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Diabetes Mellitus

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Bruna  Costa  Wanderley   Endocrino   Abril/2019   1  
Diabetes  Mellitus  
1.   Introdução:  
•   O   diabetes   mellitus   (DM)   representa   um   grupo   de  
doenças   metabólicas,   com   etiologias   diversas,  
caracterizado   por   hiperglicemia,   que   resulta   de   uma  
secreção   deficiente   de   insulina   pelas   células   beta,  
resistência  periférica  a  ação  da  insulina  ou  ambas;    
•    As  duas  principiais  etiologias  são  o  DM  tipo  2  (DM2)  e  o  
DM  tipo  1  (DM1).  
•   A   hiperglicemia   crônica   do   diabetes   frequentemente  
esta   associada   a   dano,   disfunção   e   insuficiência   de  
vários   órgãos,   principalmente   olhos,   rins,   coração   e  
vasos  sanguíneos;  
2.   Classificação:  
•   Diabetes  tipo  1:    Diabetes  insulinodependente  (IDDM);  
•   Diabetes   tipo   2:   diabetes   não   insulinodependente  
(NIDDM)  –  a  maioria  dos  pacientes  são  DM2.  
  
Obs:   a   classificação   como   IDDM   ou   NIDDM,   não   é   muito  
adequada   pois   o   os   pacientes   podem   usar  
insulina/hipoglicemiantes  orais  nos  2  casos.  
  
3.   Relembrando:  
PÂNCREAS:  
Glândula  mista:  
•   FUNÇÃO  EXÓCRINA  –  enzimas  e  suco  digestivo.  
•   FUNÇÃO  ENDÓCRINA  –  Ilhotas  de  Langerhans.  
-­‐  Células  alfa  –  glucagon  
-­‐  Células  beta  –  insulina  
-­‐  Células  delta  –  somatostatina  
O  QUE  A  INSULINA  FAZ?  
•   É  um  hormônio  anabólico;  
  
  
DM  1:  
•   É   causado   por   deficiência   absoluta   de   insulina,  
consequente   a   destruição   autoimune   das   células   β  
pancreáticas;  
•    Pode   surgir   em   qualquer   idade,   inclusive   em  
octogenários;  
•   IMC  normal;  
•   Tendência   a   cetose   e   requererem,   obrigatoriamente,  
insulina  como  tratamento;  
•   Cetoacidose  diabética  pode  ser  a  manifestação  inicial  da  
doença   30%   dos   casos   em   adultos   e   ate   65%   das  
crianças.  
Obs:   Se   o   paciente   falar   que   as   vezes   esquece   de   tomar  
insulina  e  mesmo  assim  não  teve  problema,  não  é  DM1.  Pois  
o  DM1,  quando  fica  sem  insulina,  faz  cetoacidose!  
  
1.   Patogêneses:  
•   Destruição   autoimune   indolente   das   células   β   -­‐>  
agressão  das  células  β  por  fator  ambiental  (sobretudo,  
infecções   virais)   em   indivíduos   geneticamente  
suscetíveis   (sistema   HLA   -­‐   human   leucocyte   antigen;  
antígeno  leucocitário  humano).    
•   Na  maioria   dos   casos,   a   agressão   inicial   das   células   β  
ocorre   indiretamente,   ou   seja,   anticorpos   produzidos  
contra  antígenos  virais  acabam  lesionando  as  células  β  
devido  ao  mimetismo  molecular  entre  antígenos  virais  e  
antígenos  dessas  células.  
•    A  hiperglicemia  permanente  se  manifesta  quando  90%  
das  ilhotas  são  destruídas.  
•   Marcadores  da  destruição  autoimune  da  célula  β:    
o   Anti-­‐ilhotas  (ICA)  a  
o   Anti-­‐insulina  (IAA)  
o   Antidescarboxilase   do   acido   glutâmico   (anti-­‐
GAD65)    
o   Anti  tirosinofosfatases  IA-­‐2  e  IA-­‐2b.    
o   Anti    antígeno    Znt8  
Obs:   não   são   eles   que   destroem   as   células   B,   elas   são  
destruídas   pelas   células   T.   Eles   são   produzidos   após   essa  
destruição.  
•    Um  ou  mais   deles   estão   presentes   em   85   a   90%  dos  
pacientes   na   ocasião   do   diagnóstico.   Podem   persistir  
por  até  10  anos  ou  mais  apos  o  mesmo,  sobretudo  o  
anti-­‐GAD65.  
  
