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W sobre Contracto Administrativo - Jillian Benjamim

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1
  
 Jillian Priscila de Magalhães Benjamim
 
 
  
 
Contracto Administrativo 
Licenciatura em Direito 
 
 
 
 
 
  
 
UNILICUNGO 
Beira 
2021
 
Jillian Priscila de Magalhães Benjamim 
Contracto Administrativo
Trabalho de Direito Administrativo II a ser Apresentado ao Docente da cadeira no Departamento de Ciências e Humanidade, curso de Direito, para efeitos de avaliação
Docente: dr. Edmar Barreto 
UNILICUNGO
Beira 
2021
Índice 
1.Introdução	4
1.1.Objectivos	5
1.1.1.Geral	5
1.1.2.Específicos	5
1.2.Metodologia	5
2.O contracto Administrativo	5
2.1.Conceito e Classificação	5
2.1.1.Classificacao dos Contractos Administrativos	6
2.1.1.1.Contractos entre Administração e particulares, entre entidades publicas, e entre particulares	6
2.1.1.2.Contratos de colaboração e de atribuição.	7
2.1.1.3.Contractos de subordinação e de cooperação	7
2.1.1.4.Contractos primários e secundários.	8
2.1.1.5.Contratos administrativos típicos e atípicos	8
2.1.1.6.Contractos administrativos com objecto passível de acto administrativo e com objecto passível de contrato de direito privado.	8
2.2.Tipos de contractos Administrativos	9
2.2.1.Contratos administrativos típicos	9
2.2.2.Empreitada de obras públicas	9
2.2.3.Concessão de Obras Públicas	9
2.2.4.Concessão de serviços públicos	10
2.2.5.Locação e aquisição de bens móveis e aquisição de serviços	11
2.2.6.Concessão de exploração do domínio público	11
2.2.7.Concessão de Uso privativo do domínio público	12
2.2.8.Concessão de exploração de jogos de fortuna ou azar	12
2.3.Forma e interpretação dos contractos Administrativos	12
2.3.1.Princípios gerais	12
2.3.2.Regime procedimental: considerações gerais	13
2.3.3. A Interpretação e a Integração do contracto Administrativo	13
2.4.Invalidade do Contracto Administrativo	14
2.4.1.Invalidade derivada	14
2.4.2.A invalidade própria do contrato	14
2.4.3. O regime da Invalidade	15
2.5.Execução do Contracto Administrativo	15
2.5.1.O poder de direcção do modo de execução das prestações	16
2.5.2.O poder de fiscalização do modo de execução do contrato	16
2.5.3.O poder de aplicar sanções	16
2.6. Extinção do Contracto Administrativo	17
2.6.1.O caso de Força Maior	17
2.6.2.A resolução por iniciativa do co-contratante	17
2.6.3A revogação	17
3.Conclusão	18
4.Bibliografia	19
1.Introdução
O presente trabalho de Direito Administrativo II objectiva falar sobre contracto administrativo, onde ir-se-á destacar o conceito e classificação; tipos de contractos administrativos; a formação do contracto administrativo; forma e interpretação dos contractos administrativos; invalidade dos contractos administrativos; execução e extinção dos contractos administrativos. Embora os actos exercidos pela Administração pública tenham todos a mesma finalidade: a prossecução da função administrativa, os actos compreendidos na sua actuação não são idênticos, ou seja, a administração pública, no exercício da sua função, exerce a actividade administrativa de diferentes formas. Sendo assim, existem vários modos de exercício do poder Administrativo.
De salientar, que a primeira forma de exercício do poder administrativo consiste na emanação de regulamentos administrativos por parte da Administração Pública. Dada a necessidade de aplicar a lei aos casos concretos, a Administração tem competência para, de certa forma, completar e desenvolver a lei – sendo que muitas vezes é o próprio legislador que atribui à Administração esse poder de disciplinar certo tipo de situações concretas.
1.1.Objectivos
1.1.1.Geral 
· Contextualizar a temática contracto administrativo.
