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Constantino Vlademir Rossi Administração estratégica: modelos de mapeamento e processos de implementação Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Jeane Passos de Souza – CRB 8a/6189) Rossi, Constantino Vlademir Administração estratégica: modelos de mapeamento e processos de implementação / Constantino Vlademir Rossi. – São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2019. (Série Universitária) Bibliografia. e-ISBN 978-85-396-2669-4 (ePub/2019) e-ISBN 978-85-396-2670-0 (PDF/2019) 1. Administração estratégica 2. Planejamento estratégico I. Título. II. Série. 19-899s CDD-658 BISAC BUS043000 BUS063000 Índice para catálogo sistemático 1. Administração estratégica 658 2. Planejamento estratégico: Administração de empresas 658.4012 M at er ia l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA: MODELOS DE MAPEAMENTO E PROCESSOS DE IMPLEMENTAÇÃO Constantino Vlademir Rossi M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Administração Regional do Senac no Estado de São Paulo Presidente do Conselho Regional Abram Szajman Diretor do Departamento Regional Luiz Francisco de A. Salgado Superintendente Universitário e de Desenvolvimento Luiz Carlos Dourado Editora Senac São Paulo Conselho Editorial Luiz Francisco de A. Salgado Luiz Carlos Dourado Darcio Sayad Maia Lucila Mara Sbrana Sciotti Jeane Passos de Souza Gerente/Publisher Jeane Passos de Souza (jpassos@sp.senac.br) Coordenação Editorial/Prospecção Luís Américo Tousi Botelho (luis.tbotelho@sp.senac.br) Márcia Cavalheiro Rodrigues de Almeida (mcavalhe@sp.senac.br) Administrativo João Almeida Santos (joao.santos@sp.senac.br) Comercial Marcos Telmo da Costa (mtcosta@sp.senac.br) Acompanhamento Pedagógico Ana Claudia Neif Sanches Yasuraoka Designer Educacional Jackeline Duarte Kodaira Revisão Técnica Euclides Alves Vitar Junior Colaboração Ana Paula Pigossi Papalia Coordenação de Preparação e Revisão de Texto Luiza Elena Luchini Preparação de Texto Juliana Massoni Revisão de Texto AZ Design Arte e Cultura Projeto Gráfico Alexandre Lemes da Silva Emília Corrêa Abreu Capa Antonio Carlos De Angelis Editoração Eletrônica Sidney Foot Gomes Ilustrações Sidney Foot Gomes Imagens iStock Photos E-pub Ricardo Diana Proibida a reprodução sem autorização expressa. Todos os direitos desta edição reservados à Editora Senac São Paulo Rua 24 de Maio, 208 – 3o andar Centro – CEP 01041-000 – São Paulo – SP Caixa Postal 1120 – CEP 01032-970 – São Paulo – SP Tel. (11) 2187-4450 – Fax (11) 2187-4486 E-mail: editora@sp.senac.br Home page: http://www.editorasenacsp.com.br © Editora Senac São Paulo, 2019 M at er ia l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . Sumário Capítulo 1 Introdução à administração estratégica, 7 1 Introdução à administração estratégica, 8 2 Conceitos e princípios, 11 3 A evolução do planejamento estratégico, 15 Considerações finais, 18 Referências, 19 Capítulo 2 Níveis de competitividade empresarial e estruturas de mercado, 21 1 Níveis de competitividade empresarial e estruturas de mercado, 22 2 Mercado e tendências, 27 3 Competitividade e concorrência, 30 Considerações finais, 32 Referências, 32 Capítulo 3 O ambiente atual dos negócios: impacto nas organizações e nos colaboradores, 35 1 O ambiente atual dos negócios: impacto nas organizações e nos colaboradores, 36 2 O papel dos stakeholders nas organizações, 39 3 Análise de contexto, 40 Considerações finais, 43 Referências, 44 Capítulo 4 As escolas de estratégia – parte 1, 47 1 Escolas do planejamento estratégico, 48 2 A escola do design, 50 3 A escola do planejamento, 55 4 A escola do posicionamento, 58 Considerações finais, 60 Referências, 61 Capítulo 5 As escolas de estratégia – parte 2, 63 1 A escola empreendedora, 65 2 A escola cognitiva, 68 3 A escola do aprendizado, 70 4 A escola do poder, 72 5 A escola cultural, 73 6 A escola ambiental, 75 Considerações finais, 76 Referências, 77 Capítulo 6 As escolas de estratégia – parte 3, 79 1 A escola da configuração, 81 Considerações finais, 90 Referências, 91 Capítulo 7 Ferramentas derivadas das escolas de estratégia, 93 1 Análise extraorientada, 95 2 Análise intraorientada, 100 Considerações finais, 105 Referências, 106 M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Capítulo 8 Filosofia empresarial: missão, visão e valores corporativos, 107 1 Ideias orientadoras, 109 2 Formulação de objetivos e metas, 113 Considerações finais, 116 Referências, 117 Capítulo 9 Monitoria e análise de elementos que afetam a estratégia organizacional, 119 1 Variáveis exógenas, 121 2 Gerência estratégica, 123 Considerações finais, 127 Referências, 128 Capítulo 10 Teorias sobre estratégia, 129 1 Resumo das escolas de estratégia, 130 2 Dimensão intencional, 133 3 Dimensão de inovação, 135 4 Dimensão social, 137 Considerações finais, 139 Referências, 140 Capítulo 11 Estratégia e criação de vantagem competitiva sustentável, 141 1 Princípio de Gause, 143 2 Formulação e manutenção de diferenciais competitivos, 146 3 Diferenciais e vantagens competitivas, 148 Considerações finais, 152 Referências, 153 Capítulo 12 Estratégias corporativas e alianças estratégicas: conflitos de agência e sua superação, 155 1 Planejamento estratégico como ferramenta de criação de valor, 157 2 Aliança e cooperação, 160 3 Oportunismo administrativo e compliance, 162 Considerações finais, 165 Referências, 166 Capítulo 13 Balanced scorecard (BSC), 167 1 Balanced scorecard (BSC): primeiras considerações, 168 2 Perspectivas de valor, 170 3 Indicadores financeiros, 175 4 Indicadores de clientes, 177 5 Indicadores de processos internos, 179 6 Indicadores de aprendizado e crescimento, 181 Considerações finais, 182 Referências, 183 Capítulo 14 Planejamento estratégico, 185 1 Comitê de elaboração do planejamento estratégico, 187 2 Mapeamento estratégico: cinco forças de Porter e análise SWOT, 188 3 Direção por missões (DPM), 194 4 Elaboração do planejamento estratégico, 195 Considerações finais, 198 Referências, 199 Capítulo 15 Tópicos avançados em administração estratégica – parte 1, 201 1 Criatividade e inovação, 204 2 Tecnologia da informação, 207 3 Informação e conhecimento, 210 Considerações finais, 212 Referências, 213 Capítulo 16 Tópicos avançados em administração estratégica – parte 2, 215 1 Visão baseada em recursos, 216 2 Ativos tangíveis e intangíveis, 220 3 Capacitações, 222 Considerações finais, 224 Referências, 225 Sobre o autor, 227 M at er ia l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E dito ra S en ac S ão P au lo . 7 M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Capítulo 1 Introdução à administração estratégica Um dos grandes desafios de todas as organizações e da maioria dos empreendedores é, sem dúvida, a elaboração e a implementação do pla- nejamento estratégico. Muitos gestores utilizam a palavra “estratégia” com frequência, porém, quando questionados sobre o significado do termo, dificilmente conseguem conceituá-lo e contextualizá-lo. Essa dificuldade ocorre devido a uma característica muito peculiar da cultura empresarial do nosso país: a maioria das empresas e dos negócios realizados aqui é formada por médios, pequenos ou microem- preendimentos que não possuem estrutura formal e robusta para a ges- tão estratégica. Segundo a pesquisa Global Entrepreneurship Monitor 2016 (GERA, 2017), cerca de 36% da população economicamente ativa 8 Administração estratégica: modelos de mapeamento e processos de implementação Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . de 18 a 64 anos é empreendedora e depende muito da criatividade e disposição dos seus fundadores, os quais muitas vezes possuem ex- celente formação técnica, voltada para o ramo de atividade, porém não contam com a mesma destreza nos assuntos gerenciais que envolvem os seus negócios. Neste capítulo inicial, discutiremos os conceitos e os princípios do planejamento estratégico, buscando a todo momento contextualizá-los e simplificá-los. Essa busca pela simplificação não tem como objetivo apequenar o tema, uma vez que ele é, sem dúvida, de vital importância para o sucesso de qualquer organização ou pessoa. O intuito é demons- trar que, com foco e dedicação, qualquer gestor, de qualquer empresa, mesmo sem uma estrutura formal e robusta de estrategistas, pode e deve incluir em sua agenda uma análise, um planejamento e uma exe- cução estratégica. Analisaremos a evolução do planejamento estratégico, respeitando o caráter histórico do tema, focando um período recente e demonstran- do como as organizações demandam a adaptação da sociedade em que estão inseridas. Sem esta, toda a estratégia elaborada poderá não apresentar a conexão necessária com o mercado, perdendo, assim, sua efetividade. Os temas discutidos neste capítulo são de suma importância para um melhor entendimento dos demais assuntos desta obra, pois nos permitirão alinhar os conceitos e princípios empregados para a formu- lação e a aplicação dos métodos e das ferramentas apresentados. 