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FISCALIZAÇÃO INTERESTADUAL DE TRANSPORTE DE PASSAGEIROS CURSO 2 BEM-VINDO AO CURSO FISCALIZAÇÃO INTERESTADUAL DE TRANSPORTES DE PASSAGEIROS Conteudistas: OLINTO JOSÉ NETO - Policial Rodoviário Federal RENATO SEBASTIÃO DE OLIVEIRA MEDEIROS - Policial Rodoviário Federal Instrutores do Departamento de Polícia Rodoviária Federal da disciplina Fiscalização do Serviço de Transporte. 3 Sumário Apresentação ............................................................................................................................... 5 Objetivos do Curso ....................................................................................................................... 6 Estrutura do curso ........................................................................................................................ 6 Módulo 1 - Contexto do transporte coletivo de passageiros ........................................................... 7 Apresentação do módulo .................................................................................................................... 7 Objetivo do módulo ............................................................................................................................ 7 Estrutura do Módulo ........................................................................................................................... 7 Aula 1 - O transporte coletivo de passageiros .................................................................................... 8 1- O transporte coletivo no Brasil ............................................................................................... 8 Aula 2 - Aspectos legais ..................................................................................................................... 14 Aula 3 - Conceitos .............................................................................................................................. 19 Módulo 2 – Tipos de serviços de transporte e seus documentos de porte obrigatório ................... 23 Apresentação do módulo .................................................................................................................. 23 Objetivo do módulo .......................................................................................................................... 23 Estrutura do Módulo ......................................................................................................................... 23 Aula 1 – Tipos dos serviços de transporte e modalidades ................................................................ 24 Modalidades de serviço ................................................................................................................ 24 Aula 2 – Documentos de porte obrigatório ...................................................................................... 26 Ilícitos no transporte coletivo de passageiros ............................................................................... 28 Formas de identificar ilícitos através da análise dos documentos................................................ 29 Aula 3 - Transporte escolar - regras específicas ................................................................................ 35 Exigências para o veículo utilizado no transporte escolar ............................................................ 36 Exigências para o condutor de veículo de transporte escolar ...................................................... 37 Módulo 3 – Infrações e penalidades ............................................................................................ 41 Apresentação do módulo .................................................................................................................. 41 Objetivo do módulo .......................................................................................................................... 41 Estrutura do Módulo ......................................................................................................................... 41 Aula 1 – Infrações .............................................................................................................................. 42 Carteira Nacional de Habilitação ................................................................................................... 42 Documentos de porte obrigatório ................................................................................................ 44 Embriaguez ao volante .................................................................................................................. 44 Cinto de segurança ........................................................................................................................ 45 Lotação excedente ........................................................................................................................ 45 Transporte remunerado ................................................................................................................ 46 4 Tempo de direção ......................................................................................................................... 46 Equipamento obrigatório .............................................................................................................. 47 Sistema de iluminação e sinalização ............................................................................................. 47 Lacre, chassi, selo, placa ou outro elemento de identificação do veículo. ................................... 48 Mau estado de conservação ......................................................................................................... 48 Registro e licenciamento ............................................................................................................... 49 Cor ou característica alterada ....................................................................................................... 49 Inscrição de tara e lotação ............................................................................................................ 49 Aula 2 - Penalidades e medidas administrativas ............................................................................... 51 Penalidades ................................................................................................................................... 51 Medidas administrativas ............................................................................................................... 51 Módulo 4 - Crimes relacionados e encaminhamentos .................................................................. 55 Apresentação do módulo .................................................................................................................. 55 Objetivo do módulo .......................................................................................................................... 55 Estrutura do Módulo ......................................................................................................................... 55 Aula 1 – Crimes de trânsito no transporte coletivo de passageiros ................................................. 56 Aula 2 – Contravenções e crimes penais no transporte coletivo de passageiros ............................. 61 Contravenções penais – Lei nº 3.668/41 ...................................................................................... 61 Código Penal, Lei 2.848/40 ............................................................................................................ 63 Crimes Ambientais – lei 9.605/98 ................................................................................................. 67 Armas – Lei 10.826/03 ..................................................................................................................70 Drogas – Lei 11.343/06.................................................................................................................. 72 5 Apresentação O transporte rodoviário é a principal modalidade de locomoção coletiva de passageiros no Brasil. O transporte rodoviário coletivo de passageiros, seja internacional, interestadual, intermunicipal ou municipal, no Brasil, é um serviço público essencial. Apenas o transporte interestadual coletivo de passageiros foi responsável no ano de 2016 por uma movimentação de 43 milhões de usuários/ano. A frota de ônibus em 2017 no Brasil, conforme o DENATRAN, foi de 612.534 (seiscentos e doze mil e quinhentos e trinta e quatro) e 390.225 (trezentos e noventa mil e duzentos e vinte e cinco) de micro-ônibus, totalizando 1.002.759 (Um milhão, dois mil e setecentos e cinquenta e nove) veículos de transporte coletivos de passageiros em circulação. Para um País com uma malha rodoviária de aproximadamente 1,8 milhões de quilômetros, sendo 146 mil asfaltados (rodovias federais e estaduais), a existência de um sólido sistema de transporte rodoviário de passageiros é vital. Por isso, neste curso você aprenderá procedimentos operacionais para uma melhor execução da fiscalização do transporte coletivo de passageiros, a partir da observância dos preceitos constitucionais e das normas técnicas e legais. Bons estudos! 