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1 Mestre José Penane Chibomane Faculdade de Economia e Gestão Aulas de Contabilidade Financeira – Gestão de Comércio 2020 O Património Revisões sobre Massas patrimoniais Nas sobre esta temática, certamente aprenderam que devido a amplitude e complexidade do património empresarial os respectivos elementos precisam de ser reunidos em pequenos grupos ou conjuntos (subconjuntos) que desempenham a mesma função económica ou financeira, são esses subconjuntos que designam-se massas patrimoniais e subdividem em: 1. Massas gerais Activo (bens1 e direitos2) (+ ) valores concretos; Passivo (obrigações3) ( - ) valores concretos; Situação líquida valores abstractos. A situação líquida (SL) corresponde a diferença entre o activo (A) e o passivo (P) ou seja: SL = A - P Se: A>P Sla (situação líquida activa) A=P SL0 (situação líquida nula) A<P SLp (situação líquida passiva) Assim: A+ SLp = P + SLa (é considerado equilíbrio patrimonial ou expressão geral do balanço) 2. Massas parciais 1 Todos aqueles que têm uma presença física, ou seja, corpóreos ou tangíveis. 2 Não possuem uma estrutura física, por isso, são intangíveis, representando dívidas a receber de terceiros. 3 São também intangíveis, no entanto representam dívidas a pagar a terceiros. 2 Mestre José Penane Chibomane 2.1 Do activo: Meios Financeiros; Inventários e Activos Biológicos; Investimentos de Capital; Contas a Receber. 2.2 Do Passivo – Credores diversos, inclui débitos (dívidas) de curto, médio e longo prazos. 2.3 Da situação líquida 2.3.1Situação liquida inicial (SLi), corresponde o valor inicial aplicado pelo comerciante à sua actividade (actividade comercial). É determinado entre o activo e o passivo iniciais (Si = Ai – Pi). 2.3.2 Situação líquida adquirida (Sla), corresponde a soma algébrica dos resultados (lucros e prejuízos), determinado pela diferença entre a situação líquida final (SLf) e a Situação líquida inicial (SLi) (SLa = SLf – SLi). 2.3.3 – Situação líquida final (SLf), igual a soma algébrica da situação líquida inicial (SLi) com a situação líquida adquirida (SLa) (SLf = SLi +/- SLa). A Conta Nesta unidade do nosso curso iremos apresentar os pontos relevantes sobre o estudo da conta, um elemento fundamental para a segregação das massas patrimoniais. Ao longo da unidade vamos abordar a movimentação genérica das contas, bem como o raciocínio contabilístico. O estudante também terá de resolver uma série de questões propostas, como forma de aliar a teoria e prática, relacionadas com o estudo da conta. Objectivos Constituem objectivos desta unidade: Capacitar os estudantes no domínio dos conceitos básicos da conta; Desenvolver as habilidades dos estudantes no domínio de classificação do património em contas; 3 Mestre José Penane Chibomane Desenvolver as habilidades dos estudantes no domínio de análise e classificação de um facto patrimonial; Habilitar os estudantes no domínio de princípios e raciocínio contabilísticos; Desenvolver habilidades aos estudantes no domínio do registo dos factos patrimoniais. Desenvolver a cultura, a postura e atitude contabilísticas nos estudantes. Débito Crédito Saldo Variações complexas Variações simples Subconjunto Conceitos Básicos a Aprender A conta Geralmente em cada massa patrimonial, os respectivos elementos podem ser agrupados em diversos subconjuntos com determinadas características comuns e específicas, de acordo com a sua natureza e função que desempenham na entidade. São esses subconjuntos que se designam por contas. Conta é um conjunto de elementos patrimoniais com determinadas características comuns e específicas, limitadamente definidas. Elementos constitutivos da conta 1. Compreensão A compreensão de uma conta é determinada pelas características comuns e específicas dos elementos nela agrupados, devendo ser evidenciada, o mais claramente possível, pelo título da conta (designação própria). O Título deve ser escolhido de tal sorte que revele imediatamente a natureza dos elementos que a compõem, ou seja, nos dê a conhecer o seu conteúdo. Por exemplo, O TITULO “2.2 – Mercadorias” diz – nos que agrupam nesta conta todos os bens que o comerciante adquire para a revenda sem transformar; do mesmo modo, o TITULO “3.2 – Activos Tangíveis” diz – nos que agrupam nesta conta todos os activos fixos corpóreos, isto é, com carácter de permanência na entidade, normalmente superior a um ano. 2. Extensão A extensão é o valor da conta, expresso em unidades monetárias. Indica a quantidade de unidades monetárias da conta. 4 Mestre José Penane Chibomane Requisitos da Conta 1. Imutabilidade do Título, o título de uma conta é sempre o mesmo, nunca varia, ou seja, o ponto de vista de uma conta é fixo e imutável, modificá-lo equivalerá a cair numa outra conta. 2. Homogeneidade, uma conta só deve conter os elementos patrimoniais que obedeçam à características comuns que ela define. A conta é homogénea, no sentido de que todos os elementos que compõem devem, sem excepção alguma, apresentarem o carácter que foi tomado para o ponto de vista. Este carácter ou ponto de vista comum a todos elementos patrimoniais agrupados numa conta é a condição indispensável para que ela se considere como homogénea. 3. Integridade ou integralidade, a conta deve incluir todos os elementos patrimoniais que gozam das características comuns por ela definidas. Classificação da Conta: 1. Quanto a natureza Contas colectivas, são as contas que se encontram subdivididas noutras, chamadas divisionárias. Contas divisionárias ou sub-contas, São consideradas contas divisionárias aquelas que resultam da divisão das contas colectivas. São contas de grande utilidade para a administração da entidade, pelo facto de fornecerem informações mais pormenorizadas no processo de registo dos factos patrimoniais e da produção de informações inerentes a uma racional tomada de decisões. Subdivisões das contas divisionárias De acordo com a natureza e necessidade contabilística de obter informações mais pormenorizadas, as contas divisionárias poderão, igualmente, ser decompostas noutras ainda menos amplas, designadas contas sub-divisionárias/subdivisões. Assim contas sub - divisionárias são subdivisões das contas divisionárias. 2. Quanto ao grau Contas do 1º grau, São contas do maior grau de generalidade. Por exemplo: 1.2 - Bancos, 2.2 - Mercadorias, 4.1 - Clientes, etc. Todas as contas do 1º grau são também colectivas. 5 Mestre José Penane Chibomane Contas do 2º grau, são divisões de contas do 1º grau. Por exemplo: 1.2.1 – Depósitos a ordem é divisão de 1.2 - Bancos, 1.3.1- Clientes conta corrente, é divisão de 1.3 – Clientes, etc. Contas do 3º grau, são subdivisões das contas do 2º grau. Por exemplo: 1.2.1.1- BCI é subdivisão da conta divisionária 1.2.1 – Depósitos a ordem, 1.2.1.2 – BIM, também é subdivisão da mesma conta divisionária (1.2.1- Depósitos a ordem). Quadro Resumo: Colectivas Divisionárias (divisões) Subdivisões 1º Grau 2º Grau 3º Grau 1.2.1.1 - BCI 1.2.1.2 - BIM 1.2.2.1- FNB 1.2.2 – Depósitos com pré aviso 1.2.2.2- B.Terra 1.2.3.1 – BN 1.2.3.2 - BSTM 2.2.1.1- Mariana 2.2.1.2 - Sasseka CONTAS 1.2.3 – Depósitos a prazo 1.2 - Bancos 1.2.1 – Depósitos a ordem 2.2.1 – Arroz2.2 - Mercadorias Contas Singulares ou Elementares As contas que não encontram subdivididas noutras dizem-se contas singulares ou elementares. Assim, por definição, não é possível que uma conta simultaneamente seja colectiva e singular. Variações das contas Do princípio de dualidade patrimonial, da digrafia ou de partidas dobradas 4 , qualquer facto patrimonialimplica sempre a variação de duas ou mais contas, de igual valor mas com efeitos contrários. Portanto, a variação de uma conta é sempre equilibrada pela variação de outra ou outras. Existe dois tipos de variações, a saber: 1. Variações simples, quando os factos patrimoniais implicam a variação de duas contas, uma a débito e outra a crédito. 