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SANGUE → meio de transporte → leucócitos percorrem constantemente o corpo, atravessam por diapedese a parede das vênulas e capilares e concentram-se rapidamente nos tecidos lesionados ou atacados por microrganismos, nos quais desempenham suas funções defensivas. Leucócitos: células que desempenham várias funções de defesa e constituem uma das primeiras barreiras contra a infecção. Diapedése: saída ativa de leucócitos do sistema circulatório, por movimentos ameboides. →transporta oxigênio, ligado à hemoglobina dos eritrócitos (HEMÁCIAS), e gás carbônico (CO2 ), ligado à hemoglobina e a outras proteínas dos eritrócitos, ou dissolvido no plasma. hemoglobina: proteína existente no interior das hemácias, no plasma e em certas plantas e cuja principal função é o transporte de oxigênio plasma também transporta nutrientes e metabólitos dos locais de absorção ou síntese, distribuindo-os pelo organismo. Transporta scórias do metabolismo que são removidas do sangue por órgãos de excreção. →veículo de distribuição dos hormônios - sangue possibilita a troca de mensagens químicas entre órgãos distantes. →papel regulador na distribuição de calor, no equilíbrio acidobásico e no equilíbrio osmótico dos tecidos. COMPOSIÇÃO DO PLASMA: →solução aquosa →componentes de pequeno e de elevado peso molecular (que é 10% do seu volume). →As proteínas plasmáticas correspondem a 7%, e os sais inorgânicos, a 0,9%, sendo o restante formado por compostos orgânicos diversos, tais como aminoácidos, vitaminas, hormônios e glicose. Componentes de baixo peso molecular do plasma estão em equilíbrio, através das paredes dos capilares e das vênulas, com o líquido intersticial dos tecidos. Por isso, a composição do plasma é um indicador da composição do líquido extracelular. ⇨As principais proteínas do plasma são as albuminas, as alfa, beta e gamaglobulinas, as lipoproteínas e as proteínas que Micaelle Martins 1° semestre 2021 participam da coagulação do sangue, como protrombina e fibrinogênio. Albuminas - são sintetizadas no fígado e muito abundantes no plasma sanguíneo, desempenham papel fundamental na manutenção da pressão osmótica do sangue. Deficiência em albuminas causa edema generalizado. Gamaglobulinas - são anticorpos e, por isso, também são chamadas de imunoglobulinas. → O sistema de coagulação , além das plaquetas, engloba uma cascata complexa de pelo menos 16 proteínas plasmáticas e algumas enzimas e cofatores enzimáticos envolvidos na formação do coágulo. Além disso, enzimas plasmáticas responsáveis pela destruição posterior do coágulo também são importantes para a restauração funcional dos vasos. Micaelle Martins 1° semestre 2021 COLORAÇÃO DAS CÉLULAS DO SANGUE: As células do sangue geralmente são estudadas em esfregaços preparados pelo espalhamento de uma gota de sangue sobre uma lâmina, onde as células ficam estiradas e separadas, o que facilita a observação ao microscópio óptico. Esses esfregaços são corados com misturas especiais, que contêm eosina (corante ácido), azul de metileno (corante básico) e azures (corantes básicos de cor púrpura). São muito utilizadas as misturas de Leishman, Wright e Giemsa, designadas com os nomes dos pesquisadores que as introduziram. Com essas misturas de corantes, as estruturas acidófilas tornam-se de cor rosa; as basófilas, de cor azul; e as que fixam os azures, ditas azurófilas, de cor púrpura ERITRÓCITOS (hemácias) →anucleados →grande quantidade de hemoglobina- proteína transportadora de O2 e CO2 (Por serem ricos em hemoglobina, uma proteína básica, os eritrócitos são acidófilos, corando-se pela eosina) Em condições normais, esses corpúsculos, ao contrário dos leucócitos, não saem do sistema circulatório, permanecendo sempre no interior dos vasos. →Possui formato de disco bicôncavo, que proporciona grande superfície em relação ao volume, o que facilita as trocas de gases. Quando suspensos em soluções isotônicas, têm em média 7,5 μm