6 Objetivos do Curso Estabelecer procedimentos operacionais para uma melhor execução da fiscalização do transporte coletivo de passageiros, com a devida segurança e eficiência, a partir da observância dos preceitos constitucionais e das normas técnicas e legais, de modo a desenvolver atividades como garantir a segurança viária, coibir os ilícitos criminais, e prevenindo as ocorrências de acidentes. Ao final do estudo deste curso, você será capaz de: ● Entender a importância da fiscalização do transporte coletivo de passageiros para a sociedade; ● Identificar os aspectos legais pertinentes à fiscalização do transporte coletivo de passageiros; ● Definir e identificar os tipos de serviços e demais tipos de transporte; ● Listar os documentos de porte obrigatório com base nas normas de trânsito; ● Definir e identificar as principais infrações de trânsito, analisando sua aplicabilidade; ● Identificar os principais crimes e contravenções relacionados com o transporte coletivo de passageiros; ● Definir os procedimentos para preenchimento dos autos de infração, medidas administrativas e encaminhamentos; ● Conhecer as principais práticas ilícitas que podem ser verificadas nos veículos que realizam o transporte coletivo de passageiros. Estrutura do curso Este curso compreende os seguintes módulos: ● Módulo 1 - Contexto do transporte coletivo de passageiros. ● Módulo 2 - Tipos de serviços de transporte e seus documentos de porte obrigatório. ● Módulo 3 - Infrações e penalidades. ● Módulo 4 - Crimes relacionados e encaminhamentos. 7 Módulo 1 - Contexto do transporte coletivo de passageiros Apresentação do módulo Para se falar em fiscalização do transporte coletivo de passageiros, o profissional de segurança pública deve entender a realidade na qual ele se encontra, facilitando assim a conscientização sobre a importância da fiscalização deste transporte para a sociedade. Por isso, neste módulo você estudará alguns aspectos relativos à importância da fiscalização, legalidade e conceitos. Objetivo do módulo Ao final do estudo desse módulo, você será capaz de: ● Conscientizar-se sobre a importância da fiscalização do transporte coletivo de passageiros; ● Conhecer os aspectos legais pertinentes à fiscalização do transporte coletivo de passageiros; ● Conceituar os principais termos relacionados ao tema. Estrutura do Módulo Esse módulo compreende as seguintes aulas: ● Aula 1 - O transporte coletivo de passageiros. ● Aula 2 - Aspectos legais. ● Aula 3 – Conceitos. 8 Aula 1 - O transporte coletivo de passageiros O transporte rodoviário é a principal modalidade de deslocamento de pessoas no território nacional, sendo o ônibus o principal meio utilizado para o deslocamento coletivo da população. De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), existe uma diferença entre micro-ônibus e ônibus, veja: Micro-ônibus É o veículo automotor de transporte coletivo com capacidade para até vinte passageiros. Ônibus É o veículo automotor de transporte coletivo com capacidade para mais de vinte passageiros, ainda que, em virtude de adaptações com vista à maior comodidade destes, transporte número menor. Em relação à sua área de abrangência, os ônibus municipais circulam interligando bairros e regiões de uma cidade, os estaduais ou intermunicipais, interligam cidades de um mesmo estado, e os interestaduais, interligam cidades de estados diferentes. O transporte coletivo no Brasil O transporte coletivo de passageiros é serviço público essencial no nosso país, desenvolvendo papel social e econômico de grande importância, democratizando a mobilidade, facilitando a locomoção das pessoas. Este transporte é realizado, em sua maioria, pela iniciativa privada, ocorrendo situações, na área urbana, cuja exploração é feita, também, por empresa pública. 9 A regulamentação desta atividade é atribuição dos órgãos públicos em suas três esferas de governo: Prefeituras Municipais Cuidam do transporte urbano em suas cidades e dentro dos limites municipais; Governos Estaduais Administram as linhas intermunicipais no âmbito de cada Estado; e Governo Federal Responsável pelo transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros em todo o país. A fiscalização, referindo-se à prestação do serviço, é realizada por órgãos municipais, estaduais e federais, de acordo com as suas áreas de circunscrição, por competência ou por delegação. GLOSSÁRIO No âmbito municipal, as Prefeituras criam órgãos de trânsito e transporte para fiscalização do transporte coletivo de passageiros, quase sempre, vinculados a uma Secretaria Municipal ou esta função está atribuída a Guarda Municipal. Competência: é o conjunto de poderes que uma autoridade pública (administrativa) tem, por lei, para praticar atos e tomar decisões. Ex.: A ANTT tem competência para fiscalizar o transporte rodoviário coletivo interestadual de passageiros. Delegação: Em resumo, delegar competência é estender temporariamente a outro agente público subordinado ou de mesma hierarquia a competência. Ex.: A ANTT delegou competência para a PRF fiscalizar os serviços de transporte interestaduais por prazo determinado. 10 No âmbito estadual, esta responsabilidade está atribuída, quase sempre, ao respectivo DER ou a Agência Reguladora do estado. No âmbito federal, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) é a responsável em regular e fiscalizar o serviço de transporte coletivo de passageiros interestadual e internacional e delega essa competência por meio de convênios a outros órgãos como a Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), Departamento de Estradas de Rodagem de Pernambuco (DER-PE) e algumas Agências Reguladoras estaduais. Quanto ao trânsito dos veículos de transporte coletivo de passageiros, independentemente do local de circulação, devem obedecer às normas de trânsito e as leis com previsão de crime. Não obstante a preocupação com a segurança das pessoas que trafegam pelas rodovias de todo o país, bem como a luta que temos que travar para que estes cidadãos, brasileiros ou não, sejam tratados com dignidade, a fiscalização do transporte coletivo de passageiros poderá revelar outros ilícitos como: o descaminho, o contrabando, o tráfico de munições, armas, animais e até de sereshumanos, além de sequestro, trabalho escravo, transporte de produtos perigosos, excesso de peso, e infrações de trânsito de um modo geral. Assim fica fácil observar a importância desta fiscalização e a necessidade da atenção que cada órgão de segurança pública deve dar, em todas as fiscalizações realizadas pelo país, a este tipo de transporte de vidas. A seguir vamos ver algumas ocorrências, dentre inúmeras que surgem diariamente nos meios de comunicação, com matérias que tratam de ocorrências criminais de diversos temas que impactam nas vidas das pessoas e que ocorreram durante fiscalização de veículos que realizam o transporte coletivo de passageiros. 11 Apreensão de mais de 500 animais silvestres em ônibus encontra 16 bichos mortos Dos 562 animais apreendidos na manhã desta quinta-feira (19) pela Polícia Ambiental de Guarulhos, 16 chegaram mortos ao Centro de Recuperação de Animais Silvestres (CRAS) que fica no Parque Ecológico do Tietê - todos foram esmagados dentro das caixas de papelão onde foram escondidos. Os animais vieram da Bahia e seriam vendidos em mercado clandestino. Três pessoas foram detidas e liberadas em seguida. Vão responder por maus-tratos e por manter os animais silvestres em cativeiros. A apreensão foi feita pela manhã pela delegacia ambiental de Guarulhos. Os bichos estavam no bagageiro de um ônibus de turismo que saiu do interior da Bahia, na terça-feira (17), da cidade de Senhor do Bonfim, distante 2.048 km da capital paulista, e chegaram nessa quinta-feira ao estado de São Paulo. Fonte: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/apreensao-de-mais-de-500- animais-silvestres-em-onibus-encontra-16-bichos-mortos.ghtml Analistas tributários participaram de apreensão de ônibus com mais de um milhão e meio de reais em mercadorias Analistas-Tributários da Receita Federal do Brasil (RFB) participaram da apreensão de um ônibus com mais de um milhão e meio de reais em mercadorias, neste domingo (18). A apreensão ocorreu durante ação conjunta realizada por servidores da Receita Federal em conjunto com policiais do BPFron na BR-277, próximo a Medianeira/PR. Próximo das 21h, foi abordado um ônibus de turismo com placas de Foz do Iguaçu, que era ocupado por dois motoristas e mais 16 passageiros incluindo uma guia de turismo. Um dos motoristas informou que eles seguiam para um desfile na cidade de Maringá/PR, porém notou-se um nervosismo excessivo de sua parte, fazendo com que uma inspeção mais detalhada fosse realizada. Visualmente o veículo não possuía irregularidades, logo foi encaminhado para o aparelho de Scanner onde ficou constatado que havia alguns itens suspeitos. A partir das imagens geradas foi possível encontrar dois fundos falsos com mercadorias ocultas no interior do https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/apreensao-de-mais-de-500-animais-silvestres-em-onibus-encontra-16-bichos-mortos.ghtml https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/apreensao-de-mais-de-500-animais-silvestres-em-onibus-encontra-16-bichos-mortos.ghtml 12 ônibus, que foi imediatamente lacrado para posterior verificação. Fonte: http://sindireceita.org.br/blog/analistas-tributarios-participam-de- apreensao-de-onibus-com-mais-de-um-milhao-e-meio-de-reais-em- mercadorias/ Mulher é presa com ‘super maconha’ em ônibus Uma atendente, de 29 anos, foi presa por transportar drogas, na