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Desenvolvimento de Conceito e Análise Estrutural de um Kart que Acompanha o Crescimento da Criança Vítor João Antunes Beltrão Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em Engenharia Mecânica Júri Presidente: Professor Doutor Rui Manuel dos Santos Oliveira Baptista Orientador: Professor Doutor Pedro Miguel dos Santos Vilaça da Silva Vogais: Tenente-Coronel Eng. SMat João Paulo Pereira da Silva Professor Doutor Pedro Alexandre Rodrigues Carvalho Rosa Lisboa, Outubro de 2009 i AGRADECIMENTOS Pretendo neste ponto, demonstrar o meu sincero agradecimento a todo o conjunto de pessoas, empresas e instituições que me auxiliaram na realização deste trabalho. Ao meu orientador, o Senhor Professor Pedro Miguel dos Santos Vilaça da Silva, por ter acreditado e encorajado a realização deste trabalho e, acima de tudo, por proporcionar as condições necessárias à execução do projecto. Aos meus grandes amigos e camaradas da Academia Militar, que me acompanham nesta caminhada desde o primeiro ano: José Pinto, José Dias, Jaime Coelho e Tiago Flambó que sempre me auxiliaram e prestaram apoio. Aos meus colegas Eládio, Filipe e Catarina pelas constantes “conversas”, no sentido do melhoramento e da solução dos entraves que foram surgindo. À MCG, em especial ao Sr. José Miguel, por me ter possibilitado a presença na sua empresa, o que se traduziu numa experiência muito gratificante ao poder conviver com a realidade empresarial do nosso país. Ainda em relação a esta empresa, o meu profundo agradecimento a toda a Secção de Ferramentas, liderada pelo Engenheiro Carlos Saraiva, pela integração que me fizeram e pelo contínuo aconselhamento e auxílio acerca do trabalho lá desenvolvido. Não me poderei esquecer do Sr. Januário, uma pessoa bastante experiente e com quem eu muito aprendi. Ao Sr. João e à sua empresa SPORTKART que, através da sua enorme experiência com a modalidade que é o karting, me permitiu um contínuo esclarecimento de dúvidas e um importante auxílio na resolução de alguns problemas. Ao Senhor Professor Miguel Neves pelo permanente incentivo e pela disponibilidade apresentada em me ajudar. A toda a minha família, em especial aos meus pais e irmãos, que sempre acreditaram em mim e que me incitaram à realização deste projecto. À Sara, por tudo. ii RESUMO Este trabalho trata do desenvolvimento do conceito de um kart para crianças dos 7 aos 12 anos de idade que se adapta geometricamente, permitindo acompanhar o seu crescimento. Esta capacidade de afinação/regulação é conseguida através de um conjunto de inovações realizadas ao nível do chassis, de um sistema banco/berço, da coluna de direcção e dos pedais. De referir ainda a preocupação que foi tida em conta para equipar este veículo com elementos de segurança passiva, de forma a torná-lo um brinquedo seguro. Os objectivos do trabalho passam, essencialmente, pelo desenvolvimento do conceito acima descrito e pela análise estrutural do mesmo. A intenção do produto é permitir o desenvolvimento das inúmeras capacidades cognitivas e reactivas que a criança necessita de aplicar na utilização de um kart, de forma segura e fiável, ao longo de pelo menos 5 anos de pleno crescimento. O desenvolvimento deste conceito não tem como finalidade o mercado do karting de competição mas sim do karting de aprendizagem e lazer. Para a elaboração deste projecto foi seguida uma metodologia de desenvolvimento de produto. Como tal, o correcto ajuste dos componentes do kart à dimensão da criança foi efectuado com base nos dados antropométricos das crianças da faixa etária considerada. Para verificar e confirmar, de uma forma efectiva, a viabilidade da utilização do kart por pilotos entre os 7 e os 12 anos de idade, foram criados três bonecos virtuais (dummys) correspondentes às idades de 7, 9 e 12 anos. Este passo permitiu avaliar a efectiva adaptação do kart aos vários tamanhos de uma criança, no intervalo de idades definido. Outra ferramenta utilizada neste trabalho diz respeito ao software ANSYS. Este programa foi empregue para se poder realizar uma análise em elementos finitos à estrutura que se definiu como o conceito final. De salientar ainda a execução de uma análise de custos referente à produção de um protótipo. De entre as principais considerações que são possíveis de estabelecer, como resultado do trabalho efectuado nesta fase de desenvolvimento do kart, destacam-se as amplitudes de afinação obtidas nos conjuntos banco/berço, coluna de direcção e pedais, as quais são extremamente importantes para a adaptação do veículo ao tamanho da criança. Evidenciam-se também os valores alcançados na análise estrutural do chassis, a qual apresentou um melhoramento da rigidez torsional em relação a um chassis de competição e um bom comportamento em curva. PALAVRAS-CHAVE Kart para criança Desenvolvimento de Conceito Análise de Elementos Finitos Análise de Fabrico Plano de Oportunidade iii ABSTRACT This work is based on the development of a kart’s concept for children from 7 to 12 years of age that fits geometrically possible to monitor their growth. This ability to tune or adjust is achieved through a series of innovations developed at the chassis, the seat and cradle system, the steering column and the pedals. Note also the concern that was taken into account to equip this vehicle with passive safety features, in order to make it a safe toy. The objectives of the work are essentially the development of the concept described above and the structural analysis of the same. The intent of the product is to allow the development of many cognitive and reactive abilities that the child needs to apply to use a kart safely and reliably, over at least 5 years of strong growth. The development of this concept has no intention in the competition’s market but the learning and leisure karting. For the elaboration of this project it was followed a methodology for product development. As such, the proper adjustment of the components of the kart to the size of the child was based on anthropometric data of children in the age range considered. To verify and confirm, in an effective manner, the feasibility of kart use by pilots between 7 and 12 years of age, it were created three dummies corresponding to the age of 7, 9 and 12 years. This step allowed us to evaluate the effective adaptation of the kart to various sizes of a child in the age range defined. Another tool used in this work refers to the software ANSYS. This program was used in order to perform a finite element analysis of the structure defined as the final concept. Also note the implementation of a cost analysis for production of a prototype. Among the main considerations that are possible to establish, as a result of the work done at this stage of development of the kart, we highlight the tuning amplitudes obtained in the sets of bank/cradle system, steering column and pedals, which are extremely important for adaptation of the vehicle to the size of the child. It's also significant to became evident the values achieved in the structural analysis of the chassis, which reported an improvement in torsional stiffness compared to a chassis for competition and a good behaviour in turning. KEY-WORDS Kart for Child Concept Development Finite Element Analysis Manufacturing Analysis Opportunity Plan iv ÍNDICE AGRADECIMENTOS ........................................................................................................................................... I RESUMO .............................................................................................................................................................. II PALAVRAS-CHAVE ..........................................................................................................................................II ABSTRACT ......................................................................................................................................................... III KEY-WORDS ..................................................................................................................................................... III ÍNDICE ................................................................................................................................................................ IV LISTA DE FIGURAS ......................................................................................................................................... VI LISTA DE TABELAS ........................................................................................................................................ IX LISTA DE NOMENCLATURA .......................................................................................................................... X 1 - OBJECTIVOS E INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 1 1.1 OBJECTIVOS ............................................................................................................................................... 1 1.2 CARACTERIZAÇÃO DO PRODUTO ................................................................................................................ 1 1.3 ENQUADRAMENTO HISTÓRICO ................................................................................................................... 2 1.4 ENQUADRAMENTO DE MERCADO ............................................................................................................... 5 1.5 GUIA DE LEITURA ....................................................................................................................................... 6 2 - ESTADO DE ARTE .................................................................................................................................... 7 2.1 CONCEITO ANTERIOR ................................................................................................................................. 