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RADIOGRAFIA DE TÓRAX 4 densidades radiológicas básicas – memorização: radiografia de um ovo de ave o Ar: saco aéreo ou câmara aérea o Gordura: gema o Água: clara o Cálcio: casca Densidade de uma estrutura: densidade e espessura do tecido Sinal da silhueta: estruturas de densidade semelhante, que fazem contato direto uma com a outra, apagam esse contorno, fundindo-se visualmente o Derrame pleural se funde ao diafragma o Pneumonia de segmento médio borra contorno do coração Tórax normal Análise sistematizada: usualmente “de fora para dentro” o Partes moles o Plano ósseo o Cúpulas diafragmáticas o Espaços pleurais o Parênquima pulmonar e sua vascularização o Hilos pulmonares o Traqueia e brônquios-fonte o Coração e aorta o Restante do mediastino Partes moles o Espessura das partes moles: diagnóstico de obesidade ou caquexia Dobras cutâneas: linhas arqueadas Pacientes de UTI: possivelmente paralelas ao contorno lateral da caixa torácica – diagnóstico errôneo de pneumotórax Enfisema subcutâneo: imagem hipertransparente e laminar (espalhada entre os planos anatômicos das partes moles) o Mamas: sobras mamárias iniciam-se lateralmente, como prolongamento das linhas axilares anteriores → arco nítido inferiormente bilateral Mulheres mais jovens e lactantes: maior densidade → velamento Mamas femininas pequenas ou masculinas com muita musculatura peitoral → velamento no terço médio do tórax sem necessariamente contorno inferior clássico visível Nódulos mamários calcificados (fibroadenomas): confusão com granulomas/hamartomas pulmonares Implantes: contorno superior o Dobras axilares: facilmente identificáveis, sobretudo em indivíduos magros – não visualização sem significado patológico Linha axilar posterior: mais retilínea, inclinada superiormente para fora, acompanhando a musculatura dorsal e a presença das escápulas Linha axilar média: ou cavo axilar, arqueada para dentro Linha axilar anterior: mais sinuosa e que continua com a linha das mamas/músculos peitorais. o Sombras companheiras das clavículas e da 2ª costela: a tangencia da pele e do tecido celular subcutâneo sobre essas estruturas, visíveis em pacientes magros ou normais o Sombra dos músculos ECM Plano ósseo o Vértebras Segmento inferior das vértebras cervicais Vértebras torácicas visíveis Vértebras lombares visíveis o Costelas 8 a 10 posteriores 6 a 7 anteriores o Outras considerações (boa técnica): clavículas equidistantes do centro da coluna, escápulas fora do campo, porção proximal do úmero, coluna torácica e esterno melhor visualizados no perfil Cúpulas diafragmáticas: hemicúpula direita (fígado) mais alta que a esquerda (coração) Espaços pleurais: pleura não visualizada em condições normais o Lado direito: cissuras oblíqua (maior) e horizontal (menor) Oblíqua: início em T4 com extensão para frente e para baixo até a 6ª costela Horizontal: início ao nível da 6ª costela lateralmente com extensão anterior e discretamente anterior até parte medial da 4ª costela o Lado esquerdo: apenas cissura oblíqua o Insultos inflamatórios ou traumáticos da pleura → espessamento ou distorção ao longo da superfície pleural ou nos ângulos costofrênicos ou cardiofrênicos. Também pode ocorrer calcificação pleural. o Aparente espessamento pleural bilateral em pacientes obesos: aumento da gordura extrapleural Parênquima pulmonar e sua vascularização: três lobos no pulmão direito e dois no pulmão esquerdo, cada um dividido em seguimentos anatômicos supridos por seu próprio brônquio. Baixa densidade: alto conteúdo de ar Maior transparência em bases: mais ar e menos espessura de partes moles Maior espessura nas bases Campos pulmonares Campo superior: acima da margem superior da 2ª costela Campo médio: acima da margem inferior da 4ª costela e abaixo da 2ª costela Campo inferior: tudo abaixo da 4ª costela Lobos pulmonares: revestidos por pleura visceral Pulmão direito: LSD, LID e LMD Pulmão esquerdo: LSE e LIE Hilos pulmonares: artérias pulmonares e brônquios-fonte e lobares Divisão proporcionada principalmente pelas artérias: brônquios intrapulmonares normais pouco