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Camila Franciscato de Bastos @camila.franciscato https://www.instagram.com/camila.franciscato/ Aula 1 - Direito do cidadão e dever do Estado - Até 1988, as ações de assistência aos pobres ficaram à cargo dos grupos religiosos e filantrópicos. - Somente com a Constituição Federal de 1988, a Assistência Social é reconhecida como política pública – direito do cidadão e dever do Estado. - Integra a Seguridade Social – juntamente com Saúde e Previdência Social. - Em 1993 temos a promulgação da Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) – Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993, que nos traz o conceito: “A assistência social, direito do cidadão e dever do Estado, é Política de Seguridade Social não contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento às necessidades básicas.” Camila Franciscato de Bastos Aula 2 - Funções e bases de organização O artigo 2º da LOAS traz os objetivos, ou funções, da Política de Assistência Social, que são: 1 – Proteção Social - visa à garantia da vida, à redução de danos e à prevenção da incidência de riscos. Tem suas ações voltadas especialmente a: - proteção à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice - o amparo às crianças e aos adolescentes carentes - a promoção da integração ao mercado de trabalho - a habilitação e reabilitação das pessoas com deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária; - a garantia de 1 (um) salário-mínimo de benefício mensal à pessoa com deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família. Camila Franciscato de Bastos Aula 2 - Funções e bases de organização 2 – Vigilância Socioassistencial - analisar territorialmente a capacidade protetiva das famílias e nela a ocorrência de vulnerabilidades, de ameaças, de vitimizações e danos. 3 – Defesa de direitos - visa a garantir o pleno acesso aos direitos no conjunto das provisões socioassistenciais. A assistência social rege-se pelos seguintes princípios: I - supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre as exigências de rentabilidade econômica; II - universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário da ação assistencial alcançável pelas demais políticas públicas; III - respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito a benefícios e serviços de qualidade, bem como à convivência familiar e comunitária, vedando-se qualquer comprovação vexatória de necessidade; Camila Franciscato de Bastos Aula 2 - Funções e bases de organização IV - igualdade de direitos no acesso ao atendimento, sem discriminação de qualquer natureza, garantindo-se equivalência às populações urbanas e rurais; V - divulgação ampla dos benefícios, serviços, programas e projetos assistenciais, bem como dos recursos oferecidos pelo Poder Público e dos critérios para sua concessão. A organização da assistência social tem como base as seguintes diretrizes: I - descentralização político-administrativa para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e comando único das ações em cada esfera de governo; II - participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis; III - primazia da responsabilidade do Estado na condução da política de assistência social em cada esfera de governo. Camila Franciscato de Bastos Aula 3 - O Sistema Descentralizado e Participativo - Resultado das deliberações da IV Conferência Nacional de Assistência Social (2003). - PNAS (2004) – Eixos estruturantes do SUAS - NOB/SUAS (2005) – implementação e consolidação do SUAS. - Lei 12.435/2011 – Lei do SUAS. Sistema descentralizado e participativo que organiza a gestão das ações – é o modelo de gestão da Política de Assistência Social, a forma como ela está organizada em todo o território nacional. - É um modelo: PÚBLICO: primazia da responsabilidade do Estado na condução da política. NÃO CONTRIBUTIVO: princípio da gratuidade DESCENTRALIZADO: descentralização político- administrativa. PARTICIPATIVO: controle social. Camila Franciscato de Bastos Aula 3 - O Sistema Descentralizado e Participativo Princípios Organizativos do SUAS 1 - UNIVERSALIDADE: todos têm direito à proteção socioassistencial, prestada a quem dela necessitar, com respeito à dignidade e à autonomia do cidadão, sem discriminação de qualquer espécie ou comprovação vexatória da sua condição. 