2. Variações complexas/compostas, quando os factos patrimoniais implicam variações em mais de duas contas. Disto entende-se que o facto tem registo a débito de uma conta em 4 Veja conceito nas páginas 11 e 13 6 Mestre José Penane Chibomane contrapartida de vários créditos ou vários débitos contra um crédito ou vários débitos contra vários créditos. Representação Gráfica da Conta A cada conta corresponde um gráfico ou quadro, um razão esquemático, que constitui o dispositivo prático para acompanhar as variações patrimoniais. Dispositivo da conta: (Título da conta) Deve (D) Haver (H) O dispositivo da conta apresenta duas secções. A 1ª secção (lado esquerdo) é a do DEVE/ débito, enquanto a 2ª (lado direito) é a do HAVER/crédito. É correcto designar um lançamento na 1ª secção como débito e na 2ª secção crédito. As mesmas designações são também aplicáveis aos totais das secções. Conceito de débito, crédito, saldo, encerramento e reabertura de conta Debitar uma conta significa inscrever qualquer importância no lado do Deve/débito (D). Creditar uma conta significa inscrever uma certa quantia no lado do Haver/ crédito (C). Saldo de uma conta é a diferença entre o débito e o crédito Assim, ao comparar o débito e o crédito de uma conta três hipóteses podem ocorrer: D > C o saldo diz – se devedor (Sd); D = C o saldo diz – se nulo (So); D < C o saldo diz – se credor (Sc). Assim, se: D > C Sd D = C + Sd D = C So D = C D < C Sc C = D + Sc Encerrar uma conta, corresponde somar os valores das colunas do débito e do crédito, depois compará-los a fim de conhecer a natureza do saldo. Importa referir que para saldar uma conta (fecho) basta registar o saldo na secção mais fraca, ou seja, debitá-la ou creditá-la 7 Mestre José Penane Chibomane pelo valor correspondente ao seu saldo, consoante este seja credor ou devedor, ficando então a conta balanceada. Reabrir uma conta, consiste em inscrever o anterior saldo da conta a débito ou a crédito, conforme tenha sido devedor ou credor. Lançamento de abertura i) 100,00 4) 100,00 Lançamento corrente 30) 100,00 200,00 100,00 Deve (Débito) 2.2-MERCADORIAS Haver (Crédito) Lançamento de abertura i) 300,00 30) 80,00 Lançamento corrente Lançamento corrente 10) 150,00 sd) 370,00 Cálculo do saldo devedor (D>C) para o equilíbrio de membros e para o encerramento da conta 450,00 450,00 Exemplo de casos de: Debitar, Creditar, Encerrar uma conta, incluindo notas explicativas (lançados à débito) Deve (Débito) 1,1-CAIXA Haver (Crédito) (lançados à débito) Lançamento corrente (parte de lançamentos contínuos, efectuados a partir do início da actividade da empresa) Nota: Se voltarmos ao que vimos teoricamente sobre débito, crédito, encerramento e reabertura de conta, concluímos que: a) o 1° razão (T) apresenta lançados à débito (lado esquerdo): i) = 100,00; 30) = 100,00 e por fim a soma = 200,00.Neste caso, diz -se que lançamos à débito/debitamos a conta 1.1-CAIXA, primeiro em 100,00, depois por 100,00, no dia 30. Ainda o 1° razão (T), apresenta lançados à crédito (lado direito), 4) = 100,00, depois a soma = 100,00. Assim, diz-se que lançamos à crédito/creditamos a conta 1.1-CAIXA o valor de 100,00, no dia 4; b) o 2° razão (T) apresenta lançados à débito (lado esquerdo): i) = 300,00; 10) = 150,00 e por fim a soma = 450,00. Neste caso, diz -se que lançamos à débito/debitamos a conta 2.2-MERCADORIAS, primeiro em 300,00, depois por 150,00, do dia 10. Ainda no 2° razão (T), apresenta lançado à crédito (lado direito), 30) = 80,00, depois o "Sd" e por fim a soma = 450,00. Assim, diz-se que lançamos à crédito/creditamos a conta 2.2-MERCADORIAS o valor de 80,00, no dia 30. c) depois dos lançamentos à débito e à crédito efectuados no segundo razão “T”, determinamos o saldo da conta, neste caso devedor (Sd) e reforçamos o membro fraco, o de menor valor, somamos à posterior os dois membros e trancamos, tal como se apresenta no "T'. 8 Mestre José Penane Chibomane d) ainda sobre os dois razões (Ts), diz-se valor (es) da(s) conta (s) o (s) saldo(s) da(s) conta(s) e para o caso os valores das contas são 100,00 do primeiro “T” e 370.000,00 do segundo. Exemplo de caso de encerramento de uma conta Deve (Débito) 2.2-MERCADORIAS Haver (Crédito) i) 300,00 30) 80,00 10) 150,00 sd) 370,00 450,00 450,00 i) i) 370,00 … Lançamento de reabertura Nota: Qualquer conta cuja natureza de saldo é credor (Sc), por exemplo as contas 4.2- Fornecedores (passivo) ou 5.1-Capital social (capital), deverá ser tratada inversamente, ou seja, passar este saldo (credor) para reforçar o membro fraco, a do débito (lado direito), com a indicação de “Sc”. Movimentação Genérica das Contas (Veja a ordem das classes de contas no PGC) 1. As Contas do activo (Classes 1- Meios Financeiros, 2-Inventários e Activos Biológicos, 3-Investimentos de Capital e Classe 4 – Contas a receber),debitam pelos valores iniciais e aumentos (+) e creditam pelas diminuições (-). 2. As contas a pagar /do passivo (Classe 4- Contas de credores), creditam pelos valores iniciais e aumentos de dívidas e debitam pelas diminuições ou pagamentos de dívidas. 3. As contas de capital e fundos (Classe 5- Contas de capital /fundos próprios), creditam pelos valores iniciais e aumentos de fundos e debitam pelas diminuições ou prejuízos. 4. As contas de Gastos e Perdas (Classe 6 – Contas de Gastos e Perdas), debitam pelos valores iniciais e aumentos de custos e creditam pelas transferências (diminuições) para o apuramento de resultados. 5. As contas de Rendimentos e Ganhos (Classe 7 – Contas de Rendimentos e Ganhos), creditam pelos valores iniciais e aumentos de proveitos e debitam pelas transferências (diminuições) para o apuramento de resultados. 6. As contas de resultados (Classe 8 -Contas de resultados), debitam -se pelos prejuízos e creditam-se pelos ganhos. 9 Mestre José Penane Chibomane Raciocínio Contabilístico Para o registo das variações ocasionadas por qualquer facto patrimonial, temos que saber: 1.Quais são as contas que variam, pela análise do facto; 2. Quais as contas que devem ser debitadas e creditadas, pela aplicação dos princípios contabilísticos depois de verificados, relativamente a cada conta: a) Se aumentou ou diminuiu; e b) Se é do Activo / Passivo / Situação Líquida / Custos ou Proveitos. 3. Os valores desses débitos e créditos. Exercício nº 1 O património de JPC, Lda era constituído pelos seguintes elementos, referente ao início da sua actividade comercial, em 1 de Março de 2014: Património de JPC, Lda Descrição Valores Caixa 100,00 Depósitos 200,00 Mercadorias 300,00 Activos Tangíveis 500,00 Empréstimos obtidos 50,00 Capital inicial 1.050,00 Durante o mês realizou entre outras as seguintes operações: Dia 4 – Depósito de 100,00 Dia 10 – cheque nº 125/BT para a compra de mercadoria no valor de 150,00 Dia 20 – Bourderaux nº 11 do BT referente ao pagamento da divida contraída, no valor de50,00 Dia 30 – Venda de mercadorias por 100,00 que haviam custado 50,00. Pretende –se: a) Lançamento de operações iniciais nos razões esquemáticos; b) Lançamento de operações correntes também nos razões esquemáticos. 10 Mestre José Penane Chibomane Resolução do Exercício nº 1 Nota- considere: i) registo do património inicial; e’ ii) dias 4 a 30, registo das operações correntes; DEVE HAVER DEVE HAVER i) 100,00 4) 100,00 20) 50,00 i) 50,00 30) 100,00 200,00 100,00 50,00 50,00 DEVE HAVER DEVE HAVER i) 200,00 10) 150,00 i) 1.050,00 4) 100,00 20) 50,00 300,00 200,00 0,00 1.050,00 DEVE HAVER DEVE HAVER 10) 150,00 10) 150,00 30) 80,00 31) 80,00 150,00 150,00 80,00 80,00 DEVE HAVER DEVE HAVER i) 300,00 30) 80,00 31) 100,00 30) 100,00 10) 150,00 450,00 80,00 100,00 100,00 DEVE HAVER DEVE HAVER i) 500,00 31) 80,00 31) 100,00 31) 20,00 500,00 0,00 100,00 100,00 DEVE HAVER 31) 20,00 0,00 20,00 8.3- RES. CORRENTE 1.1- CAIXA 1.2-BANCOS 2.1 - COMPRAS 2.2 - MERCADORIAS 3.2 - ACTIVOS TANGÍVEIS 4.3.1 EMP. BANC 5.1 CAPITAL 6.1 -CAPITAL 7.1- VENDAS 8.1- RES. OPER. 11 Mestre José Penane Chibomane Exercíco nº 2 Em 1/02/07, o inventário inicial de de ABC – Ldª era constituído pelos seguintes elementos patrimoniais: Património de ABC, Lda Património: Valores Classificação Dinheiro em cofre 100.000,00 1.1 Deposito a ordem no BCI 800.000,00 1.2.1 Diversos artigos para a venda 2.000.000,00 2.2 Dívidas de clientes 1.100.000,00 4.1.1 Mobiliário de escritório 600.000,00 3.2.3 Meio de transporte 898.000,00 3.2.4 Dividas aos fornecedores 850.000,00 4.2.1 Empréstimos obtidos 690.000,00 4.3.1 Divida ao Estado 290.000,00 4.4 Pretende – se: A classificação do património inicial em contas5; Exercício nº 3 Com o seguinte património inicial de Tie & Gravata, Lda, em 1 de Março de 2012, efectue lançamentos nos “Ts”: Descrição Valores Dinheiro em cofre 100.000,00 Deposito a ordem no BCI 800.000,00 Diversos artigos para a venda 2.000.000,00 Dívidas de clientes 1.100.000,00 Mobiliário de escritório 600.000,00 Meio de transporte 895.000,00 Dividas aos fornecedores 850.000,00 Empréstimos obtidos 690.000,00 Divida ao Estado 290.000,00 5 O património de ABC, Lda já foi classificado em contas e de acordo com PGC- NIRF (veja a classificação no lado direito do exercício) 12 Mestre José Penane Chibomane Exercício nº 4 A entidade XYZ, Ldª, apresentava em 30 de Outubro de 2004, os seguintes elementos patrimoniais: Património inicial de XYZ, Lda Descrição Valores 50 S/C de arroz para venda @ 280,00 Crédito s/ clientes 4.500,00 Notas e moedas 2.500,00 CHQS de Terceiros 2.000,00 Valores em bancos: Em MZN 5.000,00 Em ZAR 250,00 Débito ao fornecedor 1.500,00 Notas e moedas em ZAR 90,00 Durante o mês seguinte, realizou-se entre outras as seguintes operações: Dia 2-pagamento em CHQ ao fornecedor 1.000,00Mt Dia 4-venda de 50% de arroz ao preço unitário de 350,00Mt, nas seguintes condições: 70% a pronto pagamento; O restante a prazo de 45 dias. Dia 6- saque de uma letra s/ o cliente 3.500,00Mt Dia 8-compra a prazo 70 sacos de arroz @ 250,00Mt Dia 20 – Desconto bancário da letra sacada no dia 6, tendo o produto líquido do desconto totalizado 3.350,00 Mt Pretende-se: a) A classificação e registo das operações iniciais e correntes em contas; b) A determinação do saldo e encerramento de contas. Informação sobre o câmbio do dia: Compra 3,20Mt; Venda 3,40Mt. 13 Mestre José Penane Chibomane Exercício nº 5 Considere o Património de Cossa & família em 1 de Julho de 2007 Património de Cossa & Família Descrição Valores Notas e moedas 5.000,00 Cheques de terceiros 2.000,00 Depósitos a ordem: Em metical 10.000,00 Em dólar 250,00 100 s/c de arroz @ 280,00 para venda Créditos sobre clientes 9.000,00 Débitos dos sócios 20.000,00 Um edifício 14.000,00 Uma viatura 20.000,00 Despesas de constituição 9.000,00 Débitos aos fornecedores 2.000,00 Débito ao Estado 1.000,00 Débitos diversos 3.000,00 Notas e moedas em dólares 180,00 Durante o mês realizaram as seguintes operações: Dia 2 – Pagamento em Cheque nº 7618 ao fornecedor 1.000,00 Dia 3 – Cheque nº 1820 para reforço de caixa 2.000,00 Dia 6- O cliente A. Soares depositou na conta da entidade 3.000,00, talão de depósito nº 200. Dia 10 – Saque da letra nº 10 sobre cliente Razac 3.500,00 Dia 12 – Nossa V.D. nº 420 pela venda de 20 sacos de arroz @ 350,00Mt Dia 15 – Compra a prazo 70 sacos de arroz @ 250,00Mt Dia 20 – Juros de depósito a prazo lançados na conta de depósitos a ordem. Nota de lançamento nº 3940 300,00Mt. Informação sobre o câmbio do dia: Compra 15,61Mt Venda 15,87Mt Pretende – se: a) Classificação do património inicial em contas; b) Registo das operações correntes nos razões esquemáticos; c) Saldo e encerramento de contas. 