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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO FACULDADE DE EDUCAÇÃO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO ENSINO DA GEOGRAFIA E DA HISTÓRIA SABERES E FAZERES NA CONTEMPORANEIDADE EDUARDO CHUEIRY FERREIRA AS NOVAS TECNOLOGIAS EM PRÁTICAS PEDAGÓGICAS INTERDISCIPLINARES NO ENSINO DE HISTÓRIA E GEOGRAFIA. PORTO ALEGRE 2017 EDUARDO CHUEIRY FERREIRA AS NOVAS TECNOLOGIAS EM PRÁTICAS PEDAGÓGICAS INTERDISCIPLINARES NO ENSINO DE HISTÓRIA E GEOGRAFIA. Trabalho de Conclusão do Curso de Especialização como requisito parcial para obtenção do título de Especialista. Orientador: Prof°. Dr Nilton Mullet Pereira Porto Alegre – 2017 https://moodle.ufrgs.br/user/view.php?id=8386&course=1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE EDUCAÇÃO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO – 7 ed. O ENSINO DA GEOGRAFIA E DA HISTÓRIA: SABERES E FAZERES NA CONTEMPORANEIDADE AUTORIZAÇÃO PARA ENTREGA DO TCCE A presente versão do TCCE intitulado: As Novas Tecnologias em práticas pedagógicas interdisciplinares no ensino de História e Geografia de autoria do aluno Eduardo Chueiry Ferreira foi revisado por mim, professor orientador Nilton Mullet Pereira, e sua entrega pode ser efetuada junto à Coordenação do EGH para fins de arquivamento. Porto Alegre, 23 de junho de 2017. _______________________________________________ Orientador: Prof°. Dr Nilton Mullet Pereira https://moodle.ufrgs.br/user/view.php?id=8386&course=1 Ferreira, Eduardo Chueiry As Novas Tecnologia em Práticas Pedagógicas Interdisciplinares no Ensino de História e Geografia – Porto Alegre, 2017. Nº de páginas Área de concentração: Lorem ipsum. Orientador: Prof. Dr. Fulano de Tal. Trabalho de Conclusão do Curso de Especialização: Ensino da Geografia e da História – Instituição com toda a hierarquia. Universidade Federal do Rio Grande do Sul Pró-Reitoria de Pós-Graduação Faculdade de Educação. 1.Enisno de História e Geografia; 2. Novas Tecnologias; 3. Interdisciplinariedade em Geografia e História Dedico esse trabalho á minha família, meus pais, irmãs, afilhados, meus avôs e, em especial, à minha esposa, Viviane Tysczuk, pelo tempo que deixamos de estar juntos, pela paciência, por tantas madrugadas nas quais levantei-me para a escrever e investigar. AGRADECIMENTOS Agradeço ao meu professor orientador, pelas aulas maravilhosas, dicas valiosas, pela habitual dedicação nas correções e na orientação dessa pesquisa e experiências. Gostaria, também, de agradecer à equipe diretiva, aos colegas de trabalho e aos queridos alunos e alunas do Colégio Ulbra São Lucas, instituição na qual coloquei em prática minhas crenças em relação à educação. Outrossim, regraceio aos queridos professores da pós-graduação e colegas que tornaram um período de longa dedicação em algo divertido e prazeroso. “Precisamos contribuir para criar a escola que é aventura, que marcha, que não tem medo do risco, por isso que recusa o imobilismo.A escola em que se pensa, em que se cria, em que se fala, em que se adivinha, a escola que apaixonadamente diz sim a vida". Paulo Freire RESUMO Nas últimas décadas, vive-se o novo. Há um cenário de inúmeras e modernas tecnologias da comunicação e da informação, entre essas tecnologias destacam-se: computadores, notebooks, netbooks, tablet’s, celulares, iphones, smartphones, lousas digitais que associados à internet e a programas educativos possibilitam uma verdadeira revolução nas mais diversas áreas do conhecimento, entre elas, Geografia e História que cada vez mais podem ser trabalhadas de forma interdisciplinar, melhorando, ainda mais, a compreensão do mundo, percebendo-o como e realmente é, sem separações. Separações, essas, que em vários casos tornam a aprendizagem incompleta e confusa. As novas tecnologias possibilitam a formação da cibercultura, uma espécie de rede, que pode integrar essa nova geração em favor de um ensino diferente e mais tecnológico, permitindo o maior aprofundamento dos conteúdos e, sobretudo, aulas mais motivadoras e significativas para essa geração conectada às novas tecnologias, proporcionando novos olhares sobre ensino e aprendizagem contemporâneos com atividades que promovam a criatividade, a pesquisa e