Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Diversos processos patogênicos estão envolvidos no desenvolvimento dessa doença, entre os quais, destruição autoimune das células beta do pâncreas com consequente deficiência em insulina e anormalidades que resultam em resistência à ação desse hormônio. Os sintomas mais comuns da hiperglicemia acentuada incluem poliúria, polidipsia, perda de peso e, algumas vezes, polifagia e visão turva. A hiperglicemia crônica no diabetes está associada a danos em longo prazo, que incluem desde a disfunção até a falência de vários órgãos, especialmente olhos, rins, nervos, coração e vasos sanguíneos. ASPECTOS BIOQUÍMICOS E FISIOLÓGICOS DOS HORMÔNIOS ENVOLVIDOS NO METABOLISMO DA GLICOSE O controle metabólico da glicose é bem regulado, uma vez que as concentrações elevadas desse açúcar retornam ao normal de forma rápida, mesmo depois de ingestão calórica elevada, enquanto, durante longos períodos de privação alimentar, suas concentrações são levemente reduzidas. Os carboidratos são estocados sob a forma de glicogênio, principalmente no músculo esquelético e no fígado. Embora a concentração de glicogênio seja maior no fígado, em razão da massa dos músculos ser maior, estes estocam mais glicogênio. O principal mecanismo de disponibilização da glicose exógena é via transportador de glicose estimulado pela insulina no músculo esquelético e em outras células dela dependentes. A insulina, o glucagon e a amilina são hormônios produzidos pelo pâncreas e que interagem com hormônios viscerais (peptídeo 1 semelhante ao glucagon, peptídeo de inibição gástrica, grelina, peptídeo YY e colecistoquinina) com a finalidade de regular a ingestão, a deposição e a utilização dos suprimentos energéticos. MECANISMO DE AÇÃO DA INSULINA Pode-se definir a insulina como um hormônio anabólico, essencial para a manutenção da homeostase de glicose, do crescimento e da diferenciação celular. É secretada pelas células beta do pâncreas e modulada por nutrientes, neurotransmissores e hormônios, sendo a concentração de glicose plasmática a principal forma de estimulação de sua secreção. Insulina aumenta a entrada de glicose no tecido muscular e adiposo e, em paralelo, inibe a produção de glicose pelo fígado, sendo, portanto, um regulador primário da glicemia. Esse hormônio promove o estoque de substratos no tecido adiposo, hepático e muscular por meio da estimulação da lipogênese, da síntese de glicogênio e de proteínas e pela inibição da lipólise, da glicogenólise e da degradação de proteínas. MECANISMOS DE AÇÃO DO GLUCAGON O glucagon age em oposição à insulina, pois sua principal função fisiológica é estimular a produção de glicose pelo fígado, via glicogenólise ou gliconeogênese, com objetivo de auxiliar a manutenção da glicemia em níveis normais durante períodos de rápida utilização de glicose ou jejum, respectivamente. Em razão desse efeito, o glucagon é conhecido como um hormônio catabólico. Outro efeito atribuído ao glucagon é a promoção da saciedade por meio da supressão da secreção de grelina, via eixo hipotálamo-pituitária, a qual tem um papel na regulação do comportamento alimentar. Assim, o efeito do glucagon sobre a saciedade é mediado pela grelina. TIPOS DE TRATAMENTO Medicamentoso: consiste na utilização de substâncias antidiabéticas e de insulinoterapia. A escolha das substâncias antidiabéticas é baseada em sua ação efetiva em reduzir as concentrações de glicose circulante e mantê-las em uma faixa de normalidade (jejum< 100 mg/dL e pós-prandial <140 mg/dL), além da capacidade de reduzir as complicações em longo prazo. A utilização deve ser segura e tolerável pelo paciente, de fácil uso e com custo acessível. Quando as concentrações de HbA1c ultrapassam 7%, o tratamento utilizado deve ser reavaliado e, quando necessário, o esquema de tratamento deve ser alterado. As substâncias antidiabéticas podem ser classificadas de acordo com seus mecanismos de ação: Elevar a secreção de insulina (sulfonilureias e glinidas); Reduzir a velocidade de absorção de carboidratos (inibidores das alfa-glicosidases); Diminuir a produção hepática de glicose (biguanidas); Aumentar a utilização periférica de glicose (glitazonas). Nutricional: consiste na escolha de alimentos mais adequados para essa situação. O principal objetivo dessa terapia é a redução ou a prevenção das complicações de curta duração e daquelas que aparecem mais tardiamente, como doença renal, hipertensão e doença aterosclerótica.
Compartilhar