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Departamento de Mecânica TECNOLOGIA DE DISPOSITIVOS Professor: Eng. Antonio Garcia Netto Professora: Itália Ap. Zanzarini Iano Apostila de Tecnologia de Dispositivos Página 2 Indice 1. Introdução........................................................................................................................................ 03 1.1. Conceito.................................................................................................................................... 03 1.2. Check list do antiprojeto, Procedimentos para projeto............................................................... 03 1.2.1.Análise do produto............................................................................................................. 03 1.2.2.Análise da operação.......................................................................................................... 03 1.2.3.Análise do equipamento.....................................................................................................04 1.2.4.Análise das condições de operação................................................................................... 04 1.2.5.Análise de Custo................................................................................................................04 1.3. Objetivos de um dispositivo.......................................................................................................05 1.4. Classificação............................................................................................................................. 05 1.4.1.Dispositivos universais.......................................................................................................06 1.4.2.Dispositivos não convencionais......................................................................................... 06 1.4.3.Pontos observados no estudo da peça para efetuarmos um bom dispositivo................... 06 1.5. Elementos de um dispositivo..................................................................................................... 07 2. Posicionar.........................................................................................................................................08 2.1. Principios da locação.................................................................................................................08 2.2. Graus de liberdade.................................................................................................................... 08 2.2.1.Locar................................................................................................................................. 09 2.2.2.Centrar.............................................................................................................................. 10 2.2.3.Hiperlocação......................................................................................................................10 2.3. Superfície de Referência ou referenciais.................................................................................. 12 2.3.1.Requisitos para escolha da superfície de referência ou referencial................................... 13 2.3.2.Análise das cotas da peça..................................................................................................13 2.3.3.Análise das tolerâncias da peça......................................................................................... 13 2.3.4.Análise dos detalhes de referência.....................................................................................15 2.3.5.Simbologia para estudo (simplificada)................................................................................15 2.3.6.Regra para utilização de pontos de contato entre a peça e o posicionador........................ 15 2.3.7.Exercícios de análise de graus de liberdade ..................................................................... 16 2.4. Posicionadores.......................................................................................................................... 21 2.5. Sistemas autocentrantes........................................................................................................... 23 2.6. Posicionamento por furos.......................................................................................................... 24 2.6.1.Cálculo de folga................................................................................................................. 24 2.6.2.Posicionadores para furos..................................................................................................24 2.7. Exercícios de posicionadores.................................................................................................... 25 2.7.1.Respostas dos exercícios de posicionadores..................................................................... 29 3. Sujeição............................................................................................................................................30 3.1. Requisitos para projeto do sujeitador........................................................................................ 30 3.1.1.Estudo de uma sujeição .................................................................................................... 30 3.2. Erros de sujeição.......................................................................................................................31 3.3. Tipos de sujeição...................................................................................................................... 31 3.4. Geração da força de sujeição................................................................................................... 32 3.5. Sujeição rígida e elástica...........................................................................................................33 3.6. Elementos rígidos de sujeição................................................................................................... 33 3.6.1.Fusos ................................................................................................................................33 3.6.2.Excêntricos de sujeição .................................................................................................... 34 3.6.3.Cunhas de sujeição........................................................................................................... 39 3.6.4.Rampas frontais.................................................................................................................40 3.6.5.Morsas auto centrantes ..................................................................................................... 41 3.6.6.Grampos de sujeição......................................................................................................... 43 3.6.7.Placas................................................................................................................................46 3.6.8.Pinças............................................................................................................................... 49 3.7. Elementos elásticos de sujeição................................................................................................ 51 3.8. Sistemas equalizadores.............................................................................................................51 3.9. Sujeição múltipla de peças........................................................................................................ 51 4. Divisores .....................................................................................................................................53 5. Extração de peças ........................................................................................................................... 55 5.1. Extração....................................................................................................................................55 6. Bibliografia........................................................................................................................................56Apostila de Tecnologia de Dispositivos Página 3 1. INTRODUÇÃO 1.1 . CONCEITO Dispositivo é todo acessório complementar de uma máquina, ferramenta ou processo de produção, destinado a permitir a realização de uma operação dentro dos requisitos de Qualidade e Produtividade, assim como o aperfeiçoamento de uma operação realizada sempre visando o aumento da Produtividade e melhoria da Qualidade, tambem é função dos dispositivos a melhoria das condições de segurança da operação, visando a proteção dos operadores e equipamentos. Exemplo: Necessitamos fazer um furo cego de diâmetro 12 mm com profundidade de 50 mm em um bloco de aço 1020. Podemos tentar realizar essa operação utilizando uma furadeira manual segurarando o bloco de aço com as mãos. Pode ser que consigamos realizar a operação, mas com certeza não conseguiremos uma boa precisão no furo, a operação será demorada e correremos o sério risco do bloco se soltar das mãos e provocar um acidente. Podemos melhorar essa situação usando de um acessório muito comum nas oficinas que é a morsa. Com esse acessório já conseguiremos prender a peça com maior segurança, reduzindo o risco de acidentes. Como a peça ficará firme na morsa teremos também uma maior garantia na qualidade da operação, além de conseguir realizá-la com maior velocidade. Essa morsa que nós tratamos como um acessório das máquinas, é também chamada de dispositivo.Se essa operação vai ser realizada em uma série muito grande de peças, num ritmo de produção seriada, a morsa comum não vai nos atender quanto a velocidade necessária para a produção, dessa forma teremos que utilizar um dispositivo especialmente projetado para a operação, com posicionadores, sujeitadorres, mascara e guia de broca. O sucesso do projeto do dispositivo é resultado da habilidade do projetista em analisar todas as condições e informações pertinentes a operação de manufatura e eliminar as dificuldades e problemas associados a essa operação. O projeto de um dispositivo inicía pela análise da situação, escolha das alternativas e finalmente a colocação da ideia no papel, seus detalhes são projetados e desenvolvidos em croquis e na cabeça dos projetistas. A responsabilidade do projetista é de obter as melhores condições de produção das peças ou produtos, de acordo com o requerido nos desenhos e com o menor custo possível. 