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ARTIGO SINDROMES HIPERTENSIVAS

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Revista Eletrônica Acervo Enfermagem / Electronic Journal Nursing Collection | ISSN XXXX-XXXX
ARTIGO DE REVISÃO
Recebido em: x/2020
Aceito em: x/2020
Publicado em: x/2020
ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO DAS SÍNDROMES HIPERTENSIVAS NA GESTAÇÃO NO ÂMBITO DA ATENÇÃO BÁSICA.
Nurse's performance in preventing hypertensive syndromes in pregnancy within the basis of basic care.
Rendimiento de la enfermera en la prevención de síndromes hipertensivos en el embarazo dentro de la base de cuidado básico.
 
Ada Evellyn Galdino da Silva [footnoteRef:1]*, Amanda Domingos da Silva [footnoteRef:2], Niedja Carla Dias de Lira e Silva[footnoteRef:3], Rayanne Lúcia de Oliveira Campos[footnoteRef:4], Luan Naís de Souza[footnoteRef:5], Manoela Rodrigues de Santana[footnoteRef:6], Edivania Cristina da Silva[footnoteRef:7], Luany Abade Café8, Paloma Maria Oliveira de Almeida9, Adrian Thaís Cardoso Santos Gomes da Silva10 [1: Centro Universitário Estácio de Recife, Recife-PE. *E-mail: adaevellyngaldino@gmail.com] [2: Centro de Ensino e Pesquisa em Emergências Médicas, Recife-PE ] [3: Centro Universitário São Miguel- Unisãomiguel, Recife-PE] [4: Universidade Federal de Pernambuco, Recife- PE] [5: Faculdade Pernambucana de Saúde, Recife-PE] [6: Universidade Católica de Pernambuco, Recife- PE] [7: Centro Universitário dos Guararapes - UNIFG, Jaboatão dos Guararapes- PE. E-mail: edicris027@gmail.com] 
Resumo
Objetivo:  Descrever a atuação do enfermeiro na prevenção das síndromes hipertensivas que acometem as mulheres durante o período gestacional, no âmbito da atenção básica. Método: Trata-se de uma revisão narrativa da literatura, utilizando-se descritores relacionados a Complicações cardiovasculares na gravidez, hipertensão e enfermagem. As bases eletrônicas pesquisadas foram LILACS, PUBMED e MEDLINE. Resultados: Evidenciou-se que o enfermeiro, juntamente com a equipe de estratégia saúde da família, representa um importante papel no rastreamento/diagnóstico, bem como no manejo das síndromes hipertensivas na gestação (SHGE), sendo essa patologia um problema de saúde pública, podendo causar danos tanto maternos quanto infantil. Conclusão: Diante disso, é de suma importância à necessidade de buscar conhecimento acerca das SHGE, principalmente, para a equipe de enfermagem que possui um maior protagonismo no cenário da atenção básica. Munido de evidências científicas obtém-se uma padronização na assistência, por conseguinte será mais efetiva, rápida e eficaz. Propiciando cuidados às gestantes predispostas a desenvolver SHEG, garantindo uma melhor qualidade de vida durante e após a gestação e, consequentemente para o neonato.
 Palavras-chave: Complicações Cardiovasculares na gravidez; Hipertensão; Enfermagem. 
Abstract: This research aimed to describe the role of nurses in the prevention of hypertensive syndromes that affect women during pregnancy, in the context of primary care. This is a narrative review of the literature. It was evidenced that the nurse, together with the family health strategy team, plays an important role in the screening / diagnosis, as well as in the management of hypertensive syndromes in pregnancy (SHGE), this pathology being a public health problem, which can cause both maternal and child damage. Therefore, the need to seek knowledge about SHGE is of paramount importance, especially for the nursing team, which has a greater role in the primary care setting. Armed with scientific evidence, a standardization of assistance is obtained, therefore it will be more effective, quick and effective. Providing care to pregnant women predisposed to develop SHEG, ensuring a better quality of life during and after pregnancy and, consequently, for the newborn. 