de diâmetro, com 2,6 μm de espessura próximo à sua borda e 0,8 μm no centro. Seu formato é mantido por proteínas estruturais do citoesqueleto e ligadas à membrana da hemácia, como, por exemplo, espectrina, anquirina, actina, proteína 4.1 e banda 3. Anormalidades ou deficiências dessas proteínas levam à formação de eritrócitos deformados, como ocorre, por exemplo, na esferocitose e eliptocitose hereditária. →São flexíveis, passando facilmente pelas bifurcações dos capilares mais finos, onde sofrem deformações temporárias, mas não se rompem. A concentração normal de eritrócitos no sangue é de aproximadamente 4 a 5,4 milhões por microlitro (mm3 ), na mulher, e de 4,6 a 6 milhões por microlitro no homem. Micaelle Martins 1° semestre 2021 Reticulócitos são eritrócitos imaturos recém-saídos da medula óssea, encontrados no sangue em pequenas quantidades (0,5 a 2,5% do número de hemácias em adultos). O número elevado de reticulócitos sugere uma vida curta dos eritrócitos e consequente resposta da medula óssea produzindo mais células; possíveis causas seriam hemorragia ou hemólise (rompimento membrana hemácia) associada a uma parasitose ou doença autoimune, por exemplo. O número reduzido de reticulócitos sugere produção diminuída de eritrócitos; nesse caso, a morfologia dos eritrócitos no esfregaço sanguíneo é muito importante para o diagnóstico. Eritrócitos normais são uniformes e apresentam 7 a 7,9 μm de diâmetro; células com diâmetro maior do que 9 μm são chamadas de macrócitos, enquanto as menores que 6 μm são denominadas micrócitos. ANISOCITOSE: GRANDE NÚMERO DE ERITRÓCITOS COM TAMANHOS VARIADOS. POIQUILOCITOSE: APARECIMENTO DE FORMAS DIFERENCIADAS. ERITROCITOSE OU POLICITEMIA: AUMENTO NA CONCENTRAÇÃO DE ERITRÓCITOS (pode ser apenas uma adaptação fisiológica, como acontece com as pessoas que vivem em grandes altitudes, onde a tensão de O2 na atmosfera é baixa - certo grau de poiquilocitose também é observado nesses indivíduos). A policitemia pode ser associada a doenças com diferentes graus de gravidade. A policitemia acentuada aumenta muito a viscosidade do sangue e pode dificultar a circulação nos capilares. Na policitemia, o hematócrito ( percentagem de volume ocupada pelos glóbulos vermelhos ou hemácias no volume total de sangue captado pelo aparelho centrifugador destinado a separar e contar os glóbulos vermelhos de determinada quantidade de sangue) está elevado, indicando o aumento no volume ocupado pelos eritrócitos. →Usam energia derivada da glicose. Cerca de 90% da glicose são degradados pela via anaeróbia até o estado de lactato, e os 10% restantes são utilizados pela via pentose-fosfato. Ao penetrarem a corrente sanguínea, vindos da medula óssea vermelha, na qual são formados, os eritrócitos imaturos (reticulócitos) contêm ainda certa quantidade de ribossomos. Quando corados, apresentam uma cor azulada, devido à basofilia do ácido ribonucleico (RNA). A molécula da hemoglobina (proteína conjugada com ferro) é formada por quatro subunidades, cada uma contendo um grupo heme ligado a um polipeptídio. LEUCÓCITOS: →são incolores, de forma esférica quando em suspensão no sangue →função de proteger o organismo contra infecções. →produzidos na medula óssea (assim como os eritrócitos) ou em tecidos linfoides →permanecem temporariamenteno sangue. →Diversos tipos de leucócitos utilizam o sangue como meio de transporte para alcançar seu destino final, os tecidos. Micaelle Martins 1° semestre 2021 ANEMIAS: caracterizadas pela baixa concentração de hemoglobina no sangue, ou pela presença de hemoglobina não funcional, o que resulta em oxigenação reduzida para os tecidos. Muitas vezes, a anemia é consequência de uma diminuição na quantidade de eritrócitos. As anemias podem ser causadas por: Hemorragia; Produção insuficiente de eritrócitos pela medula óssea; Produção de eritrócitos com pouca hemoglobina; Destruição acelerada dos eritrócitos. Cada uma dessas condições pode ter causas variadas, e, por esse