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Ètica e filosofia

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Livro Eletrônico
Aula 00
Noções Básicas de Ética e Filosofia p/ SEDUC-MT (Professor de Educação Básica)
Professor: Sergio Henrique
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 Princípios da ética e da filosofia. 
Prof. Sérgio Henrique. 
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SUMÁRIO 
00. Bate papo inicial. Pág. 02 
1. Consciência crítica e filosófica. Pág. 03 
2. Fundamentos da filosofia. Pág. 04 
3. Ética, cidadania e democracia. Pág. 12 
4. Contratualistas: Hobbes, John Locke e J. J. 
Rousseau. 
Pág. 21 
5. Exercícios Propostos. Pág. 40 
6. Considerações finais. Pág. 75 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Princípios da ética e da filosofia. 
Prof. Sérgio Henrique. 
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00. BATE PAPO INICIAL. 
Olá querido amigo concurseiro. Está tentando ingressar no 
serviço público, uma área que atrai por várias razões: Tanto pela 
estabilidade e possibilidades de progressão na carreira quanto pelo 
viés cidadão de ocupar uma vaga de um cargo importante para a 
sociedade. São várias as motivações pelas quais você está tentando. 
Um salário melhor, estabilidade para cuidar da família ... enfim. São 
muitas coisas. E elas devem te acompanhar a todo o momento em 
sua preparação. É onde você encontrará motivação nas horas mais 
difíceis, quando até mesmo podemos ter a ideia absurda de desistir. 
A motivação é o combustível necessário para a sua preparação. 
Motivação associada à disciplina de estudos é a chave do sucesso. 
Motivação, Disciplina e Estratégia. É o tripé do sucesso e 
estou aqui com a equipe Estratégia Concursos para levá-lo ao 
sucesso e alcançar seus objetivos. Vamos logo, pois não temos tempo 
a perder. Nosso tempo é valioso. Mas fique tranquilo. O nosso 
conteúdo tem uma quantidade razoável de assuntos, mas que 
distribuídos em um bom número de aulas, conseguiremos estudar 
tudo, bem detalhadamente, então pode conter a ansiedade. Tudo vai 
correr bem e foi devidamente distribuído para que você possa 
alcançar seu almejado sucesso. Leia e releia suas aulas. Faça e refaça 
seus exercícios. A repetição é a mãe do aprendizado. A memorização 
deve vir da repetição dos exercícios e do acúmulo das leituras. É a 
melhor forma de memorizar o conteúdo. Aos poucos e através da 
repetição. Caso você já domine o conteúdo teórico pode concentrar-
se na resolução de exercícios. Para avaliações que demandam 
resultado a prática de questões é imprescindível e se tiver que 
priorizar alguma atividade, que seja a resolução e o estudo dos 
exercícios, mas lembre-se: o ideal é um ciclo completo: Leitura da 
teoria e prática dos exercícios. 
Vamos lá, é um convite para os estudos! 
 
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 Princípios da ética e da filosofia. 
Prof. Sérgio Henrique. 
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1. CONSCIÊNCIA CRÍTICA E FILOSÓFICA. 
A palavra ciência vêm do latim scientia e significa 
conhecimento. Consciência quer dizer com conhecimento. A 
consciência crítica relaciona-se com o conhecimento sobre o eu e o 
mundo, ou seja, a consciência-reflexão sobre si mesmo e a 
consciência-atenção sobre o outro. A busca da compreensão do 
outro, chamamos de alteridade e do autoconhecimento 
interioridade. São as duas grandes dimensões da consciência. A 
consciência crítica também está relacionada ao pensar com o uso da 
razão em busca do conhecimento, no entanto, para que isso ocorra é 
importante termos a disposição à transformação e a pensar diferente, 
pois a crítica nos leva constantemente a aperfeiçoar nosso 
pensamento. Também não podemos associar comportamentos à 
“natureza das coisas”, como por exemplo: o homem que construiu a 
sociedade e existem diferenças sociais – ricos e pobres- “por que é 
assim o mundo”. É um pensamento que vai totalmente na contramão 
do pensamento crítico. Para podermos desenvolver a consciência 
crítica (ou senso crítico), é necessário observarmos a sociedade e 
perceber que ela é produto da construção humana no decorrer da 
História. Como produto da construção humana, podemos ver também 
como o resultado dos interesses humanos. Se mudam os interesses, 
a sociedade também pode mudar. Esta visão é diretamente ligada à 
consciência crítica, que constantemente analisa e critica a realidade e 
reflete sobre possíveis mudanças. 
Crítica vem do latim criticus (arriscado, perigoso, analisar) e 
também há uma palavra latina crinein (separar e julgar). Então 
podemos tentar definir e compreender o que é crítica: Ela separa 
ideias, analisa e julga, decide e opina, põe tudo em dúvida e 
através da razão busca distinguir entre o que é verdadeiro e o 
que é falso. Nossa consciência crítica age como nosso tribunal 
mental. A consciência crítica vem da dialética: 
 
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 Princípios da ética e da filosofia. 
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Praticando: 
1. (Ufu) A dialética de Hegel 
a) envolve duas etapas, formadas por opostos encontrados na 
natureza (dia-noite, claro-escuro, frio-calor). 
b) é incapaz de explicar o movimento e a mudança verificados tanto 
no mundo quanto no pensamento. 
c) é interna nas coisas objetivas, que só podem crescer e perecer em 
virtude de contradições presentes nelas. 
d) é um método (procedimento) a ser aplicado ao objeto de estudo 
do pesquisador. 
 
Resposta: 
[C] 
 
Temos a dialética aristotélica, hegeliana e marxista. Uma 
bebe da influência da outra, mas o que há em comum é a ideia 
de que a dialética é o movimento gerado pelas contradições 
existentes nas próprias coisas e na ideia de que o homem 
transforma o mundo e vice e versa. 
 
2. FUNDAMENTOS DA FILOSOFIA. 
A filosofia é uma busca da verdade através do uso da razão. A 
filosofia surgiu na Grécia antiga e Tales de Mileto é considerado seu 
pai. Outros gregos são seus principais formuladores: Sócrates, Platão 
e Aristóteles. A consciência filosófica é construída a partir da 
consciência critica e o oposto da consciência filosófica é o senso 
comum. 
 
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 Princípios da ética e da filosofia. 
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Praticando: 
 
1. (Ueg 2013) A ciência desconfia da veracidade de nossas certezas, 
de nossa adesão imediata às coisas, da ausência de crítica e da falta 
de curiosidade. Por isso, onde vemos coisas, fatos e acontecimentos, 
a atitude científica vê problemas e obstáculos, aparências que 
precisam ser explicadas. 
 
CHAUI, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2003. p. 218. 
 
Com base na afirmação precedente pode-se afirmar que: 
a) a ciência, ao contrário do senso comum, é um conhecimento 
objetivo, quantitativo e generalizador, que se opõe ao caráter 
dogmático e subjetivo do senso comum. 
b) a ciência domina o imaginário contemporâneo. Isso significa que, 
cada vez mais, confiamos no testemunho de nossos sentidos que 
promovem uma adesão acrítica à realidade dada. 
c) a ciência existe para confirmar nossas certezas cotidianas, 
utilizando um pensamento assistemático que despreza o trabalho da 
razão. 
d) a rigor, a ciência complementa o senso comum, mas banindo os 
obstáculos e problemas observados por nossa percepção imediata das 
coisas. 
 
Resposta: 
[A] 
 
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Em geral, a ciência estabelece um método de pesquisa 
racional que busca a construção coletiva de conhecimentos 
refletidos e seguros sobre a variedade da natureza, e, 
também, de conhecimentos esclarecedoressobre os 
fenômenos que nos parecem familiares. Sendo assim, a 
ciência possui uma base racional fundante a qual todo homem 
pode ter acesso e, desse modo, todos podem participar. Ela 
possui, além disso, como objeto de pesquisa a perplexidade do 
homem perante a variância de alguns fenômenos naturais e a 
permanência de outros, e como objetivo da pesquisa 
harmonizar estas diferenças em equilíbrios dinâmicos através 
de conceitos e sistemas de conceitos justificados da melhor 
maneira possível, isto é, pela construção de experimentos 
controlados e avaliações imparciais. 
 
A Filosofia está mais ligada a busca, do que a aceitação dos 
conhecimentos dados no mundo. Ela pode justificá-los de alguma 
forma, ou derrubá-los com o poder de um ciclone. A filosofia 
etimologicamente (o estudo das palavras) é um termo grego que vem 
união de philos – amor, e sophia – sabedoria. Daí o filósofo seria 
aquele que ao pé da letra possui “amor à sabedoria”, ou “amizade 
pelo saber”. O primeiro a usar tal termo, de acordo com os registros 
conhecidos, foi o filósofo e matemático Pitágoras (esse mesmo, que 
você estudou no ensino fundamental em matemática: a soma dos 
quadrados dos catetos é igual à soma do quadrado da hipotenusa), 
não por se considerar um shofos (sábio), mas simplesmente por ser 
alguém que ama e busca a sabedoria. Porém qualquer leitor exigente 
não se contentará com uma definição simples para tentar descrever 
algo tão complexo – se é possível. A filosofia pressupõe uma 
constante disponibilidade às indagações, na busca de um 
conhecimento humano mais profundo, mas para tanto segue um 
rigoroso método e baseia-se fundamentalmente em conceitos. 
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Para Platão e Aristóteles a principal virtude do filósofo é 
admirar-se com o óbvio e questionar as verdades dadas. 
Observe o quadro abaixo. 
 
