Buscar

Desenvolvimento Neuropsicomotor na Infância

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Objetivos M8P5 
1- Analisar as etapas normais do desenvolvimento 
neuropsicomotor na infância; 
2- Identificar as características que levem a 
suspeitar dos principais transtornos do 
desenvolvimento – autismo, TDAH; 
3- Descrever as principais causas de acidentes na 
infância por faixa etária e formas de prevenção; 
4- Conhecer o ECA. 
Desenvolvimento neuropsicomotor 
Se inicia no período intrauterino, e se dá com maior 
relevância até os 6 anos de idade, para o 
desenvolvimento biológico, cognitivo, social e emocional 
do ser humano. As experiências de movimentação intra-
útero ficam registradas no cérebro, formando conexões 
que serão utilizadas para novos movimentos voluntários. 
Área motora primária → Execução de movimentos 
Área pré-motora, motora suplementar, córtex pré-
frontal (cognição) → Planejamento de movimentos 
complexos, verificam a localização do alvo, a trajetória 
do movimento, a distância a ser percorrida até o alvo etc. 
e selecionam os neurônios da área motora primária que 
executarão melhor o movimento planejado. 
Área motora cingulada → programação. 
O conhecimento desses processamentos todos, 
necessários para os movimentos, esclarece porque: 
tanto um déficit cognitivo quanto um distúrbio psico-
afetivo podem repercutir no motor, causando atraso no 
alcance dos marcos motores ou comprometimento da 
qualidade dos movimentos; nas avaliações do 
desenvolvimento, os comportamentos das crianças 
revelam não somente a função motora pura e simples, 
mas sim simultaneamente as manifestações das áreas 
cognitiva, psico-afetivas, além da visual, auditiva e da 
linguagem 
 Conduta adaptativa: compreendem as reações da 
criança frente aos estímulos apresentados (ex.: bola, 
argola, chocalho, cubos), e que dependem da interação 
da sua capacidade motora, sensorial, de coordenação e 
cognitiva para adequada exploração e aprendizagem. É 
considerada a conduta precursora da inteligência, aquela 
na qual é avaliada a capacidade da criança em “resolver” 
problemas e aprender a partir de novas experiências. Por 
exemplo, ao mostrar um chocalho ao lactente de quatro 
meses, espera-se que ele leve a mão à linha média para 
observar o objeto, podendo levá-lo à boca para iniciar a 
exploração. 
Conduta motora fina: compreendem as habilidades cada 
vez mais precisas e específicas com o uso da mão e 
dedos, garantindo-lhe a exploração cada vez mais 
delicada do objeto. É muitas vezes estudada juntamente 
com a conduta adaptativa. Por exemplo, espera-se que 
um lactente tenha uma pega palmar aos 4 meses, uma 
pega radial aos 7 meses, e uma pega em pinça (oposição 
entre o polegar e o indicador) aos 12 meses. 
 Conduta motora grosseira: compreendem as 
habilidades motoras gerais, como sustentar cabeça, 
tronco, sentar-se, rolar, engatinhar, andar, pular e assim 
por diante. Também é uma conduta dependente da 
interação das vias motoras centrais e periféricas, assim 
como órgãos dos sentidos especiais e vias de equilíbrio. 
Conduta de linguagem: referem-se à capacidade de 
compreender e exprimir sensações e pensamentos. 
Incluem as reações de comunicação não verbal (ex.: 
sorriso, riso alto, choro, apontar, expressões faciais) e 
verbal (sons guturais, balbulcio, lalação, primeiras 
palavras, frases, histórias). 
Conduta pessoal-social: referem-se às reações da criança 
frente às outras pessoas (mãe, pai, examinador, 
brincadeiras com outras crianças) e frente às situações 
de vida diária (alimentação, sono, higiene, vestimenta, 
controle esfincteriano). 
• Fatores que interferem no desenvolvimento 
Falta de estímulo; 
Falta de vínculo, de apego → afetivo, cognitivo e social; 
Muitos irmãos → em 90%; 
Falta de aleitamento; 
Desnutrição; 
Baixa-renda. 
O estímulo é muito importante para o desenvolvimento, 
sem estímulo pode ocorrer atraso no desenvolvimento. 
Nos primeiros 2 anos, estão ligados a estabilidade 
emocional 
Nos primeiros 3 anos, o desenvolvimento da sinapse 
ocorre muito rapidamente. 
• Sensorial 
Visão 
Audição 
Olfato 
Paladar 
• Reflexos 
Possuem um caráter transitório, isto é, estão presentes 
ao nascimento, mas possuem uma época determinada 
para desaparecer. O desaparecimento do reflexo 
primitivo permite o surgimento de uma conduta motora 
voluntária, aprendida e sob controle cortical, o que é 
possível fisiologicamente pelo processo de 
amadurecimento do SNC – e que envolve mielinização e 
formação de sinapses. Por exemplo, o reflexo tônico 
cervical assimétrico está presente até o 3º mês de vida, 
e o seu desaparecimento nesta época é fundamental 
para permitir o desenvolvimento da postura simétrica, 
com cabeça e tronco centrados e mãos na linha média 
com início da preensão palmar voluntária. 
Reflexo de Moro (Reflexo do “Abraço”) 
Descrição. Na posição supina eleva-se o bebê pelo 
tronco acima do plano da mesa e repentinamente o 
solta, apoiando-o em seguida para que não caia. O 
objetivo é produzir uma extensão rápida do pescoço e 
cabeça. Obtemos a abdução seguida da adução e flexão 
das extremidades superiores, flexão do pescoço e choro. 
Desaparecimento. Aos 3 meses ele desaparece em sua 
forma “típica” ou completa, conforme descrevemos. Aos 
seis meses desaparece definitivamente. 
Reflexo de Preensão Palmar 
Descrição. Na posição supina, o examinador coloca o 
dedo na face palmar do bebê. A resposta esperada é a 
flexão dos dedos e fechamento da mão. 
Aparecimento: 27 semanas de idade gestacional. 
Desaparecimento. Aos quatro meses. 
