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NEONATOLOGIA DE RUMINANTES

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NEONATOLOGIA DE RUMINANTES
SINAIS DE PREMATURIDADE
 Nascer com os olhos fechados:
Presença da gengiva cobrindo os dentes incisivos:
Hipotermia: uma das principais causas de morte de neonatos é hipotermia (complexo de inanição), por isso devemos controlar a temperatura no início da vida deles. Os prematuros não conseguem preservar/controlar sua temperatura.
Mecônio: “primeiras fezes” secreção que estava retida quando animal estava dentro do útero, vem do líquido amniótico que alimentava o feto. Deve ser eliminada no máximo em 2 a 3 horas após o nascimento.
Se encontrar mecônio dentro da placenta significa que o animal estava em sofrimento fetal e demorou para nascer.
Obs.: animal nasce amarelo.
Proteção: existe uma proteção na ponta do casco (bem gelatinosa) que serve para proteger o útero da mãe de ser cortado pelo casco do feto, se essa almofadinha não sair facialmente ao nascer significa que o animal não estava pronto para nascer.
Sinais ao nascer: os sinais para saber se o animal está bem são: se levantar e sair andando, ter capacidade de sucção (mamar), urinar e eliminar o mecônio (nas primeiras horas de vida dele).
Obs.:
· Ausência de pelos ou pelos finos no corpo também indicam parto prematuro.
· “Nascer a termo” = nascer no período certo.
· Animal é considerado neonato até os 28 dias de vida, pois seus parâmetros oscilam, não conseguem estabilizar ainda. Após 28 dias é considerado bezerro e quando animal atinge o dobro do peso que nasceu e inicia alimentação com ração, se torna um novilho.
MORTALIDADE 
De acordo com estudos as taxas de mortalidade de bezerros no Brasil podem chegar a 25% especialmente aquelas causadas por diarreias e pelas afecções do sistema respiratório.
Casos:
1) Abortos: natimortos >270 dias de gestação (2-2,5%);
2) Mortalidade perinatal: natimortos com >270 dias de gestação, morte nas 24h após nascimento (3,5-5,0%);
3) Mortalidade neonatal: bezerros com morte entre 24h e 28 dias de vida (3,0%);
4) Mortalidade em bezerros mais velhos: bezerros que morrem entre 29 e 84 dias de vida (1,0-2,0%);
Fatores:
Tamanho do rebanho: quando o rebanho é muito grande não se tem controle dos nascimentos com várias vacas parindo em um curto espaço de tempo.
Tipo de criação: extensiva, semi-intensiva, intensiva.
Variação sazonal: nascer no inverno, por exemplo, que pode desencadear hipotermia; ou nascer na chuva onde animal corre risco de cair em uma poça de água e morrer afogado. Por isso é importante ter lugar seguro para o parto!
Indução de parto prematuro: para isso é necessário utilizar altas doses de corticoides na mãe para maturar o feto e depois são aplicados hormônios para estimular a dilatação e contração e assim induzir o parto.
Em caso de cesárea deve ser aplicado corticoides na mãe 24 horas antes do procedimento cirúrgico e ao final deve ser feito aplicação de ocitocina para contração do útero e expulsão da placenta.
Distocia: quando o animal não consegue nascer devido a posição ou problemas com a mãe (dilatação, por exemplo).
Colostragem: avalia quantidade de imunoglobulinas do colostro.
Obs.: feto libera cortisol quando “decide” nascer. O cortisol liberado é passado para a corrente sanguínea da mãe, a hipófise dela percebe o aumento do hormônio no corpo e desencadeia a diminuição da progesterona, aumento da ocitocina e relaxamento dos ligamentos pélvicos.
DOENÇAS DE NEONATOS
ASFIXIA NEONATAL
DEFINIÇÃO
· Complexo caraterizado por acidose mista: respiratória e metabólica;
· Expressada por alteração respiratória e diminuição da vitalidade;
· Alta mortalidade perinatal ou sobreviventes com alta frequência de doenças;
Mamada de colostro por bezerros com boa vitalidade e com asfixia durante as primeiras 18 horas de vida.
TIPOS
Precoce: ocorre antes de nascer.
· Distocia;
· Oclusão mecânica ou ruptura precoce do cordão;
· ↓ PO2 e ↑ PCO2 → acidose respiratória;
· Glicólise anaeróbica → acidose metabólica;
Tardia: ocorre algumas horas depois que nasce (neonatos).