Keywords: Pregnancy Complications, Cardiovascular; Hypertension; Nursing.
Objetivo: describir el papel de las enfermeras en la prevención de los síndromes hipertensivos que afectan a las mujeres durante el embarazo, dentro del ámbito de la atención primaria. Método: Esta es una revisión narrativa de la literatura, que utiliza descriptores relacionados con complicaciones cardiovasculares en el embarazo, la hipertensión y la lactancia. Las bases de datos electrónicas buscadas fueron LILACS, PUBMED y MEDLINE. Resultados: se evidenció que la enfermera, junto con el equipo de estrategia de salud familiar, desempeña un papel importante en el cribado / diagnóstico, así como en el tratamiento de los síndromes hipertensivos durante el embarazo (SHGE), siendo esta patología un problema de salud pública. causando daño a la madre y al niño. Conclusión: en vista de esto, es de suma importancia la necesidad de buscar conocimiento sobre SHGE, especialmente para el equipo de enfermería que tiene un papel más importante en el entorno de atención primaria. Armado con evidencia científica, se obtiene la estandarización de la asistencia, por lo tanto, será más efectiva, rápida y efectiva. Brindar atención a las mujeres embarazadas predispuestas a desarrollar SHEG, asegurando una mejor calidad de vida durante y después del embarazo y, en consecuencia, para el recién nacido.
 Palabras clave: Complicaciones Cardiovasculares del Embarazo; Hipertensión; Enfermería.
INTRODUÇÃO 
 A Atenção Básica (AB), ao longo dos anos, vem se tornando mais complexa e resolutiva. Com isso, a exigência de enfermeiros qualificados para atender às demandas dessa complexidade tornaram-se cada vez maiores. O cuidado prestado ao ser humano perpassa todas as etapas da vida. Na mulher, em especial destacamos a gestação, que é um período fisiológico e complexo para a gestante. O qual vem acompanhado de inúmeras mudanças, dentre elas podemos ressaltar as corporais, hormonais e psicológicas. A AB é uma das portas de entrada da mulher no Sistema Único de Saúde (SUS), sendo considerada como a preferencial. Na Unidade Básica de Saúde (UBS), são fornecidos todos os recursos necessários para o acompanhamento de uma gestação segura e saudável. (MARIANO MSB, et al., 2018; LIMA JP, et al., 2018). 
Diante de um conjunto de serviços oferecidos na UBS, o pré-natal é a ferramenta mais importante e completa para o acompanhamento da gestante, que tem como principal objetivo, assegurar o bem estar da saúde materna e fetal. Durante o pré-natal é possível realizar a prevenção e detecção precoce de doenças que possam prejudicar o andamento fisiológico da gestação, parto e pós-parto. Esse deve contar com no mínimo seis consultas, as quais devem ser realizadas de forma holística, individualizada pelo enfermeiro e o médico de maneira intercalada, juntamente com os demais profissionais da unidade. A gestante realizará consulta com o odontólogo, nutricionista e outros profissionais de saúde, de acordo com a sua necessidade (LIMA JP, et al., 2018)
Dentre as complicações que as gestantes podem desenvolver no ciclo gravídico-puerperal, de maneira mais comum, encontra-se a Síndrome Hipertensiva da gestação (SHGE), essa patologia atualmente é a responsável por causar a maioria das mortes perinatais. É caracterizada por manifestações clínicas como a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) após a vigésima semana de gestação, podendo ter associado a presença de proteinúria, sendo denominada de Pré-eclâmpsia. Em casos mais graves, a gestante pode apresentar um quadro convulsivo associado ao relatado anteriormente, sendo denominado de eclampsia. (MAGNAGO C e PIERANTONI CR, 2020; OLIVEIRA GS, et al, 2017).
O diagnóstico da Hipertensão gestacional é dado quando os níveis pressóricos são iguais ou superiores a 140/90 mmHg , após a 20º semana de gestação, e não há cura para a síndrome Hipertensiva na gravidez, a menos que se interrompa a gestação, e podendo evolui para Síndrome Help (Haemolysis, Elevated Liver enzyme activity e Low Platelets) ou CID (Coagulação Intravascular Disseminada), que é um dos quadros de maior gravidade (THULER ACMC ET AL. 2018).