7 2.2 CHASSIS E SOLUÇÕES EXISTENTES NO MERCADO ....................................................................................... 8 2.2.1 CRG ................................................................................................................................................................... 8 2.2.2 MACH 1 KART ..................................................................................................................................................... 9 2.2.3 INTREPID ........................................................................................................................................................... 9 2.2.4 SODI KART ........................................................................................................................................................ 10 2.2.5 TONY KART ....................................................................................................................................................... 10 2.3 REGULAMENTAÇÃO E RECOMENDAÇÕES ................................................................................................. 11 2.3.1 REGULAMENTO TÉCNICO ................................................................................................................................... 11 2.3.1.1 Definições ................................................................................................................................................. 11 2.3.1.2 Prescrições gerais ..................................................................................................................................... 12 2.3.2 RECOMENDAÇÕES PARA O KARTING DE LAZER ..................................................................................................... 18 3 - DESENVOLVIMENTO DO CONCEITO .............................................................................................. 19 3.1 DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO ............................................................................................................ 19 3.2 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA .................................................................................................................. 20 3.2.1 ESTUDO DE ANTROPOMETRIA ............................................................................................................................. 20 3.3 FASES DE DESENVOLVIMENTO ................................................................................................................. 22 3.3.1 RESUMO DA EVOLUÇÃO DO CONCEITO ............................................................................................................... 23 3.3.2 MATERIAIS ENVOLVIDOS .................................................................................................................................... 25 3.4 SOLUÇÃO FINAL ....................................................................................................................................... 26 3.4.1 MEMÓRIA DESCRITIVA ....................................................................................................................................... 26 3.4.2 CONJUNTOS ...................................................................................................................................................... 27 3.4.2.1 Chassis ...................................................................................................................................................... 27 3.4.2.2 Sistema Banco e Berço ............................................................................................................................. 32 3.4.2.3 Coluna de Direcção .................................................................................................................................. 36 3.4.2.4 Pedais........................................................................................................................................................ 38 3.4.2.5 Transmissão .............................................................................................................................................. 40 3.4.3 COMPONENTES DE SEGURANÇA ......................................................................................................................... 41 3.4.3.1 Carenagens ............................................................................................................................................... 41 3.4.3.2 Pára-choques Envolvente .......................................................................................................................... 42 3.4.3.3 Protecções do Eixo Traseiro e do Motor ................................................................................................... 42 3.4.3.4 Encosto de Cabeça .................................................................................................................................... 43 3.4.4 CONCEITO FINAL ............................................................................................................................................... 43 3.4.5 KART + DUMMY ................................................................................................................................................ 44 v 4 - PROJECTO ESTRUTURAL ................................................................................................................... 46 4.1 ELEMENTOS ROSCADOS ........................................................................................................................... 46 4.1.1 VERIFICAÇÃO DA SECÇÃO ROSCADA DOS PINOS DO BERÇO ................................................................................... 46 4.2 ANÁLISE DE ELEMENTOS FINITOS AO CHASSIS ..........................................................................................49 4.2.1 MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS .................................................................................................................... 49 4.2.2 RIGIDEZ TORSIONAL DO CHASSIS ........................................................................................................................ 51 4.2.3 SIMULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE CURVA .................................................................................................................. 53 4.2.3.1 Situação de Curva para a Direita .............................................................................................................. 56 4.2.3.2 Situação de Curva para a Esquerda ........................................................................................................... 58 5 - PREPARAÇÃO PARA FABRICO DE PROTÓTIPO .......................................................................... 62 5.1 TAREFAS DESENVOLVIDAS ...................................................................................................................... 62 5.1.1 DESENHO DE CONJUNTO .................................................................................................................................... 64 5.1.2 COMPONENTES A ADQUIRIR ............................................................................................................................... 64 5.1.3 COMPONENTES A FABRICAR ............................................................................................................................... 64 5.2 OPERAÇÕES DE FABRICO .......................................................................................................................... 65 5.2.1 OXICORTE ........................................................................................................................................................ 65 5.2.2 CORTE POR LASER ............................................................................................................................................. 66 5.2.3 ELECTRO-EROSÃO COM FIO ............................................................................................................................... 66 5.2.4 DOBRAGEM DE TUBOS ....................................................................................................................................... 67 5.2.5 MAQUINAGEM ................................................................................................................................................... 67 5.2.6 TORNEAMENTO ................................................................................................................................................. 67 5.2.7 FRESAGEM ....................................................................................................................................................... 68 5.2.8 FURAÇÃO ......................................................................................................................................................... 68 5.2.9 FORJAMENTO ................................................................................................................................................... 69 5.2.10 ESTAMPAGEM ................................................................................................................................................... 69 5.2.11 SOLDADURA MIG/MAG ....................................................................................................................................... 70 5.3 SEQUÊNCIA DE MONTAGEM ...................................................................................................................... 70 6 - PLANO DE OPORTUNIDADE ............................................................................................................... 71 6.1 ANÁLISE ESTRATÉGICA ............................................................................................................................ 71 6.1.1 ESTRATÉGIA DE MERCADO ................................................................................................................................. 