1 Introdução à administração estratégica Para compreender melhor o papel da administração estratégica, é importante entender de antemão as quatro funções básicas da ad- ministração elaboradas por Fayol: (1) planejar, (2) organizar, (3) dirigir 9Introdução à administração estratégica M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. e (4) controlar pessoas e recursos buscando atingir os objetivos e as metas da empresa. Estas seriam ainda mais apropriadas ao analisá-las de modo ampliado, formulando, assim, o papel da administração estra- tégica. Nesse contexto, as quatro funções básicas se manteriam inalte- radas na forma e no conteúdo, incluindo apenas em seu fim objetivos e metas que facilitem o alcance da oportunidade vislumbrada, levando ainda em consideração as variáveis existentes no contexto em que a organização está inserida. Para que possamos administrar estrategicamente nossa organiza- ção, é preciso estabelecer alguns pontos importantes. Segundo Hitt, Ireland e Hoskisson (2003), são eles: 1. Qual nosso propósito? Inicialmente devemos refletir e definir com clareza por que nossa empresa existe e o que queremos de fato alcançar. O propósito de qualquer pessoa ou organização retrata os motivos que nos levam a fazer o que fazemos. 2. Quais as necessidades dos nossos clientes? Um dos equívocos mais comuns de alguns empreendedores ou empresários é jus- tamente terem um produto ou serviço ótimo, porém, oferecidos para clientes que não necessitam desses produtos ou serviços. Nesse ponto, devemos identificar as demandas que nosso pú- blico apresenta e analisar se aquilo que oferecemos as atende. Outra alternativa, caso a demanda ainda não exista, seria refletir sobre como podemos criá-la no mercado almejado. 3. Qual nosso core business? Esse termo refere-se ao “negócio central” da nossa organização; seria o alinhamento do nosso propósito com a demanda dos nossos clientes. Devemos, então, identificar os processos que promovem essa sinergia e nos de- bruçar sobre eles com atenção e cuidado especial. 4. Quais são os nossos diferenciais? Uma vez mapeados nosso propósito, nossa demanda e nosso negócio, devemos refletir e 10 Administração estratégica: modelos de mapeamento e processos de implementação Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . analisar todos os nossos recursos e nossas capacitações, bus- cando identificar nossos diferenciais, ou seja, aquilo que temos e que nossos concorrentes não, e principalmente aquilo que seja valorizado pelos nossos clientes. 5. Como utilizar nossos diferenciais para gerar e entregar valor? Nosso próximo desafio será a elaboração do planejamento de ações que possibilitem o uso dos nossos diferenciais no nosso negócio. Em outros termos, aplicar nossos diferenciais para gerar negócios que atendam à demanda dos nossos clientes manten- do o propósito da organização. Esse exercício possibilitará a cria- ção de valor, que, por sua vez, permitirá retorno acima da média para nossa organização, o qual será traduzido por ganho maior do que o de nossos competidores. Em sua obra, Hitt, Ireland e Hoskisson (2003) deixam claro que o desenvolvimento da estratégia empresarial consiste na identificação e no melhor uso dos nossos diferenciais, ou seja, competências ou recur- sos utilizados com mais destreza do que nossos concorrentes desper- tam interesse em nossos clientes e nos proporcionam ganho acima da média. Nesse ponto, observaremos o princípio de Gause. IMPORTANTE O princípio de Gause, inicialmente aplicado nas leis da biologia, afirma que dois competidores idênticos não podem coexistir. Desse modo, para que possam existir simultaneamente, devem possuir diferenciais. Esse tema será melhor abordado no capítulo 111 desta obra. Existem inúmeras maneiras de buscar a diferenciação no mercado: por meio de preço, qualidade, prazo, atendimento, entre outras. Nosso 1 Estratégia e criação de vantagem competitiva sustentável. 11Introdução à administração estratégica M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. desafio consiste na identificação daqueles atributos que façam sentin- do para nossa organização e para nossos clientes. Embora seja difícil saber com certezase uma empresa está se- guindo a melhor estratégia, é possível reduzir a probabilidade de se cometer erros. A melhor maneira de fazer isso é escolher a estratégia da empresa de forma cuidadosa e sistemática, além de acompanhar o processo de administração estratégica. (BARNEY; HESTERLY, 2007, p. 5) A citação de Barney e Hesterly nos alerta para um importante fator: o risco, ou seja, a probabilidade de obtermos ou não sucesso no pro- cesso de administração estratégica. Esse fator se mostra como outro grande desafio de qualquer gestor ou empreendedor. Para sobrepô-lo de maneira vencedora, os autores nos apontam uma importante dire- ção: escolher de forma cuidadosa e sistemática a estratégia da nossa organização. Cuidadosa, pois precisamos realizar uma série de estudos e levantamentos acerca da nossa organização e do mercado em que estamos ou em que iremos nos inserir; sistemática, pois precisamos lançar mão de métodos e critérios para realizar esse levantamento. A estratégia deve ser um processo que, por analogia, poderia ser en- tendido como a transformação das nossas metas em resultados. Vale lembrar que todo processo é contínuo, e essa afirmação nos impõe a necessidade de rever constantemente nosso planejamento para validar ou mesmo alterar as ações por nós propostas, pois toda ação somente será efetiva se implementada no momento oportuno. 2 Conceitos e princípios Em virtude da importância e pluralidade do tema, o conceito de estratégia vem sendo tratado por diversos autores das mais variadas áreas. A seguir destacamos um conceito tradicional citado por Hitt, Ireland e Hoskisson (2003): 12 Administração estratégica: modelos de mapeamento e processos de implementação Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .Uma estratégia é um conjunto integrado e coordenado de compro- missos e ações definido para explorar competências essenciais e obter vantagem competitiva. Quando definem uma estratégia, as empresas escolhem alternativas para competir. Nesse sentido, a estratégia definida indica o que a empresa pretende e o que não pretende fazer. (HITT; IRELAND; HOSKISSON, 2003, p. 4) Com a evolução do planejamento estratégico, os próprios autores abordam em sua obra a tendência corporativa de não mais contextua- lizar o conceito de estratégia com competição, pois cada vez mais as organizações se unem em processos colaborativos e a competição, embora ainda exista, passa a ser coadjuvante no processo de elabora- ção estratégica das empresas. Um conceito bem mais usual sobre o termo “estratégia” é de que forma a “teoria de como obter vantagens competitivas” (BARNEY; HESTERLY, 2007, p. 5) se alinha com o nosso propósito, a saber, simplificar o tema e facilitar sua aplicação. PARA PENSAR Como devo proceder para incluir a estratégia nas minhas rotinas ou nos assuntos pessoais, bem como nas organizações em que atuo? Essa reflexão nos remete à necessidade de pensar constantemente em como nos diferenciar nos mais variados assuntos de que tratamos, desde simples relações a complexos desafios. Se não nos diferenciar- mos, não obteremos êxito e ganhos acima da média. Essa diferenciação deve promover a obtenção de outro importante conceito relacionado à estratégia, a vantagem competitiva: “uma empresa possui vantagem competitiva quando é capaz de gerar mais valor econômico do que em- presas rivais” (BARNEY; HESTERLY, 2007, p. 16). Os ganhos ou retornos acima da média podem se traduzir em ganhos econômicos ou ganhos financeiros, sendo o primeiro relacionado a bens ou direitos e o segundo 13Introdução à administração estratégica M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. ao fluxo de caixa. Assim, os ganhos acima da média ainda poderiam ser traduzidos com o alcance pleno das nossas metas com um esforço me- nor em relação aos rivais ou competidores. Todo