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FICHAMENTO - ROLEMBERG Denise Esquerdas Revolucionárias e Luta Armada

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ROLEMBERG, Denise. Esquerdas Revolucionárias e Luta Armada
- final da década de 70 e começo da de 80 - muitos livros de memória sobre a luta armada sendo publicados
- nos anos 90 começou-se a liberar arquivos oficiais sobre o assunto
- A luta das esquerdas se fez pela resistência à ditadura
- 1980 - Dreifuss publica uma tese que mostra que foi um golpe civil-militar
- as esquerdas tem dificuldade de assumir que o regime teve apoio de grandes parcelas da população, inclusive pobres
- início dos anos 60: um dos momentos da história do Brasil de maior participação política da sociedade, com forte polarização
- As esquerdas dizem que o golpe foi um ato de pura repressão, contra os anseios da população, e que foi derrubado depois de anos de movimentos sociais, de uma sociedade que ansiava por restaurar a democracia
- entretanto, o ideal democrático nçao estava tão arraigado na sociedade assim. Muitos questionavam a "democracia burguesa"
- os revolucionários, ao mesmo tempo diziam e lutavam pela volta do que era antes de 1964, mas ao meso tempo tinham um ideal de democracia completamente novo
- Diferente do que as esquerdas costumam assumir, já haviam mobilizações antes de 64 (ligas camponesas que já recebiam dinheiro de Cuba)
- Costumam dizer (as esquerdas) que o marco para  a luta armada foi 1968 (AI5), mas isso não procede
- PRIMEIRO LIVRO IMPRESCINDÍVEL SOBRE ESSE ASSUNTO: Combate nas Trevas (1987), de Jacob Gorender: investigação pioneira da luta armada
- Gorender era militante do PCB e depois criou o PCBR
- No livro busca entender porque as lutas armadas da esquerda deram errado em 1935 e em 1968-74
- Em 60-70: rompe com a corrente que avaliava esse momento em função das movimentações internacionais e confirma a que culpa o PCB pela derrota por não se mobilizar contra o golpe -  confima o papel da vanguarda na rev, em detrimento dos movimentos de massa 
- SEGUNDO LIVRO IMPRESCINDÍVEL: A revoluçã faltou ao encontro (1990), de Daniel Aarão Reis Filho
- Daniel era dirigente da Dissidência da Guanabara (mais conecido como MR8)
- Compara o movimento brasieiro com movimentos de outros países que deram certo
- A revolução não seria innevitável, a classe operária não é inerentemente revolucionária, a revolução depende da disponibilidade das massas a apoiarem o movimento - o que nao havia aqui
- "abismo entrer os ideais da vanguarda e da sociedade"
- para ele, por fim, a luta armada nãõ˜seria apenas uma resistencia a ditadura, mas ńá´verdade um combate a ordem politica vigente desde antes de 64
- TERCEIRO LIVRO IMPRESCINDIVEL: O fantasma da revoluçao brasileira (1993), de Marcelo Ridenti
- primeiro pesquisador da luta armada que nao tinha sido militante politico
- refletir sobre as propostas e o legado das lutas armadas de 60 e 70 
- tentava desvendar o "fantasma da revoluçao brasileira", que teria varias faces: da rev fracassada em 64, dos comunistas de 35, etc.
- ele buscava dar um sentido a esses movimentos, para as pessoas de sua ggeraçao, que, por nao terem participado das guerrilhas, as idealizavam ou nao viam sentido nelas
- Diferentemente dos autores anteriore, considerava as classes sociais como importante fator para justificar a derrota dos movimentos - a vanguarda era da classe media e nao representava os trabalhadores
- Projeto Brasil: Nunca Mais: importante papel desde 1985em trazer ao grande publico as praticas nefastas da ditadura desde 
- Em  janeiro  de  1961,  surgiu  a  ORM-POLOP  (Organização  Revolucionária  Marxista  - Política  Operária), primeira das instituiçoes que tentaram aglutinar militates no campo da esquerda, como alternativa ao PCB
- Chgaram a ser 44, segundo o brasil: nunca mais
- todos os movimentos criticavam o PCB e sua interpretaçao errada e consequente inaçao quanto ao golpe
- Esses grupos retornavam a ideia da inevitabilidade da revoluçao e da importancia da vanguarda (posto que eles reclamavam)
- alguns desses grupos se definiam como partidos outros evitavam essa burocratizaçao
- Todos valorizavam a açao em vez das discussoes longas e inuteis (marighella e o ALN)
- eram grupos fragmentados e as cisoes eram frequetes
- o brasil nunca mais calculou 4935 pessoas involvidas direta ou indiretamente na luta armada e 1464 que participaram de açoes violentas ou armadas