Reflexo de Preensão Plantar 
Descrição. Na posição supina, o examinador comprime o 
seu polegar sobre a face plantar, abaixo dos dedos. A 
resposta é a flexão dos dedos do pé. 
Desaparecimento. Aos quinze meses. 
Reflexo de Galant 
Descrição. Coloca-se o bebê em prona, com o tronco 
apoiado sobre o braço do examinador. Com o dedo da 
mão contralateral estimula-se a pele do dorso, fazendo 
um movimento linear vertical que parte do ombro até as 
nádegas a cerca de 2 cm da coluna. 
A resposta esperada é a flexão do tronco, com a 
concavidade virada para o lado estimulado. 
Desaparecimento. Aos quatro meses. 
Teste de triagem do desenvolvimento de Denver 
É um método de triagem em crianças entre o 
nascimento e os 6 anos de idade, para confirmação de 
suspeitas na avaliação subjetiva do desenvolvimento e 
para monitoração do desenvolvimento de crianças com 
risco de apresentar alterações. 
O teste é composto por 125 itens, subdivididos 
em 4 domínios de funções: pessoal-social, motor-
adaptativo, linguagem e motor grosseiro. 
O primeiro for criado em 1967 para ajudar na 
detecção de possíveis problemas no desenvolvimento de 
criança durante os 6 primeiros anos de vida. 
Em 1990 foi reformulado, Denver II, para reformulado 
para ampliar as observações, como as de linguagem, e 
omitir itens de pouco valor clínico ou de difícil realização, 
e adequá-lo a grupos de diferentes etnias, regiões 
(urbanas ou rurais ) e níveis de escolaridade. 
São baseados em critérios padronizados, servem 
como roteiro de observação para o pediatra, constituem 
uma maneira prática de registrar as observações 
realizadas e ajuda os pediatras a reconhecerem um 
número maior de crianças com alterações do 
desenvolvimento. 
As desvantagens são a utilização de testes não 
validados para a população estudada, a baixa 
familiaridade 
dos pediatras com os instrumentos escolhidos, a grande 
influência dos fatores culturais no desenvolvimento 
infantil, principalmente após os 2 anos de idade (o que 
faz 
desse processo um caminho de infinitas possibilidades), 
e o tempo de administração dos testes escolhidos. 
Fases de desenvolvimento por Jean Piaget 
I. PERÍODO SENSÓRIO-MOTOR (0 A 2 ANOS) 
 Neste período, o lactente se utiliza de suas habilidades 
motoras cada vez mais coordenadas e intencionais 
(praxias) e de suas variadas percepções sensoriais 
(gnosias auditivas, visuais, gustativas, táteis e 
proprioceptivas) para explorar o meio ambiente, 
aprender novas funções, e comunicar-se. Neste período 
podem seridentificados cinco estágios: 
1. Primeiro estágio (0-2 meses): neste momento, a 
movimentação do lactente se faz apenas de 
maneira reflexa. As mãos permanecem cerradas 
e os membros semifletidos, e apenas se 
estendem e abrem no momento em que se 
desencadeiam os reflexos primitivos. As vias 
motoras são pouco mielinizadas e o controle 
cortical do movimento é difuso. O bebê é capaz 
de escutar e nesta fase pode se observar o apoio 
da cabeça de um dos lados (geralmente o 
esquerdo), liberando o ouvido do outro lado 
(dominância hemisférica da via auditiva). O bebê 
se aquieta com a voz humana, e ao ouvir outro 
choro de criança desencadeia-se também uma 
resposta de choro. Sua capacidade de 
comunicação verbal é limitada, fazendo-o 
apenas através do choro, cujas características já 
podem denunciar fome, irritação ou dor. Já 
existe percepção da luz, e a cabeça se vira em 
direção à luz da lanterna. 
2. Segundo estágio (2-4 meses): aos quatro meses o 
lactente já está com as mãos mais abertas e já as 
conduz até a linha média, permitindo a colocação do 
objeto apreendido na boca. As vias piramidais já 
estão mais mielinizadas. Neste momento, o lactente 
já vira a cabeça em direção ao som. Há melhora da 
coordenação entre a visão e a preensão do objeto. 
Aos três meses já ocorre o acompanhamento do 
objeto em uma rotação de 180º no campo visual. Ele 
olha a mamadeira e abre a boca, e os olhos seguem 
o que a mão faz. Assim, desenvolvemse as reações 
circulares primárias, através das quais a criança 
observa o objeto, executa a preensão manual, leva o 
objeto a boca, chupa-o e repete a sequência. São 
novos atos descobertos por acaso, e por isso, são 
descritos como ações pré-inteligentes. Há imitação 
dos sons ouvidos, principalmente os fonemas vogais: 
aah, eeh, etc. 
3. Terceiro estágio (4-9 meses): neste estágio 
coordenação para preensão do objeto melhora 
ainda mais, e a intenção de pegá-lo torna-se mais 
voluntária (praxia), pois o objetivo é segurar, sacudir, 
balançar e virar. Ao mesmo tempo, a acuidade visual 
melhora e com ela a noção de profundidade e 
direção do brinquedo. Nesta fase, a criança pega 
uma pastilha com toda a mão, sacode o sino para 
ouvir o barulho e segura um brinquedo pelo fio. São 
as reações circulares secundárias, descobertas ainda 
por acaso, porém com maior intenção. Tal 
desenvolvimento é possível pela mielinização de 
áreas parietoccipitais e temporoparietais. Surgem as 
vocalizações dos fonemas “T, P e M”. 
4. Quarto estágio (9-12 meses): desaparecem as 
reações circulares, e as ações são realizadas com 
intenção e objetivo, ou seja, momento em que se 
desenvolvem as praxias – ações com finalidade. A 
criança investiga mais o brinquedo – aperta, apalpa, 
arranha, arrasta, olha-o em diferentes perspectivas. 
Aos 11 meses começa a colocar um objeto dentro do 
outro. A preensão é mais precisa, com oposição 
entre o polegar e o indicador. Surgem sons mais 
complexos, mas ainda sem significado “pfs, mam, 
baba, ppa”. Aos 12 meses, a criança já fala “mama” 
e “papa” com significado, e já compreende ordens 
simples como “dá”, “tchau” e “vem”. 