14 Mestre José Penane Chibomane Exercício nº 6 Na data do início da vida comercial da entidade Gigy & Hagy, em 01 de Julho de 2005 o seu património era constituído pelos seguintes activos e passivos: Património da Gigy & Hagy Descrição Valores Numerário: Dólar 3.000,00 Rand 2.500,00 Meticais 8.000,00 Depósito no BIM 25.000,00 Impostos a pagar 4.100,00 Empréstimos obtidos do BIM para a aquisição da viatura 45.000,00 Dívida de Yotasse (trabalhadora) 25.000,00 Mercadorias diversas 15.000,00 Saque da Carlota 22.500,00 Edifício em construção 20.000,00 Um edifício por concluir no bairro novo 12.500,00 Trespasse do estabelecimento 18.250,00 Diversas letras em carteira 7.500,00 Débito de Mª Rosário (cliente) 8.525,00 Débito a B. Botão (sócio) 4.125,00 Aceite a Horácio 17.825,00 Uma viatura Mazda MLL 12-12 45.000,00 Diversos equipamentos administrativos 5.000,00 Crédito de Agostinho Goveia (sócio gerente) 13.000,00 No mês de Julho realizaram – se entre outras as seguintes operações: Dia 3 – recibo nº 1 referente ao cheque de Mª do Rosário no valor de 7.000,00Mt Dia 10 – Factura nº 1, referente a venda de mercadorias no valor de 5.000,00Mt que haviam custado 3.500,00Mt Dia 12 – Cobrança do saque nº 55 sobre M. Cossa no valor de 5.000,00Mt, recibo nº 12 Dia 16 – Factura nº 5569 do Armazém Central referente a mercadorias no valor de 6.000,00Mt Informação sobre o câmbio do dia: Taxas de Câmbio Compra Venda USD 12,50 12,82 ZAR 2,10 2,25 Descrição Valores Bens Direitos Obrigações Activo Passivo SL Dinheiro em caixa 100,00 Dívida do cliente Xiphefu 250,00 Depósito a Ordem no Bvida 500,00 Dívida a Xikelemo 750,00 Dívida do Cliente Ganguene 200,00 Mobilias em armazém 5.040,00 Maquinaria p/ o escritório 1.100,00 Depósito a prazo no Bterra 720,00 Ferramentas 250,00 Dívida ao fornecedor 3.100,00 Edifício comercial 8.500,00 Viatura 3.400,00 Mobiliário de escritório 870,00 Quota na Sociedade XYZ,Lda 1.120,00 Empréstimo obtido 4.200,00 Cheque de terceiro 10,00 Trespasse 500,00 Acções adquridas p/ revenda 180,00 Dívida ao INSS 300,00 TOTAL Pretende – se: a) Classificação do património inicial em contas; b) Registo das operações correntes nos quadros esquemáticos; c) Cálculo dos saldos e encerramento de contas. 15 Mestre José Penane Chibomane Exercícios: 7. A conta: a) Compreende um conjunto de elementos patrimoniais que se apresentam características heterogéneas; b) Caracteriza – se por um título e uma extensão imutáveis; c) Compreende um conjunto de elementos patrimoniais que apresentam características idênticas; d) Corresponde ao valor em dívida. 8. Tendo presente o conceito da conta, pode afirmar – se: a) O título é alterável consoante os factos patrimoniais que decidirmos registar em cadauma delas; ( ) b) A extensão vai variando conforme acolhe os registos dos factos patrimoniais;( ) c) O título e extensão de uma determinada conta são inalteráveis; ( ) d) Nenhuma das anteriores. ( ) 9. Segundo o método das partidas dobradas: a) Cada facto patrimonial afecta, no mínimo, uma conta; ( ) b) Cada facto patrimonial, afecta, no mínimo, duas contas, implicando sempre o registo de um débito (em uma ou mais contas) e de um crédito de igual montante (em uma ou mais contas); ( ) c) Cada facto patrimonial afecta, no mínimo, duas contas, implicando sempre o registo de um débito (em uma ou mais contas) e de um crédito de igual ou diferente montante (em uma ou mais contas); ( ) d) O método das partidas dobradas é já pouco utilizado no processo de escrituração; 10. O método das partidas simples ou unigrafia: a) É ainda muito utilizado na contabilidade de algumas entidades, designadamente nas sociedades unipessoais por quotas; ( ) b) Cada facto patrimonial afecta apenas e sempre duas contas, implicando sempre o registo de um débito e de um crédito de igual montante; ( ) c) Tem como pressuposto subjacente a base de caixa; ( ) d) Nenhuma das anteriores. ( ) 16 Mestre José Penane Chibomane 11. Sempre que o valor do primeiro membro de uma conta é superior ao valor do segundo membro diz – se que a conta apresenta: a) Um saldo devedor; ( ) b) Um saldo credor; ( ) c) Um saldo nulo; ( ) d) Valores errados, pois o total do primeiro membro tem de ser igual ao total do segundo membro: ( ) 12. A Quando o saldo de uma conta é nulo, significa que: ( ) a) A conta não possui movimentos; ( ) b) A conta não vai aparecer no balancete analítico; ( ) c) O “DEVE” é igual ao “HAVER”; ( ) d) Nenhuma das anteriores. ( ) 13. A reabertura de uma conta corresponde: a) À inscrição do seu saldo na coluna dos débitos; ( ) b) À inscrição do seu saldo na coluna dos créditos; ( ) c) À inscrição do seu saldo na coluna dos créditos quando o saldo for credor; ( ) d) À inscrição do seu saldo na coluna dos débitos quando o saldo for credor. ( ) 14. O reconhecimento de um valor a crédito em uma conta do activo representa: a) Um aumento do activo; ( ) b) Uma diminuição do activo; ( ) c) Uma rectificação excepcional que se faz a conta do activo; ( ) d) Nenhuma das anteriores. ( ) 15. As contas de gastos: a) Nunca se creditam; ( ) b) Debitam –se pelas diminuições de valores e creditam – se pelos aumentos de valores;( ) c) Debitam – se pelos aumentos de valores, excepcionalmente, creditam – se pelas diminuições de valores; ( ) d) Apresentam sempre saldos credores. ( ) 16. As contas do primeiro grau de rendimentos: a) Nunca se debitam; ( ) 17 Mestre José Penane Chibomane b) Debitam se pelos aumentos de valores e creditam – se pelas diminuições de valores; c) Debitam – se pelas rectificações de valores e creditam – se pelas diminuições de valores; ( ) d) Apresentam sempre saldos credores. ( ) 17. Estabeleça a diferença entre as contas divisionárias e sub – divisionárias: a) Quanto a mecânica; b) Quanto ao grau. Lançamentos O património, como conjunto de valores activos e passivos sujeitos a uma gestão, não se mantém constante. Pois, está sujeito a variações resultantes da própria actividade da empresa. Assim, além de apresentação dos valores patrimoniais, existe a necessidade de representar e inscrever em documentos, livros e registos de vária natureza, os factos patrimoniais que provocam a sua variação (escrituração comercial). A escrituração comercial será, pois, o conjunto de documentos e livros que historiam a evolução patrimonial de qualquer empresa. Também se designa escrituração, aos actos de registo das operações nos livros e documentos Chama-se lançamento ou assento, à notação de qualquer facto patrimonial nos livros de contabilidade, ou seja, por “Lançamento contabilístico deve se entender, conforme Pereira (1977), qualquer registo em livros apropriados. São, portanto, peças fundamentais da escrituração os livros onde se registam as operações e os documentos, representam essas operações e comprovam os lançamentos efectuados nos mesmos. Documentos Os factos patrimoniais registados pela contabilidade são descritos e comprovados por meio de escritos comerciais - os documentos. Os documentos são pois a base de todo o registo contabilístico, sem os quais o não poderia ser efectuado. Aliás, as empresas estão sujeitas a incorrerem em sanções se procederem ao registo de factos não devidamente documentados. Entre os documentos, podem distinguir-se os de movimento interno e os de movimento externo, os primeiros, são aqueles que sendo elaborados no seio da empresa se destinam exclusivamente ao uso interno (folha de férias, de salários, notas de lançamento, etc.); os 18 Mestre José Penane Chibomane segundos, são os que provêm ou se destinam ao exterior (facturas, recibos, letras, notas de débito, etc.). Classificação dos livros Os livros de contabilidade classificam-se em dois grupos: Livros obrigatórios e, Livros facultativos. Os livros obrigatórios são os que a lei enumera como indispensáveis a qualquer comerciante. São também designados por livros selados e vêm indicados no código comercial. São eles: O livro de inventário e balanço; o Diário, o razão e o copiador. Ainda, se estabelece que, além destes, são obrigatórios para as sociedades comerciais os livros de actas. Os livros de inventário e balanços, diário e actas de Assembleia geral das sociedades podem ser constituídos por folhas soltas. As folhas ou conjuntos de 60, devem ser numeradas sequencialmente e rubricadas pela gerência ou pela administração, que também lavram os termos de abertura e de encerramento e requerem a respectiva legalização. A cerca destes livros, o código comercial prevê o seguinte: O livro de inventário e balanços começará por arrolamento de todo o activo e de todo o passivo do comerciante, fixando a diferença entre aquele e este o capital com que entra em comércio e servirá para nele se lançarem, dentro dos prazos legais, os Balanços a que tem de proceder. O Diário servirá para os lançamentos ou registo das operações, dia após dia, por ordem cronológica (de datas), em assento separado, cada um dos seus actos que modifiquem ou possam vir a modificar a sua fortuna. O Razão servirá para escriturar o movimento de todas as operações do diário, ordenadas por débito e por crédito, em relação a cada uma das respectivas contas para se conhecer o estado e a situação de qualquer delas, sem necessidade de recorrer ao exame e separação de todos os elementos cronologicamente escriturados no diário. O copiador servirá para nele se transladarem, à mão ou por máquina, na íntegra, cronológica e sucessivamente, toda a correspondência e telegramas que o comerciante expedir. 