 
É a obra de arte “Academia de Atenas”, de Rafael Sânzio, um 
pintor renascentista. Observe ao centro o destaque para Platão, que 
aponta para cima, em referência ao mundo das ideias, e ao seu lado 
seu discípulo Aristóteles, apontando para a terra uma referência a 
sua ideia de concretude da existência. Cada um dos homens 
representa um sábio da antiguidade. É uma construção artística que 
reuniu os principais pensadores gregos de diferente épocas e lugares 
– essa escola não existiu. 
Para o filósofo italiano Antônio Gramsci “Não se pode pensar em 
nenhum homem que não seja também filósofo, que não pense, 
precisamente, porque o pensar é próprio do homem como tal”. 
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(O pensar é um ato humano e a filosofia é própria do homem). O 
filosofo alemão Imannuel Kant disse que “não é possível aprender 
qualquer filosofia (...) só é possível aprender a filosofar”. 
 
Praticando: 
1. (Upe 2013) A filosofia, no que tem de realidade, concentra-se na 
vida humana e deve ser referida sempre a esta para ser plenamente 
compreendida, pois somente nela e em função dela adquire seu ser 
efetivo. 
 
VITA, Luís Washington. Introdução à Filosofia, 1964, p. 20. 
 
Sobre esse aspecto do conhecimento filosófico, é CORRETO afirmar 
que 
a) a consciência filosófica impossibilita o distanciamento para avaliar 
os fundamentos dos atos humanos e dos fins aos quais eles se 
destinam. 
b) um dos pontos fundamentais da filosofia é o desejo de conhecer as 
raízes da realidade, investigando-lhe o sentido, o valor e a finalidade. 
c) a filosofia é o estudo parcial de tudo aquilo que é objeto do 
conhecimento particular. 
d) o conhecimento filosófico é trabalho intelectual, de caráter 
assistemático, pois se contenta com as respostas para as questões 
colocadas. 
e) a filosofia é a consciência intuitiva sensível que busca a 
compreensão da realidade por meio de certos princípios estabelecidos 
pela razão. 
 
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Resposta: 
[B] 
 
A filosofia, para cumprir o seu intuito de explorar o real, 
não pode afastar-se do homem, pois afinal o real é verbalizado 
somente pelo homem. A filosofia é a insistência no ato 
reflexivo e, nesse sentido, ela não é exatamente um 
conhecimento, mas sim um saber compulsivo sobre si mesmo, 
um reconhecimento recorrente das próprias capacidades de 
conhecer do homem. 
_________________________________________________ 
Do Mito ao Logos (razão): O surgimento da filosofia: 
 
O Pensamento mitológico surgiu de uma tentativa de explicar o 
mundo à sua volta. A complexidade da natureza e da sociedade 
fizeram os primeiros sábios a tentar explicar questões importantes 
como: Por que envelhecemos? Como surgiu a Physis – natureza? 
Qual a origem dos homens? O mito como tentativa de explicação tem 
origem intuitiva. Vem da necessidade humana de explicações e 
do desejo de afugentar a insegurança diante do desconhecido. 
A explicação mitológica, não se baseia na razão, mas antes de tudo, 
sustenta-se pela fé na ideia da existência de forças superiores, 
sobrenaturais que estabelecem modelos exemplares de conduta aos 
humanos. 
A tentativa de explicação do surgimento do universo através de 
explicações míticas chamamos cosmogonia. 
 
Razão e verdade: 
 
São as ideias que nortearam a filosofia desde o filósofo grego 
Sócrates. Elas nos sugerem o gosto pelo pensar melhor, através do 
uso da razão e através dos constantes questionamentos buscando 
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chegar à verdade. O uso da razão humana de modo a desnudar o véu 
da ignorância e derrubar ideias e comportamentos, e se for o caso, 
para a busca da essência por trás das aparências. A própria ideia de 
verdade provocava debates acalorados na antiguidade. Alguns 
filósofos gregos, como os filósofos sofistas, relativizavam a verdade e 
defendiam que diferentes pontos de vista trariam também diferentes 
verdades, pensamento totalmente oposto ao de Sócrates que 
acreditava que através da razão e da indagação poderíamos destilar o 
conhecimento até chegar na essência que seria a verdade. Acreditava 
numa verdade e moral superior e absoluta. A explicação do mundo 
pela razão é a cosmologia. 
 
Cosmogonia é a tentativa de explicação da natureza e da existência 
através do mito. Estão presentes nas epopeias de Homero (Ilíada e 
Odisseia) e Virgílio (O trabalho e os dias). 
 
Cosmologia é a busca da explicação da natureza e da existência 
através do logos, ou seja, do pensamento racional. Está nos escritos 
dos pré-socráticos, que procuravam a origem e a natureza dos 
cosmos através do Logos. 
 
Pré-socráticos: verdade relativa 
Sócrates: verdade é absoluta 
 
Grécia: o berço da civilização e da filosofia ocidental: 
 
O Homem sempre existiu como ser pensante, mas o 
pensamento organizado em busca da verdade das coisas e pelo amor 
ao conhecimento na busca de viver e pensar melhor, surgiu na Grécia 
Antiga. É o berço da filosofia, pois lá surgiram os primeiros 
pensadores que consideramos filósofos, e do fruto destes 
pensamentos surgiu um modelo de organização de sociedade e visão 
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sobre o mundo. A sociedade ocidental deve suas principais 
formas de organização política, social, princípios matemáticos 
e técnicos, além de uma visão em quea razão tem destaque, 
aos pensadores do mundo grego. 
Sempre que nos referimos aos grandes pensadores gregos é 
sempre recorrente à nossa mente o trio de grandes filósofos 
Sócrates, Platão e Aristóteles, além de matemáticos como Pitágoras, 
Thales e Ptolomeu. Não podemos esquecer de destacar Arquimedes. 
No atual mundo ocidental devemos aos gregos à noção inicial de 
democracia e participação popular na polis - a cidadania. Uma 
visão de mundo racional e antropocêntrica (tendo o homem como 
princípio fundamental das análises), uma concepção estética baseada 
nos padrões gregos de simetria e equilíbrio, o teatro e também os 
jogos olímpicos. 
As cidades-estados gregas (a pólis grega) eram totalmente 
independentes umas das outras seja politicamente, militarmente ou 
economicamente. Até em termos religiosos eram autônomas pois 
cada uma cultuava um deus principal. Estas cidades eram bem 
diferentes das atuais e eram muito mais interconectadas com a zona 
rural. A elite grega era uma aristocracia agrária, composta por 
poderosos proprietários rurais escravistas, que desprezavam o 
trabalho manual. Para os gregos antigos o trabalho retirava a 
dignidade humana reduzindo o homem à condição de animal. 
Entre os gregos era comum a noção de que o ócio é fundamental e 
necessário para a execução das faculdades intelectuais e dignidade 
humana. O escravo e o trabalhador braçal eram profundamente 
desprezados e alvo de preconceitos. Havia uma grande valorização da 
ideia, da reflexão, da política e da arte, mas um profundo desprezo e 
aversão aos trabalhos manuais. O espaço urbano grego ficava na 
acrópole (ou cidade alta) em que estavam os principais prédios 
públicos e templos religiosos como o templo à Atenas, Artêmis ou o 
Oráculo de Delfos. Ficava na cidade o mercado municipal e a 
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ágora, a praça pública. A elite ociosa (vivia no ócio) de Atenas 
passava um longo tempo na Ágora e no Mercado público em 
discussões políticas e filosóficas, questões caras aos homens 
atenienses da época. A política tinha um caráter central naquilo que 
os gregos consideravam importante, ao ponto de que o cidadão que 
não participava ou não demonstrava interesse pela vida política da 
polis era muito mal vistos e sofriam preconceitos. 
Cada um dos sábios gregos desse período procurava entender 
os princípios fundadores da existência e todo o cosmos (cosmologia), 
uma busca de uma compreensão racional da natureza e da 
existência. 
 