71 6.1.2 ANÁLISE SWOT .................................................................................................................................................. 71 6.2 ANÁLISE DE CUSTOS................................................................................................................................. 73 6.2.1 DIMENSÃO DE NEGÓCIO .................................................................................................................................... 73 6.2.2 ANÁLISE DE FABRICO ........................................................................................................................................ 73 7 - CONCLUSÕES.......................................................................................................................................... 78 8 - PROPOSTAS PARA TAREFAS A DESENVOLVER NO FUTURO .................................................. 80 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................................................. 80 BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................................................. 81 ANEXOS .............................................................................................................................................................. 83 A) Equivalência das espessuras em função dos diâmetros externos ......................................................................... 83 B) Norma NF S52-002 (AFNOR) ............................................................................................................................ 83 C) Dados Antropométricos – 6 aos 12 anos .............................................................................................................. 85 D) Evolução do Conceito ......................................................................................................................................... 87 E) Lista de todas as peças que compõem o conceito final ........................................................................................ 92 F) Divisão do conceito final em conjuntos e subconjuntos ....................................................................................... 95 G) Análise de Custos para Produção de um Protótipo ............................................................................................ 102 vi LISTA DE FIGURAS FIGURA 1.1 – KART E BONECO (DUMMY) DE 12 ANOS .............................................................................................. 2 FIGURA 1.2 – KART DE JAMES OLIVE DAY .............................................................................................................. 2 FIGURA 1.3 – O PRIMEIRO KART............................................................................................................................... 3 FIGURA 1.4 – KARTÓDROMOS EM PORTUGAL .......................................................................................................... 4 FIGURA 1.5 – KART ACTUAL .................................................................................................................................... 4 FIGURA 1.6 – BABY KART (À ESQUERDA) E KART CADETE (À DIREITA) .................................................................. 6 FIGURA 2.1 – AFINAÇÃO DA COLUNA DE DIRECÇÃO ................................................................................................ 7 FIGURA 2.2 – AFINAÇÃO DOS PEDAIS ....................................................................................................................... 7 FIGURA 2.3 – AFINAÇÃO DO BANCO......................................................................................................................... 8 FIGURA 2.4 – KART DE ALUGUER DA CRG ..............................................................................................................8 FIGURA 2.5 – KART DE ALUGUER DA MACH 1 ......................................................................................................... 9 FIGURA 2.6 – KART DE ALUGUER DA INTREPID ........................................................................................................ 9 FIGURA 2.7 – KART DE ALUGUER DA SODI KART ................................................................................................... 10 FIGURA 2.8 – KART DE ALUGUER DA TONY KART ................................................................................................. 10 FIGURA 2.9 – CHASSIS DE UM KART ....................................................................................................................... 12 FIGURA 2.10 – CHASSIS-QUADRO .......................................................................................................................... 13 FIGURA 2.11 – EXEMPLO DE CARROÇARIA ............................................................................................................. 14 FIGURA 2.12 – EXEMPLO DE SISTEMA DE TRAVAGEM HIDRÁULICO ........................................................................ 14 FIGURA 2.13 – CREMALHEIRA E CORRENTE ........................................................................................................... 15 FIGURA 2.14 – EXEMPLO DE UMA COLUNA DE DIRECÇÃO ...................................................................................... 15 FIGURA 2.15 – TIRANTE DA DIRECÇÃO .................................................................................................................. 16 FIGURA 2.16 – PEDAL DO ACELERADOR ................................................................................................................. 16 FIGURA 2.17 – EXEMPLO DE MOTOR ...................................................................................................................... 17 FIGURA 2.18 – RESERVATÓRIO DE COMBUSTÍVEL ................................................................................................. 17 FIGURA 2.19 – JANTES E PNEUS ............................................................................................................................. 18 FIGURA 3.1 – DADOS ANTROPOMÉTRICOS DAS CRIANÇAS DOS 6 AOS 12 ANOS ...................................................... 21 FIGURA 3.2 – PRIMEIRO CONCEITO DO CHASSIS ..................................................................................................... 23 FIGURA 3.3 – PRIMEIRO CONCEITO DO SISTEMA BANCO E BERÇO ........................................................................... 23 FIGURA 3.4 – SEGUNDO CONCEITO DO SISTEMA BANCO E BERÇO ........................................................................... 24 FIGURA 3.5 – COLUNA DE DIRECÇÃO ..................................................................................................................... 24 FIGURA 3.6 – PRIMEIRO CONCEITO DOS PEDAIS ..................................................................................................... 25 FIGURA 3.7 – SEGUNDO CONCEITO DOS PEDAIS ..................................................................................................... 25 FIGURA 3.8 – DIMENSÕES GERAIS DO KID’ART .................................................................................................... 27 FIGURA 3.9 – DIMENSÕES DO QUADRO DO CHASSIS ............................................................................................... 28 FIGURA 3.10 – TUBO 2 ........................................................................................................................................... 28 FIGURA 3.11 – FRACTURA DE UM CHASSIS DE COMPETIÇÃO .................................................................................. 28 FIGURA 3.12 – TUBO 3 ........................................................................................................................................... 29 FIGURA 3.13 – CHUMACEIRAS ............................................................................................................................... 29 FIGURA 3.14 – PLACAS DE SUPORTE DO BERÇO DO BANCO NA ZONA INTERMÉDIA DO QUADRO ............................. 30 FIGURA 3.15 – APOIO DA COLUNA DE DIRECÇÃO ................................................................................................... 30 FIGURA 3.16 – SEGUNDO APOIO DA COLUNA DE DIRECÇÃO ................................................................................... 30 FIGURA 3.17 – CHAPAS DE SUPORTE DA PLACA DE FUNDO (A VERMELHO) E TUBOS DAS MANGAS (A AZUL) .......... 31 FIGURA 3.18 – VISTA DA ZONA DIANTEIRA ............................................................................................................ 31 FIGURA 3.19 – CHASSIS ......................................................................................................................................... 31 FIGURA 3.20 – BANCO ........................................................................................................................................... 32 FIGURA 3.21 – BERÇO DO BANCO .......................................................................................................................... 32 FIGURA 3.22 – PLACAS DE SUPORTE TRASEIRAS .................................................................................................... 33 FIGURA 3.23 – PLACAS DE SUPORTE DIANTEIRAS E ESTRUTURAS DE APOIO ........................................................... 33 FIGURA 3.24 – CONJUNTO CHASSIS E BERÇO .......................................................................................................... 34 FIGURA 3.25 – POSICIONAMENTO DO BANCO ......................................................................................................... 34 FIGURA 3.26 – SISTEMA BANCO E BERÇO E CHASSIS .............................................................................................. 35 FIGURA 3.27 – POSIÇÕES EXTREMAS DA AFINAÇÃO EM COMPRIMENTO ................................................................. 