19 Mestre José Penane Chibomane Os livros ou folhas das actas das sociedades, servirão para neles se lançarem as actas das reuniões de sócios, de administradores e dos órgãos sociais, devendo cada uma delas expressar a data em que foi celebrada, os nomes dos participantes ou referência à lista de presenças autenticada pela mesa, os votos emitidos, as deliberações tomadas e tudo quanto possa servir para fazer conhecer e ser assinada pela mesa, quando a houver, e, não havendo, pelos participantes. Além destes, que são obrigatórias para todos os comerciantes, o livro de actas só éobrigatório para as sociedades, outros livros são impostos pela legislação comercial (código e diplomas complementares), e fiscal, apenas para o registo de determinadas operações, em algumas sociedades, ou para certos ramos de actividade (bancos e seguros, por exemplo). Os Livros facultativos, são os que utilizam normalmente como auxiliares de registo. O seu número e utilização depende de natureza, características e dimensão das empresas ou das operações que elas efectuam. Servem para completar, desenvolver e controlar o que se escritura nos livros obrigatórios. São usualmente denominados de Livros auxiliares. Como livros de contabilidade auxiliares, podem apontar -se, entre outros: Balancetes de razão geral; Razões Auxiliares / desenvolvimento do razão geral; Diários Auxiliares (caixa, compras, vendas, etc.); Balancetes dos razões auxiliares. Espécies ou partes constituintes de lançamentos Os lançamentos são geralmente constituídos por cinco partes: a) localidade; b) data - dia, mês e ano; c) contas movimentadas - títulos das contas debitadas e creditadas; d) descrição ou histórico - consiste na explicação suscita do facto patrimonial que dá origem ao lançamento; e) importância ou valor - corresponde a extensão das variações matrimoniais. Nota: em regra, apenas no diário se encontram todos estes elementos. 20 Mestre José Penane Chibomane 1. Classificação dos lançamentos Os lançamentos podem classificar -se atendendo aos seguintes dois aspectos: i) número de contas movimentadas e Ii) natureza dos movimentos escriturados: 1.1 Segundo o número de contas movimentadas No método digráfico, todo o facto patrimonial dá origem a variação de duas ou mais contas, de tal sorte que a um/mais débito (s), corresponde sempre a um crédito(s) de igual valor. A contabilização de qualquer operação obedece forçosamente, a uma das seguintes quatro fórmulas: 1ª fórmula - Um Débito = um Crédito 2ª fórmula - Um Débito = vários Créditos (2/+Créditos) 3ª fórmula - Vários Débitos (2/+ Débitos) = um Crédito 4ª fórmula - Vários Débitos (2/+Débitos = vários Créditos (2/+Créditos). Nota: os lançamentos de 1ª fórmula são também designados de lançamentos simples. Os demais fórmulas (2ª, 3ª e 4ª fórmulas) dizem-se lançamentos complexos ou compostos. Exemplos demonstrativos O comerciante Y, realizou entre outros, as seguintes operações. a) Um depósito bancário no valor de 500cts. Contas afectadas na operação: 1.2 - Bancos - variação aumentativa, debita -se - 500cts 1.1 - Caixa - Variação diminutiva, credita -se - 500cts Esquematicamente teremos os seguintes casos: 21 Mestre José Penane Chibomane b) Liquidou a sua dívida ao fornecedor Zazá & JPC, Lda., relativa a factura nº 10, no valor de 125cts, nas seguintes condições: entrega em cheque - 100cts e em numerário pelo restante. Contas movimentada na operação: 1.1 - Caixa - variação diminutiva, credita -se - 25cts 1.2 - Bancos - variação diminutiva, credita -se - 100cts 4.2 - Fornecedores - variação diminutiva, debita -se - 125cts Esquematicamente teremos: c) Contraiu no banco um financiamento para a compra de mercadorias no valor de 250 cts. Este banco, cobrando do comerciante a quantia de 25cts. Contas afectadas na operação: 1.2 – Bancos-variação aumentativa, debita-se - 225cts 6.9 – Gastos e Perdas Financeiras-variação aumentativa, debita-se - 25cts 4.2- Empréstimos obtidos - variação aumentativa, credita -se - 250cts 22 Mestre José Penane Chibomane Esquematicamente teremos: d) Adquiriu à sociedade Imobiliária do Centro, Lda. um edifício em construção no valor de 4.000cts e outro para armazenamento de mercadorias no valor de 30.000cts, nas seguintes condições: Entrega imediata de um cheque s/ BIM no montante de 5.000cts e o resto mediante o aceite de uma letra a 90 dias. Contas movimentadas na operação: 3.4- Imobilizações em curso - variação aumentativa, debita -se - 4.000cts 3.2.1- Construções - variação aumentativa, debita -se - 30.000cts 1.2 -Bancos - variação diminutiva, credita -se - 5.000cts 4.6.2-Fornecedores de Inv. de Capital Títulos a Pagar - variação aumentativa, credita -se - 29.000cts 23 Mestre José Penane Chibomane Esquematicamente teremos: Síntese e desdobramento de lançamentos “Em determinadas circunstâncias, convirá, por vezes, reunir vários lançamentos simples num único lançamento complexo (Síntese), ou, pelo contrário, desdobrar um lançamento complexo em vários lançamentos simples” (Pereira, 1977 &1978). Exemplo Síntese Fornecedores Fornecedores Hagy - Momady a Diversos a caixa P/ pagtº de fact. –10 com M/ Pagtº da factura 10 9.7 desconto de P.P. obtido __________»_____________ a Caixa---------------------- ------- 9.7 Fornecedores a Rendtos e G. Financeiros---- 0.3 10 Hagy Momady ____________»___________ a Rendtos e G. Financeiros P/ Desconto de P.P obtido 0.3 Desdobramento 1.2 Segundo a natureza dos movimentos escriturados Segundo a natureza dos movimentos os lançamentos podem ser: Lançamentos de abertura - Respeitam ao registo dos valores iniciais das contas de um comerciante, no início da sua escrita. Geralmente após a elaboração do inventário e balanço iniciais. 24 Mestre José Penane Chibomane 1.3 Segundo a natureza dos movimentos escriturados Segundo a natureza dos movimentos os lançamentos podem ser: Lançamentos de abertura, respeitam ao registo dos valores iniciais das contas de um comerciante, no início da sua escrita. Geralmente após a elaboração do inventário e balanço iniciais. Lançamentos correntes, respeitam ao registo das operações realizadas e dos acontecimentos ocorridos durante o exercício económico. Durante o período em antes referido, convém apreciar-se a situação das contas, elaborando balancetes mensais, que também controlam as passagens do diário ao razão. Lançamentos de estorno, têm por finalidade rectificar as omissões, duplicações de lançamentos, substituições de contas, inversão de contas, alteração de quantias, entre outros erros cometidos nos lançamentos efectuados. Lançamentos de rectificação, visam rectificar ou regularizar os saldos das contas que não correspondem à realidade, normalmente no fim de cada exercício económico e antes de se proceder ao apuramento de resultados e a elaboração do balanço. De referir que no final do exercício económico e, após a elaboração do balancete de Dezembro, será necessário, rectificar os saldos das contas de existências, quando estas forem contabilizados pelo método de inventário intermitente, rectificação que é obtida pela determinação e registo do custo das existências vendidas durante o ano, e também será necessário determinar o saldo de outras contas, em consequência de factos patrimoniais, por exemplo: Já ocorridos, mas não registados; Previstos para o futuro, mas referentes ao presente exercício; Já registados, mas referentes ao exercício seguinte. Lançamento de transferência ou de apuramento dos resultados, têm por finalidade transferir os saldos das contas de custos e proveitos para as contas de resultados, permitindo a posterior determinação dos resultados da empresa. Lançamentos de encerramento, são efectuados depois do apuramento de resultados e da elaboração do balanço e permite encerrar/fechar as contas que apresentam saldos (devedores ou credores). 