sua base é cortada obliquamente. 
PAREDES DO TÓRAX 
1- Parede dorsal - ou teto, é formada pelas vértebras torácicas, ligamentos e 
músculos desta região (ligamento longitudinal ventral, músculo longo do pescoço). 
2- Paredes laterais - são formadas pelas costelas e músculos intercostais. 
3- Parede ventral - ou assoalho, é formada pelo esterno, cartilagens costais e 
músculo transverso do tórax. 
4- Abertura cranial - ou entrada do tórax, é de contorno oval e está limitada 
dorsalmente pela primeira vértebra torácica, lateralmente pelo primeiro par de 
costelas e ventralmente pelo manúbrio do esterno. Esta abertura se acha ocupada 
por: músculo longo do pescoço, traqueia, esôfago, vasos, nervos e gânglios 
linfáticos. 
5- Abertura caudal - é formada pelo músculo diafragma, que tem sua cúpula 
voltada para dentro da cavidade torácica, aumentando com isto a cavidade 
abdominal as custas da torácica. Apresenta uma porção tendinosa central e uma 
porção carnosa. Possui três aberturas para a passagem do esôfago, vasos e nervos. 
 A cavidade torácica está revestida por uma camada de tecido conjuntivo 
frouxo, a fáscia endotorácica. Esta camada de fáscia cobre as superfícies ventrais 
dos corpos das vértebras torácicas e o músculo longo do pescoço; as superfícies 
internas das costelas, suas cartilagens costais e os músculos intercostais; a 
superfície dorsal do esterno e músculo transverso do tórax; e a superfície torácica do 
diafragma. No plano mediano ou próximo a ele esta fáscia se reflete nas superfícies 
ventral e dorsal da cavidade para formar a lâmina mais ou menos sagital de fáscia 
que se constitui no tecido conjuntivo do mediastino. Esta camada de fáscia divide a 
cavidade em dois compartimentos, direito e esquerdo. 
MEDIASTINO 
 Significa o intervalo entre os dois compartimentos torácicos D e E. Estende-se 
desde a parede ventral até a parede dorsal. O mediastino não ocupa, em sua maior 
 37 
parte, uma posição média, isto é devido ao fato do coração estar mais à esquerda, 
sendo o pulmão e a cavidade direita maiores. Com exceção dos pulmões, veia 
cava caudal e nervo frênico direito, todas as demais estruturas torácicas 
encontram-se no mediastino. O mediastino divide-se em três partes: 
-Cavidade mediastínica cranial - localizada cranialmente ao coração, onde 
encontramos o timo, veia cava cranial, tronco braquiocefálico, esôfago, traqueia. 
-Cavidade mediastínica média - onde se localiza o coração, esôfago, troncos 
vagais dorsal e ventral, traqueia e aorta. 
-Cavidade mediastínica caudal - caudal ao coração, onde encontramos o esôfago, 
troncos vagais dorsal e ventral e aorta. 
PLEURA 
 É uma delgada túnica serosa, brilhante e escorregadia, que está disposta na 
forma de dois sacos denominados sacos pleurais (direito e esquerdo). Forra as 
paredes do tórax, formando as lâminas laterais do mediastino e daí se reflete sobre 
os pulmões. A pleura é composta de duas porções, pleura parietal e pleura visceral 
(ou pulmonar). 
 Pleura parietal é o folheto de pleura que reveste a cavidade por dentro da 
fáscia endotorácica estando unida a esta. Podemos ter: 
- pleura costal- reveste as costelas e os músculos intercostais. 
- pleura diafragmática - refletida sobre o diafragma. 
- pleura mediastínica - cobre os órgãos do espaço mediastínico. 
 Pleura visceral é o folheto que se reflete a partir do mediastino, cobrindo o 
pulmão correspondente. 
 A pleura direita forma uma prega sagital que rodeia a veia cava caudal. O 
espaço entre as pleuras parietal e visceral é a cavidade pleural. Normalmente esta 
cavidade contém uma pequena quantidade de fluído seroso de espessura capilar, 
que permite o deslizamento das pleuras uma contra a outra durante a respiração. 
 A pleura é suprida pelas artérias intercostais, torácica interna, frênica e 
bronquial. Os linfáticos são aferentes dos linfonodos aórtico torácico. 
 
