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DO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE AULA 2 O ECA foi criado a partir das premissas estabelecidas pela nossa Constituição de 88. A nossa Constituição de 88 foi criada a partir da Convenção sobre os Direitos da Criança de 89. Por que Estatuto? Porque o Estatuto, em essência, ele veio para estatuir direitos e não para codificar comportamento Princípios e definições gerais do ECA No que consiste a doutrina da proteção integral? Crianças e adolescentes são verdadeiros sujeitos de direitos numa perspectiva de proteção integral, a integralidade dos seus direitos. Não são: objetos de tutela do Estado; não são objetos de tratamento como no Direito Penal indiferenciado, não são meros objetos de proteção como no Direito Tutelar. art. 1º: “Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente”. Princípios e definições gerais do ECA Crianças e adolescentes têm os mesmos direitos que os adultos? Sim, e outros mais, em razão de serem pessoas em estágio peculiar de desenvolvimento físico, psíquico e moral. Exemplo: direito de brincar. As crianças e os adolescentes têm o direito de brincar; direito a brincadeira, direito a diversão, porque brincar e se divertir é parte do desenvolvimento da personalidade humana. É o momento em que a criança e o adolescente emulam as relações sociais e aprendem a lidar com o outro. Brincar e se divertir, direito especial de criança e adolescente. Doutrina da proteção integral Abrangência plena e não discriminatória – Universalização dos direitos (inclusive à coletividade)/art. 3º. art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade. Garantidora de direitos – Direitos fundamentais (convivência familiar e comunitária). Garantismo penal (direito de liberdade). Devido processo legal. Privação da liberdade é exceção. Caráter – direito subjetivo da criança e do adolescente Poder decisório - Conjunto articulado de pessoas e instituições (Conselho Municipal, Conselho Tutelar, Ministério Público etc.)art. 70 Competência executória – Municipalização do atendimento Gestão –Cogestão com a sociedade civil, rede, democrática Pilares de sustentação da doutrina de proteção integral I) A criança como sujeito de direitos. II) Prioridade absoluta na prevenção, proteção e defesa dos direitos da criança e do adolescente. III) Princípio do superior interesse da criança e do adolescente. IV) Análise da criança como condição peculiar para o seu desenvolvimento. V) Municipalização do atendimento. O ECA é dividido em três sistemas de garantias, 1º, 2º e 3º, os quais são automaticamente acionados quando o anterior (ou os anteriores) não funciona(m). 1º Sistema de Garantia – Sistema amplo (metaindividual) para toda e qualquer criança (e não apenas as que estão em situação de risco). Ex: separação do conteúdo pornográfico numa banca de revista atende a toda e qualquer criança 2º Sistema de Garantia – Para crianças em situação de risco (art. 98 do ECA). Ex: acolhimento, matrícula escolar, tratamento contra uso de drogas. 3º Sistema de Garantia – Para crianças que, além do risco próprio, passam a colocar a sociedade em risco. É o sistema dos atos infracionais e das medidas socioeducativas para adolescentes que violem a Lei Penal (Direito Penal Juvenil). Postulado Normativo – De acordo com o doutrinador Humberto Ávila: os postulados normativos situam-se num plano distinto daquele das normas cuja aplicação estruturam. A violação deles consiste na não interpretação de acordo com sua estruturação (...) os postulados, de um lado, não impõem a promoção de um fim, mas, em vez disso, estruturam a aplicação do dever de promover um fim; de outro, não prescrevem imediatamente comportamentos, mas modos de raciocínio e de argumentação relativamente a normas que indiretamente prescrevem comportamentos (ÁVILA, 2006). Postulados Normativos Metaprincípios Princípios derivados – art. 100, ECA Melhor interesse da criança a) Proteção integral – art. 1º ECA b) Prioridade absoluta – art. 227, CF 1) condição da criança e do adolescente como sujeitos de direitos 2) Responsabilidade primária e solidária com o Poder Público 3) Privacidade 4) Intervenção Precoce 5) Intervenção Mínima 6) Proporcionalidade e atualidade 7) Responsabilidade Parental 8) Prevalência da família 9) Obrigatoriedade de informação 10) Oitiva obrigatória e participação Princípio da prioridade absoluta Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende: a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias; b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública; c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas; d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância e à juventude. Criança e adolescente como sujeitos de direito Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais. CF/1988 - Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010.) Princípios orientadores do direito da criança e do adolescente 1. Princípio da proteção integral – art. 1º 2. Princípio da prioridade absoluta – art. 4º 3. Princípio do melhor interesse 4. Princípio da prevenção especial 5. Princípio da indisponibilidade do direito da criança e do adolescente 6. Princípio da reeducação e da reintegração 7. Princípio da condição da criança e do adolescente como sujeitos de direitos 8. Princípio da responsabilidade primária e solidária do poder público Princípios orientadores do direito da criança e do adolescente 9. Princípio da privacidade 10.Princípio da intervenção precoce 11.Princípio da intervenção mínima 12.Princípio da proporcionalidade e atualidade 13.Princípio da responsabilidade parental 14. Princípio da prevalência da família 15. Princípio da obrigatoriedade da informação 16.Princípio da oitiva obrigatória e participação Disposições preliminares do ECA Fim social que o ECA se destina: garantia de direitos para crianças e adolescentes. Exigências do bem comum: aquilo que a sociedade entende como valores relevantes em