25 Mestre José Penane Chibomane Assim, deve-se entender que após a elaboração do balanço final de exercícioe da demonstração dos resultados líquidos, as contas deverão ser encerrados por intermédio dos lançamentos de encerramento. Lançamento de reabertura, no início do exercício seguinte os registos respeitantes aos valores iniciais das contas (valores finais do exercício anterior) designam-se por lançamentos de reabertura. Lançamento de aplicação dos resultados- já no exercício seguinte e nas sociedades após a realização da assembleia geral ordinária, os registos relativos à aplicação do lucro ou cobertura do prejuízo do exercício anterior designam-se genericamente por lançamentos de aplicação de resultados. Quadro – resumo Época Lançamentos Objecto Início do comercio De abertura Valores iniciais Durante o ano Correntes Operações da empresa De rectificação Valores diferencias De apuramento de resultados Saldos das contas de resultados De encerramento Valores finais Princípio do ano seguinte De reabertura Valores iniciais/saldos finais do exercício anterior Ano seguinte De aplicação de resultados Resultados do ano anterior No fim do ano Modelo clássico do Diário Geral Legenda: a) Nº de ordem de lançamento b) Preposição “a” 26 Mestre José Penane Chibomane c) Cabeçalho/descrição das contas movimentadas (contas debitadas e creditadas) e o histórico d) Nº de fólio dom razão geral referente às contas movimentadas e) Coluna auxiliar das importâncias (auxiliar só nos lançamentos complexos/compostos; 2ª, 3ª e 4ª fórmulas) f) Coluna principal das importâncias/ valor Evolução de Lançamentos no Diário: a) “X” Deve a “Y” b) “X” Deve a “Y” c) “X” a “Y” Assim, actualmente, depois da localidade e data, na primeira linha figura a conta debitada, na segunda a creditada, precedida pela preposição “a”, dispensando a forma verbal “DEVE” que fica subentendida. Exemplo: Localidade, data Contas debitadas a Contas creditadas Histórico Valor Quando um facto patrimonial origina movimentos (variações) mais do que duas contas, os títulos das diversas contas são substituídos no cabeçalho pela. palavra “DIVERSOS”. Assim, os títulos entram no corpo do lançamento juntamente com a descrição obedecendo a ordem indicada anteriormente entre as contas debitadas e creditadas. Exemplo: Empresa ABC inicia a sua actividade em 1 de Fevereiro de 2008, com os seguintes valores: 27 Mestre José Penane Chibomane Numerário 2.000,00 Viatura para o transporte 3.500,00 Créditos bancários 2.500,00 Pretende – se o lançamento no diário geral: Resolução: Maputo, 1 de Fevereiro de 2008 Diversos a Diversos P/Abertura de escrita 1.1-Caixa 2.000,00 3.2-Activos Tangíveis 3.2.4-Equipamentos de transporte 3.500,00 5.500,00 a 4.3-Empréstimos obtidos 4.3.1-Empréstimos bancários 2.500,00 a 5.1-Capital 3.000,00 5.500,00 Exercício nº 18 A Sociedade Gambas Estrela, Lda com sede nesta cidade dedica-se à comercialização de caixas de gambas “Estrela do Mar ”. Os saldos do balancete do razão referentes a 2 de Janeiro passado (reinício de actividade) são os seguintes: N/O Designação Valor 1 Caixa 20.000.000,00 2 Bancos 700.000,00 3 Clientes 500.000,00 4 Mercadorias 1.000.000,00 5 Construções 650.000,00 6 Equipamentos 800.000,00 7 Fornecedores 50.000,00 8 Resultados acumulados 400.000,00 No mês de Janeiro realizaram-se as seguintes operações: Dia 04-compra a prazo 100 caixas de gambas “Estrela...” @ 1.200,00 28 Mestre José Penane Chibomane Dia-07 pagamento de despesas de transporte da compra do dia 04-2.000,00 Dia-08 venda a 30 dias 500 caixas de gambas “Estrela...” @ 1.500,00 Dia-14 compra a pronto pagtº de 200 caixas de gambas “Estrela do Mar” ao preço unit. de 1.300,00, pagas em CHQ nº 00102305 S/BSTM Dia-21 recepção de nota de crédito nº 315, referente a devolução de 40 caixas de gambas“ Estrela...” compradas no dia no dia 14 Dia-30 venda a 30 dias à Cervejaria Girafa, 400 caixas de “gambas Estrela” @ 1.400,00 (factura nº 201) Pretende - se: a) balanço inicial b) registo das operações iniciais e correntes do mês no Diário geral; c) passagem aos razões esquemáticos e razões gerais. Exercício nº 19 A AGRO-MATOLA, Ldª, é uma empresa de produção de frutas e derivados (Compotas e Licores) sedeada na Matola Gare. Apresentou em 31 de Dezembro de 1998, o seguinte inventário: Notas e moedas 1.250.000,00 Matérias primas diversas 1.000.000,00 2 Camiões de marca Ford 60.000.000,00 Máquinas Agrícolas diversas 45.000.000,00 Combustíveis e lubrificantes 600.000,00 Matérias auxiliares diversas 350.000,00 Plantações Agrícolas (200 ha) 80.000.000,00 Depósitos 65.100.000,00 Despesas de constituição 1.800.000,00 300 cabeças de gado reprodutor 90.000.000,00 Crédito de A. Matola 1.900.000,00 Crédito s/ A. Arufo 6.500.000,00 29 Mestre José Penane Chibomane Crédito Banc. para compra de equipamento Agrícola 165.000.000,00 Débito de A. Chambal 150.000,00 Débito s/ A Djedje 150.000.00 Durante o mês de Janeiro realizou as seguintes operações: Dia 04 – compra fertilizantes e pesticidas à BOROR COMERCIAL, Ldª, no valor de 750.000,00, nas seguintes condições: 30% a pp 30% a prazo de 30 dias 40 % contra aceite de uma letra (aceite 01) Dia 05 – compra a prazo de 120 dias uma moto-bomba no valor de 2.500.000,00 Dia 10 – Consumos da produção: Matérias primas 200.000,00 Matérias auxiliares 100.000,00 Dia 12 – processou salários dos empregados no valor de 350.000,00, com os seguintes descontos: IRN 8.750,00 INSS 35.000,00 Dia 22 – foram utilizados 2/3 dos fertilizantes e pesticidas adquiridos no dia 04 Dia 26 – Pagou salários aos empregados Dia 28 – aceitou uma letra da BOROR COMERCIASL, Ldº pelo débito contraído no dia 04, aceite nº 02 Dia 29 – A. Chambal paga o seu débito, tendo – lhe sido concedido um desconto de 1,5% por antecipação de pagamento. Pretende – se: a) lançamento de abertura no DG; b) escrituração dos movimentos correntes no DG; c) Lançamentos nos “TS” e razões gerais d) Balanço inicial; e) Balanço no fim do período. 30 Mestre José Penane Chibomane Exercício nº 20 Considere o Património de J PC & Turma, em 01 de Abril de 2007: Estantes e prateleiras para uso 1.000.000,00 Diversos CHQs de terceiros e outros valores numéricos 24.000.000,00 Resultados do exercício anterior 500.000,00 Capital 24.500.000,00 Durante o mês efectuou entre outras as seguintes operações: Dia-11 Depósito de 6ª parte do saldo disponível Dia-12 Pagamento da renda no valor correspondente a 1,5% do saldo disponível Dia-13 Compra a prazo à Mercearia July, mercadorias por 104.500,00Mt,pagandode imediato 74.500,00 Dia-18 Aquisição de uma viatura à Téc. Industrial, sua factura nº 002121 a 60 dias de vista 1.200.000,00Mt Dia-19 Factura da Mobília Sonho Dourado pela aquisição de 3 mesas de computadores no valor de 4.000.000,00Mt, pagando de imediato ½ do valor Dia-26 Pagamento de água e Jornal, no valor de 2.400,00. O valor total foi repartido por igual a cada tipo de despesa Dia-29 venda de 25 s/c de arroz: Preço de custo 860,00 unidades monetárias o saco; Preço de venda unitário igual ao preço de custo com o prejuízo de 10 u.m por saco Dia-30 paga dívida à Mobília Sonho Dourado, obtendo um desconto de 5% Pretende – se: a) Lançamentos de abertura e correntes no Diáriogeral; b) Balanço inicial; c) Balanço no fim do período; d) Lançamento das operações nos “TS” e razões gerais 31 Mestre José Penane Chibomane Exercício nº 21 A Sociedade Comercial Mini-Calcus – Ldª, com sede na Mavanza, dedica se a comercialização de máquinas de calcular. Existências iniciais em 1 de Junho: 10 calculadoras @ 150.000,00 Numerário 20.000.000,00 Durante o mês de Junho último, realizou entre outras as seguintes operações, relativas a calculadores “Casiobolso”: Dia 4 – Compra a 60 dias, à Sacol, SA, 6 máquinas @ 200.000,00 (200,00MTn) Nota de débito relativa ao transporte das mercadorias.........117.000,00Mt (117,00MTn) Dia 8 – Venda de 5 calculadoras com uma margem de 20% s/ o preço de vendas, nas seguintes condições: 75% cheque nº 100AA s/ BCF; e, o restante contra saque nº 10. Dia 15 – Compra a 30 dias, à Marlux, SA, 10 máquinas @ 210.000,00Mt (210,00MTn) Dia 17 – Devolução à Marilux, SA, 4 máquinas adquiridas no dia 15 c/ defeito de fabrico Dia 22 – Venda a 45 dias a Silva & Paula - ldª, 6 máquinas com uma margem de 20% s/ o preço de custo Dia 28 – Factura da Sacal, SA, pela compra de 10 máquinas @ 200.000,00Mt (200,00MTn) Dia 29 – Venda de 3 máquinas de calcular, com uma margem de 25% s/ o preço de custo, nas seguintes condições: transferência da cliente Zazá & Pirbay................................35% do valor da venda; o restantre a prazo de 90 dias. Pretende – se: a) Lançamentos de abertura e correntes no Diário geral; b) Balanço inicial. 