1.2. CHECKLIST DO ANTEPROJETO, PROCEDIMENTOS PARA PROJETO Veremos alguns procedimentos de análise que se seguidos pelos projetistas irão reduzir a possibilidade de problemas nos projetos de dispositivos. Temos 5 fases ou passos a serem seguidos para desenvolvimento de um projeto de dispositivos: 1.2.1 ANÁLISE DO PRODUTO – Propriedades - Condutividade térmica, durabilidade, dureza, usinabilidade, resistência elétrica, rigidez, resistência, peso; – Forma do Material - Barra, fundido, forjado, barra pré-cortada, estampado, componente; – Tipo do Material - Ferroso, não ferroso, não metálico; – Geometria - Cônico, cilíndrico, chato, piramidal, esférico, trapezoidal, superfícies irregulares; – Especificações de Detalhes - Furos, relevos, superfícies, etc., características da forma, localização, características da posição, medidas, condições da superfície. 1.2.2 ANÁLISE DA OPERAÇÃO – Operações de Transformação por Usinagem - Furação, brochamento, brunimento, chanframento, corte, desbaste, fresamento, retificação (plana, cilíndrica, centerless, furo), lapidação, torneamento, geração de engrenagem, roscamento, etc; Apostila de Tecnologia de Dispositivos Página 4 – Operações de Montagem - Colagem, prensagem, rebitagem, aparafusamento, soldagem, etc; – Operações de Inspeção - Geometria, testes físicos, testes não destrutivos, testes mecânicos, condições da superfície, dimensionamento; – Outras Operações - Pintura, tratamento térmico, tratamento de superfícies, etc. 1.2.3 ANÁLISE DO EQUIPAMENTO – Tipo de equipamento de usinagem (transformação) - Torno, retífica, fresadora, brunidora, polidora, etc., (condições dos equipamentos); – Tipo de Equipamento de Montagem ou Inspeção; – Outros Equipamentos; – Condições do Equipamento - se o equipamento sofreu alterações/manutenções ao longo do tempo. NORMALMENTE AS ETAPAS 1.2.2 E 1.2.3 SÃO ANALISADAS EM CONJUNTO. 1.2.4 ANÁLISE DAS CONDIÇÕES DE OPERAÇÃO Esta fase analisa as condições de trabalho, como tempos de operação, tempos mortos, condições de fadiga, ergonometria, segurança, normalmente nessa fase são observados os aspectos referente as condições de posicionamento, fixação e soltura das peças: – Locação - Posicionamento angular, eixos, planos, superfícies, concentricidades, paralelismo, perpendicularismo, simetria, etc; – Cavaco - Acumulação, retirada; – Posicionamento relativo a ferramentas e ao dispositivo - Indexação, rotações, etc; – Sujeição - Atuação manual ou automática, direção das forças de sujeição, intensidade da força de sujeição, facilidade, rapidez e segurança; – Fluido Refrigerante. 1.2.5 ANÁLISE DE CUSTO Como veremos, uma das principais funções de um dispositivo é a redução dos custos de produção, dessa forma é necessário que o dispositivo a ser projetado esteja dentro do planejado na relação “custo x beneficio”. Exemplo: Temos que fresar um lote de 500 peças, o custo de produção é de R$ 16,00 por peça. Um dispositivo especial para essa operação custará R$ 500,00 a um custo de operação de R$ 12,00 por peça. Pergunta-se: a-) Haverá ganho no uso desse dispositivo? b-) Qual o menor lote de produção para termos um ganho no uso do dispositivo? Resolução: a-) Custo de Produção: CP = 16,00 por peça Custo de Operação: COP = 12,00 por peça Ponto de equilíbrio entre os custos se dará quando houver a amortização do custo do dispositivo, satisfazendo a seguinte equação: CP = COP + CDISP / Lote Produção 16,00 = 12,00 + 500,00 / LP LP = 500,00 / (16,00 - 12,00) LP = 125 peças b-) Como o lote é de 500 peças, superior ao lote do ponto de equilíbrio, podemos afirmar que haverá um ganho na utilização do dispositivo. Podemos ver mais claramente essa situação analisando-se o gráfico abaixo: Custo Peça = CDISP / Lote + COP Apostila de Tecnologia de Dispositivos Página 5 Lote Custo Peça 100 pçs 17,00 200 pçs 14,50 300 pçs 13,70 400 pçs 13,25 500 pçs 13,00 Retorno do Investimento (simplificado): S = KT + (T/N) S = Ganho anual bruto antes despesas K = Expectativa de retorno do investimento após impostos T = Custo estimado do ferramental N = Vida estimada do ferramental Exemplo: S = R$ 750,00 S = (K x T) + (T / N) K = 15% desejado 750,00 = (K x 1200,00) + (1200,00 / 2) T = R$ 1200,00 750,00 - 600,00 = 1200,00 K N = 2 anos então K = 0,125 ou 12,5% 1.3. OBJETIVOS DE UM DISPOSITIVO Como vimos, os principais objetivos de um dispositivo são proporcionar a simplificação dos processos produtivos, melhoria da qualidade e da produtividade, redução de refugos e retrabalhos, eliminação de tempos mortos, melhoria no aproveitamento dos equipamentos disponíveis, automatizando parte da operação. Todas essas melhorias obtidas com o uso de um dispositivo devem se traduzir em uma redução nos custos da operação. Em muitos casos, o dispositivo não é analisado como redução de custo de fabricação, pois sua utilização é fundamental para a realização da operação, por exemplo, em uma operação de manuseio de materiais em alta temperatura, ou materiais radioativos, temos a necessidade de usar um dispositivo, tipo garra, ou até um manipulador, pois é impossível fazer a operação com as mãos, nesses casos importa muito mais o aspecto segurança do que custo. 1.4. CLASSIFICAÇÃOUm dispositivo será classificado de acordo com sua utilização, pode ser ferramenta, utensílio, componente, acessório, etc. Para simplificar nosso estudo, vamos classifica-los em duas categorias: dispositivos universais e dispositivos não convencionais. Apostila de Tecnologia de Dispositivos Página 6 1.4.1 DISPOSITIVOS UNIVERSAIS São aqueles que, devido à sua grande utilização, já foram padronizados ou normalizados; são dispositivos que não requerem projeto específico para uso, e podem ser encontrados à venda. São as ferramentas, utensílios e dispositivos tipo morsa, placas de torno, pinças, grampos, etc. 1.4.2 DISPOSITIVOS NÃO CONVENCIONAIS São aqueles, que pela sua característica de especialização, necessitam de um projeto específico e são utilizados em peças e operações específicas, normalmente não são intercambiáveis e tem utilização única. Esses dispositivos, quando identificada uma utilização mais ampla, poderão ser fabricados em série e passar a ser dispositivo universal. O ideal é conseguirmos fazer dispositivos não convencionais partindo de componentes padronizados, reduzindo o custo pela reutilização de componentes, por isso é importante tentarmos utilizar o máximo de componentes padronizados e normalizados nos projetos de dispositivos. 1.4.3 ALGUNS PONTOS QUE DEVEM SER OBSERVADOS NO ESTUDO DA PEÇA COM PROPÓSITO DE PROJETARMOS UM BOM DISPOSITIVO – Antes de projetar o novo dispositivo, verifique a disponibilidade de usar um dispositivo padronizado, mesmo que ele tenha que sofrer algumas adaptações. – Verifique também, os dispositivos existentes na fábrica e que poderão ser modificados para uso. – Projete os dispositivos usando, sempre que possível, componentes padronizados. – A escolha das superfícies de referência, para o posicionamento, devem obedecer os critérios de cotas e superfícies alternativas, conforme veremos adiante. – Utilize as mesmas superfícies de referência, sempre que possível, para todas as operações a serem feitas na peça, eliminando dessa forma os erros acumulativos devido à mudança das superfícies de referência. – Os pontos de suporte da peça devem prover o máximo de estabilidade à peça. – Quando mais de três pontos tiverem que ser utilizados, os suportes adicionais devem ser passíveis de ajustes manuais ( em operações lentas) ou serem do tipo compensadores. – Os pontos de contato com os suportes devem ser tão pequenos quanto possível, porém sem causar danos às superfícies provocados pela força de fixação ou pela ação das ferramentas. – Suportes ou posicionadores precisam ser facilmente substituídos quando desgastados. – Colocar os posicionadores fora da área de coleta dos cavacos, providenciando a fácil saída dos mesmos. – Faça localizadores fortes o suficiente para resistir as forças de corte. – Utilize posicionadores em Carbide (sinterizado a base de Cobalto) para peça abrasiva. – Use no dispositivo tolerancias dentro das relações 1:3, 1:5 ou 1:10 da tolerância da operação, já para medição procure utilizar sempre instrumentos com precisão 10 vezes maior que o dimensão a ser medida (relação 1:10). – Providencie local para entrada e saída do fluído refrigerante. – Não esqueça dos detalhes de segurança do operador. Apostila de Tecnologia