DM2:  
•   Responsável   por   85   a   90%   de   todos   os   casos   de  
diabetes;  
•    Surge   habitualmente   apos   os   40   anos   de   idade,  
contudo,   pode   acometer   adultos   mais   jovens,   ate  
mesmo  crianças  e  adolescentes;  
•    Maioria  dos  pacientes  (cerca  de  80%)  é  obesa;  
•    Tem  ocorrido  um  aumento  na   incidência   de   diabetes  
tipo  2  em  crianças  e  adolescentes.    
  
1.   Fisiopatologia:  
a)   Resistência  periférica  à  ação  insulínica  nos  adipócitos  e,  
principalmente,  no  músculo  esquelético;  
#  A  hiperglicemia  prolongada  leva  ao  agravamento  da  RI  e  
do  defeito  secretório  das  células  beta  (GLICOTOXICIDADE).  
#   Lipólise   exagerada   e   aumento   dos   ácidos   graxos   livres  
(AGL)   circulantes   resultam   da   RI   nos   adipócitos   =  
LIPOTOXICIDADE   (inibição   da   secreção   de   insulina   e  
aumento   da   RI   no  músculo   esquelético   (por   deposição   de  
AGL),  com  diminuição  da  captação  de  glicose  pelo  mesmo.  
Esse  AGL  também  se  acumula  no  fígado  –  esteatose.  
b)    Aumento  da  produção  hepática  de  glicose,  resultante  da  
resistência  insulínica  no  fígado;  
c)    Secreção  deficiente  de  insulina  pelo  pâncreas.  
d)  Incretinas:    São  hormônios  produzidos  pelos  enterócitos  
em   resposta   a   ingestão   de   nutrientes.   Os   principais   são  
peptídeo  semelhante  ao  glucagon-­‐1  (GLP-­‐1)  e  o  polipeptídio  
insulinotrópico   glicosedependente   (GIP).   No   DM2   se  
Bruna  Costa  Wanderley   Endocrino   Abril/2019   2  
observa  resistência  a  ação  do  GIP  e  deficiência  na  secreção  
de  GLP-­‐1;  
e)   Aumento   da   reabsorção   renal   de   glicose;   >180   de  
glicemia,  a  glicose  começa  a  ser  excretada  na  urina.  
f)   Hipotálamo:   a   resistência   insulínica   no   hipotálamo  
alteraria   os   centros   de   controle   do   apetite,   com  
aumento  da  ingestão  de  alimentos  e  ganho  de  peso.  
è   Dislipidemia   diabética   (hipertrigliceridemia,   colesterol  
HDL  baixo  e  existência  de  partículas  de  LDL  pequenas  e  
densas).  
  
Fatores  de  risco:  
•   Obesidade   (sobretudo   distribuição  
predominantemente  abdominal  da  gordura);  
•    A  incidência  de  DM2  é  5  vezes  maior  em  pacientes  com  
síndrome  metabólica  (SM)  em  comparação  a  um  grupo  
de  pacientes  sem  a  síndrome;  
•    Sedentarismo;  
•    Historia  familiar  de  DM  tipo  2,    
•    Idade  >  40  anos,    
•    Síndrome  dos  ovários  policísticos    
•    Diabetes  gestacional  
•    Crianças   nascidas   pequenas   para   idade   gestacional   –  
fenótipo  econômico  
  
Diagnostico  
a)   Clinico:  
•   Sintomas  clássicos  -­‐  poliúria,  polidipsia  e  polifagia,  perda  
ponderal  são  bem  mais  característicos  (DM1>DM2);    
•    Assintomáticos,   oligossintomáticos   ou   sintomas  
inespecíficos  (tonturas,  dificuldade  visual,  astenia  e/ou  
caibras);  
•   Vulvovaginite  de  repetição  e  disfunção  erétil  podem  ser,  
também,  os  sintomas  iniciais;  
•    Excesso  de  peso  –  80%  -­‐>  DM2.  
  
b)   Laboratorial:  
  
DOIS   TESTES   ALTERADOS   –   NÃO   NECESSARIAMENTE  
REPETIR  O  MESMO  TESTE.  
  