1.1.2.Específicos 
· Definir o conceito contracto administrativo;
· Classificar os tipos de contracto administrativo. 
· Descrever a forma, execução, extinção e interpretação dos contracto administrativo. 
1.2.Metodologia 
Para a realização do presente trabalho recorreu-se a leitura de diversas obras científicas que se encontram listadas na última página do trabalho.
2.O contracto Administrativo 
2.1.Conceito e Classificação 
Uma forma de actuação administrativa é o contracto administrativo. 
Com efeito, é cada vez mais frequente que a Administração Pública, para prosseguir os fins de interesse público que a lei poe a seu cargo, procure a colaboração dos particulares, acordando com estes os termos em que tal interesse é prosseguido. Por outro lado, a complexificação da própria Administração justifica ou impõe formas de coordenação interadministrativa (AMARAL, 2016).
Por exemplo, quando a Administração precisa de executar obras, em vez de o fazer directamente, contrata com um empreiteiro os termos e as condições em que a obra vai ser executada; do mesmo modo, quando esteja em causa a aquisição de materiais necessários ao funcionamento da própria Administração, esta celebra contractos de fornecimento com privados (por exemplo, medicamentos para hospitais ou material escolar para estabelecimentos de ensino públicos); noutros casos, o Estado e as demais entidades públicas cooperam entre si em vista do desempenho das respectivas atribuições, assinando para o efeito protocolos ou convecções.
Da via contratual pela Administração Pública pode traduzir-se no uso de dois tipos diferentes de contractos: se a Administração está a exercer actividades de gestão privada, lançara mão de um contracto civil, de trabalho ou comercial, constituindo relações jurídicas de direito privado; se, pelo contrário, se encontra a prosseguir actividades de gestão pública, lançara mão, por norma, do contracto administrativo, constituindo relações jurídicas administrativas. Significa isto que o contracto administrativo não é sinónimo de qualquer contracto celebrado pela Administração Pública com outrem: só é contracto administrativo o contracto com um regime jurídico traçado pela Direito Administrativo.
2.1.1.Classificacao dos Contractos Administrativos 
Compreende a classificação dos contractos administrativos os seguintes: 
2.1.1.1.Contractos entre Administração e particulares, entre entidades publicas, e entre particulares
Os contractos administrativos mais característicos, tal como a história forja, são os celebrados entre Administração e os particulares: de um lado, o contraente publico (uma pessoa colectiva publica ou entidade no exercício da função administrativa) e, de outro lado, o co-contratante particular (um individuo ou uma pessoa colectiva privada). 
Contractos administrativos entre entidades publicas são aqueles cujos sujeitos são, apenas, pessoas colectivas públicas: o Estado e um município, dois municípios entre si, um município e uma freguesia, um município e um instituto público, dois institutos públicos, etc. Na pratica administrativa Moçambicana chama-se-lhes frequentemente acordos, protocolos, convenções, etc... Estes contratos foram, durante muito tempo, considerados como os únicos contratos administrativos admissíveis (SOUSA, 2007).
2.1.1.2.Contratos de colaboração e de atribuição.
 Atende-se aqui ao critério do fim, ou da causa-função.
Contratos de colaboração são aqueles “pelos quais uma das partes se obriga a proporcionar à outra uma colaboração temporária no desempenho de atribuições administrativas, mediana te remuneração”. Nestes contratos, “a prestação fundamental é a do co-contratante (particular) da pessoa colectiva (pública) primariamente incumbida das atribuições cujo desempenho efectivo se trata de assegurar”. 
Contratos de atribuição são aqueles contratos que têm por causa-função atribuir urna certa vantagem ao co-contratante [particular] da Administração. Nestes contratos, a prestação da Administração é que é essencial e caracterizadora e a do administrado é apenas a contrapartida, ou uma consequência ou uma condição da vantagem recebida. Neles, o interesse público é prosseguido mais através dos direitos, conferidos ao contraente particular do que das obrigações que assume. Pode ilustrar-se esta categoria com o contrato de urbanização bem como com os contratos que visam a atribuição de subsídios, prémios deprodutividade, bonificação de juros, etc (AMARAL, 2016).
