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NEONATOLOGIA BOVINA Os problemas podem começar durante a gestação, sendo assim o adequado é ter um planejamento desde então. Se iniciando com um calendário de manejo, incluindo vacinação, limpeza de materiais e instalações, ter um lugar adequado para os partos, com piquete maternidade próximo, planos e com boa visualização. Onde se evitam contato com água assim que caem no chão, boa camada de forragem, como cama de feno ou palha (evita choque térmico onde perde calor e entra em hipoglicemia por perda de energia). Observação com o solo, quanto pior o solo maior a colonização microbiana no rúmen. Os neonatos nascem com uma leve acidose metabólica fisiológica que gira em torno de 7,18-7,6, porém o Ph de um bezerro distócico permanece em 6,84-7,11. DIFICULDADES PÓS-PARTO Asfixia neonatal é comum, porém pouco observada, sendo decorrente de distocias. Pode desenvolver anorexia ou hipóxia fetal, ocorre devido a uma oclusão mecânica (posição que impede de respirar) e por uma ruptura do cordão umbilical dentro da pelve materna, diminuindo o fluxo de O2 rapidamente. Após o rompimento do cordão o bezerro tem que realizar a respiração por conta própria com muita dificuldade. Asfixia precoce diminui as trocas gasosas maternofecais que leva a diminuição do O2 e ao aumento de CO2, que ocasiona uma circulação prefencial aos órgãos vitais, ou seja, ocorre uma vasoconstrição periférica. Isso gera uma respiração anaeróbica que produz ácido lático (aumento de lactacidemia) e acidose metabólica. Asfixia tardia é uma consequência que independentemente da causa tem uma imaturidade pulmonar devido a redução da produção de substâncias surfactantes. Essa diminuição leva ao colabamento dos alvéolos pulmonares e atelectasia. Ocorre pelas mesma causas que a precoce. COLOSRAGEM A produção leiteira mudou a natureza do bezerro leiteiro, passando a não mamar na mãe. Isso ocorre, pois a matriz é encaminhada pra ordenha e não produz o suficiente pra alimentar seu bezerro. Também não se sabe ao certo a qualidade e quantidade do colostro que é produzido e isso predispõe ao aumento de morbidades da propriedade. Ademais, a placenta bovina é sindesmocorial e não permite a absorção de imunoglobulinas pelo bezerro (grandes moléculas). O feto então não recebe imunoglobulinas até seu nascimento, sendo a imunidade passiva somente dada através da colostragem e para garantir isso o colostro é dado separadamente. Colostro- é a primeira secreção da glândula mamária com 22% de sólidos totais (12% presente no leite normal). A proteína caseína, energia por açúcares e gorduras, vitaminas A e E e tripsina são de extrema importância para facilitar a absorção de imunoglobulinas e outras frações protéicas no intestino do bezerro. Hcl quebra as imunoglibulinas e são absorvidas no intestino delgado (jejuno e ílio). IgG- aumentam suas concentrações em torno de 5 semanas no pré-parto no colostro e aumenta de acordo com o aumento das concentrações de E2. Ocorre uma ligação de IgG nos receptores específicos do epitélio mamário, passa para os capilares e depois para o lúmen da glândula mamaria, após isso é secretada no colostro. 85-90% decorre de uma imunidade sistêmica, são transferidas da corrente sanguínea da mãe para o colostro. IgA e IgM- sintetizada na glândula mamária para serem transferidas e a maioria do IgA e IgM são por imunidades locais (intestinais). --------------------------------------- COLOSTRO LEITE GORDURA 6,7% 4% PROTEÍNA 14% 3,1% Ig 6% 0,09% IgG 3,2% 0,06% Ao nascimento o bezerro deve tomar no mínimo 3L nas primeiras duas horas e 4L nas próximas 6h. COLOSTROMÊTRO- é analisado por cores, onde a cor vermelha é qualidade baixa, a cor amarela é mediana e a verde é alta qualidade. Se deve a quantidade de imunoglobulinas presente no colostro. BRIX ÓPTICO (refratomêtro) ou digital- deve ser