2 - GRATUIDADE: a assistência social deve ser prestada sem exigência de contribuição ou contrapartida, observado o que dispõe o artigo 35 do Estatuto do Idoso. 3- INTEGRALIDADE DA PROTEÇÃO SOCIAL: oferta das provisões em sua completude, por meio do conjunto articulado de serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais. 4 - INTERSETORIALIDADE: integração e articulação da rede socioassistencial com as demais políticas e órgãos setoriais. 5 - EQUIDADE: respeito às diversidades regionais, culturais, socioeconômicas, políticas e territoriais, priorizando aqueles que estiverem em situação de vulnerabilidade e risco pessoal e/ou social. Camila Franciscato de Bastos Aula 4 - A participação da Sociedade Civil no SUAS A sociedade civil participa do SUAS de 2 FORMAS: Nos conselhos e conferências de Assistência Social e por meio das entidades e organizações de Assistência Social. A LOAS coloca que as entidades e organizações de assistência social são aquelas sem fins lucrativos que, isolada ou cumulativamente, prestam atendimento e assessoramento aos beneficiários da Política de Assistência Social, bem como as que atuam na defesa e garantia de direitos. São de atendimento aquelas entidades que, de forma continuada, permanente e planejada, prestam serviços, executam programas ou projetos e concedem benefícios de prestação social básica ou especial, dirigidos às famílias e indivíduos em situações de vulnerabilidade ou risco social e pessoal. Camila Franciscato de Bastos Aula 4 - A participação da Sociedade Civil no SUAS São de assessoramento aquelas que, de forma continuada, permanente e planejada, prestam serviços e executam programas ou projetos voltados prioritariamente para o fortalecimento dos movimentos sociais e das organizações de usuários, formação e capacitação de lideranças, dirigidos ao público da política de assistência social. São de defesa e garantia de direitos aquelas que, de forma continuada, permanente e planejada, promovem a defesa de direitos já estabelecidos e a luta pela construção de novos direitos por meio de ações e reivindicações na esfera política e no contexto da sociedade. Camila Franciscato de Bastos Aula 4 - A participação da Sociedade Civil no SUAS As entidades e organizações de Assistência Social, para funcionarem como tal, precisam estar inscritas junto ao Conselho Municipal de Assistência Social ou do Distrito Federal, que é responsável pela sua fiscalização. Além do processo de inscrição e da fiscalização que são realizadas pelo Conselho Municipal ou do Distrito Federal, as entidades recebem também o acompanhamento do Órgão Gestor de Assistência Social, que deve dar suporte para a organização e oferta dos serviços em conformidade com as diretrizes da Política de Assistência Social. A LOAS coloca que os critérios de inscrição e funcionamento das entidades deverão ser estabelecidos em regulamentação, que foi feita por meio da Resolução CNAS nº 14, de 15 de maio de 2014. Camila Franciscato de Bastos Aula 5 - O exercício do Controle Social As instâncias deliberativas do Suas são: I - o Conselho Nacional de Assistência Social; II - os Conselhos Estaduais de Assistência Social; III - o Conselho de Assistência Social do Distrito Federal; IV - os Conselhos Municipais de Assistência Social. Os Conselhos têm caráter permanente e composição paritáriaentre governo e sociedade civil. Estão vinculados ao órgão gestor de assistência social, que deve prover a infraestrutura necessária ao seu funcionamento, garantindo recursos materiais, humanos e financeiros, inclusive com despesas referentes a passagens e diárias de conselheiros representantes do governo ou da sociedade civil, quando estiverem no exercício de suas atribuições. Camila Franciscato de Bastos Aula 5 - O exercício do Controle Social - O CNAS foi instituído pela LOAS em 1993, para substituir o Conselho Nacional de Serviço Social, que existia desde 1938. - É órgão superior de deliberação colegiada, vinculado à estrutura do órgão gestor federal da Política de Assistência Social. - É composto por 18 membros e seus