o aprofundamento do saber. Nesse estudo são apresentados atividades exitosas que utilizam as novas tecnologias. PALAVRAS CHAVES: 1.Enisno de História e Geografia; 2. Novas Tecnologias; 3. Interdisciplinariedade em Geografia e História ABSTRACT In the last decades, we had the coming of many new communication and information technlogies, such as, computers, notebooks, netbooks, tablets, cellphones, iphones, smartphones and digital board. When these new technologies are associated with the internet and some education programs, they enable a big revolution in many different areas of knowledge, as: Geography and History and they are becoming subjects that we can work interdisciplinarity, improving so much more the comprehension of the world and avoiding separations, which makes the learning uncompletely and confused. The new technologies allow the formation of a cyberculture, a kind of a network that can integrate this new generation for a different and more technological learning, with a deeping of the content and mainly, motivating and meaninful classes to this connected generation, providing new views about the contemporary learning teaching with activities that provide the criativity, the research and deeper knowledge and on this study it wil be presented successful activities that use the new technologies. Key words: 1. Geography and History learning; 2. New technologies; 3. Interdisciplinarity SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................... 10 2 Os caminhos da educação no século XXI .......................................... 12 3 O Jovem da Sociedade Digital e o Surgimento da Cibercultura. ........ 16 4 Os Desafios impostos aos Educadores pela necessidade de inserção das Novas Tecnologias de Informação e Comunicação na educação. ............ 21 5 As Novas Tecnologias da Informação e da Comunicação em práticas interdisciplinares de História e Geografia. ........................................................ 29 5.1 Criação de sites e blogs ................................................................... 33 5.2. Aplicativos para celulares, Iphones e Ipad’s ................................... 34 5.3 Construção de Quizzes de revisão .................................................. 37 5.4 Google Sala de Aula ........................................................................ 39 5.5. Animações e vídeos aulas .............................................................. 42 5.6 – Criação e compartilhamento de Podcast ...................................... 43 6 CONCLUSÃO ..................................................................................... 45 REFERÊNCIAS ..................................................................................... 47 10 1 INTRODUÇÃO Um dos principais objetivos da educação é acompanhar as transformações na qual asociedade passa a permitir uma compreensão correta do tempo em que se vive e nos dias atuais. Percebe-se que em todos os segmentos da sociedade as novas tecnologias estão presentes, elas fazem parte do cotidiano de todos, ajudam a resolver problemas e trazem benefícios para os desafios diários. No entanto, na educação brasileira de modo geral, essas novidades e mudanças não penetram na mesma velocidade que ocorre na sociedade. Simplesmente, as escolas congelaram no tempo, enquanto na maioria das atividades existe o auxílio de máquinas, equipamentos modernos, programas de computadores e aplicativos de celulares que auxiliam e facilitam a comunicação e as atividades diárias, nas salas de aulas permanece a realidade de décadas pretéritas, ainda tem se o velho quadro negro, as antigas carteiras escolares, os tradicionais livros didáticos, o uso dos cadernos de papéis, dos lápis de madeira, das mesmas canetas esferográficas, enfim os mesmos equipamentos avelhantados e que são parte do cotidiano escolar desde o início do século XX. Ao passo em que as novas tecnologias podem impulsionar uma transformação importante na educação, com inúmeras possibilidades que podem revolucionar a transmissão do conhecimento e, sobretudo a produção de saberes. Essas novidades acabam entrando de forma muito lenta nas práticas pedagógicas das escolas, havendo uma grande resistência por parte das instituições