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13/09/2011 1 CÓDIGO CIVIL DE 2002 Prof. Wellington Miranda 2011 Curso de Direito Disciplina: DIREITO CIVIL 1 Código Civil de 2002 Instituído pela Lei 10.406 de 10 de janeiro de 2002 Vacatio legis de 01 ano – 11 de janeiro de 2003; Tramitação no CN – PL – 634-D, 1975 – Presidente Ernesto Geisel; Comissão de elaboração coordenada por MIGUEL REALE 2 Código Civil de 2002 José Carlos Moreira Alves (SP) – relator da parte geral; Agostinho Alvim(SP)- livro de Direito de empresa; Erbert Chmoun(RJ) – Direito das Coisas; Clóvis do Couto e Silva (RS) – Direito de família; Torquato Castro – (PE) – Direito das sucessões 3 Diretrizes básica do Código Civil Preservação do CC/16 sempre que possível; Valorizar a eticidade, a socialidade e a operabilidade; Inserir no CC/02 matéria já consolidada – transferir para a lei especial questões em processo de estudo – bioética, biodireito, direito eletrônico ou digital Enunciado nº 2 – JDC – “sem prejuízo dos direitos da personalidade assegurados, o art. 2º do CC não é sede adequada para questões emergentes da reprogenética humana, que deve ser objeto de estatuto próprio” 4 13/09/2011 2 Diretrizes básica do Código Civil 5 DIREITO CIVIL E T I C I C I D A D E S O C I A L I D A D E O P E R A B I L I D A D E PRINCÍPIO DA ETICIDADE Reconhecer a participação dos valores éticos em todo o Direito Privado; Valorização da conduta ética, de boa-fé objetiva – Arts. 113, 187, 422; “O tipo de Ética buscado pelo NCC é o defendido pela corrente Kantiana: é o comportamento que confia no homem como um ser composto de valores que o elevam ao patamar de respeito pelo semelhante e de reflexo de um estado de confiança nas relações desenvolvidas, quer negociais, quer não negociais” – Ministro José Delgado (STJ) 6 Princípio da sociabilidade Supera o caráter individualista e egoísta do CC/16; Valorização nós Função social da propriedade – art. 5º, XXII e XXIII, e no ser art. 170, III - art. 1228 § 1º, do CC/02; Função Social do Contrato – art. 421 7 Princípio da operabilidade Sentido de simplicidade; Sentido de efetividade do Dto.Civil – adoção de cláusulas gerais; Judith Martins Costa – lança as ideia de cláusulas gerais que poder ser conceituada como janelas abertas deixadas pelo legislador para preenchimento pelo aplicador do Direito, caso a caso; 8 13/09/2011 3 Cláusulas Gerais do CC/02 Função social do contrato – art. 421 Função social da propriedade – art.1228, § 1º Boa-fé – 113, 187 e 422; Bons costumes – 13 e 187 Atividade de risco – art. 927, parágrafo único, do CC; Miguel Reale – Teoria do conhecimento e da essência jurídica – ontognoseologia; Culturalismo jurídico – (experiência, cultura e história) Teoria tridimensional do direito – direito é fato, valor e norma; 9 Princípio da operabilidade A formação interdisciplinar é primordial para o jurista do século XXI; CC/2002 Kelsen Reale N CC/1916 FATO NORMA VALOR O Juiz é a boca da lei Cláusulas Gerais do CC/02 Função social do contrato – art. 421 Função social da propriedade – art.1228, § 1º Boa-fé – 113, 187 e 422; Bons costumes – 13 e 187 Atividade de risco – art. 927, parágrafo único, do CC; Miguel Reale – Teoria do conhecimento e da essência jurídica – ontognoseologia; Culturalismo jurídico – (experiência, cultura e história) Teoria tridimensional do direito – direito é fato, valor e norma; 11 Direito Civil Constitucional – DCC O big bang legislativo – Ricardo Lorenzetti Pietro Perlingieri – lanca a ideia do Dto. Civil Constitucional; Neoconstitucionalismo ou da invasão da constituição; Segundo Gustavo Tepedino – três os princípios básicos do DCC. 1. Dignidade da pessoa humana 2. Solidariedade social – art 3º, I, 170 CRFB 3. isonomia – art. 5º, caput, CRFB 12 13/09/2011 4 1. A dignidade da pessoa humana É mais precioso valor da ordem jurídica brasileira; superprincípios Mola de propulsão da intangibilidade da vida humana, dela defluindo como consectários naturais: Respeito à integridade física e psíquica das pessoas; a admissão da existência de pressupostos materiais mínimos para a sobrevivência; O respeito pelas condições fundamentais de liberdade e igualdade 13 1. A dignidade da pessoa humana Jornada de Direito Civil do Conselho da Justiça Federal: 274 – Art. 11. Os direitos da personalidade, regulados de maneira não- exaustiva pelo Código Civil, são expressões da cláusula geral de tutela da pessoa humana, contida no art. 1º, III, da Constituição (principio da dignidade da pessoa humana).Em caso de colisão entre eles, como nenhum pode sobrelevar os demais, deve-se aplicar a técnica da ponderação. 279 - Art. 20. A proteção á imagem deve ser ponderada com outros interesses constitucionalmente tutelados, especialmente em face do direito de amplo acesso á informação e da liberdade de imprensa. Em caso de colisão, levar-se-á em conta a notoriedade do retratado e dos fatos abordados, bem como a veracidade destes e, ainda, as características de sua utilização (comercial, informativa, biográfica), privilegiando-se medidas que não restrinjam a divulgação de informações. 