motivo, muitas vezes as anemias são manifestações de outras doenças subjacentes. →São classificados em dois grupos: granulócitos e agranulócitos. Granulócitos: têm núcleo de forma irregular e mostram no citoplasma grânulos específicos que, ao microscópio eletrônico, aparecem envoltos por membrana. De acordo com a afinidade tintorial dos grânulos específicos, distinguem-se três tipos de granulócitos: neutrófilos, eosinófilos e basófilos. Agranulócitos: tem forma mais regular, e o citoplasma não tem granulações específicas. Há dois tipos de agranulócitos: os linfócitos e os monócitos. Portanto, existem 5 tipos de leucócitos no sangue humano. Os neutrófilos, eosinófilos e basófilos têm grânulos que se coram de maneira específica com certos corantes e são chamados granulócitos. Os linfócitos e monócitos são agranulócitos, apresentando grânulos azurófilos (lisossomos) encontrados também em outros tipos celulares. GLANULÓCITOS: NEUTRÓFILOS (leucócitos polimorfonucleados): → células arredondadas (com diâmetros entre 10 e 14 μm), → têm núcleos formados por dois a cinco lóbulos (mais frequentemente, três lóbulos) ligados entre si por finas pontes de cromatina. → célula muito jovem tem núcleo não segmentado em lóbulos, sendo chamada de neutrófilo com núcleo em bastonete, ou, simplesmente, bastonete (nessas células, o núcleo tem a forma de um bastonete curvo). OBS: Nos núcleos dos neutrófilos em mulheres, aparece frequentemente um pequeno apêndice, muito menor do que um lóbulo nuclear, com a forma de uma raquete. Essa raquete contém a cromatina sexual, constituída por um cromossomo X heterocromático (condensado) que não transcreve seus genes. → o citoplasma do neutrófilo apresenta predominantemente grânulos específicos e azurófilos. - grânulos azurófilos (lisossomos) contêm proteínas e peptídios destinados a digestão e morte de microrganismos. Contêm em seu interior uma matriz rica em proteoglicanos sulfatados, importantes para manter os diversos componentes do grânulo em estado quiescente. Os grânulos azurófilos são maiores e mais elétron-densos do que os grânulos específicos - grânulos específicos, além de apresentarem enzimas importantes no combate aos microrganismos, também têm componentes para reposição de membrana e auxiliam na proteção da célula contra agentes oxidantes. → Grânulos atípicos ou vacúolos no citoplasma dos neutrófilos podem sugerir diferentes condições patológicas, como infecções bacterianas e inflamações sistêmicas. → Os neutrófilos constituem a primeira linha de defesa do organismo, fagocitando, matando e digerindo bactérias e fungos. Micaelle Martins 1° semestre 2021 Chama-se leucocitose o aumento e leucopenia a diminuição do número de leucócitos no sangue. A contagem diferencial de leucócitos circulantes, feita rotineiramente no hemograma, pode indicar a existência de uma grande variedade de doenças; da mesma maneira, a análise morfológica do núcleo e do citoplasma dos leucócitos pode ser determinante para o diagnóstico de diferentes doenças e síndromes. → O neutrófilo é uma célula em estágio final de diferenciação e realiza uma síntese proteica muito limitada. Apresenta poucos perfis do retículo endoplasmático granuloso, raros ribossomos livres, poucas mitocôndrias e complexo de Golgi rudimentar. EOSINÓFILOS → muito menos numerosos do que os neutrófilos, constituindo apenas 1 a 3% do total de leucócitos. → têm aproximadamente o mesmo tamanho dos neutrófilos, ou são ligeiramente maiores. → seu núcleo, em geral, é bilobulado (headphone) → retículo endoplasmático, as mitocôndrias e o complexo de Golgi pouco desenvolvidos. → a principal característica para a identificação do eosinófilo são granulações ovoides que se coram pela eosina (granulações acidófilas), as quais são maiores do que as dos neutrófilos Paralelamente ao eixo maior do grânulo, encontra-se um cristaloide ou internum alongado, elétron-denso. → principal componente é a proteína básica principal, rica em arginina, que