5. Quinto estágio (12 a 18 meses): começa a 
brincadeira simbólica, na qual a criança inventa 
finalidades para os objetos, abre a caixa de fósforos, 
faz torres de cubos e já brinca de “casinha”. Há 
aumento do vocabulário e a criança já nomeia 
objetos simples em uma gravura. 
6. Sexto estágio (18 meses a 24 meses): início da 
fase de imitação de gestos e palavras, 
desenvolvimento de ações manuais mais complexas 
como desembrulhar a bala, virar as páginas do livro, 
e fazer rabiscos circulares e lineares no papel. 
II. PERÍODO DE OPERAÇÕES CONCRETAS a) 
PERÍODO PRÉ-CONCEPTUAL (2 A 4 ANOS) 
Com o amadurecimento do córtex frontal e pré-frontal 
torna-se possível imitação de gestos simples e 
simétricos, como por exemplo: abrir as duas mãos, 
fechá-las, levantar os braços acima da cabeça ou abrir os 
braços horizontalmente. A prova dedo-nariz e a manobra 
de Romberg podem ser realizadas aos três anos com os 
olhos abertos, e apenas aos quatro anos o examinador 
consegue aplicá-las com os olhos fechados. A criança é 
capaz de cantar, mas ainda não imita o ritmo com as 
mãos e pés. É capaz de encaixar formas simples em uma 
prancha. Aos três anos faz um círculo e uma linha 
vertical. Aos dois anos une duas palavras e aos quatro 
anos forma uma frase completa, com sujeito verbo e 
predicado. Inicia-se a brincadeira do “faz de conta”, com 
pensamento egocêntrico e monólogos. As crianças falam 
sozinhas ou com os brinquedos, explicando o que estão 
fazendo. A atenção é curta e facilmente dispersa por 
estímulo externo mínimo. Ao olhar um quadro a criança 
observará as partes separadamente, mas não será capaz 
de interpretar a ação. Por exemplo, dirá que vê uma 
gaiola, um pássaro e uma menina, mas não interpretará 
o desenho como “um pássaro sendo solto pela menina”. 
Ela ainda não percebe diferenças e analogias, como, por 
exemplo, “Mamãe é mulher e papai é...?”. 
b) PERÍODO INTUITIVO (4 A 7 ANOS) 
A criança já adquire a habilidade de realizar movimentos 
alternados e simultâneos, como abertura de uma mão e 
fechamento da outra, levanta um braço na horizontal e 
o outro na vertical, tocar os dedos com o polegar. Já 
consegue seguir o ritmo da uma música com os pés e 
com as mãos, diferencia quadrado de retângulo e círculo 
de elipse, e ao ver uma cena desenhada em um quadro, 
ao invés de descrever as partes, interpreta as figuras 
como um todo, dando significado (ex.: “a menina soltou 
o pássaro da gaiola, e ele fugiu”). Contudo, ainda não 
desenvolveu a capacidade de criticar pequenos erros de 
desenho, como, por exemplo, o fio do serrote virado 
para cima e longe da árvore ou uma carroça andando na 
linha do trem. Substituem o monólogo pela conversação 
e aos sete anos explicam o porquê dos acontecimentos. 
Reconhecem analogias e diferenças (ex.: o fogão é para 
fazer comida, perto versus longe), mas ainda não 
compreendem lógicas mais complexas, como “desenhe 
uma cruz à direita do círculo” ou “qual é a diferença 
entre o irmão da mãe e a mãe do irmão?”. 
c) PERÍODO DE OPERAÇÕES CONCRETAS (7 A 12 
ANOS) 
A criança desenvolve noções de tempo, espaço, 
velocidade, ordem, causalidade, já sendo capaz de 
relacionar diferentes aspectos e abstrair dados da 
realidade. Não se limita a uma representação imediata, 
mas ainda depende do mundo concreto para chegar à 
abstração. Desenvolve a capacidade de representar uma 
ação no sentido inverso de uma anterior, anulando a 
transformação observada (reversibilidade). Exemplos: 
Despeja-se a água de dois copos em outros, de formatos 
diferentes, para que a criança diga se as quantidades 
continuam iguais. A resposta é afirmativa uma vez que a 
criança já diferencia aspectos e é capaz de “refazer” a 
ação. 
II. PERÍODO DE OPERAÇÕES FORMAIS 
(ADOLESCÊNCIA) 
 A representação agora permite a abstração total. A 
criança não se limita mais a representação imediata, 
nem somente às relações previamente existentes, mas é 
capaz de pensar em todas as relações possíveis 
logicamente buscando soluções a partir de hipóteses e 
não apenas pela observação da realidade. Em outras 
palavras, as estruturas cognitivas da criança alcançam 
seu nível mais elevado de desenvolvimento e tornam-se 
aptas a aplicar o raciocínio lógico a todas as classes de 
problemas. Exemplos: Se lhe pedem para analisar um 
provérbio como “de grão em grão, a galinha enche o 
papo”, a criança trabalha com a lógica da ideia 
(metáfora) e não com a imagem de uma galinha 
comendo grãos. 
 
Transtornos do desenvolvimento 
TDAH 
O TDAH é um transtorno neurobiológico, com grande 
participação genética (isto é, existem chances maiores 
de ele ser herdado), que tem início na infância e que 
pode persistir na vida adulta, comprometendo o 
funcionamento da pessoa em vários setores de sua vida, 
e se caracteriza por três grupos de alterações: 
hiperatividade, impulsividade e desatenção. 
A etiologia émultifatorial, englobando fatores genéticos 
(endógenos) e ambientais (exógenos). Dois genes podem 
implicar, sendo estes DAT (gene transportador de 
dopamina) e DRD4 (gene que codifica o receptor de 
dopamina) 
Hiperatividade é o aumento da atividade motora. A 
pessoa hiperativa é inquieta e está quase 
constantemente em movimento; pode ser encontrada 
em diversos transtornos psíquicos, como o autismo, o 
transtorno bipolar e em certos quadros ansiosos. A 
hiperatividade também pode ocorrer em decorrência de 
certas doenças físicas (por exemplo, o hipertireoidismo), 
mas raramente pode ser causada por alguns 
medicamentos. 