14 1. A dignidade da pessoa humana Interpretação e aplicação de normas e conceitos jurídicos, assegurar a vida humana de forma integral e prioritária; ADPF - ADEQUAÇÃO - INTERRUPÇÃO DA GRAVIDEZ - FETO ANENCÉFALO - POLÍTICA JUDICIÁRIA - MACROPROCESSO. Tanto quanto possível, há de ser dada seqüência a processo objetivo, chegando-se, de imediato, a pronunciamento do Supremo Tribunal Federal. Em jogo valores consagrados na Lei Fundamental - como o são os da dignidade da pessoa humana, da saúde, da liberdade e autonomia da manifestação da vontade e da legalidade -, considerados a interrupção da gravidez de feto anencéfalo e os enfoques diversificados sobre a configuração do crime de aborto, adequada surge a argüição de descumprimento de preceito fundamental. ADPF - LIMINAR - ANENCEFALIA - INTERRUPÇÃO DA GRAVIDEZ - GLOSA PENAL - PROCESSOS EM CURSO - SUSPENSÃO. Pendente de julgamento a argüição de descumprimento de preceito fundamental, processos criminais em curso, em face da interrupção da gravidez no caso de anencefalia, devem ficar suspensos até o crivo final do Supremo Tribunal Federal. ADPF - LIMINAR - ANENCEFALIA - INTERRUPÇÃO DA GRAVIDEZ - GLOSA PENAL - AFASTAMENTO - MITIGAÇÃO. Na dicção da ilustrada maioria, entendimento em relação ao qual guardo reserva, não prevalece, em argüição de descumprimento de preceito fundamental, liminar no sentido de afastar a glosa penal relativamente àqueles que venham a participar da interrupção da gravidez no caso de anencefalia (ADPF 54 QO, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 27/04/2005, DJe-092 DIVULG 30-08-2007 PUBLIC 31-08-2007 DJ 31-08-2007 PP-00029 EMENT VOL-02287-01 PP-00021) 15 1. A dignidade da pessoa humana EMENTA: HABEAS CORPUS. PACIENTE IDOSO CONDENADO POR ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR. PRETENSÃO DE TRANSFERÊNCIA PARA PRISÃO DOMICILIAR EM RAZÃO DO PRECÁRIO ESTADO DE SAÚDE DO DETENTO. O fato de o paciente estar condenado por delito tipificado como hediondo não enseja, por si só, uma proibição objetiva incondicional à concessão de prisão domiciliar, pois a dignidade da pessoa humana, especialmente a dos idosos, sempre será preponderante, dada a sua condição de princípio fundamental da República (art. 1º, inciso III, da CF/88). Por outro lado, incontroverso que essa mesma dignidade se encontrará ameaçada nas hipóteses excepcionalíssimas em que o apenado idoso estiver acometido de doença grave que exija cuidados especiais, os quais não podem ser fornecidos no local da custódia ou em estabelecimento hospitalar adequado. No caso, deixou de haver demonstração satisfatória da situação extraordináriaautorizadora da custódia domiciliar. Habeas corpus indeferido.(HC 83358, Relator(a): Min. CARLOS BRITTO, Primeira Turma, julgado em 04/05/2004, DJ 04-06-2004 PP-00047 EMENT VOL-02154-02 PP-00312 RTJ VOL-00191- 01 PP-00234 RMP n. 22, 2005, p. 441-444) 16 13/09/2011 5 A EFICÁCIA HORIZONTAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS Mecanismo que torna possível o DCC É o reconhecimento da existência e aplicação dos direitos dos direitos que protegem a pessoas nas relações entre particulares; Eficácia imediata – art. 5º, § 1º da CRFB; A dignidade da pessoa humana – empregado/empregador, marido/mulher, pai/filho, companheiro/companheira 17 - Diálogo das normas – Erik Jayme – Universidade de Heidelberg – Trazida para p Brasil por Claudia Lima Marques - UFRS DIREITO DA PERSONALIDADE Prof. Wellington Miranda 2011 Curso de Direito Disciplina: DIREITO CIVIL 18 2. A pessoa humana Segundo a teoria tradicional, pessoa é o "ente físico ou coletivo suscetível de direitos e obrigações" (MHD), Por personalidade jurídica há que se entender a "aptidão genérica para adquirir direitos e obrigações“. Logo, toda pessoa tem personalidade jurídica, vez que é capaz de direitos e obrigações na ordem civil. 19 2.2- Espécie de pessoas Pessoa Naturais – ente humano; Pessoa Jurídica – pessoa moral ou coletiva. Soma de esforços de pessoas naturais ou por uma destinação específica de patrimônio destinado a fim comum. “Não há sujeito sem direitos, como não há direito sem titular” (Francisco Amaral) 20 13/09/2011 6 3. Direito da Personalidade Maria Helena Diniz os define como "direitos comuns da existência, porque são simples permissões dadas pela norma jurídica, a cada pessoa, de defender um bem que a natureza lhe deu, de maneira primordial e direta". Ex.: Integridade física, integridade intelectual e integridade moral. art. 11 do Código Civi1/2002, "com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária". 21 Imprescritibilidade, Impenhorabilidade, Extrapatrimonialidade. 3. Direito da Personalidade Todos esses atributos decorrem do fato de os direitos da personalidade serem inerentes à pessoa humana. 22 Código civil "Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei. Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau." 23 Código civil "Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias á administração da justiça ou á manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade. ou se se destinarem a fins comerciais. Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legitimas para requerer essa proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes." 24 13/09/2011 7 Código civil "Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o Juiz, a requerimento do interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma." 25 Aplica-se os direito da personalidade a pessoa jurídica? Código Civil/2002 (art. 52). dispõe que "aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade" 3. Direito da Personalidade 26 "Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes. Parágrafo Único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de Transplante, na forma estabelecida em lei especial.“ Os transplantes atualmente são disciplinados pela Lei n' 9.434197 e alterações posteriores, sendo terminantemente vedada pela Constituição Federal a comercialização de órgãos do corpo humano (art. 199, §4'. CF/88. 3. Direito da Personalidade 27 1. A dignidade da pessoa humana "Art. 14. É válida, com objetivo cientifico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte. Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo." Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com rico de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica." 28 13/09/2011 8 PESSOA NATURAL Pessoa natural é o ser humano, enquanto sujeito de direitos e obrigações. Logo, toda pessoa natural possui personalidade. A personalidade tem sua medida na capacidade, Segundo ensina Antonio Chaves, é a "manifestação do poder de ação implícito no conceito de personalidade" ou, segundo Virgílio de Sá Pereira, a "medida jurídica da personalidade" 29 30 INÍCIO DA PERSONALIDADE NATURAL Início de Pessoa Natural Art. 2º A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro. Requisitos para reconhecimento da personalidade jurídica da pessoa humana? Nascimento e vida Nascido é o feto separado do corpo da mãe (natural ou artificialmente) Teste da docimasia hidrostática de Galeno, choro do bebê... Nascituro é pessoa ? Tem a personalidade ? Tem direito à imagem ? Natimorto é Pessoa ? 31 INÍCIO DA PERSONALIDADE NATURAL Teorias do início da personalidade 1 – Natalista: A personalidade civil começa com nascimento com vida. Ex.: Silvio Rodrigues 2 – Concepcionista: 3 – da personalidade condicional: Adquire a personalidade civil com a concepção; (sujeito de direito), mas o exercício do direito só com o nascimento com vida Ex.: Francisco Amaral. Teixeira de Freitas, Cód. da Argentina Adquire a personalidade civil a partir da concepção, porém ficando submetida a uma condição suspensiva, assegurando desde a concepção os direitos da personalidade, inclusive para assegurar o nascimento. 32 Tese Majoritária. Ex.: MH, WMB 13/09/2011 9 INÍCIO DA PERSONALIDADE NATURAL Nascituro tem direito ? direito de reclamar alimentos- Lei 11.804/08 à assistência pré-natal à indenização por eventuais danos causado a sua imagem ou de sua honra ( Resp 399.028 SP); direito de reconhecimento de filiação ( caso Gloria Trevis); Art.7º do ECA Natimorto tem direito ? Enunciado 1 – “ A proteção que o Código defere ao nascituro alcança o natimorto no que concerne as direito da personalidade, tais como nome, imagem e sepultura”. 33 Art. 2o Os alimentos de que trata esta Lei compreenderão os valores suficientes para cobrir as despesas adicionais do período de gravidez e que sejam dela decorrentes, da concepção ao parto, inclusive as referentes a alimentação especial, assistência médica e psicológica, exames complementares, internações, parto, medicamentos e demais prescrições preventivas e terapêuticas indispensáveis, a juízo do médico, além de outras que o juiz considere pertinentes. Parágrafo único. Os alimentos de que trata este artigo referem-se à parte das despesas que deverá ser custeada pelo futuro pai, considerando-se a contribuição que também deverá ser dada pela mulher grávida, na proporção dos recursos de ambos. 34 Lei 11.804/2008 INÍCIO DA PERSONALIDADE NATURAL Embriões excedentários merece proteção ? Pode se aplicar Código Civil? “Sem prejuízo dos direito da personalidade, nele assegurados o art. 2º do Código Civil não é sede adequada para questões emergentes da reprogenética humana, que deve ser objeto de um estatuto próprio”.( Enunciado 2 JDC) Lei nº 6.960/02 35 CAPACIDADE X LEGITIMAÇÃO Legitimação "consiste em saber se uma pessoa tem ou não competência para estabelecer determinada relação jurídica, sendo, portanto, um pressuposto subjetivo-objetivo, capacidade de gozo é pressuposto subjetivo do negócio jurídico" (MHD). 36 13/09/2011 10 CAPACIDADE - capacidade de gozo ou de direito - "aptidão, oriunda da personalidade, para adquirir direitos e contrair obrigações na vida civil", o ser humano adquire a plena capacidade de direito no nascimento com vida, momento em que adquire personalidade civil; - capacidade de fato ou de exercício - "é a aptidão de exercer por si os atos da vida civil dependendo, portanto, do discernimento que é critério, prudência, juízo, tino, inteligência, e, sob o prisma jurídico, a aptidão que tem a pessoa de distinguir o lícito do ílícito, o conveniente do prejudicial". O indivíduo adquire a plena capacidade de exercício em dois momentos distintos, em razão da idade aos dezoito anos completos, e, antes da idade legal pela emancipação. 37 1. A dignidade da pessoa humana Incapacidade: é a restrição legal ao exercício dos atos da vida civil. Deve-se levar em consideração o princípio de que "a incapacidade é a exceção, a capacidade a regra" (SR). A incapacidade provém apenas da lei e tem por fundamento a necessidade de proteção aos interesses de determinadas pessoas. 38 Classificação da incapacidade - ABSOLUTA - incapacidade para praticar pessoalmente os atos da vida civil. Os absolutamente incapazes possuem o direito, mas não podem exercê-lo pessoalmente, devendo ser representados. A prática do ato pelo absolutamente incapaz acarreta sua nulidade (art. 166, I, CC), eis que falta um elemento substancial do negócio (manifestação válida de vontade); 39 -RELATIVA: incapacidade para praticar, sem assistência, certos atos da vida civil. Os relativamente incapazes possuem o direito, podendo exercê-lo pessoalmente, desde que assistidos. A prática do ato pelo relativamente incapaz sem estar assistido acarreta sua anulabilidade (art. 171, I, CC). Classificação da incapacidade 40 13/09/2011 11 Código Civil Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil: I - os menores de dezesseis anos; II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos; III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade. 41 Capacidade Mévio sofre de oligofrenia celebra um contrato de compra e venda de uma motocicleta. Esse negócio tem validade jurídica? Silvio Rodrigues leciona que "devem prevalecer os negócios praticados pelo amental não interditado, quando a pessoa que com ele contratou ignorava e carecia de elementos para verificar que se tratava de um alienado. Entretanto, se a alienação era notória, se o outro contratante dela tinha conhecimento, se podia, com alguma diligência, apurar a condição de incapaz, ou, ainda, se da própria estrutura do negócio ressaltava que seu proponente não estava em seu juízo perfeito, então o negócio não pode ter validade, pois a idéia de proteção à boa-fé não mais ocorre". 