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Impresso por josinaldo, CPF 010.713.582-51 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 09/04/2020 00:53:07 !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋%−.(∃∋/ 01234 ∋ %56)∀6&∋−7!∀6∀8#∀&∋ %9 : ; <=∋9∋9 >9 ; ?≅?<:Α∋ ?:Β 9ΧD=Ε: Α ∋ (;:ΦΓ∋ #9 Χ=Χ ∋ ∗ ;=ΗΙ :∋, ∋∗Ηϑ=∋11! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (;:ΦΓ#9Χ=Χ∋∗;=ΗΙ:∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!5Ο!()!23! Na desist•ncia volunt‡ria Ð O agente pode, mas n‹o quer prosseguir. Para que fique caracterizada a desist•ncia volunt‡ria, Ž necess‡rio que o resultado n‹o se consume em raz‹o da desist•ncia do agente. EXEMPLO: Se Poliana dispara um tiro de pistola em Jason e, podendo disparar mais cinco, n‹o o faz, mas este mesmo assim vem a falecer, Poliana responde por homic’dio consumado. Se, no entanto, Jason n‹o vem a —bito, Poliana n‹o responde por homic’dio tentado (n‹o h‡ tentativa, lembram-se?), mas por les›es corporais. No diferente. Aqui arrependimento eficaz Ž o agente j‡ praticou todos os atos execut—rios que queria e podia, mas ap—s isto, se arrepende do ato e adota medidas que acabam por impedir a consuma•‹o do resultado. Imagine que no exemplo anterior, Poliana tivesse disparado todos os tiros da pistola em Jason. Depois disso, Poliana se arrepende do que fez e providencia o socorro de Jason, que sobrevive em raz‹o do socorro prestado. Neste caso, ter’amos arrependimento eficaz. Ambos os institutos est‹o previstos no art. 15 do CP: Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execu•‹o ou impede que o resultado se produza, s— responde pelos atos j‡ praticados.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) Para que estes institutos ocorram, Ž necess‡rio que a conduta (desist•ncia volunt‡ria e arrependimento eficaz) impe•a a consuma•‹o do resultado. Se o resultado, ainda assim, vier a ocorrer, o agente responde pelo crime, incidindo, no entanto, uma atenuante de pena genŽrica, prevista no art. 65, III, do CP. b A Doutrina entende que tambŽm Hç DESISTæNCIA VOLUNTçRIA quando o agente deixa de prosseguir na execu•‹o para faz•-la mais tarde, por qualquer motivo, por exemplo, para n‹o levantar suspeitas. Nesse caso, mesmo n‹o sendo nobre o motivo da desist•ncia, a Doutrina entende que h‡ desist•ncia volunt‡ria. Se o crime for cometido em concurso de pessoas e somente um deles realiza a conduta de desist•ncia volunt‡ria ou arrependimento eficaz, esta circunst‰ncia se comunica aos demais, pois como se trata de hip—tese de exclus‹o da tipicidade, o crime n‹o foi cometido, respondendo todos apenas pelos atos praticados atŽ ent‹o. 1.4.4.! Arrependimento posterior O arrependimento posterior, por sua vez, n‹o exclui o crime, pois este j‡ se consumou, mas Ž causa obrigat—ria de diminui•‹o de pena. Ocorre quando, nos crimes em que n‹o h‡ viol•ncia ou grave 00000000000 - DEMO SOLANO Destacar Impresso por josinaldo, CPF 010.713.582-51 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 09/04/2020 00:53:07 !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋%−.(∃∋/ 01234 ∋ %56)∀6&∋−7!∀6∀8#∀&∋ %9 : ; <=∋9∋9 >9 ; ?≅?<:Α∋ ?:Β 9ΧD=Ε: Α ∋ (;:ΦΓ∋ #9 Χ=Χ ∋ ∗ ;=ΗΙ :∋, ∋∗Ηϑ=∋11! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (;:ΦΓ#9Χ=Χ∋∗;=ΗΙ:∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!51!()!23! amea•a ˆ pessoa, o agente, atŽ o recebimento da denœncia ou queixa, repara o dano provocado ou restitui a coisa. Nos termos do art. 16 do CP: Art. 16 - Nos crimes cometidos sem viol•ncia ou grave amea•a ˆ pessoa, reparado o dano ou restitu’da a coisa, atŽ o recebimento da denœncia ou da queixa, por ato volunt‡rio do agente, a pena ser‡ reduzida de um a dois ter•os. ϑ7)(∋ΚΧ>!