32 Mestre José Penane Chibomane Contabilidade Financeira II - 2º Semestre de 2020 Estudo de Contas Contas de Meios Financeiros Consistem nos meios com um elevado grau de liquidez, ou seja, aqueles meios que mais facilmente se transformam em moeda, ou a própria moeda em si. Estes meios financeiros líquidos estão tipificados na classe 1 do Sistema Nacional de Contabilidade (SNC). A classe de Meios Financeiros compreende os meios monetários em poder da empresa e os direitos que ela detém relativamente a terceiros (Outros Instrumentos Financeiros) e é constituída pelos recursos financeiros distintos uns dos outros, isto devido ao grau de liquidez dos respectivos elementos e valores patrimoniais. Por Ex: os valores em numerário e depósitos a ordem são mais líquidos comparativamente aos depósitos a prazo, etc. Segundo as notas de enquadramento do SNC, esta classe destina-se a registar os meios financeiros líquidos que incluem quer o dinheiro e depósitos bancários quer todos os activos ou passivos financeiros mensurados ao justo valor, cujas alterações sejam reconhecidas na demonstração de resultados. Fazem parte de meios financeiros as seguintes contas: Caixa; Banco: - Depósitos à Ordem; - Depósitos com Pré-Aviso; - Depósitos à Prazo; Outros instrumentos Financeiros. Conta 1.1 - Caixa A conta 1.1 - Caixa compreende os meios líquidos em poder da empresa tais como: Notas e moedas metálicas de curso legal, nacionais ou estrangeiras; Cheques e vales postais6 ou de correios recebidos de terceiros, expressos em meticais ou outra moeda. 6 Um vale postal é um meio de pagamento, ou seja, um documento emitido pelos correios que pode ser convertido em dinheiro, tal como um cheque de um banco 33 Mestre José Penane Chibomane O conceito apresentado, conduz a que não sejam considerados como fazendo parte do saldo desta conta: Selos de correio; Títulos representativos de pré-pagamentos (combustível, refeição); Vales de caixa; Cheques pré-datados. Contas Divisionárias A conta Caixa deve ter, de um ponto de vista contabilístico, o desenvolvimento que se possa considerar adequado em cada empresa. A entidade poderá ter necessidade de movimentar várias contas-caixa, em função das suas necessidades operacionais e de localização das suas unidades. Assim, apesar do código do SNC não mencionar a forma como a conta Caixa se pode dividir, nada impede de subdividí-la, conforme as necessidades de empresas para empresa, como referido anteriormente, por exemplo: 1.1 – Caixa 1.1.1 – Caixa A ou Caixa Sede ou Caixa Filial ou Loja A 1.1.2 – Caixa B ou Caixa Filial B ou Loja B 1.1.3 – Caixa C ou Caixa Filial C ou Loja C 1.1.4 – Caixa Fundo de Maneio 1.1.5 – Caixa Pequena 1.1…… 1.1.9 – Transferências de Caixa Nas empresas que utilizam algumas subcontas de Caixa, por exemplo; Caixa A, Caixa B, etc., poderão, nas operação de transferências de fundos de “Caixa A” para “Caixa B”, efectuar o seguinte lançamento no diário geral: Lançamento de Movimento de Caixa no Diário geral 1.1 - Caixa 1.1.2- Caixa B a 1.1 -Caixa 1.1.1- Caixa A P/ Transferência de fundos de "Caixa A" Para "Caixa B" 0.00 No entanto, quando os fundos saídos da “Caixa A” só entram na “Caixa B” em data posterior, em consequência do tempo exigido pelo respectivo processo de transferência, 34 Mestre José Penane Chibomane será conveniente utilizar a subconta transitória “1.1.9-Transferências de Caixa", ou seja, a utilização da conta 1.1.9-Transferência de Caixa justifica-se especialmente quando há desfasamento de datas de saída e de entrada nos vários Caixas e quando esta conta não está saldada, significa que há valores monetários em trânsito. Os movimentos reativos às transferências de Caixa, e caso a empresa utiliza estas subcontas, são seguintes: a) No dia da remessa ou de transferência de fundos: 1.1 - Caixa 1.1.9- Transferência de Caixa a 1.1 - Caixa 1.1.1- Caixa A P/ Remessa transitória de fundos de “Caixa A” que destinam-se à “Caixa B” 0.00 b) No dia recepção de fundos: 1.1 - Caixa 1.1.2- Caixa B a 1.1 -Caixa 1.1.9- Transferência de Caixa P/ Recepção de fundos transitados de "1.1.9-Transferência de Caixa" Para "Caixa B" 0.00 Caixa Pequena Com a finalidade de suprir pequenas despesas, poder-se-ão atribuir meios monetários a determinadas secções ou pessoas, debitando-se então, a subconta "caixa Pequena", por contrapartida da subconta correspondente à origem desses fundos (Caixa A, Caixa B, etc., ou inclusivamente, "Caixa Principal", não existindo aquelas subcontas). 1.1 - Caixa 1.1.5-Caixa Pequena a 1.1 - Caixa 1.1.1-Caixa A/ 1.1.2-Caixa B/1.1…- Conta correspondente creditada P/ Meios monetários atribuídos à secção X, Y, …, ou Z 0.00 35 Mestre José Penane Chibomane Periodicamente, as despesas realizadas pela secção X, respeitantes geralmente a Fornecimentos e Serviços, serão registadas, em conjunto, por um lançamento do seguinte género: 6.3-Fornecimentos e Srrviços de Teceiros 6.3. (…)- a 1.1 - Caixa 1.1.5-Caixa Pequena P/ Despesas realizadas pela “Secção X, Y,…, ou Z” 0.00 No fim do exercício após o registo das despesas do último período, a subconta "Caixa Pequena" deverá ficar saldada, efectuando-se um lançamento inverso do inicial, pelo respectivo saldo. 1.1 - Caixa 1.1.1- Caixa A a 1.1 - Caixa 1.1.5-Caixa Pequena P/ Transferência de saldo final de "Caixa Pequena" para "Caixa A" 0.00 Movimentação A Conta 1.1 - Caixa como conta do activo será debitada pelo valor inicial e pelos aumentos (recebimentos), ou seja, em consequência dos levantamentos efectuados em bancos, venda de bens e serviços a pronto pagamento, cobrança de dívidas, indemnizações por sinistros, outros proveitos recebidos em Caixa, diferenças de câmbio favoráveis, etc. O seu saldo é sempre devedor ou nulo e corresponde ao valor dos meios monetários em cofre. Conforme talões de depósitos, recibos ou outros comprovativos equivalentes emitidos pelos terceiros, a conta 1.1- Caixa será creditada pelos depósitos bancários, compras de bens e serviços a pronto pagamento, diferenças de câmbio desfavoráveis, etc. Conferência Periódica de Saldo Deve verificar-se periodicamente (diariamente) a concordância entreo saldo da conta 1.1- Caixa e o dinheiro efectivamente existente em cofre. Este processo constata-se normalmente falhas ou diferenças de Caixa, ou seja, valor a mais ou a menos comparativamente ao encontrado em cofre e o registado nos livros de controlo de caixa escriturado pelo sector de contabilidade. 36 Mestre José Penane Chibomane A Diferença de Caixa, ou seja, a não concordância dos valores registados com os apurados em cofre pode ser devida a arredondamentos ou enganos nos pagamentos e recebimentos, que importa descobrir, de modo a se fazer a devida rectificação, dependendo da natureza do erro. A diferença apurada “Diferença de Caixa” pode ser no sentido positivo (Rendimentos e Ganho), ou negativa (Gasto e Perda), tal quando não é responsabilizado o tesoureiro. Isto significa que quando são detectadas as falhas de Caixa (negativas) uma empresa tem duas opções: ou resposabiliza-se pelo ocorrido e reconhece Gasto e Perda, ou esta é imputada ao trabalhador, que terá de repor a falha, seja pela diminuição de seu salário, por pagamento directo, ou, ainda, pela utilização da caução previamente constituída. Relativamente à utilização da conta 4.6.2.9.1- Caução de Pessoal, nota –se que esta deve ser movimentada à crédito pelos depósitos de garantia em dinheiro prestados pelos membros dos órgãos sociais ou pelo restante pessoal, sejam eles determinados pela lei, pelos estatutos ou pelos regulamentos aplicáveis. As suas regularizações (a débito) referem –se à utilização ou devolução da caução. 1. Diferença a mais no cofre (positiva) Neste caso, poderá ter acontecido um dos dois casos: Pagamentos a menos do que se devia; ou, Recebimentos a mais do que se devia. O lançamento seria: 1.1-Caixa a 7.8 - Rendimentos e Ganhos 78.9 - Outros Rendimentos e Ganhos Financeiros P/ Sobra/diferença a mais no cofre 0.00 2. Diferença a menos no cofre (negativa): Neste caso, poderá ter acontecido um dos dois casos: Pagamentos a mais do que se devia; ou, Recebimentos a menos do que se devia. Conforme referido anteriormente, quando são detectadas as falhas de Caixa negativas uma empresa pode optar: ou pelo reconhecimento da falha como Gasto e Perda, ou imputando-a ao trabalhador, que terá de repor a diferença constatada pelo desconto directo do seu salário ou pelo recurso à caução existindo. 