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Fundamentos das Ciências Sociais

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Introdução à Antropologia Cultural de Moçambique
 Docente׃ Dr. Verde
Fundamentos das Ciências Sociais: introdução geral 
Conceito e constituição e desenvolvimento das CS
Ciências Sociais – é o conjunto de disciplinas que estudam o HOMEM através das suas relações com a sociedade e com a cultura. (MAY, 2001)
As CS estudam os aspectos sociais das diversas realidades humanas.
Objecto das Ciências Sociais 
Estudam tudo o que diz respeito às culturas humanas, sua história, suas realizações, seus modos de vida e seus comportamentos individuais e sociais;
Elas ajudam a identificar e compreender os diferentes grupos sociais, contextualizando seus hábitos e costumes na estrutura de valores que rege cada um deles.
Principais metodologias das ciências sociais
Os trabalhos realizados no âmbito das CS obedecem a uma metodologia própria, assente em dados qualitativos e quantitativos. 
Principais técnicas utilizados
As principais tecnicas utilizados: 
o inquérito; 
a entrevista; 
o questionário;
a análise documental; 
a observação directa;
a observação participante; e 
a estatística. 
Constituição e desenvolvimento das Ciências Sociais
Foi a partir do Séc. XVIII que as questões relacionadas com o HOMEM nas sociedade a merecer a atenção no campo cientifico, época em que surgem os 1ºs estudos sobre “a acção do Homem” no seio da sociedade, bem como sobre as suas relações com os seus semelhantes. Nesta época aparece a famosa EP (Rev. Ind)
Contudo, no Séc. XIX aparece Antropologia, Sociologia, CP e tantas outras influenciadas pelas teorias sobre a sociedade de filósofos da época, como Comte, Marx e de Spencer. 
No Séc. XX, as CS conheceram um amplo desenvolvimento, deixando de se circunscrever apenas a trabalhos de grande envergadura científica, para se democratizarem e descerem às escolas superiores e secundárias, passando a ser objecto de estudo dos alunos. 
O leque de disciplinas pertencentes às CS também se alargou, passando a compreender, para além das já citadas, a Psicologia, a Etnologia e a Geografia Humana. 
Embora sujeito a discussão, também é comum integrar-se nas CS e Humanas a História, a Filosofia e até as Ciências Jurídicas. 
Evolução tecnológica & Avanço das Ciências Sociais
Considera SANTOS (1989),  que hoje, a acelerada evolução tecnológica veio dar um incremento muito válido ao avanço das CS, ao permitir que os estudos empíricos se desenvolvam e se completem pelos meios quantitativos, daí surgindo verdadeiras teorias científicas sobre o comportamento do HOMEM como actor social.
Pluralidade e Diversidade das CS: uma contribuição para a epistemologia da ciência
O que é superstição? 
O que é ideologia?
O que é senso comum?
O que é ciência?
O que é conhecimento? 
O que é conhecimento científico?
O que diferencia o conhecimento científico da ideologia, da superstição e das pseudociências?
LAKATOS (1993), diz que homem sente sempre respeito pelo conhecimento e isso constitui uma de suas características mais peculiares.
Há mais de quatro séculos, a ciência vem progressivamente dominando o pensamento ocidental, suplantando outras formas de conhecer e de explicar a realidade (mistificação da ciência) o que gerou o seu contrário: “uma crítica à sua própria natureza”. 
A este propósito, recentemente afirmou ABRAMOVAY (2004׃10):
“A ciência retira sentido do mundo, já que faz dele um “cosmos de causalidade natural”, algo perfeitamente explicável e, portanto, desprovido de mistério. 
Ao mesmo tempo, a ciência se caracteriza exactamente pela impossibilidade de uma visão única, completa, acabada a respeito dos fenómenos que estuda: é provisória por definição e, portanto, é aí que reside exactamente sua força, que consiste sempre em ser superada por novos avanços”.
A demarcação entre ciência e pseudociência não é apenas de ordem filosófica, tem também importância ético-política e epistemológica (Ianni, 2001). 
No plano-ético, critica-se o seu significado social e político, denunciando-se as consequências do desenvolvimento científico e tecnológico em relação à qualidade de vida. 
Enfatiza-se aqui a impotência da ciência frente aos dilemas e problemas do homem e sua busca de felicidade e realização. 
“O conhecimento científico tanto pode promover a criação como a destruição de forças sociais, a riqueza dos indivíduos e das nações, assim como fomentar as desigualdades e a pobreza”. (Ianni, 2001). 
Portanto, cabe ao cientista social declarar guerra a qualquer forma ou versão de dogmatismo, no sentido de que o pesquisador esteja atento para não assumir, como base de suas análises da realidade, paradigmas fechados e auto-suficientes. 
A exigência é de uma postura aberta e crítica.
No plano epistemológico, são discutidos os padrões de análise científica actualmente em uso nas ciências sociais. 
Em primeiro lugar, as noções de certeza e determinação, estabelecidas nas ciências exactas (naturais) e incorporadas nas ciências sociais, têm sido cada vez mais criticadas. 
Da mesma forma que a natureza e diversidade de objectos de estudo das ciências sociais sugere a busca de novas estratégicas teórico-metodológicas, impõe-se também uma reflexão mais aprofundada sobre a cientificidade dos discursos produzidos por estas ciências.
Roptura das ciencias sociais com o senso comum
A permeabilidade das ciências sociais a interpretações naturalistas, individualistas assim como a influências etnocentristas é descrita e são dados exemplos práticos de como se podem observar a influência destas correntes em explicações de conhecimento de senso comum, as quais o autor desconstrói e demonstra poderem ser explicadas pelo social.
O investigador das ciências sociais está também integrado na sociedade pelo pode também ser induzido em explicações etnocentristas por exemplo que prejudicam a investigação. 
Por outro lado as ciências sociais são também influenciadas por domínios ideológicos e doutrinários do poder constituído.
Para tal, Santos (1990) dá-nos instrumentos metodológicos de construção do conhecimento cientifico nas ciências sociais, através dos princípios de pesquisa social:
1º Relativizar os fenómenos humanos e considerar no estudo e análise o contexto sócio-histórico e os factores tempo/lugar como elementos determinantes;
2º Relacionar todos os factos, em sistemas de relações recíprocas que sejam verificáveis empiricamente;
3º Questionar e problematizar todos os conhecimentos adquiridos ( senso comum, ideologias e a própria ciência).
Etimologia e Conceito de Antropologia
 