(∋(∋!=)≅∋!0)%!&Λ!ΜΕΝΟΠΒ!()!ΘΘΕΜΕΘΠΡΣΤ EXEMPLO: Imagine o crime de dano (art. 163 do CP), no qual o agente quebra a vidra•a de uma padaria, revoltado com o esgotamento do p‹o franc•s naquela tarde. Nesse caso, se antes do recebimento da queixa o agente ressarcir o preju’zo causado, ele responder‡ pelo crime, mas a pena aplicada dever‡ ser diminu’da de um a dois ter•os. Vejam que n‹o se aplica o instituto se o crime Ž cometido com viol•ncia ou grave amea•a ˆ pessoa. A Doutrina entende que se a viol•ncia for culposa, pode ser aplicado o instituto. Assim, se o agente comete les‹o corporal culposa (viol•ncia culposa), e antes do recebimento da queixa paga todas as despesas mŽdicas da v’tima, presta todo o aux’lio necess‡rio, deve ser aplicada a causa de diminui•‹o de pena. No caso de viol•ncia impr—pria, a Doutrina se divide. A viol•ncia impr—pria Ž aquela na qual n‹o h‡ viol•ncia propriamente dita, mas o agente reduz a v’tima ˆ impossibilidade de defesa (ex. Amorda•a e amarra o caixa da loja no crime de roubo). Parte da Doutrina entende que o benef’cio pode ser aplicado, parte entende que n‹o pode. O arrependimento posterior tambŽm se comunica aos demais agentes (coautores). A Doutrina entende, ainda, que se a v’tima se recusar a receber a coisa ou a repara•‹o do dano, mesmo assim o agente dever‡ receber a causa de diminui•‹o de pena. O quantum da diminui•‹o da pena (um ter•o a dois ter•os) ir‡ variar conforme a celeridade com que ocorreu o arrependimento e a voluntariedade deste ato. Vamos sintetizar isso tudo? O quadro abaixo pode ajudar voc•s na compreens‹o dos institutos da tentativa, da desist•ncia volunt‡ria, do arrependimento eficaz e do arrependimento posterior: QUADRO ESQUEMçTICO INSTITUTO RESUMO CONSEQUæNCIAS 00000000000 - DEMO Impresso por josinaldo, CPF 010.713.582-51 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 09/04/2020 00:53:07 !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋%−.(∃∋/ 01234 ∋ %56)∀6&∋−7!∀6∀8#∀&∋ %9 : ; <=∋9∋9 >9 ; ?≅?<:Α∋ ?:Β 9ΧD=Ε: Α ∋ (;:ΦΓ∋ #9 Χ=Χ ∋ ∗ ;=ΗΙ :∋, ∋∗Ηϑ=∋11! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (;:ΦΓ#9Χ=Χ∋∗;=ΗΙ:∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!54!()!23! TENTATIVA Agente pratica a conduta delituosa, mas por circunst‰ncias alheias ˆ sua vontade, o resultado n‹o ocorre. Responde pelo crime, com redu•‹o de pena de 1/3 a 2/3. DESISTæNCIA VOLUNTçRIA O agente INICIA a pr‡tica da conduta delituosa, mas se arrepende, e CESSA a atividade criminosa (mesmo podendo continuar) e o resultado n‹o ocorre. Responde apenas pelos atos j‡ praticados. Desconsidera-se o Òdolo inicialÓ, e o agente Ž punido apenas pelos danos que efetivamente causou. ARREPENDIMENTO EFICAZ O agente INICIA a pr‡tica da conduta delituosa E COMPLETA A EXECU‚ÌO DA CONDUTA, mas se arrepende do que fez e toma as provid•ncias para que o resultado inicialmente pretendido n‹o ocorra. O resultado NÌO ocorre. Responde apenas pelos atos j‡ praticados. Desconsidera-se o Òdolo inicialÓ, e o agente Ž punido apenas pelos danos que efetivamente causou. ARREPENDIMENTO POSTERIOR O agente completa a execu•‹o da atividade criminosa e o resultado efetivamente ocorre. PorŽm, ap—s a ocorr•ncia do resultado, o agente se arrepende E REPARA O DANO ou RESTITUI A COISA. 1.! S— pode ocorrer nos crimes cometidos sem viol•ncia ou grave amea•a ˆ pessoa 2.! S— tem validade se ocorre antes do recebimento da denœncia ou queixa. O agente tem a pena reduzida de 1/3 a 2/3. 