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4 Ética e moral na cultura brasileira

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Ética, Cidadania e Sustentabilidade
Aula 04
Ética e moral na cultura brasileira
Objetivos Específicos
• Relacionar ética e moral nas questões étnico-raciais, sociais e culturais.
Temas
Introdução
1 Cultura e formas de compreender a realidade
2 Moral e ética na cultura brasileira
3 As tensões étnico-raciais no Brasil
4 Discriminação social e cultural: questões migratórias
Considerações finais
Referências
José Antônio Fracalossi Meister 
Professor Autor
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Ética, Cidadania e Sustentabilidade
2
Introdução
Pensar a realidade de um país como o Brasil envolve muitos aspectos e, por isso, é sempre 
difícil analisá-lo culturalmente. Porém, existem características comuns que nos identificam 
como brasileiros e demonstram a nossa unidade enquanto nação1 e país.
O que nos identifica como brasileiros? O que nos torna uma nação? 
Existe uma realidade brasileira que denominamos de formal, que é estabelecida pela 
classe dominante, pelas leis, normas e por quem mantém uma determinada ordem na 
sociedade. No entanto, existe também uma realidade informal, que é vivida e que, muitas 
vezes, se contradiz, colidindo entre o que se diz e o que realmente se faz. 
Esse é o nosso grande objetivo nesta aula: compreender o que realmente ocorre no 
Brasil no âmbito formal e que nos faz ser um país diferente em nossa vivência. Por isso, 
abordaremos três grandes aspectos: a moral, a ética e a cultura brasileira. 
Além disso, compreenderemos as tensões étnico-raciais, que envolvem as matrizes 
culturais formadoras do Brasil (culturas africana e indígena) e as questões migratórias que, 
consequentemente, alimentam a discriminação sociocultural.
Segundo Roberto DaMatta (1993, p. 12): “O Brasil com B maiúsculo é algo muito 
mais complexo. É o país, cultura, local geográfico, fronteira e território reconhecidos 
internacionalmente, e também a casa, pedaço de chão calçado com o calor de nossos corpos, 
lar, memória e consciência de um lugar com o qual se tem uma ligação especial, única, 
totalmente sagrada”.
É esse Brasil que desejamos descortinar em nossos estudos. A dificuldade é conseguirmos 
realmente perceber tudo o que envolve essa realidade, pois, como sabemos, tudo o que 
envolve cultura, envolve múltiplas interpretações.
1 Cultura e formas de compreender a realidade
A história que normalmente estamos acostumados a conhecer parte de uma determinada 
ótica, geralmente a ótica dos vencedores, mesmo porque os perdedores ou morreram, foram 
silenciados ou, muitas vezes, não têm a devida atenção ou voz. O que ocorre no Brasil e em 
muitos países do mundo é que a forma predominante de se fazer entender a realidade passa 
a ser divulgada como única e verdadeira. 
1 Devemos ter cuidado para não confundirmos país com nação. País envolve território, culturas, forma de governo etc. Já a nação envolve 
a população, o povo que constitui esse país. Assim, nação será um grupo de pessoas que fala o mesmo idioma (ou ao menos o idioma 
reconhecido como sendo pátrio), que tem os mesmos costumes, embora podendo diferenciar-se em algumas particularidades de região para 
região, mas que se possa afirmar como sendo um povo. População constitui o conjunto de pessoas que vivem nesse país de modo permanente.
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Vamos para um exemplo bem prático. Todos nós estudamos geografia, seja no ensino 
médio, seja no ensino fundamental, e estamos acostumados a visualizar os mapas do mundo 
colocando Europa, Canadá, Estados Unidos, Rússia na parte de cima do mapa. A questão é: 
por que o mapa deve ser desse modo? Não se poderia fazer o inverso, com a América do Sul, 
a África e a Ásia na parte de cima? 
Poderia se dizer: “estão loucos”! Mas não, o que devemos nos dar conta é que a forma 
como sempre vimos o mapa foi a forma desenhada pela Europa dominante, colocando-se 
na parte superior. Ou seja, tudo depende da maneira de se enxergar e interpretar o mundo.
Figura 1 – Formas de entender a realidade
Colocamos desta forma para que possamos, já de início, perceber que a ordem existente 
em nossa sociedade não precisa continuar do modo que é. Ela pode ser mudada e invertida, 
pois quem escreve e faz a história é um determinado grupo, geralmente dominante. E se 
a história fosse escrita pelos perdedores ou pelos desfavorecidos? Talvez, teríamos uma 
maneira diferente de entender muito mais as realidades as quais estamos acostumados a 
presenciar e aceitar. De acordo com Boff (1992, p. 9): 
Estamos habituados a ouvir a versão da conquista da América Latina da perspectiva 
do poder dominante. Falam os vencedores. Eles têm seus Camões que cantam suas 
aventuras. Têm seus artistas que consignam em pinturas o seu protagonismo, seus 
escultores que eternizam seus gestos triunfais.