•   TOTG:  
-­‐>  Alta  sensibilidade  e  baixa  reprodutibilidade;  
  
Obs:   no   DM2   a   primeira   coisa   que   o   paciente   perde   é   a  
capacidade  de  liberar  rápido  a  insulina,  por  isso  o  TOTG  é  tão  
importante.  Os  pacientes  podem  ter  uma  glicemia  de  jejum  
nem  tão   alterada   ex:   102,  mas   quando  pede  o  TOTG   vem  
bastante   alterado   por   conta   dessa   perda   de   capacidade  
supracitada.  
Ex:   Glicemia   periférica   não   entra   como   diagnóstico   para  
diabetes.  
Ex:  Glicemia  pós  prandial  (2h  após  uma  refeição  qualquer)  
também  NÃO  é  critério  de  diagnóstico  para  o  diabetes.  Esse  
exame   é   utilizado   para   o   acompanhamento   dos   pacientes  
que  já  possuem  diagnóstico.  
  
•   HBA1c:  
o   Reação   não   enzimática   e   irreversível   entre   glicose  
sanguínea  e  o  grupo  amino  terminal  de  um  resíduo  de  
valina  na  cadeia  β  da  Hb.  
o   Padrão-­‐ouro   na   avaliação   do   controle   glicêmico,  
devendo  ser  realizada  a  cada  3  a  4  meses;  
o   Método:   utilizado   no   DCCT   (HPLC   –   cromatografia  
líquida  de  alta  eficiência).o   Encurtam   a   sobrevida   das   hemácias,   como   anemia  
hemolítica,  estados  hemorrágicos  etc  -­‐>    ↓  A1C  
o   Aumento  a  sobrevida  das  hemácias  (p.  ex.,  anemias  por  
carência   de   ferro,   vitamina   B12   ou   folato)   -­‐>   ↑A1C  
inapropriadamente  elevada.  
  
•   Peptídeo  C:  
o   Secretado   na   circulação   porta   em   concentrações  
equimolares  com  a  insulina,  sendo  ambos  originados  da  
clivagem  da  proinsulina.  
EM  QUEM  PESQUISAR  DM?  
•   Sintomáticos;  
•   Assintomáticos  
  
A   partir   dos   45   já   pede  uma   glicemia  e   se   o   resultado   for  
normal  pede  a  cada  3  anos.  
PRÉ  –  DIABETES  
•   Estado   metabólico   intermediário   entre   a   homeostase  
normal  da  glicose  (euglicemia)  e  o  DM;  
•    Glicemia   de   jejum   alterada   +   tolerância   diminuída   a  
glicose;  
  
•    Mudanças  no  estilo  de  vida  (MEV)  são  universalmente  
aceitas  como  a  principal  estratégia  terapêutica  inicial  -­‐>  
Bruna  Costa  Wanderley   Endocrino   Abril/2019   3  
decréscimo  na  ingestão  calórica,  +  atividade   física  150  
min/sem  +  perda  de  5  a  7%  do  peso  inicial;  
•    Metformina  –  maiores   evidências.  Para  grupo  de   alto  
risco  (idade  <  60  anos,  IMC  >  35  kg/m2,  HF+  em  parentes  
de  1º  grau,  DMG  prévio,  aumento  de  HbA1c);  
Diabetes   Mellitus   tipo1  
TRATAMENTO  
•   A  insulinoterapia  é  a  base  para  o  tratamento  do  DM1,  
enquanto  a  orientação  alimentar,  a  atividade  física  e  o  
monitoramento   glicêmico   são   procedimentos  
complementares  na  terapia  dessa  enfermidade;  
•    Antes   da   descoberta   da   insulina,   quase   100%   dos  
pacientes  com  DM1  morriam  precocemente;  
•    O   objetivo   do   tratamento   do   diabetes   é   manter   a  
glicemia   e   a   hemoglobina   glicada   (HbA1c)   o   mais  
próximo  possível  da  normalidade;  
•    Controlar  a  sintomatologia  dos  pacientes  e  prevenir  as  
complicações   agudas   (CAD)   e   crônicas   (retinopatia,  
nefropatia,  neuropatia  e  doença  cardiovascular).  
Insulinas  –  Farmacocinética  (Serve  para  DM1  e  DM2)  
•   Insulina  Regular:  
-­‐>  Início  de  ação  entre  30  e  60  min,  
efeito  máximo  de  2  a  3  h  e  duração  
efetiva  de  8  a  10  h.  
-­‐>   Esse   perfil   relaciona-­‐se   a  
velocidade   da   dissociação   dos  
hexâmeros   (6   moléculas   de  
insulina  agregadas)  em  dímeros  e  
monômeros   absorvíveis   pelo  
tecido  subcutâneo;  
-­‐>   Controle   da   glicemia   pós-­‐
prandial   e   correção   de   episódios  
ou   períodos   hiperglicêmicos  
(insulina  pré-­‐prandial/bolus).  
  
