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didatica em comenius

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1.1. A Didática em Comenius
De onde vem a Didática? Antes, para iniciarmos este resgate, devemos saber que tal palavra pode ser traduzida livremente como a Arte de Ensinar. E quando as pessoas começaram a se preocupar com o que é Didática e como ensinar?
Se verificarmos a linha histórica do tempo na área da educação, começamos a verificar uma intencionalidade pedagógica voltada ao ensino por volta do século XVII. O primeiro educador a se preocupar formalmente com a Didática foi sem dúvida, Comenius (1592-1670). Sua obra mais conhecida é Didática Magna onde, através de ideias consideradas inovadoras, opôs-se às ideias conservadoras da nobreza e do clero.
No Brasil, por exemplo, o ensino formal começa justamente com a chegada dos jesuítas e a catequização indígena. Portanto, o ensino e, consequentemente, a Didática, caminharam sempre seguindo as normas e regras da Igreja Católica. Opor-se a esta metodologia era, sem dúvida, um ato de rebeldia na época. Você já deve ter visto, quando estudou História da Educação, que, estivemos (e, em alguns casos, ainda estamos) submetidos ao ensino tradicional baseado na transmissão de conteúdos de maneira passiva. Nesta modalidade o professor é o detentor único do conhecimento que transmite ao seu aluno.
O aluno, por sua vez, é um receptor passivo de todo o conhecimento transmitido, sem direito a manifestar dúvidas, perguntas e quiçá divergências neste processo.
Pois bem, Comenius foi um dos principais educadores a questionarem o método de ensino tradicional, explicado no parágrafo anterior. Comenius, inicia sua obra Didática Magna com os seguintes dizeres:
Nós ousamos prometer uma Didática Magna, isto é, um método universal de ensinar tudo a todos. E de ensinar com tal certeza, que seja impossível não conseguir bons resultados. E de ensinar rapidamente, ou seja, sem nenhum enfado e sem nenhum aborrecimento para os alunos e para os professores, mas antes com sumo prazer para uns e para outros. E de ensinar solidamente, não superficialmente e apenas com palavras, mas encaminhando os alunos para uma verdadeira instrução, para os bons costumes e para a piedade sincera. (COMENIUS, 1621, versão para Ebook 2001, págs. 13 e 14).
Podemos perceber nesta citação que Comenius busca uma forma de fazer com que o aluno realmente aprenda, ultrapassando a lógica mecânica até então dominante nas escolas do mundo. Aprendizado este sem significado para o aluno, cansativo, mecânico e que, não apresentava resultados para o futuro do estudante. Percebemos também que Comenius traduz uma situação vivenciada na escola na qual o professor não sabe porque ensina e como deve ensinar e o aluno somente reproduz o conteúdo transmitido pelo professor. Comenius vai se preocupar em como ensinar, quais as metodologias o professor pode utilizar para que o conteúdo realmente faça sentido no processo de ensino-aprendizagem.
Quando falamos que Comenius vai contra o que estava sendo propagado até então pela Igreja Católica, isto não quer dizer absolutamente que ele é contra as “coisas de Deus”. Em sua obra, por diversos momentos, percebemos um viés religioso, como, por exemplo, na abertura do capítulo intitulado Utilidade da Arte Didática, na qual o autor informa que a Didática se baseia em retos princípios que interessam: aos pais, aos professores, aos estudantes, às escolas, aos Estados, à Igreja e ao Céu. Veja:
Finalmente interessa ao Céu que as escolas sejam reformadas de modo a ministrarem aos espíritos uma cultura exata e universal, não sendo assim de admirar que, com o fulgor da luz divina, mas facilmente sejam libertados das trevas aqueles a quem o som da trombeta divina não consegue acordar (...). (COMENIUS, 1621, versão para Ebook 2001, págs. 48 e 49).
É importante que fique claro para você, estudante e futuro professor, que há um viés religioso na obra de Comenius, o que não invalida o viés metodológico de sua proposta como veremos a seguir. E qual seria a proposta Didática de Comenius?, de acordo com Garcia (2014):
Na abordagem comeniana havia uma constante preocupação com o aprender fazendo, ou seja, era necessário que o aluno tivesse um contato direto com a natureza. Daí a organização de visitas ao campo para que as crianças e jovens pudessem, através dos sentidos aprender de maneira diferente do que constava nos livros apenas (...) (GARCIA, 2014, p. 317).
Na prática, podemos elencar os princípios da Didática comeniana da seguinte maneira:
1. O aluno deve ver e tocar no objeto do conhecimento, ou seja, o professor deve sair da teoria e demonstrar na prática, por meio do “aprender fazendo” citado acima.
2. O professor deve trabalhar com exemplos curtos para facilitar a compreensão do estudante.
3. Parte-se na maioria das vezes, do conhecimento obtido através da natureza ou do cotidiano dos estudantes para a compreensão dos fenômenos estudados.
4. O professor não ensina novo conteúdo sem que os estudantes  tenham compreendido e consolidado o conteúdo anterior.

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