00000000000 - DEMO Impresso por josinaldo,CPF 010.713.582-51 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 09/04/2020 00:53:07 !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋%−.(∃∋/ 01234 ∋ %56)∀6&∋−7!∀6∀8#∀&∋ %9 : ; <=∋9∋9 >9 ; ?≅?<:Α∋ ?:Β 9ΧD=Ε: Α ∋ (;:ΦΓ∋ #9 Χ=Χ ∋ ∗ ;=ΗΙ :∋, ∋∗Ηϑ=∋11! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (;:ΦΓ#9Χ=Χ∋∗;=ΗΙ:∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!55!()!23! 1.5. Ilicitude! J‡ vimos que a conduta deve ser considerada um fato t’pico para que o primeiro elemento do crime esteja presente. Entretanto, isso n‹o basta. Uma conduta enquadrada como fato t’pico pode n‹o ser il’cita perante o direito. Assim, a antijuridicidade (ou ) Ž a condi•‹o de ilicitude contrariedade da conduta perante o Direito. Estando presente o primeiro elemento (fato t’pico), presume- se presente a ilicitude, devendo o acusado comprovar a exist•ncia de uma causa de exclus‹o da ilicitude. Percebam, assim, que uma das fun•›es do fato t’pico Ž gerar uma presun•‹o de ilicitude da conduta, que pode ser desconstitu’da diante da presen•a de uma das causas de exclus‹o da ilicitude. As podem ser: causas de exclus‹o da ilicitude ¥! GenŽricas Ð S‹o aquelas que se aplicam a todo e qualquer crime. Est‹o previstas na parte geral do C—digo Penal, em seu art. 23; ¥! Espec’ficas Ð S‹o aquelas que s‹o pr—prias de determinados crimes, n‹o se aplicando a outros. Por exemplo: Furto de coisas comum, previsto no art. 156, ¤2¡. Nesse caso, o fato de a coisa furtada ser comum retira a ilicitude da conduta. PorŽm, s— nesse crime! As de exclus‹o da ilicitude s‹o: a) estado de causas genŽricas necessidade; b) leg’tima defesa; c) exerc’cio regular de um direito; d) estrito cumprimento do dever legal. Entretanto, a Doutrina majorit‡ria e a Jurisprud•ncia entendem que existem causas supralegais de exclus‹o da ilicitude (n‹o previstas na lei, mas que decorrem da l—gica, como o consentimento do ofendido nos crimes contra bens dispon’veis). 1.5.1.! Estado de necessidade Est‡ previsto no art. 24 do C—digo Penal: Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que n‹o provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito pr—prio ou alheio, cujo sacrif’cio, nas circunst‰ncias, n‹o era razo‡vel exigir-se. ! O Brasil adotou a de , que teoria unit‡ria estado de necessidade estabelece que o bem jur’dico protegido deve ser de valor igual ou superior ao sacrificado. EXEMPLO: Marcos e Jo‹o est‹o num avi‹o que est‡ caindo. S— h‡ uma mochila com paraquedas. Marcos agride Jo‹o atŽ causar-lhe a morte, a fim de que o paraquedas seja seu e ele possa se salvar. Nesse caso, o bem jur’dico que Marcos buscou preservar (vida) Ž de igual valor ao bem 00000000000 - DEMO Impresso por josinaldo, CPF 010.713.582-51 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 09/04/2020 00:53:07 !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋%−.(∃∋/ 01234 ∋ %56)∀6&∋−7!∀6∀8#∀&∋ %9 : ; <=∋9∋9 >9 ; ?≅?<:Α∋ ?:Β 9ΧD=Ε: Α ∋ (;:ΦΓ∋ #9 Χ=Χ ∋ ∗ ;=ΗΙ :∋, ∋∗Ηϑ=∋11! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (;:ΦΓ#9Χ=Χ∋∗;=ΗΙ:∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!56!