Insulinas  de  ação  ultrarrápida:  
-­‐>   Inicio   e   pico   de   ação   mais  
rápidos   e   duração   menor  
(menos  de  15min)  
-­‐>   Podem   ser   aplicadas   um  
pouco   antes   ou   apos   as  
refeições;  
-­‐>   Perfil   farmacocinético   que  
mais   se   aproxima   da   secreção  
fisiológica   de   insulina   pelas  
células   beta   em   resposta   a  
alimentação   rica   em  
carboidratos  em  indivíduos  não  
diabéticos.    
-­‐>  Causam  menos  hipoglicemias  
do  que  a  IR.  
  
Insulinas   de   ação  
intermediária/rápida:  
-­‐>   Insulinas   NPH   (Humulin  
N®,Novolin  N®);  
-­‐>  Início  de  ação  em  2  a  4  h,  pico  
de   ação   de   4   a   10   h   e   duração  
efetiva  de  12  a  18  h.    
-­‐>  Controle  glicêmico  nos  períodos  
interprandiais,   por   supressão   da  
glicogenólise  e  da  gliconeogênese  
hepática  
  
DM1:  pelo  menos  3x/dia;  
DM2:  pode  ser  até  2x/dia  
Insulinas  de  ação  lenta:  
-­‐>   GLARGINA   -­‐   inicio   de   ação  
ocorre  dentro  de  2  a  4  h  apos  a  
injeção   SC.   Tem   duração  
uniforme   durante,  
aproximadamente,   24   h,   sem  
picos,  com  variabilidade  inter  e  
interindividual  baixa  
à  DETEMIR   -­‐   ação,   nas   doses  
usuais,  não  excede  20  h.  Apesar  
de  ser  menos  potente  do  que  a  
Glargina,  quando  usada  em  
doses   equivalentes,   propicia  
controle  glicêmico  e  frequência  
de   hipoglicemias   similares.  
Menor  ganho  de  peso.  
-­‐>DEGLUDECA   –   insulina   basal  
de   ação  ultralenta.  Duração  de  
ação   de   mais   de   42   horas,  
alcançando   um   estado   de  
equilíbrio   dinâmico   após   2–3  
dias.  
  
  
Obs:  sempre  devemos  associar  2  tipos  de  insulina.  
  
Obs:  É  mais  fisiológico  a  ultrarrápida.  
  
  
  
•   PRÉ-­‐MISTURAS:  
-­‐>  Proporções  fixas:  Existem  pré-­‐misturas  de  insulinas  NPH  e  
Regular  nas  proporções  de  70/30  (penfis  ou   frascos.)    Pré-­‐
misturas  da  Lispro  (25%  e  50%)  com  Lispro  protamina  neutra  
(75%  e  50%)  (Humalog  Mix  25®  e  Humalog  Mix  50®)  e  Aspart  
(30%)  com  Aspart  protamina  (70%)  (NovoMix  30®).  
  
  
Leitosa:  NPH  
Transparente:  regular;  
Obs:  Se  for  usar  a  mesma  seringa  deve:  primeiro  a  regular,  
porque  na  NPH  tem  zinco  e  protamina.  Assim,  quando  pega  
primeiro   a   NPH   e   depois   a   regular,   ela   não   dura   o   que  
deveria.  
Obs:  A  glargina  não  pode  misturar  com  nenhuma.  
  