O acompanhamento adequado no pré-natal proporciona a prevenção das síndromes hipertensivas da gestação, reduzindo a morbimortalidade devido a complicações relacionadas comessa patologia. De acordo com as orientações do Ministério da Saúde, as gestantes que forem identificadas com hipertensão deverão ser referenciadas para a realização do pré-natal em serviço especializado de alto risco. Aquelas que forem identificadas com quadros de pré-eclâmpsia ou eclampsia, deverão ser encaminhadas de imediato aos serviços de urgências e emergências obstétricas. (LIMA JP, et al., 2018)
 Visando a alta incidência de gestantes que apresentam a Síndrome Hipertensiva e a detecção precoce na consulta de pré-natal, este estudo tem como objetivo avaliar a atuação do enfermeiro diante das gestantes portadoras da Síndrome Hipertensiva da gestação (SHEG) na atenção básica em saúde e o impacto dos efeitos benéficos na saúde da gestante, do feto e no seu ciclo gravídico- puerperal.(SEHNEM, GD, et al., 2019)
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
1.ATENÇÃO BÁSICA 
A organiza Mundial da Saúde (OMS), Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e os governos, acreditando na produção da transformação e regulação do sistema de Atenção a Saúde, como acesso universal e de proteção social em saúde, na produção de respostas as necessidades e expectativas em relação ao risco e doença, promoção de comportamentos e estio de vida saudável e evitar danos na sociedade e ambientais sobre a saúde, faz parte do processo de reestruturação, fortalecimento e racionalização dos sistemas públicos de saúde, é protagonista essencial a atenção primária a saúde ou atenção básica a saúde, alicerce dos cuidados oferecidos pela ampla rede de serviços básicos do SUS (CECÍLIO LCO, REIS AAC 2018). 
O Sistema Único de Saúde (SUS) integra a estrutura das políticas de saúde do país, foi regulamentado através da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Através da efetivação do SUS, ocorreu a mudança do modelo assistencial que era focado na doença dando ênfase para atenção primária de saúde (BARATA LRB, et al., 2004).
Seguindo essa direção, o Ministério da Saúde, com o intuito de dar continuidade na classificação elaborada em 1996 pela OMS, implantou no ano 2000 um extenso processo de humanização da assistência obstétrica por meio do Programa de Humanização do Pré-Natal e Nascimento (PHPN). Essa estratégia tinha como propósito o resgate da atenção obstétrica qualificada, integrada e humanizada no pré-natal, parto e puerpério, com o envolvimento dos estados e municípios (BRASIL, 2000). 
Representando o primeiro nível de atendimento a atenção primária a Saúde (APS), o acolhimento as usuárias do serviço de saúde tem ações de promoção, proteção e recuperação de saúde integral e continuada, passando a existir uma aproximação, um vínculo dos profissionais de saúde e as famílias, contribuindo para um entendimento melhor sobre o processo saúde-doença, com intervenções que estão além das práticas curativas (THULER ACMC ET AL. 2018).
Segundo Sehnem GD et at. (2020) em seus achados em artigos, foi mostrado falhas na atenção pré-natal, que foram evidenciados por falhas de acessibilidade ao atendimento, início de consultas após 12 semanas de gestação, a não realização dos procedimentos recomendados, exames insuficientes tanto laboratorial quanto de imagem, carência de informação sobre os direitos das gestantes e dos familiares, onde o cuidado efetivo fica prejudicado e gerando resultados insatisfatório e negativos.
2.PRÉ NATAL 
As transformações, aprendizagens inseguranças, expectativas, ansiedade, novos papeis e responsabilidades que serão vivenciado, faz com que o processo gestacional seja complexo e dinâmico, apresentando mudanças clínicas, culturais, sociais que serão vivenciado não só pela gestante, mais sim por toda família (SEHNEM GD et al. 2020).