3. ÉTICA, CIDADANIA E DEMOCRACIA. 
Ética: 
A palavra ética é derivada do grego éthos, que significa caráter, 
índole, maneira de ser de uma pessoa ou de uma comunidade, que se 
adquire e desenvolve ao longo da existência. Seu primeiro significado 
estava ligado à ideia de morada. A ética é a área do conhecimento 
filosófico que se dedica a refletir sobre as ações humanas em relação 
à vida de cada um e à vida em comunidade. Diz respeito às ações 
refletidas, nas quais se pensa e sobre as quais se decide de 
acordo com o temperamento e caráter de quem executa. Os 
gregos antigos tinham uma outra palavra que muito se aproximava, 
éthos da qual se originou o termo moral, tendo por sentido 
“costume”, “uso” “hábito”. Logo remete-se a ações que não são 
refletidas pelos indivíduos, por serem orientados por costumes e 
hábitos do cotidiano compartilhado pelos membros de determinada 
comunidade. 
Para pensarmos a ética podemos utilizar a ideia de Aristóteles, 
de que a ação humana depende do pensamento e só agimos 
quando pensamos. Para esse filósofo a ação humana é algo natural 
baseado no caráter, que é definido pelo temperamento. O 
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 Princípios da ética e da filosofia. 
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temperamento é o modo como cada um tempera os quatro elementos 
básicos (quente, frio, seco e úmido) e os quatro humores (sangue, 
fleuma, a bílis amarela e a negra), na qual esses elementos se 
misturam havendo a predominância de um sobre os demais dando 
assim origem ao caráter (sanguíneo, fleumático, colérico e 
melancólico). 
Para Aristóteles o ser humano é dotado de apetite e desejo, 
sendo que usa da racionalidade para direcionar essas características a 
ações que o dará prazer. O apetite se equivale a uma paixão 
(passividade) algo que vai em oposição a ação (atividade), logo a 
ética é o meio que utilizamos para evitarmos o vício 
(desmedida) e assim atingirmos a virtude (equilíbrio) 
conquistada pelo exercício da prudência e da moderação. 
Segundo Aristóteles, o uso da racionalidade é o meio pelo qual 
seremos felizes. Seu pensamento afirma que o papel da ética é o 
de ensinar bons costumes baseados no bom caráter. Por não 
nascermos virtuosos ou viciosos, é papel da ética melhorar nossas 
práticas e deve ser parte de nossos hábitos. Para o desenvolvimento 
da cidadania e da democracia a ética é fundamental, e assim para a 
construção de uma sociedade melhor. A ética corresponde também à 
maneira como o homem deseja construir e realizar plenamente sua 
existência no planeta e garantir a sobrevivência e bem-estar das 
gerações futuras. 
 
Comportamento ético do cidadão e do servidor são essenciais 
para a construção da cidadania e democracia. 
Em nossa próxima aula iremos estudar os princípios da filosofia 
moral e iremos fazer a distinção entre ética e moral. Enquanto isso, 
vejo o artigo sobre o tema no blog do Estratégia concursos. Vai 
ajudar na compreensão do assunto: 
https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/moral49897-2/ 
 
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 Princípios da ética e da filosofia. 
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Praticando: 
 
1. Trasímaco estava impaciente porque Sócrates e os seus amigos 
presumiam que a justiça era algo real e importante. Trasímaco 
negava isso. Em seu entender, as pessoas acreditavam no certo e no 
errado apenas por terem sido ensinadas a obedecer às regras da sua 
sociedade. No entanto, essas regras não passavam de invenções 
humanas. 
 
RACHELS. J. Problemas da filosofia. Lisboa: Gradiva, 2009. 
 
 
O sofista Trasímaco, personagem imortalizado no diálogo A 
República, de Platão, sustentava que a correlação entre justiça e ética 
é resultado de 
a) determinações biológicas impregnadas na natureza humana. 
b) verdades objetivas com fundamento anterior aos interesses 
sociais. 
c) mandamentos divinos inquestionáveis legados das tradições 
antigas. 
d) convenções sociais resultantes de interesses humanos 
contingentes. 
e) sentimentos experimentados diante de determinadas atitudes 
humanas. 
 
Resposta: 
[D] 
 
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O sofista Trasímaco defendia a ideia de que não haveria 
uma concepção ideal de justiça nos homens. Para ele, a justiça 
não seria, portanto, algo universal, mas resultado de regras 
aprendidas socialmente pelos homens. A sociedade e a justiça 
são construídas pelo homem. Tal visão é diametralmente 
diferente da concepção platônica de justiça (a crença na 
justiça ideal e superior). 
 
2. (Unisc 2012) Na obra de Aristóteles, a Ética é uma ciência prática, 
concepção distinta da de Platão, referida a um tipo de saber voltado à 
ação. Na Ética a Nicômaco, Aristóteles destaca uma excelência moral 
determinante para a constituição de uma vida virtuosa. 
Esta excelência moral tão importante é 
a) a coragem. 
b) a retórica. 
c) a verdade. 
d) a prudência ou moderação. 
e) Nenhuma das alternativas anteriores está correta.Resposta: 
[D] 
 
A ética aristotélica é uma reflexão específica sobre os 
costumes. Este trabalho de Aristóteles é extremamente 
inovador, pois Platão nunca tratou os costumes desta 
maneira. Diferentemente de Aristóteles, Platão investiga 
alguns costumes específicos, mas não fala especificamente 
deles. Na República, por exemplo, ele critica a religião da 
cidade, mas isto simplesmente porque a religião da cidade 
fornece um modelo ruim de deuses irracionais, ou seja, Platão 
não está preocupado com o costume religioso, mas com o fato 
de a religião se mostrar ser um princípio político que 
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fundamentaria mal o costume. Já Aristóteles investiga 
justamente o costume e o procedimento através do qual um 
bom costume é estabelecido – a religião e a teologia já não 
são uma preocupação de Aristóteles. Não por outro motivo, a 
prudência é extremamente importante para o discípulo de 
Platão, quer dizer, o que importaria seriam as preleções em 
política pelas quais o sujeito toma consciência da variedade 
das ações que os homens realizam, e passa a escolher e 
justificar de maneira racional as suas próprias. 
_________________________________________________ 
Democracia: 
O conceito democracia surgiu na Grécia Antiga por volta do 
século V a.C. Seu significado deriva junção dos termos Demo (povo) 
e Kratos (governo) originando a palavra Demokratía (Governo do 
Povo), termo na qual representa a ideia de soberania popular e 
distribuição igualitária do poder. Para compreensão do significado de 
Democracia devemos sempre relacioná-lo a um período histórico e a 
uma sociedade de referência, pois democracia nunca foi algo 
homogêneo na história social. Em muitos momentos a garantia de 
direitos, o exercício da democracia e a cidadania foram exclusividades 
de homens brancos, de proprietários de terras, pessoas com altas 
rendas, homens letrados, ou por hereditariedade, não sendo 
expandida para todos os indivíduos. É o que ocorria no berço do 
conceito: A Grécia clássica. 
 
A Democracia Ateniense: 
Na Grécia, a polis era entendida ao mesmo tempo como cidade 
e como comunidade política. Justamente este segundo sentido que 
remetia às ideias basilares de cidadania, já que, nas cidades-estados 
gregas, eram os próprios membros das comunidades políticas que 
estabeleciam suas leis e escolhiam seus governantes. Nesta 
perspectiva, a cidadania em Atenas se concretizava a partir da 
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participação ativa dos cidadãos na vida e nas decisões da cidade. 
Tinham direitos de participar da política homens com mais de 18 
anos, filhos de atenienses nascidos em Atenas e soldados nos 
conflitos. Esses detinham a Isonomia (igualdade diante das Leis). 
Estrangeiros eram considerados como bárbaros (não gregos) por isso 
não tinham direitos e consequentemente não eram considerados 
cidadãos e não participavam do exercício da democracia. 
 
Praticando: 
 
1. (Ufpa 2012) Tendemos a concordar que a distribuição isonômica 
do que cabe a cada um no estado de direito é o que permite, do 
ponto de vista formal e legal, dar estabilidade às várias modalidades 
de organizações instituídas no interior de uma sociedade. Isso leva 
Aristóteles a afirmar que a justiça é “uma virtude completa, porém 
não em absoluto e sim em relação ao nosso próximo” 
 
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo: Abril Cultural, 1973, p. 
332. 
 
De acordo com essa caracterização, é correto dizer que a função 
própria e universal atribuída à justiça, no estado de direito, é 
a) conceber e aplicar, de forma incondicional, ideias racionais com 
poder normativo positivo e irrestrito. 
b) instituir um ideal de liberdade moral que não existiria se não 
fossem os mecanismos contidos nos sistemas jurídicos. 
c) determinar, para as relações sociais, critérios legais tão universais 
e independentes que possam valer por si mesmos. 
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d) promover, por meio de leis gerais, a reciprocidade entre as 
necessidades do Estado e as de cada cidadão individualmente. 
e) estabelecer a regência na relação mútua entre os homens, na 
medida em que isso seja possível por meio de leis. 
 
Resposta: 
[E] 
 
Segundo Aristóteles, a justiça não é uma virtude 
completa em absoluto, existindo somente na relação do 
homem com seu próximo. Sendo assim, ela acontece mediante 
a obediência às leis e através da boa relação dos homens 
entre si. Isso está afirmado somente na alternativa [E], sendo 
esta, por isso, a única correta. 
 