Esse modo de pensar gera uma série de dilemas, pois, a partir dele, constatamos que 
muito da realidade vivida por nós pode ser alterada. Os dilemas nos incitam a pensar na ética, 
pois ela surge no contexto social para auxiliar na resolução dos conflitos que o convívio, o 
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entendimento e os valores que são propostos como corretos em uma sociedade passam a 
ditar o modo de vida das pessoas. 
Quando nos defrontamos com a ética, temos certeza que é por causa de determinados 
dilemas. A partir deles, iniciamos uma busca entre situações que não sabemos ao certo o 
que são e o que devem ser, e o que desejamos buscar. Os dilemas surgem porque não temos 
certeza de nosso curso de ação e isso nos desestabiliza, nos levando a buscar soluções. Muitas 
incógnitas surgem porque nem sempre sabemos como resolver os problemas surgidos em 
nosso convívio diário.
Diante de um dilema moral, a definição corrente de moralidade como escolha entre 
o bem e o mal (maniqueísmo) conduz muitos a uma conclusão precipitada. “se 
estou fazendo a coisa certa, isso significa que quem se opõe a mim está fazendo a 
coisa errada...”. Ora, as duas coisas podem estar certas! Isso põe em xeque a visão 
convencional.
Optar entre o bem e o mal, segundo o odo maniqueísta da tolerância zero ou segundo 
o modo situacional da análise de riscos, exige grande lucidez. [...];
Temos diante de nós escolhas que não são fáceis, sobretudo porque não existem 
respostas padronizadas. A maior parte dos códigos de conduta moral, aliás, segue 
a cartilha de contrastar o certo e o errado, o aceitável e o inaceitável, as virtudes e 
os vícios. Ora, as escolhas entre o bem e o bem são igualmente prementes e exigem 
maturidade e discernimento. (SOUR, 2014, p.120).
Do resultado da construção de uma sociedade, surge o que chamamos de cultura, que é 
tudo o que envolve a ação das pessoas dentro de um determinado lugar e tempo. A música, 
o jeito de se vestir, o que se come, o que se fala, como se fala. Tudo o que as pessoas fazem 
dentro de uma realidade. Por isso, cultura é sempre um conceito muito concreto, pois é a 
vida materializada.
E, como brasileiros, temos uma cultura que não é uniforme ou igual para todos, 
mas, como uma nação e um país, temos traços culturais característicos, oriundos das 
pessoas que constituem nosso país, nosso modo de ser e que nos dá o direito de dizer que 
somos brasileiros.
2 Moral e ética na cultura brasileira
A partir do entendimento de cultura e sobre as possibilidades de se entender e escrever 
as realidades por nós vivenciadas, não se pode deixar relacionar tais conceitos à moral. 
Cultura e moral são formas vividas pelas pessoas para dentro de uma determinada realidade 
e lugar. Por que então termos dois conceitos? A diferença está na função ou no modo como 
cada termo é usado e se inserena realidade, isto é, a funcionalidade de cada um dentro do 
que uma sociedade precisa para se estruturar como tal. 
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Vamos entender moral como ações que realizamos e são avaliadas a partir do modo 
como o Brasil se constrói. DaMatta (1993) nos chama a atenção para muitos aspectos da 
realidade socialmente construída em nosso contexto. Por exemplo, a relação entre a lei que 
pretende ser universal e não pode pactuar com privilégios, mas que, ao mesmo tempo, no 
Brasil, se transporta para o “não pode”, isto é, ela é “[…] formal, capaz de tirar todos os 
prazeres e desmanchar todos os projetos e iniciativas. […] E vai além, devido a esse contexto 
é que surge o ‘jeitinho’” (DAMATTA, 1993, p. 98), como o modo pelo qual tentamos nos 
arranjar dentro dessa forma de constituir-se socialmente. 
Assim, o jeitinho vem a ser uma forma de resolver os problemas de modo pacífico diante 
da realidade que se apresenta como “não pode”, e a realidade da pessoa que quer agir. 