•   INSULINOTERAPIA  INTENSIFICADA:  
o   Infusão  contínua  subcutânea  -­‐  bomba  de  insulina;  tem  
que  fazer  contagem  de  CHO.  
o   Múltiplas  doses  diárias  –  4  picadas.  NPH  e  regular  pela  
manhã,  almoço  e  jantar  +  NPH  ao  deitar.  
Regular  –  sempre  30  min  antes  da  refeição.  
Obs:  Criança  é  o  único  caso  que  se  permite  aplicar  após  as  
refeições.  
          #  A  dose  diária  depende  da   idade,  do  peso  corporal,  do  
estágio  puberal,  do  tempo  de  duração  e  da  fase  do  diabetes,  
do   estado   do   local   de   aplicação   de   insulina   (presença   de  
lipodistrofias),   intensidade   da   atividade   física   e   das  
intercorrências  (infecções  e  dias  de  doença).  
          #  Utiliza  a  insulina  ultra-­‐rápida;  
          #   Diagnóstico   recente   ou   logo   após   diagnóstico   de  
cetoacidose  diabética  -­‐  0,5  a  1  U/kg/dia  –  GLICOTOXICIDADE  
          #  Fase  de  remissão  parcial  -­‐  <  0,5  U/kg/dia  
Bruna  Costa  Wanderley   Endocrino   Abril/2019   4  
          #    Evolução  da  doença  -­‐  0,7  a  1  U/kg/dia  em  crianças  pré-­‐
púberes,   podendo   alcançar   1   a   2   U/kg/dia   durante   a  
puberdade    
          #   Situações   de   estresse   (físico   ou   emocional),   1,2   a   1,5  
U/kg/dia  
  
EFEITOS  COLATERAIS:  
•   Hipoglicemia  (<  70mg/dl):  
-­‐  É  a  principal  e  mais   temida  complicação,   sendo  mais  
comum   com   a   insulinoterapia   intensiva   do   que   com   a  
convencional;  
-­‐   Ausência   de   refeição,   erro   na   dose   de   insulina,  
atividade   física   excessiva   e   ingestão   de   bebidas   alcoólicas  
são  os  fatores  precipitantes  mais  comuns.          
•   Ganho  de  peso;  
•   Reações  alérgicas:  
-­   Pode  surgir  alergia  a  insulina  como  reação  no  local  
da   injeção   (eritema,   endurecimento,   prurido   ou  
sensacao   de   ardor)   ou,   mais   raramente,   como  
manifestações   sistêmicas   variadas   (de   urticária   a  
edema  de  glote  ou  choque  anafilático)  
-­   Raro  
•   Lipohipertrofia:  
-­‐  Aplicação   repetida  da  insulina  em  um  mesmo  sitio  e  
pode  ser  prevenida  pelo  rodízio  adequado  dos  locais  das  
injeções;  
-­‐  Absorção  errática  da  insulina  
Obs:  orientar  a  aplicação  em  locais  alternados  e  armazenar  
no  local  de  verduras.  
  
MONITORAMENTO  GLICÊMICO:  
Metas:  
  
•   Automonitorização:  
-­‐   Fase   1:   glicemias   em   jejum   e   pré-­‐prandial,   resultado   da  
ação  das  insulinas  basais  (Glargina,  Detemir  ou  NPH)  
-­‐   Fase   2:   glicemias   pós-­‐prandial,   reflexo   do   efeito   das  
insulinas  de  ação  rápida  (picos  ou  bolus)  
-­‐    Fase  3:  Jejum,  pré-­‐prandiais,  pós-­‐prandiaise  madrugada  (3  
a   4   da  manha),   refletindo   a   ação   integrada  do   tratamento  
como  um  todo  (insulinização,  alimentação  e  atividade  física).  
  
