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FICHAMENTO - PRADO, Maria Ligia Coelho Para ler o Facundo de Sarmiento

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PRADO, Maria Ligia Coelho. Para ler o Facundo de Sarmiento
1. Fecundo ou Civilização e Barbárie, 1845 – um clássico do pensamento político latino-americano, pouco conhecido pelos leitores brasileiros (provavelmente pela conturbada relação entre BR e o resto da AMLAT, principalmente no XIX), mostra muitas relações entre BR e Argentina quanto a idéias e símbolos 
2. É um texto clássico na Argentina, continua sendo revisitado
3. Nacionalistas e peronistas não gostam dele – acusam de ajudar a vender o país a interesses estrangeiros
4. È difícil classificá-lo quanto ao gênero (ensaio, manifesto, romance biográfico, panfleto político)
5. A Argentina pós indep estava dividida entre os unitários (defendiam um governo centralizado) e os federalistas (mais autonomia para as províncias)
6. Só se pode falar de estado nacional argentino depois de 1862 – até então houve uma sucessão de conflitos políticos e guerras civis
7. Juan Manuel de Rosas governou a província de 1829 a 1852 com mão de ferro, mas com grande respaldo social (era um dos federalistas pelas concessões e pactos que fazia com caudillos do interior)
8. Sarmiento estava do lado dos unitários
9. Os liberais detestavam Rosas e o acusavam de absolutista
10. Muitos opositores, fugindo da repressão de Rosas, se exilaram para o Uruguai e Chile principalmente (geração de 37)
11. Sarmiento nasceu “nove meses depois da revolução de 25 de maio”
12. Era de família com poucos recursos materiais e teve uma educação precária, possível principalmente por ajuda de religiosos e por ser autodidata
13. Em seus escritos, mescla a história da Argentina com a sua e de sua família
14. Aos vinte anos, em 1831, saiu para o seu primeiro exílio, no Chile, quando Rosas conquistou a sua província, Cuyo, mas volta em 1836
15. Em 1840, novamente por problemas políticos com os unitários, volta em exílio ao Chile, onde começou com um pequeno trabalho no comercio e acabou chamando atenção da elite letrada após um artigo no Mercúrio 
16. Era contra o prescritivismo gramatical e valorizava a língua popular
17. Aliou-se aos conservadores no Chile e foi recompensado. Quando seu amigo co-partidário Manuel Montt se tornou presidente, foi enviado em duas missões diplomáticas aos EUA
18. Filiou-se ao novo diário conservador El Progresso e publicou o Fecundo
19. Tinha muito pouco conhecimento empírico da geografia argentina 
20. O livro é uma biografia de Fecundo Quiroga, caudillo adversário de Rosas; e, ao mesmo tempo, como o subtítulo mostra, uma análise da argentina 
21. Dentro da corrente romântica, considerava o homem como fruto do seu meio
22. Colocava a cidade como cerne da civilização e desprezava a cultura e a possibilidade de política no campo
23. Sarmiento seria o fruto da sociedade argentina – feroz e odioso das leis
24. Apresenta também um projeto para a argentina: unida, forte e liberal
25. Via a guerra na argentina em duas fases: a primeira, positiva, das cidades contra o domínio espanhol; a segunda, negativa, dos caudillos contra as cidades
26. As cidades são locais de cultivo da civilização
27. O livro sofreu várias críticas, principalmente quanto a erros históricos 
28. Recebeu críticas ferrenhas dos notáveis Alberdi e Echeverría 
29. Fecundo foi usado como arma ideológica nas disputas políticas
30. Foi apropriado por liberais que queriam implementar suas reformas depois da queda de Rosas e depois pelos socialistas
31. Sarmineto inspirou-se nos historiadores franceses para montar suas interpretações sobre a sociedade argentina, entretanto, entendia as peculiaridades da AM do Sul
32. Ele entendia a importância da escrita da história para a construção da nacionalidade
33. Buenos Aires como “centro irradiador de cultura” – apesar de não ter conhecido a cidade até depois da publicação do livro, associava civilização e espaço urbano graças à leitura dos textos de iluministas 
34. Oposição entre Buenos Aires e Córdoba (cidade colonial, atrasada, apegada ao ensino religioso e ao obscurantismo)
35. A sociedade era analisada pelos “tipos” – estereótipos de pessoas
36. A leitura de relatos de viagem como os de Francis Bond Head deram a Sarmiento uma importante imagem de culturas “exóticas” e a visão europeia delas – muito influentes para a composição do autor sobre os pampas
37. Sarmiento tem muito em comum com Euclídes da Cunha, mas se diferem principalmente por Euclídes ter tido mais experiências de vida que Sarmiento, o que o faz mais pessimista
38. Sarmiento teve uma brilhante carreira política depois da queda de Rosas em 1852. Foi governador, ministro de Estado, senador, embaixador e presidente da República entre 1868 e 1874 – levou a cabo deu projeto de extirpar a barbárie e exterminar o atraso
39. Apontava que um dos maiores erros dos europeus foi ter tolerado os índios, que deveriam ter feito como os norte-americanos

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