manhã de segunda-feira (16), na rodovia Washington Luiz, em Rio Preto. De acordo com a Polícia Rodoviária Estadual, o ônibus que fazia a linha Campo Grande (MS) para Rio Preto foi abordado e os policiais desconfiaram de uma passageira que estava muito nervosa. No fundo falso da mala da mulher foram encontrados cerca de quatro quilos de Skank, droga conhecida como super maconha. Ela confessou que pegou o entorpecente em Ponta Porã (MS) e levava para São Paulo, capital. Fonte: http://dhojeinterior.com.br/mulher-e-presa-com-super-maconha-em-onibus/ PRF e Força Nacional encontram armas em ônibus no Paraná A Polícia Rodoviária Federal (PRF), em conjunto com a Força Nacional (FN), apreendeu sete revólveres com um passageiro de ônibus em Santa Terezinha de Itaipu, na quarta-feira (14). Ele os revenderia em Belo Horizonte (MG) e foi preso em flagrante por tráfico de armas. O veículo fazia a linha Foz do Iguaçu – Belo Horizonte e transitava pela BR-277. Durante fiscalização com o apoio dos cães farejadores da Força Nacional, o animal sinalizou a presença de ilícitos na pochete de um passageiro. Ao vistoriarem tal bagagem, os agentes encontraram sete embrulhos contendo revólveres de origem estrangeira, sendo cinco calibre .38 e duas .32. Fonte: https://paranaportal.uol.com.br/cidades/policial/prf-e-forca-nacional- encontram-armas-em-onibus-no-parana/ http://sindireceita.org.br/blog/analistas-tributarios-participam-de-apreensao-de-onibus-com-mais-de-um-milhao-e-meio-de-reais-em-mercadorias/ http://sindireceita.org.br/blog/analistas-tributarios-participam-de-apreensao-de-onibus-com-mais-de-um-milhao-e-meio-de-reais-em-mercadorias/ http://sindireceita.org.br/blog/analistas-tributarios-participam-de-apreensao-de-onibus-com-mais-de-um-milhao-e-meio-de-reais-em-mercadorias/ http://dhojeinterior.com.br/mulher-e-presa-com-super-maconha-em-onibus/ https://paranaportal.uol.com.br/cidades/policial/prf-e-forca-nacional-encontram-armas-em-onibus-no-parana/ https://paranaportal.uol.com.br/cidades/policial/prf-e-forca-nacional-encontram-armas-em-onibus-no-parana/ 13 Homem é preso suspeito de esfregar órgão sexual em universitária dentro de ônibus no RN Um homem de 41 anos foi preso na manhã deste sábado (21) suspeito de praticar ato libidinoso contra uma universitária durante uma viagem de ônibus de Fortaleza para Natal. A vítima informou em depoimento para a Polícia Civil que o homem esfregou o pênis na testa dela. A universitária pegou o ônibus na noite desta sexta-feira (20) em Fortaleza, no Ceará, com destino a Natal. A jovem sentou-se na cadeira do corredor e uma amiga sentou ao lado dela, próximo a janela do veículo. Já por volta das 5h deste sábado, quando o ônibus passava por Riachuelo, município do Agreste potiguar, a universitária acordou sentindo algo quente na testa. Foi quando viu que o homem esfregava o pênis em sua cabeça. Fonte: https://g1.globo.com/rn/rio-grande-do-norte/noticia/2018/07/21/homem-e- preso-suspeito-de-esfregar-orgao-sexual-em-universitaria-dentro-de-onibus-no- rn.ghtml?utm_source=whatsapp&utm_medium=share-bar- smart&utm_campaign=share-bar https://g1.globo.com/rn/rio-grande-do-norte/noticia/2018/07/21/homem-e-preso-suspeito-de-esfregar-orgao-sexual-em-universitaria-dentro-de-onibus-no-rn.ghtml?utm_source=whatsapp&utm_medium=share-bar-smart&utm_campaign=share-bar https://g1.globo.com/rn/rio-grande-do-norte/noticia/2018/07/21/homem-e-preso-suspeito-de-esfregar-orgao-sexual-em-universitaria-dentro-de-onibus-no-rn.ghtml?utm_source=whatsapp&utm_medium=share-bar-smart&utm_campaign=share-bar https://g1.globo.com/rn/rio-grande-do-norte/noticia/2018/07/21/homem-e-preso-suspeito-de-esfregar-orgao-sexual-em-universitaria-dentro-de-onibus-no-rn.ghtml?utm_source=whatsapp&utm_medium=share-bar-smart&utm_campaign=share-bar https://g1.globo.com/rn/rio-grande-do-norte/noticia/2018/07/21/homem-e-preso-suspeito-de-esfregar-orgao-sexual-em-universitaria-dentro-de-onibus-no-rn.ghtml?utm_source=whatsapp&utm_medium=share-bar-smart&utm_campaign=share-bar 14 Aula 2 - Aspectos legais De acordo com Julyver Modesto de Araújo (2015), enquanto a legislação de trânsito é única para todo o país, a legislação de transporte de passageiros, tanto a regulamentação quanto a fiscalização dependem não só de legislação federal, como também da administração pública estadual e municipal, conforme as competências constitucionais atribuídas aos entes federativos. O transporte coletivo na legislação pertinente, confira: ConstituiçãoFederal de 1998: Art. 21. Compete à União: XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão: e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros. ... Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição. § 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição. ... Art. 30. Compete aos Municípios: V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial; ... Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos. Parágrafo único. A lei disporá sobre: I – o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão; II – os direitos dos usuários; III – política tarifária; IV – a obrigação de manter serviço adequado. 15 Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997: Art. 21. Compete aos órgãos e entidades executivos rodoviários da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, no âmbito de sua circunscrição: I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsito, no âmbito de suas atribuições; II - planejar, projetar, regulamentar e operar o trânsito de veículos, de pedestres e de animais, e promover o desenvolvimento da circulação e da segurança de ciclistas; Art. 24. Compete aos órgãos e entidades executivos de trânsito dos municípios, no âmbito de sua circunscrição: I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsito, no âmbito de suas atribuições; II - planejar, projetar, regulamentar e operar o trânsito de veículos, de pedestres e de animais, e promover o desenvolvimento da circulação e da segurança de ciclistas; ... VIII - fiscalizar, autuar e aplicar as penalidades e medidas administrativas cabíveis relativas a infrações por excesso de peso, dimensões e lotação dos veículos, bem como notificar e arrecadar as multas que aplicar; ... XVII - registrar e licenciar, na forma da legislação, veículos de tração e propulsão humana e de tração animal, fiscalizando, autuando, aplicando penalidades e arrecadando multas decorrentes de infrações. Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995: Art. 2º Para os fins do disposto nesta lei, considera-se: I - Poder Concedente: a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Município, em cuja competência se encontre o serviço público, precedido ou não da execução de obra pública, objeto de concessão ou permissão; As concessões serão sempre submetidas à licitação, sendo vedada a contratação direta, como regulado no Art.14 da Lei nº 8.987/95 que diz: Art. 14 Toda concessão de serviço público, precedida ou não da execução de obra pública, será objeto de prévia licitação, nos termos da legislação própria e com observância dos princípios da legalidade, moralidade, publicidade, igualdade, do julgamento por critérios objetivos e da vinculação ao instrumento convocatório. A toda concessão fica presumida a prestação de serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários. Entende-se por serviço adequado aquele que satisfaz as condições de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas. Eis o ensinamento de Fernanda Marinela (2007, p. 441): 16 “Esse princípio decorre de um raciocínio simples: o Brasil é um país relativamente pobre, tendo o serviço público que atingir e satisfazer os diversos grupos sociais na persecução do bem comum. Sendo assim, quando esse serviço depender de uma cobrança, ela deve ser condizente com as possibilidades econômicas do povo brasileiro, ou seja, a mais baixa possível.”). GLOSSÁRIO Nas Resoluções do Contran: I. Resolução nº 14/98 - Estabelece os equipamentos obrigatórios para a frota de veículos em circulação e dá outras providências. Acrescida pelas Resoluções nº 34/98, 43/98, 87/99 e 44/98, 46/98 e 129/01. Alterada pelas Resoluções 87, 228, 259 e 592/16. II. Resolução nº 115/00 - Proíbe a utilização de chassi de ônibus para transformação em veículos de carga. III. Resolução nº 205/06 - Dispõe sobre os documentos de porte obrigatório e dá outras providências. Alterada pela Resolução Contran nº 235. Revoga a Resolução Contran nº 13/98, respeitados os prazos previstos nos artigos 3º e 4º. artigo 3º alterado pela Deliberação Contran nº 57/07. IV. Resolução nº 416/12 - Estabelece os requisitos de segurança para veículos de Modicidade das tarifas: a concepção de prestação de serviço público está ligada à satisfação do interesse público, ou seja, das necessidades da coletividade como um todo, exigindo para tal a cobrança de menores tarifas possíveis. https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=96437 http://www.denatran.gov.br/download/Resolucoes/resolucao115_00.doc http://www.denatran.gov.br/download/Resolucoes/Resolucao205_06.pdf http://www.denatran.gov.br/download/Resolucoes/Resolu%C3%A7%C3%A3o%20416-12.pdf 17 transporte de passageiros tipo micro-ônibus, categoria M2 de fabricação nacional e importado. Alterada pela Resolução 646/16 Anexo. V. Resolução nº 445/13 - Estabelece os requisitos de segurança para veículos de transporte público coletivo de passageiros e transporte de passageiros tipos micro- ônibus