()!23! sacrificado (Vida de Jo‹o). Assim, Marcos n‹o cometeu crime, pois agiu coberto por uma excludente de ilicitude, que Ž o estado de necessidade. No caso de o bem sacrificado ser de valor maior que o bem protegido, o agente responde pelo crime, mas tem sua pena diminu’da.15 Nos termos do art. 24, ¤ 2¡ do CP: Art. 24 (...) ¤ 2¼ - Embora seja razo‡vel exigir-se o sacrif’cio do direito amea•ado, a pena poder‡ ser reduzida de um a dois ter•os. ! Assim, se era razo‡vel entender que o agente deveria sacrificar o bem que na verdade escolheu proteger, ele responde pelo crime, mas em raz‹o das circunst‰ncias ter‡ sua pena diminu’da de um a dois ter•os, conforme o caso. Os para a configura•‹o do estado de necessidade s‹o requisitos basicamente dois: a) a exist•ncia de uma situa•‹o de perigo a um bem jur’dico pr—prio ou de terceiro; b) o fato necessitado (conduta do agente na qual ele sacrifica o bem alheio para salvar o pr—prio ou do terceiro). Entretanto, : a situa•‹o de perigo deve ¥! N‹o ter sido criada voluntariamente pelo agente (ou seja, se foi ele mesmo quem deu causa, n‹o poder‡ sacrificar o direito de um terceiro a pretexto de salvar o seu). EXEMPLO: O agente provoca ao naufr‡gio de um navio e, para se salvar, mata um terceiro, a fim de ficar com o œltimo colete dispon’vel. Nesse caso, embora os bens sejam de igual valor, a situa•‹o de perigo foi criada pelo pr—prio agente, logo, ele n‹o estar‡ agindo em estado de necessidade. 16 ¥! Perigo atual Ð O perigo deve estar ocorrendo. A lei n‹o permite o estado de necessidade diante de um perigo futuro, ainda que iminente; ¥! A situa•‹o de perigo deve estar expondo ˆ les‹o um bem jur’dico do pr—prio agente ou de um terceiro. ¥! O agente n‹o pode ter o dever jur’dico de impedir o resultado. !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 15 Trata-se do chamado ESTADO DE NECESSIDADE EXCULPANTE. BITENCOURT, Op. cit., p. 411/413 16 A Doutrina se divide quanto ˆ abrang•ncia da express‹o ÒvoluntariamenteÓ. Alguns sustentam que tanto a causa•‹o culposa quanto a dolosa afastam a possibilidade de caracteriza•‹o do estado de necessidade (Por todos, ASSIS TOLEDO). Outros defendem que somente a causa•‹o DOLOSA impede a caracteriza•‹o do estado de necessidade (Por todos, DAMçSIO DE JESUS e CEZAR ROBERTO BITENCOURT). BITENCOURT, Op. cit., p. 419 00000000000 - DEMO Impresso por josinaldo, CPF 010.713.582-51 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 09/04/2020 00:53:07 !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋%−.(∃∋/ 01234 ∋ %56)∀6&∋−7!∀6∀8#∀&∋ %9 : ; <=∋9∋9 >9 ; ?≅?<:Α∋ ?:Β 9ΧD=Ε: Α ∋ (;:ΦΓ∋ #9 Χ=Χ ∋ ∗ ;=ΗΙ :∋, ∋∗Ηϑ=∋11! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (;:ΦΓ#9Χ=Χ∋∗;=ΗΙ:∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!57!()!23! Quanto ˆ conduta do agente, ela deve ser: ¥! Inevit‡vel Ð O bem jur’dico protegido s— seria salvo daquela maneira. N‹o havia outra forma de salvar o bem jur’dico. ¥! Proporcional Ð O agente deve sacrificar apenas bens jur’dicos de menor ou igual valor ao que pretende proteger. O estado de necessidade pode ser ¥! Agressivo Ð Quando para salvar seu bem jur’dico o agente sacrifica bem jur’dico de um terceiro que n‹o provocou a situa•‹o de perigo. ¥! Defensivo Ð Quando o agente sacrifica um bem jur’dico de quem ocasionou a situa•‹o de perigo. Pode ser ainda: ¥! Real Ð Quando a situa•‹o de perigo efetivamente existe; ¥! Putativo Ð Quando a situa•‹o de perigo n‹o existe de fato, apenas na imagina•‹o do agente. Imaginemos que no caso do colete salva-vidas, ao invŽs de ser o œltimo, existisse ainda uma sala repleta deles. Assim, a situa•‹o de perigo apenas passou pela cabe•a do agente, n‹o sendo a realidade, pois havia mais coletes. Nesse caso, o agente incorreu em erro, que se for um erro escus‡vel (o agente n‹o tinha como saber da exist•ncia dos outros coletes), excluir‡ a imputa•‹o do delito (a maioria da Doutrina entende que teremos exclus‹o