o processo de planejamento estratégico, como dito anterior- mente, está diretamente relacionado ao conceito de risco, que, em sua visão ampliada, é a possibilidade de algo ocorrer. Em virtude do resul- tado esperado, devemos nos preparar para minimizar (diminuir) essa possibilidade ou maximizá-la (aumentar). Os mercados financeiros sempre atrelam o conceito de risco a retorno, sendo ambos diretamen- te proporcionais, ou seja, quanto maior o risco, maior o retorno e quanto menor o risco, menor o retorno. Assim, dependendo do retorno dese- jado, devemos direcionar nossas ações estratégicas para mitigá-lo ou potencializá-lo. Essa busca pela melhor gestão dos riscos deve ser estruturada com base no planejamento, sendo ele definido como o processo de estabe- lecer ações que possam nos levar a alcançar nossas metas. Ele deve abordar dois importantes pontos: o primeiro, o cenário em que estamos inseridos, considerando os desafios e as características do nosso mer- cado e do nosso país; e o segundo, nossos objetivos, sempre alinhados com nossas possibilidades e com nosso propósito. É importante ressaltar que, ao estabelecer nosso planejamen- to, nossos objetivos e nossas metas devem estar claramente de- finidos e entendidos por todos aqueles que estarão envolvidos no planejamento. Seis componentes essenciais da efetiva liderança estratégica nos auxiliam no alcance de nossas metas; trata-se de alguns princípios que podem ser a base do processo de administração estratégica. Segundo Hitt, Ireland e Hoskisson (2003), são eles: 14 Administração estratégica: modelos de mapeamento e processos de implementação Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .Quadro 1 – Componentes essenciais da efetiva liderança estratégica COMPONENTES DESCRIÇÃO Determinar uma direção estratégica Nenhum processo de planejamento será efetivo se não tivermos claramente definido o propósito desse planejamento. O primeiro passo para alcançarmos qualquer objetivo é justamente identificá-lo e delimitá-lo. Explorar e manter competências essenciais As competências essenciais também podem ser descritas como vantagens competitivas que desenvolvemos. É necessário que todos os participantes da organização as conheçam e as utilizem durante a implementação do processo de administração estratégica. Desenvolver o capital humano Em última estância, a única vantagem competitiva realmente sustentável e capaz de gerar valor são as pessoas, pois em qualquer segmento ou atividade a efetividade das ações passa pela aptidão e disposição das pessoas em realizar um trabalho realmente “extraordinário”. Sustentar uma efetiva cultura organizacional A cultura de uma organização é a somatória da cultura das pessoas que dela fazem parte. Se os participantes dela, em especial as pessoas tomadoras de decisão, não estiverem alinhados com a intenção estratégica, poderemos observar um desperdício de energia e não a geração de vantagem competitiva. Enfatizar práticas éticas O retorno dos processos que impulsionam as estratégias eleva-se quando estão baseados em práticas éticas, sendo sua recíproca verdadeira, pois práticas antiéticas e oportunismo administrativo impedem o alcance do retorno esperado. Estabelecer sistemasde controle organizacionais efetivos e equilibrados Planejamento sem controle está fadado à ineficiência. Esse fato ocorre por causa de algo simples e esperado: a mudança. Por mais efetivos e cuidadosos que possamos ser ao elaborar nosso planejamento estratégico, as variáveis internas e externas sempre serão afetadas pelas mudanças que cada vez mais ocorrem com maior intensidade e velocidade. Isto posto, o controle nos permite identificar os eventuais desvios e principalmente as ações necessárias para reestabelecer o caminho desejado. Fonte: adaptado de Hitt, Ireland e Hoskisson (2003). O processo de administração estratégica pode, então, se mostrar como o planejamento de ações estratégicas que estabelecerão as van- tagens competitivas necessárias para promover ganhos acima da mé- dia e gerenciar os riscos do nosso negócio com o intuito de facilitar a obtenção do retorno desejado. E quando observamos alguns princípios, nossa probabilidade de sucesso se potencializa. 15Introdução à administração estratégica M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. 3 A evolução do planejamento estratégico A evolução do planejamento estratégico está diretamente ligada à própria evolução das teorias de gerenciamento. Grandes pensadores da gestão, como Drucker e Mintzberg, buscaram lançar uma nova vi- são sobre o tema, pois até então a administração era vista como uma ciên cia que buscava criar escolas e modelos para guiar os gestores no momento de tomar decisões e aplicar as ferramentas disponíveis na gestão de suas corporações. Porém, com esses conceitos revisitados, Drucker sempre cita em suas obras, como motivo pelo uso das teorias e métodos já consagrados, a insegurança dos executivos que, ao enca- rar situações novas ou mesmos crises, buscam amparo nos modelos já consagrados em vez de agir de maneira holística. Para os autores, a administração sempre se aproximou mais da arte do que da ciência. PARA SABER MAIS A visão ou gestão holística refere-se à análise por diferentes perspec- tivas, permitindo, assim, uma visão ampla sobre o assunto. Hoje utili- zamos muito o termo “equipe multidisciplinar” como aplicação desse conceito. Para melhor entender como o processo de administração estratégi- ca influenciava ou continua influenciando a gestão das empresas, po- demos relacionar a evolução dos modelos gerenciais com o processo de gestão estratégica. Biondo (2005), em seu artigo “Dois séculos de management”, organizou as principais escolas e revoluções gerenciais ao longo dos últimos anos. Adaptaremos essa proposta como ponto de partida para nossa correlação e análise: • Administração científica: a administração das organizações era, em sua grande maioria, realizada por engenheiros, matemáticos, 16 Administração estratégica: modelos de mapeamento e processos de implementação Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . sociólogos e demais profissionais de áreas correlatas à gestão. Até então, a profissão de administrador ainda não havia sido for- matada nos modelos que hoje conhecemos. Esse fato promoveu uma abordagem da administração estratégica de maneira res- trita, levando em consideração apenas os aspectos técnicos de cada teoria, não possibilitando, assim, uma visão ampla das or- ganizações e dos ambientes onde ela estava inserida. Os diferen- ciais das empresas se concentravam na busca da eficiência ope- racional e os aspectos internos sustentavam esses diferenciais. • O surgimento do administrador: a partir da elaboração das qua- tro funções básicas da administração, Fayol formata a profissão nos moldes que hoje conhecemos. A profissionalização possibili- tou uma visão mais ampla, o que, por sua vez, iniciou um proces- so generalista de gestão, no qual as organizações não mais eram enquadradas em um modelo ou uma teoria, mas pela junção de partes de vários modelos ou teorias. Os diferenciais se concen- travam na visão sistêmica, buscando, assim, um melhor entendi- mento dos resultados obtidos a partir da análise das ações que promoviam esses resultados. • Comportamento e motivação dos funcionários: a partir de 1924, T. N. Whitehead, Elton Mayo e George Homans começam a es- truturar suas teorias acerca da importância das pessoas para o alcance das metas corporativas. Essa máxima da busca pelo di- ferencial a partir do capital humano é consenso entre os gestores e as empresas há bastante tempo e tem se mostrado como único caminho para alcançar e manter vantagem competitiva de manei- ra sustentável. • A organização é parte de um todo: a partir da década de 1950, as empresas começam a entender melhor seu papel dentro das sociedades e como elas influenciam seus resultados. O ambiente em que a organização está inserida passa a ser um dos caminhos 17Introdução à administração estratégica M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. para obtenção de diferenciais competitivos. A visão global entra de maneira definitiva para a agenda das organizações e gestores. • Administração por objetivos e estratégia: em 1964, a teoria for- mulada por Drucker, na qual todas as tarefas devem ser orien- tadas para um objetivo específico, mostra para as organizações a necessidade de analisar os problemas e desafios sob novas e diferentes perspectivas. A visão holística passa a ser um dos ca- minhos para obtenção de diferenciais competitivos. • Qualidade total: nos anos 1950, com o avanço tecnológico, a multiplicação das organizações e a concorrência tornaram ne- cessárias as melhorias contínuas apresentada por Deming e ou- tros pensadores do movimento da qualidade total, que adquiriu importância vital para as organizações, as quais começaram a priorizar a eficácia organizacional como caminho para obtenção de diferenciais competitivos. • Resiliência e inovação: a necessidade de reconstrução e reinven- ção em tempos de mudança e instabilidades motivaram Senge (2004) e outros pensadores a construir modelos de aprendizado organizacional, mostrando como necessária a capacidade de aprender melhor e mais rápido que os concorrentes para obter diferenciais competitivos. PARA SABER MAIS A releitura da evolução das teorias da administração ajudará a com- preender melhor o processo da administração estratégica. Outrossim, os capítulos sobre as escolas de estratégia2 complementarão a análise da evolução do planejamento estratégico. 