  O principal plano do PHPN é garantir a melhoria do acesso, da cobertura e da qualidade do acompanhamento pré-natal, da assistência ao parto e puerpério às gestantes e ao recém-nascido, na perspectiva dos direitos de cidadania, fundamentando-se no direito à humanização da assistência obstétrica e neonatal como condição para o adequado acompanhamento do parto e do puerpério (BRASIL, 2002). 
         Ações voltadas para atenção materno-infantil têm sido uma das grandes prioridades da saúde pública. Destacando assim, a importância da assistência da mulher durante o ciclo gravídico puerperal, que compreende o pré-natal, parto e puerpério, essas ações têm apresentado uma redução considerável nos índices de mortalidade materna e neonatal. Mortes maternas decorrentes de patologias como síndromes hipertensivas, hemorragias, infecções puerperais e por doenças circulatórias, estão apresentando uma diminuição acentuada, no entanto a taxa de mortalidade por causas evitáveis, ainda é um dado preocupante (PEREIRA RMS, et al., 2019).
       Sendo uma atividade privativa do enfermeiro, a consulta de enfermagem emprega elementos do método científico, para identificar situações de saúde e doença, prescrever e implementar medidas de enfermagem que colaborem para promoção, prevenção, proteção da saúde, recuperação e reabilitação do indivíduo, família e comunidade, tem como rudimentos os princípios da universalidade, equidade, resolutividade e integralidade das ações de saúde, sendo está um modelo assistencial que se adequa às condições das necessidades de saúde e da população (COFEN,1993). 
            Nesse pressuposto, a consulta de enfermagem no pré-natal possui um papel muito importante para diminuição desses indicadores, promovendo melhor qualidade na assistência à saúde no período gestacional e no pós-parto, para um atendimento de qualidade, os profissionais de saúde envolvidos precisam ser qualificados e dedicados a seus atributos. Embora o pré-natal seja um atendimento individualizado, nos últimos anos, também tem sido feito em grupos, trabalhando uma abordagem mais didática sem deixar de lado a prioridade de cada gestante.  É importante que haja planejamento para o cuidado e as ações a serem desenvolvidas  com as mulheres no período  gestacional,  tendo em vista que essas vivenciam, nesse  período de transformação,  momentos de que vão de  alegria e felicidade para medo, angústia ansiedade e dúvidas (THULER ACMC, et al.2018).
No processo Gravídico foi implementado a Política Nacional de Atenção Integral a Saúde do Homem (PNAISH), o pré-natal masculino, onde o Ministério da Saúde tem como ampliação da promoção do cuidado à saúde do homem, e enfatizado pela Organização Mundial de Saúde que o pré-natal e perinatal deve se estender aos filhos e aos homens, não somente as mulheres, e que deve ser centrado na família (MEDEIROS RMS, et al. 2019).
 
3.SÍNDROMES HIPERTENSIVAS NAS GESTAÇÃO
  As síndromes hipertensivas são divididas em: hipertensão crônica, na qual a gestante já apresentava a patologia antecedente a gestação ou continuou apresentando após doze semanas pós-parto; hipertensão gestacional que ocorre o aumento da pressão arterial após a 20° semana de gestação, não apresenta complicações como a proteinúria e volta aos seus valores pressóricos normais nas primeiras 12 semanas de puerpério; pré-eclâmpsia que consiste na junção da hipertensão com a proteinúria (300mg ou mais de proteína em urina de 24h) após a 20° semana de gestação, em gestantes que anteriormente mantinham valores pressóricos normais (OLIVEIRA LAM, et al. 2018).  
 	A hipertensão gestacional pode permanecer após a retirada do feto ou iniciar no puerpério, devido a esta condição é de suma importância o acompanhamento domiciliar pelo enfermeiro e a equipe da unidade de saúde da família, monitorando a pressão arterial e os demais sinais vitais, até que a mesma não apresente as complicações do quadro. Quando ocorre um acompanhamento de qualidade no pré-natal, no qual a SHGE é diagnosticada precocemente, pode-se reduzir a morbimortalidade na gestante e recém-nascido (MARIANO MSB, et al. 2018).  