Etimologia da palavra Antropologia 
Antropologia 
De origem grego “Anthropos” 
Anthropos – homem
Logia – estudo, ciência 
Conceito de Antropologia
O que vem a ser a Antropologia?
A antropologia não é senão um certo olhar, um certo enfoque que consiste no estudo do homem inteiro, o estudo do homem em todas as sociedades, sob todas as latitudes em todos os seus estados e em todas as épocas (LAPLANTINE, 2007,p.16).
A antropologia não é apenas o estudo de tudo que compõe uma sociedade. 
Fonte׃ https://www.google.com
Consiste, portanto, no reconhecimento e no conhecimento, juntamente com a compreensão de uma humanidade plural. 
Isso supõe ao mesmo tempo a ruptura com a figura da monotonia do duplo, do igual, do idêntico [...]. 
A abordagem antropológica provoca, assim, uma verdadeira revolução epistemológica, que começa por uma revolução do olhar (LAPLANTINE, 2007,p.22). 
Antropologia Cultural
MARTINEZ (2003), entende por antropologia cultural o estudo sistematico do homem e de suas actividades e comportamentos.
Antropologia cultural – estuda todas a sociedades humanas (a nossa inclusive), ou seja, das culturas da humanidade como um todo em suas diversidades históricas e geográficas (LAPLANTINE, 2007,p.20).
Uma breve incursão sobre a história da Antropologia
A reflexão do homem sobre o homeme sua sociedade, e a elaboração de um saber são, portanto, tão antigos quanto a humanidade, e se deram tanto na Ásia como na África, na América, na Oceânia ou na Europa. 
No entanto, apenas no final do século XVIII é que começa a se constituir um saber científico que toma o “homem como objecto de conhecimento”, e não mais “a natureza”; (LAPLANTINE, 2003,p.13)
Mas o projecto de fundar uma ciência do homem – uma antropologia – é, ao contrário, muito recente. 
Fontes׃ https://www.google.com/searc
As sociedades estudadas pelos primeiros antropólogos são sociedades longínquas às quais são atribuídas as seguintes características: 
Sociedades de dimensões restritas; 
Que tiveram poucos contactos com os grupos vizinhos; 
Cuja tecnologia é pouco desenvolvida em relação à nossa; 
Nas quais onde há uma menor especialização das actividades e funções sociais. 
Antropologia Cultural conheceu o seu desenvolvimento de facto no século XX , quando Franz Boas publicou o seu artigo “The Limitation Of Comparative Method in Antropology” (As Limitações do método comparativo em Antropologia), no qual refutou o método evolucionista e defendeu a necessidade do estudo histórico do desenvolvimento de cada sociedade.
 
