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Resumo livro 1942

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1492 - O encobrimento do outro | Resumo
Parte I
Conferência 1 - O eurocentrismo
· Europa como centro do mundo em desenvolvimento.
· Segundo o pensamento de Kant, Europa estaria em seu estado de "maioridade" e os demais na "minoridade".
· Europa, África e Ásia formaria uma trindade unidas pelo Mar Mediterrâneo e sendo "o centro da história universal".
· "A Ásia é a parte do mundo onde se verifica o começo enquanto tal..., mas a Europa é absolutamente o centro e o fim.".
· Segundo Hegel, a Europa está em sua "plena realização" e por isso teria o "direito absoluto" de ser portadora do espírito de desenvolvimento.
· As civilizações europeias buscam mercado consumidor nos territórios - segundo o ponto de vista deles - inferiores. Assim, europeus pobres se tornariam capitalistas nos territórios das "periferias" do mundo.
Conferência 2 - Da "invenção" ao "descobrimento" do novo mundo
· Ao chegar em um lugar que acreditava ser a Ásia, Colombo cria a "invenção" do ser asiático com o conhecimento que já tinha de antemão (plantas, ilhas, animais, pessoas).
· "O descobrir na verdade é o constatar a existência".
· O pensamento da trindade Ásia, África e Europa permanece, não há a descoberta de um novo mundo é apenas um conhecimento pré-existente se aplicando a um outro lugar.
· Segundo O'Garman a América se forma à imagem e semelhança da Europa.
· O texto entende por "invenção" que essa experiência só existiu parra Colombo. O índio foi, de certa forma, "reconhecido" e "em-coberto".
· A Europa passa a se ver como centro e moderna, os demais se tornam periféricos e são vistos como "si mesmo" não como "outro".
Conferência 3 - Da "conquista" a "colonização" do mundo da vida.
· "Começa um momento de dominação das pessoas (índios), não é mais teoria agora é a práxis da dominação.".
· O colonizador começa a pensar em si como "eu conquisto" e por ser visto como um Deus seu EGO aumenta passando a se achar no direito de dominar e impor o "si mesmo" nos demais sem considerar o "outro", enxergava apenas como um instrumento dócil, uma coisa e um "receptáculo vazio".
· " O 'eu' europeu quase divino sobre o 'outro' rústico e primitivo".
· " A afirmação do eu conquisto e a negação do outro como outro".
· Começa um processo de dominação não só do território como também da vida do índio, uma práxis erótica, pedagoga, cultural, politica, econômica.
· dominação sob os corpos.
· começo de uma domesticação.
· sempre com extrema violência.
Conferência 4 - A "conquista espiritual" e o "encontro" de dois mundos
· Impõe sua religião aos índios e em nome dessa religião criam um mito para justificar a violência exercida - Mito Civilizador.
· A força das armas não era mais suficiente para dominar os índios, os mesmos já resistiam, agora era necessário um critério ético que justificassem suas atitudes, a resposta foi usar "Deus" como justificativa para controlar o imaginário.
· na cultura dos índios eles deviam cultuar e incorporar os deuses vencedores, dessa forma os colonizadores com todo seu poder bélico se passavam por vencedores e os índios como derrotados.
· " a todos estes que mal são homens, ou são homens pela metade, convém ensinar a aprenderem a ser humanos e instruí-los como crianças..."
· O termo "encontro", de certa forma, é um eufemismo para cobrir toda a violência e destruição do outro, o termo mais correto seria um "choque".
· O resultado foi uma nova cultura, híbrida e sincrética.
Parte II
Conferência 5 - Critica ao "mito da modernidade".
· o colonizador se ver como quem fez um bem maior ao mundo e alguém muito necessário, esse pensamento de se sentir superior faz com quer ele queira passar o conhecimento ao tido como "inferior".
· Há três formas principais de ver esse mito:
· Modernidade como emancipação - Ginés de Sepúlveda
· ter grandes construções não quer dizer que são civilizados.
· os "bárbaros" viviam presos sem noção de liberdade, de se opor, propriedade privada e etc.
· a colonização era vista como algo que na verdade liberta/emancipa fazendo eles saírem da imaturidade citada por Kant.
· O colonizado é tido como culpado.
· Modernização como utopia - Gerônimo de Mendieta
· Acreditava que o fim do mundo estava próximo e os índios eram tidos como puros e sem pecados por serem puros e sem pobreza.
· O projeto modernizador queria construir uma comunidade cristã sem influencia hispânica, no entanto, fracassou no momento em que os hispânicos tomaram controle da comunidade. 
· A crítica do mito moderno - Bartolomeu de las Casos
· Falava de que colocar a culpa no "imaturo" era algo errado
· Negava a validade da legitimação da violência.
· O certo a se fazer seria o dialogo desde o início, argumentar de forma racional.
· "procurar modernizar sem destruir sua alteridade".
· Os culpados seriam os colonizadores.
Conferência 6 - Ameríndia numa visão não eurocêntrica da história mundial
· A ameríndia na história mundial era excluída é necessário buscar uma reconstrução aceitável dessa história pois a cultura dos povos indígenas ficou completamente excluída do desenvolvimento da américa latina.
· o novo ponto de vista deve ser enxergar essa população não como imaturos, mas como progresso consistente da humanidade.
· Não é o "descobrimento" da américa que dá destaque aos ameríndios, pois já eram autênticos como "outro". O "descobrimento" na verdade era mais um "encobrimento" e uma "invasão".
· Alguns consideravam a cultura dos ameríndios como primitiva e barbara o que é contraditória quando se analisa a cultura desses povos que sempre é rica em detalhes e racionalidade.
Parte III - Da "invasão" ao "descobrimento" do outro.
Conferência 7 - Da purasia dos deuses à "invasão"
· Em certas culturas o "tlamatini" é considerado um homem muito sábio e encarregado de repassar os ensinamentos, cantos, histórias e ciência.
· Eles tinham um pensamento também além do mítico, também conceitual. Quando os colonizadores chegaram aqui os tlamatini viram como uma parusia dos deuses.
Conferência 8 - Da resistência ao fim do mundo e do sexto sol
· a resistência ocorria bastante, mas somente nos grandes impérios e lugares mais desenvolvidos era que o pensamento de que o invasor estava controlando a realidade político-militar se torna real.
· Astecas, maias, incas e guaranis acreditavam estar no fim do mundo.
· Após esse "fim do mundo" as culturas ameríndias foram cortadas pela raiz.
· Começa a surgir então uma nova ordem mundial.

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