E, nesse momento, aparece a malandragem, prática de muitos para resolver problemas ou 
situações que se apresentam: “[...] antes de ser um acidente ou mero aspecto da vida social 
brasileira, coisa sem consequência, a malandragem é um modo possível de ser. Algo muito 
sério, contendo suas regras, espaços e paradoxos” (DAMATTA, 1993, p. 105).
O que nos cabe perguntar é: esse modo de agir deve ser a regra ou deveríamos 
adotar outros modos? Dentro dos arranjos pelos quais a sociedade passa o jeitinho 
foi uma forma de agir (não se sabe se a melhor), e um modo de ajeitar-se dentro 
do contexto.
Figura 2 – Brasil de multiculturas 
Muito já se ouviu falar que o Brasil é o país do futebol e do carnaval. Isso não deixa 
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de ser verdade, mas, ao mesmo tempo, não se pode reduzir o país e sua cultura a apenas 
esses dois aspectos. Porém, somos também um povo trabalhador que construiu uma 
nação multicultural.
Na realidade atual, os padrões sociais são estabelecidos pelas forças da mídia, da 
religião, de quem detém o poder, seja na escola, seja na família. Eles podem ser propostos 
pacificamente e assimilados pelas pessoas, ou por meio de coação e violência, com a 
imposição de um grupo sobre outro(s). Por exemplo: patrões sobre empregados, chefes do 
tráfico de drogas sobre a população de uma região e assim por diante. No entanto, também 
podem ser apresentados de forma mais discreta e passar a ser visto como correto. É diante 
disso que devemos estar sempre atentos, para não servirmos de “massa de manobra” para 
os mais diferentes interesses a partir de imposições – as quais podem passar como normais, 
quando, na verdade, são manipulações. 
Mesmo em tempos iguais, mas em contextos variados, podemos perceber que a cultura 
e a própria ética podem ser diferentes. Ser cidadão no Brasil é diferente de ser cidadão 
na Turquia, no Egito, no Afeganistão. Da mesma forma, a cultura desses lugares também 
é muito diferente. Comparando esses países com os Estados Unidos, França, Itália ou 
Inglaterra, temos contextos culturais e éticos diferentes, embora em alguns aspectos possam 
se assemelhar, considerando que a globalização também provoca uniformidades, como na 
música (artistas famosos internacionalmente, como Madonna, Rihanna, The Rolling Stones 
etc.), nas vestimentas (uso de jeans e marcas conhecidas mundialmente como Adidas, Nike 
etc.), nos hábitos alimentares (redes de fastfood, como o McDonald’s estão presentes em 
diferentes lugares do globo). 
A cultura difere de lugar para lugar, embora alguns conceitos sejam universais e 
tenham validade para todos os povos e as pessoas, as diferenças consistem na forma 
como os princípios culturais são vividos e executados.
O desafio da vivência moral e cultural é realmente o seu exercício, isto é, que as pessoas 
consigam praticar e exigir que as autoridades responsáveis, em todos os seus âmbitos, o 
façam também, seja nas empresas, nas famílias, nas ruas, nos municípios, no seu estado e 
no país. A partir dessa compreensão, percebemos que ainda há muito a se fazer no Brasil, 
embora já tenhamos evoluído bastante.
2.1 Culturas indígena e africana no Brasil
O objetivo desta aula é chamar a atenção para a vivência cultural e moral na sociedade 
brasileira, em especial, no que tange grupos culturais específicos, como os indígenas e 
os afrodescendentes. São percebidos alguns avanços no trato com culturas diferentes na 
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realidade brasileira, mas ainda há muito a se fazer, pois os conflitos de interesses que envolvem 
reconhecimento e respeito às diferenças ainda são um grande desafio a ser trilhado pelas 
pessoas em nosso contexto cultural. 
No tocante aos povos indígenas, ainda temos sérios problemas quanto às disputas por 
terras, pois seu modo de vida é contrastante com o modo de vida capitalista, que usa a posse 
e exploração da terra ao máximo.
O desrespeito com os indígenas se agravou no decorrer do tempo. Primeiro, foram 
considerados como não humanos, pois viviam conforme a natureza. O que trouxe a discussão 
sobre poderem ser considerados donos ou não das terras que habitavam, pois, segundo 
Kaufmann (2013, p. 23):
[...] se caso, o fossem, ninguém teria o direito de subtraí-la. Uma discussão bastante 
citada a esse propósito e a que versa sobre o conceito de dominium em Domingo 
Soto (1494-1560). Sob a influência de Jean Gerson, ele define a propriedade da 
seguinte forma:
A propriedade (dominium), por isto, é uma faculdade (facultas) própria a qualquer 
um, expressando o direito (ius) que uma pessoa tem de poder utilizar-se (usurpare) de 
uma coisa qualquer para sua própria comodidade e para qualquer finalidade por meio 
da lei (quocumqueusu lege permesso).