constitui 50% das proteínas do grânulo e é responsável por sua acidofilia. Micaelle Martins 1° semestre 2021 O aumento do número de neutrófilos é denominado neutrofilia e geralmente indica uma infecção bacteriana. Uma forma de neutrofilia benigna, no entanto, frequentemente está associada a estresse, exercício físico intenso ou ingestão de certos medicamentos à base de epinefrina e cortisona. A diminuição do número de neutrófilos denomina-se neutropenia e é, em geral, causada por tratamento farmacológico prolongado ou infecção viral. A camada que envolve o internum é menos densa aos elétrons e denomina-se externum ou matriz. Ela é rica em proteína catiônica eosinofílica, peroxidase eosinofílica e neurotoxina derivada de eosinófilos. A proteína catiônica é uma ribonuclease com atividade contra parasitas, bactérias e alguns vírus, a qual promove o aparecimento de poros nas células-alvo (ação citotóxica), induz a desgranulação de mastócitos e basófilos, e modula negativamente a atividade linfocitária. A proteína básica principal tem atividades antibacteriana e antiparasitária. A neurotoxina eosinofílica é uma ribonuclease com ação antiviral muito efetiva; além disso, promove a maturação fenotípica e funcional de células dendríticas, que são apresentadoras de antígenos para os linfócitos. A peroxidase está envolvida na geração extracelular de substâncias oxidantes muito reativas, um importante mecanismo de defesa. No entanto, essas proteínas, quando liberadas, são também capazes de promover dano tecidual. Dentre outras substâncias secretadas pelos eosinófilos, estão citocinas (pelo menos 11 interleucinas [IL] diferentes e interferona, por exemplo) e mediadores inflamatórios lipídicos (leucotrienos), que exacerbam a resposta inflamatória. Sabe-se também que os eosinófilos apresentam antígenos para os linfócitos. → Os eosinófilos fagocitam e digerem complexos de antígenos com anticorpos que aparecem em casos de alergia, como a asma brônquica, por exemplo. BASÓFILOS: → núcleo volumoso, com forma retorcida e irregular, geralmente com o aspecto da letra S. → citoplasma é carregado de grânulos maiores do que os dos outros granulócitos, os quais muitas vezes obscurecem o núcleo → ao microscópio eletrônico, os grânulos dos basófilos são muito elétrondensos e frequentemente contêm filamentos ou partículas alongadas. → constituem menos de 2% dos leucócitos do sangue; por isso, é difícil encontrá-los nos esfregaços. Sua meia-vida no sangue é estimada em 1 a 2 dias. → Seus grânulos medem 0,15 a 0,5 μm de diâmetro e, como os grânulos dos mastócitos, são metacromáticos. → Contêm histamina, fatores quimiotáticos para eosinófilos e neutrófilos, e heparina, que é responsável pela metacromasia do grânulo. → membrana plasmática também apresenta receptores para a imunoglobulina E (IgE). → Os basófilos liberam seus grânulos para o meio extracelular, sob a ação dos mesmos estímulos que promovem a expulsão dos grânulos dos mastócitos. No entanto, apesar das semelhanças, basófilos e mastócitos não são aspectosdiferentes do mesmo tipo celular, pois se originam na medula óssea de precursores diferentes. → secretam citocinas (IL-4, IL-13, por exemplo) e leucotrienos, que são mediadores inflamatórios. Acredita-se que, por meio da secreção de citocinas, os basófilos modulem a função de Micaelle Martins 1° semestre 2021 Embora os basófilos sejam os leucócitos menos abundantes na circulação, seu número se expande rapidamente na medula óssea em resposta a sinais inflamatórios, sendo mobilizados para o sangue, o baço, o pulmão e o fígado. O aumento persistente do número de basófilos no sangue, no entanto, é raro e denomina-se basofilia, que pode ocorrer devido a uma doença hematológica, como a leucemia mieloide crônica. Pode também estar associado a hipotireoidismo ou doença renal. determinadas populações de linfócitos T, tendo, portanto, uma ação imunomoduladora. LINFÓCITOS: são responsáveis pela defesa imunológica do organismo. - Reconhecem