2 Capítulos 4, 5 e 6. 18 Administração estratégica: modelos de mapeamento e processos de implementação Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . Considerações finais Nenhum termo fará sentido se analisado fora do contexto. Para uma correta interpretação e aplicação de um conceito, é necessário o enten- dimento do cenário em que ele está inserido. Além disso, a estratégia como busca de vantagem competitiva também precisa ser adequada- mente contextualizada. É de fundamental importância, independente- mente do tamanho da organizaçãoou dos desafios enfrentados, inserir no nosso contexto o processo de administração estratégica. Muitos empresários, quando observados em projetos de consultoria, enten- diam que o sucesso do seu negócio dependia diretamente da estratégia implementada. Mesmo em se tratando de pequenos negócios, se não formos melhores aos olhos dos nossos clientes, não teremos como prosperar de maneira sustentável. Orientar a cultura organizacional de acordo com os princípios aqui descritos facilitará o processo de “amadurecimento” gerencial, tornan- do mais simples e lógica a tarefa de analisar o contexto, identificar os diferenciais e estruturar um plano para gerar valor e retorno acima da média, ou seja, o processo da administração estratégica. De maneira proposital, não demos ênfase à cronologia das fases de evolução do planejamento estratégico. Ao contextualizar o tema sem relacioná-lo ao período, a intenção foi demonstrar que todos os mode- los ainda são válidos e recentes. Normalmente temos a impressão de que novos conceitos se sobrepõem a antigos, porém essa não é uma máxima verdadeira. Aqueles nos auxiliam a entender melhor estes e aplicá-los de modo mais adequado. Seja no contexto empresarial, seja no pessoal, devemos evitar mo- dismos ou soluções prontas. Ferramentas aplicadas em uma empresa ou utilizadas por uma pessoa podem não ser adequadas para as de- mais. Busque sempre construir soluções que para você façam sentido e tragam resultados. 19Introdução à administração estratégica M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Referências BARNEY, Jay B.; HESTERLY, William S. Administração estratégica e vantagem competitiva. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. BIONDO, Graciela. Dois séculos de management. HSM Management, São Paulo, n. 50, maio/jun., 2005. GLOBAL ENTREPRENEURSHIP RESEARCH ASSOCIATION (GERA). Global Entrepreneurship Monitor – Global Report 2016/17. 2017. Disponível em: <http://www.gemconsortium.org/report/49812>. Acesso em: 19 fev. 2018. HITT, Michael A.; IRELAND, R. Duane; HOSKISSON, Robert E. Administração estratégica. São Paulo: Thomson, 2003. SENGE, Peter. A quinta disciplina: arte e prática das organizações que apren- dem. São Paulo: Best Seller, 2004. 21 M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Capítulo 2 Níveis de competitividade empresarial e estruturas de mercado Um dos principais elementos do processo de administração estraté- gica é o mapeamento do contexto em que a organização está inserida. Isso significa conhecer profundamente o mercado de atuação e como ele está estruturado. As diferentes estruturas de mercado indicarão o número de compe- tidores nele existentes. Além do número de competidores, poderemos também conhecer o relacionamento e o grau de competitividade ineren- te desse mercado. Nenhuma estratégia será efetiva se não alinharmos nossas ações e decisões com as demandas que o mercado apresenta- rá a partir de sua estrutura e de seu grau de competitividade. 22 Administração estratégica: modelos de mapeamento e processos de implementação Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .Neste capítulo, abordaremos as estruturas de mercados existen- tes e como elas influenciam o grau de concorrência e competição. Considerando o cenário de competitividade, verificaremos como o pro- cesso de administração estratégica será influenciado, demandando dos gestores ou tomadores de decisão estratégias alinhadas ao grau de competição que a organização encontrará. Não obstante, Adizes (2002) afirma que não existe uma melhor de- cisão ou ação, mas sim a mais adequada para o tempo e o espaço que a empresa ocupa. Com relação ao tempo, verificaremos em outros capítulos a influência direta que o momento exerce no planejamen- to estratégico. Neste capítulo, vamos nos deter à questão do espaço, buscando compreender que uma mesma decisão pode ser vencedora em um determinado mercado e inerte em outro. 1 Níveis de competitividade empresarial e estruturas de mercado Os níveis de competitividade interferem diretamente nos ganhos prováveis que o mercado apresenta. Ao posicionarem os seus níveis de preços, as organizações estão projetando as margens desejadas de cada produto ou serviço, sendo que estas estabelecerão os volumes de vendas necessários para auferir lucro ou prejuízo. Considerando que nenhuma empresa tem como objetivo obter prejuízo ou mesmo lucros irrisórios, o posicionamento de preço e a demanda existente devem ser suficientes para que a organização obtenha um retorno acima da média, remunerando, de maneira satisfatória, os proprietários ou acionistas. 23Níveis de competitividade empresarial e estruturas de mercado M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. PARA SABER MAIS Podemos compreender a margem de contribuição a partir da seguinte equação: Receita total – custos variáveis = margem de contribuição O resultado dessa equação é utilizado para o pagamento dos custos fixos. Se o valor da equação for positivo, o resultado representa lucro para a organização. Se o valor da equação for negativo, o resultado representa prejuízo para a organização. As estruturas de mercado estabelecerão o número de competidores, ou seja, o número de organizações que ofertam produtos ou serviços similares. Quanto maior o número de competidores, maior a concorrên- cia; quanto menor o número de competidores, menor a concorrência. Há muitas variáveis que interferem na formação da estrutura de merca- do, considerando as mais relevantes: 1. As concessões governamentais 2. A escassez de matéria-prima 3. O volume de capital 4. A propriedade de patentes A correlação dessas variáveis e sua relação com a oferta versus de- manda resultarão em quatro estruturas básicas de mercado, a saber: (1) concorrência perfeita, (2) concorrência imperfeita (monopolista), (3) oligopólio e (4) monopólio. 24 Administração estratégica: modelos de mapeamento e processos de implementação Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . Quadro 1 – Principais características e diferenças entre as estruturas de mercado Concorrência perfeita Concorrência imperfeita Oligopólio Monopólio Número de competidores Muito grande Grande Poucos Único Tipos de produtos Padronizados Diferenciados Padronizados ou diferenciados Único Controle de preços Nenhum Pouco Médio Elevado ou regulamentado Barreiras de entrada Nenhuma Nenhuma Fortes barreiras Fortes barreiras Exemplos Produtos populares Produtos diferenciados (marcas) Indústria automotiva Indústria farmacêutica Indústria petrolífera Fonte: adaptado de Tebchirani (2011, p. 71). 