 38 
 
Fonte: Konig & Liebich, 2009 
 
Fonte: Konig & Liebich, 2009 
EQUINO 
Vista craniocaudal 
Mediastino médio 
EQUINO 
Vista craniocaudal 
Mediastino caudal 
 
Estruturas fora do 
mediastino 
 
 
 39 
VASOS E NERVOS DA PAREDE 
 Em cada espaço intercostal encontramos uma artéria, uma veia e um nervo 
intercostais. As três primeiras artérias intercostais dorsais provêm do tronco 
costocervical (art. subclávia) e as demais diretamente da artéria aorta. Com 
relação às artérias intercostais ventrais, são provenientes da artéria torácica 
interna (art. subclávia). Os ramos dorsais e ventrais se anastomosam. 
 A drenagem segue esquema semelhante, as veias intercostais ventrais vão à 
veia torácica interna, as veias intercostais dorsais drenam para a veia ázigos (15 
últimas, no equino) e para a veia vertebral torácica que drena para a veia 
costocervical- vertebral (as três primeiras, no equino). 
 Os ramos nervosos dorsais e ventrais derivam dos nervos espinhais. 
 
TRAQUEIA 
 É um tubo flexível membranoso e cartilagíneo. Estende-se desde a saída da 
laringe (altura do Atlas) até o nível do 5º ou 6º espaço intercostal, onde se bifurca 
nos dois brônquios. Ocupa normalmente posição mediana exceto na sua porção 
terminal onde está deslocada para a direita pelo arco aórtico. Possui uma parte 
cervical e outra torácica; a porção cervical relaciona-se dorsalmente com o esôfago 
e a torácica situa-se nas porções cranial e média do mediastino. A parede da 
traqueia está constituída por quatro camadas; uma mucosa, uma submucosa, uma 
músculo-cartilagínea e uma adventícia. A porção cartilaginosa está formada por 
anéis incompletos que são abertos dorsalmente. Na porção cervical as extremidades 
dorsais se sobrepõem. O músculo traqueal (musculatura lisa) estende-se 
transversalmente e está fixado às faces internas das placas traqueais. O lúmem tem 
um diâmetro aproximado de 5,5 cm em média, porém pode variar de acordo com a 
contração do músculo traqueal. 
VASOS E NERVOS 
Irrigação: artérias carótida comum e broncoesofágica (ramo da aorta). 
Linfáticos: vão aos linfocentros cervical profundo, esternal cranial, mediastínico 
cranial, mediastínico médio e bronquial. 
Nervo: vago e simpático. 
 40 
PULMÕES 
 Os pulmões D e E são os órgãos da respiração em que o sangue é oxigenado 
e deles são removidos os produtos gasosos do metabolismo tecidual, principalmente 
o CO2. Estão localizados na cavidade torácica e cada um está livre para se 
movimentar, pois está invaginado num saco pleural e inserido apenas por sua raiz e 
pelo ligamento pulmonar. Pulmões normais são elásticos e contém considerável 
quantidade de ar. São de peso leve e flutuam na água. São macios e esponjosos ao 
tato e crepitam ao serem apertados. Pulmões de feto ou de recém-nascido que 
ainda não respirou são firmes ao tato e não flutuarão. Pulmões com doença também 
não flutuarão. Pulmões sadios de animais de área rural serão de cor rosa claro e os 
de área urbana terão cor acinzentada. Em algumas espécies a superfície pulmonar 
está subdividida em lóbulos pulmonares. São moldados ao formato da cavidade 
torácica. Endurecido em "situ" apresenta impressões das estruturas adjacentes 
(costelas, coração, esôfago, vasos e nervos). 
 O pulmão direito é normalmente maior e mais pesado que o esquerdo. Cada 
pulmão apresenta para descrição - uma base ou superfíciediafragmática, um ápice, 
duas faces: costal e medial e três bordos: dorsal, ventral e basal. 
BASE - relacionada à superfície torácica do diafragma. 
ÁPICE - cranial e ocupa o espaço formado pela cúpula da pleura. 
FACE COSTAL - relacionada às costelas e cartilagens costais. 
FACE MEDIAL - possui duas partes: vertebral e mediastinal. A vertebral - 
relacionada aos corpos das vértebras. A mediastinal - relacionada ao mediastino e 
estruturas ali contidas (impressão cardíaca apresenta o hilo pulmonar que não é 
coberto por pleura). 
 Em todas as espécies domésticas, com exceção do equino, o pulmão direito 
possui quatro lobos: apical (cranial), médio (cardíaco), acessório (intermediário), 
diafragmático (caudal) e o pulmão esquerdo possuem dois lobos: um apical 
(segmento cranial e caudal) e um diafragmático. ** O equino não apresenta o lobo 
médio direito e externamente a lobação não é visível. ** Nos ruminantes e suínos o 
lobo cranial direito é ventilado pelo brônquio traqueal. 
PULMÃO D 
- Lobos - apical, médio, acessório e diafragmático. 
 41 
- O lobo acessório tem forma de pirâmide com a base dirigida contra o diafragma e 
vértice na raiz, na sua face lateral há um sulco profundo que contém a veia cava 
caudal e o nervo frênico D. 
- A impressão cardíaca é muito mais profunda que a do E. 
- A incisura cardíaca é triangular e permite que o pericárdio se ponha em contato 
com a parede entre o 4º e 5º espaço intercostal. 
- Apresenta também sulco para a veia cava cranial, sulco para a veia ázigos, sulco 
para a veia costocervical/vertebral e para os vasos torácicos internos. Ás vezes 
sulco para o esôfago. No gato sulco para a traqueia (dorsal da veia cava cranial). 
PULMÃO E 
- Lobos - apical e diafragmático. 
- O lobo apical parece consistir de duas partes que corresponderiam ao lobo apical e 
médio. No entanto, ambas as partes são ventiladas por um único brônquio que surge 
do brônquio principal E, sendo considerado, portanto, um único lobo com segmentos 
cranial e caudal. 
- A impressão cardíaca é pouco profunda e não existe uma incisura cardíaca 
manifesta. Apresenta também sulco para a artéria subclávia E, sulco dorsal para a 
aorta e um sulco ventral à artéria aorta formado pelo esôfago. 
 
