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A revolta da chibata

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A revolta da chibata
Emanoela, Larissa, Maria Eduarda, Phâmella e Phâolla
Introdução
A Revolta da Chibata ficou conhecida por ter sido um motim realizado pela insatisfação dos marujos brasileiros com os castigos físicos que sofriam na Marinha brasileira no começo do século XX. O castigo físico em questão era a chibatada, praticada pela Marinha contra todos os marujos que violassem as regras da corporação.
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O uso da chibata como forma de punição era uma característica que a Marinha brasileira havia herdado da Marinha portuguesa do período colonial a partir de um código conhecido como Artigos de Guerra. Essa forma de punição era dedicada somente aos postos mais baixos da Marinha, ocupados, em geral, por negros e mestiços.
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A insatisfação dos marujos com os castigos físicos e com o rigor da Marinha era crescente. Relatos contam que, pouco antes da revolta, durante uma viagem nas proximidades da costa chilena, os marujos haviam demonstrado insatisfação com a punição dedicada a um marujo. O estopim para o início da revolta ocorreu quando Marcelino Rodrigues Menezes foi punido com 250 chibatadas sem direito a tratamento médico.
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Além disso, há de se considerar que os contatos dos marujos no estrangeiro também fortaleceram essa insatisfação se considerarmos que outras Marinhas de outras nações não possuíam a mesma prática (de castigar fisicamente) com os marujos. Também se deve considerar que, cerca de um ano antes da revolta, o líder do motim, João Cândido, havia estado na Inglaterra e tido conhecimento dos acontecimentos do Encouraçado Potemkin, em que marujos russos rebelaram-se contra o governo de seu país.
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Sobre a Revolta da Chibata, é importante considerar que ela não foi fruto apenas da insatisfação dos marujos com os castigos físicos. Os marujos, em geral, eram originários de famílias pobres, que sofriam com a desigualdade social existente na Primeira República. Assim, a Revolta da Chibata é considerada pelos historiadores também como uma revolta contra a desigualdade social e racial existente tanto na Marinha como na sociedade como um todo.
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Como foi?
Na madrugada de 22 de novembro de 1910, os marinheiros do Encouraçado "Minas Gerais" se rebelaram.
O estopim se deu após assistirem o castigo do marujo Marcelino Rodrigues Menezes, açoitado até desmaiar com 250 chibatadas (o normal eram 25) por agredir um oficial.
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Encouraçado "Minas Gerais"
O levante foi liderado pelo experiente João Cândido Felisberto, marujo negro e analfabeto. O motim terminou com a morte do comandante do navio e mais dois oficiais, os quais não aceitaram abandonar a nave de guerra.
Nesta mesma noite, juntou-se ao motim o Encouraçado "São Paulo". Nos dias seguintes, outras embarcações aderiram ao movimento, como o "Deodoro" e o "Bahia", naves de guerra de grande porte.
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Encouraçado "SÃO PAULO"
Encouraçado Guarda-Costas Deodoro
ENCOURAÇADO “BAHIA”
Por sua vez, no Rio de Janeiro, o presidente Hermes da Fonseca tinha acabado de tomar posse e enfrentava sua primeira crise. Os navios rebeldes bombardearam a cidade do Rio de Janeiro para demonstrarem que não estavam dissimulando.
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Os marujos revoltosos escreveram um manifesto que resumia as suas exigências e enviou-o para o gabinete do presidente da época, Hermes da Fonseca. Coincidentemente, no dia em que se iniciou a revolta, o presidente oferecia uma festa no Rio de Janeiro em comemoração a sua posse como presidente.
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Não se sabe ao certo quem foi o responsável por redigir o manifesto com as exigências dos marujos, mas esse documento foi considerado muito bem escrito. Os historiadores apontam que provavelmente ele foi elaborado por Adalberto Ferreira Ribas. A respeito desse documento e das demandas solicitadas nele, a historiadora Sílvia Capanema afirma:
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“[…] era bem redigido e caligrafado, apresentava várias demandas objetivas – fim dos castigos corporais, aumento do soldo, substituição dos oficiais tidos como incompetentes, melhoria no nível de educação de alguns marujos – e resumia, de forma pensada, o espírito central dos marinheiros, que se apresentavam como “cidadãos brasileiros e republicanos” que não “suportavam mais a escravidão na Marinha”. Quanto aos aspectos materiais do texto, tudo indica que foi escrito – ou redigido – por alguém que dominava a caligrafia e tinha bela escritura|1|.”
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Pressionado tanto pelas ameaças dos marujos quanto de políticos, o governo de Hermes da Fonseca aceitou os termos propostos e pôs fim aos castigos físicos na Marinha em 26 de novembro de 1910 e prometeu anistia a todos os envolvidos. A promessa do governo não foi cumprida e, no dia 28 de novembro, um decreto dispensou cerca de mil marinheiros por indisciplina.
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Onde ocorreu
A Revolta da Chibata aconteceu ao longo de 4 dias, com início no dia 22 de novembro de 1910. O palco do conflito foi a cidade do Rio de Janeiro, que era, na época, a capital do Brasil.
A embarcação que serviu como cenário para a revolta foi o Encouraçado Minas Gerais (escrito também como Minas Geraes). Esse navio também foi importantíssimo em outros episódios de nossa história, como o bombardeio de Salvador e o patrulhamento das águas durante a Primeira Guerra Mundial.
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Causas da revolta da chibata
A Revolta da Chibata foi um movimento que tinha como objetivo reivindicar o fim dos castigos corporais que os oficiais cometiam contra os marujos de suas embarcações. Assim, os manifestantes fizeram uma lista de solicitações, que incluía:
a abolição das penalidades físicas (açoites e outros castigos);
a melhora das condições de trabalho;
o fornecimento de uma alimentação de melhor qualidade nos navios;
a anistia para todos os marinheiros que participaram do levante.