1.1 Concorrência perfeita Em um mercado em que há concorrência perfeita, o número de em- presas que ofertam os produtos ouserviços consumidos é muito grande, podendo surgir novos participantes a todo momento. Nesse cenário, em que a oferta é livre e a demanda é limitada, os preços praticados tendem a promover uma margem baixa. Para que a empresa obtenha um retorno acima da média, é necessário comercializar grandes volumes e competir com um preço atrativo; logo, é necessário estruturar o planejamento estratégico com o objetivo de reduzir custos e elevar a capacidade de produção ou serviço. Nesse sentido, Tebchirani (2011, p. 70) destaca que “[...] O grau de concorrência entre firmas apre- senta um efeito considerável sobre suas decisões e seu comportamento”. 25Níveis de competitividade empresarial e estruturas de mercado M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. 1.2 Concorrência imperfeita Na concorrência imperfeita, também conhecida como concorrên- cia monopolística, o número de empresas que ofertam os produtos ou serviços consumidos é grande. Nesse cenário, em que oferta é grande e a demanda é limitada, novos participantes podem surgir. Os preços praticados tendem a promover uma margem média e, para que uma empresa obtenha um retorno acima da média, é necessário entregar diferenciais que convençam os clientes a pagar mais por um produto ou serviço que facilmente seria encontrado com preços mais atrativos. Considerando os diferenciais dos produtos ou serviços oferecidos, Tebchirani (2011, p. 73) destaca que “a característica fundamental da concorrência monopolística [...] é o uso vigoroso da publicidade para fixação das marcas utilizadas”. 1.3 Oligopólio Em um mercado em que há oligopólio, o número de empresas que ofertam os produtos ou serviços consumidos é pequeno e as barreiras de entrada dificultam a existência de novos concorrentes. Nesse cenário, em que os concorrentes estabelecidos são conheci- dos e a possibilidade de novos concorrentes é reduzida, é necessário se posicionar imprimindo diferenciais que fidelizem clientes e dificultem a migração deles para outras marcas. Uma característica importante do mercado em que há oligopólio é que, assim como conhecemos os concorrentes com produtos ou ser- viços similares, os clientes também conhecem e, constantemente, ava- liam a permanência ou não na base de clientes da nossa empresa. 26 Administração estratégica: modelos de mapeamento e processos de implementação Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .NA PRÁTICA Um exemplo clássico de oligopólio são as operadoras de telecomunica- ção, que sempre tendem a disputar o mesmo cliente e, constantemente, compararam os seus diferenciais e os utilizam como argumento para atrair os clientes dos concorrentes. De acordo com Tebchirani (2011, p. 74), “o oligopólio é uma estru- tura de mercado caracterizada pela existência de reduzido número de produtores”. Nesse sentido, um risco inerente dos mercados de oligopó- lio é a formação de cartéis que buscam o controle de preços por meio de conluio, obrigando os clientes a pagarem preços elevados, uma vez que as opções de compra são limitadas. Para evitar que isso ocorra, há regulamentação de mercado, e um dos órgãos responsáveis por essa regulamentação e controle é o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). 1.4 Monopólio Em relação ao monopólio, Tebchirani (2011, p. 71) afirma que “com característica antagônica aos mercados de concorrência perfeita, o mo- nopólio apresenta, de um lado, uma única firma vendedora dominando a oferta e, de outro, o conjunto dos consumidores”. Em síntese, no mono- pólio, uma única empresa detém o controle total do mercado e, a priori, o controle de preços seria ilimitado, pois apenas uma empresa oferta o produto ou serviço consumido. Porém, mesmo não tendo concorrência, o fator limitador de preços é a capacidade de consumo do mercado e, dessa forma, se o preço for elevado em demasia, os clientes passarão a consumir menos o produto ou serviço, reduzindo o retorno obtido. 27Níveis de competitividade empresarial e estruturas de mercado M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Nesse cenário, a estratégia a ser empregada consiste no equilíbrio entre a importância do produto ou serviço e a capacidade de consumo e pagamento dos clientes. 2 Mercado e tendências Os mercados estruturados como monopólio possuem uma caracte- rística predominantemente estatal, ou seja, são operados pelo Estado. Uma tendência observada mundialmente é a desestatização, o proces- so de passar a operação dos mercados para a iniciativa privada. Considerando esse contexto, no qual tem sido promovida a livre con- corrência, possibilitando ganhos para os consumidores desses merca- dos, seja no aumento da qualidade, seja na redução dos custos, é cada vez mais rara a existência de monopólios e eles se concentrarem na prestação de serviços públicos. Quando nos relacionamos com esse mercado, nosso posicionamen- to tende a ser de participante da cadeia de valor, ou seja, fornecer produ- tos ou serviços para empresas monopolistas. Se esse for o caso, preci- samos concentrar esforços para não depender exclusivamente dessas empresas, pois o posicionamento de preço e demanda estará quase que exclusivamente a cargo da empresa monopolista. PARA SABER MAIS No capítulo 14, em que trataremos do planejamento estratégico, será analisada a aplicação das “cinco forças de Porter”, que, entre outros importantes pontos, observa a atratividade de mercado de acordo com o poder de negociação dos clientes. Nesse escopo, aprofundaremos a necessidade de diversificação da base de clientes. 28 Administração estratégica: modelos de mapeamento e processos de implementação Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .Os mercados estruturados como oligopólio, geralmente, são gran- des corporações, como citado anteriormente. Um exemplo clássico é a indústria automotiva. Uma tendência desse tipo de mercado é a prática do business process outsourcing (BPO), ou seja, a terceirização de pro- cessos de negócios. Considerando o cenário em que uma organização busca como es- tratégia a terceirização de processos, precisamos nos desdobrar para selecionar e homologar parceiros confiáveis que representem a marca e possam entregar produtos e serviços com os níveis de qualidade e con- fiabilidade que não ponham em risco o posicionamento no mercado. Agora, se nossa organização fornece produtos ou serviços para es- sas grandes corporações, a necessidade de diversificação citada nos mercados monopolistas também se aplica plenamente aos mercados oligopolistas. Os mercados de concorrência perfeita ou mesmo concorrência imperfeita, nos quais está situada a grande maioria das empresas e empreendedores, nos remetem a uma necessidade de buscar um posicionamento estratégico defensável no longo prazo e a superação constante da concorrência. Porter (apud HITT; IRELAND; HOSKISSON, 2003) sugere a existência de três estratégias competitivas genéricas:(1) liderança no preço ou custo total para o cliente; (2) diferenciação; e (3) enfoque. 2.1 Liderança no preço ou custo total para o cliente Prevê um melhor custo de aquisição para o cliente, levando em consideração o custo total de propriedade, ou seja, a melhor rela- ção entre preço de compra, custo de manutenção e operação e valor agregado. Em última análise, podemos comparar o custo total de propriedade com a melhor relação custo-benefício. Quanto melhor essa relação do produto ou serviço, maior será a vantagem competi- tiva, dificultando a atuação da concorrência. 29Níveis de competitividade empresarial e estruturas de mercado M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. 2.2 Diferenciação A criação de algo que seja considerado único em nosso mercado ou que tenha alguma diferença que agregue valor ao nosso produto ou serviço certamente trará retornos acima da média e, por consequência, uma vantagem competitiva, pois haverá melhor preparo para enfrentar o mercado. Na estratégia de diferenciação, não se trata apenas de uma venda transacional, mas de uma venda relacional, ou seja, uma solução é oferecida aos nossos clientes. A diferenciação conduz a uma lealdade do cliente em relação aos produtos e serviços. 2.3 Enfoque Consiste em direcionar os esforços para um mercado específico, um segmento, uma linha de atuação ou mesmo uma área geográfica delimitada. Esse enfoque está embasado na premissa de que somos capazes de atender a um alvo estratégico estreito mais efetiva ou efi- cientemente do que os rivais que competem de forma mais ampla. 