 
OVINO 
1 
2 3 
4 
5 
6 
7 
8 
9 
10 
Imagem da lobação e da árvore 
brônquica do ovino: 
 
1- brônquio traqueal 
2- brônquio principal esquerdo 
3- brônquio principal direito 
4-traqueia 
5-lobo apical direito 
6-lobo médio 
7- lobo acessório 
8- lobo caudal direito 
9- lobo apical: 
a-Segmento cranial 
b-Segmento caudal 
10- lobo caudal esquerdo 
 
Fonte: Konig & Liebich, 2009 
 
a 
b 
 42 
RAIZ DO PULMÃO 
 É formada pelas estruturas que penetram e deixam o hilo pulmonar que são: 
No pulmão D: brônquio principal na parte dorsal do hilo (dorsal ao brônquio 
encontramos a artéria bronquial e a parte dorsal do plexo cardíaco). Ao redor do 
brônquio as veias bronquiais e os vasos linfáticos e ventralmente pequenos ramos 
da artéria bronquial. Cranioventralmente ao brônquio a artéria pulmonar e parte 
ventral do plexo. As veias encontram-se cranial, ventral e caudalmente a artéria. 
No pulmão E: brônquio principal na parte dorsal do hilo junto com a artéria bronquial 
e a parte dorsal do plexo cardíaco. A artéria pulmonar situa-se cranial ao brônquio. 
As veias pulmonares ficam ao redor da artéria pulmonar e brônquio. 
 