42 Capacidade STJ -JURISPRUDÊNCIA “(...) os atos praticados pelo interditado anteriores à interdição podem ser anulados, desde que provada a existência da anomalia psiquica - causa da incapacidade - já no momento em que se praticou o ato que se quer anular ..." (STJ, 4" Turma, RESP nO 255271/GO, DJ de 05/03/2001, p.171) Édipo, com 96 anos de idade resolve comprar um apartamento para dar presentear sua noiva. Seu filho irresignado promove ação judicial visando obter nulidade da compra, haja vista a idade avancada e sinilidade. Vc como juiz deferiria o pedido ? 43 Capacidade OS QUE, MESMO POR CAUSA TRANSITÓRIA, NÃO PUDEREM EXPRIMIR SUA VONTADE Art. 1.767. Estão sujeitos a curatela: I - aqueles que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para os atos da vida civil; II - aqueles que, por outra causa duradoura, não puderem exprimir a sua vontade; III - os deficientes mentais, os ébrios habituais e os viciados em tóxicos; IV - os excepcionais sem completo desenvolvimento mental; V - os pródigos. 44 13/09/2011 12 Capacidade Relativa Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer: I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido; III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; IV - os pródigos. Parágrafo único. A capacidade dos índios será regulada por legislação especial. 45 I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; O maior de 16 anos pode: ser testemunha de ato jurídico (art. 228, I, do CC), aceitar mandato (art. 666, CC), ser eleitor (facultativo até os 18 anos), casar mediante autorização (art. 1.517, CC), fazer testamento (art. 1.860, parágrafo único, CC) etc. Ressalte-se que tais atos praticados sem assistência pelo menor relativamente incapaz não emancipado, são válidos. 46 os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido Submetem-se á curatela, nos termos do art. 1.767,III, CC, portanto, para o reconhecimento desta modalidade de incapacidade há que se proceder á interdição do indivíduo. Não basta a condição de alcoólatra ou de toxicômano, em si mesma, para a configuração da incapacidade relativa, há que estar presente o componente "discernimento reduzido", ou seja, a dependência química há que ser de tal monta que comprometa o entendimento 47 - os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo Submetem- se á curatela, nos termos do art. 1.767, IV, CC, também necessário se faz o procedimento de interdição. - PRÓDIGOS - São aqueles que, desordenadamente, dilapidam os seus bens ou patrimônio, fazendo gastos excessivos ou anormais. Sua incapacidade se limita aos atos que possam comprometer seu patrimônio. Ao contrário do Código Civil de 1916, a incapacidade do pródigo agora é estabelecida com o objetivo de protegê-lo, e não de proteger apenas alguns de seus familiares 48 13/09/2011 13 Índios Quanto aos índios, o Código Civil/2002 remete a dísciplina da incapacidade dos mesmos á legislação especial, que atualmente é o Estatuto do índio (Lei n° 6.001/73). Essa Lei coloca o silvícola e sua comunidade sob regime tutelar, enquanto não integrados á comunhão nacional, admitindo, em certas hipóteses, sua emancipação individual e até mesmo a emancipação de toda uma comunidade. 49 Proteção aos incapazes Art. 198. Também não corre a prescrição: I - contra os incapazes de que trata o art. 3º; Art. 195. Os relativamente incapazes e as pessoas jurídicas têm ação contra os seus assistentes ou representantes legais, que derem causa à prescrição, ou não a alegarem oportunamente. Art. 208. Aplica-se à decadência o disposto nos arts. 195 e 198, inciso I. Art. 588. O mútuo feito a pessoa menor, sem prévia autorização daquele sob cuja guarda estiver, não pode ser reavido nem do mutuário, nem de seus fiadores. 50 Cessação da Incapacidade Art. 5o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil. 51 Emancipação Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade: I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; II - pelo casamento; III - pelo exercício de empregopúblico efetivo; IV - pela colação de grau em curso de ensino superior; V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria. 52 13/09/2011 14 Emancipação A jurisprudência, entretanto, tem entendido que "a emancipação por outorga dos pais não exclui, por si só, a irresponsabilidade decorrente de atos ilícitos do filho”. STJ, 3" Turma, RESP 122573/PR, ReI.: Min. EDUARDO RIBEIRO, decisão de 23/0611998, DJ de 18/12/1998, p. 340 Manoel emancipado pelo pais briga com um desafeto e o mata. Nesse caso o promotor podera denunciá-lo pelo crime de Homicídio? 53 Emancipação Camelita se casou com João com 16 anos, após 4 meses,este sofre um acidente fatal e morre. Perderá a Varoa a maioridade,ante a viuvez ? Camelita de má-fe se casou com João com 16 anos, após 4 meses, o casamento foi declarado nulo, nesse caso voltara a menoridade ? 54 Emancipação Casamento – Segundo Maria Helena Diniz, se houver alteração da situação do casamento por viuvez, separação, divórcio ou anulação, a cessação da incapacidade prevalece. Entretanto, com maior propriedade, leciona Carlos Roberto Gonçalves: "O casamento nulo, entretanto, não produz nenhum efeito. Proclamada a nulidade, ou mesmo a anulabilidade, o emancipado retorna à situação de incapaz, salvo se o contraiu de boa-fé. Neste caso, o casamento será putativo em relação a ele e produzirá todos os efeitos de um casamento válido, inclusive a emancipação"; 55 Emancipação PELO EXERCÍCIO DE EMPREGO PÚBLICO EFETIVO Emprego público efetivo é aquele provido mediante concurso público, não é algo simples de ocorrer aos indivíduos menores de 18 anos, até mesmo pela proibição constante na Lei 8.112/90 (artigo 9°, V), de todo modo há a previsão na lei civil. Perceba-se que o Código Civil prevê como bastante para a emancipação o exercício do emprego público efetivo e não a posse ou a aprovação no concurso público. 