Embora o contexto que se expressa seja de domínio, torna-se importante perceber que 
há uma distinção entre os fatos, pois a propriedade é uma “faculdade de dispor da coisa”. Se 
no caso os índios dispõem da terra, nos parece lógico e certo que seriam eles os donos dessas 
terras, mas, para a concepção europeia dominadora da época da colonização brasileira, essa 
não era a compreensão, especialmente no período da expansão comercial e econômica do 
mundo a partir do século XIV.
Quanto aos africanos, a situação é diferente, pois chegam a nossas terras na condição de 
escravos para exploração da sua mão de obra. Isso causou um impacto muito grande em seu 
modo de viver e de como eram vistos na época em que aqui chegaram, o que tem reflexo até 
hoje no modo como a sociedade encara seus descendentes. 
Assim, foram classificados como sem direitos e, hoje, quando se busca o restabelecimento 
de direitos para esse grupo étnico, o preconceito surge de forma até raivosa. Não é sem razão 
que no Brasil surgiu a necessidade de se aprovar o Estatuto da Igualdade Racial (Lei nº 
12.288 de 20/07/2010), para que se conseguisse estancar o modo preconceituoso como são 
vistos. E assim expressa a lei em seu primeiro artigo: “Esta Lei institui o Estatuto da Igualdade 
Racial, destinado a garantir à população negra a efetivação da igualdade de oportunidades, a 
defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos e o combate à discriminação e às 
demais formas de intolerância étnica” (BRASIL, 2010).
Embora a lei tenha surgido para chamar a atenção de uma realidade vivida, devemos 
compreender que a aplicação de uma lei nesses teores ocorre porque se percebe socialmente 
a existência de desrespeito em relação ao trato e às relações entre as pessoas de etnias 
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diferentes, em especial indígena e negra. É importante compreender que chamar alguém ou 
reconhecer alguém como negro não é discriminação, mas adjetivar as pessoas que assim o 
são declaradas de forma discriminatória passa a ser crime.
3 As tensões étnico-raciais no Brasil
A reflexão sobre ética e cultura é fundamental para uma sociedade que busca encontrar 
sua identidade, pois são dois aspectos da vivência em sociedade que caracterizam os modos 
de ser de uma nação ou de um povo. Os dois conceitos são históricos, ou seja, eles dependem 
do lugar e do tempo em que forem utilizados. Por exemplo, pertencer a uma cultura na Roma 
Antiga é diferente de ser cidadão no Brasil de hoje, o mesmo vale em relação à ética.
A realidade do mundo hoje é outra, por um lado temos problemas globais – 
como a situação dos refugiados africanos, sírios etc. –, e, por outro, temos problemas 
localizados, como a pobreza, a qual, no Brasil, é também ligada a questão racial (a maioria 
da população pobre ou carente é negra). Exige-se cada vez mais que as realidades locais 
sejam respeitadas, mas também que os problemas universais ou globais sejam tratados 
com o devido cuidado por todos.
Segundo Boff (2006), é necessário aprender a conviver novamente. Antigamente, os 
povos viviam recolhidos em sua comunidade e, nos dias de hoje, todos vivem uma relação 
de interdependência. Viver pacificamente depende do acolhimento e respeito às diferenças. 
DaMatta (1993, p. 39) nos fala sobre as diversas realidades que encontramos no Brasil. 
Segundo ele, vivemos uma ilusão a respeito das relações raciais: “A palavra ‘mulato’, que vem 
de mulo, o animal ambíguo e híbrido por excelência; aquele que é incapaz de reproduzir-se 
enquanto tal, pois é o resultado de um cruzamento entre tipos genéticos altamente deferentes”.
Percebamos que até mesmo na palavra usada já se tem um grau de preconceito e que 
isso continua a ser reproduzido em muitas das classificações. Hoje, a palavra pardo tem 
substituído o termo mulato, mas essa expressão, ainda não entendida e refletida, passa a ser 
usada por muitos como sendo sinal de aceitação incondicional. 
De acordo com Gomes (2015, p. 420), “com a chegada dos portugueses e demais 
europeus às costas do Brasil, os povos autóctones americanos somavam uns cinco milhões 
de indivíduos, divididos em uns seiscentos povos com culturas e falantes de línguas próprias”. 
A citação de Gomes nos chama a atenção para fatos importantes da realidade brasileira. 