2. (Ueg) Para os gregos da Antiguidade, a palavra “idiota” era usada 
para representar o cidadão que não se preocupava com a vida política 
da cidade-estado. Portanto, de acordo com essa acepção grega, 
poderia ser considerado um “idiota” 
a) o filósofo Sócrates, que afirmava que a verdadeira sabedoria 
estava em reconhecer que “tudo que sei é que nada sei”. 
b) o general Alexandre, o Grande, que, tendo sido aluno de 
Aristóteles, pretendia dominar militarmente todo o mundo conhecido. 
c) o habitante da Polis, portador de direitos políticos, que ignorava os 
discursos e as decisões tomadas durante os debates públicos 
ocorridos na Ágora. 
d) os escravos, os estrangeiros, as mulheres e as crianças, que não 
tinham direito à cidadania, ao voto ou à voz na assembleia. 
 
Resposta: 
[C] 
 
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Somente a alternativa [C] é correta. O “idiota” é 
justamente o cidadão (homem adulto e livre) que não exerce 
seu dever de atuação política na Ágora. A participação política 
era essencial ao homem grego e negligenciá-la era visto 
negativamente. 
 
A forma de participação política em Atenas antiga é chamada 
de Democracia Direta, onde os cidadãos intervinham diretamente 
nas questões públicas participando diretamente dos debates e 
votações nos assuntos que envolviam os interesses dos cidadãos em 
relação ao Estado, como, por exemplo, a criação de leis ou de 
impostos. Nesse modelo de democracia não havia interferência de 
terceiros. 
 
A pirâmide demonstra a estrutura social na Atenas antiga. 
Podemos perceber que uma minoria podia participar e ser 
considerada cidadã. 
 
CIDADÃO - é um indivíduo que convive em sociedade - grupo de 
indivíduos entre os quais existem relações recíprocas. É o habitante 
da cidade, é aquele que está no gozo de seus direitos civis e políticos 
de um Estado, ou no desempenho de seus deveres para com este. O 
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cidadão ao ter consciência e exercer seus direitos e deveres para com 
a pátria está praticando a cidadania. 
 
CIDADANIA - Qualidade de uma pessoa que possui, em uma 
determinada comunidade política, o conjunto de direitos civis e 
políticos. 
 
 
Cidadania e direitos: 
Diferentemente da Grécia e Roma antiga, no decorrer da Idade 
Moderna mais precisamente em meados do século XVII, princípios 
como o de individualismo e liberalismo político passaram a nortear 
novas concepções sobre direitos, visando não somente a busca por 
igualdade e sim também por liberdade, o que influenciou diretamente 
na organização do Estado e das dinâmicas sociais. Entre os séculos 
XIV e XVIII oEstado Nacional europeu era absolutista, ou seja, todos 
os poderes concentravam-se no soberano e não existia cidadania. 
Nesse contexto histórico surgiu o pensamento iluminista cuja a 
principal questão política fundamentava-se na limitação do poder do 
Soberano (governante que se confundia com o próprio Estado) e a 
ampliação das liberdades individuais, como o direito à propriedade 
privada e a garantia de defender-se judicialmente. 
As explicações e propostas de organização do Estado e de 
exercício da cidadania foram elaboradas por pensadores que 
defendiam a ideia da existência de um estado de natureza humano, 
por isso a necessidade da existência de um contrato social. 
 
Estado de Natureza: Momento em que os homens compartilham do 
direito de agir como desejam, em razão de não haver limitação legal 
contrária a isso. 
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Contrato Social: ideia de acordo entre os membros de um grupo, 
pelo qual reconhecem a autoridade, igualdade sobre todos, de um 
conjunto de regras, de um regime político ou de um governante. 
 
4. CONTRATUALISTAS: HOBBES, JOHN LOCKE E J. J. 
ROUSSEAU. 
 
Thomas Hobbes 
(1588-1679) 
John Locke 
(1632-1704) 
Jean-Jacques 
Rousseau 
(1712-1778) 
 
Hobbes: 
Os homens, quando em estado de natureza, tendem a agir 
pela força e pela violência para conseguir o que desejam — o que 
acaba provocando a guerra de todos contra todos. Por isso, para 
disciplinarem a si mesmos e garantirem seu bem-estar, seria 
necessário firmar um contrato social, regulado por uma autoridade 
soberana (monarca). Esse poder absoluto, no entanto, não se 
justifica pelas teorias do direito divino dos reis, mas sim pela 
transferência dos direitos dos indivíduos ao soberano. É em nome 
desse contrato social que o poder deve ser exercido, e não para a 
realização da vontade pessoal do governante. 
 
Praticando: 
 
1. (Vunesp 2014) A China é a segunda maior economia do mundo. 
Quer garantir a hegemonia no seu quintal, como fizeram os Estados 
Unidos no Caribe depois da guerra civil. As Filipinas temem por um 
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atol de rochas desabitado que disputam com a China. O Japão está 
de plantão por umas ilhotas de pedra e vento, que a China diz que 
lhe pertencem. Mesmo o Vietnã desconfia mais da China do que dos 
Estados Unidos. As autoridades de Hanói gostam de lembrar que o 
gigante americano invadiu o México uma vez. O gigante chinês 
invadiu o Vietnã dezessete. 
 
(André Petry. O Século do Pacífico. Veja, 24.04.2013. Adaptado.) 
 
A persistência histórica dos conflitos geopolíticos descritos na 
reportagem pode ser filosoficamente compreendida pela teoria 
a) iluminista, que preconiza a possibilidade de um estado de 
emancipação racional da humanidade. 
b) maquiavélica, que postula o encontro da virtude com a fortuna 
como princípios básicos da geopolítica. 
c) política de Rousseau, para quem a submissão à vontade geral é 
condição para experiências de liberdade. 
d) teológica de Santo Agostinho, que considera que o processo de 
iluminação divina afasta os homens do pecado. 
e) política de Hobbes, que conceitua a competição e a desconfiança 
como condições básicas da natureza humana. 
 
Resposta: 
[E] 
 
Para Hobbes o homem vive em desconfiança e 
competição. Sem o Estado (defendeu o absolutismo) a vida 
humana seria curta e pobre. Os países representam no texto 
este estado permanente de competição e desconfiança dos 
homens, considerando que o Estado é produto humano. 
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John Locke: 
 
O poder soberano deve permanecer nas mãos dos cidadãos, 
que são os melhores juízes de seus próprios interesses. Cabe ao 
governante retribuir a delegação de poderes, garantindo a todos os 
direitos individuais: segurança jurídica e propriedade privada. 
Para Locke, o princípio da maioria é fundamental para o 
funcionamento das instituições políticas democráticas e das leis: 
devem valer para todos. Por isso, a elaboração das leis deve estar a 
cargo de representantes escolhidos pelo povo, que exerceriam o 
papel de legisladores no interesse da maioria: o regime político 
proposto por Locke é, portanto, uma democracia representativa. 
 
Praticando: 
 
1. (Ufu 2007) O pensamento político de John Locke contém uma 
teoria da cidadania que anuncia certos aspectos da filosofia do século 
XVIII. Pela anuência à vida civil e pela confiança que deposita no 
poder público, o indivíduo se faz cidadão. Incorporando-se livremente 
ao corpo político, cada um participa de sua gestão: alcança assim a 
dignidade política. 
Acerca do pensamento de Locke, considere o texto acima e marque a 
alternativa correta. 
a) Um governante que usa, à margem da lei, a força contra os 
interesses de seus súditos destrói sua própria autoridade. O súdito 
tem o direito a resistir-lhe. 
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b) O contrato tem a finalidade de instituir a vida ética no seio do 
Estado. 
c) Locke afirma que o contrato emerge da base material da 
sociedade, independentemente das decisões dos indivíduos. 
d) A transferência de poder torna-se irrevogável após o contrato, 
porque a soberania é ilimitada e absoluta. 
 
Resposta: 
[A] 
 
Segundo a teoria liberal de John Locke, o governante 
deve zelar pelos direitos naturais de seus súditos, como o 
direito à propriedade e o direito à vida. Na medida em que 
contrariar esses direitos, a autoridade do governante sobre 
seus súditos é perdida e, portanto, a resistência a essa forma 
de governo se torna legítima. 
_______________________________________________________ 
 
Rousseau: 
A desigualdade causada pela existência da propriedade privada 
seria a causadora de todos os males que assolam o ser humano. 
Diante disso, em um contrato social que visasse melhor convivência 
entre os indivíduos seria preciso definir a questão da igualdade e do 
comprometimento entre todos. Se a vontade individual é particular, a 
do cidadão (que vive em sociedade e tem consciência disso) deve ser 
coletiva, devendo haver interesse no bem comum. 
A participação política é, então, ato de deliberação pública, que 
organiza a vontade geral e traduz os elementos comuns a todas as 
vontades individuais. Este seria, portanto, o núcleo do conceito de 
democracia. 
O autor afirma que a democracia só pode existir se for 
diretamente exercida pelos cidadãos, sem representação política, 
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pois a vontade geral não pode ser representada, mas exercida 
diretamente. 
 
Praticando: 
 
1. (Ufu 2001) Podemos afirmar que 
 
I. segundo Rousseau, os indivíduos aceitam perder a liberdade civil; 
aceitam perder a posse natural para ganhar a individualidade civil, 
isto é, a cidadania. 
II. para Hobbes, o soberano é o povo, entendido como vontade geral, 
pessoa moral coletiva livre e corpo político de cidadãos. 
III. para Locke, o poder está fundamentado nas instituições políticas 
e não no arbítrio dos indivíduos. 
 