35 FIGURA 3.28 – POSIÇÕES EXTREMAS DA AFINAÇÃO EM ALTURA ............................................................................ 35 FIGURA 3.29 – COLUNA INFERIOR E SUPERIOR ....................................................................................................... 36 FIGURA 3.30 – COLUNA DE DIRECÇÃO ................................................................................................................... 36 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244960954 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244960955 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244960956 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244960958 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244960959 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244960960 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244960961 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244960962 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244960963 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244960964 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244960965 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244960966 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244960967 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244960968 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244960969 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244960970 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244960971 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244960972 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244960973 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244960974 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244960975 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244960976 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244960977 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244960978 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244960979 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244960980 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244960981 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244960982 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244960983 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244960984 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244960985 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244960986file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244960987 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244960988 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244960989 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244960990 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244960991 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244960992 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244960993 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244960994 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244960995 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244960996 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244960997 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244960998 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244960999 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961000 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961001 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961002 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961003 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961004 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961005 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961006 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961007 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961008 vii FIGURA 3.31 – AFINAÇÃO EM COMPRIMENTO DA COLUNA DE DIRECÇÃO ............................................................... 37 FIGURA 3.32 – ESTRUTURA DE JUNÇÃO ENTRE O APOIO E A COLUNA DE DIRECÇÃO ............................................... 37 FIGURA 3.33 – AFINAÇÃO ANGULAR DA COLUNA DE DIRECÇÃO ............................................................................ 37 FIGURA 3.34 – NOVA CALHA E NOVA POSIÇÃO ...................................................................................................... 38 FIGURA 3.35 – CALÇO E CALHA GRADUADA .......................................................................................................... 38 FIGURA 3.36 – PEDAL DIREITO ............................................................................................................................... 39 FIGURA 3.37 – CONJUNTO CALÇO-PEDAL .............................................................................................................. 39 FIGURA 3.38 – AFINAÇÃO EM COMPRIMENTO DOS PEDAIS ..................................................................................... 39 FIGURA 3.39 – MOTOR COMER S 80 ...................................................................................................................... 40 FIGURA 3.40 – SISTEMA DE TRAVAGEM ................................................................................................................. 41 FIGURA 3.41 – CAIXA LATERAL ............................................................................................................................. 41 FIGURA 3.42 – CARENAGEM DIANTEIRA ................................................................................................................ 41 FIGURA 3.43 – PAINEL FRONTAL ............................................................................................................................ 41 FIGURA 3.44 – PÁRA-CHOQUES .............................................................................................................................. 42 FIGURA 3.45 – PROTECÇÃO DO EIXO TRASEIRO ..................................................................................................... 43 FIGURA 3.46 – PROTECÇÃO DO MOTOR .................................................................................................................. 43 FIGURA 3.47 – ENCOSTO DE CABEÇA ..................................................................................................................... 43 FIGURA 3.48 – CONCEITO FINAL DO KART ............................................................................................................. 44 FIGURA 3.49 – KART + DUMMY PARA A IDADE DE 7 ANOS ..................................................................................... 44 FIGURA 3.50 – KART + DUMMY PARA A IDADE DE 10 ANOS ................................................................................... 45 FIGURA 3.51 – KART + DUMMY PARA A IDADE DE 12 ANOS ................................................................................... 45 FIGURA 4.1 – ESQUEMA DE FORÇAS NO PLANO X,Y ................................................................................................ 46 FIGURA 4.2 – SECÇÃO ROSCADA ............................................................................................................................ 46 FIGURA 4.3 – ESQUEMA DE FORÇAS NO PLANO Y,Z ................................................................................................ 46 FIGURA 4.4 – ELEMENTO PIPE16 .......................................................................................................................... 50 FIGURA 4.5 – ELEMENTO SHELL181 .................................................................................................................... 51 FIGURA 4.6 – DEFORMADA DO CHASSIS ORIGINAL ................................................................................................. 52 FIGURA 4.7 – DEFORMADA DO NOVO CHASSIS ....................................................................................................... 52 FIGURA 4.8 – COMPORTAMENTO DE UM KART NUMA CURVA PARA A DIREITA ....................................................... 54 FIGURA 4.9 – FORÇAS NO KART EM SITUAÇÃO DE CURVA PARA A DIREITA ............................................................ 54 FIGURA 4.10 – FORÇAS QUE ACTUAM NUM VEÍCULO DEVIDO AO SEU PRÓPRIO PESO ............................................. 55 FIGURA 4.11 – DEFORMADA DO CHASSIS ORIGINAL EM CURVA PARA A DIREITA ................................................... 57 FIGURA 4.12 – DEFORMADA DO NOVO CHASSIS EM CURVA PARA A DIREITA .......................................................... 57 FIGURA 4.13 – TENSÕES EQUIVALENTES NO CHASSIS ORIGINAL, EM CURVA À DIREITA ......................................... 58 FIGURA 4.14 – TENSÕES EQUIVALENTES NO NOVO CHASSIS, EM CURVA À DIREITA ............................................... 58 FIGURA 4.15 – DEFORMADA DO CHASSIS ORIGINAL EM CURVA PARA A ESQUERDA ............................................... 59 FIGURA 4.16 – DEFORMADA DO NOVO CHASSIS EM CURVA PARA A ESQUERDA ..................................................... 59 FIGURA 4.17 – TENSÕES EQUIVALENTES NO CHASSIS ORIGINAL, EM CURVA À ESQUERDA ..................................... 60 FIGURA 4.18 – TENSÕES EQUIVALENTES NO NOVO CHASSIS, EM CURVA À ESQUERDA ........................................... 60 FIGURA 5.1 – CONJUNTO DO CHASSIS .................................................................................................................... 62 FIGURA 5.2 – EXEMPLO DE UMA FERRAMENTA DE ESTAMPAGEM .......................................................................... 63 FIGURA 5.3 – JIG DE SOLDADURA DO CONJUNTO BERÇO DO BANCO ....................................................................... 63 FIGURA 5.4 – DESENHO DE CONJUNTO DO KART .................................................................................................... 64 FIGURA 5.5 – OPERAÇÃO DE ESTAMPAGEM ........................................................................................................... 