· 1 hora pós-parto;
· Imaturidade pulmonar;
· Deficiência de surfactante: os alvéolos se fecham ou não conseguem se abrir, e os pulmões apresentam atelectasia difusa, propiciando inflamação e edema pulmonar;
· Bovinos com gestação <260 dias;
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
· Respiração ausente ou alterada (estertores secos, sibilos, gemido respiratório);
· Vitalidade: mucosas azuladas ou esbranquiçadas;
· Apatia;
DIAGNÓSTICO
· Histórico do parto;
· Imaturidade: tempo gestacional, pelos curtos e mais finos, incisivos cobertos por gengiva;
· Avaliação da vitalidade: sistema APGAR modificado;
· Diagnóstico de acidose: pH <7,2;
Sistema APGAR.
TRATAMENTO	
· Estimular a respiração: limpeza de vias respiratórias, decúbito esternal, suspender pelos membros posteriores (máx. 90s).
· Estimulação mecânica: fricção de toalhas na cabeça e lombo, água fria, respiração artificial, decúbito lateral suspende e abaixa os membros anteriores.
· Estimulação farmacológica: Doxapram.
· Tratamento da acidose: soluções alcalinas.
Bezerro em suspensão pelos membros posteriores.
FALHA DA TRANSFERÊNCIA DE IMUNIDADE PASSIVA
DEFINIÇÃO
Falha na transferência de imunidade passiva (da mãe para os filhotes) através do colostro. A imunidade inicial do bezerro vem das imunoglobulinas do colostro, até as primeiras 5 semanas aproximadamente animal não tem imunidade própria, atinge nível satisfatório por volta dos 3 meses. 
Depende do tipo de placenta e da imunidade colostral (imunidade passiva).
· ↓ IgG1 = ↑ taxa de mortalidade;
· ↑ taxa de morbidade e mortalidade;
· ↓ ganho de peso/dia até e após o desmame;
Animais que possuem FTIP ou não mamaram o colostro* aumentam a chance de mortalidade devido à falta de imunoglobulinas (principalmente IgG1) e animais não têm desenvolvimento adequado para idade, em fêmeas pode diminuir a produção de leite para a primeira lactação.
*Colostro rico em imunoglobulinas.
FATORES QUE INFLUENCIAM NA TRANSMISSÃO DA IMUNIDADE PASSIVA
Qualidade do colostro: 
· Colostro tem que ter no mínimo IgG > 50g/L.
· Composição: imunoglobulinas, leucócitos, fatores inespecíficos e nutrientes.
· Raça, idade* e nutrição da mãe.
· Tempo de ordenha do colostro**.
*Idade da mãe: fêmeas mais novas tem IgG menor e pode ter colostro com menor quantidade em comparação as fêmeas que já tiveram outras crias (dentro da idade de reprodução aceitável das vacas).
**Tempo de ordenha: primeira ordenha tem mais IgG que o de segunda ordenha e assim por diante, pois ele começa a se diluir com o passar do tempo, no terceiro dia não se tem mais colostro e sim “leite de transição” (colostro + leite). Leite de transição é bom para alimentação, mas não como colostro (nutrição).
Quantidade: 
· Nas primeiras horas de vida o ideal é o bezerro consumir no mínimo 100g IgG.
· Nas primeiras 18/24h o animal tem que mamar entre 10 e 12% do peso vivo dele em colostro. Ex.: Se o animal nasce pesando 40kg ele tem que mamar em torno de 4 a 5L de colostro.
Absorção: 
· Em até 4 horas pós-parto o bezerro tem ótima absorção* de imunoglobulinas, importante mamar até 2h depois que nasceu. 
· Presença da mãe: estudos indicam que animal mamar perto da mãe (no teto ou mamadeira facilita absorção).
· Bactérias no colostro podem retardar absorção.
Obs.: Indicado guardar para congelar colostro de primeira e segunda ordenha, até o terceiro dia (sempre avaliar o colostro para ver quantidade de IgG).
*Ideal é o bezerro mamar primeiras horas de vida, até 4 horas as barreiras do intestino estão abertas para receber esse colostro, após esse período ela começa a fechar, em 24h se fecha totalmente e imunoglobulinas do colostro não serão absorvidas, devido ao tamanho das proteínas (grandes).
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
É feito a coleta de sangue do animal, que é colocado no tubo sem anticoagulante e é utilizado o refratômetro para realizar a dosagem de imunoglobulinas do soro.
Imunoglobulinas:
· < 600 mg/Dl → FTIP
· 600-1600 mg/Dl → FTIP parcial
· > 1600 mg/Dl → normal
Enzima gamaglutamiltransferase (GGT): ↑ concentração no colostro
 Proteínas totais:
· > 5,5 g/Dl: é considerado umaboa transferência, menos que isso já é considerado falha.