dado momento histórico. Direitos individuai e coletivos: já que são titulares, são titulares de direitos individuais e coletivos, como por exemplo 78 incisos do artigo 5º da Constituição, além dos Direitos Fundamentais arrolados no próprio ECA. Condição peculiar da criança e do adolescente como pessoa em desenvolvimento físico, psíquico e moral, que goza de proteção integral, que goza de mais direitos que os adultos, como por exemplo o direito de brincar e se divertir, que fazem parte do desenvolvimento da personalidade do ser humano. Beleza? Conceito de criança e de adolescente Idade De 0 a 12 anos incompletos De 12 anos completos a18 anos incompletos A partir 18 anos completos Nomen Iuris Criança Adolescente Maior plenamente capaz Diferenças de tratamento entre criança e adolescente no ECA . Colocação em família substituta Crianças e adolescentes serão ouvidos A opinião da criança será considerada A opinião do adolescente tem a natureza de consentimento, com força vinculante Art. 28, ECA Medidas aplicáveis Pratica de ato infracional Às crianças, somente podem ser aplicadas medidas de proteção. Ao adolescente pode-se aplicar medida de proteção e/ou socioeducativa. Art. 98, ECA Estatuto da Juventude e sua relação com o ECA EC 65/2010 – art. 227, CF/1988 Estatuto da Juventude – EJ (Lei nº 12.852/2013) Art. 1º Esta Lei institui o Estatuto da Juventude e dispõe sobre os direitos dos jovens, os princípios e diretrizes das políticas públicas de juventude e o Sistema Nacional de Juventude - SINAJUVE. § 1º Para os efeitos desta Lei, são consideradas jovens as pessoas com idade entre 15 (quinze) e 29 (vinte e nove) anos de idade. § 2º Aos adolescentes com idade entre 15 (quinze) e 18 (dezoito) anos aplica-se a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente, e, excepcionalmente, este Estatuto, quando não conflitar com as normas de proteção integral do adolescente. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8069.htm Criança na primeira infância . • Lei 13.257/2016- Art. 2º Para os efeitos desta Lei, considera-se primeira infância o período que abrange os primeiros 6 (seis) anos completos ou 72 (setenta e dois) meses de vida da criança. Criança segundo a Convenção sobre Direitos da Criança . • Decreto 99710/1990 . Art. 1º - Para efeitos da presente Convenção considera-se como criança todo ser humano com menos de dezoito anos de idade, a não ser que, em conformidade com a lei aplicável à criança, a maioridade seja alcançada antes. Art. 28. A colocação em família substituta far-se-á mediante guarda, tutela ou adoção, independentemente da situação jurídica da criança ou adolescente, nos termos desta Lei. § 1 o Sempre que possível, a criança ou o adolescente será previamente ouvido por equipe interprofissional, respeitado seu estágio de desenvolvimento e grau de compreensão sobre as implicações da medida, e terá sua opinião devidamente considerada. § 2 o Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de idade, será necessário seu consentimento, colhido em audiência. Sujeitos e idades Criança – 0 a 12 incompletos Criança na primeira infância- o a 6 anos (primeiros 72 meses de vida) Adolescente – 12 anos completos e 18 anos incompletos Adolescente aprendiz – 14 anos completos Jovem-adolescente – 15 anos completos a 18 anos incompletos Jovem adolescente trabalhador –16 anos completos Jovem adulto – 18 anos completos a 30 anos incompletos Adulto – 30 anos completos a 59 anos incompletos Idoso – 60 anos completos Idoso com prioridade especial – 80 anos RESPONSABILIDADE PENAL JUVENIL FASES CARACTERÍSTICAS Indiferença (coisa). Direito Penal Indistinção, cárcere comum Natureza Cautelar, leis especiais, Código Mello Mattos e Código de Menores de 1979 Objetos de proteção, binômio (carência/delinquência, doutrina da situação irregular, prolação de direitos fundamentais, Febem) Proteção Integral – ECA Sujeito de direitos, direitos fundamentais, ato infracional – medidas socioeducativas (MSE) É possível reduzir a maioridade penal prevista no art. 228 da CF/1988? Argumentos desfavoráveis Argumentos favoráveis Direito Fundamental – Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) nº 939/DF IPMF (Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira) Fora do art. 5º da CF/1988 – podendo sofrer modificação pelo poder constituinte derivado Cláusula Pétrea Dupla Revisão – art. 60, § 4º, IV, CF/1988 Violação de tratados internacionais Regras de cada país. Vedação idade precoce – item 4.1 das Regras de Beijin Direito Comparado (Inglaterra) Direito Comparado (EUA e Japão) Proibição do retrocesso Point of no return Não pode dissociar da realidade STF (ADI 939/93) (...) parágrafo 2º desse dispositivo, que, quanto a tal tributo, não se aplica "o art. 150, III, "b" e VI", da Constituição, porque, desse modo, violou os seguintes princípios e normas imutáveis (somente eles, não outros): 1º – o princípio da anterioridade, que e garantia individual do contribuinte (art. 5º, § 2º, art. 60, §4º, inciso IV e art. 150, III, "b" da Constituição); 2º – o princípio da imunidade tributária recíproca (que veda à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios a instituição de impostos sobre o patrimônio, rendas ou serviços uns dos outros) e que é garantia da Federação (art. 60, § 4º, I, e art. 150, VI, “a”, da CF); 3º – a norma que, estabelecendo outras imunidades impede a criação de impostos (art. 150, III) sobre: "b"): templos de qualquer culto; "c"): patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; e "d"): livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão; 3. Em consequência, é inconstitucional, também, a Lei Complementar nº 77, de 13.07.1993, sem redução de textos, nos pontos em que determinou a incidência do tributo no mesmo ano (art. 28) e deixou de reconhecer as imunidades previstas no art. 150, VI, "a", "b", "c" e "d" da C.F. (arts. 3º, 4º e 8º do mesmo diploma, L.C. nº 77/1993).
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