visíveis à radiografia simples Hilo esquerdo (E) fica um pouco mais alto do que o hilo direito (D) (97% dos pacientes) Artéria pulmonar esquerda passa sobre o brônquio- fonte esquerdo. Janela aórtico-pulmonar: entre margem superior da artéria pulmonar esquerda e a inferior da crossa da aorta – segmento de pulmão “em cunha”, formato de “bico de papagaio” Amputação desse bico: ocupação da janela Linfadenomegalias: processos inflamatórios ou neoplásicos do LSE Linfomas Sinal do monóculo: artéria pulmonar como círculo todo branco e brônquio como círculo preto com margens brancas. Artérias mais visíveis em ortostatismo, distribuição grosseiramente radial Veias pouco visíveis em indivíduos normais, trajeto mais vertical nos campos superiores e mais horizontal nos inferiores “Triângulo das Bermudas”: hilo pulmonar direito, ângulo costofrênico direito e seio costofrênico lateral direito (pulmão mais espesso na base + presença da veia pulmonar direita) - mais pulmão → mais vasos Pulmão tem 3 zonas Zona central/medial: próxima ao hilo, vasos de maior calibre Zona média/intermediária: ainda vasos claramente visíveis Zona periférica: sem vasos visíveis no indivíduo normal Incidência em perfil: avaliação calibre e presença de obliteração (linfonodos ou tumores) Artéria pulmonar esquerda: mais alta e posterizada Artéria pulmonar direita: mais anterior e inferior, formato ovalado Mediastino Traqueia e brônquios-fonte: visualização limitada Traqueia na linha média, ocupada por ar (destaque entre tecidos moles) Carina no nível de T4-T5 Ramificações dos brônquios visível até nível dos brônquios principais Broncograma aéreos: condensações e atelectasias Divisão anatômica (perfil) Superior: junção manúbrio-esternal até espaço T4-T5 Inferior Anterior: face anterior do pericárdio Médio: visceral Posterior: face posterior do pericárdio ESPAÇOS CONTEÚDO PINCIPAIS LESÕES PRÉ-VASCULAR Timo, gordura, linfonodos, V. braquiocefálicas esquerda Alterações de timo, linfoma/linfadenomegalias, tumor de células germinativas, bócio VISCERAL Traqueia, esôfago, linfonodos, coração, aorta descente, arco e descendente, artérias pulmonares, VCS, ducto torácico Alterações vasculares, linfonodos, cistos mediastinais (broncogênico, de duplicação esofágico, pericárdico) PARAVERTEBRAL Partes moles para vertebrais e coluna torácica Tumores de origem neurogênica Tumores Anterior: os 5 T’s - Timo, Tireoide, aorta Torácica, Terror linfoma e Teratoma Médio: linfadenopatias secundárias a sarcoidose, linfoma ou metástase da CA pulmonar, cistos pleurais e pericárdicos ou neuroentéricos Posterior: neurogênicos (schwannoma é o mais comum), vasculares, mesenquimais e linfáticos Coração: anomalias de tamanho cardíaco e deformidade de câmaras e vasos associados Índice cardiotorácico: considerado normal se projeção vertical do coração menor ou igual à metade da largura interna da base do tórax. Padrões básicos Nódulo: lesões sólidas arredondadas ou ovaladas de limites parcialmente precisos menores que 3 cm de diâmetro o Pseudonódulos: mamilo, imagem vascular vista de frente, osteófitos, lesão cutânea o Nódulo solitário: avaliar tamanho, contorno, forma, densidade e presença de calcificação ou escavação Contorno Regular ou liso: benigno Espiculado ou lobulado: maligno Conteúdo interno: calcificação ou gordura Tempo de crescimento Infecções: inferior a 20 dias CA: 200 a 400 dias Hamartomas e granulomas (fúngico): superior a 40 diaso Nódulos múltiplos Pequenos: TB miliar, silicose, sarcoidose e metástases Grandes: metástases hematogênica (principal) e granulomas (infecções, sarcoidose, silicose, vasculites, carcinoma brônquico alveolar). Cisto ou cavidade: imagens hipertransparente, arredondadas, podendo ter nível hidroaéreo e apresentar conteúdo líquido ou gasoso. o Espessura das paredes: cisto < 1 mm x cavidade > 1 mm o TB, histoplasmose, neoplasia, infecção estafilocócica o Nível hidroaéreo, espessamento de parede e presença de nódulos: doença em atividade (tuberculose, câncer, abcesso). Massa: lesões sólidas arredondadas ou ovaladas de limites parcialmente precisos maiores que 3 cm de diâmetro o