· BRIX* > 8,4%: indica que tem presença de >5,5g/Dl de proteínas totais
*BRIX: avalia o grau de a doçura de bebidas através da medida de sólidos e açúcares totais, é utilizado na indústria de bebidas para igualar o sabor de todos os produtos. Quanto maior o grau BRIX mais doce é a bebida.
Teste feito com sulfato de zinco.
· 1º frasco: apenas com o líquido;
· 2º frasco: soro de um bezerro antes de mamar o colostro;
· 3º frasco: animal que teve falha pois mamou um colostro péssimo;
· 4º frasco: animal que mamou um colostro +/- e teve transferência intermediária; 
· 5º frasco: animal que mamou um colostro de ótima qualidade.
Obs.: Quando a proteína entra em contato com o sulfato de zinco fica esbranquiçado, então quanto mais proteína tiver mais turvo vai ficar (quanto mais imunoglobulinas, mais concentrado é o líquido).
Outra possibilidade é realizar a dosagem de GGT (enzima gamaglutamiltransferase) no sangue, essa enzima está em altíssimas quantidades no colostro (concentrada), então se o animal mamar uma quantidade adequada de colostro consequentemente ele terá a presença de GGT no sangue.
TRATAMENTO
· Transfusão de 20-40 ml/kg intravenoso de soro ou plasma da mãe para o animal (não é hiperimune – pode ou não funcionar). 
· Utilizado também caso o bezerro fique as primeiras 24 horas sem mamar.
PROFILAXIA
· O ideal é fazer profilaxia, montando um banco de colostro para poder oferecer para esses animais (ingestão adequada de colostro).
· Ao armazenar o colostro deve-se identificar com as seguintes informações: quem foi a doadora (nome da vaca), data em que foi ordenhado, quantidade de garrafas que rendeu (ex. garrafa 1, 2, 3) e o número da ordenha se foi 1º ou 2º.
· Para congelar o colostro antes deve ser feita a dosagem de concentração de IgG utilizando os índices do grau BRIX para determinar a qualidade do colostro. Para colostro de qualidade pobre, pode ser misturado com leite, transformando em leite de transição, para diminuir as chances do animal ter diarreia.
COLOSTRAGEM
· Congelar colostro de qualidade “bom” e “muito bom”.
· Descongelar em banho maria à 56 ºC para não desnaturar as proteínas.
· Colostro de qualidade “aceitável” e “pobre” pode ser utilizado como leite de transição.
· Vacina e manejo alimentar influenciam no colostro positivo ou negativamente.
· Imunossupressão e raça (genética) podem influenciar negativamente no colostro.
Colostragem.
Materiais que podem ser utilizados para realizar colostragem:
Colostrometro: proveta de vidro que é colocada no leite para medir a densidade e informar a quantidade de IgG.
Refratômetro: colocando gota de colostro no aparelho é possível medir a densidade de proteínas.
Colostro balls: são bolinhas com pesos diferentes que podem ser colocadas no colostro para avaliação da densidade e assim avaliar a quantidade de proteínas.
CONSEQUÊNCIAS
· Aumento da morbidade e mortalidade
· Bacteremia
· Doenças neonatais comuns: broncopneumonia, artrite séptica, diarreia e onfalite
AFECÇÕES UMBILICAIS
INTRODUÇÃO
O cordão umbilical é formado por veias, artérias e o úraco (canal ligado a bexiga fetal), as afecções nessas estruturas pode levar a ser uma porta de entrada para outras afecções.
· Inflamações umbilicais e complicações
· Persistência do úraco: animal urina pelo umbigo
· Hérnias
INFLAMAÇÕES UMBILICAIS
Processo inflamatório que ocorre geralmente por infecção durante ou imediatamente após nascimento em bezerros. É um processo inflamatório restrito ao umbigo e suas estruturas ou pode ser sistêmico desencadeando complicações.
Obs.: Cura do umbigo deve ser feita com iodo ao nascer.