da culpabilidade). J‡ se o erro for inescus‡vel (o agente era marinheiro h‡ muito tempo, devendo saber que existia mais coletes),o agente responde pelo crime cometido, MAS NA MODALIDADE CULPOSA, se houver previs‹o em lei. Alguns pontos importantes: ESTADO DE NECESSIDADE RECêPROCO ƒ poss’vel, desde que ambos n‹o tenham criado a situa•‹o de perigo. COMUNICABILIDADE Existe. Se um dos autores houver praticado o fato em estado de necessidade, o crime fica exclu’do para todos eles. ERRO NA EXECU‚ÌO Pode acontecer, e o agente permanece coberto pelo estado de necessidade. Ex.: Paulo atira em M‡rio, visando sua morte, para tomar-lhe o œltimo colete do navio. 00000000000 - DEMO Impresso por josinaldo, CPF 010.713.582-51 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 09/04/2020 00:53:07 !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋%−.(∃∋/ 01234 ∋ %56)∀6&∋−7!∀6∀8#∀&∋ %9 : ; <=∋9∋9 >9 ; ?≅?<:Α∋ ?:Β 9ΧD=Ε: Α ∋ (;:ΦΓ∋ #9 Χ=Χ ∋ ∗ ;=ΗΙ :∋, ∋∗Ηϑ=∋11! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (;:ΦΓ#9Χ=Χ∋∗;=ΗΙ:∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!58!()!23! Entretanto, acerta Jo‹o. Nesse caso, Paulo permanece acobertado pelo estado de necessidade, pois se considera praticado o crime contra a v’tima pretendida, n‹o a atingida. MISERABILIDADE O STJ entende que a simples alega•‹o de miserabilidade n‹o gera o estado de necessidade para que seja exclu’da a ilicitude do fato. Entretanto, em determinados casos, poder‡ excluir a culpabilidade, em raz‹o da inexigibilidade de conduta diversa (estudaremos mais ˆ frente). 1.5.2.! Leg’tima defesa Nos termos do art. 25 do CP: Art. 25 - Entende-se em leg’tima defesa quem, usando moderadamente dos meios necess‡rios, repele injusta agress‹o, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. O agente deve ter praticado o fato para repelir uma agress‹o. Contudo, h‡ alguns requisitos: REQUISITOS PARA A CONFIGURA‚ÌO DA LEGêTIMA DEFESA ¥! Agress‹o Injusta Ð Assim, se a agress‹o Ž justa, n‹o h‡ leg’tima defesa. Dessa forma, o preso que agride o carcereiro que o est‡ colocando para dentro da cela n‹o age em leg’tima defesa, pois a agress‹o do carcereiro (empurr‡-lo ˆ for•a) Ž justa. ¥! Atual ou iminente Ð A agress‹o deve estar acontecendo ou prestes a acontecer. Veja que aqui, diferente do estado necessidade, n‹o h‡ necessidade de que o fato seja atual, bastando que seja iminente. Desta maneira, se Paulo encontra, em local ermo, Poliana, sua ex- mulher, que por vingan•a amea•ou mat‡-lo, e esta saca uma arma, Paulo poder‡ repelir essa agress‹o iminente, pois ainda que n‹o tenha acontecido, n‹o se pode exigir que Paulo aguarde Poliana come•ar a efetuar os disparos (absurdo!). ¥! Contra direito pr—prio ou alheio Ð A agress‹o injusta pode estar acontecendo ou prestes a acontecer contra direito do pr—prio agente ou de um terceiro. Assim, se Paulo agride Roberto porque ele est‡ agredindo Poliana, n‹o comete crime, pois agiu em leg’tima defesa da integridade f’sica de terceiro (Poliana). 00000000000 - DEMO Impresso por josinaldo, CPF 010.713.582-51 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 09/04/2020 00:53:07 !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋%−.(∃∋/ 01234 ∋ %56)∀6&∋−7!∀6∀8#∀&∋ %9 : ; <=∋9∋9 >9 ; ?≅?<:Α∋ ?:Β 9ΧD=Ε: Α ∋ (;:ΦΓ∋ #9 Χ=Χ ∋ ∗ ;=ΗΙ :∋, ∋∗Ηϑ=∋11! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (;:ΦΓ#9Χ=Χ∋∗;=ΗΙ:∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!52!