Com isso formulou as bases de abordagens teóricas que foram denominadas de “Particularismo Histórica”, que caracteriza a chamada “Escola Americana”, segundo a qual cada cultura segue os seus próprios caminhos em função dos diferentes eventos históricos que enfrentou. 
Tal pensamento avesso a qualquer tipo de hierarquização das sociedades humanas, foi extremamente coerente com o seu posicionamento politico. 
Franz Boas se notabilizou por uma ferrenha disposição de lutar contra qualquer forma de racismo.
A escola cultural americana foi responsável pela valorização do Trabalho de Campo. 
As sociedades dos observadores do Homem do Século XVIII já estimulavam viagens/expedições
As diferenças culturais passam a ser a chave para o entendimento da grande diversidade das sociedades humanas. 
Tornam-se obsoletas os instrumentos dos frenólogos e das craniometristas. 
Não é mais a diversidade óssea que pode explicar porque os homens são diferentes , mas, sim, os seus costumes, as suas muitas maneiras de ver o mundo
Mais uma parte do corpo teórico dos seguidores de Boas apareceu.
 O postulado da unidade biológica da espécie humana, contrastando com a grande diversidade cultural, já tinha sido formulado 400 anos a.C. 
Por exemplo, Confúcio afirmou o seguinte׃
“a natureza dos homens é a mesma, são os seus hábitos que os mantem separados” 
E Edward Tylor (1971), afirmou que “Tudo o que o homem faz não depende de uma transmissão genética, mas sim, do facto de pertencer a uma sociedade” 
O posicionamento utilizado pelos antropólogos foi denominado “Relativismo Cultural”, este que refutou as posições generalizadoras, como as que se referem aos padrões universais de estética, de moral, de direito, etc..e a comportamentos que o senso comum considera serem determinados por instintos biológicos.
 
Com referência a estes últimos, Kroeber (1917), afirma que o homem age somente de acordo com os seus padrões culturais e que os seus instintos foram parcialmente anulados pelo longo processo evolutivo por que passou. 
Tentativa de atribuição de um objecto à Antropologia Cultural 
A antropologia acaba, portanto, de atribuir-se um objecto que lhe é próprio: “o estudo das populações que não pertencem à civilização ocidental”. 
No entanto, após ter firmado seus próprios métodos de pesquisa – no início do século XX – a antropologia percebe que o objecto empírico que tinha escolhido (as sociedades “primitivas” está desaparecendo; pois o próprio universo dos “selvagens” não é de forma alguma poupado pela evolução social.
Verdadeiro Objecto de Estudo da Antropologia Cultural
Como ciência do biológico e do cultural, a antropologia tem seu objecto de estudo definido: “o homem e suas obras”. 
O objecto da antropologia engloba as formas físicas primitivas e actuais do homem e suas manifestações culturais. 
Interesse da Antropologia Cultural 
Interessa-se, preferencialmente, pelos grupos simples, culturalmente diferenciados, e também pelo conhecimento de todas as sociedades humanas, letradas ou ágrafas, extintas ou vivas, existentes nas várias regiões da Terra. 
A antropologia se interessa por entender e explicar as diferenças e semelhanças, por exemplo, entre brancos e negros; línguas diversificadas; a indumentária do índio e do não-índio etc. 
Objectivo da Antropologia
A Antropologia tem objectivo bastante amplo. 
Visa o homem como expressão global bio+psico+cultural, isto é, à compreensão da existência humana.
Divisões do Campo da Antropologia
Antropologia Física
Estuda a natureza física ou biológica do homem, procurando conhecer suas origens e evolução, sua estrutura anatómica, seus processos fisiológicos e as diferentes características raciais das populações humanas, antigas e modernas. 
 
Por sua vez a Antropologia Física
subdivide –se em: 
Paleontologia Humana (palaios = antigo; Onto=ser; logos=estudo); 
Somatologia (Soma=corpo humano; logos=estudo); 
Raciologia (raça=etnia; logos, estudo); 
Antropometria (anthropos=homem; logos=estudo); 
A somatólogos recentemente, ampliou seu campo de estudo, no sentido de conhecer as diferenças grupais relacionadas aos índices de crescimento e a outros aspectos correlatos: alimentação, exercícios físicos, maturidade sexual etc, levando a ser chamado por Estudos Comparativos do Crescimento
Antropologia Cultural
Abrange o estudo do homem como ser produtor de cultura. 
Investiga as culturas humanas no tempo e no espaço, suas origens e seu desenvolvimento, suas semelhanças e diferenças. 
Tem foco de interesse voltado para o conhecimento do comportamento cultural humano, adquirido por aprendizado, analisando em todas as suas dimensões. 
Subdivide-se em: 
Métodos e técnicas de investigação em Antropologia 
Método Etnográfico
Fonte׃ https://conceito.de/etnografia
Fonte׃ https://conceito.de/etnografia
Método etnográfico
O método etnográfico é especifico da disciplina antropológica, sendo composto de técnicas e de procedimentos de colectas de dados associados a uma prática do trabalho de campo a partir de uma convivência mais ou menos prolongada do(a) pesquisador(a) junto ao grupo social a ser estudado.
Se desenvolve por seguintes técnicas׃
A observação directa – é uma técnica privilegiada para investigar os saberes e as práticas na vida social e reconhecer as acções e as representações colectivas na vida humana. 
Trabalho de campo – não se inventa a cultura (inventar no sentido de desnaturalizar) para o outro sem contra inventar a cultura para si.
Interpretação – se dá pela conjugação desses dois elementos (subjectivo e objectivo)

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