Neoplasia até que se prove o contrário o Câncer de pulmão, infecções, hematomas, pneumonia em crianças, metástases hematogênicas, etc. Bronquiectasias: dilatação irreversível do brônquio o Brônquio mantém o mesmo calibre, ao invés de diminuir quando chega na periferia o Opacidades lineares paralelas (trilhos de trem) ou cistoides (imagem em “anel de sinete” na TC), com de paredes brônquicas e leve hiperexpansão pulmonar. o Espessamento de parede: doença em atividade o Propício a infecções Padrão acinar: ocupação do espaço aéreo por outras substâncias que não o ar (exsudato, transudato, sangue, materiais exógenos), deixando os brônquios visíveis o Opacidade homogênea, causando consolidações, que podem ser subsegmentares, lobares ou abranger todo o pulmão o Margens mal definidas o Pode piorar em poucas horas e tem tendência a coalescências o Pneumonia (especialmente bacteriana), edema agudo de pulmão, neoplasias, colagenoses, hemorragias. o Sinal da silhueta: linhas vistas nas radiografias (contornos) são dadas pelo contraste entre duas densidades diferentes. Perdido quando um processo patológico diminui a diferença dessas densidades e os limites ou contornos são perdidos Sombra cardíaca direita: lesão em lobo médio Sombra cardíaca esquerda: lesão em língula Cúpulas diafragmáticas: lesão em lobos inferiores Padrão intersticial: processos de infiltração peribroncovascular o Borramento dos contornos brônquicos, vasculares e dos hilos pulmonares o Aparecimento de linhas horizontais densas (principalmente em parte inferior) o Formas Reticular: fibrose pulmonar, colagenoses, asbestose Micronodular: TB, PCM, pneumonias virais ou germes atípicos, silicose Reticulonodular: sarcoidose, disseminação neoplásica o Linhas de Kerley: espessamento dos septos conjuntivos que separam os lóbulos pulmonares secundários. Linhas de Kerley A: situadas predominantemente nos lobos superiores, medindo de 2 a 6 mm de comprimento, geralmente observadas como finas linhas radiais em direção aos hilos pulmonares Linhas de Kerley B: opacidades lineares em contato com a superfície pleural lateral próxima às bases pulmonares, apresentando ângulo reto em relação a esta. Também chamadas de “linhas septais” ou “espessamento septal” (preferível) Figura 1 Padrão micronodular Figura 2 Padrão reticulonodular Atelectasia: processo de expansão incompleta de um pulmão ou parte dele com perda do volume pulmonar, colabamento e redução ou ausência de ar nos alvéolos o Diminuição do volume do segmento, lobo ou pulmão afetado + deslocamento ipsilateral de uma ou mais cissuras interlobares em direção a parte atelectasiada, com variação na opacidade pulmonar o Casos extremos: elevação da cúpula diafragmática, desvio do mediastino para o lado evolvido, redução dos espaços intercostais, hiperinsuflação compensatória o Sinais: Diretos: opacidade, deslocamento de fissura e aproximação dos vasos Indiretos: hiperinsuflação compensatória, elevação da cúpula, aproximação dos arcos costais e desvio ipsilateral do mediastino. Figura 3 Atelectasia do LSE Aumento hilar o Brônquios: neoplasias o Vasos: hipertensão pulmonar e insuficiência cardíaca congestiva o Linfonodos: linfadenomegalias Alargamento mediastinais: os 5 T’s (mediastino anterior) o Timoma o Teratoma o Tireoide o Terror linfoma o Terrível aneurisma (ou aorta Torácica) Derrame pleural: presença anormal de líquido na cavidade pleural (transudato ou exsudato). o Acúmulo primário por gravidade nos recessos costofrênicos posteriores o Opacidades homogêneas na zona inferior lateral nas radiografias frontais o Derrames com volume superior a 50mL: incidências em perfil ou Laurell o Tipos Livre: apagamento do seio costofrênico PA: obliteração do recesso costofrênico + curva de Damoiseau ou sinal do menisco Incidência de Laurell para melhor visualização Interlobar: acúmulo entre as cissuras Subpulmonar: moldam-se à superfície do diafragma Loculado: entre as superfícies pleurais Pneumotórax: presença de gás no espaço pleural o Espaço aéreo hipertransparente entre as pleuras (ausência de vasos) o Expiração: área do pneumotórax é aumentada e os contornos