Assinale 
a) se apenas II e III estiverem corretas. 
b) se apenas I e II estiverem corretas. 
c) se apenas I e III estiveremcorretas. 
d) se I, II e III estiverem corretas. 
 
Resposta: 
[C] 
 
Somente a afirmativa II está incorreta. Esta apresenta 
um argumento rousseauniano, e não hobbesiano acerca da 
soberania. Para Hobbes, o soberano está relacionado ao poder 
do Estado, e não do povo. 
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Outra perspectiva de contribuição para compreender a 
organização do Estado e do exercício da cidadania, foi elaborada pelo 
pensador francês Charles-Louis de Secondat, mais conhecido como 
Montesquieu (1689-1755). Defendeu o princípio de que a igualdade 
democrática é algo muito difícil de garantir, propõe um sistema que 
estabeleça limites aos que estão administrando o poder do 
Estado e assim garantir a liberdade dos indivíduos (A lei e o 
contrato social garantem a liberdade) Em seu livro “O Espírito das 
Leis”, Montesquieu propõe a divisão do sistema administrativo em 
três poderes: 
 
1- Legislativo: Tem por objetivo fiscalizar o poder Executivo, criar e 
votar leis em instancias relativas ao municipal, estadual e federal. 
Ex.: proibição de fumar em local fechado, Lei Maria da Penha, 
reconhecimento do casamento homo afetivo ou então votar um 
processo de impeachment. 
 
2 – Executivo: governar a nação e administrar aquilo que é público. 
Ex.: implementação da CPMF, escolha de ministros, sancionar ou 
vetar uma lei. 
 
3- Judiciário: julgar a base das regras constitucionais e leis criadas 
pelo legislativo. 
Ex.: Tempo de pena de prisão a um condenado, arquivar um 
processo. 
 
A democracia para Montesquieu seria garantida pelo equilíbrio entre 
os três poderes, esses que assegurariam a liberdade dos individuais. 
 
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Praticando: 
 
1. É verdade que nas democracias o povo parece fazer o que quer; 
mas a liberdade política não consiste nisso. Deve-se ter sempre 
presente em mente o que é independência e o que é liberdade. A 
liberdade é o direito de fazer tudo o que as leis permitem; se um 
cidadão pudesse fazer tudo o que elas proíbem, não teria mais 
liberdade, porque os outros também teriam tal poder. 
 
MONTESQUIEU. Do Espírito das Leis. São Paulo: Editora Nova 
Cultural, 1997 (adaptado). 
 
A característica de democracia ressaltada por Montesquieu diz 
respeito 
a) ao status de cidadania que o indivíduo adquire ao tomar as 
decisões por si mesmo. 
b) ao condicionamento da liberdade dos cidadãos à conformidade às 
leis. 
c) à possibilidade de o cidadão participar no poder e, nesse caso, livre 
da submissão às leis. 
d) ao livre-arbítrio do cidadão em relação àquilo que é proibido, 
desde que ciente das consequências. 
e) ao direito do cidadão exercer sua vontade de acordo com seus 
valores pessoais. 
 
Resposta: 
[B] 
 
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É certo que a liberdade da sociedade democrática é 
justificada pela sua limitação designada pela constituição da 
lei, porém a grande questão passa, então, a ser: qual é o 
conteúdo da lei? Se a democracia é um regime fundado sobre 
o valor da liberdade, então como a própria lei poderia livrar-se 
desse condicionamento primordial? O que Montesquieu 
estabelece é a necessidade de a lei ser a limitação da licença 
de se fazer tudo aquilo que não esteja de acordo com a 
racionalidade do espírito da lei. 
_________________________________________________ 
 
Direito e Cidadania na contemporaneidade: 
A partir da emergência e consolidação das duas grandes 
Revoluções Burguesas, a Francesa e a Industrial, na Europa do século 
XIX surgem novas propostas de explicação e organização social 
referentes à Democracia, Direito e Cidadania, essas foram elaboradas 
através do confronto de princípios políticos ligados ao Liberalismo e 
ao Socialismo. 
O liberalismo foi uma doutrina política e econômica que, em 
suas formulações originais, postulava a limitação do poder estatal 
em benefício da liberdade individual. Esse sistema converteu-se, 
desde o final do século XVIII, na ideologia da burguesia em sua luta 
contra as estruturas que se opunham ao livre jogo das forças 
econômicas e à participação da sociedade na direção do Estado. 
Sendo assim, defende a limitação dos poderes governamentais, 
buscando a proteção dos direitos econômicos, políticos, religiosos e 
intelectuais dos indivíduos. Para os liberais, a liberdade depende 
da menor interferência possível do Estado e das leis. 
 
Autores Liberais: 
a) Benjamin Constant: em seu livro A liberdade dos antigos 
comparada com a dos modernos, afirma que a liberdade dos 
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modernos é garantida através dos direitos civis e políticos garantidos 
pelo Estado, enquanto para os antigos a liberdade se torna 
impraticável pois a liberdade se dá por meio da participação direta na 
elaboração das leis. 
 
b) Alexis de Tocqueville e John Stuart Mill: defendem a organização 
da uma sociedade liberal por meio da Democracia representativa. 
Esse tipo de democracia é garantida por indivíduos que tem a 
capacidade de se autogovernar. 
A Democracia representativa defendida por esses autores tem por 
característica: 
 Voto (sufrágio universal). 
 Soberania popular. 
 Representantes políticos. 
 Participação indireta, periódica e formal dos cidadãos por meio 
das instituições eleitorais. 
 Representação entre os poderes. 
 Respeito às leis. 
 Livre manifestação de pensamento. 
 Cidadania. 
 
Praticando: 
 
1. (Ufal 2010) A vida social requer regras e tradições. Há renovações 
políticas, desacordos, transgressões, mas a ética deve alimentar a 
convivência e a construção de valores que transcendam a 
desigualdade entre as pessoas. Nessa perspectiva, a conquista da 
cidadania é: 
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a) fundamental para criar condições de convivência social equilibrada 
e incentivar movimentos de solidariedade. 
b) generalizada nas sociedades democráticas modernas, mas tem os 
limites impostos pela economia capitalista, predominante no mundo 
contemporâneo. 
c) marcada pela luta política, tendo como base as ideias da 
modernidade, que rompem com os ideais do mundo greco-romano. 
d) indispensável para o crescimento das liberdades sociais que 
existiram, de forma ampla, nas sociedades do século XX. 
e) ligada ao fim dos governos autoritários, embora suas propostas 
tenham-se afirmado apenas com a globalização da economia. 
 
Resposta: 
[A] 
 
O conceito de cidadania surgiu na Grécia Clássica, sendo 
retomado com o surgimento dos Estados Nacionais e com o 
pensamento iluminista. Atualmente, esse conceito é 
amplamente valorizado e está relacionado com a concepção de 
solidariedade. Entretanto, ainda não se verifica uma 
generalização da cidadania em âmbito mundial. Exemplo disso 
são os crimes contra os Direitos Humanos e a falta de 
reconhecimento a diversos povos que ainda lutam por uma 
autonomia política. Da mesma forma, a relação entre 
cidadania, capitalismo e globalização não é livre de tensões. 
_______________________________________________________ 
 
Direitos civis, políticos, sociais e humanos: 
O britânico e sociólogo Thomas Humphrey Marshall (1893-
1981) ao analisar a história dos direitosem seu país percebeu três 
ondas sucessivas (universal) da consolidação dos direitos. Essa onda 
segue o seguinte movimento cronológica: 
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Direito Civil Direito Político Direito Social 
 
Esses direitos estão constantemente sendo construídos, pois 
as relações humanas estão sempre estabelecendo novos 
parâmetros na qual exigem a reformulação ou criação de 
novos direitos, o que nos leva buscar mais liberdade, garantias e 
melhorias coletivas. A elaboração de Marshall não perde de vista os 
Direitos Humanos, já que esses direitos são exercidos de formas 
indivisíveis. 
 
Direitos Civis: diz respeito à liberdade dos indivíduos e na existência 
da justiça e das leis. Referem-se à garantia de ir e vir, de escolher o 
trabalho, de se manifestar, de se organizar, de ter respeitada a 
inviolabilidade do lar e da correspondência, de não ser preso e não 
sofrer punição a não ser pela autoridade competente e de acordo com 
a legislação vigente. 
Esses direitos surgiram no decorrer da Revolução Gloriosa 
(Inglaterra 1689) na qual através da aprovação do Bill of 
Rights (declaração de direitos) proibia-se que um monarca católico 
voltasse a governar o país, além de eliminar a censura política 
reafirmando o direito exclusivo do Parlamento em estabelecer 
impostos e o direito de livre apresentação de petições. A declaração 
ainda garantiu ao parlamento a organização e manutenção do 
exército, tirando qualquer possível margem de manobra política e 
institucional possível do monarca. 
 