2.1.1.3.Contractos de subordinação e de cooperação
Esta definição atende à posição relativa dos contraentes no equilíbrio contratual
Nuns casos, o contraente público pode dirigir o modo de execução das prestações, fiscalizã4as, modifica-las, aplicar sanções e resolver unilateralmente é contrato, são os contratos de colaboração subordinada, os quais constituem a regra nas relações contratuais entre contraentes públicos e particulares. Noutros casos, porém, o contrato administrativo faz nascer relações de igualdade entre as partes que cooperam no mesmo plano a são os contratos de cooperação paritária, como contratos entre entidades privadas, ou ainda contratos de apoio da Administração ao sector privado.
2.1.1.4.Contractos primários e secundários.
 A exemplo do que sucede com os actos administrativos, também os contractos administrativos podem dividir-se em primários e secundários.
São primários os que regulam directamente as situações da vida (concessões, empreitadas, fornecimentos). São secundários os que versam sobre anteriores contratos administrativos, modificando—os ou extinguindo-os (rescisão por mútuo acordo ou revogação, subconcessão ou subempreitada, trespasse de uma concessão, etc.) (COUPERS, 2003). . 
2.1.1.5.Contratos administrativos típicos e atípicos
Consideram--se típicos aqueles contratos administrativos que se encontram definidos e caracterizados por leia. São, pelo contrário, atípicos aqueles contratos administrativos que a lei não define nem caracteriza, mas que a Administração Pública pode legalmente configurar ex novo, no exercício da sua autonomia contratual pública: contratos de fomento, contratos de subsídio, etc..
 São atípicos também aqueles contractos que a lei denomina como administrativos, sem no entanto concomitantemente estabelecer, com o míni mo de densidade, o respectivo regime jurídico (SOUSA, 2007).
2.1.1.6.Contractos administrativos com objecto passível de acto administrativo e com objecto passível de contrato de direito privado. 
Esta classificação dos contratos administrativos, já abordada supra, proposta doutrinariamente ente nós por Sérvulo Correia para os contratos atípicos, chama a atenção para urna curiosa dualidade do objecto dos contratos administrativos: é que, enquanto uns têm por objecto uma situação jurídica que também poderia ser regulada por acto administrativo (a concessão de obras públicas ou de serviços públicos, por exemplo), outros têm por objecto situações jurídicas que também poderiam ser objecto de contrato de direito privado (por exemplo, a empreitada, o arrendamento, o empréstimo, a prestação de serviços, o subsidio, etc.).
2.2.Tipos de contractos Administrativos 
2.2.1.Contratos administrativos típicos
São disciplinados os contratos de empreitada de obras públicas, concessão de obras públicas, concessão de serviços públicos, locação e aquisição de bens móveis e aquisição de serviços.
O regime particular de cada tipo deve ser integrado pelo regime, simultaneamente, o Código não considera alguns contratos que também fazem parte do elenco “clássico” dos contrato s administrativos (típicos e nominados): é o caso, entre outros, da concessão de uso privativo do domínio publico e da concessão de exploração de jogos de fortuna ou azar, e do já mencionado contrato de trabalho em funções públicas. Por outro lado, existem muitos contratos típicos que, embora não qualificados legalmente como contratos administrativos, cumprem os factores de administratividade consignados nos contratos típicos não nominados. Por exemplo: os contratos de urbanização ou os contratos-programa de redução de carga poluente.
2.2.2.Empreitada de obras públicas
A Administração Pública, quando realiza obras públicas, tem três formas de as fazer: ou as faz por administração directa - e então são os próprios serviços da Administração, normalmente o Ministério ou a Câmara competente, que executam a obra; ou as faz por empreitada; ou, enfim, recorre a um terceiro processo, concessão.