de Dispositivos Página 7 1.5. ELEMENTOS DE UM DISPOSITIVO Para compor um dispositivo, vamos dividi-lo de acordo com o tipo de componente: - Posicionadores - Num dispositivo é o componente mais importante, pois é responsável pela qualidade e repetibilidade da operação; - Sujeitadores - Também muito importante e é responsável pela manutenção da posição da peça impedindo movimentos indesejáveis durante a operação; - Elementos estruturais - Garantem a rigidez do dispositivo, impedem deformações que prejudiquem a operação; - Guias, barramentos, mancais de rolamento - São os elementos responsáveis pelos movimentos controlados entre os componentes do dispositivo; - Elementos auxiliares normalizados - São os parafusos, rolamentos, etc., elementos que não necessitam projeto especial, pois podem ser utilizados conforme encontrados no mercado; - Elementos auxiliares especiais - Fusos, máscaras de furar, buchas guia de broca, etc. Apesar de especiais, muitos são normalizados mas necessitam de uma adequação ao dispositivo; - Sistemas de proteção ao dispositivo ou à máquina - Parte importante do dispositivo que visa dar segurança ao mesmo e as máquinas, são protetores contra cavacos, contra respingo de solda, contra respingo de pintura, etc.; - Sistemas de segurança operacional - Tão importante que faz parte da definição de dispositivo, são proteções para o operador como chaves fim de curso, portas de segurança, etc.; - Sistemas automáticos - Pneumáticos, hidráulicos, elétricos, etc., constituem o aperfeiçoamento de dispositivos, eliminando operações manuais; - Sistemas de manipulação - Robôs e manipuladores, sistemas de movimentação e transporte, sistemas de medição, automática e manual; - Sistemas de controle - CNC, CLP, computadores, etc; Apostila de Tecnologia de Dispositivos Página 8 2. POSICIONAR A primeira providência a ser feita com a peça é colocá-la em uma posição definida, no dispositivo para que possamos realizar as operações necessárias, um posicionamento bem feito vai possibilitar uma operação dentro do esperado, já um posicionamento feito de maneira incorreta pode representar uma “peça morta”. Podemos definir o posicionamento de uma peça como sendo a colocação da mesma numa posição definida em relação ao sistema de referência adotado, sem que haja necessidade de efetuar- se ajustes nesse posicionamento, e podendo o mesmo ser repetido inúmeras vezes dentro das necessidades da operação. Para exemplificar, imaginemos o posicionamento de um aluno dentro de uma sala de aula, isso poderá ser feito através de coordenadas partindo das paredes e do solo, assim, um determinado aluno poderá ter uma posição definida na sala atribuindo-se valores a essas coordenadas, 3 metros da parede lateral esquerda, 5 metros da parede frontal, no nível do solo. Para termos um posicionamento mais correto deveríamos acrescentar mais algumas informações, como: sentado, de frente para o quadro, mãos sobre a carteira, etc. Todas essas informações vão possibilitar a repetição da posição desse aluno sempre que necessário. Portanto consideremos que o posicionamento é perfeito quando a repetibilidade da posição desejada é feita dentro do esperado. Adotamos o sistema de referência de acordo com o tipo de operação a ser realizada, em uma usinagem, podemos considerar o sistema de referência como sendo o “work envelop” da máquina. Já em uma operação de manipulação podemos considerar o “work envelop” do manipulador e em alguns casos de transporte, o sistema de referência pode ser o prédio ou uma unidade fabril. WORK ENVELOP é o volume descrito pelo percurso da ferramenta em uma máquina, por exemplo em uma fresadora, é a distância máxima atingida pela ferramenta nos sentidos longitudinal e transversal e na altura da mesma. Em uma operação de frezamento devemos tomar como referencial esse work envelop, fazendo com que as peças fiquem posicionadas dentro do campo de ação da máquina. No exemplo acima, o sistema de referência adotado foi a sala de aula, já se quisermos posicionar o aluno na escola, bastará informarmos a sala e o prédio que ele se encontra, outras informações de posicionamento, como se ele está sentado ou não, são irrelevantes ao caso. Da mesma forma que se quisermos saber a posição de alguém em viagem pelo país, bastará informar o Estado e a Cidade que ele se encontra para completar a informação, ou seja, a escolhado sistema de referência a ser adotado está relacionada com o tipo de operação a ser feita, a precisão necessária e o nível de informações que satisfarão a repetibilidade do posicionamento dentro de um regime de produção seriada. O estudo do posicionamento deve levar em consideração que a operação seja feita de forma rápida e segura evitando-se a possibilidade de termos várias posições para a mesma peça no dispositivo, pois apesar da importância do posicionamento da peça na qualidade da operação, ele sozinho não agrega valor ao produto, somente agrega custo. 2.1. PRINCÍPIOS DA LOCAÇÃO A locação da peça é o primeiro e mais importante passo do projeto de um dispositivo, ela requer constante e total atenção do projetista. Nunca devemos esquecer que o propósito do dispositivo é locar, suportar, sujeitar a peça e garantir essa condição a todas as demais peças do lote a ser produzido. Em muitos dispositivos, são projetados pequenos detalhes que impedem a colocação errada da peça no dispositivo, isso é chamado “pokayoke” que é uma palavra japonesa que significa à prova de erros. A utilização desses recursos, visam aumentar a segurança da operação e principalmente aumentar a produtividade, eliminando a necessidade do operador pensar e decidir no posicionamento da peça. 2.2. GRAUS DE LIBERDADE Uma peça pode assumir qualquer posição dentro de um sistema de referência, a liberdade que ela tem de assumir essas posições é chamada de graus de liberdade. São seis os graus de liberdade possíveis, três eixos - x, y, z , três planos - xy, xz, yz. Quando limitamos a liberdade da peça de assumir qualquer posição segundo um eixo ou plano, estamos posicionando a peça nesse eixo ou plano. Apostila de Tecnologia de Dispositivos Página 9 Alguns autores utilizam 12 graus de liberdade x, -x, y, -y, z, -z, xy, -xy, xz, -xz, yz, -yz. 2.2.1 LOCAR Chamamos de locação o posicionamento da peça segundo os eixos : x, y, z. – SEMI LOCAÇÃO Posicionar em relação à um eixo. Utilizamos a semi locação, por exemplo, quando vamos realizar operações de desbaste ou fresamento em peças onde somente é importante a dimensão da altura da mesma. – LOCAÇÃO Posicionar em relação à dois eixos. Na fabricação de um furo passante ou um canal, as medidas importantes são somente duas, posicionamento do furo em dois eixos, ou posicionamento do rasgo e profundidade do mesmo, nesses casos bastará o posicionamento de dois eixos para realizarmos o posicionamento da peça. Apostila de Tecnologia de Dispositivos Página 10 - LOCAÇÃO PLENA Posicionar em relação aos três eixos. A operação de um furo cego, necessita além do posicionamento dos eixos do furo, uma cota para a profundidade do mesmo, acarretando no posicionamento em três eixos. 2.2.2 CENTRAR Quando posicionamos a peça em relação aos planos : xy, xz, yz, chamamos de Centragem. Normalmente, o posicionamento dos planos é feito em conjunto com os eixos, somente operações específicas, como torneamento, requerem posicionamento em relação a planos e não a eixos. – SEMI CENTRAGEM Posicionar em relação à um plano. Não é comum a utilização de somente um plano de posicionamento. – CENTRAGEM Posicionar em relação à dois planos. Nas operações de torneamento, citadas acima, é feita a centragem da peça na placa, ou seja, é feito o posicionamento da peça em relação a dois planos. – CENTRAGEM PLENA Posicionar em relação aos três planos. Teremos a necessidade da centragem plena, ou seja, em relação aos três planos em operações complexas ou em peças com superfícies irregulares. A escolha do grau de liberdade da peça e consequentemente dos eixos e planos que vamos posicioná-la, depende da peça e da operação que será realizada. Uma mesma peça pode ter graus de liberdade diferentes dependendo da operação que será feita. Adiante veremos alguns exemplos de peças e operações e seus respectivos graus de liberdade. 