e ônibus, categoria M3 de fabricação nacional e importado. Alterada pelas Resoluções 629/16 e 644/16. VI. Resolução nº 469/13 - Altera dispositivos e os Anexos da Resolução CONTRAN nº 402, de 26 de abril de 2012, com redação dada pelas Deliberações nº 104 de 24 de dezembro de 2010 e nº 132 de 20 de dezembro de 2012, que estabelecem requisitos técnicos e procedimentos para a indicação no CRV/CRLV das características de acessibilidade para os veículos de transporte coletivos de passageiros e dá outras providências. VII. Resolução nº 504/14 - Dispõe sobre a utilização obrigatória de espelhos retrovisores, equipamento do tipo câmera-monitor ou outro dispositivo equivalente, a ser instalado nos veículos destinados ao transporte coletivo de escolares. VIII. Resolução nº 505/14 - Dispõe sobre a alteração da tabela do item 2 do apêndice do Anexo I, da Resolução CONTRAN nº 416, de 09 de agosto de 2012, que trata dos requisitos de segurança para veículos de transportes de passageiros tipo micro-ônibus, categoria M2. IX. Resolução nº 629/16 - Altera e substitui os Anexos II e III da Resolução CONTRAN nº 445, de 25 de junho de 2013, que estabelece os requisitos de segurança para veículos de transporte público coletivo de passageiros e transporte de passageiros tipos micro-ônibus e ônibus, categoria M3 de fabricação nacional e importado, e dá outras providências. Altera a Resolução 445/13. X. Resolução nº 643/16 - Dispõe sobre o emprego de película retrorrefletiva em veículos. http://www.denatran.gov.br/download/Resolucoes/Resolucao4452013.pdf http://www.denatran.gov.br/download/Resolucoes/Resolucao4692013.pdf http://www.denatran.gov.br/download/Resolucoes/Resolucao5042014.pdf http://www.denatran.gov.br/download/Resolucoes/Resolucao5052014.pdf http://www.denatran.gov.br/images/Resolucoes/Resolucao6292016.pdf http://www.denatran.gov.br/images/Resolucoes/RESOLU%C3%87%C3%83O_643.2016.pdf 18 XI. Resolução nº 644/16 - Altera a tabela da alínea “a” do subitem 4.2 do Anexo IX da Resolução CONTRAN nº 445, de 25 de junho 2013, que estabelece os requisitos de segurança para veículos de transporte público coletivo de passageiros tipos micro- ônibus e ônibus da categoria M3. Altera a Resolução 445/13.XII. Resolução nº 646/16 - Altera a tabela da alínea “a” do subitem 4.2 do Anexo IX da Resolução CONTRAN nº 416, de 09 de agosto de 2012, que estabelece os requisitos de segurança para veículos de transporte coletivo de passageiros tipo micro-ônibus da categoria M2. XIII. Resolução nº 667/17 - Em vigor, produzindo efeitos a partir de 1º de Janeiro de 2021. Estabelece as características e especificações técnicas dos sistemas de sinalização, iluminação e seus dispositivos aplicáveis a automóveis, camionetas, utilitários, caminhonetes, caminhões, caminhões tratores, ônibus, micro-ônibus, reboques e semirreboques, novos saídos de fábrica, nacionais ou importados e dá outras providências. Saiba Mais... Acesse o link e leia o texto “Regulamentação e fiscalização do transporte de passageiros, por Juliver Modesto de Araújo”. Link: https://www.ctbdigital.com.br/artigo-comentarista/448 http://www.denatran.gov.br/images/Resolucoes/Resolucao6442016.pdf http://www.denatran.gov.br/images/Resolucoes/Resolucao6462016.pdf http://www.denatran.gov.br/images/Resolucoes/Resolucao6672017.pdf https://www.ctbdigital.com.br/artigo-comentarista/448 19 Aula 3 - Conceitos Os conceitos a seguir são fundamentais para o desenvolvimento do curso, confira: ● Bagageiro - Compartimento do veículo destinado exclusivamente ao transporte de bagagens, malas postais e encomendas, com acesso independente do compartimento de passageiros; ● Bagagem - Conjunto de objetos de uso pessoal do passageiro, devidamente acondicionado, transportado no bagageiro do veículo; ● Bilhete de passagem - Documento que comprova o contrato de transporte com o usuário; ● Estacionamento - Imobilização de veículos por tempo superior ao necessário para embarque ou desembarque de passageiros. ● Lotação: Carga útil máxima, incluindo condutor e passageiros, que o veículo transporta, expressa em quilogramas para os veículos de carga, ou número de pessoas, para os veículos de passageiros. ● Micro-ônibus: Veículo automotor de transporte coletivo com capacidade para até vinte passageiros. ● Ônibus: Veículo automotor de transporte coletivo com capacidade para mais de 20 (vinte) passageiros sentados, ainda que, em virtude de adaptações com vista à maior comodidade destes, transporte número menor; ● Parada - Imobilização do veículo com a finalidade e pelo tempo estritamente necessário para efetuar embarque ou desembarque de passageiros. ● Patrulhamento - Função exercida pela Polícia Rodoviária Federal com o objetivo de garantir obediência às normas de trânsito, assegurando a livre circulação e evitando acidentes. ● Policiamento ostensivo de trânsito - Função exercida pelas Polícias Militares com o objetivo de prevenir e reprimir atos relacionados com a segurança pública e de garantir obediência às normas relativas à segurança de trânsito, 20 assegurando a livre circulação e evitando acidentes. ● Peso Bruto Total - Peso máximo que o veículo transmite ao pavimento, constituído da soma da tara mais a lotação. ● Reboque - Veículo destinado a ser engatado atrás de um veículo automotor. ● Semi-Reboque - Veículo de um ou mais eixos que se apoia na sua unidade tratora ou é a ela ligado por meio de articulação. ● Serviço - Toda atividade destinada a obter determinada utilidade de interesse para a administração ou de interesse público; ● Serviço de transporte rodoviário interestadual de passageiros - O que transpõe os limites de Estado, do Distrito Federal ou de Território; ● Serviço de transporte rodoviário intermunicipal de passageiros - O que transpõe os limites de município; ● Serviço de transporte rodoviário municipal de passageiros - O que não transpõe os limites do município; ● Tara - Peso próprio do veículo, acrescido dos pesos da carroçaria e equipamento, do combustível, das ferramentas e acessórios, da roda sobressalente, do extintor de incêndio e do fluido de arrefecimento, expresso em quilogramas. ● Trânsito - Movimentação e imobilização de veículos, pessoas e animais nas vias terrestres. ● Transporte rodoviário de passageiros sob regime de linha - Serviço de transporte rodoviário coletivo de passageiros executado em uma ligação de dois pontos terminais, nela incluída os seccionamentos e as alterações operacionais efetivadas, inclusive o serviço diferenciado, aberto ao público em geral, de natureza regular e permanente, com itinerário definido no ato de sua delegação; ● Transporte rodoviário de passageiros sob regime de fretamento - O serviço realizado, para os deslocamentos de pessoas, para o fim de realização de excursões e outras programações sem que tenha qualquer característica de transporte regular de passageiros; 21 ● Veículo articulado - Combinação de veículos acoplados, sendo um deles automotor. ● Veículo conjugado - Combinação de veículos, sendo o primeiro um veículo automotor e os demais reboques ou equipamentos de trabalho agrícola, construção, terraplenagem ou pavimentação. ● Veículo de grande porte - Veículo automotor destinado ao transporte de carga com peso bruto total máximo superior a dez mil quilogramas e de passageiros, superior a vinte passageiros. ● Veículo de passageiros - Veículo destinado ao transporte de pessoas e suas bagagens. 22 Finalizando... Caro aluno, neste módulo você aprendeu que: ● O transporte rodoviário terrestre é a principal modalidade de deslocamento de pessoas no território nacional, sendo o ônibus o principal meio utilizado para o deslocamento coletivo da população. ● A regulamentação desta atividade é atribuição dos órgãos públicos em suas três esferas de governo: as prefeituras municipais cuidam do transporte urbano em suas cidades e dentro dos limites municipais, os governos estaduais administram as linhas intermunicipais no âmbito de cada Estado e o Governo Federal é o responsável pelo transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros em todo o país. ● A legislação de trânsito é única para todo o país já a legislação de transporte de passageiros depende não só de legislação federal, como também da administração pública estadual e municipal, conforme as competências constitucionais atribuídas aos entes federativos. ● Transporte rodoviário de passageiros sob regime de linha é o serviço de transporte rodoviário coletivo de passageiros executado em uma ligação de dois pontos terminais, nela incluída os seccionamentos e as alterações operacionais efetivadas, enquanto que de fretamento é aquele realizado para os deslocamentos de pessoas para o fim de realização de excursões e outras programações sem que tenha qualquer característica de transporte regular de passageiros. 23 Módulo 2 – Tipos de serviços de transporte e seus documentos de porte obrigatório Apresentação do módulo O transporte coletivo de passageiros é regido por regulamentos e normas baixadas pela autoridade competente, seja no âmbito municipal, estadual ou federal. Contudo o Código de Trânsito brasileiro, instituído pela Lei nº 9.503/97, regulamenta vários aspectos relativos a este transporte de pessoas. Por isso, neste módulo você estudará os tipos de serviços de transporte e os documentos de porte obrigatórios exigidos. Objetivo do módulo Ao final do estudo desse módulo, você será capaz de: ● Identificar os tipos de serviços de transporte e sua modalidade; ● Listar os documentos de porte obrigatório exigidos regularmente e em situações específicas. Estrutura do Módulo Esse módulo compreende as seguintes aulas: ● Aula 1 - Tipos dos serviços de transporte e modalidades. ● Aula 2 - Documentos de porte obrigatório. ● Aula 3 - Transporte escolar. 