Aqui, os índios estavam localizados antes de qualquer um, com sua cultura e modo de vida 
próprios. A chegada de outros povos fez com que praticamente fossem dizimados. 
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O primeiro e grande conflito que se prolonga até hoje é a luta pela terra. Povos são 
deslocados (exemplo do Xingu, onde grupos de índios deslocados para um determinado lugar 
para terem ali a possibilidade de viverem conforme seu modo cultural de ser2), e ameaçados, 
como os ianomâmis em Roraima. 
Cerca de 35 mil ianomâmis vivem hoje na floresta Amazônica, entre o Brasil e a Venezuela. 
No Brasil, são 19.338 (dados do DSEI Yanomami – Sesai, 2011) que habitam os estados 
de Roraima e Amazonas. Em 1992, o governo brasileiro demarcou uma área para esses 
indígenas, a Reserva Ianomâmi, com 96.650 km2 (BRITANNICA ESCOLA, 2016).
Exemplos não nos faltam quando nos referirmos a conflitos entre os povos indígenas e os 
ocupantes próximos de suas terras. Felizmente, aos poucos, o Governo Federal vai delimitando 
essas terras, mas isso também não tem sido suficiente para que a sua exploração não ocorra. Em 
muitos lugares onde esses povos habitam se descobrem riquezas minerais, árvores centenárias e 
isso tudo tem despertado a ganância de exploradores que subvertem muitas vezes as lideranças 
desses povos para explorar suas áreas de modo desordenado e irregular.
Se não bastasse a realidade dos indígenas dentro da cultura brasileira, temos outros 
tantos problemas que nos são próprios. Vamos pensar, agora, na realidade dos grupos 
afrodescendentes, herdeiros, em sua maioria, dos que foram forçados a vir para o Brasil 
como escravos e que aqui chegando tiveram que assimilar outra cultura. A imposição dos 
dominadores escravocratas os descaracterizou e até hoje seus descendentes ainda sofrem 
preconceito por conta da cor de sua pele. 
A chegada dos escravos na América provocou profundas mudanças e transformações 
nos continentes africano, americano e europeu. De acordo com Gomes (2015, p. 447), “As 
colonizações nas Américas produziram encontros desiguais, fundamentalmente experiências 
históricas, envolvendo trocas culturais, dominação, conflitos, protestos e confrontos que 
uniram, inventando, Europas, Américas e Áfricas”. 
Figura 3 – A crueldade da escravidão
2 O parque Indígena do Xingu (PIX), criado em 1961 pelo Governo Federal, está localizado no Estado do Mato Grosso e é composto por 
2.642.003 hectares de terra. É composto por vários povos indígenas, cada um com sua cultura e língua própria. Para que não houvesse tanta 
discrepância entre os grupos, estes foram reunidos por cultura semelhante em três grandes regiões da área.
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A realidade dos africanos que aqui chegaram é diferente da realidade dos indígenas que 
viviam nas terras brasileiras. Os indígenas conheciam o terreno, tinham a possibilidade de “fugir” 
e um tipo de cultura que não os levava a trabalhar no modelo europeu para conseguir seu 
sustento. Já os africanos nada conheciam, tinham línguas e costumes diferentes e, assim como 
os indígenas, tinham que, em primeiro lugar, aceitar a cultura europeia e a religião católica.
A imposição cultural sobre os africanos fez com que eles tivessem de buscar modos 
diferentes ou disfarçados de viverem sua cultura. Um exemplo claro é a religião: os santos 
cultuados pelos europeus receberam nomes africanos, conforme suas características. 
No Brasil, receberam o nome de religiões afro-brasileiras, pois a forma como são 
cultuadas aqui não é encontrada na África. Destacam-se dentre elas: a Umbanda e o 
Candomblé, as quais têm estruturas específicas e particulares.
Como a liberdade faz parte da natureza humana, os escravos também buscavam 
constantemente organizar-se para fugir ou para comprar sua liberdade. A escravidão também 
não se deu de modo uniforme: cada região e cada senhor tinham seus próprios modos de agir 
em relação aos seus escravos. A escravidão existia no campo (lavoura) e também nas cidades. 
Da organização em busca da liberdade, surgiram os quilombos ou mocambos.
Dentre as várias e complexas experiências históricas de protesto e agenciamento 
político nas sociedades escravistas destacam-se a formação das comunidades de 
fugitivos. [...] No Brasil, desde o período colonial, tais comunidades de fugitivos 
escravos receberam as denominações de quilombos ou mocambos. [...] A palavra 
quilombo/mocambo para a maioria das línguas bantu da África Central e Centro-
Ocidental quer dizer ‘acampamento’ (GOMES, 2015, p. 449).