2.2.3 HIPERLOCAÇÃO A importância de escolhermos corretamente os graus de liberdade faz com que tenhamos uma otimização no projeto do posicionador, se tivermos menos posicionadores que o necessário, ou colocarmos erradamente, teremos dificuldade na produção seriada da peça, também a colocação excessiva de posicionadores pode trazer uma hiperlocação, que ocorre quando fazemos a utilização de um número excessivo de eixos ou planos de posicionamento, conforme o exemplo abaixo. Portanto devemos sempre ter o número exato de posicionadores e nos eixos e planos determinados. Apostila de Tecnologia de Dispositivos Página 11 Exemplos de hiperlocação: Exemplo 1: Neste caso temos apoio em quatro pontos, o que não garante posicionamento é a possível instabilidade, pois poderei ter apenas três pontos apoiados e se alternando, o que gera dúvida. Exemplo 2: Peça a ser fabricada No caso da peça ser fabricada com máxima tolerância da cota A, a peça será posicionada pela superfície inferior de A, e se for fabricada com mínima tolerância da cota B, ela será posicionada pela superfície inferior de B, gerando dúvidas de posicionamento: Apostila de Tecnologia de Dispositivos Página 12 2.3. SUPERFÍCIES DE REFERÊNCIA OU REFERÊNCIAIS São as superfícies que iremos utilizar para definirmos o posicionamento da peça. Em peças simétricas, cilíndricas, é comum ter-se o posicionamento em função da linha de centro, sendo a mesma o referencial nesses casos. Vamos pegar como exemplo a peça abaixo, onde pretendemos fazer um furo cego de diâmetro 10 mm. Para posicionarmos a peça no dispositivo, necessitamos escolher onde iremos encostar os elementos que irão dar a posição da peça no dispositivo. Podemos escolher para o eixo x as superfícies C ou E, para o eixo y as superfícies A ou B e para o eixo z as superfícies D ou F. Essa escolha que estamos fazendo aleatoriamente, deve ser de tal forma que dois projetistas sempre escolham as mesmas superfícies. Então, não podemos fazer uma escolha aleatória como foi dito, mas devemos seguir alguns critérios. Apostila de Tecnologia de Dispositivos Página 13 2.3.1. REQUISITOS PARA ESCOLHA DA SUPERFÍCIE DE REFERÊNCIA OU REFERÊNCIAL Os requisitos para escolha das melhores referências para o posicionamento da peça são os seguintes: - Análise das cotas da peça – Define as referências ideais da peça; - Análise das tolerâncias da peça – Define as referências alternativas da peça; - Análise dos detalhes de referência - Entalhes, furos, rasgos, rebaixos (normalmente usamos para posicionamento de planos). 2.3.2. ANÁLISE DAS COTAS DA PEÇA Escolha da superfície de referência ideal. Quando o projetista elabora uma peça, seja ela para uso final ou um componente de um conjunto, ele apresenta, através das cotas, as dimensões que realmente interessam na peça. Deve-se considerar que a superfície de onde sai a cota do posicionamento da operação é o melhor referêncial para esse posicionamento, no exemplo dado, as cotas de posicionamento do furo a ser realizado saem das superfícies: - Eixo x = Superfície E; - Eixo y = Superfície A; - Eixo z = Superfície D, e devem ser prioritariamente utilizadas para o posicionamento da peça. 2.3.3. ANÁLISE DAS TOLERÂNCIAS DA PEÇA Escolha da superfície de referência alternativa. Em algumas situações, a utilização da superfície determinada pela cota não constitui uma solução prática, ou seja, poderíamos ter um dispositivo mais barato e prático utilizando outras superfícies de referência. Peguemos o exemplo acima e no eixo y, no lugar de utilizarmos a superfície A como referência, utilizemos a superfície B. Nesse caso, uma parte da tolerância dada pelo projetista para a profundidade do furo irá ser utilizada na troca da superfície dereferência, obedecendo a seguinte equação: Apostila de Tecnologia de Dispositivos Página 14 ∑ Tol. de Operação a ser feita - ∑Tol. da peça recebida = ∑ Nova Tol. de trabalho No exemplo acima, como a dimensão do furo tem somatória de tolerância igual a 0,6 mm, e a dimensão entre as superfícies A e B tem somatória de tolerância igual a 0,4 mm, temos uma nova tolerância de trabalho igual a 0,6 - 0,4 mm ou seja sobra para a operação 0,2 mm de tolerância. Devemos observar que ao fazermos essa mudança de referência, reduzimos a tolerância final para a operação, pois parte dela estará sendo utilizada nessa troca. Dessa forma devemos tomar cuidado para não inviabilizarmos a operação, aumentando o custo da mesma ou aumentando o índice de retrabalho e refugo. Também temos que observar que não podemos trabalhar com tolerância zero ou negativa, pois em ambos os casos, já teríamos peças mortas antes mesmo de começarmos a operação. - Análise Detalhada: B A X y 6± 0 ,3 10 ±0 ,2 Apostila de Tecnologia de Dispositivos Página 15 2.3.4. ANÁLISE DOS DETALHES DE REFERÊNCIA É necessário a análise dos detalhes da peça, os quais sejam referências para o posicionamento da peça. Uma última análise deve ser feita quanto aos detalhes que necessitam de um posicionamento específico, como rasgos, entalhes, etc. Normalmente essa análise é feita para a definição do posicionamento nos planos de referência. 2.3.5. SIMBOLOGIA PARA ESTUDO DE DISPOSITIVOS (SIMPLIFICADA) Um método para auxiliar a análise das peças, é a marcação das superfícies que serão utilizadas para que se possa colocar os posicionadores e os sujeitadores. Uma marcação simplificada pode ser apresentada a seguir: 2.3.6. REGRA PARA UTILIZAÇÃO DE PONTOS DE CONTATO ENTRE A PEÇA E O POSICIONADOR (Regra 3-2-1) Uma dica que podemos utilizar sempre, é a determinação de pontos, planos e retas de posicionamento conforme a regra abaixo, isso impedirá a hiperlocação e garantirá o posicionamento correto da peça sempre. 1°. eixo - utilizar um plano ou três pontos ; 2°. eixo - utilizar uma reta ou dois pontos; 3°. eixo - utilizar um ponto. 2.3.7. EXERCÍCIOS DE ANÁLISE DE GRAUS DE LIBERDADE: Três pinos restringem cinco graus de liberdade. Somente uma superfície está definida. Cinco pinos restringem oito graus de liberdade. Duplas superfícies estão definidas. Seis pinos restringem nove graus de liberdade. Todas as superfícies estão definidas. Apostila de Tecnologia de Dispositivos Página 16 01 – Operação: Fazer furo passante: 02 – Operação: Fazer 1º furo passante: 03 – Operação: Fazer 2º furo passante a 90º do primeiro: Seqüência para resolução dos exercícios: 1º - Definir Sistema de referência; 2º - Definir os graus de Liberdade da peça em relação a operação; 3º - Superfície de Referência Ideal; 4º - Superfície de Referência Alternativa. Apostila de Tecnologia de Dispositivos Página 17 04 – Operação: Fazer os dois rasgos passantes em uma única operação: 05 – Operação: Fazer os dois rasgos passantes em duas operações independentes: Apostila de Tecnologia de Dispositivos Página 18 06 – Operação: Fazer furo cego e canal passante em duas operações independentes, objetivando a escolha da melhor seqüência de trabalho: Apostila de Tecnologia de Dispositivos Página 19 07 – Operações: Fazer os dois furos, dois rasgos passantes e dois rebaixos em operações independentes, objetivos: realizar todos os estudos de graus de liberdade, superfície de referêrencia ideal e alternativas. Tolerância Geral ±0,1 Apostila de Tecnologia de Dispositivos Página 20 08 – Exercício TP1 Apostila de Tecnologia de Dispositivos Página 21 2.4. POSICIONADORES São os elementos que em contato com a superfície de referência escolhida, posicionam a peça para a operação. São elementos que posicionam e suportam as peças através de pontos adequados, de modo que elas não possam ser fletidas por ocasião da sujeição e também ofereçam tanta resistência às forças de corte, decorrentes da usinagem, de forma que sejam mantidas sua forma natural e sua posição correta no dispositivo. Podemos dividí-los em dois grupos, os Apoios e os Batentes, sendo que as principais diferenças entre eles estão no eixo de utilização. Os apoios são utilizados para posicionar as peças no eixo y, dessa forma devem ser projetados para suportar o peso das peças, já os batentes são utilizados para posicionar as peças nos eixos x e z. O desenho do posicionador é feito em função da superfície que fará o contato, como regra geral temos que o melhor é fazermos o contato com um único ponto, evitando-se situações de duplo posicionamento ou mesmo de dúvidas no posicionamento. Se a superfície da peça permitir, por exemplo no posicionamento de uma peça usinada, o contato poderá ser através de um plano ou uma reta, ficando a regra da seguinte forma: 1°. eixo - utilizar um plano ou três pontos; 2°. eixo - utilizar uma reta ou dois pontos; 3°. eixo - utilizar um ponto. A precisão necessária para o posicionador deve ser em função da precisão da operação, sendo 1/10 à 1/5 da tolerância da operação. a) Alguns Tipos de Posicionadores são Apresentados a seguir: POSICIONADOR TIPO PLANO POSICIONADOR TIPO CUME POSICIONADOR TIPO ESPIGÃO POSICIONADOR RÍGIDO Servem para apoiar superfícies de forma esférica Para apoios de superfícies planas Tem uma posição definida no dispositivo e não permitem regulagens . Para apoios de superfícies de formas cilíndricas Apostila de Tecnologia de Dispositivos Página 22 POSICIONADOR AJUSTÁVEL POSICIONADOR BASCULÁVEL POSICIONADOR AUXILIAR b) alguns tipos de posicionadores tipo balancim são apresentados a seguir: Quando não for possível o apoio em um só ponto, devemos decompor esse em tantos quanto necessários, procurando manter uma só referência de posicionamento. O dispositivo que é utilizado para essa decomposição é chamado Balancim. BALANCIM DE TRÊS PONTOS BALANCIM DE DOIS PONTOS Podem ser regulados por meio de parafusos ou outros meios, porém devemos prever sistemas que impeçam o "ajuste" durante a operação. São usados quando temos a necessidade de efetuarmos alguma operação na face de contato do dispositivo com a peça. Servem para auxiliar a levar as peças à posição correta de posicionamento, normalmente são sistemas móveis, e seu acionamento é por molas. Decomposição de um ponto em três, conforme mostra a figura acima. A decomposição de um ponto em dois ocorre para o apoio de peças alongadas e serve para melhor distribuir as forças, essa decomposição é feita através de um balancim. Apostila de Tecnologia de Dispositivos Página 23 APOIO DE MAIS DE TRÊS PONTOS 2.5. SISTEMAS AUTO CENTRANTES São sistemas que permitem a localização da linha de simetria de uma peça, podem ser de um só eixo, como prismas, ou de dois eixos, como as morsas auto centrantes, as placas de três castanhas e as pinças de ação externa. Sistema auto centrante de 1 eixo Prisma Morsa auto centrante de 4 pontos Morsa auto centrante de 3 pontos Placa de 3 castanhas Pinça Sistemas auto centrante de 2 eixos Podemos usar no máximo três pontos de apoio para definir um plano, quando houver necessidade da utilização de mais pontos de apoio, podemos decompô-los conforme mostra a figura. 