24 Aula 1 – Tipos dos serviços de transporte e modalidades O transporte coletivo de passageiros pode ser municipal, intermunicipal, interestaduale internacional. Além destes, temos também o transporte escolar que possui regras específicas. A partir do conhecimento desses serviços a equipe direciona o rumo da fiscalização. Modalidades de serviço As principais modalidades de serviço de transporte rodoviário coletivo de passageiros são a linha, o fretamento e o escolar. Vamos estudar cada uma delas, confira: Linha É executado em uma ligação entre dois pontos extremos, nela incluída os seccionamentos, inclusive o serviço diferenciado, aberto ao público em geral, de natureza regular e permanente, com itinerário definido no ato de sua delegação. Nesse tipo de serviço, de acordo com características das cidades extremas e os seccionamentos durante o percurso, a fiscalização pode ser mais objetiva em alguns temas. Em regra, os pontos de saída e chegada das linhas são nas Rodoviárias ou Terminais Integrados ou Terminais de ônibus, locais apropriados para este tipo de serviço. Fretamento É executado para os deslocamentos de pessoas, para o fim de realização de excursões e outras programações sem que tenha qualquer característica de transporte regular de passageiros. Nesse tipo de serviço, de acordo com 25 características das cidades de destino e as paradas durante o percurso, a fiscalização pode ser mais objetiva em alguns temas. Escolar Ocorre quando o serviço de transporte é realizado exclusivamente para estudantes, onde o veículo deve atender regras específicas, de identificação e segurança, e passar por vistorias regulares, além do condutor que deve realizar curso específico. Exemplos de fiscalização em transporte de LINHA: - Para um ônibus que liga uma cidade de fronteira com um país produtor de entorpecentes a uma capital, a fiscalização de combate ao narcotráfico deve ser o foco, não esquecendo as demais condutas ilícitas e a segurança viária. - Para um ônibus que liga uma cidade de fronteira com zona de livre comércio a uma capital, a fiscalização de contrabando e descaminho, como também do tráfico de armas deve ser o foco, não esquecendo as demais condutas ilícitas e a segurança viária. Exemplos de fiscalização em transporte de FRETAMENTO: - Para um ônibus que foi contratado para levar uma torcida organizada de futebol ao local do jogo, a fiscalização de porte ilegal de armas, mandados de prisão em aberto deve ser o foco, não esquecendo as demais condutas ilícitas e a segurança viária. - Para um ônibus que foi contratado para um grande polo comercial têxtil de confecções, a fiscalização de sonegação fiscal chegando ao crime tributário deve ser o foco, não esquecendo as demais condutas ilícitas e a segurança viária. Estes exemplos não são regras, são tendências que as práticas de fiscalização conseguiram constatar ao longo do tempo e que não demonstraram sinais de mudanças. 26 Aula 2 – Documentos de porte obrigatório Na fiscalização do transporte coletivo de passageiros, os documentos exigidos pelo CTB são apenas dois: o Certificado de Licenciamento Anual (art. 133) e a Permissão para Dirigir ou Carteira Nacional de Habilitação (art. 159). Figura 1 - Certificado de Licenciamento Anual Fonte: SCD/EaD/SEGEN Figura 2 - Carteira Nacional de Habilitação Fonte SDC/EaD/Segen 27 Além destes é exigida a comprovação de realização do curso especializado obrigatório para os condutores de veículos de transporte coletivo de passageiros e de escolares. Base legal: art. 145, inciso IV, do CTB, combinado com art. 2º da Resolução nº 205/06 do Contran: CTB - Art. 145 - Para habilitar-se nas categorias D e E ou para conduzir veículo de transporte coletivo de passageiros, de escolares, de emergência ou de produto perigoso, o candidato deverá preencher os seguintes requisitos: ... IV - ser aprovado em curso especializado e em curso de treinamento de prática veicular em situação de risco, nos termos da normatização do CONTRAN. ... CONTRAN - Res. 205/06 - Art. 2º. Sempre que for obrigatória a aprovação em curso especializado, o condutor deverá portar sua comprovação até que essa informação seja registrada no RENACH e incluída, em campo específico da CNH, nos termos do § 4º do Art. 33 da Resolução do CONTRAN nº 168/2004. Portanto, em regra geral, são documentos de porte obrigatório para o transporte coletivo de passageiros: Figura 3 - Documentos de Porte Obrigatório Fonte: SDC/EaD/SEGEN 28 No serviço de transporte interestadual de passageiros, na modalidade linha, é obrigatório que todo passageiro porte o bilhete de passagem e um documento de identificação. Ilícitos no transporte coletivo de passageiros Os documentos de porte obrigatório podem ser objetos de adulteração ou falsificação, como por exemplo: I. CNH com adulteração da categoria, da validade, ou a sua falsificação completa, com troca de foto, outro nome etc. II. CLA ou CRLV para ônibus e micro-ônibus, deve-se ter atenção em possível clonagem de veículos de uma mesma empresa de ônibus, com a utilização da placa de um veículo licenciado em dois ou mais veículos da frota, ou ônibus com motor de outro veículo com ocorrência de roubo, situações somente verificadas em fiscalização. III. Certificado de curso específico para conduzir transporte coletivo de passageiros, também poderá ser objeto de falsificação. O uso de documento falso ou alterado pode incorrer no crime definido no art. 304 do Código Penal (Decreto Lei 2.848/1940). IV. Porte da Licença de Viagem - quanto ao serviço de transporte interestadual de passageiros, na modalidade fretamento, é obrigatório o porte da licença de viagem emitida pela ANTT. O serviço não autorizado pode caracterizar exercício ilegal da profissão, Lei das Contravenções Penais (LCP): LCP - Decreto Lei 3688/41 - Art. 47. Exercer profissão ou atividade econômica ou anunciar que a exerce, sem preencher as condições a que por lei está subordinado o seu exercício. V. Certidão Declaratória de Transporte de Trabalhadores (CDTT) - Ainda no transporte interestadual, existe o transporte de trabalhadores recrutados 29 para trabalhar em localidade diversa da sua de origem, o qual exige do empregador ou seu preposto que mantenha à disposição da fiscalização no veículo utilizado para o transporte, durante toda a viagem, cópia da Certidão Declaratória de Transporte de Trabalhadores (CDTT), juntamente com a cópia da relação nominal dos referidos trabalhadores. A ausência destes documentos pode caracterizar o aliciamento ou o transporte irregular de trabalhadores para localidade diversa de sua origem, constituindo, em tese, o crime previsto no art. 207 do Decreto Lei nº 2.848 - Código Penal: CP - Art. 207 - Aliciar trabalhadores, com o fim de levá-los de uma para outra localidade do território nacional: Pena - detenção de um a três anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.777, de 29.12.1998) § 1º Incorre na mesma pena quem recrutar trabalhadores fora da localidade de execução do trabalho, dentro do território nacional, mediante fraude ou cobrança de qualquer quantia do trabalhador, ou, ainda, não assegurar condições do seu retorno ao local de origem. (Incluído pela Lei nº 9.777, de 1998) § 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço se a vítima é menor de dezoito anos, idosa, gestante, indígena ou portadora de deficiência física ou mental. (Incluído pela Lei nº 9.777, de 1998) Formas de identificar ilícitos através da análise dos documentos Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e Certificado de Licenciamento Anual (CLA) - os órgãos de segurança pública dispõe do INFOSEG e SERPRO, para consultar e constatar a veracidade dos documentos. Outra técnica utilizada é a análise de documentos através de seus itens de segurança. Deve-se atentar para os elementos que identificam ou levantam a suspeita de que o “suporte” (folha ondeserão impressos os dados) seja falso. 