Diabetes   Mellitus   tipo2  
TRATAMENTO  
Antidiabéticos  –  Orais  
1)   BIGUANIDAS  (METFORMINA):  
•   Nome  comercial:  Glifagem/  Glifagem  XR  
•   Primeira  linha  de  tratamento;  
•   Aumenta  a  sensibilidade  a  ação  da  insulina;  
•   Dose  máxima  -­‐  2.550  mg/dia  (em  duas  a  três  tomadas);  
•    Efeitos   colaterais:   acidose   lática   e   sintomas  
gastrointestinais  
•    Contraindicações:   insuficiências   renal,   hepática   e  
cardíaca,  fase  aguda  de  coronariopatia,  sepse.    
2)  SULFONILURÉIAS:  
•    Agem   primariamente   via   estimulo   da   secreção  
pancreática   de   insulina,   independente   da   alimentação  
(mas  não  a   síntese  de  insulina   -­‐  células   funcionantes).  
Por   isso   pode   causar   hipoglicemia.   Com   o   passar   do  
tempo,   sua   eficácia   começa   a   declinar   -­‐>   falência  
pancreática  secundária  
•    Clorpropamida:   menos   potente   e   com   mais   efeitos  
colaterais  (tempo  de  ação  60  h).  
•    Glibenclamida:   tempo   de   ação   de   16   a   24   h,   o   que  
possibilita  sua  administração  em  1  a  2  tomadas  diárias  
(dose  usual  de  2,5  a  20  mg/dia).  
•    Glimepirida:  dose   inicial   e   de   1   a   2  mg/dia   e   a   dose  
usual   de  manutenção   de   2   a   4  mg/dia   (máximo   de   8  
mg/dia)  administrada  em  uma  única  tomada.  
•    Gliclazida:   preferência   a   formulação   com   liberação  
modificada  (Diamicron  MR®  –  comp.  30  e  60  mg).  A  dose  
recomendada  varia  de  30  a  120  mg/  dia,  em  uma  única  
tomada  diária.  
•   Efeitos   colaterais:     hipoglicemia   (muito   cuidado   com  
idosos),  ganho  de  peso   (devido  a   retenção  de  glicose,  
que  antes  era  excretada  na  urina).  
•   Contraindicações:  insuficiência  renal  ou  hepática  grave,  
gravidez   e   amamentação,   diabéticos   tipo   1   e  
complicações  hiperglicêmicas  agudas  
•   Ganho  de  peso.  
  
3)  TIAZOLIDINEDIONAS  (PIOGLITAZONA):  
•    As  glitazonas  atuam  ligando-­‐se  aos  PPAR-­‐γ  (receptores  
ativados   por   proliferadores   de   peroxissomo   gama),  
expressos,   sobretudo,   no   tecido   adiposo,   no   qual  
regulam  genes  envolvidos  na  diferenciação  do  adipócito  
e   na   captação   e   armazenamento   dos   ácidos   graxos-­‐>  
aumento  de  lipogênese  no  tecido  adiposo  -­‐>  diminui  os  
ácidos   graxos   livres   (AGL)   circulantes   -­‐>     maior  
sensibilidade   do   fígado   a   insulina,   menor   conteúdo  
hepático  de  gordura  e   inibição  da  produção  hepática  
de   glicose,   aumento   da   utilização   de   glicose   no  
músculo  esquelético  e  nos  adipócitos.  
•    Inicia-­‐se  com  15  a  30  mg/dia,  em  uma  única  tomada.  A  
dose  máxima  recomendada  e  de  45  mg/dia.  
•    Efeitos   colaterais:   infecções   do   trato   respiratório  
superior,  cefaléia,  edema  periférico,  anemia  dilucional  
discreta,   ganho   de   peso,   perda   da   visão   devido   a  
edema   de   macula,   fraturas,   insuficiência   cardíaca  
congestiva.  
•    Contraindicações:   hepatopatias,   alcoolistas,   DM1,  
gestantes,  ICC.  
  
4)  GLINIDAS:  
•    A  exemplo  das  sulfoniluréias,  aumentam  a  secreção  de  
insulina  (ação  nas  células  β),  contudo  são  rapidamente  
absorvidas  e  rapidamente  eliminadas  -­‐>  maior  eficácia  
sobre   a   glicemia   pós-­‐prandial   do   que   a   glicemia   de  
jejum.  
•    Necessitam   ser   administradas   antes   de   cada   refeição  
principal,   o   que   dificulta   a   adesão   adequada   ao  
tratamento.   Assim,   atualmente,   tem   função   limitada  
no  tratamento  do  DM2.  
  