2.4 Meio-termo Não é uma estratégia genérica, mas uma posição desconfortável para a empresa se situar. Esse tipo de estratégia é aplicado quando a empresa fracassa ao tentar se posicionar em uma das três estratégias genéricas descritas anteriormente. Quando ela se localiza no meio- -termo, costuma apresentar baixo retorno financeiro e alta instabilidade. A escolha do tipo de posicionamento estratégico dependerá do tipo de empresa e do mercado. Não obstante, como referenciado anteriormen- te, devemos sempre evitar nos posicionarmos dessa maneira. 30 Administração estratégica: modelos de mapeamento e processos de implementação Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . 3 Competitividade e concorrência A competição consiste em uma disputa entre dois ou mais atores acerca de um objetivo comum, sendo a concorrência modelo de com- petição no qual um determinado mercado é disputado por algumas organizações. Para Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2010, p. 159), “quando se está perdido, qualquer mapa serve”. Essa citação endossa a necessidade de conhecer bem o mercado no qual estamos inseridos para ampliar nos- sas chances e sermos mais competitivos. Ao fazer as perguntas certas, obteremos respostas que serão a base do processo de planejamento estratégico de qualquer organização, pois ao conhecermos as deman- das dos clientes, passa a ser possível criar diferenciais que atendam de maneira única a tais demandas. Outrossim, além da necessidade de prover para as organizações to- dos os recursos necessários, como máquinas, equipamentos, instala- ções e demais ativos tangíveis, a busca pela competitividade releva a necessidade de potencializar os ativos intangíveis. O ambiente da era da informação, tanto para as organizações do setor de produção quanto para as do setor de serviços, exige novas capacidades para assegurar o sucesso competitivo. A capacidade de mobilização e exploração dos ativos tangíveis ou invisíveis tornou-se muito mais decisiva do que investir e gerenciar ativos físicos tangíveis. (NORTON; KAPLAN, 1997, p. 3) Ainda segundo Norton e Kaplan (1997), ao explorar os ativos intangí- veis, a competitividade tende a ser superior. Esse fato ocorre a partir do desenvolvimento de algumas capacidades, a saber: 1. Relacionamentos com cliente e fornecedores: ao construir par- cerias sólidas em que todos os participantes percebam ganhos mútuos, estaremos construindo uma relação de confiança a qual possibilitará a fidelização dos clientes e parceiros que, direta ou indiretamente, impactam no nosso negócio. 31Níveis de competitividade empresarial e estruturas de mercado M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. 2. Produtos e serviços inovadores: a busca pela inovação de produ- tos, serviços ou mesmo processos permitirá que a organização se mantenha competitiva, e não apenas acompanhe as mudan- ças de mercados como também, em um grau de intensidade am- pliado, promova mudanças nos mercados em que atuamos. 3. Customização e qualidade: ao entregar requisitos que criem valor para os clientes, não apenas atendendo às necessidades, mas superando suas expectativas, fortaleceremos os laços com os clientes e estaremos sempre como as primeiras escolhas de consumo. 4. Motivação e mobilização: para que os processos possam refletir em produtos ou serviços acima da média, traduzindo-se em re- torno financeiro, é necessário o comprometimento das equipes de trabalho, o que fará os clientes perceberem os diferenciais, pois, como amplamente citado por diversos autores, as pessoas são, sem dúvida, uma das mais importantes fontes de vantagem competitiva. 5. Tecnologia: além de máquinas e equipamentos adequados para as demandas, devemos dar especial atenção à informação, pois através dela teremos condições de conhecer melhor os clientes, as forças e fraquezas e alinhar um plano para potencializar o al- cance das metas corporativas. Ao competir com um ou mais players, deve-se conhecer as deman- das dos clientes e os diferenciais dos concorrentes. Vale ressaltar que, para obtermos ganhos sustentáveis, devemos enaltecer os nossos diferenciais e nunca buscar apequenar os dos con- correntes, pois se nossa estratégia se basear nas fraquezas dos outros, estaremos a mercê deles, sendo muito mais inteligente depender das nossas capacitações e nossos diferenciais. 32 Administração estratégica: modelos de mapeamento e processos de implementação Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . Considerações finais Além da real e importante necessidade de se conhecer bem a orga- nização, realizando um minucioso mapeamento de capacitações, ativos, pontos fortes e fraquezas, é importante ter condições de realizar um pla- nejamento estratégico que proporcionará ganhos acima da média. Isso se dá quando conhecemos bem o mercado no qual estamos inseridos. As estruturas de mercado aqui estudadas demonstraram uma re- lação direta entre o nível da concorrência, as políticas de precificação e o retorno de cada mercado. Salvo em mercados monopolistas, qual- quer que seja nossa atividade, teremos de enfrentar concorrentes e não apenas ser melhores que eles, mas, principalmente, conhecê-los bem para identificar os critérios ganhadores de pedidos, ou seja, quais re- quisitos são realmente importantes. Isto posto, devemos ser melhores aos olhos dos nossosclientes. Como visto, cada estrutura de mercado oferece riscos e oportunida- des e apresenta um comportamento peculiar de demandas e de clien- tes. Conhecer esse comportamento e direcionar nossos esforços para buscar diferenciais será, em última análise, o caminho que transformará nosso planejamento estratégico em retorno acima da média. Referências ADIZES, Ichak. Gerenciando as mudanças: o poder da confiança e do respeito mútuo. São Paulo: Pioneira, 2002. HITT, Michael A.; IRELAND, R. Duane; HOSKISSON, Robert E. Administração estratégica. São Paulo: Thomson, 2003. MINTZBERG, Henry; AHLSTRAND, Bruce; LAMPEL, Joseph. Safári de estra- tégia: um roteiro pela selva do planejamento estratégico. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2010. 33Níveis de competitividade empresarial e estruturas de mercado M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. NORTON, David P.; KAPLAN, Robert S. A estratégia em ação: balanced scorecard. Rio de Janeiro: Campus, 1997. TEBCHIRANI, Flavio Ribas. Princípios da economia: micro/macro. Curitiba: Ibpex, 2011. 35 M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Capítulo 3 O ambiente atual dos negócios: impacto nas organizações e nos colaboradores É interessante como os avanços tecnológicos têm a capacidade de ampliar fronteiras e aproximar pessoas e empresas. Basta olhar com um pouco de atenção para qualquer aparelho eletrônico: muito prova velmente ele terá sido projetado nos Estados Unidos da América, pro duzido na China e comercializado no Brasil. A possibilidade de inserir no processo produtivo ou mesmo no co mércio matériasprimas ou mercadorias dos mais diversos países mos tra como a globalização, de fato, tornouse uma realidade. Atualmente, as tecnologias logísticas permitem o transporte de grande volume e em curto período de tempo. Esse cenário traz possibilidades que interferem nos modelos de negócio e na maneira como o processo estratégico se desenvolve nas empresas. 36 Administração estratégica: modelos de mapeamento e processos de implementação Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . Em contrapartida, os avanços tecnológicos também têm a capaci dade de distanciar pessoas e empresas. As redes sociais nos permi tem contar com um elevado número de “amigos” virtuais e, ao mesmo tempo, podem reduzir nossa capacidade e disposição para o convívio. Os processos comerciais, cada vez mais automatizados, nos possibili tam lançar mão de negociações e fecharmos negócios com vários clientes sem ao menos uma reunião presencial, ou, em muitos casos, sem conhecer o responsável por aquela negociação. Os profissionais que hoje entram no mercado de trabalho, a chama da “geração Y”, demonstram capacidades e necessidades bem dife rentes dos profissionais das gerações anteriores. Esse distanciamento entre empresas e a mudança cultural profunda das pessoas também contribuem para criar novos ambientes e desafios na formulação e im plementação de estratégias. Considerando o cenário exposto, neste capítulo temos como objeti vo compreender as modificações do mercado e relacionar suas carac terísticas com as necessidades de se estabelecer uma administração estratégica nas empresas. Nosso primeiro passo é compreender como as escolas de estratégia, que serão objeto de estudo dos capítulos 4 a 6, foram sendo formuladas a partir da evolução das sociedades, desde a década de 1950 até os dias atuais, bem como o avanço das teorias administrativas. 