A “empreitada de obras públicas” é o contrato oneroso; que tem por objecto quer a execução quer, conjuntamente, a concepção e a execução de uma obra pública que se enquadre nas subcategorias previstas no regime de ingresso e permanência na actividade de construção 
Portanto, o que fundamentalmente caracteriza a empreitada de obras públicas é a execução de uma obra pública por uma empresa particular, cabendo à Administração pagar a esta o respectivo preço. 
2.2.3.Concessão de Obras Públicas 
Para obras maiores, exigentes de avultados capitais (pontes e viadutos, auto-estradas, centrais eléctricas, pipelines, etc.), e cuja realização possa, pela sua natureza, beneficiar dos capitais e da agilidade empresarial própria da iniciativa privada, emprega-se, de preferência, o processo da concessão. É que, e desde logo, a generalidade dos Estados não tem, por si só, capacidade técnica ou financeira para a execução de muitas obras de grande envergadura. Mas, mesmo quando a tem, continuando a ser necessária a criação e ampliação de grandes infra-estruturas existentes, de forma a permitir o crescimento económico, o investimento público não pode deixar de canas (em Estados cujo paradigma teórico continua sendo, no essencial, o do Estado de Bem-Estar), para áreas como a educação, a saúde, a justiça e a segurança social.
 Assim, o recurso à figura da concessão de obras públicas — e ao financiamento privado por ela pressuposto — aparece-nos como uma das principais formas de ultrapassar o dilema causado pelo descomunal peso económico que a realização de grandes obras de infra-estruturas acarreta, em termos normais, para o défice orçamental e o endividamento público. 
2.2.4.Concessão de serviços públicos
Tem-se aqui o mesmo fenómeno da concessão de obras públicas, ruas agora aplicado a uma actividade de serviço público «stricto sensu» (distribuição ‘de gás, electricidade, água, exploração de sistemas de saneamento, de transportes colectivos etc): o particular vai primeiro montar o serviço investindo os seus capitais, e depois põe o serviço a funcionar, cobrando dos utentes a respectiva taxa ou recebendo urna outra forma de remuneração adequada; ao fim de certo período, estará amortizado o investimento inicial que fez e, portanto, o serviço público pode ser recuperado pela Administração.
Característica idiossincrática da concessão de serviços públicos é, no entanto, a atribuição ao concessionário da competência, por certo período de tempo, de gestão do serviço público concedido. Quer dizer, por ela transfere-se da esfera do público para a do ‘privado o essencial do poder decisório relativo à organização e ao modus operandi de certa actividade (art. 409.° do CCP). A não ser assim, poderá estar-se apenas perante um contrato de aquisição de serviços (nomeadamente, a prestação de serviços para fins de utilidade pública).
Na exploração de uma actividade de serviço público, o concessionário está sujeito aos seguintes princípios:
a) Continuidade e regularidade;
b) Igualdade; 
c) Adaptação às necessidades.
2.2.5.Locação e aquisição de bens móveis e aquisição de serviços
Estes três tipos contratuais não se encontravam previstos no CPA como contratos administrativos; por regra, correspondiam a contratos de direito privado da Administração; mas, hoje, ‘só excepcionalmente não serão contratos administrativos.
Os contractos em análise são; deste modo, um claro exemplo da tendência de expansão de contracto administrativo no direito português moldado pelo CCP: a maior parte dos anteriores contractos da Administração regidos pelo direito privado passaram, por força dos critérios de qualificação consagrados neste diploma – os factores de administratividade – a revestir a natureza de contractos administrativos e, consequentemente, a ser regidos pelo Direito Administrativo (COUPERS, 2003). 