e educadores, visto que, as velhas práticas são de forma insistente mantidas, há medo ou resistência para uma maior difusão das novas tecnologias no meio educacional, seja pelo receio de que as velhas práticas fiquem no passado, seja pela falta de preparo para conseguir inserir essas novidades nos planejamentos e nas aulas ou, ainda, simplesmente, essa rejeição ocorre devido à falta de conhecimento por parte dos professores que não dominam integralmente a forma de utilizar essas ferramentas. E, elas 1 0 11 podem trazer uma praticidade singular no processo de ensino-aprendizagem quando bem aproveitadas e utilizadas. É fundamental é que as instituições e os professores consigam vislumbrar as inúmeras possibilidades que as novas tecnologias podem propiciar à educação. As novas tecnologias, em especial no ensino da Geografia e História, permitem uma interdisciplinaridade que antes era mais intrincado. Com a utilização de mapas em 3D e interativos, conteúdos que se interligam de maneira com que os alunos possam enxergar os fatos e acontecimentos no mundo interligados através de vídeos, imagens, jogos e animações permitindo uma leitura mais completa e realista dessas áreas do conhecimento, além da possibilidade de uma maior interatividade e de compartilhamento de informações e de conhecimentos entre professores e alunos e entre os próprios colegas de aula através da criação de uma rede de comunicação que pode ser criada através das novas tecnologias integradas ao processo de ensino aprendizagem. O estudo a seguir tem como objetivo apresentar os ganhos que as novas tecnologias podem oportunizar na educação, como um todo, sobretudo, para o ensino de História e Geografia. Essas novas tecnologias permitem aliar as práticas tradicionais com metodologias inovadoras que trazem novos desafios, diferentes significados e, em especial, novos olhares e possibilidades de leitura e relações com o mundo. Cabe ao professor e instituições escolares aproximar a realidade das novas tecnologias nas práticas pedagógicas, aliar as teorias educacionais relacionando com as novas ferramentas tecnológicas dando significado e coerência aos conteúdos ministrados, porém de forma mais atrativa aos jovens, que estão, desde muito cedo, influenciados pelas novas tecnologias ao invés de tornar esses aparelhos em um inimigo. As escolas devem torna-los aliados para uma educação mais significativa e atrativa, as tecnologias estão aí para auxiliar, facilitar e não deve-se, pois, complicar, ao invés de resistir é mais frutífero somar, incluir as novas tecnologias ao ensino e, com isso, minimizar a exclusão digital. 1 1 12 2 Os caminhos da educação no século XXI A ideia de educação como conhecemos atualmente em termos históricos começou a ser construída a partir das mudanças sociais e culturais que resultaram do período em que ocorreu na Europa a Revolução Industrial e, principalmente, a Revolução Francesa, portanto historicamente falando a ideia de educação como algo sistematizado, compartimentado, de alcance universal, laica e de responsabilidade do Estado é bastante recente. Do final do século XVIII até os dias de hoje o principal objetivo da educação foi a criação de um sistema unificado baseado nos valores dominantes da sociedade sendo dessa forma a educação apenas a transmissão do conhecimento acumulado pela humanidade ao longo dos tempos, sendo organizada de maneira lógica e padronizada e sendo transmitida aos alunos como algo meramente contemplativo, pois o ensino era apresentado com normas e regras, com toda a teoria já construída e explicada, não existindo um dialogo ou debate em torno dos conteúdos que eram simplesmente impostos de cima para baixo e com pouco ou nenhuma participação prática dos alunos na construção do saber. No entanto cada vez mais esse modelo se mostra ultrapassado e ineficaz sendo perceptível a urgência de uma revisão da educação. Nesses novos tempos que se apresentam na virada do século XX e principio do século XXI, é perceptível a necessidade das instituições de ensino e da sociedade começarem a de fato compreender a realidade e o mundo dos jovens desse novo milênio, de modo a motivá-los e, seja por meio do diálogo ou de novas metodologias educacionais para atraí-los para