em torno de 21 ou mais. REFRATOMÊTRO DE PROTEINAS SÉRICAS- no soro deve ser maior ou igual a 5,5/dl. QUANTO FORNECER Deve-se analisar a qualidade pra definir o volume ( V x Q), a recomendação atual é mamar até duas horas depois do nascimento, ingerindo 300g de IgG, 10% do peso vivo ao nascer em até 4h, e + 5% do peso vivo ao nascer na até 6-8h. A qualidade do colostro deve ser superior que 50mg/ml de IgG e menor que 100.00 UFC/ml. FORMA DE ALEITAMENTO Mamadeira (com alça de preferencia), posição da cabeça com a correta angulação, pois evita falsa via. Pode ser ofertado colosto em pó (caro). Se o animal não estiver se alimentando deve ser realizado a ingestão forçada, por sonda rígida e hidratar com sonda mole. FATORES QUE AFETAM A TRANSFÊRENCIA DE IMUNIDADE -Idade da mãe, quanto mais velha a vaca for menos anticorpos ela terá. - Manejo, TªC corporal, ingestão de colostro insuficiente (por negligência, doenças, rejeição materna, conformação inadequada do úbere e/ou tetos, influência das condições do nascimento), absorção insuficiente de colostro (ingestão tardia ou interferência na absorção). DESINFECÇÃO DO UMBIGO Deve ser realizada no momento ou imediatamente após a 1ª mamada. O bezerro nasce com a veia umbilical que conecta a placenta ao fígado, 2 artérias umbilicais que conectam as artérias ilíacas internas a placenta que depois vira o ligamento redondo da bexiga. É o úraco que liga a bexiga do feto ao alantoide que regride após o nascimento. AFECÇÕES DO UMBIGO- onfalite , onfaloflebite, onfaloartrite, uraquite... FATORES DE RISCO- produtos utilizados (mata bicheira, óleo de mamona) momento de desinfecção (deve ser o mais rápido possível), ambiente maternidade e bezerreiro. Deve-se palpar as estruturas do umbigo até 30 dias a cada 7-4 dias. SINAIS CLÍNICOS- aumento de volume local, dor a palpação, espessamento dos vasos umbilicais. Independente da causa deve-se examinar o umbigo do bezerro, decúbito lateral (evita coices) e por trás. Pode ocasionar sinais neurológicos, devido a translocação bacteriana via sistema circulatório, pode atingir qualquer órgão, encéfalo, medula (compressão), pulmão (pneumonia), intestino (diarreia), fígado (problemas hepáticos). PREVENÇÃO- Iodo 10%, 10 segundos, utilizar pré-dip (de umbigo) e não reutilizar. AMOCHAMENTO- é a destruição das células queratogênicas que ainda não se fundiram ao crânio. É utilizado para não realizar procedimentos cirúrgicos futuramente. Feito sob anestésico local. Existe a química, onde utiliza hidróxido de sódio e causa uma maior dor por menos tempo e o ferro quente que dós menos por mais tempo. Deve-se tomar cuidado com sinusites bovinas e quadros neurológicos, pois o sangue, a água e o pó podem se estabelecer nos seios nasais. ARTRITE SÉPTICA DE NEONATOS- são consequências da onfalite, infecção intestinal ou infecção respiratória primária. Diminui o fluxo de sangue pela rede de sinusóides venosos, nos vasos metafisários. Tem como sinais clínicos a claudicação, inflamação de uma ou mais articulações. Tratamento pode ser realizado com penicilina, gentamicina, sulfa, ampicilina, AINE’s, suporte, terapia local e lavagem articular. TRISTEZA PARASITÁRIA BOVINA- é transmitido através da imunidade passiva, primo- infecção, levar em consideração a época do ano, vetores e o tipo de criação. Sinais clínicos compatíveis com fraqueza, apatia, anemia (analisar pela mucosa) e seu tratamento é especifico com tetraciclina, imidocarb, diaceturato e diaminazene (babesia), enrofluxacina (anaplasma). Suporte de acidose metabolica, fluidoterapia, transfusão sanguínea se necessário, tratar anemia (B12) e monitorar o bezerro. Pode ser associado imidocarb+ enro ou oxitetraciclina. Sua prevenção é feita com a higiene do ambiente (bezerreiro), condições boas da água ofertada, instalações e manejo adequado.
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