30 Figura 4 - Carteira Nacional de Habilitação Figura 5 - Itens de Segurança CNH Fonte: SCD/EaD/SEGEN 31 Figura 6 - Itens de Segurança CNH Fonte: SCD/EaD/SEGEN Figura 7 - Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo 32 Fonte: SCD/EaD/SEGEN Figura 8 - Itens de Segurança do CRLV Fonte: SCD/EaD/SEGEN Certificado de Curso Especializado Quanto ao certificado não existe fonte de consulta, exceto a possibilidade de contato com o órgão emissor. Autorização de Viagem ou Licença de Viagem da ANTT Existe sistema próprio de consulta para verificação e é disponibilizado apenas para os órgãos ou entidades mediante convênio (para transporte interestadual e internacional). Aliciamento de trabalhadores de um local para outro do território nacional O agente de segurança pública, ao abordar o veículo, deve atentar para os 33 seguintes indícios que podem evidenciar esta situação: • Deslocamento entre duas localidades que não são destinos turísticos; • Predominância de um gênero entre os passageiros (muitas vezes apenas homens); • Identificação no bagageiro e entre as bagagens dos passageiros as suas ferramentas de trabalho; • Desconhecimento, pelos passageiros, do local de destino. Transporte clandestino É também chamado de “transporte pirata”, transporte realizado sem a autorização pela autoridade competente, sendo realizado sem a devida regularidade, colocando os passageiros em situações de risco e insegurança, sem a proteção que a lei exige que seja garantida pelas empresas. No caso dos transportes municipal e intermunicipal, depara-se bastante com o chamado transporte pirata que é a execução do serviço sem a autorização ou permissão do órgão concedente. Para a comprovação dessa situação é preciso o trabalho conjunto com o órgão do município para o transporte municipal, e do estado para o intermunicipal. O transporte pirata pode caracterizar exercício ilegal da profissão (LCP - Decreto Lei 3688/41 - Art. 47). Transporte de crianças O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é aplicado em todos os tipos de transporte e em todas as esferas. No transporte internacional, a criança sempre tem que estar acompanhada do pai e da mãe ou se um dos dois não estiver, tem que ter autorizado o outro a acompanhar. No transporte interestadual e intermunicipal temos duas situações: ● Criança desacompanhada - Nenhuma criança poderá viajar para fora da comarca onde reside, desacompanhada dos pais ou responsável, sem expressa autorização judicial. 34 ● Criança acompanhada - Não precisa de autorização quando a criança estiver acompanhada de ascendente ou colateral maior até o terceiro grau, comprovado em documento ou tratar-se de comarca contígua à da residência da criança, se na mesma unidade da Federação, ou incluída na mesma região metropolitana. 35 Aula 3 - Transporte escolar - regras específicas O direito à educação está previsto no art. 6º da Constituição Federal, como também no art. 205, que prevê tratar-se de “um direito de todos e dever do Estado e da família”, complementando em seu teor que a educação deve ser: “promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. Outro princípio indicado no art. 206-I da Constituição, trata da necessidade de que haja “igualdade de condições para o acesso e permanência na escola”. Figura 9 - Dever do serviço de transporte escolar Fonte: SCD/EaD/SEGEN Nesse sentido, a Constituição prevê em seu art. 208 - VII que o direito à educação será efetivado mediante o “atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de programas suplementares de material didático 36 escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde”. O transporte coletivo escolar pode ser realizado tanto por meio de veículos de pessoas físicas e jurídicas contratadas, como também com veículos de propriedade do Poder Público, que podem ser adquiridos pelo programa Caminho da Escola. Os veículos escolares, objetos deste programa, são destinados para o uso exclusivo no transporte dos estudantes matriculados nas escolas das redes públicas de ensino básico, residentes em área rural, com o objetivo de garantir o acesso destes alunos à educação. Eles também poderão ser utilizados para o transporte de estudantes da zona urbana e da educação superior, desde que não haja prejuízo ao atendimento dos estudantes residentes na zona rural e matriculados nas escolas das redes públicas de ensino básico, nos termos do artigo 4º, da Resolução/CD/FNDE nº 45, de 20 de novembro de 2013. Exigências para o veículo utilizado no transporte escolar Além dos documentos exigidos pela legislação de trânsito, os veículos especialmente destinados à condução coletiva de escolares somente poderão circular nas vias com autorização emitida pelo órgão ou entidade executiva de trânsito dos Estados e do Distrito Federal, nos termos do art. 136 do CTB, exigindo-se, para tanto: I. Registro como veículo de passageiros; II. Inspeção semestral para verificação dos equipamentos obrigatórios e de segurança; III. Pintura de faixa horizontal na cor amarela, com quarenta centímetros de largura, à meia altura, em toda a extensão das partes laterais e traseira da carroçaria, com o dístico ESCOLAR, em preto, sendo que, em caso de veículo de carroçaria pintada na cor amarela, as cores aqui indicadas devem ser invertidas; IV. Equipamento registrador instantâneo inalterável de velocidade e tempo; 37 V. Lanternas de luz branca, fosca ou amarela dispostas nas extremidades da parte superior dianteira e lanternas de luz vermelha dispostas na extremidade superior da parte traseira; VI. Cintos de segurança em número igual à lotação; VII. Outros requisitos e equipamentos obrigatórios estabelecidos pelo CONTRAN. A autorização para transporte escolar deverá ser afixada na parte interna do veículo, em local visível, com inscrição da lotação permitida, sendo vedada a condução de escolares em número superior à capacidade estabelecida pelo fabricante, nos termos do art. 137 do CTB. Os veículos destinados ao transporte de escolares que NÃO foram adquiridos pelo programa Caminho da Escola, estão dispensados desta autorização, seguindo a normativa geral para transporte coletivo de passageiros. Exigências para o condutor de veículo de transporte escolar O condutor de veículo destinado à condução de escolares, em atendimento ao previsto no art. 138 do CTB, deve satisfazer os seguintes requisitos: 38 Figura 10 - Exigências para o Condutor Fonte: SCD/EaD/SEGEN Sempre que for obrigatória a aprovação em curso especializado, o condutor deverá portar sua comprovação até que essa informação seja registrada no RENACH e incluída, em campo específico da CNH, nos termos do §4º do Art. 33 da Resolução do CONTRAN nº 168/05. Art. 33. Os Cursos especializados serão destinados a condutores habilitados que pretendam conduzir veículo de transporte coletivo de passageiros, de escolares, de produtos perigosos ou de emergência. Acesse o link e leia o texto “Regras para o transporte escolar, por Juliver Modesto de Araújo”. http://www.ctbdigital.com.br/artigo-comentarista/571 Acesse o link e assista esse vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=8rfw7NUa744 39 Importante! Para que você desempenhe bem seu papel é fundamental que: - saiba quais os documentos de porte obrigatório são exigidos no transporte coletivo de passageiros; - identifique os tipos de transporte e as modalidades; - direcione com tranquilidade o rumo da fiscalização. 40 Finalizando... Caroaluno, neste módulo você aprendeu que: ● As principais modalidades de serviço de transporte rodoviário coletivo de passageiros são a linha e o fretamento. ● Os documentos de porte obrigatório para o transporte coletivo de passageiros são a Carteira Nacional de Habilitação (CNH), o Certificado de Licenciamento Anual (CLA) e o Certificado de Curso Especializado para Condutores de Veículos de Transporte Coletivo de Passageiros. No caso específico do transporte escolar será exigido para o condutor o Curso Especializado para Condutores de Veículos de Transporte Escolar. 41 Módulo 3 – Infrações e penalidades Apresentação do módulo Constitui infração de trânsito a inobservância de qualquer preceito do CTB, da legislação complementar ou das resoluções do CONTRAN, sendo o infrator sujeito às penalidades e medidas administrativas indicadas em cada artigo, além das punições previstas no Capítulo XIX do CTB. Neste módulo você estudará algumas infrações aplicadas ao transporte coletivo de passageiros e suas penalidades e medidas administrativas. Objetivo do módulo Ao final do estudo desse módulo, você será capaz de: ● Identificar as principais infrações do CTB aplicadas ao transporte coletivo de passageiros; ● Identificar as penalidades e medidas administrativas cabíveis. Estrutura do Módulo Esse módulo compreende as seguintes aulas: ● Aula 1 - Infrações ● Aula 2 - Penalidades e medidas administrativas 42 Aula 1 – Infrações Infrações do CTB Diversas são as infrações do CTB que se aplicam ao transporte coletivo de passageiros, a figura abaixo relaciona os itens que devem ser observados, confira: Figura 11 - Infrações do CTB Fonte: SCD/EaD/SEGEN Vamos ver o que lei traz sobre cada uma delas: Carteira Nacional de Habilitação Art. 162. Dirigir veículo: I - sem possuir Carteira Nacional de Habilitação, Permissão para Dirigir ou Autorização para Conduzir Ciclomotor: Infração – gravíssima; 43 Penalidade – multa (três vezes); Medida administrativa – retenção do veículo até a apresentação de condutor habilitado. Crimes de trânsito relacionados: art. 309 e art. 310 do CTB. II - com Carteira Nacional de Habilitação, Permissão para Dirigir ou Autorização para Conduzir Ciclomotor cassada ou com suspensão do direito de dirigir: Infração – gravíssima; Penalidade – multa (três vezes). Medida administrativa – recolhimento do documento de habilitação e retenção do veículo até a apresentação de condutor habilitado. Crimes de trânsito relacionados: art. 307 e art. 310 do CTB. III - com Carteira Nacional de Habilitação ou Permissão para Dirigir de categoria diferente da do veículo que esteja conduzindo: Infração – gravíssima; Penalidade – multa (duas vezes). Medida administrativa – retenção do veículo até a apresentação de condutor habilitado. V - com validade da Carteira Nacional de Habilitação vencida há mais de trinta dias: Infração - gravíssima; Penalidade - multa; Medida administrativa - recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação e retenção do veículo até a apresentação de condutor habilitado. Nota: Conforme o art. 162 do CTB, se for verificado que houve a entrega do veículo 44 ou permissão para condução, ocorrerá também a infração do art. 163 ou 164. Documentos de porte obrigatório Art. 232. Conduzir veículo sem os documentos de porte obrigatório referidos neste Código: Infração - leve; Penalidade - multa; Medida administrativa - retenção do veículo até a apresentação do documento. Art. 230 XX. Conduzir o veículo sem portar a autorização para condução de escolares, na forma estabelecida no art. 136: Infração - grave; Penalidade - multa e apreensão do veículo. Embriaguez ao volante Art. 165. Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência: Infração - gravíssima; Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito de dirigir por 12 (doze) meses. Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação e retenção do veículo, observado o disposto no § 4º do art. 270 da Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997 - do Código de Trânsito Brasileiro. Art. 165-A. Recusar-se a ser submetido a teste, exame clínico, perícia ou outro procedimento que permita certificar influência de álcool ou outra substância psicoativa, na forma estabelecida pelo art. 277: Infração - gravíssima; 45 Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito de dirigir por 12 (doze) meses; Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação e retenção do veículo, observado o disposto no § 4º do art. 270. Nota: art. 165 e 165-A. A Resolução nº 432/13 do Contran dispõe sobre os procedimentos a serem adotados pelas autoridades de trânsito e seus agentes na fiscalização do consumo de álcool ou de substância psicoativa que determine dependência, para a aplicação do disposto nos arts. 165, 276, 277 e 306 do CTB. Crime de trânsito relacionado: art. 306 do CTB. Art. 166. Confiar ou entregar a direção de veículo a pessoa que, mesmo habilitada, por seu estado físico ou psíquico, não estiver em condições de dirigi-lo com segurança: Infração - gravíssima; Penalidade - multa. Cinto de segurança Art. 167. Deixar o condutor ou passageiro de usar o cinto de segurança, conforme previsto no art. 65: Infração - grave; Penalidade - multa; Medida administrativa - retenção do veículo até colocação do cinto pelo infrator. Lotação excedente Art. 231. Transitar com o veículo: … VII - com lotação excedente; 46 Infração - média; Penalidade - multa; Medida administrativa - retenção do veículo. Transporte remunerado Art. 231. Transitar com o veículo: … VIII - efetuando transporte remunerado de pessoas ou bens, quando não for licenciado para esse fim, salvo casos de força maior ou com permissão da autoridade competente: Infração - média; Penalidade - multa; Medida administrativa - retenção do veículo. Crimes relacionados: art. 47 da Lei das contravenções penais 3.688/41. Tempo de direção Art. 230. Conduzir o veículo: ... XXIII - em desacordo com as condições estabelecidas no art. 67-C, relativamente ao tempo de permanência do condutor ao volante e aos intervalos para descanso, quando se tratar de veículo de transporte de carga ou coletivo de passageiros: Infração - média; Penalidade - multa; Medida administrativa - retenção do veículo para cumprimento do tempo de descanso aplicável. 47 Equipamento obrigatório Art. 230. Conduzir o veículo: ... IX - sem equipamento obrigatório ou estando este ineficiente ou inoperante; X - com equipamento obrigatório em desacordo com o estabelecido pelo Contran; … XIV - com registrador instantâneo inalterável de velocidade e tempo viciado ou defeituoso, quando houver exigência desse aparelho; Infração - grave; Penalidade - multa; Medida administrativa - retenção do veículo para regularização. Sistema de iluminação e sinalização Art. 230. Conduzir o veículo: … XIII - com o equipamento do sistema de iluminação e de sinalização alterados; Infração - grave; Penalidade - multa; Medida administrativa - retenção do veículo para regularização; ... XXII - com defeito no sistema de iluminação, de sinalização ou com lâmpadas queimadas: Infração - média; Penalidade - multa. 48 Lacre, chassi, selo, placa ou outro elemento de identificação do veículo. Art. 221. Portar no veículo placas de identificação em desacordo com as especificações e modelos estabelecidos pelo Contran: Infração - média; Penalidade - multa; Medida administrativa - retenção do veículo para regularização e apreensão das placas irregulares. Parágrafo único. Incide na mesma penalidade aquele que confecciona, distribui ou coloca,em veículo próprio ou de terceiros, placas de identificação não autorizadas pela regulamentação. Art. 230. Conduzir o veículo: I - com o lacre, a inscrição do chassi, o selo, a placa ou qualquer outro elemento de identificação do veículo violado ou falsificado; ... IV - sem qualquer uma das placas de identificação; … VI - com qualquer uma das placas de identificação sem condições de legibilidade e visibilidade: Infração - gravíssima; Penalidade - multa e apreensão do veículo; Medida administrativa - remoção do veículo. Mau estado de conservação Art. 230. Conduzir o veículo: … XVIII - em mau estado de conservação, comprometendo a segurança, ou reprovado 49 na avaliação de inspeção de segurança e de emissão de poluentes e ruído, prevista no art. 104; Infração - grave; Penalidade - multa; Medida administrativa - retenção do veículo para regularização. Registro e licenciamento Art. 230. Conduzir o veículo: … V - que não esteja registrado e devidamente licenciado; Infração - gravíssima; Penalidade - multa e apreensão do veículo; Medida administrativa - remoção do veículo; Cor ou característica alterada Art. 230. Conduzir o veículo: … VII - com a cor ou característica alterada; Infração - grave; Penalidade - multa; Medida administrativa - retenção do veículo para regularização. Inscrição de tara e lotação Art. 237. Transitar com o veículo em desacordo com as especificações, e com falta de inscrição e simbologia necessárias à sua identificação, quando exigidas pela legislação: Infração - grave; 50 Penalidade - multa; Medida administrativa - retenção do veículo para regularização. 51 Aula 2 - Penalidades e medidas administrativas Penalidades De acordo com o art. 259 do CTB, a cada infração cometida são computados os seguintes números de pontos: Grupo Infração Pontos I Gravíssima 7 (sete) II Grave 5 (cinco) III Média 4 (quatro) IV Leve 3 (três) Ao condutor identificado no ato da infração será atribuída pontuação pelas infrações de sua responsabilidade, nos termos previstos no § 3º do art. 257, excetuando-se aquelas praticadas por passageiros usuários do serviço de transporte rodoviário de passageiros em viagens de longa distância transitando em rodovias com a utilização de ônibus, em linhas regulares intermunicipal, interestadual, internacional e aquelas em viagem de longa distância por fretamento e turismo ou de qualquer modalidade, excetuadas as situações regulamentadas pelo Contran a teor do art. 65 da Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997 - Código de Trânsito Brasileiro. Medidas administrativas De acordo com o art. 269 do CTB, a autoridade de trânsito ou seus agentes deverá adotar as seguintes medidas administrativas: 52 Figura 12 - Medidas Administrativas Fonte: SCD/EaD/SEGEN O art. 270 do CTB indica os casos em que o veículo poderá ser retido: Art. 270. O veículo poderá ser retido nos casos expressos neste Código. § 1º Quando a irregularidade puder ser sanada no local da infração, o veículo será liberado tão logo seja regularizada a situação. § 2º Não sendo possível sanar a falha no local da infração, o veículo, desde que ofereça condições de segurança para circulação, poderá ser liberado e entregue a condutor regularmente habilitado, mediante recolhimento do Certificado de Licenciamento Anual, contra apresentação de recibo, assinalando-se prazo razoável ao condutor para regularizar a situação, para o que se considerará, desde logo, notificado. O CLA será devolvido ao condutor tão logo o veículo seja apresentado à 53 autoridade devidamente regularizado. Em caso de condutor não habilitado, não se apresentando condutor habilitado no local da infração, o veículo será removido ao depósito. Nos casos em que não for efetuada a regularização no prazo estipulado pela autoridade, será feito registro de restrição administrativa no RENAVAM por órgão ou entidade executivo de trânsito dos Estados e do Distrito Federal, que será retirada somente após comprovada a regularização. No caso específico de transporte coletivo de passageiros, o art. 270 do CTB estabelece ainda em seu § 5º, a possibilidade de não se dá a retenção imediata do veículo: Art. 270. § 5º A critério do agente, não se dará a retenção imediata, quando se tratar de veículo de transporte coletivo transportando passageiros ou veículo transportando produto perigoso ou perecível, desde que ofereça condições de segurança para circulação em via pública. Importante! Para que você desempenhe bem seu papel é fundamental que: - tenha bem definido que para cada tipo de infração, pode ou não conduzir a conduta criminal; - saiba caracterizar os crimes de trânsito. 