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As questões relacionadas a Saúde mental dos profissionais de segurança pública nos tempos contemporâneos, ainda é vista de forma discriminada e preconceituosa, quando refere-se ao tema. Diante destas nuances, sendo você um agente de segurança pública, como desmistificar este contexto, levando em consideração a prevenção, promoção e tratamento da saúde mental do agente de segurança pública? (Módulo 6). A saúde mental do agente de segurança pública é um assunto de extrema necessidade, por isso a importância de derrubar paradigmas e preconceitos diante do tema. Muitos agentes vem sofrendo de doenças psicológicas, uns buscam tratamento e falam abertamente sobre o assunto, já outros preferem se fechar e ignorar todos os sintomas que acomete em sua mente, e esse fato ocorre pelo preconceito com esta questão. A doença mental por muitos anos foi vista de forma pejorativa, seus tratamentos eram cruéis, porém Philippe Pinel foi pioneiro no tratamento de doentes mentais e no avanço da psiquiatria moderna. Ele baniu antigos tratamentos que eram empregados, tais como: vômitos induzidos, sangrias, purgações e ventosas, substituindo-os por um tratamento digno e respeitoso, que inclui terapias ocupacionais. Foi, ainda, um dos primeiros a libertar os pacientes das correntes e dos manicômios, propiciando-lhes, assim, momentos de liberdade que, por si só, eram terapêuticos (SÃO PAULO, 2003). Mas mesmo com todo seu estudo, instituições seguiam tratando os loucos como criminosos e “endemoniado” e seguiam com tratamentos físicos cruéis. Entre 1830 até a República (1989), a classe médica se movimentou para que essa população pudesse receber tratamento à luz da psiquiatria, transformando a “loucura” em doença mental, caracterizando uma mudança qualitativa na atenção. O Movimento da Reforma Psiquiátrica iniciou no final da década de 1970, em pleno processo de redemocratização do país. O objetivo era buscar a garantia da cidadania de usuários e familiares, historicamente discriminados e excluídos da sociedade, com o lema “Por uma sociedade sem manicômios”. Movimento da Reforma Psiquiátrica contribuiu para a aprovação da Lei 10.216/2001, nomeada “Lei Paulo Delgado. Hoje há no SUS tratamento disponível para pessoas acometidas de doenças mentais, e atualmente sabe-se que essas doenças não são loucuras, ou demônios que entram no copo da pessoa. A doença mental principalmente no profissional de segurança pública vem do desgaste da profissão, das escalas de serviços que impedem que os agentes tenham momentos de lazer de forma plena, pois muitas vezes para conseguir participar de um momento familiar importante, o agente sacrifica suas horas de sono. A falta de efetivo é um dos maiores problemas e o que mais reflete na saúde mental, é uma profissão que leva a privações de sono, a compulsão por bebidas que te mantenham acordados e atentos, o que leva ainda ao sobrepeso. O Estado atualmente não está cumprindo com sua promessa e dever de dar a reposição salarial dos servidores, e o que se vê é muita insatisfação, stresses e depressão. O agente se sente desvalorizado, e são por todos os lados. A população é mais um fator que faz com que os agentes de segurança se sintam prostrados e desmotivados. Estou desde 2015 lotada no batalhão de Maringá, e nesses 5 anos e alguns meses, que me recorde me deparei com dois suicídios, sendo um acompanhado do assassinato do próprio filho antes do suicídio, e duas tentativas. Para mim são números exorbitantes, e não vejo ninguém fazendo nada, é como se o problema fosse apenas das pessoas, e não da corporação, não há um olhar mais humano. O agente que procura ajuda muitas vezes têm medo de relatar seus pensamentos e anseios, já que para muitos deles se o profissional de saúde retirar seu armamento ele estará acabado, ele não se sentirá mais como um policial, como um agente de segurança, e diante da tropa terá ainda que suportar brincadeiras inoportunas, sem graças e que abala mais ainda a saúde mental. As instituições de segurança tem que encontrar uma forma de lidar de forma efetiva com essa sobrecarga que o agente de segurança carrega, aliviar o stresses, fazer com que o mesmo se sinta humano e não uma máquina que tem que trabalhar e trabalhar. O Estado tem que valorizar os seus servidores, são eles que o mantém em pé, mas enquanto isso não ocorre, os agentes de segurança tem que buscar formas de se ajudar, ocupar sua mente com coisas boas, buscar praticar esportes, se socializar principalmente com pessoas que não são do seu ambiente de trabalho, pessoas que ocupara sua cabeça com coisas que não seja do trabalho, que não seja da área de segurança. Acredito que hoje mesmo com todos esses problemas, ainda assim estamos melhores que os que já passaram, e espero que os que ainda virão estejam melhores ainda.
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