moléculas estranhas existentes em diferentes agentes infecciosos, combatendo-as por meio de resposta humoral (produção de imunoglobulinas) e resposta citotóxica mediada por células. - Constituem uma família de células esféricas, com diâmetro variável entre 6 e 8 μm; com essas dimensões, são conhecidos como linfócitos pequenos. - No sangue circulante há ainda uma pequena porcentagem de linfócitos maiores, que podem alcançar 18 μm de diâmetro. - O linfócito pequeno tem núcleo esférico, às vezes com uma chanfradura. Sua cromatina se dispõe em grumos grosseiros, de modo que o núcleo aparece escuro nos preparados usuais, característica que favorece a identificação do linfócito. - nucléolo do linfócito não é visível, mas pode ser demonstrado por meio de colorações especiais ou de microscópio eletrônico. - citoplasma é muito escasso e aparece nos esfregaços como um anel delgado em volta do núcleo. - apresenta basofilia discreta, corando-se em azul-claro. Pode conter grânulos azurófilos, que não são exclusivos dos linfócitos, pois aparecem também nos monócitos e granulócitos. - Ao microscópio eletrônico, o citoplasma dos linfócitos mostra-se pobre em organelas, contendo moderada quantidade de ribossomos livres. - O tempo de sobrevivência dos linfócitos é muito variável; alguns vivem apenas alguns dias, enquanto outros vivem durante muitos anos. - linfócitos B e T. - Ao contrário dos outros leucócitos, que não retornam ao sangue depois de migrarem para os tecidos, os linfócitos voltam dos tecidos para o sangue, recirculando continuamente. O aumento da quantidade de linfócitos no sangue denomina-se linfocitose e frequentemente está associado a infecções virais; nesses casos, há um aumento de linfócitos com diâmetro maior e cromatina menos condensada. Na leucemia linfoide crônica, há linfocitose, mas as células são pequenas e se rompem facilmente na confecção do esfregaço sanguíneo, deixando um aspecto “borrado”. O número reduzido de linfócitos denomina-se Micaelle Martins 1° semestre 2021 linfopenia ou linfocitopenia e geralmente está associado a terapia farmacológica prolongada ou imunodeficiência MONÓCITOS: são os maiores leucócitos circulantes, com diâmetro entre 15 e 22 μm. Têm o núcleo ovoide, em forma de rim ou de ferradura, geralmente excêntrico. Devido ao arranjo pouco denso de sua cromatina, o núcleo dos monócitos é mais claro do que o dos linfócitos. O núcleo do monócito contém dois ou três nucléolos, que, algumas vezes, podem ser vistos nos esfregaços comuns. - tem pouco retículo endoplasmático granuloso e uma quantidade moderada de polirribossomos livres. O aumento da quantidade de monócitos circulantes denomina-se monocitose e pode sinalizar doença hematológica (como, por exemplo, a leucemia mielomonocítica crônica), infecção causada por alguns tipos de bactérias e parasitos ou doença autoimune. A diminuição do número de monócitos circulantes, denominada monocitopenia, é raramente observada, podendo ser ocasionada pelo tratamento com corticosteroides. - O citoplasma do monócito é basófilo e contém grânulos azurófilos (lisossomos) muito finos, alguns dos quais estão no limite de resolução do microscópio óptico. Esses grânulos podem preencher todo o citoplasma, conferindo-lhe uma coloração acinzentada. - O citoplasma contém pequena quantidade de polirribossomos e retículo endoplasmático granuloso pouco desenvolvido. - Há muitas mitocôndrias pequenas, e o complexo de Golgi é grande, participando da formação dos grânulos azurófilos. - A superfície celular mostra muitas microvilosidades e vesículas de pinocitose. - Os monócitos do sangue representam uma fase na maturação da célula mononuclear fagocitária originada na medula óssea. Essa célula passa para o sangue, onde permanece apenas por alguns dias, e, atravessando por diapedese a parede dos capilares e vênulas, penetra alguns órgãos, transformando-se em macrófagos, que constituem uma fase mais avançada na vida da célula mononuclear