5)  INIBIDORES  DA  Α-­‐GLICOSIDASE  (ACARBOSE):  
•    A   acarbose   inibe,   por   competição,   a   ação   das   α-­‐
glicosidases   (enzimas   localizadas   na   superfície   em  
escova   dos   enterócitos   do   intestino   delgado   e  
Bruna  Costa  Wanderley   Endocrino   Abril/2019   5  
responsáveis   pela   hidrolise   dos   oligossacarídeos,  
dissacaridases  e  trissacaridios)  -­‐>  retardo  na  digestão  e  
na  absorção  dos  carboidratos  complexos  e  com  isso,  da  
passagem  da  glicose  para  o  sangue.  Mais  eficiente  em  
reduzir  a  glicemia  pós-­‐prandial  
•    Modesto  efeito  redutor  da  glicemia  e  HbA1c  +  efeitos  
colaterais  gastrintestinais  
  
6)  INIBIDORES  DA  DIPEPTIDIL  PEPTIDASE-­‐4  (GLIPTINAS):  
•   Atuam   como   inibidores   competitivos   reversíveis   da  
DPP-­‐4   (enzima  que   rapidamente  degrada  o  GLP-­‐1   e   o  
GIP)   -­‐>   estímulo   glicose-­‐dependente   da   secreção   de  
insulina  pelas  células  beta  e  diminuição  da  liberação  de  
glucagon;  
•   Estimula   a   secreção   de   insulina   de   forma   atrelada   a  
alimentação,  por  isso  não  fazem  hipoglicemia.  
•   Posologia:  -­‐  vildagliptina  e  de  50  mg  2  vezes/dia.  Demais  
são   tomada  única  diária:  100  mg/dia  para  sitagliptina,  
25  mg/dia  para  alogliptina  e  5  mg/dia  para  saxaglitina  e  
linagliptina.  
•   Alogliptina?  Melhor  para  nefropatas?  
•   Bem  toleradas  (nasofaringite  e  cefaléias   -­‐   raro),  efeito  
neutro  sobre  o  peso  e  não  se  associam  a  hipoglicemia.  
  
7)  ANÁLOGOS  DO  GLP-­‐1:  Opcão  para  “gordinhos”  
•    Estimula   a   secreção   de   insulina   de   maneira   glicose-­‐
dependente,   inibe   a   secreção  de   glucagon   e   o   débito  
hepático   de   glicose,   retarda   o   esvaziamento   gástrico,  
provoca   saciedade,   reduz   o   apetite   e   propicia   perda  
ponderal;  
•    Resistentes  a  degradação  pela  iDDP-­‐4  endógena;  
•    Exenatida  (5  μg  2  vezes/dia  SC,)  e  liraglutide  (1,2  ou  1,8  
mg/dia  SC),  Lixisenatida  (20mcg  SC  1x/dia).  
•   Perda  de  peso;  
•   Efeitos  colaterais:  náusea  e  vômito  (que  melhora  com  a  
continuidade  do  uso).  
  
8)   INIBIDORES   DA   SGLT-­‐2   (GLIFOZINAS):   Opção   para  
“gordinhos”  
•    Inibição   da   reabsorção   renal   de   agindo   no  
transportador  2  de  sódio  e  glicose  (SGLT2)  -­‐>  aumento  
da  eliminação  renal  de  glicose,  melhora  da  glicemia  e  da  
HbA1c,   efeitos   cardiovasculares   protetores,   perda   de  
peso.  
•    Dapagliflozina   5   a   10   uma   vez   ao   dia,   em   qualquer  
horário,   Empagliflozina   10   a   25,   uma   vez   ao   dia,   em  
qualquer  horário.  Canagliflozina  100  a  300,  uma  vez  ao  
dia,  em  qualquer  horário.  
•   Complicações:  Infecção  genital  e  urinária,  poliúria.  
•   Perda  de  peso.  
  
  
  
  
  
  
INSULINOTERAPIA  
  
Bruna  Costa  Wanderley   Endocrino   Abril/2019   6

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