A aquisição de bens móveis é definida como o contracto pelo qual um contraente público compra bens móveis a um fornecedor (o art 437.°), sendo-lhe aplicável, relativamente a trabalhos desuprimento de-erros e omissões, o disposto quanto ao contrato de empreitada de obras públicas, com as devidas adaptações. O respectivo regime consta dos artigos 437.° a 449.° do CCP
O contrato de aquisição de serviços, regulado nos artigos 450.° a 454.° do CCP, é o contrato pelo qual um contraente público adquire a prestação de um ou vários tipos de serviços mediante o pagamento de um preço. Corresponde, no direito privado, ao contrato civil de prestação de serviços, sendo-lhe subsidiaria mente aplicável o regime do contrato administrativo de aquisição de bens móveis (art. 451).
2.2.6.Concessão de exploração do domínio público 
Trata-se do contrato administrativo pelo qual um particular se encarrega de gerir ou explorar um bem do domínio público. A referencia continua a ser a figura genérica da concessão, mas agora, em vez de o seu objecto ser urna obra pública ou uni serviço público, e antes um bem dominial, isto é, um bem que, por motivo da sua afectação à utilidade geral, ao interesse publico, está submetido a um regime de protecção que exorbita do direito comum. Este é gerido pelo concessionário, em vez da Administração; e o primeiro não é pago pela segunda: paga se pela cobrança de taxas ao público se se tratar, de um bem no uso directo do público (o caso, por exemplo, da concessão de exploração de uma auto-estrada, de um porto de recreio ou de uma doca); ou pela exploração económica do bem nos casos em que o bem não é usado directamente pelo público.
2.2.7.Concessão de Uso privativo do domínio público 
A concessão do uso privativo do domínio público é o contracto administrativo pelo qual a Administração faculta a um sujeito de direito privado a utilização económica exclusiva de uma coisa ou parcela do domínio publico para fins particulares de utilidade pública.
É o que se passa, com as concessões de usos privativos para o aproveitamento de águas públicas, para instalação de serviços de apoio à navegação marítima ou fluvial, para instalação de postos de venda de combustível nas estradas, para aproveitamento de salinas e sapais, para edificação de estabelecimentos hoteleiros de interesse para o turismo nas margens do mar, dos rios e dos lagos, para a extracção de inertes do leito de rios ou lagos, entre outros (AMARAL, 2016). 
2.2.8.Concessão de exploração de jogos de fortuna ou azar 
A concessão de exploração de jogos de fortuna ou azar é o contracto administrativo pelo qual um particular se encarrega de estabelecer e explorar um casino de jogo, sendo retribuído pelo lucro auferido pelas receitas dos jogos (FIGUEIREDO, 2003). 
2.3.Forma e interpretação dos contractos Administrativos 
2.3.1.Princípios gerais
No decreto no30/2001 de 15 de Outubro, o artigo 5 das Normas de Funcionamento dos Serviços da Administração Pública, estabelece que são especialmente aplicáveis a contratação pública os princípios da transparência, da igualdade e da concorrência.
a) Princípio da concorrência: este princípio, mais do que estruturante, condiciona a própria aplicabilidade dos procedimentos pré-contratuais disciplinados no CCP: estes apenas devem ser adoptados para a formação de contratos cujo objecto abranja prestações susceptíveis de estar submetidas à concorrência no mercado (os arts. 5.º, no1, e 16.º ).
b) Princípio da gua1dade: embora possa ser considerado um subprincípio do princípio da concorrência, o princípio da igualdade procura, quando comparado com aquele, que, para além da abertura no acesso ao procedimento, os candidatos se mantenham sempre numa situação de igualdade no decurso do mesmo, o que significa que às regras do jogo devem já estar claramente definidas antes e devem manter-se imutáveis apôs a abertura do procedimento. Este princípio proíbe ainda discriminações injustificadas entre os candidatos.
c) Princípio da Publicidade: manifesta-se no facto de os actos ou as fases em que se verifica qual é a concorrência existente, ou em que se fixam as principais condições documentais e materiais de cada candidatura ou proposta, decorrem publicamente perante os interessados. 
d) Principio da Transparência: postula que a Administração Pública deve fundamentar os seus actos e garantir a cabal audiência dos particulares interessados, não lhes podendo sonegar informações quer sobre o andamento dos processos em que sejam directamente interessados, quer sobre as resoluções definitivas que sobre eles forem tomadas. 