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Direitos políticos: referem-se à participação do cidadão no governo 
da sociedade e consistem no direito de fazer manifestações políticas, 
de se organizar em partidos, sindicatos, movimentos sociais, 
associações, Ongs e de votar e ser votado. 
O surgimento dos Direitos Políticos se deu a partir do século 
XIX principalmente na Inglaterra. Trabalhadores ligados a produção 
industrial passaram a se organizar por meio de mecanismos 
democráticos buscando melhores condições de trabalho e 
participações nas decisões políticas. Essas organizações deram 
origem aos sindicatos e partidos políticos, lutando para fazer valer 
seus direitos trabalhistas e participativos. Esse movimento recebeu o 
nome de Cartismo. Nesse mesmo século ocorre na Inglaterra o 
aumento dos preços e dos impostos, fato na qual levou com que a 
população reivindicasse a diminuição dos impostos e a reforma no 
Parlamento. Essa reforma parlamentar satisfez a burguesia, mas 
não trouxe benefícios aos trabalhadores. Em 1836, alguns operários 
agruparam-se, formando a "Associação dos Operários", que 
continuava a luta pelo sufrágio universal. Em 1837, a associação 
redigiu a "Carta ao Povo" (daí o nome cartista, de carta), contendo 
seis pontos de reivindicação: 
1- Sufrágio universal. 
2- Igualdade dos distritos eleitorais. 
3- Supressão do censo. 
4- Eleições anuais. 
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5- Voto secreto. 
6 - Pagamento aos deputados do Parlamento. 
 
O fato dos trabalhadores ingleses se organizarem e expor suas 
reivindicações proporciona o surgimento dos direitos políticos. 
 
Exemplos do exercício dos direitos políticos: 
Exercício do voto, ser membro de um Partido Político, Parada Gay. 
 
 
 
 
Direitos sociais: diz respeito ao atendimento das necessidades 
básicas do ser humano, como alimentação, habitação, saúde, 
educação, trabalho, salário justo, aposentadoria. 
 
As duas Charges acima representam a falta da garantia de direitos 
sociais básicos. Na primeira charge no momento em que uma das 
duas crianças responde que não chegará aos 16 anos, ela expõe a 
falta de segurança. Já na segunda demonstra que a constituição 
garante o direito à moradia, porém, a realidade dos cidadãos não 
condiz com seu direito social básico. 
 
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Direitos Humanos: são direitos inerentes a todos os seres 
humanos, independentemente de raça, sexo, nacionalidade, etnia, 
idioma, religião ou qualquer outra condição. Os direitos humanos 
incluem o direito à vida e à liberdade, à liberdade de opinião e de 
expressão, o direito ao trabalho e à educação, entre e muitos outros. 
Todos merecem estes direitos, sem discriminação. 
A Frase de Hannah Arendt pensadora e intelectual alemã expõe 
a fundamentação dos direitos humanos. 
 
 
 
Contexto: Surgiu após a 2° Guerra Mundial 
 
Causas que levaram ao surgimento dos Direitos Humanos: 
 Surgimento do sistema político Nazifascista na Europa. 
 Fim das liberdades civis, políticas e sociais. 
 Intolerâncias étnicas, sociais, religiosas e de gênero. 
 Holocausto. 
 Experiências científicas com humanos. 
Após o termino da segunda guerra mundial visando pôr fim a 
qualquer tipo de sistema de governo que viesse a repetir os horrores 
dessa guerra, diversas nações se reuniram e através da ONU 
(Organização das Nações Unidas), aprovaram em 10 de dezembro de 
1948 a Declaração Universal do Direitos Humanos, leis que são 
universais e irrevogáveis que tem por objetivo: 
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1- Garantir o direito à vida e a dignidade de cada pessoa. 
2 – Garantir a liberdade e a igualdade de todos. 
3– Garantir os direitos das “minorias” reconhecendo a pluralidade 
como meio de combater ações discriminatórias e privilégios de alguns 
grupos. 
4– Combater universalmente as Intolerâncias, as injustiças e 
desigualdades. 
5– Proporcionar o diálogo entre os países e impedir conflitos entre 
eles por questões políticas, econômicas ou culturais. 
 
Declaração Universal dos Direitos Humanos: 
 
Adotada e proclamada pela resolução 217 A (III) da Assembleia Geral 
das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948. 
Artigo I - Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e 
direitos. São dotadas de razão e consciência e devem agir em relação 
umas as outras em espírito de fraternidade. 
Artigo II - Toda pessoas tem capacidade para gozar os direitos e as 
liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer 
espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou 
de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou 
qualquer outra condição. 
Artigo III - Toda pessoa tem o direito de ser, em todos os lugares, 
reconhecida como pessoa perante a lei. 
Artigo VII -Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer 
distinção, a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a 
presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal 
discriminação. 
 
Expansão dos direitos humanos 
A expansão dos Direitos Humanos foi garantida através de tratados 
entre as Nações ligadas a ONU após sua criação. 
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Exemplos: 
 - Convenção para a Preservação e a Repressão do Crime de 
Genocídio (1948). 
- Convenção Internacional sobre a Eliminação de todas as Formas de 
Discriminação Racial (1965). 
- Convenção sobre a eliminação de Todas as Formas de Discriminação 
contra as Mulheres (1979). 
- Convenção sobreos Direitos da Criança (1989). 
- Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (2006). 
 
As garantias proporcionadas pelos direitos humanos garantem a 
manutenção dos demais direitos, estabelecendo uma constante luta 
por igualdade e liberdade. 
 
A constituição de 1988: 
 
1988 (promulgada): Nossa atual constituição é chamada cidadã 
pois amplia o sentido de cidadania garantindo além da liberdade de 
expressão e organização política, 
direitos sociais como acesso educação 
e saúde pública, gratuita e de 
qualidade. Foi promulgada no 
contexto da redemocratização do 
Brasil, pós ditadura militar. 
 
 Contra a arbitrariedade do 
Estado (O Estado deve seguir a 
lei e proteger o indivíduo). 
 Proibição da pena de morte 
e da tortura (decorrente do 
primeiro ponto). 
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 Direitos do cidadão. Todos têm direitos que devem ser 
respeitados pelo Estado: direito à liberdade individual, de poder 
mudar o governo, de receber assistência social do Estado 
em saúde, educação, moradia e aposentadoria, livre 
manifestação de suas ideias através de partidos e 
organizações da sociedade civil. 
 
 Igualdade de gênero (entre homens e mulheres). 
 Proteção ao índio. 
 Fim da censura. 
 Racismo é crime. 
 Voto para os analfabetos, e opcional aos 16 anos. 
 Eleição em 2 turnos. 
 Equilíbrio e independência dos 3 poderes. 
 
Duas constituições foram promulgadas em um contexto de 
redemocratização: a de 1946 (após a ditadura varguista do “Estado 
Novo”) e a de 1988 (após a ditadura militar) 
 
O estado brasileiro após a redemocratização: 
Com a redemocratização o pais tem passado por uma lenta 
transformação. Durante o governo Sarney foi realizada a constituinte 
que culminou com a possibilidade legal de uma grande ampliação da 
cidadania. A constituição deu a base legal para a ampliação da 
cidadania dá margem hoje a possibilidade da existência do estatuto 
da criança e do adolescente, do idoso, das leis sobre transparência 
pública, responsabilidade fiscal, ampliação da cidadania quanto a 
possibilidade de participação nas decisões do Estado, o chamado 
“controle social” público do Estado, uma nova noção de ampliação 
da participação cidadã. O reconhecimento do casamento homo 
afetivo por exemplo e do aborto são discussões morais e bioéticas 
que cada vez mais há uma tendência do Estado a permitir e ampliar 
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direitos individuais e respeitar as minorias. A lei Maria da Penha é 
consenso da maioria dos especialistas dentro de polêmicos debates 
que é um enorme avanço na cidadania e direitos sociais pois uma 
democracia avançada protege minorias e as mulheres são protegidas 
de violência. 
 
 
 Consciência crítica. 
- Interioridade (conhecimento do eu) e alteridade (conhecimento do 
outro). 
- A consciência crítica surge da dialética (a relação entre o homem e 
o mundo. O homem transforma o mundo e o mundo transforma o 
homem, num movimento constante= movimento dialético). 
 Consciência filosófica. 
- Nasce do conhecimento crítico e do pensamento racional. 
- Busca da verdade pela razão. Crítica e reflexão sobre o eu e o 
mundo. 
- Seu oposto é o senso comum. 
 Heranças gregas: democracia, cidadania, racionalismo, 
antropocentrismo, teatro e jogos olímpicos. A elite grega 
desprezava os trabalhos manuais e valorizavam o ócio. 
 Cosmogonia = explicações míticas x Cosmologia = 
explicações racionais. 
 Ética: ações refletidas, nas quais se pensa e sobre as quais se 
decide de acordo com o temperamento e caráter de quem 
executa. A ciência do agir melhor. Regramentos. 
 Cidadania: pleno gosto dos direitos políticos, civis e sociais. O 
cidadão tem direitos e deveres. 
- Grécia: Filhos de pai e mãe ateniense e que cumpriram serviço 
militar. 
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- Isonomia (direitos iguais). 
- Democracia direta. 
- Pensadores contratualistas (a sociedade é um contrato social): 
Thomas Hobbes, John Locke e Rousseau. 
- Montesquieu divisão dos poderes (evitar a tirania): executivo, 
legislativo e judiciário. 
 Democracia: 
 Grega direta x atual representativa. Voto (sufrágio universal), 
Soberania popular, representantes políticos, participação 
indireta, periódica e formal dos cidadãos por meio das 
instituições eleitorais, Representação entre os poderes. 
Respeito às leis, Livre manifestação de pensamento, Cidadania. 
 Direitos civis, políticos, sociais e humanos (surgiram nesta 
ordem através de grandes movimentações históricas.) 
 Brasil: 1988 a constituição cidadã. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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5. EXERCÍCIOS PROPOSTOS. 
 