fagocitária. - monócito faz parte do sistema mononuclear fagocitário ou sistema histiocitário Micaelle Martins 1° semestre 2021 PLAQUETAS: são corpúsculos anucleados, em forma de disco, medindo cerca de 2 a 4 μm de diâmetro, derivados de células gigantes e poliploides da medula óssea, os megacariócitos. - promovem a coagulação do sangue e auxiliam a reparação da parede dos vasos sanguíneos, evitando perda de sangue. Normalmente, existem 150 mil a 450 mil plaquetas por microlitro (mm3 ) de sangue. Esses corpúsculos permanecem no sangue por aproximadamente 10 dias. - Nos esfregaços de sangue, as plaquetas tendem a aparecer em grupos (aglutinação). Quando a parede de um vaso sanguíneo é lesionada, inicia-se um processo denominado hemostasia, que visa impedir a perda do sangue (hemorragia). A hemostasia é um fenômeno complexo que envolve a musculatura lisa do vaso lesionado, as plaquetas e diversos fatores do plasma sanguíneo que Micaelle Martins 1° semestre 2021 As plaquetas têm um sistema de canais, o sistema canalicular aberto, que se comunica com invaginações da membrana plasmática da plaqueta. Assim, o interior da plaqueta comunica-se livremente com sua superfície, disposição que tem importância funcional por facilitar a liberação de moléculas ativas que são armazenadas nas plaquetas. Na periferia da plaqueta, fazendo parte do hialômero, observa-se o feixe marginal de microtúbulos, que contribui para manter a forma ovoide desses corpúsculos. O hialômero contém também microfilamentos de actina e moléculas de miosina, responsáveis pela contração das plaquetas. Esses corpúsculos contêm uma camada situada por fora da membrana, medindo 15 a 20 nm, rica em glicoproteínas e glicosaminoglicanos, responsável pela adesividade das plaquetas e que pode absorver compostos diversos. O granulômero, mais escuro, apresenta uma variedade de grânulos delimitados por membrana, algumas mitocôndrias e inclusões de glicogênio. Os grânulos densos ou delta têm 250 a 300 nm de diâmetro e armazenam difosfato de adenosina (ADP) e trifosfato de adenosina (ATP). Os grânulos delta também contêm serotonina (5-hidroxitriptamina) retirada do plasma sanguíneo. Os grânulos alfa são um pouco maiores (300 a 500 nm) e contêm fibrinogênio e fator de crescimento plaquetário, que estimulam as mitoses no músculo liso dos vasos sanguíneos e a cicatrização das feridas. Os grânulos menores (175 a 250 nm), chamados grânulos lambda, são lisossomos carregados com as enzimas usuais dessas organelas. promovem a coagulação do sangue. A contração do músculo liso é estimulada pela serotonina liberada pelas plaquetas. - A participação das plaquetas na coagulação do sangue pode ser resumida da seguinte maneira: Agregação primária: descontinuidades do endotélio produzidas por lesão vascular são seguidas pela absorção de proteínas do plasma sobre o colágeno adjacente. As plaquetas também aderem ao colágeno,formando um tampão plaquetário Agregação secundária: as plaquetas do tampão liberam ADP, que é um potente indutor da agregação plaquetária, fazendo aumentar o número de plaquetas do tampão Coagulação do sangue: durante a agregação das plaquetas, fatores do plasma sanguíneo, dos vasos lesionados e das plaquetas promovem a interação sequencial (em cascata) de cerca de 16 proteínas plasmáticas, dando origem a um polímero, a fibrina, e formando uma rede fibrosa tridimensional, que aprisiona eritrócitos, leucócitos e plaquetas. Forma-se, assim, o coágulo sanguíneo, mais consistente e firme do que o tampão plaquetário. Um defeito hereditário na formação de • • uma das proteínas do plasma (fator VIII) resulta na doença hemorrágica conhecida como hemofilia Retração do coágulo: inicialmente o coágulo provoca grande saliência para o interior do vaso, mas logo se contrai, graças à ação da actina, da miosina e do ATP das plaquetas Remoção do coágulo: protegida pelo coágulo, a parede do vaso se restaura pela formação de tecido novo. Então, o coágulo é removido