1 Apoio 1 Apoio Apoio decomposto (Balancim de dois Podemos confirmar, através da figura acima, o posicionamento de apenas 1 eixo de simetria (eixo X), visto que peças do mesmo lote com variações de tolerâncias em seus comprimentos (L) não terão o mesmo posicionamento em Y. Apostila de Tecnologia de DispositivosPágina 24 2.6. POSICIONAMENTO POR FUROS O posicionamento de uma peça feita através de um furo ou orifício da peça pode apresentar um erro de posicionamento quando o mesmo for feito com a utilização de um pino cilíndrico como posicionador. Na figura abaixo, podemos observar esse erro de posicionamento. A solução para esse tipo de ajuste é a utilização de pinos cônicos ( conicidade de 5 à 7 graus) ou pinças de ação interna, como mostrado nas figuras. 2.6.1. CÁLCULO DE FOLGA Folga Mínima: Ø Furo Min. - Ø Pino Máx. Folga Máxima: Ø Furo Máx. - Ø Pino Mín. Erro Máximo: 2 x Folga Máxima. Exemplo: Ø do Furo de 10,20 a 10,40 mm (tolerância de ±0,10) Folga Mínima desejada = 0,10 mm Ø Pino de 10,08 a 10,10 mm (regra de 10 vezes mais preciso ±0,01) Folga Mín. = 10,2 - 10,10 = 0,1 mm Folga Máx. = 10,4 – 10,08 = 0,32 mm Erro Máx. = 2 x 0,32 mm = 0,64 mm 2.6.2. POSICIONADORES PARA FUROS – USADOS PARA ELIMINAR O ERRO DE POSICIONAMENTO PROVOCADO PELO USO DE PINO CILÍNDRICO: Posicionador por furo Tipo Cone Ângulo de 5 a 7º Posicionador por furo Tipo Pinça interna Apostila de Tecnologia de Dispositivos Página 25 2.7. EXERCÍCIOS DE ANÁLISE DE RESTRIÇÃO DE GRAUS DE LIBERDADE DE POSICIONADORES: O posicionamento da peça se dá através de 2 pinos com pontas cônicas que se assemelham a um prisma, portanto, somente uma linha de simetria será posicionada – eixo X Y X Z O posicionamento da peça se dá através de pino cônico que desliza sobre o eixo, quando a peça é posicionada seu peso vencerá a mola inferior e encostará a peça no pino lateral, portanto, o pino cônico encontrará as 2 linhas de simetria do furo – eixos Xe Z, enquanto o pino lateral encontrará a posição em Z. O posicionamento do furo cego da peça se dá através de um cone seccionado em três áreas de contato menores, portanto, somente duas linhas de simetria serão posicionadas – eixos X e Z O posicionamento da peça se dá através do prisma, portanto, somete uma linha de simetria é posicionada – eixo X. Todos os parafusos e demais componentes são para ajustes de setup. Apostila de Tecnologia de Dispositivos Página 26 O posicionamento do furo passante da peça se dá através de uma pinça interna, a qual garante duas linhas de simetria - eixos X e Z, já a peça sendo encostada na superfície inferior garante o posicionamento do eixo Y. Este dispositivo contem um batente basculante com mola e stop, para facilitar a colocação da peça, sua ponta de contato, no batente fixo, é removível pois é a região mais solicitada do dispositvo, portanto de fácil substituição. Devido a sua construção, se instalarmos um relógio comparador, podemos aferir a circularidade das peças. Quanto a posicionamento não garante nenhuma linha de centro, somente eixo x no encosto da peça. O posicionamento da peça se dá através de duplo prisma (morsa auto centrante de 4 pontos) que encontrará as suas 2 linhas de simetria – eixos X e Y. O pino C serve somente para manter a peça apoiada, no caso de peças alongadas ou pesadas, antes do seu posicionamento final, pois caso ele mantenha contato com a peça depois da morsa fechada, ocorrerá hiperlocação. Apostila de Tecnologia de Dispositivos Página 27 De acordo com os exemplos anteriores, faça a análise dos dispositivos a seguir: 1261 Apostila de Tecnologia de Dispositivos Página 28 1272 1268 1266 Apostila de Tecnologia de Dispositivos Página 29 2.7.1. RESPOSTAS DOS EXERCÍCIOS SOBRE POSICIONADORES QUANTO A ANÁLISE DE LIMITAÇÕES DE GRAUS DE LIBERDADE (livro Dispositivos de Usinagem) Nº Exerc. Posiciona Eixos Pos. Planos Nº Exerc. Posiciona Eixos Posiciona Planos 1253 X 1279 X XY 1254 X, Y, Z 1280 Apenas Auxiliam 1255 X, Y 1281 X, Z 1256 X 1282 X, Z, Y XZ, YZ, XY 1257 1283 Z 1258 X, Y, Z XY, YZ 1284 X 1259 X 1285 Z 1260 X, Y 1286 Z 1261 Auxiliar em X 1287 Y 1262 Auxiliar em X 1288 Y 1263 Auxiliar em X 1289 Z 1264 Z e auxiliar em X X 1290 Y 1265 Z e auxiliar em X 1291 Z 1266 Y 1292 1267 Auxiliar em X 1293 Y, Z 1268 Y 1294 Auxiliar em Y 1269 1295 X, Y, Z 1270 Auxiliar em Y 1296 Auxiliar em Y 1271 X, Y XY 1297 Z 1272 Z, Y ZY 1298 XZ 1273 X, Y XY 1299 Auxiliar em X, Y, Z 1274 Z 1300 Y XZ 1275 XY 1301 1276 X, Z 1302 X, Z 1277 X, Z 1303 X, Y 1278 X, Z 12731273 Apostila de Tecnologia de Dispositivos Página 30 3. SUJEIÇÃO A função de qualquer dispositivo de sujeição é aplicar e manter força em uma peça, suficiente para resistir a todas as forças de operação, sem que haja alteração na posição da peça em relação ao referêncial adotado e sem que haja deformações permanentes na peça provocado pela força de sujeição. Temos vários tipos de componentes mecânicos para sujeição dos quais podemos observar alguns exemplos como o parafuso, que é um componente simples, utilizando um plano inclinado que transmite uma força através da transformação do movimento rotativo em um movimento axial; o excêntrico que redireciona o movimento rotativo da manivela em um movimento linear fazendo uso da distância radial variável do ponto de pivô para o ponto de contato; a cunha, que aumenta e muda a direção de uma força linear por meio de um plano inclinado; o acoplamento de pino de madeira, que aumenta e muda a direção de uma força linear utilizando os mesmos princípios do excêntrico; a alavanca, que transmite e normalmente aumenta uma força girando uma barra sobre um ponto de giro; o pinhão e cremalheira que transfere e aumenta o movimento rotativo de uma engrenagem pinhão em um movimento linear da cremalheira. Estes métodos são combinados frequentemente. O projeto do sujeitador, baseado tanto na simplicidade quanto na utilidade, afeta diretamente os custos totais do produto e permite uma otimização da produção, melhores qualidades do acabamento da superfície, e melhoria na vida das ferramentas. A seleção do sujeitador é baseada na análise da peça, da operação e das quantidades a serem produzidas. 3.1. REQUISITOS PARA PROJETO DO SUJEITADOR - A pressão dos sujeitadores não deve danificar as peças no ponto de contato; - A sujeição da peça (colocação da força para sujeição) e soltura da mesma, deve ser feita de maneira fácil e rápida; - A relação necessária entre peça, localizadores, gages e ferramentas deve ser mantida; - Deve-se cuidar da segurança do operador, da peça, do dispositivo e ferramenta antes, durante e após a operação; - O sujeitador deve fazer parte integrante do dispositivo. Sujeitar significa, em resumo: Ligar firme e rigidamente a peça com o dispositivo, através da força aplicada, de forma controlada e mantendo-se o posicionamento da peça. 3.1.1 ESTUDO DE UMA SUJEIÇÃO – OPERAÇÃO: PLAINAMENTO Exemplo: Supondo que: Fop=100kgf e µ=0,1 µ (dados de tabela, varia de 0,05 a 0,15) Então:P = 1000 kgf Preciso de uma força P=1000 kgf para sujeitar uma peça, e na mesma peça ainda posso ter n variáveis que poderão alterar a força de operação e consequentemente a força necessária para sujeição. Fop Fat Reaçãoµ P onde; P = f (operação) Fat = Fop (força resistiva) então: Fat = P . µ = Fop horiz P = Fop µ Apostila de Tecnologia de Dispositivos Página 31 Considerações de estudo: - Se uma das duas forças, Fat ou Fop, for maior que a outra, haverá movimentação da peça no dispositivo. - Devido as variações da Fop durante a operação, a força P vai se alterar também, e precisa-se controlar isso. - O ideal é conseguir uma força de sujeição que “reaja” às forças da operação, transformando a força P de ativa em reativa, com isso ganha-se em produtividade, desempenho e qualidade da sujeição. - Para tal deve-se analisar o sentido das forças atuantes na operação e assim definir onde colocar “anteparos” (apoios e batentes). - Após encontrar-sea força P reativa, escolhe-se o mecanismo que possa aplicar essa força P na peça. 3.2. ERROS DE SUJEIÇÃO - ERRO NO CÁLCULO DA FORÇA NECESSÁRIA - Força (P) aplicada > Resistência à deformação da peça - Deformação permanente da peça – Regime plástico do material - - A Força (P) deve atuar dentro do regime de deformação elástica do material para não causar danos permanentes na peça. - VARIAÇÃO DA FORÇA APLICADA - Variação por movimento voluntário - Variação da força aplicada pela variação da força manual - ERRO NO PROJETO DO SUJEITADOR - Deformação da peça - Peça solta 3.3. TIPO DE SUJEIÇÃO QUANTO A APLICAÇÃO DA FORÇA DE SUJEIÇÃO: De acordo com o conhecimento da força necessária para a sujeição, projeto do sujeitador e variação da força aplicada, a sujeição pode ser: – Sujeição normal - A força aplicada foi a necessária para a sujeição; – Sujeição com força excessiva - Haverá a deformação com danos permanentes à peça; – Sujeição com força insuficiente - Peça poderá soltar-se, risco de acidente, perda da peça, danos à ferramenta, danos ao dispositivo e à máquina. Momento causado pelas Foph e Fopv P=Foph x a + Fopv x l 2 Dispositivo rígido – com este anteparo cria-se uma força resistiva à variação da força de operação. Fr = Fop P Foph l Fopv Fr a Regime elástico Regime plástico P Apostila de Tecnologia de Dispositivos Página 32 - FORMAS DE SUJEIÇÃO - UNILATERAL - BILATERAL - CENTRADA - AUTOMÁTICA 3.3. GERAÇÃO DA FORÇA DE SUJEIÇÃO - AÇÃO POR PRESSÃO (MECÂNICA) Normalmente é de utilização intensa nos sistemas tradicionais de sujeição. Gera-se a pressão na peça através de um elemento. Ex.: fuso (parafuso), excêntricos de sujeição, cunha, rampa frontal, grampos. - PNEUMÁTICA Atuação de pistões pneumáticos como elemento de sujeição, vem crescendo a cada ano, devido à facilidade de uso e ao baixo custo dos seus componentes. Trata-se do sistema mais utilizados nas automatizações. - HIDRÁULICA A atuação de sistemas hidráulicos em sujeições estava restrito em seu uso devido ao alto custo de instalação de bombas, utilização de componentes não adequados que provocavam vazamentos e outros problemas nos circuitos hidráulicos. Com o surgimento de micro pistões e sistemas mais simples como bombas portáteis, está havendo um aumento no uso de hidráulica para sujeição, principalmente em centros de usinagem, máquinas CNC, e FMS (Flexible Manufacturing Sistems). - MOTOR ELÉTRICO Tem utilização mais restrita, pois necessitam de controles tipo CLP / CNC para seu uso. Como exemplo de uso temos os motores elétricos de passo e servo motor, largamente utilizados na robótica, manipuladores e em elementos terminais de robos. P P/2 P/2 P/2 P P/2 P/2 P/2 P P P P P P P P P P.b = peso . a P = a . peso b P = a (Peso +Fop) b a b Fop Peso da peça P Apostila de Tecnologia de Dispositivos Página 33 - MAGNÉTICA Também exerce pressão mas não diretamente sobre o elemento, mas criando um campo magnético para prender a peça no dispositivo. É utilizada em mesas de sujeição de retíficas planas tangenciais e transporte de peças, tem como restrição o uso em materiais não metálicos. - VÁCUO Utilizado em dispositivos para transporte de placas de vidro, papel e outros materiais planos não porosos. Não pode ser utilizado em superfícies irregulares devido à dificuldade de formação de vácuo. Em uma sujeição caso ocorra perda de ar, o sistema compensa soltando força de vácuo (pressão contrária) dentro de limites. - GRAVIDADE Usa-se o próprio peso da peça para manter o posicionamento. A utilização se dá principalmente para transporte e em equipamentos pesados. - CONGELAMENTO Trata-se de uma tecnologia recente. Consiste na sujeição da peça pelo congelamento uma fina camada líquida (água ou gel) inserida entre a superfície de contato da peça com o dispositivo, fazendo com que a peça se mantenha na posição correta durante a sua usinagem. A sua utilização se dá principalmente para materiais delicados como lentes de contato, lâmpadas, ou peças de tamanho reduzido. 3.5. SUJEIÇÃO RÍGIDA E ELÁSTICA - RÍGIDA Quando os elementos que sujeitam a peça permanecem imóveis durante a operação, não havendo nesse sistema nada que possa compensar uma perda de pressão/força na peça, o que pode resultar em peça solta. Exemplo: Parafusos de sujeição, Excêntricos, Cunhas, Rampa Frontal, Grampos. - ELÁSTICA Os elementos de sujeição podem mover-se durante a operação, compensando eventuais perdas de carga e mantendo inalterada a força de sujeição, não perdendo assim o posicionamento da peça. É utilizada em sistemas de alta força de usinagem, que podem gerar movimentos involuntátios devido a essa forças. Exemplo: Cilindros pneumáticos e hidráulicos, Molas, Motor elétrico, sistema magnético. 3.6. ELEMENTOS RÍGIDOS DE SUJEIÇÃO 3.6.1. FUSOS Funcionamento: a cada 360º de giro em torno de seu eixo, temos 1 passo sendo gerado em movimento linear. Tendo um passo de 2,5 mm (distância entre os dois filetes da rosca), para atingir um curso de 10 mm, precisaremos de 4 giros em seu eixo. São elementos de sujeição muito utilizados em dispositivos simples, devido ao baixo custo e a fácil obtenção, são elementos normalizados e de especificação fácil. Tem como desvantagens o fato de usarem chaves soltas (nos dispositivos mais simples) e de serem muito lentos para a utilização em cursos grandes. Para minimizar o problema de lentidão em cursos grandes, devemos especificar parafusos com passo de rosca maior, ou com múltiplas entradas, nesse caso teremos um prejuízo na retenção da força de sujeição. Também podemos rever o projeto do dispositivo, reduzindo a necessidade de cursos grandes. Apostila de Tecnologia de Dispositivos Página 34 3.6.2. EXCÊNTRICOS DE SUJEIÇÃO Elemento de sujeição muito prático devido à rapidez no acionamento manual, a possibilidade de utilizar-se grandes cursos, eliminação da chave solta, e possibilidade de acionamento pneumático ou hidráulico sem grandes problemas de adaptação. Tem como desvantagens, a necessidade de efetuar-se cálculos e projetos específicos, e não ser um elemento normalizado podendo ser encontrado em alguns catálogos de fabricantes de dispositivos. Tem um custo de implantação maior que os parafusos. - Tipos de Excêntricos de Sujeição Quanto à forma construtiva Quanto ao tipo de ação no dispositivo Quanto ao tipo de acionamento na peça Quanto ao tipo de construção do excêntrico Circular ou Espiral Tração ou Pressão simples disco duplo garfo triplo eixo A) Excêntrico de Sujeição Circular Todo excêntrico parte do princípio de girar um disco fora da linha de centro dele, para realizar uma força P. Para manter a força é necessário o atrito entre os componentes. Para o excêntrico circular o ângulo θ é sempre 180º, então para alterar o ângulo α preciso alterar o curso, onde o curso = R – r; e a força P é: Q0 l = P.e B) Excêntrico de Sujeição Espiral: No excêntrico espiral o mais importante é a fabricação de um espiral entre o diâmetro maior e o menor, conforme mostra o desenho a seguir. Para este tipo de excêntrico o ângulo α está entre 0 e 360º, o que me garante maior versatilidade pois podemos trabalhar com o seu ângulo e também o seu curso. Seu curso = R – r; e a força P é dada pela seguinte equação: Q l = P e + P µ2 h + P µ1 d / 2 Onde: P µ1 = atrito do excêntrico com seu próprio eixo. P µ 2 = atrito do excêntrico com a peça. 0,05< Si < 0,20 Apostila de Tecnologia de Dispositivos Página 35 C) Cálculo do Excêntrico: Curso = R – r r1 = curso x 360º / θ r1 = (R– r) 360º / θ a = r 1 /2 π (passo periférico) Excêntrico Circular de pressão Excêntrico Espiral de pressãob) Formulação: a) Sem atrito Q = Q 0 Pe = Q 0 l P = l Q 0 e c) Com Atrito: tg α = a/r sen α = e/r onde e = r senα cos α = h/r onde h = r cosα Apostila de Tecnologia de Dispositivos Página 36 R2 = P2 + (Q + Pµ1)2 Ql = Pe + Pµ1h + Rµ2 d 2 e) Considerando os valores dados: Curso = R– r = 6 mm η = 35% Para 360º: Q ≡ 3 Q0 r0 = (R – r ) x 360 / θ = 13 mm µ1 = 0,18 a= r0 = 2,07 mm µ2 = 0,05 2 π l = 100 mm tg α = a = 0,1045 ∴α = 5,97º r = 16,5 mm r1 R = 22,5 mm e = r1 sen α = 2,06 mm θ = 165º (ângulo de atuação) h = r1 cos α = 19,7 mm r1 = e/senα = 19,8 mm d = 12 mm onde Q = 3 Q0 Pe = Q0 l ⇒ Pe = Q l ⇒ Q = 3 Pe 3 l 2 1 2 )( µPQPR ++= Q’l + Pe = Pµ1 h + Pµ2 d / 2 Q’ = -e + µ 1 h + µ 2 d / 2 P l Relação de Transmissão da força de liberação. Relação de Transmissão sem considerar o atrito R P Q + Pµ 1 2 1 )3(1 µ++= l ePR d) Para liberação: 2 1 2 )3( µP l PePR ++= 2)18,0 100 06,23(1 ++= PR 06,1PR = Apostila de Tecnologia de Dispositivos Página 37 ∴R = 1,03 x P temos que R = P com erro de 3%. Ql = Pe + Pµ1h + Rµ2 d / 2 Ql = Pe + Pµ1h + Pµ2 d / 2 g) Dados / Exercícios: curso necessário = 6mm µ1 = 0,18 µ2 = 0,05 d = 12mm l = 100mm ro = 13mm a = ro = 13 = 2,07 mm 2π 2π tg α = a , e = r1 sen α, h = r1 cos α ro P = l Qo e Ql = P.e + P.µ1.h + P.µ2.d / 2 R = 1,03 x P para µ1 = 0,18 e l = 100mm P = l . Q e + µ1.h + 1,03.µ2 .d / 2 Q’ = -e + µ 1 . h + 1,03. µ 2 .d / 2 P l Rendimento = P / Q P / Q0 Si = µ1 .h + µ 2 .d / 2 De acordo com os dados antriores Si = 1,867 e Obs.: Caso Si não atenda ao especificado, alterar q, curso, R (raio maior). Somente modificar m1 e m2 em último recurso. Posição do excentrico 0º 45º 90º 135º 165º Raio Vetor mm 16,5 18,1 19,8 21,4 22,5 Tg α= 2,07 / r 0,1255 0,1144 0,1045 0,0967 0,0920 Ângulo α 7,15º 6,53º 5,96º 5,54º 5,27º Sen α 0,1244 0,1137 0,1038 0,0965 0,0918 e = r x sen α mm 2,05 2,055 2,06 2,063 2,065 Cos α 0,9922 0,9935 0,9946 0,9953 0,9958 h = r x cos α 16,4 18,0 19,7 21,3 22,4 P / Q0 48,7 48,6 48,5 48,5 48,4 P / Q 18,8 17,8 16,9 16,1 15,6 Rendimento excentrico % 38,6 36,6 34,9 33,2 32,3 Q’ / P 1/83 1/67 1/56 1/48 1/44 Si 1,59 1,73 1,87 2,01 2,10 Relação de transmissão da força de sujeição f) Autotravamento = Q’= 0 Pe = Pµ 1 h + Pµ 2 d / 2 e = µ 1 h + µ 2 d / 2 Segurança = zero Si =µ 1 h + µ 2 d / 2 Coeficiente de segurança contra e auto liberação 1,5 ≤ Si ≤ 2,0 Q = e + µ 1 h + µ 2 d/2 P l Apostila de Tecnologia de Dispositivos Página 38 D)Excêntricos de Sujeição Circular/Expiral – quanto a forma de ação no dispositivo E) Excêntricos de Sujeição Circular/Espiral - quanto ao tipo de acionamento na peça Excêntricos de Tração – Simples e duplo Excêntrico de acionamento simples Excêntrico com 4 pontos de acionamento Excêntrico de acionamento duplo Apostila de Tecnologia de Dispositivos Página 39 F) Excêntricos de sujeição Circular/Espiral - quanto ao tipo de construção: 3.6.3. CUNHAS DE SUJEIÇÃO Uma cunha é um plano inclinado móvel que fornece (e deve manter) a força de sujeição desejada. A cunha não requer grandes forças para sua atuação. Estes fatores são controlados através do ângulo da cunha (ângulo de inclinação). O ângulo e as forças da cunha. O diagrama da figura abaixo mostra a força que age na cunha no instante que sua remoção começa. Supondo-se que a cunha foi introduzida previamente para exercer uma força de sujeição F2 na peça com uma reação F1 no bloco da cunha. F1 e F2 são forças normais às superfícies de escorregamento. O ângulo menor do alto da cunha é α. Duas forças de atrito F3 e F4 resistem a remoção da cunha pela tração P. Para um coeficiente de atrito designado por ƒ, F3 = ƒ F1 e F4 = ƒF2 Porque a soma das forças verticais é igual a zero. F2 = F1 cos α + F3 sen α = F1 (cos α + ƒ sen α) Também, desde que as forças horizontais sejam iguais a zero, P = F3 cos α + F4 - F1 sen α = F1[ 2ƒ cos α + (ƒ 2 – 1) sen α] Tipo Disco Tipo Garfo Tipo Eixo Desde que ƒ seja pequeno, o ƒ 2 é muito menor e pode ser desconsiderado, de modo que P = F 1 (2ƒ cos α – sen α) Para valores pequenos de α, 2f cos α é maior do que sen α, e uma força é necessária para extrair a cunha. O travamento da cunha será obtido com um ângulo tal que a força P seja zero. Quando α é maior, cos α diminui e sen α aumenta, reduz-se o travamento até ocorrer a autoliberação da cunha. Nesses casos pode-se aumentar o atrito para obter o travamento esperado. Apostila de Tecnologia de Dispositivos Página 40 Práticas para Ângulos de Cunha. O ângulo α deve ter uma tangente menor que duas vezes o valor do coeficiente de atrito, se a cunha deve permanecer firmemente. Se o ângulo for pequeno, a força P para remover a cunha torna-se muito grande. Para um coeficiente de atrito de 0.15, o α da Eq.