2.3.2.Regime procedimental: considerações gerais 
A formação do contracto administrativo (de colaboração) envolve, por norma, a adopção de um procedimento tendente à escolha do co-contratante e à definição do conteúdo do contracto. Trata-se de um procedimento de 1º grau. Com efeito sua celebração é sempre procedida pela prática de um acto administrativo, que é o acto de adjudicação, e este é por sua vez procedido por um procedimento administrativo (FIGUEIREDO, 2003). 
2.3.3. A Interpretação e a Integração do contracto Administrativo
O contracto administrativo é uma fonte de relações jurídicas administrativas (art.279.º). Daí a aplicação subsidiaria a tais relações das leis administrativas especiais do CCP, dos princípios gerais de direito administrativo e das restantes normas de direito administrativo. Somente na falta destas tem lugar a aplicação do direito civil.
O contracto administrativo é, na verdade, um instrumento ao serviço do interesse público posto por lei a cargo do contraente público, pelo que é, primeiro que tudo, à luz de tal interesse que se tem de definir o equilíbrio contractual (arts. 281º e 282º).. Por outro lado, o carácter procedimental da formação do contracto também impõe uma relevância particular dos elementos objectivo e histórico na fixação do seu sentido, nomeadamente através da análise do programa do concurso ou do convite à apresentação de propostas, do caderno de encargos e da própria proposta e, bem assim, dos sucessivos actos e tramites procedimentais, além da correspondência pertinente trocada entre as partes. 
O contracto administrativo é, em regra, fruto de u processo de comunicação transparente e juridicamente regulado, pelo que o sentido das declarações é naturalmente um sentido objectivamente determinável – nomeadamente, se for caso disso, por um tribunal.
2.4.Invalidade do Contracto Administrativo 
2.4.1.Invalidade derivada
A matéria da invalidade encontra-se regula no artigo 283º do CCP, que estatui o seguinte nos seus dois primeiros números: 
1- Os contractos são nulos se a nulidade do acto procedimental em que tenha assentado a sua celebração tenha sido judicialmente declarada ou possa ainda sê-lo.
2- Os contractos são anuláveis se tiverem sido anulados ou se forem anuláveis os actos procedimentais em que tenha assentado a sua celebração. 
 Assim, se for tempestivamente impugnado e judicialmente anulada a adjudicação, o contrato entretanto celebrado com o adjudicatário tomar-se-á anulável. O mesmo se passará: com os actos nulos se e enquanto puder ser declarada judicialmente a sua nulidade. Este princípio da invalidade consequencial: vale para todos os contratos administrativos, independentemente da natureza do respectivo objecto.
2.4.2.A invalidade própria do contrato 
Em relação à invalidade própria do contrato, rege o artigo 284° do CCP. A invalidade própria é causada por vícios do próprio contrato aqueles que se traduzem na preterição de requisitos relativos as partes, a formação e expressão da vontade de contratar e, ainda, de outros requisitos formais e substanciais do próprio contrato.
Bin primeiro lugar, o legislador adopta, quanto a causas de invalidade que não se traduzam em falta ou vícios da vontade — incompetência do órgão que outorgou contrato, vício de forma ou de procedimento, desvio de poder violação da lei, etc, —, uni único regime para todos os contractos administrativos e que é paralelo ao que vigora para os actos administrativos, mas diferente do plasmado no código civil: a regra geral, aqui, é a da anulabilidade. Só ocorrera nulidade do contrato quando estiver em causa algum dos fundamentos do artigo 133.° do CPAou quando, por aplicação dos princípios gerais de direito administrativo se chegue à conclusão de que a sanção do vício em causa é nulidade.