OBS.: TDAH e hiperatividade não são sinônimos. Por 
outro lado, toda pessoa com TDAH é desatenta (embora 
exista desatenção em vários outros transtornos, como a 
depressão e a ansiedade). 
Impulsividade: é a deficiência no controle dos impulsos, 
é “agir antes de pensar”. Podemos entender impulso 
como a resposta automática e imediata a um estímulo. 
Por exemplo, se vemos alguma coisa apetitosa, 
queremos comê-la; se estamos de dieta, temos que 
controlar o impulso. No TDAH, as reações tendem a ser 
imediatas, sem reflexão. A pessoa impulsiva tem reações 
súbitas, de supetão, responde ou reage sem pensar, o 
que só ocorre depois. Costuma dar uma resposta sem 
escutar a pergunta por inteiro, mas a “marca registrada” 
da impulsividade é a impaciência, a dificuldade de 
esperar. Adolescentes e adultos impulsivos dirigindo um 
carro podem ser mais imprudentes ou cometer mais 
infrações. Como não conseguem esperar, ultrapassam 
perigosamente, avançam sinais, querem sempre chegar 
rápido e por isso correm demais. Após reações 
explosivas, a raiva logo passa, se arrependem e tratam a 
outra pessoa como se não tivessem tido aquela reação 
poucos minutos antes. Isso é importante para distinguir 
o TDAH de outros transtornos nos quais a raiva e o 
ressentimento duram horas e até dias. 
Desatenção: a falha da atenção pode aparecer de 
diversas formas. A pessoa não consegue manter a 
concentração por muito tempo, se começar a ler um 
livro, na metade da página não consegue lembrar o que 
acabou de ler. Até mesmo numa conversa é capaz de 
perder o fio da meada. A desatenção é responsável por 
erros tolos que o estudante comete em matérias que ele 
seguramente domina, mas que no momento da prova 
sua atenção caiu. Outras vezes, a mente da pessoa com 
TDAH parece que não tem um “filtro”. E falha nessas 
pessoas um tipo de memória denominada memória de 
curto prazo ou memória operacional. 
Desorganização: A pessoa com TDAH é comumente 
muito desorganizada, graças, em primeiro lugar, à falha 
da atenção, mas também devido à sua hiperatividade. 
Por isso, frequentemente perde ou não sabe onde 
colocou objetos tais como canetas, óculos, livros, chaves, 
telefone celular, etc., e não é raro depois achar esses 
mesmos objetos nos locais mais estranhos, porque 
foram inadvertidamente colocados ali num momento de 
distração, quando outro estímulo desviou a atenção do 
que a pessoa estava fazendo. 
Até recentemente, falava-se em “subtipos”: com 
predomínio de desatenção, com predomínio de 
hiperatividade-impulsividade e subtipo combinado. Com 
a publicação do sistema americano de diagnóstico, o 
DSM-V, passou-se a dizer que o TDAH tem 
“apresentações” diferentes. Isto porque um indivíduo 
que tem predomínio de desatenção neste momento 
poderá passar a ter sintomas combinados após alguns 
anos e vice-versa. Por isso, os pesquisadores creditaram 
ser mais apropriado falar em “apresentação” atual do 
TDAH e não em “subtipo”. 
A apresentação com Predomínio de Desatenção costuma 
passar mais despercebida ➔ pouco inteligentes, sem 
aptidão para os estudos. Outras vezes são vistas como 
preguiçosas ou apenas muito tímidas. Como não são 
hiperativas, não “incomodam”. 
A criança : 
• Elétrica: não gosta de brincadeiras de ficar 
parado, ler ou assistir. 
• Adormece: quando obrigada a parar. 
Adolescentes ou adultos: 
Adolescentes e adultos hiperativos costumam se 
mostrar de forma um pouco diferente das crianças, pois 
é próprio dessas idades mais avançadas uma redução 
normal da atividade motora. Então, muitas vezes o que 
predomina no adolescente e no adulto é uma sensação 
interna de inquietação, ou eles se mostram sempre 
ocupados com alguma coisa, dando a impressão de 
estarem sempre muito atarefados, quando na verdade o 
que ocorre é uma dificuldade em diminuir o nível de 
atividade. Adultos têm dificuldade em sair de férias, ou 
comumente se ocupam com várias atividades ao mesmo 
tempo, na maior parte das vezes sem conseguir 
completar nenhuma delas. 
Diagnóstico 
Não existe nenhum exame ou teste psicológico que 
permita fazer o diagnóstico desse transtorno. Assim 
sendo, o profissional chega ao diagnóstico colhendo uma 
história da vida da pessoa, geralmente com a ajuda dos 
pais (no caso de crianças) e com a ajuda do marido ou da 
mulher (no caso de adultos). Auxilia a investigação lançar 
mão de questionários que podem ser listas de verificação 
de sintomas ou escalas de avaliação. 
A Associação Americana de Psiquiatria, através de uma 
publicação oficial chamada Diagnostic and Statistic 
Manual (DSM, que está na sua quinta edição, a DSM-V), 
propõe que para se diagnosticar TDAH devem estar 
presentes no mínimo 6 de uma lista de 9 sintomas de 
desatenção e/ou, no mínimo, 6 de uma lista de 9 
sintomas de hiperatividade e impulsividade. 