 
Fonte: Evans & de Lahunta, 2010. 
ARQUITETURA INTERNA 
 Os pulmões podem ser considerados como sendo constituídos, na estrutura 
de uma árvore bronquial. A traqueia bifurca-se em brônquios principais D e E ao 
nível do quinto espaço intercostal. Os brônquios principais originam os brônquios 
lobares que são relativamente grandes e ventilam os lobos pulmonares. Cada 
brônquio lobar origina brônquios que ventilam áreas independentes relativamente 
grandes dentro do lobo que são segmentos broncopulmonares. O brônquio que 
supre um segmento é o brônquio segmentar. Estes originam os brônquios 
subsegmentares. As divisões continuam até que o diâmetro esteja entre 0,5 a 1,0 
mm. Neste nível desaparecem as placas cartilaginosas e o tubo é chamado 
bronquíolo. Normalmente há 3 ou 4 divisões bronquiolares antes de atingir o último 
CÃO 
 43 
dos bronquíolos. O bronquíolo terminal demarca o fim da árvore bronquial. Cada 
bronquíolo terminal divide-se em 2 bronquíolos respiratórios. Existe considerável 
variação na modalidade de ramificação dos bronquíolos respiratórios. Geralmente 
cada terceira ordem de bronquíolo respiratório emite ductos alveolares dos quais 
surgem os sacos alveolares e os alvéolos. No equino, bovino, ovino, caprino e suíno 
os bronquíolos respiratórios estão muitas vezes ausentes e os ductos alveolares 
surgem da divisão dos bronquíolos terminais. 
 Os alvéolos são espaços aéreos de paredes finas. Consistem de uma rede de 
uma só camada de capilar livremente sustentada por numerosas fibras reticulares e 
algumas fibras elásticas. São revestidos por epitélio alveolar sustentado por uma 
membrana basal. A difusão de O2 e CO2 ocorre através do epitélio alveolar, da 
membrana basal do epitélio alveolar, da membrana basal do endotélio capilar e do 
endotélio capilar. Essas quatro camadas são citadas como a barreira hemato-
alveolar. 
BRÔNQUIO PRINCIPAL DIREITO EMITE: 
-Brônquio lobar apical D- lobo apical D 
-Brônquio lobar médio D- lobo médio D 
-Brônquio lobar acessório- lobo acessório 
-Brônquio lobar diafragmático D- lobo diafragmático D 
BRÔNQUIO PRINCIPAL ESQUERDO EMITE: 
-Brônquio lobar apical E (brônquio segmentar cranial e brônquio segmentar caudal) 
-Brônquio lobar diafragmático E- lobo diafragmático E 
VASOS E NERVOS 
- Artéria e veia brônquica são responsáveis pela irrigação e drenagem. No equino 
não há veia brônquica. 
- A inervação é feita pelo plexo cardíaco. 
- Os vasos linfáticos são numerosos e estão dispostos em dois conjuntos. O 
conjunto superficial forma redes próximas, dentro e sobre a pleura, enquanto o 
profundo acompanha os brônquios e os vasos pulmonares. A maioria converge na 
raiz do pulmão e penetra nos nodos linfáticos bronquiais, porém alguns vão para os 
nodos linfáticos mediastinais. 
 
 
 44 
TIMO 
 É um órgão cinza amarelado pálido localizado amplamente no espaço 
mediastínico cranial, ventralmente à traqueia e aos grandes vasos, entre os dois 
pulmões, podendo estender-se em direção cervical. A glândula aumenta de volume 
durante a primeira fase do crescimento, diminuindo rapidamente após. Em animais 
de até 6 meses de idade ainda se encontram remanescentes ativos do tecido do 
timo no interior do tecido adiposo do mediastino. Vestígios em animais adultos e até 
velhos, podem ser encontrados mediante cortes histológicos. A irrigação é feita por 
ramos das artérias carótida comum e torácica interna. A drenagem é feita pelas 
veias jugulares e torácicas internas. A inervação é feita pelo tronco vagossimpático. 
 
GLÂNDULA TIREÓIDE 
 
 
CÃO 
EQUINO 
BOVINO 
SUÍNO 
 Tem forma achatada e elipsoidal, estando 
constituída por dois lobos laterais conectados 
por um estreito istmo fibroso. Os lobos estão 
localizados sobre as faces laterais da traqueia 
imediatamente caudal à laringe. É de cor 
vermelho-acastanhado escuro e de 
consistência firme. No adulto cada lobo tem 
aproximadamente 5 cm de comprimento e 1,5 
a 2 cm de largura máxima. A irrigação é feita 
pela artéria tireóidea, ramo da A. carótida 
comum. A drenagem se dá através das veias 
tireóideas cranial e caudal desembocando na 
veia jugular interna. Uma veia ímpar, a 
tireóidea inferior, localizada na superfície 
ventral da traqueia que drena para a veia 
braquiocefálica D ou E pode ajudar na 
drenagem. A inervação é feita pelo simpático e 
nervo laríngeo. Atua no metabolismo de modo 
geral (aumento do hormônio significa: aumento 
na velocidade de utilização dos alimentos para 
produção de energia, aumentoda velocidade 
da síntese proteica). 
Fonte: Dyce; Sack & Wensing, 2010. 
 