69 FIGURA C.1 – DADOS ANTROPOMÉTRICOS DA CRIANÇA DE 6 ANOS....................................................................... 85 FIGURA C.2 – DADOS ANTROPOMÉTRICOS DA CRIANÇA DE 8 ANOS....................................................................... 86 FIGURA C.3 – DADOS ANTROPOMÉTRICOS DA CRIANÇA DE 10 ANOS ..................................................................... 86 FIGURA C.4 – DADOS ANTROPOMÉTRICOS DA CRIANÇA DE 12 ANOS ..................................................................... 87 FIGURA D.1 – PLACA DE SUPORTE (A VERMELHO) E ESTRUTURA DE APOIO (A AZUL) ............................................ 88 FIGURA D.2 – SISTEMA DE CALHAS E RANHURAS .................................................................................................. 88 FIGURA D.3 – CALHAE MOLA ................................................................................................................................ 89 FIGURA D.4 – PINO E FUROS .................................................................................................................................. 89 FIGURA D.5 – ESTRUTURA DE APOIO DO BANCO .................................................................................................... 89 FIGURA D.6 – COLUNA SUPERIOR .......................................................................................................................... 89 FIGURA D.7 – COLUNA INFERIOR ........................................................................................................................... 89 FIGURA D.8 – CALHA DOS PEDAIS ......................................................................................................................... 90 FIGURA D.9 – ESTRUTURA DE LIGAÇÃO ENTRE O PEDAL E A CORREDIÇA............................................................... 91 FIGURA D.10 – NOVA POSIÇÃO DAS CALHAS ......................................................................................................... 91 FIGURA D.11 – CORREDIÇA DO SEGUNDO CONCEITO ............................................................................................. 92 FIGURA D.12 – PEDAL DO SEGUNDO CONCEITO ..................................................................................................... 92 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961009 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961010 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961011 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961012 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961013 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961015 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961014 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961016 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961017 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961018 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961021 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961020 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961019 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961022 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961023 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961024 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961025 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961026 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961027 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961028 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961029 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961030 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961031 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961032 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961033 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961034 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961035 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961036 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961037 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961038 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961039 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961040 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961041 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961042 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961043 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961044 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961045 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961046 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961047 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961048 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961049 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961050 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961051 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961052 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961053 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961054 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961055 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961056 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961057 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961058 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961059 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961060 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961061 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961063 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961062 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961064 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961065 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961066 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961067 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961068 viii FIGURA F.1 – REPRESENTAÇÃO DO CONJUNTO DO CHASSIS ................................................................................... 95 FIGURA F.2 – SUBCONJUNTO A.............................................................................................................................. 95 FIGURA F.3 – SUBCONJUNTO B .............................................................................................................................. 96 FIGURA F.4 – SUBCONJUNTO C .............................................................................................................................. 96 FIGURA F.5 – SUBCONJUNTO E .............................................................................................................................. 97 FIGURA F.6 – SUBCONJUNTO F .............................................................................................................................. 97 FIGURA F.7 – SUBCONJUNTO BRAÇADEIRA_PEDAL ............................................................................................... 98 FIGURA F.8 – SUBCONJUNTO CALÇOS ................................................................................................................... 98 FIGURA F.9 – SUBCONJUNTO CHAPA FIXAÇÃO ...................................................................................................... 98 FIGURA F.10 – SUBCONJUNTO PEDAL DIREITO ...................................................................................................... 98 FIGURA F.11 – SUBCONJUNTO REGULAÇÃO PEDAIS .............................................................................................. 99 FIGURA F.12 – SUBCONJUNTO TUBO_BRAÇADEIRA .............................................................................................. 99 FIGURA F.13 – CONJUNTO BERÇO DO BANCO ........................................................................................................ 99 FIGURA F.14 – SUBCONJUNTO PARTE INFERIOR .................................................................................................. 100 FIGURA F.15 – SUBCONJUNTO PARTE SUPERIOR ................................................................................................. 100 FIGURA F.16 – CONJUNTO PÁRA-CHOQUES ......................................................................................................... 100 FIGURA F.17 – CONJUNTO PEGA TRASEIRA ......................................................................................................... 101 FIGURA F.18 – CONJUNTO OUTROS COMPONENTES ............................................................................................ 101 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961069 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961070 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961071 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961072 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961073 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961074 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961076 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961075 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961077 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961078 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961080 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961079 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961081 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961082 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961083 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961084 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961085 file:///I:/Relatório_Final.doc%23_Toc244961086 ix LISTA DE TABELAS TABELA 2.1 – CARACTERÍSTICAS DO KART DA CRG ...............................................................................................9 TABELA 2.2 – CARACTERÍSTICAS DO KART DA MACH 1 ........................................................................................... 9 TABELA 2.3 – CARACTERÍSTICAS DO KART DA INTREPID ....................................................................................... 