56 13/09/2011 15 1. A dignidade da pessoa humana PELA COLAÇÃO DE GRAU EM CURSO DE ENSINO SUPERIOR Novamente não é algo que acontece corriqueiramente antes dos 18 anos, mas, de todo modo, ocorrendo a colação de grau ocorrerá a emancipação. Pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com 16 (dezesseis) anos completos tenha economia própria. 57 Seminário 1. O transexual e o direito à mudança de seu registro civil de nascimento. 2. Principio de autonomia do paciente e os testemunhos de Jeová; 3. Reprodução assistida 4. Principio da dignidade da pessoa humana. 5. Aborto de feto anencéfalo 58 FIM DA PERSONALIDADE 59 EXTINÇÃO DA PERSONALIDADE NATURAL Art. 6º A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva. CLASSIFICAÇÃO DA MORTE Morte Real Morte simultânea ou comoriência morte civil Morte presumida 60 http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://i497.photobucket.com/albums/rr334/blogcdm/CaixoMichaelJackson1.jpg&imgrefurl=http://yano17.blogspot.com/2009/07/caixao-do-michael-jackson.html&h=338&w=450&sz=20&tbnid=o1Bvrssx6y7t4M:&tbnh=95&tbnw=127&prev=/images%3Fq%3Dcaix%25C3%25A3o%2Bde%2Bmichael%2Bjackson&hl=pt-BR&usg=__BrWIRolDkqWFPKq8naXPaNimB7M=&ei=v-XRS_D4D8GmuAfp8sSLDg&sa=X&oi=image_result&resnum=4&ct=image&ved=0CAwQ9QEwAw http://www.portalibahia.com.br/falabahia/wp-content/uploads/2009/07/caixao_use.jpg 13/09/2011 16 EXTINÇÃO DA PERSONALIDADE NATURAL Morte real. Fim da pessoa natural Atestado de óbito ou por ação declaratória de morte presumida, sem decretação de ausência Justificação de óbito ( art.88 da Lei 6.015/73); mors omnia solvit – morte real extingue a capacidade e dissolve tudo; Extingue o poder familiar; dissolve o vínculo matrimonial 61 EXTINÇÃO DA PERSONALIDADE NATURAL Morte real. dissolve o vínculo matrimonial abertura de sucessão extinção do contrato personalíssimo extinção de obrigação de pagar alimentos, que se transfere ao herdeiro do sucessor (CC art.1700) A vontade do de cujus sobrevive no testamento crime contra os morto – (209/212 CPB); podem ser promovido post mortem – Aquilhoado com medalhas e condecorações falência do comerciante morto pode ser decretada 62 EXTINÇÃO DA PERSONALIDADE NATURAL Morte simultânea ou comoriência Art. 8º Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos. “ Quando duas pessoas morrem em determinado acidente, somente interessa saber qual delas morreu primeiro se uma herda ou é beneficiária da outra. Do contrário não existe interesse jurídico nessa pesquisa” Efeito principal: transferência de bens entre os comorientes Contra prova da comoriência: será no próprio inventário ou ac. Autônoma ? Caso primo e tia ? 63 EXTINÇÃO DA PERSONALIDADE NATURAL Diagnóstico da morte: Paralisação da atividade cerebral, circulatória e respiratória Morte Civil Existiu na Idade Média; Condenado a pena de prisão perpétuas; privadas dos direitos civis e consideradas mortas para o mundo; No Brasil existe morte civil ? Art. 1.816. São pessoais os efeitos da exclusão; os descendentes do herdeiro excluído sucedem, como se ele morto fosse antes da abertura da sucessão. Para a legislação militar pode ocorrer a hipótese de a família do indigno do oficialato, que perde o seu posto e respectiva patente, perceber pensões como se houvesse falecido ( Dec.lei nº 3.038/41) 64 http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.portalibahia.com.br/falabahia/wp-content/uploads/2009/07/caixao_use.jpg&imgrefurl=http://www.portalibahia.com.br/falabahia/%3Fp%3D5597&h=280&w=292&sz=24&tbnid=Ht8U4aB9IeaKpM:&tbnh=110&tbnw=115&prev=/images%3Fq%3Dcaix%25C3%25A3o%2Bde%2Bmichael%2Bjackson&hl=pt-BR&usg=__CiJWb6Px4_4QjOek8FecVEAzO18=&ei=v-XRS_D4D8GmuAfp8sSLDg&sa=X&oi=image_result&resnum=3&ct=image&ved=0CAoQ9QEwAg http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.portalibahia.com.br/falabahia/wp-content/uploads/2009/07/caixao_use.jpg&imgrefurl=http://www.portalibahia.com.br/falabahia/%3Fp%3D5597&h=280&w=292&sz=24&tbnid=Ht8U4aB9IeaKpM:&tbnh=110&tbnw=115&prev=/images%3Fq%3Dcaix%25C3%25A3o%2Bde%2Bmichael%2Bjackson&hl=pt-BR&usg=__CiJWb6Px4_4QjOek8FecVEAzO18=&ei=v-XRS_D4D8GmuAfp8sSLDg&sa=X&oi=image_result&resnum=3&ct=image&ved=0CAoQ9QEwAg http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://i497.photobucket.com/albums/rr334/blogcdm/CaixoMichaelJackson1.jpg&imgrefurl=http://yano17.blogspot.com/2009/07/caixao-do-michael-jackson.html&h=338&w=450&sz=20&tbnid=o1Bvrssx6y7t4M:&tbnh=95&tbnw=127&prev=/images%3Fq%3Dcaix%25C3%25A3o%2Bde%2Bmichael%2Bjackson&hl=pt-BR&usg=__BrWIRolDkqWFPKq8naXPaNimB7M=&ei=v-XRS_D4D8GmuAfp8sSLDg&sa=X&oi=image_result&resnum=4&ct=image&ved=0CAwQ9QEwAw http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.portalibahia.com.br/falabahia/wp-content/uploads/2009/07/caixao_use.jpg&imgrefurl=http://www.portalibahia.com.br/falabahia/%3Fp%3D5597&h=280&w=292&sz=24&tbnid=Ht8U4aB9IeaKpM:&tbnh=110&tbnw=115&prev=/images%3Fq%3Dcaix%25C3%25A3o%2Bde%2Bmichael%2Bjackson&hl=pt-BR&usg=__CiJWb6Px4_4QjOek8FecVEAzO18=&ei=v-XRS_D4D8GmuAfp8sSLDg&sa=X&oi=image_result&resnum=3&ct=image&ved=0CAoQ9QEwAg http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.portalibahia.com.br/falabahia/wp-content/uploads/2009/07/caixao_use.jpg&imgrefurl=http://www.portalibahia.com.br/falabahia/%3Fp%3D5597&h=280&w=292&sz=24&tbnid=Ht8U4aB9IeaKpM:&tbnh=110&tbnw=115&prev=/images%3Fq%3Dcaix%25C3%25A3o%2Bde%2Bmichael%2Bjackson&hl=pt-BR&usg=__CiJWb6Px4_4QjOek8FecVEAzO18=&ei=v-XRS_D4D8GmuAfp8sSLDg&sa=X&oi=image_result&resnum=3&ct=image&ved=0CAoQ9QEwAghttp://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://i497.photobucket.com/albums/rr334/blogcdm/CaixoMichaelJackson1.jpg&imgrefurl=http://yano17.blogspot.com/2009/07/caixao-do-michael-jackson.html&h=338&w=450&sz=20&tbnid=o1Bvrssx6y7t4M:&tbnh=95&tbnw=127&prev=/images%3Fq%3Dcaix%25C3%25A3o%2Bde%2Bmichael%2Bjackson&hl=pt-BR&usg=__BrWIRolDkqWFPKq8naXPaNimB7M=&ei=v-XRS_D4D8GmuAfp8sSLDg&sa=X&oi=image_result&resnum=4&ct=image&ved=0CAwQ9QEwAw http://www.acidentedecarro.net/wp-content/uploads/2010/04/acidente-mato-grosso.gif 13/09/2011 17 EXTINÇÃO DA PERSONALIDADE NATURAL Morte Presumida Com declaração de ausência Sem declaração de ausência Art. 7o Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência: I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida;, II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra. Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento. 65 EXTINÇÃO DA PERSONALIDADE NATURAL Art. 1.571. A sociedade conjugal termina: § 1o O casamento válido só se dissolve pela morte de um dos cônjuges ou pelo divórcio, aplicando- se a presunção estabelecida neste Código quanto ao ausente. 66 67 INDIVIDUALIZAÇÃO DA PESSOA 68 Principais elementos individualizadores da pessoa natural: • Nome; • Estado; • Domicílio http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://ultramar.terraweb.biz/Imagens/Mocambique/JAnteroFerreira/03anteroferreira_serradomape_guerrilheiros_mortos_apos_ataque_ao_aquartelamento.jpg&imgrefurl=http://ultramar.terraweb.biz/Imagens/mocambique_JAnteroFerreira_01SerradoMape.htm&h=415&w=600&sz=83&tbnid=QD2N7AKNmJ1WwM:&tbnh=93&tbnw=135&prev=/images%3Fq%3Dfoto%2Bde%2Bmortos&hl=pt-BR&usg=__BBoAw8YM73MnZoTPtxlQ475Usv4=&ei=iuXRS4GNOM6luAffkM2DDg&sa=X&oi=image_result&resnum=3&ct=image&ved=0CAoQ9QEwAg http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://ultramar.terraweb.biz/Imagens/Mocambique/JAnteroFerreira/03anteroferreira_serradomape_guerrilheiros_mortos_apos_ataque_ao_aquartelamento.jpg&imgrefurl=http://ultramar.terraweb.biz/Imagens/mocambique_JAnteroFerreira_01SerradoMape.htm&h=415&w=600&sz=83&tbnid=QD2N7AKNmJ1WwM:&tbnh=93&tbnw=135&prev=/images%3Fq%3Dfoto%2Bde%2Bmortos&hl=pt-BR&usg=__BBoAw8YM73MnZoTPtxlQ475Usv4=&ei=iuXRS4GNOM6luAffkM2DDg&sa=X&oi=image_result&resnum=3&ct=image&ved=0CAoQ9QEwAg 13/09/2011 18 INDIVIDUALIZAÇÃO DA PESSOA A individualização da pessoa natural faz-se, principalmente, através do nome, do estado e do domicílio. Nome é o sinal exterior, através do qual se individualiza a pessoa. Integra a personalidade, possuindo caráter de direito inalienável e imprescritível, razão pela qual o indivíduo além de usá-lo, pode defendê-lo de quem o usurpar. Aspecto Público: interesse do Estado em identificar as pessoas (Lei de Registro Público nº 6.015/73); Aspecto individual: consiste no direito ao nome, identificação e reprimie abusos cometidos por terceiros; "toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome" (art. 16) 69 INDIVIDUALIZAÇÃO DA PESSOA Finalidade de ações relativas ao uso do nome: a) A retificação: preservar o verdadeiro nome b) Contestação: evitar que terceiro não use o nome e não exponha ao rídiculo - o nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a exponham ao desprezo público, ainda que não haja intenção difamatória“ (art. 17) "sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial" (art. 18). -Esses mesmos direitos são assegurados aos pseudônimos adotados para atividades lícitas (art. 19). 70 INDIVIDUALIZAÇÃO DA PESSOA Natureza Jurídica: a) a da propriedade: b) A da propriedade sui generis c) A negativista d) A do sinal distintivo revelador da personalidade e)A do direito da personalidade: ELEMENTO DO NOME: Prenome + sobrenome + agnome Roberto Braga Segundo Axiônimo: forma cortês de tratamento 71 Observe-se que além da possibilidade de substituição do prenome em tais hipóteses, ainda se afigura admissível sua modificação nos seguintes casos: nomes exóticos ou ridículos (art. 55, parágrafo único, da LRP): no primeiro ano após a maioridade, e independentemente de justificação, mediante iniciativa do interessado, desde que não prejudique os apelidos de família (art. 56 da LRP): erro gráfico evidente (trata- se mais propriamente de correção do que de modificação e, apesar da alteração do parágrafo único do art. 58 da LRP pela Lei n° 9.708/98, afigura-se cabível diante do que dispõem os arts. 109 e seguintes da LRP): tradução ou adaptação do nome do estrangeiro á língua portuguesa, no pedido de naturalização (art. 114 da lei n° 6.815/80); em caso de adoção, se menor, a pedido do adotante ou do adotado (art. 1.627, CC). PRENOME 72 13/09/2011 19 o art. 58 da Lei n° 6.015/73, com a redação dada pela Lei nº 9.708/98, estabelece que "o prenome será definitivo, admitindo-se, todavia, a sua substituição pelos apelidos públicos notórios" E o seu parágrafo único, com a redação dada pela Lei nº 9.807/99, preceitua que "a substituição do prenome ainda será admitida em razão de fundada coação ou ameaça decorrente da colaboração com a apuração de crime, por determinação, em sentença, de juiz competente, ouvido o Ministério público. Ex.: Dra. Prosdócimo Ver art.1.578 CC/2002 Hipocorístico: Zezinho. Carlinho, Gabi, Gil, Gui,Tião INDIVIDUALIZAÇÃO DA PESSOA 73 Filho havido fora do casamento deve ser lancado o nome do pai sem que este autorize expressamente? Segundo a lei nº 8.560/92, obriga os oficiais do Registro Civil a remeter ao juiz os dados do suposto pai, que este será convocado para reconhecer o filho, caso em contrário MP pode promover ação de investigação de paternidade; Apelido pode incorporar ao nome? Lei n.9.708/98 Lei n. 11.924/09 – enteado/enteada – adotar nome do padrasto; Casamento; divórcio; adoção; reconhecimento; união estável e transexualismo 74 Estado da pessoa natural "é a soma de suas qualificações, permitindo sua apresentação na sociedade numa determinada situação jurídica, para que possa usufruir os benefícios e vantagens dela decorrentes, e sofrer os ônus e obrigações que dela emanam" (MHD). Recebe proteção através das ações de estado. É indivisível, imprescritível e