- As lutas ocorreram num momento de valorizaçao do foquismo e maoismo
- A difusao da memoria mitica da rev cubana e o projeto castrista de exportar a rev foram importantes para a guerrilha aqui
- Apos 64, cuba deixou de apoiar as ligas camponesas e passou a apoiar o MNR,  Movimento Nacionalista Revolucionário, de Brizola
- O MNR organizou 5 focos de guerrilha, sendo o mais notavel a serra do caparao
- os 14 homens do caparao foram denunciados pelos locais, que estranharam aquele movimento, e em 1967, sem emfrentamento foram todos presos pela PM
- Quando os guerrilhieros chegaram ao caparao, Guevara estaria chegando a bolivia
- Che teria encontrado bom Brizola em 66 e talvez ate com  Marighella
- A partir de 1967, desarticuladas as tentativas de implantação da guerrilha ligadas ao MNR, Carlos Marighella surgiu para os cubanos como o principal nome da revolução no Brasil
- em 1967, Marighela esteve presente na iauguraçao do OLAS, o que o fez se desvenciilhar do PCB, contrario a luta armada
- começa o treniamente do brasileiros da ALN (principalente), da VPR e do MR-8 em cuba
- As relaçoes do ALN mesmo depois da morte de marighella em 69, foram sempre bem conturbadas
- Até  1969,  o  PC  do  B  atuou,  simultaneamente,  no  campo  das  lutas  legais  e  clandestinas. Somente  a  partir  de  1969,  centrou-se  na  defesa  da  luta  armada, mas critico do foquismo
- a opçao do PC do B pela guerrilha rural fez com que sobrevivesse por mais tempo que os outros orgaos similares (vide Guerrilha do Araguais, de 1972 a 1974)
- O VPR e o ALN eram extremamente militaristas
- ate 62 quase todas as organizaçoes fora desmanteladas pela repressao. Dois motivos: a nao identificaçao das classes populares e o uso da tortura pelos militares
- A reinserção  dos  que  sobreviveram  na  sociedade  brasileira  só  aconteceria  no  contexto da  lei da  anistia  de  agosto  de  1979
- A luta  armada  ficou  mais  conhecida  por  suas  ações  nas  cidades do  que por  sua  atuação  no  campo
- As  ações  armadas  iniciadas  em  1967  intensificam-se  depois  do  AI-5,  quando  muitos  jovens do  movimento  estudantil,  acuado  já  no  início  do  segundo  semestre  de  1968,  migraram  para  as organizações  de  vanguarda
- a  maior  parte  dos  militantes  da  luta  armada,  nos  anos  1960  e 1970,  são  originários  das  classes  médias  urbanas,  escolarizados,  do  sexo  masculino  e  jovens
- As açoes nas cidades visavam, atraves de atos de "desapropriaçao", conseguir armas e dinheiro para as guerrilhas rurais
- Mas  as  ações  de  maior  impacto  foram  os  seqüestros  de diplomatas,  quatro,  ao  todo,  quando  a  própria  existência  da  luta  torna-se  notícia  internacional
- Os sequestros, principalmente o do embaixados americano davam gas aos movimentos pela repercussao que tinham 
- Marighella  se  opusera  ao  seqüestro
- Ao  êxito  do  seqüestro,  seguiu-se  uma  repressão  brutal  às  organizações - morte de marighella, em novembro de 69
- A ALN foi idealizada por marighella para ser o contráŕíó´do PCB: descentralizada, focada mais na açao que na conversa
- na maioria desses movimentos guerrilhieros que se destacassem eram quem ocupava cargos de mando, e nao intelectuais - militarismo
- na fase final da luta, desesperançosos, os guerrilhieros lutavam mais pela propria sobrevivencia do que pelo movimento
- A maior parte dos militantes incorporavam  os  princípios  do  marxismo-leninismo  não  por  conhecimento  da  teoria,  mas por  valores  éticos  e  morais - aversao as desigualdades sociais
- Carlos Lamarca, ex militar, militante do VPR, depois do MR8, responsavel pelo sequestro de um diplomata suiço, depois guerrilhiero rural, morto pelos militares do DOI/CODI - exemplo vivo do que foi a luta armada aqui
- A ondeda livros de memoria/biografias dos anos 70-80 criou uma especie de senso comum sobre os movimentos guerrilheiros (O que e isso, companheiro?, do Gabeira)
- Os militares, apesar de terem vencido a guerra contra as organizaçoes de esquerda, essas ganharam a luta pela memoria
- Em camera lenta (1977), livro de Renato Tapajos, militante da ALA Vermelha - primeiro livro autobiografico (meio ficcional) a respeito
- Reinaldo Guarany escreve sobre sua experiecia, como um guerrilhiero da ALN, que se envolveu com a luta menos por convicçoes e mais pela identidade com a dinamica da luta revolucionaria. Terminou preso e depois exilado no Chile

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