· Onfalite: inflamação no umbigo
· Onfaloflebite: umbigo e veia (flebos) inflamados 
· Onfaloarterite: umbigo e artéria inflamados
· Onfalouraquite: umbigo e úraco inflamados
· Panvasculite: todas estruturas inflamadas
FATORES PREDISPONENTES
· Ausência ou incorreta desinfecção do coto umbilical logo após nascimento
· Falta de higiene no bezerreiro
· Umidade
· Macrossomia: animal nasce com estruturas muito grandes
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Forma aguda:
· Alterações do estado geral do animal: anorexia, hipertermia, arqueamento de coluna
· Região umbilical/abdômen: avermelhado, com volume e aglutinação de pelos (exsudatos)
· Sensibilidade
· Cordão - espessamento 
· Flutuação
· Tensão abdominal
· Cordão e massas intra-abdominais
· Eliminação da urina pelo umbigo
COMPLICAÇÕES
· Poliartrite: aumento do volume nas articulações
· Meningite: ataxia, paresia
· Septicemia: sinais endotóxicos, febre, decúbito, morte
· Broncopneumonia: alterações respiratórias.
DIAGNÓSTICO
· Inspeção
· Palpação
· Inspeção indireta (sonda, ultrassom, termografia)
Termografia
DIFERENCIAL
· Hérnias
· Persistência de úraco
PREVENÇÃO
· Desinfecção do coto umbilical logo após o nascimento
· Continuar por no mínimo 3 dias
· Colostragem
· Limpeza do ambiente do parto
TRATAMENTO - ONFALITE
· Drenagem
· Limpeza
· Desinfecção com iodo 2 a 10% – cuidado com iodo mais concentrado que pode queimar a pele
· Antibioticoterapia 
· Anti-inflamatório
· Nos casos mais graves: cirúrgico
DIARREIAS
CONCEITO
· Complexo patológico multifatorial = pode ser causado por muitos motivos
· Todo bezerro tem diarreia* (pelo menos um pouco devido a troca de colostro para leite normal)
Caracterização:
· Disfunção gastrointestinal: diarreia com < 12-15% de MS (matéria seca)
· Perda do estado geral/desidratação
· Desequilíbrio eletrolítico e acidobásico: porque perde bicarbonato durante diarreia e entra em quadro de acidose
*Não pode exacerbada pois bezerro pode desidratar e morrer
DIARREIA NEONATAL AGUDA
· Rotavírus, Coronavírus, E. coli, entre outros
· Em 50% dos bezerros ocorre na 1ª semana de vida
· Em 15% dos bezerros ocorre após a 2ª semana de vida
· Rotavírus: > prevalência 2-4 semanas de vida
· Bacteremia aumenta o risco de diarreia grave e morte
· 50% dos bezerros podem morrer
· Grandes prejuízos: mortalidade, tratamento da doença, desenvolvimento retardado do bezerro
FATORES DETERMINANTES INFECCIOSOS
BACTÉRIAS:
Escheria coli
· Enterotoxigênica: mais comum, infecção intestinal sem septcemia
· Enteropatogênica: septicemia
· Enteroinvasiva: hemorrágica
· Até 5 dias de vida causa diarreia profusa e aquosa
Salmonella
· 1 semana a 1 mês: pode causar endotoxemia, inflamação e necrose de intestino delgado; pode também causar septicemia
Em até 5 dias de idade (evolução aguda): curso branco*
- Diarreias bacterianas, por E. coli enterotoxigênica, por exemplo.
*Curso branco = diarreia clara por conta do leite
De 10 dias a 2 meses de idade pode ter diarreias por clostridiums, vírus e protozoários:
Clostridium perfringens 
• Enterite hemorrágica 
• Morte súbita 
VIRAIS
• Rotavírus - 4 a 14 dias 
• Coronavírus – 4 a 30 dias (grave) 
Entre 5 e 14 dias de idade, diarreias virais: 
- Rotavírus: ↑ mortalidade, isolados em 29% de amostras de fezes diarreicas 
- Coronavírus: evolução + severa que a rotavirose
PROTOZOÁRIOS
• Criptosporidium parvum: 1 a 4 semanas 
• Coccidios: 2 semanas a 8 meses – sanguinolenta
≥15 dias de idade e próximo ao desmame: Escherichia coli, Salmonella, Eimeria sp. e Giardia sp.
RESUMO
FATORES DETERMINANTES NÃO INFECCIOSOS 
• Erro de manejo 
• Higiene dos utensílios 
• Alimentar/dietética: 
· Animais com dieta racionada
· Sucedâneo: substitutos do leite, a base de leite em pó ou soja, cuidado com a diluição correta
· Excesso de leite (volume inadequado)
· Temperatura do colostro / leite (40ºC)
· Intervalo de fornecimento
· Leite alterado: acidez – preparação inadequada (sucedâneos) e composição
· Falha na formação da goteira esofágica: colostro tende a ir para o rúmen e não pro abomaso do animal e ocorre fermentação e por consequência acidose, podendo levar a diarreia
MECANISMO DA INFECCIOSA
Bactérias produzem enterotoxinas que promovem hipersecreção intestinal fazendo com que ocorra inibição da absorção de NaCl e aumento do estímulo de secreção de Cl, esse processo aumenta a osmolaridade do lúmen intestinal querecruta líquido da circulação (o que causa também desidratação) para controlar osmolaridade aumentada. Isso faz com que aumente o líquido intraluminal e que o corpo queira expulsar, causando diarreia.