A formação desses quilombos era a possibilidade de os africanos viverem de modo 
diferente da vontade dos senhores escravocratas. As próprias leis criadas no Brasil para 
“beneficiar” os escravos nada mais fizeram do que jogá-los ainda mais em uma realidade de 
exploração. São alguns exemplos: 
• Lei nº 3.270 de 28 de setembro de 1885 – Lei dos Sexagenários: visava criar uma 
matrícula aos escravos, que não seria dada às pessoas com mais de 60 anos.
Veja o que afirma em seu artigo terceiro nos seguintes parágrafos:
§10. São libertos os escravos de 60 anos de idade, completos antes e depois da dataem que entrar em execução esta lei, ficando, porém, obrigados a título de indenização 
pela sua alforria, a prestar serviços a seus ex-senhores pelo espaço de três anos.
§11. Os que forem maiores de 60 e menores de 65 anos, logo que completarem esta 
idade, não serão sujeitos aos aludidos serviços, qualquer que seja o tempo que os 
tenham prestado com relação ao prazo acima declarado (BRASIL, 1885).
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Pensemos: uma pessoa que tenha vivido as condições mais absurdas de exploração, se 
chegar aos 60 anos, terá poucas condições trabalho. Para o seu senhor, essa pessoa se torna 
um peso, pois gera custos – ocupa espaço e se alimenta, por exemplo –, mas não gera lucro. 
Logo, libertar esses escravos significava largá-los à própria sorte para que buscassem uma 
forma alternativa de viver sem gerar custos ao seu senhor. 
• Lei nº 2.040 de 28/09/1871 – Lei do Ventre Livre: uma criança ao nascer e até chegar 
à idade de trabalhar era um custo para seu senhor. Ao libertá-la, esse custo não mais 
existiria. Logo, caberia à “comunidade” dos afrodescendentes providenciar o seu 
cuidado. Ao atingir sua idade para o trabalho era quase certo que ela ocuparia o lugar 
de trabalho de seus pais, servindo de mão de obra barata para o mesmo senhor. 
• Lei Áurea de 13 de maio de 1888 – nesse período, já era pacífico que o trabalho 
assalariado trazia mais vantagem para o mercado do que manter pessoas escravas. 
“Libertar” não era um ato de “bondade”, mas um ato econômico.
A experiência de luta e organização dos trabalhadores no Brasil não está marcada 
tão somente pela formalização jurídica pela Abolição. Com o fim da escravidão 
– como um sistema social amparado por leis – o processo de lutas, e também as 
desigualdades, considerando os trabalhadores, suas etnias e relações de gênero, não 
desapareceram. A caracterização e reprodução das desigualdades ganham outras 
dimensões. O escravo vira negro. Como? Não mais havendo a distinção jurídica ente 
os trabalhadores, a marca étnica – e histórica da população negra é reinventada como 
fato social (GOMES, 2015, p. 462).
A partir do que diz Flávio Gomes (2015), temos então um novo modo de encarar as 
pessoas dentro da sociedade brasileira. Agora, elas passam a ser classificadas por sua “cor”. 
Isso provoca diversos fenômenos sociais, como o branqueamento, que é um exemplo claro, 
expresso especialmente com o alisamento do cabelo para adequação ao que a sociedade 
considera padrão aceito. O bonito não é o cabelo preto encaracolado, mas o liso e loiro. 
Felizmente, hoje, isso está mudando e as pessoas começam a se ver como realmente são e 
não mais como a sociedade deseja que sejam.
Uma questão muito atual é o sistema de cotas nas universidades (Lei nº 12.711 de 
29/08/2012) e em concursos públicos (Lei nº 12.990 de 09/06/2014), além de outras 
leis criadas para aumentar as oportunidades para os índios, pobres e afrodescendentes. 
Esse tema sempre causa divisão de opiniões entre as pessoas.
É importante combater qualquer tipo de discriminação: tanto aquela que se dá 
em razão da cor da pele quanto a gerada pela condição socioeconômica. Temos uma 
dívida social com esses grupos e, portanto, é necessário refletir sobre a busca pela sua 
inserção social.
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4 Discriminação social e cultural: questões migratórias
Para tratarmos desse tema, torna-se importante perceber algumas caminhadas que 
a sociedade brasileira empregou até se defrontar com os problemas da imigração, como 
a discriminação social. A discriminação social não é nova e há muito temos recorrido à 
legislação como uma forma de garantir direitos básicos, em especial de negros e índios. 
