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CONSTIPAÇÃO Aumento do consumo de processados, em prejuízo do consumo de alimentos ricos em fibras, ptn, lip, vit e minerais, o que, somado à vida sedentária, ao uso abusivo de fármacos e ao estresse crônico tem provocado muitas alterações funcionais no TGI, sendo a constipação cada vez mais frequente. Do ponto fisiopatológico, a constipação pode ser definida como exagera retenção de material fecal no cólon, ou como demora na exoneração do bolo fecal pelo reto, ou como sensação de esvaziamento incompleto do reto após o ato defecatório. A constipação não deve ser considerada como doença e, sim, sintoma, sendo normal o indivíduo evacuar duas ou três vezes ao dia ou de dois em dois dias, ou até três vezes por semana, desde que suas fezes tenham características normais de volume, forma, consistência , cor e que, após evacuação, não persista a sensação de desconforto retal semelhante àquela que precede a evacuação normal. O reflexo de evacuação depende da presença de um sistema neurorreceptor que se inicia na musculatura lisa do reto superior. As alterações dos reflexos intestinais levam à constipação funcional ou simples (atônica ou espástica) e por causas orgânicas, como lesões primárias do sistema nervoso entérico de ordem tumoral ou traumática, doença infecciosa etc. A diminuição do poder expulsivo se dá graças à alteração da musculatura diafragmática causada por DPOC, derrame pleural, doenças debilitantes crônicas; alterações da musculatura abdominal ocasionadas por multiparidade, obesidade ou qualquer outra alteração que leve à distensão crônica do abdome; alterações do assoalho pélvico por gravidez, multiparidade; alterações da musculatura lisa da parede intestinal (anemia, hipotireoidismo, doenças do colágeno). A redução da luz intestinal pode ter como causa fatores intrínsecos (tumores, processos inflamatórios, invaginações, fissuras, hemorroidas) e fatores extrínsecos (qualquer patologia extracolônica que comprima o intestino). Temos ainda o problema relacionado com a agitação da vida moderna, com inibição voluntária da defecação, em que o individuo provoca um relaxamento rápido da musculatura abdominal e contração do esfíncter anal externo. Outros fatores: iatrogênico, fator tóxico, desidratação, imobilização forçada e uso de fármacos (antiácido, suplementos de ferro, anti-hipertensivos etc). As causas mais comuns de constipação são hábitos deficientes na eliminação de fezes, hábitos dietéticos inadequados, tensão emocional, uso de fármacos e perda do tônus da musculatura intestinal. A constipação intestinal crônica, requer aumento de massa e conteúdo líquido das fezes, o que se consegue aumentando o conteúdo de fibras e de líquidos da dieta, sendo contraindicada a terapêutica laxativa no caso de dor abdominal não- diagnosticada, obstrução intestinal e alergia. A constipação pode ser relacionada com: Inibição voluntária da defecação: relaxamento rápido da musculatura abdominal e contração do esfíncter anal externo Alterações dos reflexos intestinais: constipação funcional ou simples (atônica e espástica) e causas orgânicas (lesões primárias do SNC de ordem tumoral ou traumática, doença infecciosa) Diminuição do poder expulsivo: alterações da musculatura diafragmática (DPOC, derrame pleural), alterações da musculatura abdominal (obesidade ou outra distensão que leve à distensão crônica do abdômen), alterações do assoalho pélvico (gravidez) e alterações da musculatura lisa da parede intestinal (anemia, hipotireoidismo, doenças do colágeno) Redução da luz intestinal: fator intrínseco (tumor, processos inflamatórios, invaginações, fissuras, hemorroidas) e fator extrínseco (qualquer patologia que comprima o intestino) Outros fatores: fator iatrogênico, fator tóxico, desidratação e imobilização forçada Fármacos: analgésicos, antiácidos (hidróxido de alumínio) e anti-hipertensivos Classificação: - Etiopatogênica: transtorno da motilidade do cólon, distúrbio no mecanismo de defecação; obstáculo à progressão do conteúdo intestinal - Segundo Dani (1993): auto-induzida, de causa desconhecida, por doenças neurológicas, por distúrbios endócrinos e metabólicos, por distúrbios emocionais - Segundo Sola (1973): atônica ou aspereza intestinal e espástica ou colite espástica - Complementar: retal, perda da função evacuadora da porção terminal do intestino grosso, devido a ausência do estímulo normal para a evacuação, por aclásia do esfíncter anal ou pelo aumento do seu tônus Constipação Atônica: sedentarismo, inibição da necessidade de evacuar (inibição do reflexo, impedição da ida no horário regular..), alimentação inadequada (fibra, lipídeo, água vs volume do conteúdo intestinal), deficiência de tiamina e de potássio alterando a função tônica intestinal, influxo nervoso, abuso de agentes laxativos, insuficiência da musculatura abdominal e ação de substâncias tóxicas. Constipação Espástica: resistência do intestino grosso para a progressão de seu conteúdo, por espasticidade da musculatura colônica que depende de maior excitabilidade de nervo vago TRATAMENTO Deve objetivar a regularizar o trânsito intestinal e a recuperação do estudo nutricional Devemos analisar qual doença atual esta em curso para ocasionar a constipação. A avaliação nutricional deve constar pelo menos de: história dietética constituída de R24hrs e questionário de frequência alimentar; avaliação antropométrica (peso, altura, PCT, CB e CMB); avaliação bioquímica diagnóstico conduta dietoterápica Questionamento sobre constipação: Qual hábito intestinal atual e consistência das fezes? Como evacuava antes? Como evoluiu a constipação? Há