(1) é de aproximadamente 16º. Com um ângulo de inclinação maior que 16º, a cunha tenderá a autoliberação, também na presença de óleo e de outras condições de escorregamento, ƒ pode cair abaixo de 0.1, e nesses casos um ângulo menor que 10º é requerido. Na prática trabalha-se com um ângulo de inclinação em torno de 7º. A eficácia da sujeição da cunha não pode ser exatamente predeterminada, porque o coeficiente de atrito é difícil de avaliar. Ele depende de variáveis da superfície da cunha, tais como a presença de óleo ou de fluidos de corte e do acabamento e da dureza de sua superfície. Cunhas com ângulos maiores podem ser usados se um dispositivo de sujeição auxiliar for adequado, como mostrado na figura abaixo Abaixo alguns exemplos de utilização de cunha: 3.6.4. RAMPAS FRONTAIS Também possuem características de acionamento e travamento semelhante aos excêntricos, reúnem as características dos excêntricos com as cunhas. Na figura, a ação do grampo é dada por uma cunha, como mostrado na vista da seção. Enquanto o punho é acionado, ele é forçado para cima pela ação da cunha, causando a pressão descendente na peça. cu rs o Apostila de Tecnologia de Dispositivos Página 41 Exemplos de aplicações: 3.6.5. MORSA AUTO CENTRANTE Existem diversos tipos de acionamentos de morsas auto centrantes dentre elas: – Morsa com rosca esquerda e direita, com 4 pontos de contato ou 3 pontos de contato; – Excêntrico duplo; Cunha dupla; Rampa frontal dupla; Cone. - Morsas auto centrantes de 4 pontos de contato garantem, além do posicionamento da peça (com boa superfície de contato, peças semi acabadas/acabadas), a sujeição dessa mantendo o posicionamento e suportando as forças geradas em sua usinagem. Este é o modelo mais comum no uso de morsas auto centrantes, ela usa duplo sistema de prismas acoplados aos fusos de rosca esquerda / direita. Seu uso em posicionamento só é garantido através do movimento simultaneo, e no mesmo passo, das roscas esquerda/direita, o que garante as duas linhas de simetria das peças, mesmo que dentro de um lote, ocorram variações de tolerância em suas superfícies de contato. Exemplo de morsa auto centrante de 4 pontos - Morsas auto centrantes de 3 pontos tem o seu uso mais restrito, pode vir a ser uma opção quando não se conhece a qualidade da superfície da peça a ser posicionada, ou numa peça assimétrica. Numa das faces possui um plano de contato e na outra um prisma. Como na morsa de 4pontos, temos o movimento simultaneo das roscas esquerda / direita, porém, em passos diferentes, caso contrário uma das linhas de simetria não será garantida. Segue abaixo o desenho esquemático de um sistema de morsa auto centrantes de 3 pontos e seu cáculo para usinagem do prisma: Apostila de Tecnologia de Dispositivos Página 42 Exemplo de morsa auto centrante de 3 pontos - Cálculo do ângulo de inclinação do prisma para garantia do eixo de simetria em X: - Exemplos de outros modelos de morsas auto centrantes: Sen θ = a - passo RD = 2,5 c - passo RE = 3,0 Sen θ = 2,5 3,0 Sen θ = 0,833 θ = 56,5 º Rosca Esquerda (RE) Rosca Direita (RD) ⊄ em X ⊄ emY θ a c Morsa Auto Centrante tipo cone Morsa Auto Centrante tipo rampa frontal dupla Apostila de Tecnologia de Dispositivos Página 43 3.6.6. GRAMPOS DE SUJEIÇÃO A função dos Grampos de Sujeição é aplicar e manter uma força de sujeição suficiente na peça para suportar todas as forças geradas na usinagem da peça. Existem diversos tipos de grampos de sujeição, sendo sua escolha efetivada em função da análise da peça, da operação e da quantidade de peças à serem fabricadas (lote de fabricação). Os grampos de sujeição são elementos padronizados, fabricados em escala industrial, dessa forma tem um custo reduzido e são muito utilizados na fabricação de dispositivos manuais. Alguns tipos de grampos tem acionamento pneumático ou hidráulico, facilitando seu acionamento e possibilitando a automatização do dispositivo. Os grampos com ação tipo "joelho", necessitam de elementos equalizadores para uma fixação mais precisa e segura. Os grampos podem ser de ação frontal, superior ou tração. Exemplos: Alguns modelos universais Grampo HorizontalGrampo Vertical Grampo tensor / esticador Grampo tipo torpedo Morsa Auto Centrante Duplo Excêntrico Morsa Auto Centrante Dupla Cunha Apostila de Tecnologia de Dispositivos Página 44 - A ESCOLHA DO GRAMPO IDEAL DEVE LEVAR EM CONSIDERAÇÃO OS SEGUINTES ASPECTOS - Facilidade e rapidez na sujeição e soltura da peça (acionamento fácil do grampo); - Possibilidade de deformação da peça pela ação direta da força de sujeição gerada pelo grampo; - Oferecer o menor risco ao operador, peça, dispositivo e ferramenta, antes, durante e após o ciclo de trabalho; - Estar incorporado como parte integrante do dispositivo; - Estar adequado ao sistema de locação, medição e às ferramentas. - FORÇAS DE SUJEIÇÃO EM GRAMPOS EM VÁRIAS OPERAÇÕES O tipo e a quantidade de forças de usinagem atuantes nas peças em diversas operações devem ser consideradas quando se fizer a escolha dos tipos de grampos de sujeição. Operações de fresamento induzem vibrações na peça, pela composição de forças ciclícas como o contato e o afastamento da ferramenta de corte durante a operação, os requisitos de sujeição devem ser designados para prevenir que a sujeição seja feita com forças menores que a força de soltura. Grandes forças de usinagem estão normalmente envolvidas em operações de fresamento devido a alta taxa de remoção de material; nesse caso, grampos robustos e cuidadosamente locados devem ser usados para sujeitar a peça sem que a mesma sofra distorções. Forças de usinagem em operações de plainamento são menores, e mais uniformes que as forças presentes no fresamento, e os requisitos de sujeição são menores com respeito ao tamanho e resistência à soltura. Em furações, as forças de sujeição devem exceder a força torcional da broca. Na solda, consideráveis estresses são criados pela expansão e contração térmica da peça e/ou dispositivo. Para resistir a essas forças e prevenir deflexões ou flambagens, no uso do grampo deve se considerar sua robustez e também à seleção do material (alta resistência). Outra consideração é que o contato/encaixe entre o grampo e outros elementos do dispositivo devem permitir a expansão e a contração uniforme entre os componentes. Exemplos de Aplicações: Grampo tipo alicate/sargento Grampo pneumático/hidráulicoGrampo tipo Joelho Apostila de Tecnologia de Dispositivos Página 45 - RELAÇÃO DAS FORÇAS DE TRANSMISSÃO EM GRAMPOS W . l1 = P . l2 P = l1 . W l2 P < W P = l1 . W l2 P ≡ W P = l1 . W l2 P > W Apostila de Tecnologia de Dispositivos Página 46 3.6.7. PLACAS Sistemas de sujeição muito utilizados pela praticidade e fácil obtenção. Dois tipos principais: - Placa de 4 castanhas; - Placa de 3 castanhas - PLACA DE 4 CASTANHAS Possuem 4 castanhas acionadas individualmente por meio de sistema de rosca. É utilizada para sujeição de peças assimétricas em trabalhos de manutenção ou fabricação de peças unitárias, não é prática para uso em produção seriada visto que o ajuste de cada castanha é individual. - PLACA DE 3 CASTANHAS Possuem 3 castanhas acionadas conjuntamente por meio de rosca, acionamento manual ou por acionamento pneumático ou hidráulico. São sistemas auto- centrantes de 2 eixos, e devido a sua característica de localizar o centro da peça rapidamente são muito utilizadas em operações de torneamento e retificação de peças cilíndricas. As placas hidráulicas são muito utilizadas em operações em equipamentos CNC, podendo ser acionadas automaticamente mediante um comando do programa. Conseguem altas forças de sujeição possibilitando o trabalho dentro da potência máxima dos equipamentos. As placas pneumáticas são mais utilizadas em automações. Castanhas reguláveis individualmente por fuso roscado Apostila de Tecnologia de Dispositivos Página 47 A utilização de castanhas duras, para materiais brutos e castanhas moles, usinadas de acordo com o centro de giro do fuso da máquina, usadas para operações de acabamento, conferem uma boa precisão de posicionamento. Algumas