 
 
 45 
GLÂNDULAS PARATIREÓIDES 
 
 São pequenas, em torno de 1 cm de comprimento. Sua forma pode variar 
apresentando-se globular, oval ou achatada. Encontram-se na face profunda dos 
lóbulos da tireóide e disposta lateralmente próximo da extremidade dorsal. Tem cor 
amarelada. A glândula paratireóide está relacionada com o metabolismo do Ca e P. 
Secreta a calcitonina, um hormônio importante para o metabolismo do cálcio. 
 
SISTEMA CARDIOVASCULAR 
 Consiste em: coração, artérias, capilares e veias. 
 Coração e pericárdio: o coração é uma poderosa bomba situada dentro do 
saco pericárdico. Sua parede é composta de três camadas, que são de fora para 
dentro: epicárdio, miocárdio e endocárdio. O coração e o saco pericárdico estão 
situados dentro do mediastino médio. 
PERICÁRDIO 
 É o saco fibro-seroso que rodeia o coração e também em uma maior ou menor 
extensão os grandes vasos que estão em conexão com ele. Sua forma geralmente é 
similar à do coração. A capa fibrosa é delgada, porém forte e desprovida de 
elasticidade. Insere-se também na porção esternal do diafragma por uma cinta 
fibrosa - o ligamento frenopericárdico nos carnívoros e ligamento 
esternopericárdico nos bovinos, equinos e suínos. 
 A capa serosa é um saco formado por duas membranas: parietal e visceral. 
- A porção parietal reveste a capa fibrosa, a qual está firmemente aderida. 
- A porção visceral cobre o coração e porções dos grandes vasos e por isto se 
denomina epicárdio. 
 Entre as duas porções da capa serosa existe uma pequena quantidade de líquido 
seroso - o líquido pericárdico. 
 O pericárdio está coberto pela porção pericárdica da pleura mediastínica e 
cruzado lateralmente pelos nervos frênicos. 
CORAÇÃO 
 O coração do cão difere em forma e posição dos animais de maior porte. Em 
diástole é ovóideo e o vértice rombo e arredondado. Ocupa a maior parte do espaço 
 46 
mediastínico médio. Está fixo em sua base pelos grandes vasos, porém o resto do 
órgão está inteiramente livre no pericárdio. Duas quintas partes do órgão se acham à 
direita e três quintas partes à esquerda. A base está voltada para a entrada do tórax 
e se acha ao nível da terceira costela e é formada pelos Átrios Direito e Esquerdo. O 
vértice se acha no lado esquerdo em íntima relação com a parte esternal do 
diafragma. As faces Direita e Esquerda são convexas e apresentam sulcos que 
indicam a divisão do coração em quatro compartimentos: 
- Sulco coronário indica a divisão entre os átrios e ventrículos. Rodeia quase 
completamente o coração, estando interrompido na origem da artéria pulmonar. 
- Sulcos subsinuoso e paraconal correspondem ao tabique interventricular. Sulco 
paraconal se acha à esquerda e ventral. Começa no sulco coronário, caudal à 
origem da artéria pulmonar e desce paralelamente até o bordo caudal. Sulco 
subsinuoso se acha à direita e dorsal. Começa no sulco coronário, ventral a 
terminação da veia cava caudal e se dirige ao vértice, terminando pouco antes. 
Assim, os sulcos não se encontram e estão ocupados pelas artérias coronárias e 
seus ramos, veias cardíacas e gordura. 
PESO DO CORAÇÃO 
Cavalo - ± 4 kg - 0,7% do peso total 
Bovino - ± 2,5 kg - 0,4% do peso total 
Suíno - ± 450 g - 0,23% do peso total 
Cão - ± 140 a 170 g - 1% do peso total 
ÁTRIO DIREITO 
 Forma a porção cranial direita da base do coração e se acha dorsal ao ventrículo 
direito (VD). Consta de um seio venoso onde se abrem as veias e de um apêndice 
auricular, que é um divertículo cônico que se encurva ao redor da superfície direita 
e cranial da aorta aparecendo sua extremidade cega no lado esquerdo (cranial a 
artéria pulmonar). No AD se encontram cinco orifícios principais: 
- Orifício da veia cava cranial 
- Orifício da veia cava caudal 
- Orifício da veia ázigos 
- Orifício do seio coronário 
- Orifício atrioventricular D. 
 O átrio e as demais cavidades do coração são revestidos de uma membrana 
brilhante, o endocárdio. Suas paredes são lisas exceto no apêndice auricular, onde 