Umas das patologias que mais acometem a mulher durante a gestação, é a Doença Hipertensiva Específica da Gravidez (DHEG), uma síndrome obstétrica que surge após a vigésima semana de gestação. É caracterizada pela tríade: hipertensão arterial, edemae/ou proteinúria, podendo culminar com convulsões e coma, geralmente aparece no terceiro trimestre gestacional, podendo estender-se até o puerpério, em cerca de 6 a 12 semanas após o parto. (REZENDE JF e MONTENEGRO CAB, 2013)
De acordo com o fluxo de atendimento preconizado pelo Ministério da Saúde, todas as grávidas diagnosticadas com pré-eclâmpsia deverão ser referenciadas para a urgência obstétrica e posteriormente acompanhadas pela atenção especializada. As gestantes diagnosticadas com hipertensão crônica ou que possuíam a hipertensão prévia à gestação, também precisarão ser acompanhadas na atenção especializada (FERNANDES JA, et al. 2020).  
Segundo Oliveira GS et al. (2017), as alterações hepáticas, cerebrais sanguíneas, uteroplacentárias, hidroeletrolíticas e o prognósticos de crises convulsivas, são alterações que afetam os sistemas vitais da mulher com síndrome hipertensiva gestacional, podendo levar a morte na eclampsia mostra uma mortalidade elevada, na pré-eclâmpsia é inabitual, só se associada com a síndrome HELLP, que é caracterizado por hemólise (H), aumento das enzimas hepáticas (EL) e plaquetopenia (LP).
Interromper a gestação nas gestantes com pré-eclâmpsia, podendo ser uma Cesária eletiva ou a indução do trabalho de parto, correndo o risco de uma complicação como uma hemorragia, infecção e picos hipertensivos, neste contexto se vê o quanto é importante o cuidado no acompanhamento do pré-natal e no cuidado à gestante hipertensiva, onde o enfermeiro é capaz de direcionaram a assistência, melhorando a qualidade do atendimento e menor número de complicações provocada por esse problema (LIMA JP et al. 2018).
ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO
Para proteger a saúde do binômio mãe-filho a enfermagem tem um papel indispensável em todas as proporção do cuidado, desde o acolhimento a gestante quando é construído um vínculo, acompanha o processo do parto ao puerpério, prevenindo complicações e intercorrências, refletindo sobre a assistência prestada na preservação da vida humana (OLIVEIRA GS et al. 2017).           
   O encaminhamento desnecessário de gestantes para esses serviços podem ocasionar o congestionamento e a falta de disponibilidade de vagas no sistema do SUS, porém as gestantes com os critérios para o pré-natal de alto risco enfrentam longas esperas para ter acesso a consulta e continuam o seu pré-natal na atenção primária, na qual o enfermeiro orienta adoção de hábitos e rotinas saudáveis para melhorar a qualidade de vida dessas gestantes, que posteriormente deverão fazer o acompanhamento conjunto da atenção primária em saúde com o pré-natal de alto risco (FERNANDES JA, et al)..
(*) O enfermeiro da Atenção Primária de Saúde, realiza a consulta de enfermagem, fazendo uma avaliação dinâmica das situações de risco identificando problemas como as síndromes hipertensivas durante a gestação, de forma a poder intervir no problema encontrado, de maneira a impedir um desfecho negativo. A realização do pré-natal de qualidade atua de forma positiva no resultado perinatal e na diminuição das taxas de mortalidade materna, ou seja, assegura o desfecho de um parto sem intercorrências, minimizando possíveis danos à saúde da mãe e do neonato (BRASIL, 2010). 