Estiverem presentes há no mínimo 6 meses e 
satisfizerem os seguintes requisitos: 
• Vários sintomas se manifestaram antes dos 12 anos de 
idade; 
• Vários sintomas ocorrem em, no mínimo, dois 
ambientes (casa, escola, trabalho, na presença de 
amigos ou parentes, em outras atividades); 
• Há prejuízos sociais, acadêmicos ou profissionais ao 
indivíduo; 
• Os sintomas não ocorrem exclusivamente durante o 
curso de algum transtorno psiquiátrico, excluindo-se o 
transtorno do espectro autista. Em indivíduos a partir de 
17 anos de idade, o número mínimo de sintomas 
necessário em cada categoria para o diagnóstico cai de 
seis para cinco. O DSM-V descreve três tipos de 
apresentação do TDAH: ocorrendo exclusivamente 
critérios para desatenção, estamos diante da 
apresentação predominantemente desatenta; 
ocorrendo somente critérios para hiperatividade, 
estamos diante da apresentação predominantemente 
hiperativa/impulsiva; e, se preenchendo critérios de 
desatenção e hiperatividade, estaremos diante da 
apresentação combinada (ou mista) 
O TDAH deve ser entendido como um transtorno crônico 
que não possui terapia curativa. Desse modo, o objetivo 
do tratamento é modificar o comportamento e 
reorganizar o indivíduo, a fim de promover um 
desempenho funcional satisfatório em todos os 
ambientes. 
O tratamento é multiprofissional e multifatorial, e deve 
englobar: 
a) Orientação aos pais e paciente: Os responsáveis 
devem ser esclarecidos quanto ao transtorno, a fim de 
poderem ajudar seus filhos, proporcionando 
modificações do meio, estímulo às modificações de 
comportamento e desenvolvimento de habilidades 
diversas. 
b) Participação da escola: O TDAH não é um transtorno 
específico do aprendizado, mas seus principais sintomas 
têm um grande impacto no rendimento acadêmico e 
profissional. O ajustamento acadêmico é essencial. 
c) Atendimento psicoterápico A terapia cognitivo-
comportamental é pilar essencial do tratamento, pois 
atua na modificação do comportamento do indivíduo, na 
identificação das dificuldades pessoais e no 
desenvolvimento de habilidades acadêmicas e sociais. 
d) Terapia medicamentosa O tratamento de primeira 
linha consiste nos fármacos psicoestimulantes, que 
podem ser prescritos a partir de 6 anos de idade. Eles 
diminuem a recaptação pré-sináptica das catecolaminas, 
elevando seus níveis na fenda sináptica. Desse modo, 
diminuem a impulsividade e a atividade motora, 
melhorando a memória recente e o desempenho 
acadêmico e social e propiciando melhores condições 
para as intervenções terapêuticas. 
No Brasil,existem duas categorias de psicoestimulantes 
disponíveis: o metilfenidato e os derivados de 
anfetaminas. O metilfenidato está disponível em três 
formulações: Ritalina® (na dose de 10 mg, com duração 
do efeito de 3-4 horas), Ritalina LA® (cápsulas de 10 mg, 
20 mg, 30 mg e 40 mg, com longa duração, de 6-8 horas) 
e Concerta® (com apresentações de 18 mg, 36 mg e 54 
mg, com tempo de ação de 10-12 horas). 
Transtornos que se associam mais frequentemente com 
o TDAH: 1. Transtornos do Aprendizado (dos quais os 
mais comuns são os transtornos de leitura, de escrita e 
de matemática). 2. Transtorno de Desafio e Oposição e 
Transtorno de Conduta. 3. Tiques. 4. Transtornos 
Ansiosos (Pânico, Fobia Social, Transtorno de Ansiedade 
Generalizada). 5. Transtornos do Humor (Depressão, 
Distimia, Transtorno Bipolar). 6. Abuso de Drogas e 
Alcoolismo. 
TEA 
O transtorno do espectro autista é um novo transtorno 
do DSM-5 que engloba o transtorno autista (autismo), o 
transtorno de Asperger, o transtorno desintegrativo da 
infância, o transtorno de Rett e o transtorno global do 
desenvolvimento sem outra especificação do DSM-IV. 
Ele é caracterizado por déficits em dois domínios 
centrais: 
1) déficits na comunicação social e interação social; 
 2) padrões repetitivos e restritos de comportamento, 
interesses e atividades. 
O TEA é uma condição neurodesenvolvimental, que se 
apresenta nos primeiros anos de vida da criança. A 
etiologia do TEA ainda é desconhecida, mas pesquisas 
têm encontrado correlatos neurobiológicos e genéticos. 
Não é surpreendente, portanto, que a busca por sinais 
precoces do autismo continua sendo uma área de 
intensa investigação científica. Alguns marcadores 
potencialmente importantes no primeiro ano de vida 
incluem anormalidades no controle motor, atraso no 
desenvolvimento motor, sensibilidade diminuída a 
recompensas sociais, afeto negativo e dificuldade no 
controle da atenção. São sinais sugestivos no primeiro 
ano de vida: 
 perder habilidades já adquiridas, como balbucio ou 
gesto dêitico de alcançar, contato ocular ou sorriso 
social; 
 não se voltar para sons, ruídos e vozes no ambiente; - 
não apresentar sorriso social; 
 baixo contato ocular e deficiência no olhar sustentado; 
baixa atenção à face humana (preferência por objetos); 
demonstrar maior interesse por objetos do que por 
pessoas; 
não seguir objetos e pessoas próximos em movimento; 
apresentar pouca ou nenhuma vocalização; 
não aceitar o toque; 
não responder ao nome; 
imitação pobre; 
 baixa frequência de sorriso e reciprocidade social, bem 
como restrito engajamento social (pouca iniciativa e 
baixa disponibilidade de resposta) - interesses não 
usuais, como fixação em estímulos sensório-viso-
motores; 
 - incômodo incomum com sons altos; 
 - distúrbio de sono moderado ou grave; 
 - irritabilidade no colo e pouca responsividade no 
momento da amamentação; A avaliação formal do 
Desenvolvimento Neuropsicomotor é fundamental e 
indispensável e faz parte da consulta pediátrica. 
Quando é detectado qualquer atraso, a estimulação 
precoce é a regra. Retardar a estimulação ignifica perder 
o período ótimo de estimular a aquisição de cada 
habilidade da criança. O TEA é causado por uma 
combinação de fatores genéticos e fatores ambientais. 