1 O ambiente atual dos negócios: impacto nas organizações e nos colaboradores A mudança no processo de formulação estratégica e na maneira de administrar empresas deve acompanhar as novas demandas de negó cio que são impostas pela sociedade. Tanto as grandes corporações como os pequenos empreendimentos não podem deixar de fora temas emergentes como questões ambientais, responsabilidade social, con formidade legal e novas relações de trabalho. 37O ambiente atual dos negócios: impacto nas organizações e nos colaboradores M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Cada vez mais as empresas se formatam como sistemas vivos que fazem parte de outros sistemas e por eles são influenciados. Uma vez que a visão mecanicista não se mostra mais como uma verdade abso luta, a forma de gerenciar também deve ser revista. O problema talvez seja o fato de que as empresas se fiam em um pequeno número de pessoas para implementar a mudança. Pen samos em empresas como máquinas que podem ser consertadas por alguém, reprojetadas por alguém, reorganizadas por alguém ou, de alguma forma, mudadas por alguém. Está errado. Se perce bermos que as empresas são sistemas vivos, comunidades huma nas, entenderemos que não podem ser mudadas por uma só pes soa. Elas têm de mudar a si mesmas. No entanto, paradoxalmente, às vezes um ou dois líderes da alta direção têm esse jeito de pensar – vendo a empresa como um sistema vivo – e aí conseguem pro vocar a mudança. (SENGE apud REINCKE, 2000, p. 20) Retomando o pensamento de Senge, o planejamento estratégico não pode mais ser restrito a um pequeno grupo de executivos, pois a com plexidade do ambiente de negócios demanda participação ampliada de todos os gestores e colaboradores das empresas. Não raro, as pessoas que estão na execução dos processos têm uma visão mais assertiva das decisões e ações necessárias para melhorar os resultados. Mesmo em pequenos empreendimentos, a probabilidade de sucesso será ampliada se o “dono” compartilhar o planejamento e a gestão do seu negócio com seus colaboradores. No início dos anos 2000, Peter Drucker, considerado um dos mais importantes autores e pensadores da administração moderna, já sina lizava as principais mudanças mundiais que remodelariam a manei ra com que as empresas são concebidas e gerenciadas. Entre elas, destacase a importância da gestão do conhecimento como criação de diferencial competitivo. Para Drucker (2003), o diferencial competitivo é visto como um dos únicos caminhos de fato sustentáveis para que as empresas possam 38 Administração estratégica: modelos de mapeamento e processos de implementação Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . imprimir vantagens sobre seus concorrentes, a partir do conhecimento gerado e disponível na organização. A próxima sociedade será uma sociedade do conhecimento, e os trabalhadores do conhecimento serão o grupo dominante da força de trabalho. Ela terá três características principais: desapa recimento de fronteiras, porque o conhecimento viaja com mais facilidade que o dinheiro; mobilidade ascendente, por meio da edu cação formal; e potencial tanto para o fracasso como para o êxito. (DRUCKER, 2003, p. 3) Outras mudanças sociais importantes que impactaram o modo como as organizaçõese seus colaboradores se relacionam e, por con sequência, alteraram o processo da administração estratégica também são citadas por Drucker: 1. Ampliação do uso de tecnologias para gerenciar os proces sos, gerando cada vez mais dados, informação e indica dores. Essa vasta disponibilidade de informação permite conhecer melhor nossos mercados, clientes e processos, porém nos lança um importante desafio no uso dessa in formação de maneira inteligente, evitando excessos de in dicadores que possam tornar nossa visão míope. 2. Interligação das economias, promovendo forte protecio nismo de alguns mercados, como o processo de saída do Reino Unido da União Europeia ou mesmo o aumento de barreiras tributárias nos Estados Unidos, criando assim novos desafios para as empresas que praticam comércio com esses países. 3. O envelhecimento da população mundial, ampliando a ca pacidade produtiva das pessoas e elevando as taxas de desocupação, que criam desafios nas relações de trabalho e emprego que contemplem várias gerações e possam, agora, ser temporários ou parciais. 39O ambiente atual dos negócios: impacto nas organizações e nos colaboradores M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Outrossim, ainda fazendo uso das teorias de Drucker, a busca pela sustentabilidade dos negócios se mostra, cada vez mais, não como um diferencial, mas essencial para o sucesso da estratégia das empresas, sejam grandes corporações, sejam pequenos empreendimentos. Nesse sentido, “[...] uma importante tarefa da alta administração na próxima sociedade será equilibrar as três dimensões da empresa: como organi zação econômica, como organização humana e, cada vez mais, como organização social” (DRUCKER, 2003, p. 1). 2 O papel dos stakeholders nas organizações As organizações buscam estabelecer relações positivas e lucrativas com seus stakeholders. Para que possamos analisálas, precisamos, primeiramente, compreender o significado do termo “stakeholder”. Toda organização é um sistema de grupos básicos de stakeholders com os quais ela estabelece e administra relações. Stakeholders são pessoas e/ou grupos que podem afetar e são afetados pelos resul tados estratégicos obtidos e que têm reivindicações aplicáveis no tocante ao desempenho da empresa, as quais são colocadas em prática pela da capacidade dos stakeholders de deterem participa ção essencial para a sobrevivência, competitividade e lucratividade da organização. (HITT; IRELAND; HOSKISSON, 2003, p. 19) Entendendo que stakeholders são todos os interessados direta ou indiretamente nos negócios, precisamos inicialmente entender quem são eles e qual é seu grau de relação com a empresa. Hitt, Ireland e Hoskisson (2003) classificam os stakeholders em três grupos: 1. Mercado de capitais: fazem parte desse grupo os acionis tas e eventuais financiadores da empresa. Para os acionis tas, a principal demanda a ser atendida é o retorno que a empresa proporciona; já para as instituições financiadoras, o parâmetro a ser monitorado é o risco do capital. 40 Administração estratégica: modelos de mapeamento e processos de implementação Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . 2. Mercado de produtos: fazem parte desse grupo clientes, fornecedores, sindicatos e comunidades anfitriãs. As re lações com clientes consistem em ofertar produtos ou serviços com a qualidade e o preço requerido; com os for necedores, tratase de estabelecer relações lucrativas, tanto para a empresa quanto para os fornecedores; os sindicatos buscam propiciar condições favoráveis para os empregados que eles representam; e as comunidade anfitriãs (estado, ór gãos reguladores, associações de classe, sociedade, entre outras) buscam obter estabilidade na criação de emprego e renda, na capacidade de pagar contribuições e impostos e no cumprimento de requisitos legais. 3. Stakeholders organizacionais: são todos os colaborado res diretos e indiretos, gestores e proprietários da empre sa; neste grupo, além da melhor relação de remuneração, busca-se também realização profissional, crescimento e reconhecimento. O grau de influência e importância de cada stakeholder varia de acordo com segmento, porte e mercado. Por exemplo, em empresas familiares, o grau de importância dos donos será semelhante ao grau de importância dos acionistas em empresas de capital aberto. Nesse sentido, é importante identificar cada um dos nossos stakehol ders e quantificar o impacto deles para o negócio. Comumente, quanto maior o impacto, maior será a participação e influência do stakeholder no processo de formulação estratégica da empresa. 3 Análise de contexto Ao elaborar o planejamento estratégico, a organização deve analisar o grau de atratividade do mercado para melhor posicionar as metas e ações que impulsionarão a implementação da estratégia empresarial. 