54 Finalizando... ● Neste módulo você aprendeu algumas infrações aplicáveis ao transporte coletivo de passageiros, com suas penalidades e medidas administrativas correspondentes, conforme o CTB. 55 Módulo 4 - Crimes relacionados e encaminhamentos Apresentação do módulo Constitui crime, a transgressão imputável da lei penal por dolo ou culpa, ação ou omissão, e a contravenção penal é uma infração considerada como "crime menor", é punida com pena de prisão simples, multa ou ambas. Neste módulo você estudará alguns crimes e contravenções que estão relacionados ao transporte coletivo de passageiros. Objetivo do módulo Ao final do estudo desse módulo, você será capaz de: ● Identificar alguns crimes relacionados ao transporte coletivo de passageiros; ● Identificar alguns tipos de contravenção penal relacionados ao transporte coletivo de passageiros. Estrutura do Módulo Esse módulo compreende as seguintes aulas: ● Aula 1 – Crimes de trânsito no transporte coletivo de passageiros ● Aula 2 – Contravenções e crimes penais no transporte coletivo de passageiros 56 Aula 1 – Crimes de trânsito no transporte coletivo de passageiros De acordo com o art. 291 aos crimes cometidos na direção de veículos automotores aplicam-se as normas gerais do Código Penal e do Código de Processo Penal: Art. 291. Aos crimes cometidos na direção de veículos automotores, previstos neste Código, aplicam-se as normas gerais do Código Penal e do Código de Processo Penal, se este Capítulo não dispuser de modo diverso, bem como a Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, no que couber. § 1º Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa o disposto nos arts. 74, 76 e 88 da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, exceto se o agente estiver: I - sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que determine dependência; II - participando, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística, de exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada pela autoridade competente; III - transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via em 50 km/h (cinqüenta quilômetros por hora). § 2º Nas hipóteses previstas no § 1º deste artigo, deverá ser instaurado inquérito policial para a investigação da infração penal. Algumas circunstâncias específicas agravam as penalidades dos crimes de trânsito, dentre elas, no caso o condutor no exercício da sua profissão ou atividade estiver conduzindo veículo de transporte de passageiros. Dentre os crimes de trânsito cometidos na direção de veículo automotor, destacam-se: 57 Homicídio Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor: Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. § 1º. No homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) à metade, se o agente: I - não possuir Permissão para Dirigirou Carteira de Habilitação; II - praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada; III - deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do acidente; IV - no exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo de transporte de passageiros. § 2º. Se o agente conduz veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência ou participa, em via, de corrida, disputa ou competição automobilística ou ainda de exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada pela autoridade competente: Penas - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. Lesão Corporal Art. 303. Praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor: Penas - detenção, de seis meses a dois anos e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) à metade, se ocorrer qualquer das hipóteses do § 1º do art. 302. 58 Deixar de Prestar Socorro Art. 304. Deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar imediato socorro à vítima, ou, não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de solicitar auxílio da autoridade pública: Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa, se o fato não constituir elemento de crime mais grave. Parágrafo único. Incide nas penas previstas neste artigo o condutor do veículo, ainda que a sua omissão seja suprida por terceiros ou que se trate de vítima com morte instantânea ou com ferimentos leves. Evadir-se do Local do Acidente Art. 305. Afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para fugir à responsabilidade penal ou civil que lhe possa ser atribuída: Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa. Conduzir Veículo Automotor com Capacidade Psicomotora Alterada Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência: Penas - detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. § 1º. As condutas previstas no caput serão constatadas por: I - concentração igual ou superior a 6 decigramas de álcool por litro de sangue ou igual ou superior a 0,3 miligrama de álcool por litro de ar alveolar; ou II - sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo Contran, alteração da capacidade psicomotora. § 2º. A verificação do disposto neste artigo poderá ser obtida mediante teste de 59 alcoolemia ou toxicológico, exame clínico, perícia, vídeo, prova testemunhal ou outros meios de prova em direito admitidos, observado o direito à contraprova. § 3º. O Contran disporá sobre a equivalência entre os distintos testes de alcoolemia ou toxicológicos para efeito de caracterização do crime tipificado neste artigo. Violar a Suspensão ou a Proibição de se Obter a Permissão ou a Habilitação Art. 307. Violar a suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor imposta com fundamento neste Código: Penas - detenção, de seis meses a um ano e multa, com nova imposição adicional de idêntico prazo de suspensão ou de proibição. Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre o condenado que deixa de entregar, no prazo estabelecido no § 1º do art. 293, a Permissão para Dirigir ou a Carteira de Habilitação. Este crime é consumado quando o condutor for flagrado na condução do veículo, estando impedido de dirigir, por estar penalizado administrativamente com a suspensão do direito de dirigir ou condenado por crime de trânsito. Dirigir Veículo Automotor sem a devida Permissão ou Habilitação Art. 309. Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Permissão para Dirigir ou Habilitação ou, ainda, se cassado o direito de dirigir, gerando perigo de dano: Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa. Este crime é consumado quando o condutor for flagrado na condução do veículo, em via pública, sem a devida permissão ou habilitação para dirigir, ou ainda se cassado este direito, gerando perigo de dano configurado pela condução com manobras irregulares, ultrapassagens forçadas e proibidas ou acidentes de trânsito, praticados com veículo automotor. Permitir, Confiar ou Entregar a Direção de Veículo Automotor Art. 310. Permitir, confiar ou entregar a direção de veículo automotor a pessoa não 60 habilitada, com habilitação cassada ou com o direito de dirigir suspenso, ou, ainda, a quem, por seu estado de saúde, física ou mental, ou por embriaguez, não esteja em condições de conduzi-lo com segurança: Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa. Trafegar em Velocidade Incompatível Art. 311. Trafegar em velocidade incompatível com a segurança nas proximidades de escolas, hospitais, estações de embarque e desembarque de passageiros, logradouros estreitos, ou onde haja grande movimentação ou concentração de pessoas, gerando perigo de dano: Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa. 61 Aula 2 – Contravenções e crimes penais no transporte coletivo de passageiros Contravenções penais – Lei nº 3.668/41 A Lei nº 3.688, de 3 de outubro de 1941, trata das Contravenções Penais, mas o que é a contravenção penal? Diferente do crime, a contravenção penal é um crime “menos grave”, sua pena é prisão simples de até 5 anos, sendo apenas ação penal incondicionada e a tentativa não é punível. Figura 13 - Crime x Contravenção Fonte: SCD/EaD/SEGEN Vamos verificar exemplos de Contravenções que podem estar relacionadas com o transporte coletivo: Das contravenções relativas à organização do trabalho 62 Art. 47. Exercer profissão ou atividade econômica ou anunciar que a exerce, sem preencher as condições a que por lei está subordinado o seu exercício. Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis. Ex.: Realizar transporte remunerado de pessoas sem a autorização do poder concedente. Das contravenções relativas à polícia de costumes Art. 61. Importunar alguém, em lugar público ou acessível ao público, de modo ofensivo ao pudor. Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. Ex.: Passar as mãos nas nádegas (apalpadela), usar órgão genital para tocar a outra, masturbar-se ejaculando em outra pessoa. Esses exemplos estão aparecendo com certa frequência no transporte coletivo de passageiros que permitem o transporte de passageiros em pé. Os estupros praticados contra a mulher, sejam tentados ou consumados, o criminoso recebe uma pena alta e sempre em regime fechado. No entanto, o ato de molestar uma mulher dentro do transporte nem sempre configura estupro. Hoje em dia, a legislação diz que não é necessário que um agressor tenha conjunção carnal com a vítima para que o crime de estupro seja configurado. Se a pessoa for forçada a tomar parte em um ato libidinoso, isso já pode ser entendido como estupro. Mas, dependendo das circunstâncias, muitos casos que acontecem no transporte público, como toques sem consentimento ou ejaculação, são tratados como contravenções penais, que têm punições muito menores. 63 Código Penal, Lei 2.848/40 O Código Penal Brasileiro foi criado em 7 de dezembro de 1940, formado por um conjunto de regras sistemáticas com caráter punitivo. Tem como fim a aplicação de sanções em concomitância à desestimulação da prática de delitos que atentam contra o tecido social. A principal função do Código Penal é a proteção dos bens jurídicos estabelecidos no Art. 5º caput da
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