()!23! Quando , em regra uma pessoa Ž atacada por um animal n‹o age em leg’tima defesa, mas em estado de necessidade, pois os atos dos animais n‹o podem ser considerados injustos. Entretanto, se o animal estiver sendo utilizado como instrumento de um crime (dono determina ao c‹o bravo que morda a v’tima), o agente poder‡ agir em leg’tima defesa. Entretanto, a leg’tima defesa estar‡ ocorrendo em face do dono (les‹o ao seu patrim™nio, o cachorro), e n‹o em face do animal. Com rela•‹o ˆs agress›es praticadas por inimput‡vel, a Doutrina se divide, mas a maioria entende que nesse caso h‡ leg’tima defesa, e n‹o estado de necessidade. Na leg’tima defesa, diferentemente do que ocorre no estado de necessidade, o agredido (que age em leg’tima defesa) n‹o Ž obrigado a fugir do agressor, ainda que possa. A lei permite que o agredido revide e se proteja, ainda que lhe seja poss’vel fugir! A rea•‹o do agente, por sua vez, deve ser proporcional. Ou seja, os meios utilizados por ele devem ser suficientes e necess‡rios a repelir a agress‹o injusta. EXEMPLO: Se um ladr‹o furta uma caneta, a v’tima n‹o pode matar este ladr‹o para repelir esta agress‹o ao seu patrim™nio, pois ainda que o meio utilizado seja suficiente para que o patrim™nio seja preservado, n‹o Ž proporcional sacrificar a vida de alguŽm por causa de uma caneta. Mas nem se for uma Mont Blanc de R$ 5.000,00? N‹o!!! A leg’tima defesa pode ser: ¥! Agressiva Ð Quando o agente pratica um fato previsto como infra•‹o penal. Assim, se A agride B e este, em leg’tima defesa, agride A, est‡ cometendo les›es corporais (art. 129), mas n‹o h‡ crime, em raz‹o da presen•a da causa excludente da ilicitude. ¥! Defensiva Ð O agente se limita a se defender, n‹o atacando nenhum bem jur’dico do agressor. ¥! Pr—pria Ð Quando o agente defende seu pr—prio bem jur’dico. ¥! De terceiro Ð Quando defende bem jur’dico pertencente a outra pessoa. ¥! Real Ð Quando a agress‹o a imin•ncia dela acontece, de fato, no mundo real. ¥! Putativa Ð Quando o agente pensa que est‡ sendo agredido ou que esta agress‹o ir‡ ocorrer, mas, na verdade, trata-se de fruto da sua imagina•‹o. Aqui, aplica-se o que foi dito acerca do estado de necessidade putativo! 00000000000 - DEMO SOLANO Destacar SOLANO Destacar SOLANO Destacar SOLANO Destacar SOLANO Destacar Impresso por josinaldo, CPF 010.713.582-51 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 09/04/2020 00:53:07 !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋%−.(∃∋/ 01234 ∋ %56)∀6&∋−7!∀6∀8#∀&∋ %9 : ; <=∋9∋9 >9 ; ?≅?<:Α∋ ?:Β 9ΧD=Ε: Α ∋ (;:ΦΓ∋ #9 Χ=Χ ∋ ∗ ;=ΗΙ :∋, ∋∗Ηϑ=∋11! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (;:ΦΓ#9Χ=Χ∋∗;=ΗΙ:∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!5Η!()!23! A leg’tima defesa n‹o Ž presumida. Aquele que a alega deve provar sua ocorr•ncia, pois, como estudamos, a exist•ncia do fato t’pico tem o cond‹o de fazer presumir a ilicitude da conduta, cabendo ao acusado provar a exist•ncia de uma das causas de exclus‹o da ilicitude. CUIDADO! A leg’tima defesa sucessiva Ž poss’vel! ƒ aquela na qual o agredido injustamente, acaba por se exceder nos meios para repelir a agress‹o. Nesse caso, como h‡ excesso, esse excesso n‹o Ž permitido. Logo, aquele que primeiramente agrediu, agora poder‡ agir em leg’tima defesa. Se A agride B com tapas leves, e B saca uma pistola e come•a a disparar contra A, que se afasta e para de agredi-lo, caso B continue e atirar, A poder‡ sacar sua arma e atirar contra B, pois a conduta de A se configura como excesso na rea•‹o, e B estar‡ agindo em leg’tima defesa sucessiva. Da mesma forma que no estado de necessidade, se o agredido erra ao revidar a agress‹o e atinge pessoa que n‹o tem rela•‹o