são melhor visualizados o Desvio mediastinal contralateral Pneumomediastino: Presença de ar deslocando lateralmente a pleura mediastinal (setas brancas), dando a impressão de uma linha que contorna o coração o Associado a: trauma, asma, gravidez e iatrogenias Principais incidências Póstero-anterior (PA) o Distância de 1,80 m: reduzir a magnificação e melhorar a nitidez o Incidência PA na posição ortostática é preferível à incidência AP em decúbito dorsal Magnificação é menor Imagens são mais nítidas Posição ortostática Inspiração mais profunda - melhor visualização dos pulmões Ar e líquidos na pleura visualizados com maior facilidade Ântero-posterior (AP) o Tubo mais próximo do paciente o Quando a incidência PA não é possível o Desvantagens: sombra cardíaca maior, costelas posteriores mais horizontais, volume pulmonar menor pela elevação do diafragma, escápulas no campo, ausência de bolha gástrica Perfil o Em geral, do lado esquerdo o Também distância de 1,80 m De Laurell o Decúbito lateral com raios horizontais (do lado do derrame): especificar ao pedir o Alterações do espaço pleural Ápico-lordótica o Paciente inclinado 30º para frente o Patologias de ápice pulmonar, como a tuberculose Casos clínicos Caso 1: opacidade em hemitórax direito. Apagamento do seio costofrênico. Curvas de tensão por gravidade (parábola). Diagnóstico: derrame pleural Caso 2: Três opacificações em hemitórax direito localizadas no espaço pleural. Diagnóstico: derrames pleurais encistados (interlobulares). Caso 3: Presença de alargamento mediastinal superior e anterior. Diagnóstico: algum dos 5 T’s de tumores mediastinais. Caso 4: Hipertransparência, pobreza das tramas pulmonares. hiperinsuflação e retificação da hemicúpula pulmonar bilateralmente. Presença de massa mediastinal anterior. Diagnóstico: cisto tímico (alteração mediastinal) e DPOC (alterações pulmonares). Caso 5: Sem alterações patológicas. Diagnóstico: erro (pouco penetrado) ou limitação técnica (pacientes obesos). Caso 6: Massa em terço médio direito esquerdo, no lobo inferior esquerdo. Diagnóstico: CA de pulmão. Pointer do professor (deixei imagem preto e branca pra ficar melhor de estudar) Caso 7: Redução da trama vascular à direita com deslocamento contralateral das estruturas mediastinais. Diagnóstico: Pneumotórax hipertensivo à direita. Caso 8: Hipodensidade em todo hemitórax direito associada a desvio ipsilateral de mediastino. Diagnóstico: atelectasia total de pulmão direito. Caso 9: Presença cavidade (paredes espessas – doença em atividade) com nível hidroaéreo em terços inferior e médio à esquerda associada a consolidação da região da língula. Diagnóstico: cavidade com nível hidroaéreo.Caso 10: Acentuação da trama vascular, em rede, bilateral, reticulado. Diagnóstico: padrão intersticial reticular. Pointer do professor Caso 11: Opacidade mediastinal supero-anterior, presença de calcificação. Diagnóstico: timoma. Caso 12: Presença de massa em mediastino anterior, em hemitórax direito. Diagnóstico: linfoma. Pointer do professor Calcificação Caso 13: Presença de padrão localizado e homogêneo, em lobo superior, de aspecto algodonoso, delimitado pela fissura horizontal e associado à presença de broncograma aéreo. Diagnóstico: pneumonia com padrão alveolar. Caso 14a: Padrão intersticial micronodular. Diagnóstico: pneumonia intersticial. Pointer do professor Caso 14b: Hipodensidade em terços médio e inferior de hemitórax direito associada a desvio ipsilateral de mediastino. Diagnóstico: atelectasia. Caso 15: Hipertransparência de todo o hemitórax direito sem desvio de mediastino associado. Diagnóstico: bolha pulmonar. Caso 16 (sem foto): derrame pleural maciço. Caso 17: Dissecção de aorta. Caso 18: Massa em lobo superior esquerdo e apagamento do recesso costofrênico esquerdo. Diagnóstico: CA de pulmão em lobo superior esquerdo e derrame pleural à esquerda. Caso 19: Alargamento mediastinal total. Diagnóstico: linfoma. Caso 20: Acentuação da trama vascular, em rede, bilateral, reticulado. Diagnóstico: padrão intersticial reticular. Pointer do professor
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