Precisamos, porém, ainda andar muito para defendermos os direitos e a liberdade dos 
migrantes. É importante constatar que a discriminação em relação ao migrante entra no 
bojo da discriminação quanto a povos que há muito estão presentes em nossa cultura e a 
influenciaram e influenciam de maneira profunda.
Os migrantes constituem as populações que se locomovem dentro de um território 
próprio por tempo indeterminado. Já os imigrantes vêm de fora do território local. Em geral, 
os dois termos são aceitos, mas, às vezes, denomina-se migrante todo aquele que sai de um 
lugar e vai para outro com a intenção de melhorar sua condição de vida (econômica, social, 
familiar etc.)
A forma como cada país se organiza leva muitas pessoas a buscarem outro lugar 
para viver. Essa é a realidade brasileira em relação aos refugiados, aos migrantes e a 
todos os que procuram nosso país como uma forma de aqui se estabelecer. Muitos vêm 
com o sonho de retornarem, outros vêm para ficar, o certo é que, a partir do momento 
que chegam, todos passam a constituir esse país chamado Brasil.
Desde que os colonizadores europeus chegaram ao continente americano, muito se fez 
em nome de quem deseja dominar, buscando seus interesses, especialmente, os econômicos. 
A invasão significou o maior genocídio da história humana. A destruição foi de ordem 
de 90% da população. Dos 22 milhões de Astecas em 1519, quando Hernán Cortés 
penetrou no México, só restou um milhão em 1600. E os sobreviventes são povos 
crucificados, submetidos a maus-tratos, em condições piores que a dos judeus no 
Egito e na Babilônia e dos cristãos sob os imperadores romanos, como dizem, muitas 
vezes, bispos defensores dos índios (BOFF, 1992, p. 10).
O próprio Ministério da Educação, no questionário do estudante do ENADE 2014, coloca 
entre as alternativas citadas a seguir (utilizando a classificação estabelecida pelo Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE) e justifica a necessidade de os estudantes 
responderem da seguinte forma:
Este questionário constitui um instrumento importante para compor o perfil 
socioeconômico e acadêmico dos participantes do ENADE e uma oportunidade para 
você avaliar diversos aspectos do seu curso e formação.
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Como você se considera? 
A ( ) Branco(a). 
B ( ) Negro(a). 
C ( ) Pardo(a)/mulato(a). 
D ( ) Amarelo(a) (de origem oriental). 
E ( ) Indígena ou de origem indígena (BRASIL, 2014).
O uso de muitas palavras para designar as pessoas leva a amenizar as diferenças entre 
elas. Assim, torna-se difícil estabelecer o que seria exclusão. Por meio do uso de palavras 
amenas, muitas vezes, o que não deveria ser socialmente aceito passa a ser, mesmo quando 
as palavras carregam em si uma forma de exclusão social grave. Parece que esses usos são 
feitos para que não se diga, por exemplo, que uma pessoa é negra, pois o termo é tido como 
pejorativo, quando, na verdade, não deveria ser. 
Pensando desse modo, podemos ainda classificar como o faz DaMatta (1993), que mostra 
que essa conceituação é também reproduzida mesmo pelos órgãos oficiais. Claro que se 
poderia justificar que a expressão é colocada ao lado de parda para que as pessoas entendam 
melhor e que haja uma fidelidade no modo como as pessoas se veem. Mas, aos poucos, esse 
tipo de classificação deveria ser evitado e até mesmo suprimido. 
Recordemos, então, que ética nos remete à convivência. É pelo fato de vivermos e 
convivermos que necessitamos da ética: 
O certo ético é um certo moral, é o ato correto, é o agir bem. Usando a terminologia 
popular, uma ação ética é uma ação do bem, um comportamento legal, não no sentido 
de ação de acordo com o texto da lei, mas com o significado que tem a palavra “legal” 
na fala do brasileiro (LACERDA; PESSOA, 2018, p. 12).
Pensar então em uma vivência ética é pensar que se busca uma vocação eminentemente 
humana,fruto de seu convívio e diversidade. Fazemos parte do mundo, descobrimos com 
isso, a duras penas, às vezes, o certo e o errado e, para que não tenhamos que recuar e 
refazer tudo, a descoberta do que não é bom torna-se uma fonte inspiradora e um convite 
para que tenhamos atitudes com correção, pois determinados erros podem ser fatais. 