suplentes, sendo: - 9 representantes governamentais, incluindo 1 (um) representante dos Estados e 1 (um) dos Municípios; - 9 representantes da sociedade civil, sendo: representantes dos usuários ou de organizações de usuários, das entidades e organizações de assistência social e dos trabalhadores do setor. Camila Franciscato de Bastos Aula 5 - O exercício do Controle Social Os Conselhos de Assistência Social, em todos os níveis de governo têm competência para: - Acompanhar a execução da política de assistência social, - Apreciar e aprovar a proposta orçamentária, em consonância com as diretrizes das conferências nacionais, estaduais, distrital e municipais, de acordo com seu âmbito de atuação. Os Conselhos devem ser instituídos pelos Estados, Distrito Federal e Municípios por meio de lei específica. O funcionamento e as funções de cada um vão estar dispostos na lei e nos regimentos internos. Camila Franciscato de Bastos Aula 6 - A materialização da Proteção Social Benefícios Socioassistenciais Dentro do SUAS, nós temos 2 tipos de benefícios: - Os Benefícios Eventuais - O Benefício de Prestação Continuada (BPC) Os benefícios eventuais são provisões complementares e não permanentes. São prestados aos cidadãos e às famílias em situações de: - Nascimento - Morte - Vulnerabilidade Temporária - Calamidades Públicas Integram a Proteção Social Básica do SUAS e afiançam a Segurança de Apoio e Auxílio. Camila Franciscato de Bastos Aula 6 - A materialização da Proteção Social - O BPC é um benefício que também integra a Proteção Social Básica do SUAS e está relacionado à Segurança de Renda. Consiste na garantia de um salário mínimo por mês para pessoas com deficiência e idosos com 65 anos ou mais que não têm condições de manter seu sustento nem de serem mantidos por suas famílias. É regulamentado pelo Decreto nº 6.214, de 26 de setembro de 2007. Camila Franciscato de Bastos Aula 6 - A materialização da Proteção Social Serviços Socioassistenciais São atividades continuadas que visam: - Melhoria da qualidade de vida da população - Atendimento de suas necessidades básicas Garantem as Seguranças Afiançadas: ACOLHIDA, CONVÍVIO, AUTONOMIA - Descritos na Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais (2009): PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA: - PAIF – Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família - Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos - Serviço de Proteção Social Básica no Domicílio para PCD e Idosos Camila Franciscato de Bastos Aula 6 - A materialização da Proteção Social MÉDIA COMPLEXIDADE: - PAEFI – Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos - Serviço Especializado em Abordagem Social - Serviço de Proteção Social a Adolescentes em Cumprimento de MSE de LA e PSC - Serviço de Proteção Social Especial para PCD, Idosas e suas Famílias - Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua ALTA COMPLEXIDADE: - Acolhimento Institucional: Abrigo, Casa-Lar, Casa de Passagem e Residência Inclusiva - Acolhimento em República - Acolhimento em Família Acolhedora - Serviço de Proteção em Situações de Emergências e Calamidades Públicas Camila Franciscato de Bastos Aula 6 - A materialização da Proteção Social Projetos de Enfrentamento da Pobreza Compreendem ações de investimento econômico-social nos grupos populares- Subsídio financeiro e técnico para ações destinadas a: - melhorar suas condições de subsistência- elevar o padrão de qualidade de vida - preservar o meio-ambiente - contribuir para sua organização social O incentivo a esses projetos deve ocorrer de forma articulada – áreas governamental, não governamental e sociedade civil. Camila Franciscato de Bastos Aula 6 - A materialização da Proteção Social Programas de Assistência Social Ações integradas e complementares, estruturadas para qualificar, incentivar e melhorar os benefícios e serviços. A LOAS destaca que os programas voltados para idosos e PCD devem ser articulados ao BPC. Principais Programas: - Programa Bolsa Família - Programa de Erradicação do Trabalho Infantil - Acessuas Trabalho - BPC na Escola - BPC Trabalho - Primeira Infância no SUAS Camila Franciscato de Bastos
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