1. (Uern) Cidadania e cidadão são palavras que vêm do latim 
“civitas”. O termo indicava a convivência das pessoas que 
participavam das decisões sobre os rumos da sociedade. 
(Cotrim, Gilberto. 1955. História Global – Brasil e Geral. Volume 
único. 8ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2005. p. 81.) 
 
A história cumpre o papel de educar as novas gerações com 
concepções, ideias e informações consideradas válidas, adequadas ou 
corretas, segundo consensos mínimos que vão se construindo nas 
gerações anteriores e se legitimando ao longo do tempo. O conceito e 
a prática de cidadania são exemplos disso. Acerca do sentido atual do 
conceito de cidadania e do papel da história na construção desse 
conceito, assinale a afirmativa correta. 
a) Ao longo do século passado, através das mudanças sociopolíticas 
ocorridas principalmente no Brasil, o conceito de cidadania se 
destituiu totalmente do sentido social, passando a ser um ato 
puramente individual. 
b) Ser cidadão hoje é apenas estar em dia com suas obrigações 
eleitorais, mantendo-se informado sobre os pleitos e os trâmites das 
eleições, já que a palavra cidadania é sinônimo de “política” enquanto 
forma de governo. 
c) Na atual conjuntura, a partir de discussões constantes e uma 
educação mais intensa e democrática, o termo cidadania ganha um 
sentido mais amplo de participação na vida social e, principalmente, 
de legitimidade de direitos e deveres. 
d) A partir dos conceitos históricos que vão sendo deflagrados a cada 
período e em cada cultura específica, o conceito de cidadania perde o 
sentido inicial e passa a ser sinônimo de condição socioeconômica, ou 
seja, o cidadão e quem detém poder. 
 
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2. (Unioeste 2015) No Brasil, ainda são elevados os índices de 
violência e desigualdades de direitos entre homens e mulheres. 
Alguns estudos de gênero defendem a necessidade de analisarmos, 
com mais propriedade, a situação das mulheres e demais grupos 
subalternizados, social e cientificamente. Sobre os temas ligados aos 
estudos de gênero, assinale a afirmativa INCORRETA. 
a) Debater o tema da cidadania das mulheres é também analisar um 
processo que envolve a participação das mulheres na esfera pública e 
no mercado de trabalho, marcada por inclusões e exclusões que vêm 
desde o século XVIII. 
b) No âmbito teórico, os movimentos feministas, ao entrarem na 
academia e ao fazerem crítica às categorias de análise, produziram o 
conceito de gênero. 
c) Quandose fala em estudos de gênero, se pensa na igualdade de 
direitos entre mulheres e homens, e, em alguns casos, em 
reivindicações por atendimentos especiais às mulheres. 
d) As políticas públicas, consideradas em sua variedade e alcance, 
são um importante instrumento para a concretização dos objetivos 
das mulheres. 
e) O problema da violência contra a mulher no Brasil foi solucionado 
com a promulgação da Lei Maria da Penha. 
 
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O cartum evidencia um desafio que o tema de inclusão social impõe 
às democracias contemporâneas. Esse desafio exige a combinação 
entre 
a) participação política e formação profissional diferenciada. 
b) exercício da cidadania e políticas de transferência de renda. 
c) modernização das leis e ampliação do mercado de trabalho. 
d) universalização de direitos e reconhecimento das diferenças. 
e) crescimento econômico e flexibilização dos processos seletivos. 
 
4. Não nos resta a menor dúvida de que a principal contribuição dos 
diferentes tipos de movimentos sociais brasileiros nos últimos vinte 
anos foi no plano da reconstrução do processo de democratização do 
país. E não se trata apenas da reconstrução do regime político, da 
retomada da democracia e do fim do Regime Militar. Trata-se da 
reconstrução ou construção de novos rumos para a cultura do país, 
do preenchimento de vazios na condução da luta pela 
redemocratização, constituindo-se como agentes interlocutores que 
dialogam diretamente com a população e com o Estado. 
 
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GOHN, M. G. M. Os sem-terras, ONGs e cidadania. São Paulo: Cortez, 
2003 (adaptado). 
 
No processo da redemocratização brasileira, os novos movimentos 
sociais contribuíram para 
a) diminuir a legitimidade dos novos partidos políticos então criados. 
b) tornar a democracia um valor social que ultrapassa os momentos 
eleitorais. 
c) difundir a democracia representativa como objetivo fundamental 
da luta política. 
d) ampliar as disputas pela hegemonia das entidades de 
trabalhadores com os sindicatos. 
e) fragmentar as lutas políticas dos diversos atores sociais frente ao 
Estado. 
 
5. (Unioeste 2014) De acordo com o sociólogo inglês T. S. Marshall, 
a cidadania moderna se define em um longo processo histórico que 
envolve o reconhecimento do cidadão como portador de Direitos 
Civis, Direitos Políticos e Direitos Sociais. Com base nas reflexões 
propostas por Marshall, é CORRETO afirmar que 
a) no Brasil, não existe cidadania porque o voto é obrigatório. 
b) cidadania é algo que só existe na Europa e nos Estados Unidos da 
América. 
c) a liberdade e a participação política dos cidadãos são fundamentais 
para a contínua geração de novos direitos. 
d) a conquista de direitos de cidadania no Brasil foi um processo que 
se encerrou com a promulgação da Constituição em 1988. 
e) a cidadania no Brasil foi imposta por Getúlio Vargas durante a 
vigência do Estado Novo. 
 
6. (Unimontes 2014) Em termos legais, a ideia de cidadania diz 
respeito às regras segundo as quais é conferida a pertença nacional. 
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Essas regras podem ser baseadas na linguagem, no território, ou na 
combinação de ambos. O sociólogo inglês Thomas Humphrey Marshall 
problematiza o conceito de cidadania, colocando-o em oposição ao 
fenômeno da exclusão. Portanto, é INCORRETO afirmar: 
a) Cidadania se estabelece não só a partir dos deveres de cada 
indivíduo para com o Estado, mas também pelos direitos que esse 
Estado lhe garante. 
b) Um indivíduo que desfruta da condição de cidadão é aquele 
autorizado a exercer sua liberdade sem restrições sociais e muito 
menos sem ser constrangido com as normas e regulação do Poder 
Público. 
c) Historicamente, o usufruto dos direitos civis permitiu a demanda e 
obtenção dos direitos políticos, e estes teriam aberto o caminho para 
a conquista, pela via democrática, dos direitos sociais. 
d) A evolução do conceito de cidadania possibilitou a afirmação das 
particularidades de gênero, cultura, raça e sexualidade e, 
notadamente, de classe social no Brasil contemporâneo. 
 
7. (Unimontes 2014) O termo “cidadania” foi consagrado pelo 
sociólogo inglês Thomas Humphrey Marshall (1893-1981), o qual, 
segundo esse autor, implica um sentimento de pertencimento e 
lealdade a uma civilização. Sobre esse assunto, analise as 
proposições abaixo. 
 
I. A noção de cidadania se estabelece a partir dos deveres de cada 
indivíduo para com o Estado, mas também pelos direitos que esse 
Estado lhe garante. 
II. Cidadania é exercer a liberdade individual em todas as 
circunstâncias da vida social, sem nenhum empecilho jurídico. 
III. Cidadania é também acesso a uma renda adequada, que permita 
ao cidadão desfrutar de um padrão de vida comum a seus 
concidadãos. 
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IV. Cidadania implica reconhecer as particularidades de gênero, 
cultura, raça e sexualidade. 
 
Estão CORRETAS as afirmativas 
a) IV, II e I, apenas. 
b) I, III e IV, apenas. 
c) II, III e IV, apenas. 
d) I, II e III, apenas. 
 
8. (Unicamp 2015) A igualdade, a universalidade e o caráter natural 
dos direitos humanos ganharam uma expressão política direta pela 
primeira vez na Declaração da Independência americana de 1776 e 
na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789. Embora 
se referisse aos “antigos direitos e liberdades” estabelecidos pela lei 
inglesa e derivados da história inglesa, a Bill of Rights inglesa de 
1689 não declarava a igualdade, a universalidade ou o caráter natural 
dos direitos. Os direitos são humanos não apenas por se oporem a 
direitos divinos ou de animais, mas por serem os direitos de humanos 
em relação uns aos outros. 
 