indisponível. INDIVIDUALIZAÇÃO DA PESSOA 75 Estado da Pessoa Qualificação, Posicionamento da pessoa em relação a si mesma, no núcleo familiar e a sociedade Estado Individual: sexo, idade e capacidade Estado Social ou familiar: 1- regras de parentesco e estado civil Estado Político: Nacionais e estrangeiros 76 13/09/2011 20 Estado da pessoa Art. 1.595. Cada cônjuge ou companheiro é aliado aos parentes do outro pelo vínculo da afinidade. § 1º O parentesco por afinidade limita-se aos ascendentes, aos descendentes e aos irmãos do cônjuge ou companheiro. § 2º Na linha reta, a afinidade não se extingue com a dissolução do casamento ou da união estável. Ex.: O irmão do seu marido é seu parente; 77 Domicílio é a sede jurídica da pessoa. No caso da pessoa natural, a regra é a de que seu domicílio é o lugar onde ela estabelece sua residência com ânimo definitivo (art. 70 CC). Logo, o domicílio da pessoa natural pressupõe, em regra, dois elementos: um objetivo (residência) e um subjetivo (ânimo definitivo). É também domicílio da pessoal natural, quanto às relações concernentes à profissão, o lugar onde esta é exercida. Se a pessoa natural possuir diversas residências onde alternadamente viva ou se exercitar profissão em lugares diversos (pluralidade domiciliar), considerar-se-á domicílio seu qualquer daquelas, ou, para as respectivas relações, qualquerdestes. No caso de a pessoa natural não possuir residência habitual (falta de domicílio certo), seu domicílio será o do lugar onde for encontrada. 78 DOMICÍLIO o domicilio pode ser (espécies): • voluntário - fixado livremente pelo individuo. Pode ser geral (fixado pela própria vontade do indivíduo capaz) ou especial (estabelecido de acordo com os interesses das partes em um contrato, a fim de fixar o local onde os direitos e as obrigações contratuais devem ser exigidos ou cumpridas; também chamado de domicílio de eleição ou convencional); 79 DOMICÍLIO • necessário ou legal - determinado pela lei. Em certos casos de domicílio legal, entretanto, admite-se a pluralidade domiciliar, como ocorre em relação ao servidor público que, apesar de exercer permanentemente suas funções em uma localidade, possui residência com ânimo definitivo em outra. Os casos de domicílio legal estão expressos no Código Civil, no Art. 76 e parágrafo único: 80 13/09/2011 21 DOMICÍLIO Art. 76. Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o preso. Parágrafo único. O domicílio do incapaz é o do seu representante ou assistente; o do servidor público, o lugar em que exercer permanentemente suas funções; o do militar, onde servir, e, sendo da Marinha ou da Aeronáutica, a sede do comando a que se encontrar imediatamente subordinado; o do marítimo, onde o navio estiver matriculado; e o do preso, o lugar em que cumprir a sentença. 81 DOMICÍLIO Art. 77. O agente diplomático do Brasil, que, citado no estrangeiro, alegar extraterritorialidade sem designar onde tem, no país, o seu domicílio, poderá ser demandado no Distrito Federal ou no último ponto do território brasileiro onde o teve. Art. 78. Nos contratos escritos, poderão os contratantes especificar domicílio onde se exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes 82 Domicílio Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é: I - da União, o Distrito Federal; II - dos Estados e Territórios, as respectivas capitais; III - do Município, o lugar onde funcione a administração municipal; IV - das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos. § 1o Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados. § 2o Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro, haver-se-á por domicílio da pessoa jurídica, no tocante às obrigações contraídas por cada uma das suas agências, o lugar do estabelecimento, sito no Brasil, a que ela corresponder. 83 Mudança de domicílio Muda-se o domicilio, transferindo a residência, com a intenção manifesta de o mudar. A prova da intenção resultará do que declarar a pessoa às municipalidades dos lugares, que deixa, e para onde vai, ou, se tais declarações não fizer, da própria mudança, com as circunstância que a acompanharem. 84 13/09/2011 22 DA AUSÊNCIA 5 de agosto de 2009, 13:24 Belchior está desaparecido há 2 anos O cantor Belchior está desaparecido há dois anos. A família afirma que não tem contato com ele desde 2007. As únicas pistas são os automóveis do artista. Um está abandonado há meses no estacionamento do Aeroporto de Congonhas e o outro encontra-se na garagem de um hotel em que ele residia. Um fã do cantor contou no programa “Fantástico”, da Rede Globo, que algumas pessoas afirmam que ele está na Holanda. Os ex- produtores de Belchior também afirmam que nunca mais tiveram contato com o cantor. 85 DA AUSÊNCIA CONCEITO: Ausente é a pessoa que desaparece de seu domicílio, sem que dela haja notícia, e que não deixa representante, ou procurador, a quem toque administrar lhe os bens, ou cujo mandatário não queira, ou não possa exercer ou continuar o mandato, ou se seus poderes forem insuficientes. 86 DA AUSÊNCIA 87 DA AUSÊNCIA - CURATELA DO AUSENTE: - o juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do MP, verificando a ausência, declarará esta (por sentença que deve ser registrada no registro civil de pessoas naturais), mandará arrecadar os bens do ausente e nomeará curador a este, fixando os poderes e obrigações, conforme as circunstâncias. 