10 TABELA 2.4 – CARACTERÍSTICAS DO KART DA SODI KART .................................................................................... 10 TABELA 2.5 – CARACTERÍSTICAS DO KART DA TONY KART .................................................................................. 11 TABELA 3.1 – MEDIDAS PARA CRIANÇAS DOS 6 AOS 12 ANOS ............................................................................... 21 TABELA 3.2 – AMPLITUDES ENTRE MEMBROS DO CORPO ....................................................................................... 22 TABELA 3.3 – PROPRIEDADES DOS MATERIAIS ....................................................................................................... 26 TABELA 3.4 – CARACTERÍSTICAS DO CONCEITO FINAL .......................................................................................... 27 TABELA 3.5 – CARACTERÍSTICAS DO MOTOR COMER S 80 ..................................................................................... 40 TABELA 3.6 – AMPLITUDES DAS AFINAÇÕES .......................................................................................................... 44 TABELA 4.1 – CARACTERÍSTICAS DO MATERIAL PARA A ANÁLISE DE ELEMENTOS FINITOS .................................... 51 TABELA 4.2 – PARÂMETROS PARA DETERMINAR A RIGIDEZ TORSIONAL ................................................................ 53 TABELA 5.1 – COMPONENTES A ADQUIRIR ............................................................................................................. 64 TABELA 6.1 – ANÁLISE SWOT .............................................................................................................................. 72 TABELA 6.2 – MEIOS DE PRODUÇÃO ENVOLVIDOS NO FABRICO ............................................................................. 74 TABELA 6.3 – MATERIAIS UTILIZADOS E RESPECTIVAS COTAÇÕES ........................................................................ 74 TABELA 6.4 – PROCESSOS DE FABRICO E CUSTOS ASSOCIADOS A CADA HORA-HOMEM E A CADA HORA-MÁQUINA 75 TABELA 6.5 – CUSTO TOTAL DA PRODUÇÃO POR REFERÊNCIA DE 1 UNIDADE ........................................................ 76 TABELA 6.6 – CUSTO TOTAL DA PRODUÇÃO POR REFERÊNCIA DE 100 UNIDADES .................................................. 76 TABELA 6.7 – CUSTO TOTAL DA PRODUÇÃO POR REFERÊNCIA DE 1000 UNIDADES ................................................ 76 TABELA A.1 – TABELA DE EQUIVALÊNCIA DAS ESPESSURAS EM FUNÇÃO DOS DIÂMETROS EXTERNOS .................. 83 TABELA E.1 – LISTA DE TODAS AS PEÇAS DO CONCEITO FINAL .............................................................................. 95 TABELA G.1 – ANÁLISE DE CUSTOS PARA PRODUÇÃO DE UMA UNIDADE ............................................................. 106 x LISTA DE NOMENCLATURA Ad Área da secção transversal da parte lisa do elemento roscado; [Ad] = mm 2 Am Área da secção transversal da junta; [Am] = mm 2 At Área resistente à tracção do elemento roscado; [At] = mm 2 ACP Automóvel Clube de Portugal AFNOR Associação Francesa de Normalização AISI American Iron and Steel Institute a aceleração; [a] = m/s 2 1a Distância do eixo dianteiro ao centro de massa do veículo; [ 1a ] = mm 2a Distância do eixo traseiro ao centro de massa do veículo; [ 2a ] = mm bM Braço do momento flector; [bM] = m bT Braço do momento torsor; [bT] = m C Rigidez da junta, Carbono Cr Crómio Cu Cobre CAD Computer Aided Design CAE Computer Aided Engineering CAM Computer Aided Manufacturing CHH Custo de cada hora-homem CHM Custo de cada hora-máquina CIK Comissão Internacional de Karting CM Centro de massa do banco e criança CNC Computer Numeric Control CV Cavalo-vapor cm 3 Centímetro cúbico d Diâmetro; [d] = mm de Diâmetro exterior; [de] = mm di Diâmetro interior; [di] = mm E Módulo de Young (elasticidade); [E] = GPa Em Módulo de Young da junta; [Em] = GPa F Força; [F] = N. Fa Força devida à aceleração do motor; [Fa] = N Fc Força centrífuga; [Fc] = N Fi Pré-tensão; [Fi] = N FM’’ Força devida ao momento flector; [FM’’] = N Fp Carga de prova; [Fp] = N FT’’ Força devida ao momento torsor; [FT’’] = N Fy’ Força directa devida ao peso; [Fy’] = N Fz Força normal; [Fz] = N xi Fe Ferro FIA Federação Internacional do Automóvel FPAK Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting fm Coeficiente de atrito na junta G Módulo de corte do material; [G] = Pa GJ Rigidez torsional; [GJ] = N.m 2 GN Giga Newton GPa Giga Pascal g Aceleração da gravidade; [g] = 9,8 m/s 2 , Grama HH Horas homem HM Horas máquina h Hora IGES Initial Graphics Exchange Specification J Momento polar de inércia; [J] = m 4 Kb Rigidez do elemento roscado; [Kb] = GN/m Kf Factor de concentração de tensões Km Rigidez da junta; [Km] = GN/m kg Quilograma km Quilómetro L Distância do ponto de aplicação do momento até ao ponto de encastramento da estrutura; [L] = m l Curso; [l] = mm l Distância entre eixos; [ l ] = mm ld Espessura da parte lisa; [ld] = mm lm Espessura da junta; [lm] = mm lt Espessura da parte roscada; [lt] = mm M Momento flector; [M] = N.m My Momento segundo o eixo y Mn Manganês Mo Molibdénio MAG Metal Active Gás MIG Metal Inert Gas MPa Mega Pascal m Massa; [m] = kg , Metro m 2 Metro quadrado mm Milímetro mm 2 Milímetro quadrado . N Newton Ni Níquel NASA National Aeronautics and Space Administration xii n Número de cilindros nb Coeficiente de segurança do elemento roscado ncomb Coeficiente de segurança combinado nf Coeficiente de segurança à fadiga np Coeficiente de segurança à prova nº Número P Força de tracção exterior; [P] = N, Fósforo Pa Força de tracção alternada; [Pa] = N Pm Força de tracção média; [Pm] = N Pmáx Força de tracção máxima; [Pmáx] = N Pmin Força de tracção mínima; [Pmin] = N PS Força de corte resultante; [PS] = N Pa Pascal R Força de reacção na roda que levanta; [R] = N REF. Referência r Raio; [r] = m ri Distância entre o elemento roscado e o centro de massa; [ri] = m rad Radiano S Enxofre Se Tensão limite de fadiga; [Se] = MPa Sp Tensão de prova; [Sp] = MPa Su Tensão de rotura; [Su] = MPa Si Silício s Segundo si Distância entre elemento roscado e o seu eixo de charneira; [si] = m T Momento torsor; [T] = N.m t Tempo; [t] = s v Velocidade linear; [ v ] = m/s 0v Velocidade inicial; [ 0v ] = m/s V Volume; [V] = cm 3 , Volt W Watt 2D Duas dimensões 3D Três dimensões max Diferença entre as distâncias correspondentes às idades de 12 e 7 anos Coeficiente de Poisson Densidade a Tensão alternada; [a] = MPa i Tensão mínima; [i] = MPa Velocidade angular; [] = rad/s Ângulo de torção ou de giro; [rad 1 1 - OBJECTIVOS E INTRODUÇÃO 1.1 OBJECTIVOS O trabalho que se está a apresentar assume como principal meta o desenvolvimento do conceito e preparação para fabrico de protótipo de um kart para criança que acompanhe o seu crescimento, dos 7 aos 12 anos de idade. Este acompanhamento será permitido através de um conjunto de inovações realizadas ao nível do chassis, pedais, coluna de direcção e berço do banco. Este conceito deverá permitir, com um só produto, o desenvolvimento das inúmeras capacidades cognitivas e reactivas que a criança necessita de aplicar na utilização de um kart, de forma segura e fiável, ao longo de pelo menos 5 anos de pleno crescimento. O desenvolvimento deste conceito não tem como finalidade o mercado do karting de competição mas sim o do kartingde aprendizagem e lazer. O desenvolvimento do conceito geométrico será sustentado por uma análise estrutural computacional e pretende-se também o estabelecimento de procedimentos de preparação para fabrico de um protótipo e ainda a elaboração de um plano de oportunidade estratégica e financeira. 1.2 CARACTERIZAÇÃO DO PRODUTO O produto desenvolvido neste trabalho foi designado de Kid’ART (será este o nome utilizado para o identificar no texto que se segue) e assume-se como um conceito inovador de um kart, cuja característica principal é a capacidade de utilização por crianças desde os 7 aos 12 anos de idade, o que é possibilitado pelo conjunto de afinações existentes no conceito. Estas afinações são realizadas, tal como indicado no ponto anterior, ao nível dos componentes que permitem, de uma forma simples, segura e eficaz, a adaptação do kart à dimensão corporal de uma determinada criança situada na faixa etária já referenciada. Na figura 1 pode ser visualizado um exemplo desta aplicação, nomeadamente, o kart e o boneco (dummy) relativo à idade de 12 anos. A criação de cada um destes bonecos passou por um cuidado estudo de antropometria, de onde se retiraram as dimensões médias relativas a cada idade pretendida. De salientar também o desenvolvimento de componentes de segurança passiva, cujo objectivo primordial é dotar o kart de elementos que permitam torná-lo um brinquedo de condução seguro. 2 Outra particularidade que pode ser associada a este conceito, diz respeito ao posicionamento deste produto num mercado que não abrange o karting de competição. Torna- se assim possível enquadrá-lo em três áreas essenciais, relativamente ao seu campo de aplicação: i) lazer/diversão; ii) formação cívica e iii) aprendizagem. A conjugação de todos estes factores permite a referência ao Kid’ART como um brinquedo que fomenta variadas competências fundamentais no desenvolvimento de uma criança. 