Dessa forma, um pré-natal bem conduzido pelo enfermeiro poderá identificar e acompanhar as mulheres que possuam fatores de risco para desenvolver síndromes hipertensivas, devendo ser investigados, principalmente, o histórico pessoal, gestacional e familiar com o intuito de identificar a possibilidade de a mulher possuir predisposição a esses distúrbios. (SILVA SN, et al., 2017)
Considerando o papel de educador do enfermeiro, sobretudo na atenção primária, esse profissional orienta sobre o estilo de vida ideal para que a gestante possa prevenir doenças. Alguns pontos são essenciais para que a mesma consiga prevenir as SHGE: orientar uma alimentação saudável com a finalidade de prevenir a obesidade, estimular a realização de exercícios leves como caminhadas, mudanças de comportamento como abandonar o tabagismo, visto que é considerado um fator de risco independente para a pré-eclâmpsia. (THULER ACMC, et al., 2018)
Além disso, a mulher que desenvolveu doença hipertensiva também deve ser acompanhada no puerpério por meio de consulta de enfermagem e visita domiciliar, partindo do pressuposto que o problema poderá perdurar durante esse período. Sendo assim, é essencial que seja criado um plano de cuidados individualizado considerando os aspectos biopsicossociais, promovendo o cuidado holístico (OLIVEIRA LAM, et al., 2018).
A contribuição do enfermeiro na atenção básica está presente no cuidado emocional, educação em saúde, estratégia de prevenção de agravo, exame e avaliação que são feitas por esses profissionais da saúde, e no controle de infecções e diagnóstico precoce das doenças crônicas (MEDEIROS RMS, et al. 2019)
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A Estratégia Saúde Da Família (ESF) vem mostrando a cada dia, sua importância enquanto principal forma de acesso para os usuários do SUS. Comumente, os profissionais se depararam com problemas de saúde que acometem gestantes, sendo uma das principais, a síndrome hipertensiva, que além de acarretar danos para a gestante e seu filho, representa um problema de saúde pública. Frente a esse exposto o conhecimento científico referente às SHGE é de grande importância aos profissionais de enfermagem tendo em vista que, esse vai padronizar condutas que ajudam no raciocínio e nas tomadas de decisões no atendimento da gestante auxiliando assim, na prestação de uma assistência mais rápida e eficaz. Por conseguinte, determinará novos cuidados às gestantes propensas a desenvolver SHEG, promovendo uma gestação mais saudável e contribuindo para uma melhor qualidade de vida da gestante e consequentemente do neonato. E que o pré-natal masculino ainda é pouco aderido, mesmo sendo de grande relevância no que diz respeito a promoção do cuidado à saúde de homens e ao exercício pleno da paternidade presente e responsável, nas suas distintas dimensões de construções de gênero e estruturações familiares.
REFERÊNCIAS 
1-BARATA LRB, et al. Por um processo de descentralização que consolide os princípios do Sistema Único de Saúde. Epidemiol. Serv. Saúde,2004;13(1):15-24
2-BRASIL.Ministério da Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Gestação de alto risco: manual técnico. Ministério da Saúde,2010;(5):302-305.
3-BRASIL.2002 Ministério da Saúde. Humanização do parto: humanização no pré-natal e nascimento. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/parto.pdf. Acesso em: 30 jun.2020
4-BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Programa de humanização no pré-natal e nascimento, 2000.
5-CECILIO LCO, REIS AAC. DESAFIOS ATUAIS DA ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE. Cad. Saúde Pública 2018; 34(8):e00056917
6-COFEN-Conselho Federal de Enfermagem, Resolução159/1993, dispõe sobre a consulta de enfermagem.
7-FERNANDES JA, et al. Avaliação da atenção à gestação de alto risco em quatro metrópoles brasileiras. Cad. Saúde Pública,2020;36(5).
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15-REZENDE JF, MONTENEGRO CAB. Obstetrícia Fundamental. Guanabara Koogan, 2013;2.
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17- SILVA SN, et al. A importância do pré-natal na prevenção da toxicemia gravídica e o papel do enfermeiro. Rev Saúde Foco,2017;9:16.
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REAEnf/EJNC | Vol. X | eXXXX | DOI: https://doi.org/10.25248/REAenf.eXXXX.2019 Página 1 de 2

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