88 http://www.riodosul.com.br/2009/08/belchior-esta-desaparecido-ha-2-anos/ http://www.riodosul.com.br/2009/08/belchior-esta-desaparecido-ha-2-anos/ http://www.riodosul.com.br/2009/08/belchior-esta-desaparecido-ha-2-anos/ http://www.riodosul.com.br/2009/08/belchior-esta-desaparecido-ha-2-anos/ http://www.riodosul.com.br/2009/08/belchior-esta-desaparecido-ha-2-anos/ http://www.riodosul.com.br/2009/08/belchior-esta-desaparecido-ha-2-anos/ http://www.riodosul.com.br/2009/08/belchior-esta-desaparecido-ha-2-anos/ http://www.riodosul.com.br/2009/08/belchior-esta-desaparecido-ha-2-anos/ http://www.riodosul.com.br/2009/08/belchior-esta-desaparecido-ha-2-anos/ http://www.riodosul.com.br/2009/08/belchior-esta-desaparecido-ha-2-anos/ http://www.riodosul.com.br/2009/08/belchior-esta-desaparecido-ha-2-anos/ 13/09/2011 23 DA AUSÊNCIA Feita a arrecadação, o juiz mandará publicar editais durante um ano, reproduzidos de dois em dois meses, anunciando a arrecadação e chamando o ausente a entrar na posse de seus bens. Cessa a curadoria pelo comparecimento do ausente, do seu procurador, ou de quem o represente; pela certeza da morte do ausente; pela sucessão provisória. 89 DA AUSÊNCIA A curadoria será exercida pelo cônjuge não separado judicialmente, ou de fato por mais de dois anos antes da declaração da ausência; pai , mãe ou seus descendentes (os mais próximos precedem aos mais remotos e, entre os do mesmo grau, os varões preferem às mulheres), nesta ordem, desde que não haja impedimento que os iniba de exercer o cargo. Na falta de qualquer dessas pessoas, compete ao Juiz a escolha do curador. 90 DA AUSÊNCIA Passado um ano da arrecadação, ou três anos, se o ausente deixou representante ou procurador, sem que se saiba do ausente e não tendo comparecido seu procurador ou representante, poderão os interessados requerer que se abra provisoriamente a sucessão. 91 DA AUSÊNCIA - SUCESSÃO PROVISÓRIA: Pode ser requerida por qualquer interessado, assim considerados: o cônjuge não separado judicialmente, os herdeiros presumidos legitimas e testamentários; os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte; os credores de obrigações vencidas e não pagas. Não havendo interessados, cabe ao MP promover a sucessão provisória do ausente. 92 13/09/2011 24 DA AUSÊNCIA Cumpre aos herdeiros, para serem imitidos na posse dos bens do ausente,dar garantias de os restituir, mediante penhores ou hipotecas equivalentes aos quinhões respectivo; Aquele que não puder prestar a garantia será excluído, mantendo-se os bens que lhe caberiam sob a administração do curador, ou de outro herdeiro designado pelo juiz, e que preste a garantia. O excluído, entretanto, poderá, justificando a falta de meios, requerer lhe seja entregue a metade dos rendimentos do quinhão que lhe caberia. Nota: Os ascendentes, os descendentes e o cônjuge, uma vez provada a sua qualidade de herdeiros, poderão, independentemente de garantia, entrar na posse dos bens do ausente. 93 DA AUSÊNCIA Os imóveis do ausente somente poderão ser alienados ou hipotecados no caso de desapropriação ou quando o ordene o juiz, para lhes evitar a ruína; Empossados nos bens, os sucessores provisórios ficarão representando ativa e passivamente o ausente, de modo que contra eles correrão as ações pendentes e as que de futuro àquele forem movidas. 94 DA AUSÊNCIA Os descendentes, ascendentesou o cônjuge que forem sucessores provisórios terão direito aos frutos e rendimentos dos bens que lhes couberem. Os demais sucessores deverão capitalizar metade desses frutos e rendimentos e prestar anualmente contas ao juiz competente. Se o ausente aparecer, e ficar provado que a ausência foi voluntária e injustificada, perderá ele, em favor do sucessor, sua parte nos frutos e rendimentos. 95 DA AUSÊNCIA Se durante a posse provisória se provar a época exata do falecimento do ausente, considerar-se-á, nesta data, aberta a sucessão em favor dos herdeiros, que o eram àquele tempo. Se o ausente aparecer, ou se lhe provar a existência, depois de estabelecida a posse provisória, cessarão para logo as vantagens dos sucessores nela imitidos, ficando, todavia, obrigados a tomar as medidas assecuratórias precisas, até a entrega dos bens. 96 13/09/2011 25 DA AUSÊNCIA A sentença que determinar a abertura da sucessão provisória só produzirá efeito 180 dias depois'de publicada na imprensa; mas, logo que passe em julgado, se procederão à abertura do testamento, se houver, e ao inventário e partilha dos bens, como se o ausente fosse falecido. Se dentro de 30 dias depois de passar em julgado a sentença que mandar abrir a sucessão provisória não comparecer interessado ou herdeiro que requeira o inventário, proceder-se-á à arrecadação dos bens do ausente como herança jacente. I 97 DA AUSÊNCIA - SUCESSÃO DEFINITIVA: A sucessão provisória se converterá em definitiva quando: houver certeza da morte do ausente; dez anos depois de passada em julgado a sentença de abertura da sucessão provisória; quando o ausente contar com oitenta anos de idade e houver decorrido cinco anos das últimas notícias suas. 98 DA AUSÊNCIA Regressando o ausente nos 10 anos seguintes á abertura da sucessão definitiva ou algum dos seus descendentes ou ascendentes, aqueles ou estes só poderão requerer ao juiz a entrega dos bens existentes no estado em que se acharem, os sub-rogados em seu lugar ou o preço que os herdeiros e demais interessados houverem recebido pelos alienados depois daquele tempo. 99 DA AUSÊNCIA Se em 10 anos o ausente não retornar e nenhum interessado promover a sucessão definitiva? Os bens arrecadados passarão ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se localizados nas respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da União, quando situados em território federal. 100 13/09/2011 26 DOS EFEITOS DA AUSÊNCIA QUANTO AO DIREITO DE FAMÍLIA De acordo com o Código Civil de 2002 (art. 1.571, §1°), a morte presumida pela ausência é causa de dissolução do vínculo matrimonial e da sociedade conjugal, contudo, impende ressaltar que tal somente se dá quando a lei autoriza a abertura da sucessão definitiva. (viúvo presumido) Qual a fase que o cônjuge é considerado viúvo presumido ? O ausente é incapaz ?- 101 102 Próxima aula:
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