Em segundo lugar, quanto à falta e vícios da vontade, a solução do legislador é igualmente unitária a vale tara todos os contratos administrativos independentemente do seu objecto —, mas recebe por inteiro as soluções consagradas na lei civil. Esta remissão “compreende-se bem, do ponto de vista teórico: por um lado o direito administrativo não tem urna teoria geral da vontade administrativa; por outro lado, o contrato administrativo é, corno o contrato civil, um acordo de vontades, não se distinguindo essencialmente dele nessa parte e podem, portanto, aplicar-se-lhe, no que à vontade respeita, as normas do Código Civil.
2.4.3. O regime da Invalidade 
O regime jurídico da invalidade do contrato é o seguinte: se se tratar de contratos administrativos com objecto passível de acto administrativo, ou outros que versem sobre-o exercício de poderes públicos, é aplicável o regime estabelecido no CPA/EGFAE (arts.137.º) para a invalidade do acto administrativo hipotético;
A todos os outros contratos administrativos, nomeadamente os que tenham objecto passível de negócio jurídico, e aplicável o regime fixado no Código Civil para o hipotético negocio jurídico.
Todavia, o artigo 285º, no 3, do CCP vem estabelecer como aspecto comum ao regime da invalidade de todos os contratos administrativos a passibilidade de os mesmos, independentemente do seu desvalor jurídico, serem objecto de redução e de conversão, nos termos do disposto nos artigos 292.° e 293.° do Código Civil. Esta solução afasta, por exemplo, a aplicação aos contratos administrativos com objecto passível de acto administrativo ou sobre o exercício de poderes públicos que sejam nulos da regra que proíbe a sua conversão.
2.5.Execução do Contracto Administrativo 
Uma vez celebrado o contrato, há que executá-lo. Tal, significa, genericamente, exercer os direitos ou poderes e cumprir os deveres ou obrigações resultantes do contrato, numa atitude de boa fé e em conformidade com o interesse público (art. 286.° do CCP). 
2.5.1.O poder de direcção do modo de execução das prestações 
Uma vez celebrado o contrato, a Administração tem o direito de exigir a respectiva execução pelo co-contratante particular. Mas o contraente publica não tem de assistir passivamente à execução levada a cabo pela parte privada, nem esta tem o direito de a ela proceder à margem de qualquer tipo de ingerência por parte da Administração.
O contrato administrativo corresponde a um modo de prosseguir o interesse público. Nesse sentido, a lei incumbe o contraente público de “assegurar, mediante o exercício dos poderes de direcção e de fiscalização, a funcionalidade da execução do contrato quanto à realização do interesse público visado pela decisão de contratar” (art. 303.°, n.° 1).
Isto é, o contraente público, na medida em que o interesse publico o exija, e esteja em causa um aspecto da execução do contrato que careça de regulamentação ou insuficientemente regulado, deve dizer “como quer o trabalho feito”: é isso o poder de direcção.
2.5.2.O poder de fiscalização do modo de execução do contrato
O poder de fiscalização do modo de execução do contracto consiste na faculdade do contraente público de vigiar e controlar a execução do contrato p ara saber ao certo como este está a ser executado pelo particular. Pretende-se, com isto, evitar surpresas prejudiciais ao interesse público, de que a Administração não viesse áurica a tomar conhecimento ou de que só viesse porventura a aperceber-se, demasiado tarde. Por outro lado, como é o próprio dos poderes de controlo, a fiscalização é instrumental relativamente ao poder de direcção e ao poder, de aplicar sanções contratuais. 
2.5.3.O poder de aplicar sanções
O quarto poder de que a Administração Pública dispõe em matéria de execução do contrato administrativo é o poder de aplicar sanções ao contraente particular, seja pela inexecução (total ou parcial) do contrato, seja, pelo atraso na execução, seja por qualquer outra forma de execução imperfeita ou defeituosa, seja ainda porque o contraente particular tenha trespassado o contrato para outrem sem a devida autorização da Administração, etc.