Estudos comparando gêmeos idênticos e gêmeos 
fraternos mostram que a taxa de concordância do TEA é 
significativamente maior entre os primeiros do que entre 
os segundos, sugerindo um forte componente genético 
na etiologia do autismo. 
Os pacientes com Síndrome de Asperger apresentam 
diagnóstico mais tardio, pois geralmente não há atraso 
de linguagem verbal e a cognição é preservada. O 
comprometimento da linguagem pode ser verificado 
através de um discurso de mesma entonação, 
empobrecido na linguagem não-verbal e no 
entendimento da linguagem de sentido figurado. Podem 
apresentar olhar nos olhos não sustentado, com 
tendência a desviar o olhar com frequência, face pouco 
expressiva, pouco interesse no outro, teoria da mente 
deficiente, interesses restritos, pouca socialização, 
dentre outros. Há também aqueles pacientes que 
apresentam habilidades supranormais que podem ser as 
mais variadas possíveis. 
Causas ambientais: 
Exposição durante a gestação desta criança à agentes 
reconhecidamente tóxicos. Exemplos desses agentes são 
o ácido valproico, o DDT e seus subprodutos (altas 
concentrações), os bifenilospoliclorados (PCBs) em 
menor concentração e também alguns metais pesados 
como chumbo e mercúrio inorgânico. Estas substâncias 
tóxicas são citadas por estudiosos do assunto como 
causas ambientais que funcionariam como um gatilho 
para o desencadeamento desse transtorno. São de 
relevante importância dados do recém-nascido no 
momento do nascimento como prematuridade, 
hipoxemia e isquemia, que podem causar alterações no 
desenvolvimento neuropsicomotor, no aspecto 
cognitivo e comportamental. 
Questões sensoriais no TEA: 
Apesar da heterogeneidade das características 
sensoriais, análise fatorial realizada por Tomchek, 
Huebner e Dunn apontou uma estrutura de 6 fatores, 
que caracterizam os principais comportamentos 
observados em crianças com TEA: 
1. Baixa energia/fraqueza: parece ter músculos 
fracos, não consegue carregar objetos pesados, 
tem preensão fraca, etc; 
2. Sensibilidade tátil/ao movimento: reage 
agressivamente ao toque; evita andar descalço, 
especialmente na grama ou areia; fica ansioso 
ou estressado quando os pés não tocam o chão; 
tem medo de altura ou movimento. 
3. Sensibilidade gustativa/olfativa: come apenas 
alguns sabores; escolhe alimentos pela textura; 
evita alguns sabores e cheiros tipicamente 
comuns na alimentação de crianças. 
4. Sensibilidade auditiva/visual: não consegue 
trabalhar com barulho ao fundo; tem 
dificuldades em terminar tarefas se o rádio/TV 
estão ligados; tampa os ouvidos com as mãos; 
fica incomodado com luzes brilhantes; cobre os 
olhos para protegê-los da luz. 
5. Procura sensorial/distraibilidade: fica muito 
excitado durante atividades com movimento; 
pula de uma atividade para outra de maneira 
que interfere no brincar; tem dificuldade em 
prestar atenção; toca pessoas ou objetos; 
produz barulhos estranhos. 
6. Hiporresponsividade: parece não notar quando 
o rosto e mãos estão sujos; não responde 
quando o nome é chamado, apesar da audição 
estar boa; parece não ouvir o que lhe é dito; 
deixa a roupa embolada no corpo 
O paciente com TEA pode apresentar uma ou mais 
alterações descritas acima, e é importante que ela seja 
avaliada por um profissional, geralmente terapeuta 
ocupacional, habilitado a avaliar e intervir nas disfunções 
de integração sensorial. 
Nas crianças com idade menor do que dois anos 
especialmente naquelas menores de 18 meses, a 
utilização dos instrumentos de triagem deve ser utilizada 
com bastante cautela pois os sintomas de atrasos no 
desenvolvimento são inespecíficos e podem ser 
interpretados erroneamente. 
As escalas utilizadas tanto aquelas no formato de 
entrevista semiestruturada ou na observação direta da 
criança, avaliam fundamentalmente três dimensões de 
comportamento e são baseadas nos critérios 
diagnósticos do DSM IV e DSM V: (1) interação social 
recíproca; (2) comunicação e linguagem; e (3) interesses 
restritos e comportamentos repetitivos e 
estereotipados. 
Intervenção Precoce 
 O tratamento padrão-ouro para o TEA é a intervenção 
precoce, que deve ser iniciada tão logo haja suspeita ou 
imediatamente após o diagnóstico por uma equipe 
interdisciplinar. Consiste em um conjunto de 
modalidades terapêuticas que visam aumentar o 
potencial do desenvolvimento social e de comunicação 
da criança, proteger o funcionamento intelectual 
reduzindo danos, melhorar a qualidade de vida e dirigir 
competências para autonomia, além de diminuir as 
angústias da família e os gastos com terapias sem bases 
de evidência científicas 
Dentre as modalidades terapêuticas estão: 
• Modelo Denver de Intervenção Precoce para CriançasAutistas: estimulação intensiva e diária baseada em 
Análise do Comportamento Aplicada (ABA), visando 
promover interações sociais positivas e naturalistas com 
a finalidade do aumento da motivação da criança para as 
competências sociais, a aprendizagem e o 
desenvolvimento da comunicação receptiva e expressiva 
e das habilidades cognitivas e motoras; 
• Estimulação Cognitivo Comportamental baseada em 
(ABA): programa comportamental amplamente utilizado 
e reconhecido, que visa desenvolver habilidades sociais 
e comunicativas, ao lado da redução de condutas não 
adaptativas, partindo de estratégias de reforço; 
• “Coaching Parental”: orientações familiares e 
treinamento dos pais, visando manejo do 
comportamento dos cuidadores, adequações de rotinas 
e co-responsabilização para estimulação; 
 • Comunicação suplementar e alternativa: a partir do 
uso de sinais, gestos, símbolos e figuras (como o PECS- 
Sistema de Comunicação por Troca de figuras) em 
autistas não-verbais; 
• Método TEACCH (Tratamento e Educação para 
Crianças Autistas e com outros prejuízos na 
comunicação): mais utilizado no campo da educação, 
implica na estruturação do ambiente pedagógico-
terapêutico, com o estabelecimento de rotinas e o 
planejamento da sequência e duração das atividades; 
 • Terapia de integração sensorial: para crianças autistas 
que demonstram alterações no processamento 
sensorial; 
Equipe interdisciplinar; Intervenções dietéticas; 
Tratamento medicamentoso: risperidona, um 
antipsicótico atípico, bloqueador serotonérgico e 
também dopaminérgico, a olanzepina, a quetiapina, a 
ziprasidona, a clozapina e o aripiprazol. Sendo a 
risperinona e o aripripazol, os únicos medicamentos com 
indicação da Food and Drug Administration dos Estados 
Unidos para os sintomas relacionados ao TEA. Todos 
eficazes como antipsicóticos de segunda geração, mas 
podendo provocar efeitos colaterais importantes, como 
aumento de peso, síndrome metabólica, 
hiperprolactinemia, síndrome extrapiramidal, 
diminuição do limiar convulsígeno e, muito raramente, a 
síndrome neuroléptica malígna. 