37 Mestre José Penane Chibomane No caso em que é responsabilizado o tesoureiro, o lançamento seria: 1. Recurso à caução, especialmente nas empresas em que se atribui um subsídio de falha ao trabalhador para fazer face à falhas ou diferenças negativas de caixa: 1.1 - Constituição da caução 1.1 - Caixa a 4.6- Outros Credores 4.6.2-Pessoal 4.6.2.9-Outras Operações com os Trabalhadores 4.6.2.9.1-Cauções de Pessoal (1) P/ Constituição da caução 0.00 (1) - Divisão não existente no PGC-NIRF, Decreto 70/2009, de 22 de Dezembro 1.2- Utilização da caução 4.6- Outros Credores 4.6.2-Pessoal 4.6.2.9-Outras Operações com os Trabalhadores 4.6.2.9.1-Cauções de Pessoal (1) a 1.1-Caixa P/ Utilização da caução 0.00 (1) - Divisão não existente no PGC-NIRF, Decreto 70/2009, de 22 de Dezembro 2. Responsabilização ao trabalhador/ desconto de salário 4.5-Outros Devedores 4.5.1-Pessoal 4.5.1.2-Adiantamento aos Trabalhadores 4.6.2.9-Outras Operações com os Trabalhadores a 1.1-Caixa P/ Responsabilização ao trabalhador 0.00 No caso em que a empresa reconhece a falha ou diferença de Caixa como Gasto e Perda. Esgotados, sem qualquer êxito, todos os recursos para a descoberta do erro e, caso não seja possível responsabilizar o trabalhador pela reposição do valor no cofre, deve-se elevar a diferença encontrada à conta "6.9.8- Outros Gastos e Perdas Financeiras ", e o lançamento seria: 38 Mestre José Penane Chibomane Reconhecimento da falha ou diferença de caixa negativa 6.9 - Gastos e Perdas Financeiras 6.9.8 - Outros Gastos e Perdas Financeiras a 1.1-Caixa P/ Assunção da falha como gasto e perda do período 0.00 Exemplo Uma determinada empresa movimenta a conta Caixa regularmente. O responsável pela “Caixa A” registou no dia 10 de Junho do ano X um saldo de 1.350.000,00Mt enquanto que da sua contagem física resultava um total de 1.300.000,00Mt. Devidas as responsabilidades de sua função, a empresa exigiu inicialmente, à data de contratação (1 de Fevereiro), uma caução de 100.000,00Mt. Neste caso, deve se recorrer a caução, uma vez constituída: Utilização da caução D H D H 2) 50.000,00 2) 50.000,00 4.6.2.9.1- Cauções de Pessoal 1.1-Caixa Nota: a divisão 4.6.2.9.1 não existente no PGC-NIRF, Decreto 70/2009, de 22 de Dezembro Observação: 1. Os lançamentos efectuados nos primeiros razões esquemáticos têm a ver com a constituição da caução Constituição da caução D H D H 1) 100.000,00 1) 100.000,00 4.6.2.9.1- Cauções de Pessoal 1.1-Caixa 39 Mestre José Penane Chibomane 2. Os lançamentos efectuados no terceiro e quarto razões esquemáticos refererem-se à utilização da caução O Diário / Folha de Caixa Nele se registam todas as entradas e saídas de dinheiro. Uma vez que o maior número dos movimentos envolve a conta Caixa e para fazer face aos custos de escrituração que o Diário Geral envolve uma vez que é selado, registam-se os movimentos respeitantes a entradas e saídas de caixa num diário divisionário não selado, centralizando-se no final do mês no Diário Geral selado, através de dois lançamentos relativos aos recebimentos e aos pagamentos do mês. O Diário ou Folha (ou livro) de Caixa para o nosso estudo é apresentado a seguir em modelo próprio. A contabilização e a centralização das operações realizadas por meio de Caixa no Diário Geral são efectuadas através de dois lançamentos: o primeiro, referente a recebimentos do mês e outro (o segundo), referente aos pagamento de Caixa do período, por exemplo: Recebimentos de Caixa 1.1-Caixa a Diversos P/ Recebimentos do mês/ do período 0.00 Pagamentos de Caixa Diversos a 1.1-Caixa P/ Pagamentos do mês/ do período 0.00 Exercício n° 1: 40 Mestre José Penane Chibomane O Comerciante Peixe da Mamã possuía em 02 de Janeiro de 2006 os seguintes elementos Patrimoniais iniciais: Numerário em cofre…………………………….…… .13.250,00Mt Saques s/ clientes……………………………………….…… 25.650.00Mt Saques de diversos fornecedores………………………………..23.230,00Mt Depósitos no BCI……………………………………………….59.800,00Mt Empréstimos no BIM para construção de uma loja……………180.000,00Mt Diverso 56.700,00Mt 2 computadores para uso………………………… .16.980,00Mt 2 máquinas registadoras……………………………………… 14.680,00Mt 1 edifício em construção…………………………………. . 83.900,00Mt 2 viaturas……………………………………………………….128.900,00Mt Cheques de diversos…………………………………………….23.890,00Mt Vales de correio de diversos clientes………………………… 12.300,00Mt Depósitos no BIM……………………………………………….52.890,85Mt Débitos de clientes………………………………………………32.750,00Mt Débitos a fornecedores…………………………………… .2.000,00Mt Débitos de diversos pelo aluguer de viaturas……………… … 2.960,00Mt Créditos de diversos pela reparação de viaturas…………… .2.800,00Mt IRPS por entregar a repartição de finanças……………… … 1.380,00Mt Diversas despesas com a constituição da empresa………. . .24.650,00Mt Diversas mercadorias……………………… . 180.000,00Mt Diversas embalagens não devolvíveis……………………… 6.860,00Mt 1 edifício………………………………………… ….280.900,00Mt 1 armazém……………………………………... 198.600,00Mt Durante o mês realizou entre outras as seguintes operações: Dia 6 – cobrança de saques sobre clientes Dia 10 – Depósito de 1.000,00Mt Dia 20 – Cheque nº 50 para pagamento aos fornecedores 1.000,00Mt Dia 31 -Pagamento do IRPS Pretende – se: a) A elaboração do Diário de Caixa; b) Os lançamentos resumos ou de centralização no Diário Geral. Exercício n° 2 41 Mestre José Penane Chibomane A empresa ALFA, Lda possuía em cofre em 1 de Novembro de 2003, 6.750 contos, representados em numerário. Durante o mês realizou as seguintes operações: 02- Compra de mercadorias a pronto pagamento, conforme V/D n° 268 de M. Bachir 4.350 contos; 05- Venda a Ana Márcia – 7.750.800,00Mt; 10- N/ Recibo n° 230 referente a renda do armazém – 3.350.000,00Mt; 15- Pagamento de salários atrasados 9.350 contos; 15- V/D nº 1163 da Minerva Central – 4.378 contos; 18- Cheque n° 234895/BIM – 10.750 contos; 22- Compra a J. Melo de mercadorias de 20.782 contos, nas seguintes condições; 20% em numerário; 40% por cheque 234896/BIM; O restante a prazo de 30 dias; 25- Processamento de salários do mês no valor de 14.600 contos com 18% de Descontos; 28- Cheque n° 234896/BIM para reforço de caixa – 6.800 contos; 28- Pagamento de salários do mês; 30- Venda a Mª Graciete de mercadorias de 12.780 contos, nas seguintes condições: 50% pela factura n° 78; 35% por cheque 630780/BIM; O restante em numerário. Pretende-se: a) Preenchimento do Diário de Caixa; b) Centralização dos movimentos do Diário de Caixa no Diário Geral. A CONTA 1.2 -Bancos 42 Mestre José Penane Chibomane A conta 1.2- BANCOS compreende os meios líquidos de pagamento que a empresa dispõe á custódia das instituições de crédito (bancos), a ordem, com pré-aviso ou a prazo. Movimentação A conta "1.2 Bancos", como conta do activo, será debitada pelo valor inicial e pelos aumentos (depósitos e operações equivalentes - descontos e cobranças bancárias, transferências de contas, juros a nosso favor) e creditada pelas diminuições (levantamentos e operações equivalentes - ordens de pagamento e de transferência), etc. O seu saldo é sempre devedor ou nulo e corresponde ao valor dos meios líquidos de pagamento existentes nas instituições de crédito. Nota: Se na data do Balanço houver saldo credor em algumas subcontas, elas deverão ser representadas no Passivo dentro de créditos bancários, numa conta de descoberto bancário, não havendo, de e, préstimos obtidos. Contas Divisionárias Os comerciantes raramente trabalham apenas com um banco, pelo que a conta “1.2 BANCOS” é sempre colectiva e havendo uma conta divisionária para cada depósito ou banco poder-se-ão ser criadas subcontas do 2º, 3º grau, etc. Exemplo: 1.2 BANCOS 1.2.1 C/ Depósitos à ordem 1.2.1.1 BCI 1.2.1.2 BIM 1.2.1.3 B.A. 1.2.2 C/ Depósitos com aviso prévio 1.2.2.1- BCI 1.2.2.2 -BIM 1.2.2.3- B.A. 1.2.3 - Depósitos ao prazo 1.2.3.1- BCI 1.2.3.2- BIM 1.2.3.3 - BA A reunião destas contas elementares, geralmente escrituradas em dispositivo unilateral de coluna simples com saldo (as chamadas Contas Correntes), constitui o Razão Auxiliar de Bancos. A Conta Corrente é também designada por Livro de Bancos. 43 Mestre José Penane Chibomane Modelo do Razão Auxiliar 7 /Livro de Bancos / Conta Corrente de Bancos Data Descrição/Operações Débito Crédito Saldo (D/C) Exercício n° 3 Determinada empresa comercial possuía em 1 do mês passado os seguintes saldos iniciais em contas bancárias: BA: 85.220.000,00Mt; BIM: 120.685.300, 00Mt. Durante o mês realizou se entre outras as seguintes operações: 02- Depósito no B.A., conforme o T/D n° 1105 de 11.680 contos; 03- Cheque 2.325/BIM de 16,800 contos; 06- Transferência do cliente A. Mateus para a conta do B.A., conforme a Nota de Crédito 3356/B.A. de 17.750 contos; 10- Cheque n.º 22326/BIM para a compra de diverso mobiliário – 48.880 contos; 12- Desconto no BIM do saque n° 20 de 16.800 contos com 12% de encargos; 15- Nota de Débito n° 3620/B.A. referente a despesas com livros de cheques – 398.000,00MT; 18- Cheque n° 4625/B.A. para liquidação da factura de Lúcio de 18.600 contos, com 7,5% de desconto por antecipação de pagamento; 20- Cheque 4626/B.A. pela compra de mercadorias 17.381.520,00MT; 25- Transferência de 50% do saldo do BIM para o B.A.; 30- Pagamento à Repatriação de Finanças por cheque 4627/B.A. – 4.820 contos. Pretende-se: a) Conta Corrente do Banco Austral na escrita da empresa; b) Conta Corrente do BIM na escrita da empresa. Conferência Periódica de Saldo 7 Modelo aplicável para Conta Corrente de Clientes, de Fornecedores e de mais entidades cujo uso é relevante. 