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Tecido Sanguíneo É um tipo de tecido conjuntivo caracterizado por uma matriz extracelular líquida. O sangue é um tipo especial de tecido conjuntivo que pode ser dividido em duas partes: Plasma: parte líquida. Células sanguíneas: elementos figurados do sangue. Participa de uma sistema fechado (sistema circulatório), e representa cerca de 7% do volume corporal. É caracterizado por ser um meio de transporte. Composição do Sangue: Glóbulos sanguíneos: Branco (leucócitos). Vermelho (hemácias). Plaquetas. Plasma: Parte líquida onde os outros componentes ficam suspensos. Composto de proteínas plasmática, sais inorgânicos, aminoácidos, hormônios e glicose. Obs: Há mais plasma do que células no sangue. Função do tecido sanguíneo: Transporta oxigênio e gás carbônico. Transporta escórias do metabolismo, que são removidas do sangue pelos órgãos de excreção. Regula a distribuição de calor, do equilíbrio acidobásico e do equilíbrio osmótico. Serve como veículo de distribuição dos hormônios, o sangue possibilita a troca de mensagens químicas entre órgãos distantes. Hematócrito: É uma medida da proporção de hemácias no sangue. O hematócrito se eleva quando o número de hemácias aumenta ou quando o volume de plasma diminui, como na desidratação. O hematócrito diminui até menos que o normal, indicando anemia, quando reduz a produção. Embora o hematócrito seja toda a parte celular do sangue não – coagulado, no ponto de vista prático, pode-se caracterizar o hematócrito como a quantidade de hemácias presente no sangue. Soro e Plasma: O soro é a parte líquida do sangue sem fibrinogênio e fatores da coagulação. O plasma é a parte líquida do sangue com o fibrinogênio e fatores da coagulação. É veículo para o transporte de moléculas diversas. Entre as proteínas do plasma podem ser citados a albumina, as alfa, beta e gamaglobulinas e o fibrinogênio. A albumina representa um papel fundamental na manutenção da pressão osmótica do sangue. As gamaglobulinas são anticorpos, são chamadas de imunoglobulinas. O fibrinogênio é necessário para a formação de fibrina, na etapa final da coagulação do sangue. Diversas substâncias, que são insolúveis ou pouco solúveis em água, podem ser transportadas pelo plasma devido ao fato de se combinarem com a albumina ou com as alfa e beta globulinas, as quais atuam como transportadoras. Células do Sangue: São estudadas a partir de esfregaços preparados pelo espelhamento de uma gota do sangue sobre uma lâmina. Hemácias, ou glóbulos vermelhos ou eritrócitos: Apresentam uma coloração rósea-clara. São anucleadas. Contém grande quantidade de hemoglobina. Em forma de disco bicôncavo. Durante a maturação na medula óssea, o eritrócito perde o núcleo e as outras organelas, não tendo, portanto, a possibilidade de renovar os sistemas enzimáticos, proteínas estruturais, lipídeos e polissacarídeos, essenciais para a vida do corpúsculo, possuindo um tempo de vida limitado de cerca de 120 dias. Após esse período, sua membrana torna-se mais rígida, sendo incorporada pelo sistema retículo-endotelial, baço, fígado e tendo seus componentes reaproveitados, inclusive o componente proteico da membrana, como a hemoglobina, para a formação de novas hemácias. Permanecem sempre no interior dos vasos. São flexíveis. Transporta oxigênio. São acidófilas devido a riqueza de hemoglobina. Formadas a partir da medula óssea vermelha. As células maiores (apontada pela seta) são as hemácias (eritrócitos). Já a estrutura circulada, é uma plaqueta. Leucócitos: Possuem núcleo. São células que participam das defesas celulares e imunocelulares do organismo. Constantemente os leucócitos deixam os capilares por diapedese e migram para o local da inflamação. São produzidos na medula óssea vermelha, permanecendo temporariamente no sangue. Possuem 2 classificações, os granulócitos e os agranulócitos: Granulócitos: conhecidos como polimorfonucleares, são assim chamados por apresentarem granulações específicas no citoplasma e núcleo multilobulados, dispondo seu núcleo de forma irregular. Eles distinguem-se em três tipos de granulócitos (neutrófilos, eosinófilos e basófilos). Agranulócitos: dispõem seu núcleo sem lobulações, possuindo uma forma mais irregular, e seu citoplasma não apresenta granulações especificas sendo chamadas de mononucleares. Há dois tipos de agranulócitos (linfócitos e monócitos). São responsáveis pela resposta imune adaptativa. O aumento no número de leucócitos no sangue chama-se leucocitose e a diminuição leucopenia. A contagem do número de leucócitos circulantes, feita pelo hemograma, pode apontar para a existência de diversos tipos de infecções e a análise morfológica do núcleo e do citoplasma dos leucócitos pode ser decisivo para o diagnóstico de diferentes doenças e síndromes. Neutrófilos: São os leucócitos mais presentes no sangue, representando cerca de 60 a 65% dos leucócitos do sangue circulante normal. Os neutrófilos contém grânulos específicos muito pequenos e grânulos azurófilos. Os grânulos específicos contém enzimas que matam as bactérias fagocitadas. Os grânulos azurófilos contém fosfatase ácida e outras enzimas lisossômicas. São células arredondadas, e apresenta núcleos formados por 2 a 5 lóbulos, ligados entre si por finas pontes de cromatina. A célula muito jovem não apresenta seu núcleo em