Imagine se, ao nascermos, recebêssemos em vez de uma certidão de nascimento, uma 
certidão de cidadania, e que essa certidão fosse a garantia de que nada pudesse ser desviado, 
mudado, alterado sem que todas as pessoas concordassem de que assim pudesse ser e o que 
vale para um valeria para os outros também? Será que, se isso fosse verdade, muitas coisas 
estariam ocorrendo no mundo de hoje? Todos devem recordar daquele ditado: “não faça aos 
outros o que não gostaria que fizessem para você”.
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E, para finalizar, Novaes e Lobo (2008, p. 5) apontam:
Foram necessários dezessete séculos – a contar do nascimento de Cristo – para 
que nossos antepassados deixassem de ser vistos como uma peça de reposição na 
engrenagem dos reinos e impérios e, conquistando sua liberdade – a liberdade é um 
pressuposto do direito individual –, iniciassem uma nova luta para impor limites aos 
poderes ilimitados do Estado.
Considerações finais
Perceber o modo como as relações sociais foram se constituindo no Brasil nos ajuda a 
entender os modos como as pessoas passam a se relacionar e a se entender atualmente. Nesta 
aula, tentamos buscar a compreensão para abrir mão de entendimentos preconceituosos e 
partir para ações concretas. Não se pode mais admitir na sociedade brasileira, estabelecida 
de modo multicultural, modos de ação em que alguns se sobreponham aos outros.
Somos uma nação constituída por vários povos. Não há uma única região em nosso país 
onde se possa dizer que há somente um fenótipo racial ou cultural. Vemos em especial os 
afrodescendentes e os indígenas, mas se poderia muito bem ver outros povos que para cá 
vieram e constituíram a nação brasileira, como os alemães, italianos, japoneses, árabes, judeus 
e assim por diante. Pode-se praticamente dizer que temos em nosso país os mais diferentes 
grupos de pessoas que para cá vieram e se estabeleceram. Todos os que aqui chegaram foram 
sempre bem recebidos; por que, então, há exclusão e preconceito contra indígenas e negros, 
especialmente? Sem dúvida, a pátria tem uma dívida social com esses dois grupos.
São urgentes e necessárias a consciência e a ação. Muito se tem feito no Brasil nos últimos 
anos no sentido de se resgatar os menos favorecidos socialmente, porém, com certeza, muito 
se tem ainda para fazer. O desafio está não só nas mãos das autoridades, mas também nas 
mãos de cada um de nós, em nosso modo de nos relacionarmos e de nos entendermos com 
cada pessoa e com cada povo aqui estabelecido.
O certo é que todos nós formamos um só país que deve ser entendido de modo 
multicultural e, por isso, temos como nação uma característica diferente da maioria dos 
países que foram se formando no mundo, tanto no presente como no passado.
Referências
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______. Virtudes para um mundo possível. v. II. Petrópolis: Vozes 2006.
BRASIL. Lei n. 3270 de 28 de setembro de 1885. Regula a extincção gradual do elemento servil. 
Disponível em: <http://legis.senado.gov.br/legislacao/ListaPublicacoes.action?id=66550>. 
Acesso em: 17 out. 2015.
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______. Questionário do Estudante. INEP, 2014. Disponível em: <http://portal.inep.gov.br/
enade/questionario-do-estudante>. Acesso em: 17 out. 2015.
BRITANNICA ESCOLA. Ianomâmi. Britannica Escola. Disponível em: 
<http://escola.britannica.com.br/article/483290/ianomami>. Acesso em: 
16 out. 2015.
DAMATTA, Roberto. O que faz o brasil, Brasil? Rio de Janeiro: Rocco, 1993.
GOMES, Flávio dos Santos. Sonhando com a terra, construindo a cidadania. IN: PINSKY, Jaime. 
História da Cidadania. 6. ed. São Paulo: Contexto, 2015.
GOMES, Mércio Pereira. O caminho brasileiro para a cidadania indígena. IN: PINSKY, Jaime. 
História da Cidadania. 6. ed. São Paulo: Contexto, 2015.
KAUFMANN, Matthias. Em defesa dos direitos humanos: considerações históricas e de 
princípios. São Leopoldo: Unisinos, 2013.
LACERDA, Gabriela; PESSOA, M. Agir bem é bom: ética ontem, hoje e amanhã. São Paulo: 
Editora Senac: São Paulo, 2018.
NOVAES, Carlos Eduardo; LOBO, César. Cidadania para principiantes – história dos direitos do 
homem. São Paulo: Ática, 2008.
	Introdução
	1 Cultura e formas de compreender a realidade
	2 Moral e ética na cultura brasileira
	3 As tensões étnico-raciais no Brasil
	4 Discriminação social e cultural: questões migratórias
	Considerações finais
	Referências

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