Diga-se apenas que a multa contratual tanto pode ser urna penalidade como urna medida compulsória (a tanto por dia, até o faltoso cumprir, e que “a multa não tem de estar prevista para cada concreta violação de uma obrigação contratual (princípio da taxatividade)” (SOUSA, 2007).
2.6. Extinção do Contracto Administrativo 
Podem-se destacar três últimas causas de extinção do contracto administrativo: 
2.6.1.O caso de Força Maior 
O caso da força maior consiste no facto imprevisível e estranho à vontade dos contraentes que impossibilita absolutamente o cumprimento das obrigações contratuais. À semelhança do que sucede no direito civil, a impossibilidade em causa pode ser temporária ou definitiva, e total ou parcial.
Os casos de força maior levam, não à alteração do contrato, mas antes à suspensão da sua eficácia (nos casos de impossibilidade temporária) ou a extinção total do contracto (se a impossibilidade for definitiva ou levar ao desinteresse completo de credor). Os casos de força maior parcial podem ainda dar origem a modificações objectivas do contracto. 
2.6.2.A resolução por iniciativa do co-contratante
O contrato administrativo pode extinguir-se por “resolução”, isto é, pela decisão de uma das partes de pôr termo ao contrato (art. 330º ). Anteriormente chamava-se-lhe “rescisão”, mas o Código Civil preferiu (mal) o termo “resolução”. 
Entendia à doutrina dominante, na vigência do CPA; que o co-contratante podia pedir a rescisão jurisdicional do contrato administrativo, quer por falta grave e flagrante da Administração, quer quando as modificações que esta pretendia impor-lhe excedessem os limites do objecto do contracto. Se a Administração concordasse em termo ao contrato, não haveria que ir a tribunal e a extinção do contrato ocorreria por acordo (revogação).
2.6.3A revogação 
O contracto administrativo pode extinguir-se por revogação, ou seja, por acordo mediante o qual as partes extingam o contracto (art. 331º). Este acordo poder celebrado em qualquer momento e deve ele próprio fixar os efeitos associados à extinção do contracto. A revogação não pode revestir forma menos solene do que aquela que a celebração do contracto revestiu (FIGUEIREDO, 2003).
3.Conclusão 
Findo trabalho conclui-se que, a distinção entre regulamento e acto administrativo é da maior importância e tem grande utilidade em diversas matérias que surgem em ambos os modos de exercício do poder administrativo, como acontece nos pontos seguintes: Interpretação e integração: no caso do regulamento, este é interpretado e as suas lacunas são integradas de acordo com as regras de interpretação e integração das leis; contrariamente, a interpretação e integração de lacunas no ato administrativo faz-se através das regras próprias da interpretação e integração do ato administrativo. Vícios e formas de validade: o regime dos vícios e da validade não é idêntico no regulamento e no ato, sendo que se aplica ao regulamento o paradigma das leis, e ao ato aplica-se, embora com algumas excepções, o modelo do negócio jurídico.
E por ultimo a impugnação contenciosa: também nesta matéria o regime do regulamento e do ato diferem: os regulamentos podem ser considerados ilegais em quaisquer tribunais, sendo que o ato administrativo apenas pode ser declarado nulo ou anulado pelos tribunais administrativos ou pelos órgãos competentes para tal.
4.Bibliografia 
1. AMARAL, Diogo Freitas do. Curso de Direito Administrativo. Volume II. 4ª edição. Coimbra: Almedina, 2016.
2. COUPERS, João. Introdução do Direito Administrativo. 7º edição. Lisboa: Âncora Editora, 2003.
3. FIGUEIREDO, Lúcia Valle. Curso de Direito Administrativo. 6º edição. São Paulo: Mealheiros Editores LTDA, 2003. 
4. SOUSA, António Francisco de. Direito Administrativo. Lisboa: Prefácio,2009. 
5. SOUSA, Marcelo Rebelo de; MATOS, André Salgado de. Direito Administrativo Geral: Actividade administrativa, Tomo III. 1º edição. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 2007.

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