lóbulos, e sim em um segmento, sendo então chamado de neutrófilo bastonete. Eles são relacionados a infecções do tipo bacteriana. Constituem a primeira linha de defesa celular contra a invasão de microorganismos, sendo fagócitos ativos de partículas de pequenas dimensões. Os núcleos dos neutrófilos das pessoas do sexo feminino, mostram-se constantemente um pequeno apêndice, muito menor do que um lóbulo nuclear, com a forma de uma raquete. Essa raquete contém a cromatina sexual, constituída por um cromossomo X heterocromático (condensado) que não transcreve seus genes. As células apontadas pelas setas são neutrófilos. Eosinófilos: Representam cerca de 2-4% dos leucócitos. O núcleo é segmentado apresentando geralmente 2 lóbulos (bilobulado). Apresentam granulações azurófilas e especificas acidófilas que se coram pela eosina. Os grânulos específicos contém a proteína básica principal, a proteína catiônica do eosinófilo e a neurotoxina derivada dos eosinófilos, as duas primeiras das quais são agentes altamente eficientes no combate aos parasitos. Os grânulos azurófilos inespecíficos são lisossomos contendo enzimas hidrolíticas semelhantes às encontradas nos neutrófilos. Estas funcionam na destruição de vermes parasitários e na hidrólise de complexos antígeno-anticorpos internalizados pelos eosinófilos. No eosinófilo o retículo endoplasmático, as mitocôndrias e o aparelho de Golgi são pouco desenvolvidos. 1- Linfócito; 2- Neutrófilo; 3- Eosinófilo; 4- Eritrócito; 5- Plaqueta. Basófilo: São os leucócitos circulantes mais raros, correspondem menos de 1% dos leucócitos. Apresentam núcleo volumoso, geralmente com aspecto de letra S. O citoplasma é carregado de grânulos maiores do que outros granulócitos contendo histamina, heparina, fatores quimiotáticos para eosinófilos e neutrófilos. Participam dos processos alérgicos e possuem receptores para imunoglobulinas E. Eles liberam seus grânulos e as substâncias ativas neles contidas para o meio extracelular, sob a ação dos mesmos estímulos que promovem a expulsão dos grânulos dos mastócitos. Os basófilos e os mastócitos são células diferentes, pois apresentam diferenças em sua origem e morfologia. Os basófilos têm um papel na hipersensibilidade imediata (asma brônquica) etardia (reação alérgica cutânea) e na propagação da resposta imunológica. Linfócitos: São responsáveis pela defesa imunológica do organismo. Essas células reconhecem moléculas estranhas existentes em diferentes agentes infecciosos. Combatendo por meio de resposta humoral (produção de imunoglobulinas) e resposta citotóxica mediada por células. Eles representam de 20 a 30% dos leucócitos na circulação. Apresentam núcleo arredondado e excêntrico com cromatina densa. Seu citoplasma é muito escasso com basofilia discreta e granulações azurófilas. A célula precursora dos linfócitos se origina na medula óssea. Os linfócitos são divididos em 2 tipos: Linfócitos T: são os mais numerosos no sangue. Estes são fundamentais pelas respostas imunitárias de base celular, que não dependem dos anticorpos circulantes. A função dos linfócitos T é facilitar a produção de anticorpos pelos linfócitos B. Linfócitos B: Os linfócitos B estão envolvidos na defesa humoral do organismo, pois se diferenciam-se em plasmócitos, que por sua vez, produzem os anticorpos. Graças a essas células, quando um antígeno invade o organismo pela segunda vez, a resposta imunitária em geral é muito mais intensa e mais rápida. Apesar de, morfologicamente, eles serem indistinguíveis uns dos outros, eles podem ser reconhecidos imunologicamente pelas diferenças em seus marcadores de superfície. Aproximadamente 80% dos linfócitos circulantes são células T, e o restante são células B. 1- Linfócito; 2- Monócito. Monócitos: São os maiores leucócitos circulantes, e representam de 4 a 8% dos leucócitos na circulação sanguínea. O núcleo é grande ovóide, em forma de rim ou ferradura. Devido ao arranjo pouco denso de sua cromatina, o núcleo dos monócitos é mais claro do que o dos linfócitos, possuindo de dois ou três nucléolos, que algumas vezes podem ser vistos nos esfregaços comuns. O citoplasma dos monócitos possuem uma pequena quantidade de polirribossomos e retículo endoplasmático granuloso (pouco desenvolvido). Encontram-se muitas mitocôndrias pequenas, e complexo de Golgi grande, participando da formação dos grânulos azurófilos. A superfície celular mostra muitas vilosidades e vesículas de pinocitose. Os monócitos do sangue representam uma fase na maturação da célula mononuclear fagocitária originada na medula óssea. Esta célula passa para o sangue, onde permanece apenas alguns dias, e, atravessando por diapedese a parede dos capilares e vênulas, penetra alguns órgãos, transformando-se em macrófagos, que constituem uma fase mais avançada na vida da célula, fazendo parte do sistema fagocitário mononuclear. 1- Monócito; 2- Eritrócito; 3- Plaqueta. Plaquetas: São corpúsculos anucleados e apresentam forma irregular. São estruturas resultantes da fragmentação do citoplasma dos megacariócitos da medula óssea. Sua vida média é de 9 dias. Participam do processo de formação do coágulo quando há uma lesão, não deixando que ocorra uma hemorragia. Mantém a hemostasia quando ocorre dano nos vasos sanguíneos. Todas as estruturas circuladas são plaquetas.
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