Em caso de vírus e protozoários, é causado atrofia da vilosidade intestinal, causando lesão nas papilas onde o animal tem dificuldade de absorção, o que causa má digestão/absorção, tudo fica na luz do intestino e causa diarreia.
Exemplo: 
· Bezerro sadio 
· Vilosidade do íleo, coberto com células epiteliais 
· Bezerro doente: Coronavírus 
· Vilosidade do íleo após infecção, com perda do epitélio
SINTOMAS PARA INFECCIOSA E NÃO INFECCIOSA
· Desidratação 
· Pregueamento de pele 
· Enoftalmia 
· Mucosas secas 
· Alterações de equilíbrio ácido-básico: acidose (devido a perda de bicarbonato via fezes)
TRATAMENTO
Dietético
· Suspensão do leite (24h) 
· Retorno gradual do leite
· 1º dia sem leite
· 2º dia 1/3 do leite + 2/3 solução*
· 3º dia 2/3 do leite + 1/3 solução
· 4º dia somente leite
*Água, NaCl, bicarbonato, glicose... (quase um soro caseiro)
Sintomático
· Protetores de mucosa: adsorventes*
· Sais tanino, pectina, caolin (diarreia bacteriana)
· Carvão ativado
· Fluídos, eletrólitos, alcalinizantes e energéticos
· H20, Na+, lactato, NaHCO3, glicose (dextrose)
*Adsorventes: substância que irá promover a retenção das toxinas, como protetores de mucosa (caolin, carvão ativado e peroba), utilizada em diarreias causadas apenas por bactérias.
Para desidratação:
Volume de fluido a utilizar:
*VR = volume de reposição (devido a desidratação)
*VM = volume de manutenção 
*VPC = volume de perdas contínuas (micção, transpiração, salivação, lágrima); é divido por dias que o animal estava desidratado
Administração: 
· Oral: se o animal com capacidade de mamar pode se fornecer água ou solução oral
· IV - Velocidades: 
· VR: em choque hipovolêmico = 30-40 mL/Kg/h; 
· 10-20 mL/kg/h; 
· VM + VPC -> até 10 mL/kg/h 
· SC: soluções isotônicas; caso seja intraperitoneal -> aquecer 
Se não há acidose metabólica: solução fisiológica (NaCl 0,9%) / Glicose 5%.
Em caso de choque: solução hipertônica para expandir o volume mais rapidamente (NaCl 7,2%): 4-5mL/Kg PV em 3-10 minutos.
Em caso de acidose: usar solução de ringer lactato.
· Com hemogasometria disponível: pH, bicarbonato, BE -> bicarbonato 1,3% (velocidade de administração deve ser reduzida)
· Sem hemogasometria: 
· Utiliza constante de –47,4 e pH da urina do animal x pH normal de urina (7,42) 
· Este valor é multiplicado pelo peso do animal e por outra constante de 0.3 
· O valor encontrado é multiplicado pelo peso molecular e dividido por 1000 para encontrar o peso em gramas necessário de bicarbonato
· Cuidado para não causar alcalose, que é mais difícil de reverter!
Condições práticas: 
· Diarreia leve (até 5% de desidratação): manter leite + protetor de mucosa e adsorventes; 
· Diarreia moderada (6-8% de desidratação): suspender leite + retorno gradual / fluido VO-IV;
· Diarreia intensa (>8% de desidratação): suspender leite + retorno gradual / fluido IV + lactato/ NaHCO3 
· Na prática IV = ringer lactato (1/2 vol) + glicose 5% (1/4 vol) + solução fisiológica (1/4 vol) 
· Solução de 10L IV para desidratação e acidose: 6L de solução de NaCl 0,9% + 2L solução com NaHCO3 1,3% + 2L glicose 10%
Profilático: 
• Colostro 
• Ambiente (bezerreiro/maternidade) 
• Probiótico: barreira biológica no intestino (efeito competitivo) 
· Lactobacilos (leite fermentado + L. acidophilus) 
· Bacteriófagos 
• Vacinação

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