44 Mestre José Penane Chibomane A conferência do saldo de cada conta bancária deve ser feita periodicamente, sempre que o banco envia um extracto da conta, mas tendo em atenção que os débitos da empresa correspondem aos créditos do banco. No processo de conferência do saldo podem surgir diferenças nas datas de alguns registos, como tal, poderá acontecer que certas operações ainda não tenham sido registadas pelo banco, convindo então fazer um apanhado das diferenças verificadas que poderão afectar a desigualdades de saldos nas escritas da empresa e do banco. Para o efeito de reconciliar tais diferenças (conferência e ajuste de saldos) é necessário: Solicitar ao banco o extracto da conta onde se espelha os valores lançados à débito e a crédito; Com base nos canhotos passados pela empresa, total dos depósitos, borderaux enviados pelo banco, notas de transferência, etc., comparar os saldos; Anotar os movimentos lançados no livro bancário; Feita a reconciliação o saldo do banco deve ser igual ao da empresa menos o valor dos cheques em circulação. Situações possíveis: Existência de cheques passados pela empresa que ainda não deram entrada no banco (cheques em circulação); Juros a favor da empresa ainda não lançados por esta; Ordens de transferências dadas pela empresa ainda não registadas pelo banco; Troca de colunas, isto é, movimentos lançados a débito em vez do crédito e, vice- versa. Exemplo: 45 Mestre José Penane Chibomane As informações relativas aos extractos da empresa e do Banco em Março de 2002 fora seguintes: BANCO: BIM DATA OPERAÇÕES DÉBITO CRÉDITO SALDO 2002 Saldo 25.000.000,00 25.000.000,00 6 Cheque n° 12356 10.000.000,00 15.000.000,00 15 Cobrança do saque n° 15 7.000.000,00 8.000.000,00 16 Depósito n° 851 no BSTM 15.000.000,00 23.000.000,00 17 Cheque n° 12357 1.500.000,00 21.500.000,00 25 Cheque n° 12358 550.000,00 20.950.000,00 30 Transferencia p/ o BCI 2.000.000,00 18.950.000,00 30 Transferencia do B.A. p/ o BIM 3.550.000,00 22.500.000,00 CLIENTE: Veja Bem, Lda DATA OPERAÇÕES DÉBITO CRÉDITO SALDO 2002 Saldo 30.000.000,00 30.000.000,00 8 Cheque 12355 10.000.000,00 20.000.000,00 13 Cheque 12356 10.000.000,00 10.000.000,00 14 Depósito 0012 5.000.000,00 15.000.000,00 15 Cobrança Letra 15 7.500.000,00 22.500.000,00 16 Comissão cobrança Letra 15 500.000,00 23.000.000,00 18 Cheque 12357 5.100.000,00 28.100.000,00 25 Cheque 12358 550.000,00 27.550.000,00 30 Juros vencidos 800.000,00 28.350.000,00 Informações complementares: o valor correcto do cheque n° 12357 é de 1.500.000,00Mt. Para o apuramento do saldo real (comum/disponível/efectivo) pode-se recorrer o quadro a seguir apresentado: 46 Mestre José Penane Chibomane MAPA DE RECONCILIAÇÃO BANCÁRIA ESCRITA DA EMPRESA ESCRITA DO BANCO DATA OPERAÇOES DÉBITO CRÉDITO DÉBITO CRÉDITO 2002 Saldo 22.500.000,00 28.350.000,00 15 Anulação da cobrança da letra n° 157.000.000,00 15 Registo da cobrança da letra n° 15 7.000.000,00 16 Anulação do depósito no BSTM 15.000.000,00 30 Juros de depósitos 800.000,00 16 Anulação da cobrança da letra n° 15 500.000,00 16 Registo de encargos da letra n° 15 500.000,00 18 Anulação do cheque n° 12357 5.100.000,00 18 Cheque n° 12357 1.500.000,00 30 Transferencia p/ o BCI 2.000.000,00 30 Transferencia do B.A. 3.550.000,00 Sub-total 37.300.000,00 15.000.000,00 9.600.000,00 31.900.000,00 Saldo disponível 22.300.000,00 22.300.000,00 Total 37.300.000,00 37.300.000,00 31.900.000,00 31.900.000,00 Exercício n° 4 Com base nos seguintes extractos da empresa e do banco, proceda a devida reconciliação bancária: 47 Mestre José Penane Chibomane Resolução do Exercício n° 4 Para fazer a reconciliação bancária anota-se os valores comuns obtidos nos dois extractos (da empresa e do banco) e, depois, os valores divergentes são à posterior justificados e mencionados como abertos. Para a resolução do presente exercício pode optar, ou pelo modelo de reconciliação bancária anteriormente apresentado, ou pelo modelo seguinte utilizado para a resolução do exercício 1. Exercício n° 5 Mozalândia, cliente do BCI, recebeu do banco extractos de contas referentes aos movimentos do mês de Julho último e o razão geral da empresa para efeito de reconciliação: Data (2010) Descrição Débito Crédito Saldo 01-Jul Saldo 85.000,00 02-Jul Cheque nº 3215 25.000,00 05-Jul Talão de depósito nº 145 20.000,00 08-Jul Cheque nº 3216 15.000,00 10-Jul Talão de Depósito nº 151 10.000,00 18-Jul Cheque nº 3218 12.500,00 27-Jul Talão de depósito nº 187 11.000,00 29-Jul Cheque nº 3219 26.250,00 30-Jul Talão de depósito nº 190 7.750,00 48 Mestre José Penane Chibomane Pretende – se a elaboração do Mapa de Reconciliação bancária Outros Instrumentos Financeiros Um Instrumento Financeiro é qualquer contrato que dá origem quer a um activo financeiro de uma empresa, quer a um passivo financeiro ou a um instrumento financeiro de capital próprio de outra empresa, por exemplo: acções ou quotas. Esta conta, do activo, destina-se a classificar os investimentos financeiros temporários (excedentes e tesouraria), ou seja, as aplicações de tesouraria de curto prazo. Os Outros Instrumento Financeiros têm a característica de serem facilmente convertidos ou seja, investimentos rapidamente realizáveis (trocados em dinheiros) e são detidos por um prazo menor ou igual a um ano, por exemplo: acções, obrigações, etc. As notas de enquadramento do SNC mencionam que a rubrica de Outros Instrumentos Financeiros visa reconhecer todos os instrumentos financeiros que não sejam Caixa ou Depósitos bancários que não incluam derivados que sejam mensurados ao justo valor, cujas alterações sejam reconhecidas nas demonstrações de resultados. Excluem-se desta conta os restantes instrumentos financeiros que devam ser mensurados ao custo, custo amortizado ou método de equivalência patrimonial (outras contas a receber e a pagar ou investimentos financeiros). 49 Mestre José Penane Chibomane Contas divisionárias A conta 1.3-Outros Instrumentos Financeiros subdivide-se nas seguintes contas: Derivados; Instrumentos Financeiros Detidos para a Negociação; Outros Activos e Passivos Financeiros. De acordo com a NCRF 25, são exemplo de instrumentos financeiros detidos para negociação as acções, obrigações, etc., adquiridas com a finalidade de venda ou de recompra num prazo muito curto. Os instrumentos financeiros detidos para a negociação subdividem em: Activos Financeiros; Passivos Financeiros; Outros Activos Financeiros; Outros Passivos Financeiros. Como exemplos de activos financeiros detidos para a negociação temos: investimentos de capital (acções, títulos de participação de fundos de investimentos,), títulos de dívida pública, etc. Reconhecimento e Mensuração De acordo com a NCRF 25, uma empresa deve reconhecer um instrumento financeiro apenas quando a empresa se torne parte das disposições contratuais do instrumento. A mensuração inicial dos instrumentos financeiros detidos para a negociação é feita ao justo valor que é o preço da transacção. Todavia, os custos de transacção suportados com os instrumentos financeiros detidos para a negociação não devem ser considerados na mensuração inicial dos mesmos, sendo então considerados gastos do período. Neste caso e conforme a NCRF 25, os instrumentos financeiros detidos para a negociação devem ser mensurados ao justo valor e as suas alterações devem ser reconhecidas na demonstração dos resultados. Deste modo e, no âmbito de mensuração subsequente prevista na norma, os gastos e perdas devem ser imediatamente reconhecidos em resultados. 50 Mestre José Penane Chibomane Exemplo: Contabilização das operações com Instrumentos Financeiros detidos para a Negociação D H D H1.1-Caixa /1.2-Bancos 1.3…. Instrumento financeiro Pelos custos de transacção incorridos (comissões, e imposto de selo) em instrumento financeiros mensurados ao justo valor detidos para a negociação. D H D H1.1-Caixa /1.2-Bancos 6.9.8-OGPF Pelo rendimento proporcionado pelos activos financeiros (juros ou dividendos) D H D H D H 7.8.3 - RIF/Justo Valor 1.1-Caixa /1.2-Bancos 4.4.1 - I s/ R 51 Mestre José Penane Chibomane Pelo Registo das Alterações do Justo Valor a) Se ocorrer um ganho nos instrumentos financeiros D H D H7.8.3 - RIF-Ganhos p/aum. do Justo Valor 1.3…Instrumento Financeirso b) Se ocorrer uma perda nos instrumentos financeiros D H D H1.3…Instrumento Financeirso 6.9.8-OGPF-Perdas por dim. do JV Desreconhecimento de Activos Financeiros Uma entidade deve desreconhecer um activo financeiros apenas quando: a) Os direitos contratuais ou fluxos de caixa resultantes do activo financeiro expiram; b) A entidade transfere para outra parte os riscos significativos e benefícios relacionados com o activo. A diferença entre a retribuição recebida e o montante desreconhecido deverá ser incluída na demonstração de resultados. As perdas relacionadas com o desreconhecimento dos instrumentos financeiros devem ser registadas numa conta de gastos e perdas e os ganhos relacionados com o desreconhecimento, na conta de rendimentos e ganhos, apropriada. Contabilização do desreconhecimento dos instrumentos financeiros detidos para a negociação a) Se existir ganho na alienação D H D H D H P/ valor da venda 1.3…Instrumento Financeirso 7.8.3 - RIF-Ganhos p/aum. do Justo Valor P/ valor do título 1.2-Bnacos 52 Mestre José Penane Chibomane b) Se existir perda na alienação D H D H D H P/ valor da venda 1.3…Instrumento Financeirso 6.9.8-OGPF-Perdas por dim. do JV 1.3…Instrumento Financeirso P/ valor do título Exercício n° 6 A JPC, SA, adquiriu, em 10 de Setembro do ano N, 10.000 acções da empresa Mabuluku & Xikitau, SA, por 1.90Mt cada acção. Os custos de transacção ascenderam a 200,00Mt. A empresa detém estes títulos para a negociação. A entidade JPC SARL, apresenta contas mensalmente e decidiu vender este título no dia 15/11/N. As cotações de fecho das acções da empresa Mabuluku & Xikitau, SA, nas datas relevantes foram as seguintes: Dia Cotação de Fecho 30-09-N 2,00 Mt 31-10-N 1,82Mt 15-11-N 1,93 Mt Pretende-se que efectue os registos contabilísticos necessários associados à aquisição, valorização e alienação das acções da empresa Mabuluku & Xikitau, SA. Aquisição de Instrumento Financeiro, em 10 de Setembro/N 10-Sep 1.3-Instrumento Financeiros a 1.2-Bancos a
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