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consequências da revolta da chibata
Uma das principais consequências desse movimento no Brasil foi o despertar maior de uma consciência de classe e do empoderamento de pessoas marginalizadas na população da época. Com essa revolta, esses indivíduos levantam sua voz e denunciam os abusos cometidos contra eles por seus superiores.
Isso, a longo prazo, levantou debates sobre as condições de trabalho para essa classe. Até hoje os seus efeitos ressoam em nossas atitudes e no estudo da história do Brasil, como um marco na luta contra a opressão, a desigualdade e as péssimas condições de vida de muitos brasileiros.
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Caracteristicas do movimento 
Busca por:
Igualdade racial;
Direitos trabalhistas; 
Quebra do racismo e preconceito estrutural; 
Foram os 3 pontos básicos que melhor descreve esse movimento.
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Lider da revolta
João Cândido Felisberto
João Cândido Felisberto nasceu no Rio Grande do Sul, no dia 24 de Junho de 1880. Seus pais eram escravos, ele desde pequeno ele costumava acompanhar seu pai quando este viajava conduzindo o gado.
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João Cândido começou sua participação política cedo, aos 13 anos apenas, quando lutou a serviço do governo na Revolução Federalista do Rio Grande do Sul, no ano de 1893. Com 14 anos se alistou no Arsenal de Guerra do Exército e com 15 entrou para a Escola de Aprendizes Marinheiros de Porto Alegre. Cinco anos depois foi promovido a marinheiro de primeira classe e com 21 anos, em 1903, foi promovido a cabo-de-esquadra, tendo sido depois novamente rebaixado a marinheiro de primeira classe por ter introduzido no navio um jogo de baralho. Serviu na Marinha do Brasil por 15 anos, tempo durante o qual viajou por este e outros países.
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No ano de 1917, ano em que sua primeira esposa faleceu, começou a trabalhar como pescador para sustentar a família, vivendo na miséria até os seus últimos dias de vida. Casou-se novamente, mas sua segunda esposa cometeu suicídio no ano de 1928. Dez anos depois a tragédia voltaria a acontecer, mas desta vez com uma de suas filhas. Ao todo foram três casamentos, tendo o último durado até o fimde sua vida, dia 06 de Dezembro de 1969.
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Atuou na política durante toda a sua vida. Durante o governo de Vargas teve contato com o líder da Ação Integralista Brasileira (AIB) e com o Partido Comunista, chegou a ser preso por suspeita de relacionamento com os integrantes da Aliança Liberal e até o fim da sua vida continuou sendo “vigiado” pelas autoridades, sendo acusado de subversivo.
O “Almirante Negro”, como João Cândido ficou conhecido, morreu aos 89 anos e teve ao todo 11 filhos ao longo dos três casamentos. Faleceu na cidade de São João do Meriti, no Rio de Janeiro.
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FIM DA REVOLTA DA CHIBATA 
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Com a anistia concedida, os marinheiros resolveram devolver os navios aos oficiais e terminar com a Revolta que, apesar da repressão e da curta duração, atingia seus objetivos que era o de fazer as vozes dos marujos serem ouvidas e garantir o cumprimento de suas reivindicações para ter uma vida mais justa na Marinha, como a melhoria da comida e do soldo, a melhor distribuição das funções no navio e principalmente o fim da Chibata.
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"Comandante José Carlos. Entraremos amanhã ao meio-dia. Agradecemos os seus bons ofícios em favor de nossa causa. Se houver qualquer falsidade o senhor sofrerá as consequências. Estamos dispostos a vender caro as nossas vidas.
Os Revoltosos."
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Os marinheiros negociaram através do deputado José Carlos de Carvalho, que já havia estado a bordo dos navios São Paulo e Minas Gerais para ouvir suas reivindicações e levar a carta escrita por eles. E ainda era de confiança do governo e amigo do senador Pinheiro Machado. Os marinheiros confiavam no deputado porque além dele ter sido oficial durante a Guerra do Paraguai, ele havia feito um projeto para aumentar os salários das praças da Marinha e do Exército. Mas a confiança no deputado não era plena até o fim do motim, como demonstra o radiograma feito pelos marinheiros um pouco antes da entrega dos navios: 
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Mas tudo ocorreu bem, e em 26 de dezembro, a notícia do fim da Revolta circulou por toda a imprensa, revelando os rostos dos marinheiros para a população. Os corpos dos oficiais mortos durante a tomada dos navios foram transportados por uma lancha, assim como dos marujos mortos pelos seus superiores, levando a bandeira do Brasil para o funeral.
Os repórteres invadiram os navios, entrevistaram os amotinados e seus líderes, entre eles João Cândido, que em uma foto demonstra a entrega dos navios para o capitão Pereira Leite. 
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Porém, uma parte da imprensa começou a criticar o governo, dizendo que o presidente da República tinha se rendido aos marinheiros e que isso manchava a nação. O jornal O Estado de São Paulo, por exemplo, dizia em suas páginas: "...com as condições ditadas pela maruja insubordinada. O governo foi, portanto, vencido. Ou isso não é governo, ou nós é que não somos uma nação". Outros jornais publicaram charges contra o presidente Hermes da Fonseca e sua atitude.
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O serviço foi retornado nos navios, como se nenhuma gota de sangue tivesse escorrido, apesar de que no fundo havia um clima de tensão entre marinheiros e oficiais. Os marinheiros tinham medo que os oficiais, agora de volta ao topo da hierarquia militar, pudessem começar uma onda de vingança contra eles. Isso não ocorreu nos conveses, mas em terra firme.
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