1.3 ENQUADRAMENTO HISTÓRICO Durante a 2ª Grande Guerra Mundial, os militares ingleses e americanos construíram pequenos veículos motorizados para movimentarem os mecânicos e as ferramentas nos respectivos campos de aviação. Para este fim utilizavam peças de aviões e chegaram a fazer corridas amigáveis entre eles, quando dispunham de tempo livre. Estes veículos, bem como o kart de James Olive Day (construído em 1943 na Inglaterra), constituem os antecessores dos karts de hoje [1]. De referir que eram veículos que raramente alcançavam os 50 km/h. Apesar do confronto bélico ter originado a criação deste tipo de veículos, a evolução que se adivinhava para os anos posteriores não se concretizou. Foi preciso aguardar pela década de 50, mais propriamente em Setembro de 1956, para se assistir ao aparecimento daquele que é considerado o primeiro e efectivo kart. Os seus criadores tinham como objectivo Figura 1.2 – Kart de James Olive Day Figura 1.1 – Kart e boneco (dummy) de 12 anos 3 construir algo que lhes pudesse originar divertimento, nunca pensando numa actividade que fosse, para eles, fonte de rendimento. Art Ingels, habitualmente denominado como o pai do karting, era desde 1951, engenheiro e designer de carros de corrida na fábrica Kurtis Kraft em Glendale – Califórnia, nos Estados Unidos da América e construía hot rods 1 nos seus tempos livres. Lou Borelli, amigo e vizinho de Art Ingels desde criança, trabalhava como engenheiro de manutenção das estações de serviço da Standard Oil. Em Agosto de 1956, Art e Lou preparavam a construção de um hot rod numa garagem quando decidiram reunir todas as peças para a construção do primeiro kart. Este foi então feito com tubos de aço que utilizava nos carros de corrida, rodas de avião, um pequeno motor a dois tempos de um corta-relva e um volante de um antigo avião fora de utilização. Com o passar do tempo, o karting foi se implementando em outros locais dos Estados Unidos e, consecutivamente, começaram as primeiras competições. Conseguiu-se superar rapidamente a barreira dos 50 km/h e inseriram-se mais e melhores técnicas. Durante os anos 60 este desporto foi introduzido na Europa através da França e Inglaterra, chegando depois à Península Ibérica nos anos 70. A primeira referência do karting em Portugal, pela comunicação social, é feita numa revista do ACP, no número publicado em Dezembro de 1958, ou seja, há mais de 50 anos. Por essa altura, chegavam ecos de corridas efectuadas no estrangeiro e a “Mundo Motorizado” avançava na divulgação da modalidade, criando mesmo uma rubrica regular em que incentivava à realização de corridas de karting em Portugal. A modalidade foi crescendo aos poucos e rapidamente começaram a ser construídos os primeiros karts portugueses. Os principais especialistas do karting nacional associam o ano de 1987 ao aparecimento oficial deste desporto motorizado em terras lusas. No entanto, ele só era conhecido em algumas zonas do país e na vertente de competição, o que dificultava a prática em grandes números. De referir ainda que o primeiro kartódromo que surgiu em Portugal foi na cidade alentejana de Évora [1]. No início da década de 90, a modalidade atingiu uma grande expansão, ficando conhecida em todo o território nacional e acessível a todos. 1 Hot rods são carros americanos com grandes motores, modificados para velocidade linear. Figura 1.3 – O primeiro kart 4 Actualmente, o karting em Portugal encontra-se num estado de desenvolvimento similar ao internacional, com representações de praticamente todas as marcas da modalidade. É regulamentado pela Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting (FPAK) e existem 27 kartódromos espalhados por todo o país, sendo 13 deles homologados (na Figura 1.4 a azul) pela federação referida e 14 não (a negro) [2]. 1 – Almancil 2 – Baltar 3 – Batalha 4 – Braga 5 – Évora 6 – Faial (Madeira) 7 – Fátima 8 – Leiria 9 – Palmela 10 – Poiares 11 – Santo André 12 – Viana do Castelo 13 – Vila Real 14 – Abrantes 15 – Almeirim 16 – Bombarral 17 – Bragança 18 – Cabo do Mundo 19 – Chaves 20 – Covilhã 21 – Fafe 22 – Odivelas 23 – Oliveira do Bairro 24 – Pombal 25 – Portalegre 26 – Porto Santo 27 – Serpa Desde os seus primeiros dias, a evolução dos karts tem sido uma constante. Os chassis foram ganhado estabilidade e segurança e, hoje em dia, os karts podem alcançar velocidades superiores aos 150 km/h, com uma segurança equiparável aos monolugares da Fórmula 1. A Itália é considerada como o maior protagonista mundial tanto no fabrico de chassis como de motores para karts. Figura 1.5 – Kart actual O Karting conseguiu obter durante todo este tempo o respeito e reconhecimento, constituindo-se como um desporto automobilístico completo e uma sensacional escola de condução. Como exemplo, destaca-se a formação de pilotos de grande nome internacional Figura 1.4 – Kartódromos em Portugal 5 como Ayrton Senna, Michael Schumacher, Fernando Alonso, Lewis Hamilton e tantos outros que tiveram o seu início desportivo ao volante de um kart. Actualmente, os campeonatos internacionais são uma montra de oportunidades para fabricantes e pilotos, no entanto, o karting não é limitado a esta competição de topo. Em todo o mundo, a baixos custos, há quem participe em competições amigáveis, quer a nível regional ou nacional. A grande maioria das pessoas pratica o desporto em convívios com karts de aluguer. Nos circuitos ao ar livre ou nos circuitos “indoor”, os amantes do kart, independentemente da sua idade, podem descobrir o verdadeiro prazer de conduzir de acordo com o seu gosto e motivação. 1.4 ENQUADRAMENTO DE MERCADO O fundamento do karting não é só as corridas. Mais do que isso, ele é uma actividade desportiva ede lazer bastante completa e pode servir de ferramenta na educação e desenvolvimento de uma criança. Ao praticar esta modalidade, aprendem-se não só técnicas de condução defensiva e agressiva, como também se aprende a cumprir regras de boa educação e respeito pelos outros. Permite ainda conhecer os limites da capacidade humana e dominar uma máquina com controlo da cabeça, tronco e membros. Durante a prática, é dado a conhecer um regulamento, muito mais complexo do que em outros desportos, aprende-se a tomar decisões sob pressão e, se a curiosidade e o gosto estiverem presentes na criança, adquirem-se vários conhecimentos de mecânica. Paralelamente, o karting permite o melhoramento de capacidades motoras como a velocidade de reacção e a sensibilidade a estímulos exteriores, nomeadamente, saber sentir o comportamento do kart ou ainda saber ouvir o motor. Ao mesmo tempo, a criança pode melhorar a sua capacidade de comunicação técnica, ao saber traduzir para palavras aquilo que sente em pista. Para completar esta panóplia de vantagens que o karting pode induzir numa criança, será importante realçar ainda, o facto da introdução num ambiente de convívio (e na possibilidade de um ambiente de competição), sempre importante para um desenvolvimento equilibrado e saudável de uma pessoa. A idade mínima para se poder participar numa prova de karting é de 8 anos. No entanto, esse facto não é impeditivo da eventualidade de iniciar uma criança de menor idade. Apenas não poderá ser num âmbito competitivo. Para este efeito, existem karts apelidados de “baby-karts”, destinados a idades inferiores aos 7 anos e também os denominados karts “cadete” que têm como alvo as crianças entre os 7 e os 10 anos de idade, os quais podem ser observados na Figura 1.6. De salientar ainda que, numa perspectiva de pesquisa de mercado, e com vista à obtenção de produtos fora do capítulo da competição e que se insiram no âmbito do lazer, serão apresentados, no ponto respeitante às soluções existentes no mercado, os principais concorrentes ao nosso produto. 6 1.5 GUIA DE LEITURA Este ponto tem como finalidade apresentar ao leitor a estrutura do relatório, ou seja, dar a conhecer o que foi efectuado e descrever as tarefas que cada capítulo engloba. Sendo assim, é possível afirmar que o trabalho se encontra dividido em seis partes principais, onde a primeira diz respeito à parte introdutória que se encerra neste sub-capítulo. No capítulo 2 pode ser encontrada informação relativa ao estado de arte dos produtos já existentes, nomeadamente, o conceito anterior, chassis presentes no mercado e alguma regulamentação respeitante aos karts. O capítulo 3 inclui o desenvolvimento do conceito, mais especificamente, a formulação das condicionantes do produto, as fases pelo qual passou e ainda a representação do conceito final. A quarta parte trata do cálculo estrutural do produto conceptualizado e abrange o projecto de alguns elementos roscados e a análise em elementos finitos ao chassis. No capítulo 5 abordam-se as tarefas envolvidas na preparação para fabrico de um protótipo e diz respeito aos componentes a fabricar e a adquirir. Será também dado enfoque aos processos de fabrico utilizados, assim como à sequência de montagem do kart. O capítulo 6 refere-se ao plano de oportunidade e vai ter em conta a elaboração de uma análise S.W.O.T. e de uma análise de custos. Por fim, após a exposição destes conteúdos, serão apresentadas as conclusões de todo o estudo e indicadas as propostas para tarefas a desenvolver no futuro. Figura 1.6 – Baby Kart (à esquerda) e Kart Cadete (à direita) 7 2 - ESTADO DE ARTE Neste ponto pretende-se dar a conhecer um pouco da evolução do conceito, isto é, quando surgiu originalmente, a envolvente externa que o caracterizou e as influências que recebeu através do estudo de mercado e da regulamentação elaborada pelos principais órgãos que têm a cargo a tutela da modalidade que é o karting. Será ainda dedicado um subcapítulo para fazer referência ao que hoje em dia é pratica realizar no campo da análise de comportamento estrutural. 