Acidentes e prevenções 
Os acidentes domésticos são frequentes porque os pais 
nem sempre conhecem as limitações de cada fase da 
vida dos filhos, além de não terem o hábito de pensar 
nos perigos dentro de casa. 
Fatores de risco: 
• Idade 
• Pobreza 
• Sexo 
• criação por mães solo e jovens 
• baixo nível de educação materna 
• desemprego, habitação precária (risco da 
própria estrutura habitacional), 
• família numerosaa 
• buso de álcool e drogas por partes dos pais. 
 
Risco no ambientes doméstico 
Crianças menores de 1 ano de idade permanecem maior 
parte do seu dia em casa, sendo este então, o local com 
maior chance de acidentes, porém com baixo índice de 
óbito. Em ordem crescente de frequência, a distribuição 
dos acidentes domiciliares é: cozinha, banheiro, escadas, 
quarto, sala, elevador, lavanderia, piscina, quintal e 
garagem 
Quedas e traumas 
Trauma é uma das principais causas de 
morbimortalidade da criança em países desenvolvidos. 
Há algumas peculiaridades da criança traumatizada, por 
exemplo: há menor dissipação da energia por ela possuir 
uma massa corpórea menor do que um indivíduo adulto; 
o esqueleto é menos calcificado, o que pode ser positivo 
quanto às fraturas, mas confere menos proteção para os 
órgãos internos; há também a questão psicológica, que 
por ainda não ter maturidade psicológica, as sequelas 
psíquicas nas crianças podem ser marcantes. 
Queimaduras 
 A queimadura é um dos acidentes mais frequentes e o 
1º quando se diz respeito aos de ocorrência domiciliar. 
Quando se trata de Brasil, o álcool líquido é o principal 
nas queimaduras extensas e profundas. Corrente 
elétrica, produtos químicos, contato com corpos 
superaquecidos e radiação surgem com menor 
frequência. A questão dos óbitos aparece quando há 
infecção grave, sendo essa responsável por 70% dos 
mesmos; além do choque hipovolêmico. 
Prevenção: • Alimentos devem ser preparados nas bocas 
de trás do fogão; • Colocar primeiro a água fria no 
preparo do banho do bebê; • Guardar fósforos, 
isqueiros, álcool líquido e materiais inflamáveis devem 
ficar longe do alcance das crianças. 
Acidente de trânsito 
Como as crianças têm uma massa corpórea inferior à do 
adulto, sendo assim, a energia em questão (mecânica) 
tem transmissão de energia cinética maior do que a 
capacidade da criança de absorver; além do impacto em 
superfícies como o próprio carro ou o solo. 
• O Código de Trânsito Brasileiro determina que 
menores de 10 anos devem ser transportados no 
banco traseiro (art. 64) e usar, individualmente, 
cinto de segurança ou sistema de retenção 
equivalente. Também não é permitido o 
transporte de menores de 7 anos em 
motocicletas e bicicletas. 
Algumas orientações que sempre devem ser passadas: • 
Crianças com estatura inferior a 1,45m devem ficar na 
posição central do banco traseiro, que é a mais segura; • 
Crianças jamais devem ser transportadas no colo; 
• O assento ideal é aquele adequado ao tamanho e ao 
peso da criança, não com base na marca. 
Acidentes por submersão 
Segundo a OMS, essa é a 4ª causa de morte entre 5 e 14 
anos de idade, superada somente por insuficiência 
respiratória baixa, malária e acidentes por veículos a 
motor. Segundo o DataSUS, é a 3ª causa de morte em 
todas as idades e a 2ª causa em crianças de 1 a 14 anos 
de idade. Menores de 1 ano afogam-se em banheiras, 
vasos sanitários, baldes e tanques. Entre 1 a 4 anos em 
piscinas, banheiras, reservatórios e mar. Já dos 5 aos 14, 
os acidentes fatais ocorrem em piscinas, lagos, rios. 
 A aspiração de água doce afeta as propriedades do 
surfactante pulmonar, ocorre colapso e atelectasia 
alveolar e shunt intrapulmonar, com prejuízo da relação 
ventilação-perfusão. A presença de água no pulmão não 
representa fator grave, já que, por ser hipotônica, ela é 
absorvida pela circulação pulmonar e distribuída para a 
sistêmica. Na aspiração de água salgada, os alvéolos 
ficam repletos de água e não ocorre oxigenação do 
sangue venoso pulmonar, com alteração da relação 
ventilação-perfusão. Há transferência de fluido do 
plasma para os pulmões por causa da hipertonicidade 
da água salgada. A prevenção vai depender dos riscos 
que cada indivíduo se expõe. O mais importante é 
sempre lembrar que esses acidentes acontecem nos 
segundos em que a criança é deixada sozinha. 