principalmente pela enzima plasmina, formada pela ativação da proenzima plasmática plasminogênio pelos ativadores do plasminogênio produzidos pelo endotélio. Enzimas liberadas pelos lisossomos das plaquetas também contribuem para a remoção do coágulo. A quantidade elevada de plaquetas no sangue (trombocitose) geralmente sinaliza inflamação ou traumatismo, mas tem pouco significado clínico. Já a trombocitemia essencial é uma doença rara caracterizada pela produção descontrolada de plaquetas, sendo um distúrbio hematológico grave e potencialmente fatal. O baixo número de plaquetas, denominado trombocitopenia, é uma consequência comum do tratamento farmacológico prolongado e também de doenças infecciosas como a dengue hemorrágica, por exemplo, podendo ser fatal devido à propensão do paciente para lesões vasculares e hemorragias. Micaelle Martins 1° semestre 2021 Micaelle Martins 1° semestre 2021 HEMATOPOIESE → processo contínuo e regulado de produção de células do sangue, que envolve renovação, proliferação, diferenciação e maturação celular. As células do sangue têm vida curta e são constantemente renovadas pela proliferação mitótica de células localizadas nos órgãos hemocitopoéticos. Na vida pós-natal, os eritrócitos, granulócitos, linfócitos, monócitos e plaquetas originam-se a partir de células-tronco da medula óssea vermelha. Conforme o tipo de glóbulo formado, o processo recebe os seguintes nomes: eritropoese, granulocitopoese, linfocitopoese, monocitopoese e megacariocitopoese. Essas células passam por diversos estágios de diferenciação e maturação na medula óssea antes de passarem para o sangue. Os órgãos nos quais o desenvolvimento linfoide ocorre são classificados como primários (medula óssea e timo) e secundários (Sistema Imunitário e Órgãos Linfáticos). Todas as células são derivadas primariamente da medula óssea; linfócitos B diferenciam-se na medula, enquanto linfócitos T provêm de células que migram da medula para o timo e ali se diferenciam . Em órgãos linfoides secundários, como baço, linfonodos e agregados Micaelle Martins 1° semestre 2021 As primeiras células sanguíneas do embrião surgem muito precocemente (em torno do 19 o dia de gestação), no mesoderma do saco vitelino. Essa fase transiente da hemocitopoese, denominada mesoblástica, é caracterizada pelo desenvolvimento de eritroblastos primitivos (principalmente) e, em geral, ocorre no interior de vasos sanguíneos em desenvolvimento, prosseguindo até a 6 a semana de vida intrauterina (VIU). Entre a 4 a e a 6 a semana de VIU inicia-se a hemocitopoese definitiva, com a migração, para o fígado fetal, de células originadas dos vasos em desenvolvimento, da porção alantoide da placenta em desenvolvimento e da porção anterior do eixo aorta-gônada-mesonefro. Assim, o fígado funciona temporariamente como órgão hemocitopoético. Essa fase, denominada hepática, é caracterizada pelo desenvolvimento de eritroblastos, granulócitos e monócitos; além disso, as primeiras células linfoides e os megacariócitos aparecem. A hemocitopoese hepática, extravascular, é muito importante durante a vida fetal, com um pico de atividade em torno de 3 a 4 meses de gestação, declinando gradualmente até o nascimento. Outros órgãos em desenvolvimento, como baço, timo e linfonodos, também contribuem para a hemocitopoese, especialmente para a produção de linfócitos. Em contrapartida, no 2 o mês de VIU, a clavícula já passa a se ossificar, e começa a formação de medula óssea hematógena (vermelha) em seu interior, dando início à fase medular da hemocitopoese. À medida que a ossificação pré-natal do restante do esqueleto avança, a medula óssea se torna cada vez mais importante como órgão hemocitopoético, alcançando um pico de atividade no período próximo ao nascimento. linfoides em diferentes órgãos, os linfócitos T e B proliferam-se intensamente, em geral estimulados por antígenos Micaelle Martins 1° semestre 2021
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