perda de sangue, muco, pus, alimentos, dor, peso? Desde quando? Tem sensação de esvaziamento completo do reto após evacuação? É fracionada em dois tempos? Tem ou teve hábito deixar de atender a vontade de evacuar? Usa laxativos, quando, dose, quantas vezes? Fica irritado ou preocupa-se facilmente? Sente angustia ou depressão? HPP CONDUTA DIETOTERÁPICA - Gordura emulsionada: ex. azeite, absorvida lentamente tem ação estimulante sobre o peristaltismo estimula secreção da CCK, promovendo contração da vesícula biliar, levando pro intestino maior quantidade de bile e sais biliares = aumento do peristaltismo - Vitamina B1 e K+: estimulam a função tônica do intestino e a excitabilidade do parassimpático - Líquidos: intestino grosso tem capacidade de absorver água, podendo até ressecar as fezes, deixando-as endurecidas - Fibra*: capacidade hidrofílica, promovendo a retenção de agua e aumento do peso do bolo fecal. Com o volume aumentado, há o amolecimento das fezes na luz colônica, promovendo o estímulo mecânico do peristaltismo, o que leva o aumento da progressão fecal, da frequência de evacuações, da excreção de sais biliares esteroides e gorduras, tem ação catártica. Recomendações diárias são de 20 a 50g. * pode ser solúvel e insolúvel. A fibra dietética no TGI tende a prolongar o tempo de esvaziamento gástrico, por isso causa uma permanência do alimento no estômago por mais tempo que o normal. Essa absorção demorada pode aumentar ou diminuir o tempo de trânsito intestinal dependendo do efeito que alguns dos nutrientes que podem vir a ser “mal absorvidos” podem causar tudo isso envolve o tipo e a forma da fibra Fibras de grão grossos acarreta aumento da frequência fecal do que a fibra de grãos finos ou farelos de cereais. Estudos vem sendo feitos e foi descoberto que o aumento da ingestão de farelos diminuirá o tempo de trânsito gastrointestinal. Outro estudo constou que, a administração de farelo na dose de 20g/dia + dieta rica em fibras, principalmente insolúveis (MORAIS, 1996) é muito benéfica aos pacientes. - Frutas cruas: ricas em ácidos orgânicos que estimulam o peristaltismo e ricas em K+, necessário para que a musculatura do intestino reajanormalmente frente aos estímulos motores. CARACTERÍSTICAS GERAIS DA DIETA - VET: ANP - Ptn: Normo-Hiper bom aporte proteico garante um fornecimento adequado de aa’s para a síntese proteica orgânica e aumento da renovação celular, fortalece a mucosa – cicatrização da mucosa - Cho: ANP – aumentar cho complexos ricos em fibras e reduzir dissacarídeos para evitar distensão e flatulências - Lip: Normo a ANP – sem [] de saturados e colesterol na atônica por causa da obesidade lipogênica. Na espástica devemos tomar cuidado com a saciedade por causa do medo de comer devido às dores. - Vitaminas: Normo a Hiper, enfoque a B1, A e C - Minerais: Normo a Hiper, enfoque para K+, reduzir S para evitar flatulência e distensão abdominal - Líquidos: hiper, tanto na atônica quanto na espástica, para hidratar os cólons e junto com a fibra para aumentar peristalse - Fibras: na atônica, hiper dando preferência a celulose e na espástica, modificada por cocção e subdivisão para reduzir picos peristálticos, evitando a dor - Caldos concentrados em purinas: normal na atônica e isentos na espástica, por ser excitante de mucosa - Fracionamento: normal na atônica e aumentado na espástica para evitar concentrações, evitando contrações e desconforto abdominal - Volume: normal na atônica e diminuído e concentrado na espástica, para evitar distensão abdominal - Temperatura: na atônica fria e gelada para aumentar peristaltismo pela manhã, e na espástica deve ser normal para que não haja dor nem desconforto - Consistência: normal na atônica e ANP na espástica para reduzir desconforto - Alimentos de difícil digestibilidade, flatulentos e fermentativos: na atônica ANP (ver com o paciente o que causa desconforto) e na espástica isento Utilizar preparações laxativas: Coquetel nutricional laxativo (NTR) Efeito laxante sem colateralidades e interações No caso de obesidade e outras patologias que haja controle calórico, os valores usados na receita devem ser debitados da diet analisada 5 ameixas, 1 col de sopa de creme de leite (gordura emulsionada), 1 laranja (ácido orgânico mais celulose), 1 fatia média de mamão (papaína, mais ácido orgânica, 1 copo com água (gelada), 1 colher de sopa de farelo de aveia colocar as ameixas de molho na água de um dia para o outro na geladeira, depois no dia seguinte colocar as ameixas (sem o caroço), laranjas (sem caroço e sem casca), mamão (sem casca e com caroços) e o creme de leite liquidificar, colocar em um copo duplo, completar com água gelada e acrescentar o farelo de aveia ingerir preferencialmente em jejum ORIENTAÇÕES - Interromper uso abusivo de laxativos, que pode levar à perda da resposta de uso pela repetição de uso - Tomar um copo de água gelada assim que acordar e aumentar a ingestão de líquidos e comer no desjejum alimentos ricos em fibras insolúveis que, com a agua, vão aumentar o bolo fecal - Lembrar que após o desjejum, 10-15 minutos, as contrações do cólon são potentes, principalmente desjejum porem nas refeições em geral - A posição de cócoras é a melhor posição fisiopatologicamente, indicando o uso de um banco debaixo dos pés para melhorar angulação - Fazer exercícios regulares, como caminhar. A ginástica abdominal é considerada medida auxiliar, importante na correção da constipação -> preferir pela manha - Evitar alimentos ricos em enxofre: brócolis, alho, couve, couve-flor, lentilha, pimentão, melão, melancia e etc evitar flatulência
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