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está cruzada em várias direções pelos músculos pectiniformes. Os orifícios das 
veias cavas estão desprovidos de válvulas. A crista intervenosa (ou tubérculo 
intervenoso) se projeta cranial ao orifício da veia cava caudal e tende a direcionar o 
fluxo de sangue para o orifício atrioventricular direito. Entre a chegada da veia cava 
cranial e o final dos músculos pectiniformes da aurícula direita encontramos a crista 
terminal (local do marca-passo cardíaco ou nó sinoatrial, sob o endocárdio). 
 A fossa oval é um divertículo existente no tabique interatrial no ponto de entrada 
da veia cava caudal. A fossa é um vestígio do orifício de comunicação entre os átrios 
no feto, forame oval. O óstio do seio coronário está situado no ponto de entrada da 
veia cava caudal na parede oposta à fossa oval, aonde chega à drenagem própria 
do coração feita pelas veias cardíacas. 
VENTRÍCULO DIREITO 
 Forma quase todo o bordo cranial do coração, não alcançando o vértice que está 
inteiramente formado pelo ventrículo esquerdo (VE). Sua base está em conexão com 
o AD através do orifício atrioventricular D, porém sua porção E se projeta mais para 
cima e forma o cone arterioso de onde nasce a artéria pulmonar. 
 O orifício atrioventricular D é oval e está protegido pela valva tricúspide (formada 
por três cúspides ou válvulas). Os bordos das cúspides se inserem no anel fibroso 
existente no orifício atrioventricular. Os bordos centrais são irregulares e pendem 
para o interior do ventrículo, sendo inseridos pelas cordas tendinosas, que se 
inserem por baixo dos músculos papilares. As valvas são pregas de endocárdio 
mais tecido fibroso. As superfícies internas dos átrios são lisas, as ventriculares são 
rugosas. 
 O óstio pulmonar é circular e está situado no vértice do cone arterioso. Está 
protegido pela valva pulmonar ou sigmóide pulmonar composta de três cúspides 
semilunares. O bordo convexo de cada cúspide se insere no anel fibroso na união 
da artéria pulmonar e o cone arterioso. Cada cúspide consta de uma capa de 
endocárdio, em sua face ventricular e uma continuação da túnica interna da artéria, 
na face arterial e uma capa intermediária de tecido fibroso. 
 Nas paredes do ventrículo se acham: as trabéculas septomarginais ou cintas 
moderadoras que se estendem desde o tabique até a parede oposta (são em parte 
musculares em parte tendinosas e variam de indivíduo para indivíduo). Considerou-
se anteriormente que elas tenderiam a prevenir excesso de tensão, embora na 
realidade sirvam como meio para passagem do sistema de condução através do 
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lúmen da cavidade; os músculos papilares, projeções achatadas e um tanto 
cônicas, que servem de inserção para as cordas tendíneas da valva tricúspide; e as 
trabéculas ventriculares, cristas ou colunas em relevo que dão o aspecto rugoso 
a parede ventricular. 
ÁTRIO ESQUERDO 
 Forma a parte caudal da base do coração. Está caudal da artéria pulmonar e da 
aorta e dorsal do VE. A cavidade do átrio é lisa com exceção do apêndice auricular 
em que existem os músculos pectiniformes. 
 As veias pulmonares se abrem no interior do átrio pelo lado direito e 
caudalmente. Veias pulmonares: cão 5 a 6 e no cavalo 7 a 8. 
 O orifício atrioventricular E está situado ventral e parece menor que o D, devido à 
contração do VE no cadáver. 
VENTRÍCULO ESQUERDO 
 Forma a porção E da massa ventricular. Sua parede é muito mais grossa que à 
do VD. Forma o vértice do coração. Comunica-se com o AE pelo orifício 
atrioventricular esquerdo, porém sua porção cranial se abre na aorta. A cavidade 
parece menor que a do VD devido à contração da parede no cadáver. 
 O orifício atrioventricular E está protegido pela valva bicúspide ou mitral. As 
cúspides são maiores e mais grossas que as cúspides da tricúspide. As cordas 
tendinosas

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