HUNT, Lynn. A invenção dos direitos humanos: uma história. São 
Paulo: Companhia das Letras, 2009, p. 19. (Adaptado) 
 
Assinale a alternativa correta. 
a) A prática jurídica da igualdade foi expressa na Declaração de 
Independência dos EUA e assegurada nos países independentes do 
continente americano após 1776. 
b) A lei inglesa, ao referir-se aos antigos direitos, preservava a 
hierarquia, os privilégios exclusivos da nobreza sobre a propriedade e 
os castigos corporais como procedimento jurídico. 
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c) No contexto da Revolução Francesa, a Declaração dos Direitos do 
Homem e do Cidadão significou o fim do Antigo Regime, ainda que 
tenham sido mantidos os direitos tradicionais da nobreza. 
d) Os direitos do homem, por serem direitos dos humanos em relação 
uns aos outros, significam que não pode haver privilégios, nem 
direitos divinos, mas devem prevalecer os princípios da igualdade e 
universalidade dos direitos entre os humanos. 
 
9. (Ufu 2015) A Comissão Nacional da Verdade (CNV) foi instituída 
em 16 de maio de 2012 com o objetivo de trazer à tona os crimes 
cometidos pelo Estado brasileiro entre os anos 1946 e 1988, em 
especial durante a Ditadura Civil-Militar. Entre esses crimes se 
destacam a detenção ilegal ou arbitrária, a tortura, a execução 
sumária, arbitrária ou extrajudiciale, por fim, o desaparecimento 
forçado e ocultação de cadáver. Tal como aponta seu relatório 
publicado em dezembro de 2014, a CNV situou o Brasil entre as 
dezenas de países que 
 
[...] criaram uma comissão da verdade para lidar com o legado de 
graves violações de direitos humanos. Com a significativa presença 
que detém no cenário internacional, o reconhecimento do Estado 
brasileiro de que o aperfeiçoamento da democracia não prescinde do 
tratamento do passado fortalece a percepção de que sobram no 
mundo cada vez menos espaços para a impunidade. 
 
Relatório da Comissão Nacional da Verdade. Disponível em 
http://www.cnv.gov.br/images/pdf/relatorio/volume_1_digital.pdf. 
Acesso em: 22 fev. 2015. 
 
 
O que justifica a criação de uma comissão com a natureza da CNV é a 
necessidade de: 
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a) Reforçar o conteúdo da lei de anistia (nº 6683/1979), que traz o 
perdão aos crimes políticos e conexos, dispensando das obrigações 
legais os que resistiram e os que torturaram. 
b) Combater a impunidade e revelar os crimes contra a humanidade 
para que deles não se esqueça e para que nunca mais se repitam. 
c) Reestabelecer a harmonia social a partir do perdão bilateral entre 
os que combateram durante a Ditadura, sem atribuir culpa ou instigar 
o revanchismo. 
d) Virar uma página da história brasileira, aproveitando as 
instituições que tiveram vigência no período da Ditadura, pois 
contribuíram decisivamente para aperfeiçoar nossa democracia. 
 
10. Pode-se viver sem ciência, pode-se adotar crenças sem querer 
justificá-las racionalmente, pode-se desprezar as evidências 
empíricas. No entanto, depois de Platão e Aristóteles, nenhum 
homem honesto pode ignorar que uma outra atitude intelectual foi 
experimentada, a de adotar crenças com base em razões e evidências 
e questionar tudo o mais a fim de descobrir seu sentido último. 
 
ZINGANO, M. Platão e Aristóteles: o fascínio da filosofia. São Paulo: 
Odysseus, 2002. 
 
Platão e Aristóteles marcaram profundamente a formação do 
pensamento Ocidental. No texto, é ressaltado importante aspecto 
filosófico de ambos os autores que, em linhas gerais, refere-se à 
a) adoção da experiência do senso comum como critério de verdade. 
b) incapacidade de a razão confirmar o conhecimento resultante de 
evidências empíricas. 
c) pretensão de a experiência legitimar por si mesma a verdade. 
d) defesa de que a honestidade condiciona a possibilidade de se 
pensar a verdade. 
e) compreensão de que a verdade deve ser justificada racionalmente. 
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11. (Unioeste) “A objetividade, vamos repetir, constitui um ideal. 
Quem não sonha com uma ciência perfeita, que mostre a natureza 
como ela é? Mas entre os sonhos e as realizações, a distância é 
grande. Concretamente, o pesquisador é forçado a aceitar riscos, a se 
apoiar em determinada concepção de natureza, a postular relações 
talvez inexistentes, a formular conjecturas audaciosas ou mesmo 
temerárias, a ‘manipular’ os fatos de modo às vezes pouco 
habilidoso. A espécie de vulgata epistemológica que esconde mais ou 
menos deliberadamente esses aspectos da atividade científica 
pretende dar desta última uma imagem lisonjeira, até mesmo 
asséptica: o Sábio é um espírito puro, frio, neutro e objetivo que 
opera num vazio cultural e ideológico perfeito. Naturalmente, deve-se 
admitir que ele utilize um pouco sua imaginação [...] Mas todo um 
dispositivo retórico é acionado para que qualquer confusão com a 
imaginação dos artistas e dos filósofos seja evitada”. 
 
Thuillier 
 
Considerando o texto acima, é correto afirmar que 
a) não há nenhuma diferença entre a ideia que o senso comum tem 
da ciência (a “vulgata epistemológica”) e a atividade real do cientista. 
b) embora o cientista tente mostrar a natureza como ela é, o fazer 
científico tem que se apoiar em certos aspectos que não são certos 
nem seguros. 
c) o cientista é, segundo o autor, um Sábio que, na realidade, exerce 
as virtudes da objetividade, da imparcialidade e da neutralidade. 
d) o senso comum sobre a ciência (a “vulgata epistemológica”) não 
tem nenhuma imagem definida do cientista e confunde-o com o 
artista e o filósofo. 
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e) o autor concorda com as concepções que veem a atividade 
científica como realmente desvinculada de um contexto cultural e 
ideológico. 
 
12. (Upe) Que representa a Filosofia? É uma das raras possibilidades 
de existência criadora. Seu dever inicial é tornar as coisas mais 
refletidas, mais profundas (Heidegger, Martin). Nessa perspectiva, é 
correto afirmar que a Filosofia 
a) é uma atividade de crítica e de análise dos valores de uma dada 
sociedade, na perspectiva de reorientação dos sentidos/significados 
da vida e do mundo. 
b) começa dizendo sim às crenças e aos preconceitos do senso 
comum e, portanto, começa dizendo que sabemos o que 
imaginávamos saber. 
c) não se distingue da ciência pelo modo como aborda seu objeto em 
todos os setores do conhecimento e da ação. 
d) é a impossibilidade da transcendência humana, ou seja, a 
capacidade que só o homem tem de superar a situação dada e não 
escolhida. 
e) sempre se confronta com o poder, e sua investigação fica alheia à 
ética e à política. 
 
13. (Uncisal) Segundo Marilena Chauí, a resposta à pergunta “O que 
é filosofia?” poderia ser: “a decisão de não aceitar como óbvias e 
evidentes as coisas, as ideias, os fatos, as situações, os valores, os 
comportamentos de nossa existência cotidiana; jamais aceitá-los sem 
antes havê-los investigado e compreendido”. 
 
(Convite à filosofia) 
 
Após ler com atenção essa definição, assinale a alternativa correta. 
a) A filosofia identifica-se inteiramente com o senso comum. 
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b) As reflexões filosóficas apresentam o mesmo nível qualitativo das 
reflexões cotidianas. 
c) Filosofar significa apresentar um ponto de vista crítico sobre a 
realidade. 
d) A filosofia deve, necessariamente, apresentar um ponto de vista 
místico ou religioso sobre a realidade. 
e) Todo filósofo é necessariamente ateu. 
 
14. (Unicentro) “Primeiro foi o espanto, depois o despertar crítico e a 
decepção. O ser humano queria uma explicação para o mundo, uma 
ordem para o caos. Ele queria, enfim, a verdade. Essa busca da 
verdade tornou-se cada vez mais exigente com o conhecimento que 
adquiria e transmitia. Ambicioso, o homem sentia uma necessidade 
crescente de entender e explicar de maneira clara, coerente e 
precisa. Essa busca do saber fez nascer a filosofia.” 
 
(COTRIM. Fundamentos da filosofia: história e grandes temas. 16ª 
Ed., São Paulo: Saraiva, 2006 - pp.49-50.). 
 
Assinale a alternativa que caracteriza corretamente a atitude 
filosófica. 
a) O conhecimento filosófico é uma conquista recente da 
humanidade: no pensamento grego antigo, filosofia e mitologia 
encontravam-se unidas e só vieram a se separar no século XVII, com 
a ciência galileana. 
b) A atitude filosófica caracteriza-se pela passagem do senso comum 
para o bom senso: enquanto o senso comum é conhecimento acrítico 
e fragmentário da realidade, o bom senso trata de organizá-lo 
criticamente em um todo coerente, o qual podemos chamar de

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