41O ambiente atual dos negócios: impacto nas organizações e nos colaboradores M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Uma das ferramentas mais utilizadas para esse fim é a análise das cin co forças de Porter. PARA SABER MAIS No capítulo 14, analisaremos a aplicação das cinco forças de Porter, que consistem na análise do grau de atratividade das seguintes variáveis: 4. Rivalidade da concorrência 5. Ameaça de novos entrantes 6. Ameaça de produtos ou serviços substitutos 7. Poder de negociação dos fornecedores 8. Poder de negociação dos clientes Além de conhecer a atratividade do mercado, devemos também co nhecer o comportamento dos clientes, pois isso influenciará o modo como a empresa posicionará os seus diferenciais. Para esse fim, com pilaremos alguns pontos importantes de O Relatório Popcorn, um estu do que identificou 16 tendências do comportamento do consumidor. Popcorn (1999) conseguiu antecipar tendências que foram confirma das e, hoje, servem de base para a elaboração do planejamento estraté gico de marketing das mais variadas organizações: • Volta ao passado: a tendência de as pessoas agirem e se senti rem como se fossem mais jovens que sua idade cronológica. • “Egonomia”: o desejo de oferecer a si mesmo posse e experiências. • Queda de ícones: a ideia de que “se é grande, é ruim”. • 99 vidas: a tentativa de aliviar as pressões do tempo fazendo muitas coisas de uma vez só. 42 Administração estratégica: modelos de mapeamento e processos de implementação Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . • Encasulamento: fazer da casa um ninho protegido das insegu ranças do mundo. • Grupos e clãs fechados: necessidade de pertencer a um grupo para enfrentar um mundo cada vez mais caótico. • Aventura da fantasia: necessidade de encontrar válvulas de es cape emocionais para compensar as rotinas diárias. • Revanche do prazer: a busca clara e assumida do prazer, em opo sição ao autocontrole e à privação. • Pequenas indulgências: inclinação para se satisfazer com peque nos exageros, a fimde obter um estímulo emocional ocasional. • Retorno às origens: a tendência de utilizar práticas antigas como âncoras ou suporte dos estilos de vida modernos. • Viver: o desejo de viver mais e desfrutar mais a vida. • Mudança de vida: o desejo de seguir um estilo de vida mais sim ples e menos agitado. • FemininaMente: o reconhecimento de que homens e mulheres pensam de maneira diferente. • Emancipação: a emancipação dos homens de seus papéis mas culinos estereotipados. • Consumidor vigilante: intolerância para com produtos de baixa qualidade e serviços inadequados. • S.O.S.: desejo de tornar a sociedade mais responsável com rela ção ao meio ambiente, à educação e à ética. Conhecendo o grau de atratividade do mercado e as tendências de comportamento do consumidor, poderemos posicionar o processo de formulação estratégica da organização. Mintzberg, Ahlstrand e Lampel 43O ambiente atual dos negócios: impacto nas organizações e nos colaboradores M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. (2010) propõem cinco abordagens da estratégia, descritas no quadro a seguir, que, geralmente, são utilizadas de forma concomitante. Essas abordagens serviram de base para a formulação das escolas de estra tégia que serão objeto de estudo dos próximos capítulos desta obra. Quadro 1 – Abordagens da estratégia ABORDAGEM DESCRIÇÃO 1 Plano “[...] estratégia como um plano – olhar para frente” (p. 25). 2 Padrões “[...] estratégia como padrão – olhar o comportamento passado” (p. 25). 3 Posições “estratégia é uma posição, isto é, a localização de determinados produtos em determinados mercados” (p. 27). 4 Perspectiva “[...] estratégia é uma perspectiva, isto é, a maneira fundamental de uma organização fazer as coisas” (p. 27) 5 Truque “[...] estratégia é um truque, isto é, uma manobra específica para enganar um oponente ou concorrente” (p. 29). Fonte: adaptado de Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2010). Em síntese, a escolha da abordagem adequada em conjunto com o mapeamento de mercado e identificação dos padrões de comporta mento permitirá um aumento considerável do nível de assertividade do planejamento estratégico. Considerações finais Uma relevante tarefa de todo gestor ou empreendedor consiste no correto e constante mapeamento do mercado, das tendências de con sumo e da abordagem que a organização utiliza na formulação de suas estratégias. Essa pode ser uma obrigação árdua, pois, além de complexa 44 Administração estratégica: modelos de mapeamento e processos de implementação Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . pela sua própria natureza, recebe uma influência temporal significativa, uma vez que os cenários mudam cada vez mais rápido. Olhar para fora nos permite um conhecimento ampliado de nós mes mos; comparar os resultados obtidos em relação aos resultados plane jados possibilita identificar pontos de melhoria que devem ser tratados nos próximos planos. Essa dinâmica reforça a abordagem da estratégia como um processo, pois está em constante formulação e evolução. A perspectiva que adotaremos a partir de nossas observações tam bém influenciará o nível de sucesso da empresa. Assim, todo e qual quer problema identificado, seja no mercado, nos padrões de consumo ou mesmo na empresa, pode ser analisado como uma oportunidade, pois a tarefa gerencial consiste justamente em enxergar os problemas e transformálos em oportunidade, o que pode ser feito tanto pela rápida resolução deles como pelo aprendizado obtido no processo de resolução desses problemas. São apenas situações que, por algum motivo, não en tregaram o resultado esperado. Ao analisar os motivos dessa não entrega (causas), poderemos corrigilos e promover não apenas a melhoria do re sultado em si, mas também nossa experiência frente a situações futuras. Os capítulos até aqui estudados consolidam uma base para enten der melhor as escolas de estratégia, as metodologias, as teorias e as ferramentas empregadas nesse processo de administração. O intuito, e principal meta, é aplicar tais métodos e teorias na elaboração de um processo de administração consistente. Referências DRUCKER, Peter. A próxima sociedade e o management. HSM Management, São Paulo, n. 36, jan./fev. 2003. HITT, Michael A.; IRELAND, R. Duane; HOSKISSON, Robert E. Administração estratégica. São Paulo: Thomson, 2003. 45O ambiente atual dos negócios: impacto nas organizações e nos colaboradores M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. MINTZBERG, Henry; AHLSTRAND, Bruce; LAMPEL, Joseph. Safári de estra- tégia: um roteiro pela selva do planejamento estratégico. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2010. POPCORN, Faith. O Relatório Popcorn. São Paulo: Campus, 1999. REINCKE, Mercedes. Além da quinta disciplina. HSM Management, São Paulo, n. 19, mar./abr. 2000. 47 M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Capítulo 4 As escolas de estratégia – parte 1 Ao longo dos anos, os principais pensadores e estudiosos do pla- nejamento estratégico desenvolveram teorias e práticas que criavam novas perspectivas sobre o tema, as quais foram agrupadas em dez conjuntos de teorias denominadas “escolas de estratégia”. Para anali- sar cada uma dessas escolas, utilizaremos como base a obra Safári de estratégia: um roteiro pela selva do planejamento estratégico, elaborada por Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2010). Como veremos, elas possuíam uma ideia central validada por princí- pios básicos, os quais delineavam a maneira como o tema era aborda- do. Buscaremos identificar as contribuições e restrições de cada uma, contextualizando onde poderiam ser aplicadas de maneira efetiva. 48 Administração estratégica: modelos de mapeamento e processos de implementação Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . 1 Escolas do planejamento estratégico Como já exposto nos capítulos anteriores, a efetividade de cada teoria está muito mais ligada ao cenário e ao tipo de empresa do que ao período em que a ideia foi elaborada. Dedicaremos os próximos três capítulos à análise e ao estudo des- sas escolas. Nesse sentido, o quadro 1 destaca cada uma delas corre- lacionando-as à perspectiva pela qual o processo da formulação estra- tégica foi desenvolvido. Quadro 1 – Escolas e formulação estratégica ESCOLA FORMULAÇÃO ESTRATÉGICA Design Processo de concepção Planejamento Processo formal Posicionamento Processo analítico Empreendedora Processo visionário Cognitiva Processo mental Aprendizado Processo emergente Poder Processo de negociação Cultural Processo coletivo Ambiental Processo reativo Configuração Processo de transformação Fonte: adaptado de Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2010, p. 20). Não obstante, vale ressaltar que há uma vantagem quando anali-
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