2.1 CONCEITO ANTERIOR A ideia de desenvolver um kart deste tipo, ou seja, um kart que acompanhe o crescimento de uma criança dos 7 aos 12 anos de idade, de cariz essencialmente de lazer e aprendizagem, surgiu em 2006 [3] com a idealização de um conceito baseado num chassis para crianças já existente. O processo inicial apoiou-se na engenharia inversa, de forma a tornar possível o maior e melhor conhecimento dos vários componentes que dizem respeito a um veículo deste género. A partir daqui, estabeleceu-se um conjunto de soluções ao nível de alguns componentes do kart, de modo a permitir a afinação para as idades acima referidas. As afinações mencionadas são relativas à coluna de direcção (ver figura 2.1), aos pedais (ver figura 2.2) e ao banco (ver figura 2.3), contando todos eles com afinações longitudinais e ainda a direcção que é acrescida de afinação angular. Apresentam-se de seguida, figuras representativas destas mesmas afinações: Figura 2.1 – Afinação da coluna de direcção Figura 2.2 – Afinação dos pedais 8 2.2 CHASSIS E SOLUÇÕES EXISTENTES NO MERCADO Para a execução deste ponto foi elaborado um estudo de mercado que se baseou na pesquisa de vários fabricantes de produtos (chassis de karts) que se possam comparar como futuros concorrentes do nosso produto. Um dos objectivos desta pesquisa passou por identificar alguns dos pontos fortes e pontos fracos dos vários tipos de karts para crianças, para que fosse possível a conjugação de várias ideias, formas ou conceitos e, deste modo, criar um produto seguro, atractivo e com qualidade. De seguida, serão apresentados alguns karts e respectivas características, das principais empresas dedicadas a esta actividade. O critério de selecção desta apresentação está relacionada com o mercado alvo de cada empresa, isto é, deu-se privilégio aos karts de lazer para crianças, assim como o conjunto de soluções inovadoras apresentadas nos seus karts. 2.2.1 CRG Mini Spit Fire Figura 2.3 – Afinação do banco Figura 2.4 – Kart de aluguer da CRG 9 Características Técnicas: Tipo Gama de utilização (não disponível) Sistema de travagem Hidráulico Afinações Banco Componentes de Segurança Pára-choques envolvente Tabela 2.1 – Características do kart da CRG 2.2.2 MACH 1 KART In/Outdoor Kart Características Técnicas: Tipo Gama de utilização Adultos Sistema de travagem Mecânico Afinações Não tem Componentes de Segurança Pára-choques envolvente Protecção do eixo Tabela 2.2 – Características do kart da Mach 1 2.2.3 INTREPID Mini Rental Kart Figura 2.6 – Kart de aluguer da Intrepid Figura 2.5 – Kart de aluguer da Mach 1 10 Características Técnicas: Tipo Gama de utilização Dos 8 aos 12 anos Sistema de travagem Hidráulico Afinações Não tem Componentes de Segurança Pára-choques envolvente Protecção do eixo Tabela 2.3 – Características do kart da Intrepid 2.2.4 SODI KART Sodi Fun Kid Características Técnicas: Tipo Gama de utilização Dos 9 aos 12 Sistema de travagem Hidráulico Afinações Banco e pedais Componentes de Segurança Pára-choques envolvente Protecção do eixo Protecção do motor Tabela 2.4 – Características do kart da Sodi Kart 2.2.5 TONY KART Viper Figura 2.7 – Kart de aluguer da Sodi Kart Figura 2.8 – Kart de aluguer da Tony Kart 11 Características Técnicas: Tipo Gama de utilização (não disponível) Sistema de travagem Hidráulico Afinações Banco Componentes de SegurançaPára-choques envolvente Protecção do eixo Tabela 2.5 – Características do kart da Tony Kart 2.3 REGULAMENTAÇÃO E RECOMENDAÇÕES 2.3.1 REGULAMENTO TÉCNICO Para uma melhor percepção de alguns conceitos e parâmetros relacionados com este desporto e com este tipo de veículos, entendeu-se como necessário recorrer a alguma legislação para que esta metodologia tivesse presente a coerência e o rigor assumidos pelas principais organizações desta modalidade que é o karting. Sendo assim, de seguida apresenta-se um resumo do que mais importante para este estudo pode ser retirado de regulamentos de competição elaborados por algumas federações [4]. 2.3.1.1 Definições Definição de um kart Um kart é um veiculo terrestre monolugar, sem tecto nem habitáculo, sem suspensão, com ou sem carroçaria, equipado com 4 rodas não alinhadas que estão em contacto com o solo, das quais as duas da frente asseguram a direcção e as duas traseiras, ligadas por um eixo monobloco, a locomoção. As partes principais são o chassis (incluindo a carroçaria), os pneus e o motor. Aquisição de dados Qualquer sistema (com ou sem memória) instalado num kart e que permita ao piloto durante ou após a corrida, ler, indicar, adquirir, registar, informar ou transmitir toda a informação. Partes mecânicas Todas as necessárias à propulsão, direcção e travagem, bem como todo o acessório, móvel ou não, necessário ao seu normal funcionamento. 12 Chassis Estrutura de conjunto do kart que engloba todas as partes mecânicas e de carroçaria, incluindo qualquer peça solidária com a referida estrutura. Quadro Parte portadora principal e monobloco do chassis, recebendo as peças principais e auxiliares. Motor Cilindrada – Volume V engendrado no(s) cilindro(s) do motor pelo deslocamento ascendente ou descendente do(s) pistão(s), expresso em centímetros cúbicos [4]: V = 0,7854 x d 2 x l x n (1) em que: d = diâmetro, l = curso, n = número de cilindros. Reservatório de carburante Qualquer capacidade que contenha carburante, susceptível de correr para o motor. Roda É definida pela jante com pneu e serve para a condução e/ou locomoção do kart. 2.3.1.2 Prescrições gerais Kart Quanto às exigências gerais, um kart compõe-se de chassis-quadro (com ou sem carroçaria), pneus e motor. Deve cumprir com as seguintes condições gerais: Posição de condução: sobre o banco com os pés para diante; Número de rodas: 4 (quatro); Material: a utilização de titânio no chassis é proibida. De seguida são referenciadas as exigências especiais. Chassis É composto pelo seguinte: Figura 2.9 – Chassis de um kart 13 a) Chassis-quadro – é a parte central e portadora de todo o kart, serve de conexão rígida das partes principais correspondentes do chassis e à incorporação de peças auxiliares e confere ao kart a resistência necessária às forças eventualmente suportadas quando em marcha. b) Peças principais do chassis – todas as partes que transmitem as forças da pista ao chassis-quadro apenas por intermédio dos pneus: jantes com suporte, eixo traseiro, mangas de eixo, eixos pivots e suportes de eixo dianteiro e de eixo traseiro. O veio traseiro (eixo) deve ter um diâmetro exterior máximo de 50 mm e uma espessura de parede mínima em qualquer ponto, de 1,9 mm. A tabela de equivalência das espessuras em função dos diâmetros externos pode ser visualizada no Anexo A. c) Peças auxiliares do chassis: fixações dos travões, do motor, do escape, da direcção, do banco, dos pedais, dos pára-choques e do silenciador de admissão. Com a finalidade de tornar o kart mais sólido, podem ser acrescentados mais tubos e perfis (peças auxiliares). No entanto, essas peças não devem representar um risco para a segurança do condutor e para os outros concorrentes. Piso Deve existir um piso em material rígido, unicamente desde a travessa central do quadro até à dianteira do kart, sendo rematado lateralmente por um tubo ou um rebordo que impeçam os pés do piloto de escorregarem para fora da plataforma. Um orifício com um diâmetro máximo de 35 mm é autorizado mas unicamente para aceder à coluna de direcção. Carroçaria É constituída por todas as partes do kart em contacto com o ar exterior (com excepção das peças mecânicas referidas no ponto relativo ao chassis), o reservatório e os porta- números. Deve ter um acabamento irrepreensível e não ser de carácter provisório nem possuir nenhuma aresta viva. A carroçaria tem de ser constituída, obrigatoriamente para todas as categorias, por duas caixas laterais, por uma carenagem dianteira e um painel frontal, e, facultativamente, por uma carenagem traseira. Toda a carroçaria deve ser homologada pela CIK/FIA. De salientar Figura 2.10 – Chassis-quadro 14 que a junção dos três elementos da carroçaria homologados de marcas ou modelos diferentes é autorizada. As duas caixas laterais devem ser utilizadas conjuntamente. Quanto aos materiais, eles devem ser não metálicos e a fibra de carbono, o kevlar e a fibra de vidro são proibidos, excepto para a categoria Superkart. Para todas as categorias, no caso do material ser plástico, este deverá ser do tipo “não estilhaçável”, não apresentando arestas vivas em caso de ruptura. Transmissão A transmissão de movimento deve sempre ser efectuada pelas rodas traseiras. O seu método é livre, mas é proibido qualquer tipo de diferencial, seja pelo eixo, pelo cubo da roda ou por qualquer outro meio. Na parte traseira do kart, mais propriamente no eixo, e numa zona perto dos extremos, estão localizados os sistemas de travagem e aceleração. Do lado esquerdo do veículo (quando este está a ser visto da retaguarda), temos o sistema de travagem que é composto por um jogo de pastilhas e pinça, podendo esta última ser hidráulica ou mecânica. Do outro lado do veio, aproximadamente numa zona equivalente, encontra-se a cremalheira e a respectiva corrente, responsável por transmitir o movimento de rotação ao veio e por sua vez ao kart. Figura 2.11 – Exemplo de carroçaria Caixa lateral Painel frontal Carenagem dianteira Figura 2.12 – Exemplo de sistema de travagem hidráulico 15 Protecção de Corrente/Correia Este tipo de protecção é obrigatório em todas as Categorias com ligação directa e deve criar uma protecção eficaz em cima e dos dois lados expostos da corrente e do pinhão e prolongar-se, no mínimo, até ao plano inferior do eixo traseiro. Suspensão É interdito o uso de qualquer dispositivo de suspensão, elástico ou articulado. Assim, os dispositivos de amortecimento hidráulicos, pneumáticos, ou mecânicos são proibidos em todo o kart. Direcção A direcção deve ser controlada por um volante de forma circular com um perímetro contínuo. Por razões de segurança o volante não deve apresentar nenhuma parte angulosa. Uma parte correspondente a 1/3 do círculo (superior ou inferior) pode apresentar um raio diferente ou ser em linha recta. No caso de existir um dispositivo de medida montado no volante, ele não poderá ultrapassar em mais de 20 mm o plano que assenta sobre o volante, nem ter arestas vivas. Todos os elementos da direcção deverão comportar um sistema de fixação que ofereça completa segurança (porcas com cavilhas ou freios, contra - porcas ou porcas autoblocantes). A coluna de direcção deve apresentar um diâmetro mínimo de 18 mm e uma espessura mínima de 1,8 mm. A direcção deve, obrigatoriamente, ser montada com um sistema de “clip de segurança” para a porca de fixação ao apoio inferior. Figura 2.13 – Cremalheira e corrente Figura 2.14 – Exemplo de uma coluna de direcção 16 De realçar ainda os elementos responsáveis pela mobilidade da direcção
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