com a agress‹o (erro sobre a pessoa), continuar‡ amparado pela excludente de ilicitude, pois o crime se considera praticado contra a pessoa visada, n‹o contra a efetivamente atingida. No caso de , duas hip—teses podem leg’tima defesa de terceiroocorrer: ¥! O bem do terceiro que est‡ sendo lesado Ž dispon’vel (bens materiais, etc.) Ð Nesse caso, o terceiro deve concordar com que o agente atue em seu favor. ¥! O bem do terceiro Ž indispon’vel (Vida, por exemplo) Ð Nesse caso, o agente poder‡ repelir esta agress‹o ainda que o terceiro n‹o concorde com esta atitude, pois o bem agredido Ž um bem de car‡ter indispon’vel. Voc•s devem ficar atentos a alguns pontos: ¥! N‹o cabe leg’tima defesa real em face de leg’tima defesa real, pois se o primeiro age em leg’tima defesa real, sua agress‹o n‹o Ž injusta, o que impossib a rea•‹o em leg’tima defesa. ilit ¥! Cabe leg’tima defesa real em face de leg’tima defesa putativa. Assim, se A pensa estar sendo amea•ado por B e o agride (leg’tima defesa putativa), B poder‡ agir em leg’tima defesa real. Isto porque a atitude de A n‹o Ž justa, logo, Ž uma agress‹o injusta, de forma que B poder‡ se valer da leg’tima defesa (A atŽ 00000000000 - DEMO SOLANO Destacar Impresso por josinaldo, CPF 010.713.582-51 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 09/04/2020 00:53:07 !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋%−.(∃∋/ 01234 ∋ %56)∀6&∋−7!∀6∀8#∀&∋ %9 : ; <=∋9∋9 >9 ; ?≅?<:Α∋ ?:Β 9ΧD=Ε: Α ∋ (;:ΦΓ∋ #9 Χ=Χ ∋ ∗ ;=ΗΙ :∋, ∋∗Ηϑ=∋11! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (;:ΦΓ#9Χ=Χ∋∗;=ΗΙ:∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!53!()!23! pode n‹o ser punido por sua conduta, mas isso se dar‡ pela exclus‹o da culpabilidade em raz‹o da leg’tima defesa putativa). ¥! Se o agredido se excede, o agressor passa a poder agir em leg’tima defesa (leg’tima defesa sucessiva). ¥! Sempre caber‡ leg’tima defesa em face de conduta que esteja acobertada apenas por causa de exclus‹o da culpabilidade (pois nesse caso a agress‹o Ž t’pica e il’cita, embora n‹o culp‡vel). ¥! NUNCA haver‡ possibilidade de leg’tima defesa real em face de qualquer causa de exclus‹o da ilicitude real. 1.5.3.! Estrito cumprimento do dever legal Nos termos do art. 23, III do CP: Art. 23 - N‹o h‡ crime quando o agente pratica o fato: (...) III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exerc’cio regular de direito. Age acobertado por esta excludente aquele que pratica fato t’pico, mas o faz em cumprimento a um dever previsto em lei. Assim, o Policial tem o dever legal de manter a ordem pœblica. Se alguŽm comete crime, eventuais les›es corporais praticadas pelo policial (quando da persegui•‹o) n‹o s‹o consideradas il’citas, pois embora tenha sido provocada les‹o corporal (prevista no art. 129 do CP), o policial agiu no estrito cumprimento do seu dever lega l. CUIDADO! Quando o policial, numa troca de tiros, acaba por ferir ou matar um suspeito, ele n‹o age no estrito cumprimento do dever legal, mas em leg’tima defesa. Isso porque o policial s— pode atirar contra alguŽm quando isso for absolutamente necess‡rio para repelir injusta agress‹o contra si ou contra terceiros. 17 Se um terceiro colabora com aquele que age no estrito cumprimento do dever legal, a ele tambŽm se estende essa causa de exclus‹o da ilicitude. Diz-se que h‡ . comunicabilidade !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 17 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 431 00000000000 - DEMO SOLANO Destacar SOLANO Destacar
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