Animais peçonhentos 
 Os acidentes por esses animais, especialmente os 
acidentes ofídicos, foram incluídos pela Organização 
Mundial da Saúde (OMS) na lista das doenças tropicais 
negligenciadas que acometem, na maioria das vezes, 
populações pobres que vivem em áreas rurais. Além 
disso, devido ao alto número de notificações, esse 
agravo (acidentes por animais peçonhentos) foi incluído 
na Lista de Notificação Compulsória do Brasil, ou seja, 
todos os casos devem ser notificados ao Governo 
Federal imediatamente após a confirmação. A medida 
ajuda a traçar estratégias e ações para prevenir esse 
tipo de acidente. 
ECA 
Lei no 8.069/1990: Dispõe sobre o Estatuto da Criança e 
do Adolescente e dá outras providências. 
Art. 2o Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a 
pessoa até doze anos de idade incompletos, e 
adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade. 
Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se 
excepcionalmente este Estatuto às pessoas entre 
dezoito e vinte e um anos de idade. 
Art. 4o É dever da família, da comunidade, da sociedade 
em geral e do Poder Público assegurar, com absoluta 
prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à 
saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, 
à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, 
à liberdade e à convivência familiar e comunitária. 
Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende: 
a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer 
circunstâncias; b) precedência de atendimento nos 
serviços públicos ou de relevância pública;c) 
preferência na formulação e na execução das políticas 
sociais públicas; d) destinação privilegiada de recursos 
públicos nas áreas relacionadas com a proteção à 
infância e à juventude. 
Art. 5o Nenhuma criança ou adolescente será objeto de 
qualquer forma de negligência, discriminação, 
exploração, violência, crueldade e opressão, punido na 
forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, 
aos seus direitos fundamentais. 
Art. 7o A criança e o adolescente têm direito a proteção 
à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas 
mento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em 
condições dignas de existência.sociais públicas que 
permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e 
harmonioso, em condições dignas de existência. 
Art. 8o É assegurado a todas as mulheres o acesso aos 
programas e às políticas de saúde da mulher e de 
planejamento reprodutivo e, às gestantes, nutrição 
adequada, atenção humanizada à gravidez, ao parto e 
ao puerpério e atendimento pré-natal, perinatal e pós-
natal integral no âmbito do Sistema Único de Saúde. 
Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de 
atenção à saúde de gestantes, públicos e particulares, 
são obrigados a: I – manter registro das atividades 
desenvolvidas, através de prontuários individuais, pelo 
prazo de dezoito anos; II – identificar o recém-nascido 
mediante o registro de sua impressão plantar e digital e 
da impressão digital da mãe, sem prejuízo de outras 
formas normatizadas pela autoridade administrativa 
competente; III – proceder a exames visando ao 
diagnóstico e terapêutica de anormalidades no 
metabolismo do recém-nascido, bem como prestar 
orientação aos pais; IV – fornecer declaração de 
nascimento onde constem necessariamente as 
intercorrências do parto e do desenvolvimento do 
neonato; V – manter alojamento conjunto, 
possibilitando ao neonato a permanência junto à mãe; 
VI – acompanhar a prática do processo de 
amamentação, prestando orientações quanto à técnica 
adequada, enquanto a mãe permanecer na unidade 
hospitalar, utilizando o corpo técnico já existente. 
Art. 11. É assegurado acesso integral às linhas de 
cuidado voltadas à saúde da criança e do adolescente, 
por intermédio do Sistema Único de Saúde, observado 
o princípio da equidade no acesso a ações e serviços 
para promoção, proteção e recuperação da saúde. § 1o 
A criança e o adolescente com deficiência serão 
atendidos, sem discriminação ou segregação, em suas 
necessidades gerais de saúde e específicas de 
habilitação e reabilitação. § 2o Incumbe ao poder 
público fornecer gratuitamente, àqueles que 
necessitarem, medicamentos, órteses, próteses e 
outras tecnologias assistivas relativas ao tratamento, 
habilitação ou reabilitação para crianças e adolescentes, 
de acordo com as linhas de cuidado voltadas às suas 
necessidades específicas. § 3o Os profissionais que 
atuam no cuidado diário ou frequente de crianças na 
primeira infância receberão formação específica e 
permanente para a detecção de sinais de risco para o 
desenvolvimento psíquico, bem como para o 
acompanhamento que se fizer necessário. 
 Art. 12. Os estabelecimentos de atendimento à saúde, 
inclusive as unidades neonatais, de terapia intensiva e 
de cuidados intermediários, deverão proporcionar 
condições para a permanência em tempo integral de 
um dos pais ou responsável, nos casos de internação de 
criança ou adolescente. 
Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de castigo 
físico, de tratamento cruel ou degradante e de maus-
tratos contra criança ou adolescente serão 
obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da 
respectiva localidade, sem prejuízo de outras 
providências legais. 
Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá 
programas de assistência médica e odontológica para a 
prevenção das enfermidades que ordinariamente 
afetam a população infantil, e campanhas de educação 
sanitária para pais, educadores e alunos 
Art. 70. É dever de todos prevenir a ocorrência de 
ameaça ou violação dos direitos da criança e do 
adolescente. 
Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de 
estabelecimento de atenção à saúde de gestante de 
identificar corretamente o neonato e a parturiente, por 
ocasião do parto, bem como deixar de proceder aos 
exames referidos no art. 10 desta Lei: Pena – detenção 
de seis meses a dois anos. Parágrafo único. Se o crime é 
culposo: Pena – detenção de dois a seis meses, ou 
multa. 
Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável por 
estabelecimento de atenção à saúde e de ensino 
fundamental, pré-escola ou creche de comunicar à 
autoridade competente os casos de que tenha 
conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação de 
maus-tratos contra criança ou adolescente: Pena – 
multa de três a vinte salários mínimos de referência, 
aplicando-se o dobro em caso de reincidência. 
Art. 258-B. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de 
estabelecimento de atenção à saúde de gestante de 
efetuar imediato encaminhamento à autoridade 
judiciária de caso de que tenha conhecimento de mãe 
ou gestante interessada em entregar seu filho para 
adoção: Pena – multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 
3.000,00 (três mil reais)

Continue navegando