placas, utilizadas em operações de retífica, podem atingir precisão de posicionamento de 0,01 a 0,005mm e repetibilidade de até 0,013mm. Exemplo de Placa de 3 castanhas com acionamento manual Exemplos de castanhas mole não escalonada e castanha dura escalonada Placa com sistema transmissor de forças de fixação comcunhas. Detalhes de montagem vide catálogo RÖHM Placa com sistema transmissor de forças de sujeição com coroa em espiral. Placa com sistema transmissor de forças de sujeição com castanhas reguláveis individualmente e com anel em espiral. Apostila de Tecnologia de Dispositivos Página 48 3.6.8. PINÇAS Exemplos de várias configurações de placas automáticas. Esta placa especial de 6 castanhas é utilizada na usinagem de peças que exijam tolerâncias apertadas em diâmetros internos e baixa ovalização (repetibilidade e circularidade de 0,015mm) exemplo tambor de freio. Exemplos de placas Röhm e Pratt Burnerd, com sistema especial de ajuste de desvios, que garantem precisão de 0,005 mm e repetibilidade de 0,013 mm. Exemplo de aplicação de placa com 3 castanhas como equipamento estacionário de Sujeição Apostila de Tecnologia de Dispositivos Página 49 Podem ter acionamento manual, hidráulico ou pneumático. São utilizadas como elementos de sujeição auto-centrantes de 2 eixos, com boa precisão de posicionamento e repetibildade, sendo utilizadas intensamente em operações de retífica e tornos automáticos e copiadores. Devido a variedade de esforços mecânicos que a pinça está sujeita, uma característica principal para a sua qualidade final e durabilidade está no tratamento térmico que ela recebe em sua fabricação, o qual deve garantir elevado limite defadiga, elasticidade e aumento no efeito mola. Tem utilização em função dos diâmetros pequenos que consegue sujeitar, até cerca de 50 mm. Porém são muito rápidas, eliminando tempos mortos de sujeição. O poder de transmissão de força é pequeno, podendo ser aumentado inserindo- se um sistema hidráulico, porém necessita-se de projetro especial. Sua maior limitação, no entanto, é devido a necessidade de utilizarmos uma pinça para cada diâmetro a ser sujeitado, pois devemos ter um contato total do plano formado pelo diâmetro interno da pinça com o plano formado pelo diâmetro externo da peça (vide desenho). Caso isso não ocorra, teremos o problema de contato em 6 pontos, no caso de diâmetros de peça maior a pinça ou contato de 3 pontos no caso de diâmetro de peça menor que a pinça. Devido a esta característica de sujeição a pinça trabalha preferencialmente com peças acabadas ou semiacabadas. - Erros de sujeição que podem ocorrer caso o diâmetro da pinça seja maior ou menor que a medida especificada: Uma pinça menor fará com que o material seja sujeitado em seis pontos na área mais interna, a área de apreensão dos três recortes da pinça. Uma pinça maior fornecerá somente três pontos de contato com a sua face. Ambas circunstâncias permitirão que o material se mova para frente ou para trás e também se solte. Esses problemas podem ser resolvidos usando uma pinça com o mesmo tamanho do material a ser apreendido. Caso o problema persista, pode-se fazer um serrilhado extra na superfície, de 0,008 – 0,013 mm minimizando o problema A pinça pode receber uma rosca (draw-in) em seu corpo, que ajudará o movimento para trás no fechamento da mesma. Apostila de Tecnologia de Dispositivos Página 50 – Tipos de pinças e princípio de funcionamento: - Pinça Estacionária: - A pinça é montada diretamente de encontro a uma tampa dianteira de topo para impedir o seu movimento para fora. A pinça é inserida em uma luva deslizante que é presa na barra de acionamento. Depois que a barra é acionada e a pinça aberta no comprimento correto, ou depois que a peça for alimentada, a luva é deslizada para fora contra a superfície cônica da cabeça da pinça pela barra de acionamento. Isto força a pinça a fechar e prender o material. - Pinça Push-out: - Ao recuar a barra de acionamento pinça abre, quando a mesma a pinça contra a superfície do furo conico da tampa frontal do mandril força a pinça a fechar em volta da peça e a prende para a operação. - Pinça Draw-in - Neste modelo, a pinça é puxada no mandril por uma barra roscada. Esta ação força a superficie cônica da pinça contra a tampa cônica frontal, fazendo com que a pinça se feche e prenda firmemente o material. Pinça Estacionária Apostila de Tecnologia de Dispositivos Página 51 3.7. ELEMENTOS ELÁSTICOS DE SUJEIÇÃO Formado pelos sistemas: - Pneumático; - Hidráulico; - Molas e Elastômeros. - SISTEMAS PNEUMÁTICOS Tem utilização crescente em dispositivos, devido a facilidade e rapidez de operação, padronização dos itens, versatilidade no uso devido a ampla linha de produtos disponíveis no mercado e a possibilidade de combinação com outros componentes mecânicos e eletro-eletrônicos permitindo a automação dos dispositivos. São facilmente adaptados para a sujeição de peças e utilizados para forças de sujeição menores em dispositivos leves. - SISTEMAS HIDRÁULICOS Reúne a vantagem da utilização dos sistemas pneumáticos, com o fato de poder gerar grandes forças de sujeição com maior precisão. A criação de uma linha específica de elementos de sujeição acionados por força hidráulica (ex. grampos de sujeição hidráulicos) e a fabricação de micro cilíndros hidráulicos tem facilitado a aplicação como elementos de sujeição. Tem como desvantagem, em relação `a pneumática o fato de necessitar de sistema gerador de pressão hidráulica (bombas), normalmente sistemas individuais por dispositivo, com custo elevado. São muito utilizados em equipamentos CNC devido às forças de sujeição obtidas, à confiabilidade na manutenção da força e a rapidez de acionamento, podendo ser acionado diretamente pelo CNC através de comando no programa. - MOLAS E ELASTÔMEROS São elementos elásticos de sujeição por terem uma grande capacidade de deformação elástica. Não são elementos geradores de força, sendo necessário seu uso em conjunto com elementos rígidos de sujeição, funcionam também como elementos equalizadores de força. 3.8. SISTEMAS EQUALIZADORES São sistemas que possibilitam equalizar a força de sujeição em várias peças ou em vários pontos de sujeição em uma só peça. Podem ou não utilizar elementos equalizadores para esse fim. São fundamentais na fabricação de dispositivos de sujeição múltiplo. São utilizados como “Limitadores de Força”,onde sua função é impedir que a força de sujeição supere limites determinados que danifiquem a peça a ser sujeitada e como elementos “Distribuidores de Força”, fazendo com que a força de sujeição seja igual nos diversos pontos de aplicação. - ELEMENTOS EQUALIZADORES São elementos utilizados para distribuir ou limitar a força aplicada em uma peça, normalmente são elementos elásticos, tipo borracha, plastiprene, molas, fluídos, etc. 3.9. SUJEIÇÃO MÚLTIPLA DE PEÇAS Quando necessitamos da sujeição de mais de uma peça simultaneamente no dispositivo, utilizamos sistemas de sujeição múltiplo de peças. Podem ser projetados para uso de forma intermitente ou contínuo. Tem como vantagens a redução dos tempos de operação, com consequente aumento na produtividade e redução no custo da operação. As desvantagens estão na maior dificuldade do projeto e aumento do custo de fabricação do dispositivo, devem ser utilizadas para lotes grandes de peças. A utilização de dispositivos de sujeição múltiplo contínuo, possibilita a automatização da operação, o que é muito difícil com a utilização de dispositivos simples manuais. Apostila de Tecnologia de Dispositivos Página 52 Abaixo fazemos uma comparação da utilização de um dispositivo simples de sujeição, um dispositivo múltiplo de ação intermitente e um dispositivo de ação contínua. Etapas do processo Simples Múltiplo Intermitente (10 peças) Múltiplo Contínuo Colocar Peça 3 30 0 Posicionar 2 20 0 Sujeitar 5 5 0 Aproximação ferramenta 4 4 0 Operação 20 200 20 Afastar ferramenta 4 4 0 Soltar peça 5 5 0 Retirar peça 2 20 0 Tempo total 45 333 20 Tempo por peça 45 33,3 20 % Simples 100% 74% 44,4% Ganho / Simples 26% 55,6% Estimativa de uma operação de fresamento, em dispositivos simples, múltiplo de 10 peças e múltiplo contínuo, os tempos em segundos foram estimados. Exemplo de Dispositivo múltiplo de Sujeição contínuo Exemplo de Dispositivo múltiplo de Sujeição Intermitente Apostila de Tecnologia de Dispositivos Página 53 4. DIVISORES Em operações contínuas, pode-se utilizar mesas com divisores de modo a permitirem operações diversas em várias peças simultaneamente. Normalmente são dispositivos automáticos ou semi automáticos, contendo operações de usinagem, montagem ou medição isolada ou conjuntamente. Estes acessórios compõem-se de um disco divisor provido de entalhes ou furos de divisão, com um elemento de travamento, denominado trava. Este conjunto deve oferecer rapidez e precisão de posicionamento em cada estação de trabalho ou divisão. Como travas utilizam-se linguetas ou pinos de travamento, e, para finalidades secundárias, esferas atuadas por molas e pinos cônicos simples de ajuste, essas esferas não dão precisão de posicionamento, por isso, devem atuar conjuntamente com travas tipo pinos ou linguetas. 4.1 – Erros de divisão por travamento: 4.2 Escolha do elemento de travamento: Devido a precisão exigida na divisão deve-se tomar cuidado especial na escolha dos elementos de travamento da mesa. - Travamento com lingueta - Travamento
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