o aprendizado, ou seja, transpor a barreira entre o velho e o novo e dentro desse novo contexto a educação não pode mais ser sistemática e monopolizadora, a educação contemporânea precisa se adaptar as novas exigências da sociedade, dos jovens da Era da Informação, desse momento histórico em que a base de todas as relações se estabelece através da informação e da sua capacidade de processamento e de geração de conhecimentos. As Novas Tecnologias surgem como o elo entre o velho e o novo, tablets, iphones, aplicativos computadores, notebooks aparecem como 1 3 13 alternativas aos tradicionais quadros-negros e livros impressos. Quadros interativos, jogos digitais, podcasts são tantas as novas possibilidades que se abrem para os gestores educacionais, professores para tornar as aulas mais interessantes e participativas aos estudantes, porém se faz necessário quebrar a barreira do medo que a maioria dos profissionais e instituições ligadas a educação ainda tem do novo, das tecnologias que hoje fazem parte do cotidiano dos jovens e da sociedade, mas que a escola ainda tem receio de permitir essas novas possibilidades que permitem uma maior interação dos alunos com o saber e quem sabe uma nova razão para querer aprender, ver os estudos como algo interessante e fundamental para a vida em sociedade. Por essa razão, muitos já vislumbram as tecnologias digitais como um caminho para grandes revoluções na educação contemporânea. Está mais do que evidente que a Novas Tecnologias de Comunicação e Informação (NTCI’s) é um importante atalho para as reformas educacionais , necessárias, pois é evidente e perceptível a atração que os recursos tecnológicos exercem sobre crianças e jovens, que já nasceram na era digital. Além disso, não se pode negar a relevância desses recursos, as novas tecnologias abrem um leque de possibilidades, permite a ampliação de opções de material pedagógico que antes eram inimagináveis; por exemplo, nas aulas de história e geografia as novas tecnologias dispensam locomoção e vários procedimentos logísticos permitindo o estudo de lugares remotos e distantes através de vídeos, imagens, meiosde comunicação entre outras possibilidades graças aos recursos audiovisuais mais sofisticados, além das redes sociais que permitem a comunicação com outras sociedades com um custo mínimo permitindo experiências riquíssimas para os jovens. Através das NTCI’s é possível visitar os principais museus do mundo em aulas com um celular e um cardboard que é basicamente aplicativo criado pela empresa Google que com o auxílio de óculos artesanais de realidade virtual feito pelos próprios alunos é possível conhecer locais e obras de diversos lugares sem ter que viajar a países distantes, ou até mesmo ir ao espaço sideral para conhecer os planetas do sistema solar, seus movimentos e constituição com aplicativos em 3D que dão um novo sentido as aulas antes teóricas e maçantes, tornando essas aulas bem mais atrativas e de fácil compreensão. 14 Atualmente educar exige muito mais do que uma simples transmissão de conteúdos, se faz necessário, sobretudo ligar aquilo que está sendo apresentado em sala de aula com o cotidiano do aluno e atualmente a realidade dos jovens está conectado as modernidades das tecnologias da informação e da comunicação. O uso das novas tecnologias pode tornar o ensino mais relevante para os jovens, através de uma construção colaborativa do conhecimento e provocando uma participação mais efetiva, reflexiva e interativa de todos envolvidos no processo educacional. No entanto não podemos pensar que a inovação em sala de aula vem pura e simplesmente com o uso de ferramentas tecnológicas nas aulas, embora elas sejam importantes. Mas a mudança vem principalmente na atitude e na coragem dos professores de mudar as velhas práticas e atitudes, permitindo aulas mais participativas, interativas, nas quais os alunos possam ser ouvidos e que ocorra uma verdadeira interação entre alunos e professores, de maneira que o jovem possa se sentir de fato uma peça fundamental no processo de aprendizagem e, sobretudo que o aluno se sinta parte da construção do seu próprio saber. O que temos ainda nos dias de hoje são professores do século XX, com práticas e comportamentos ultrapassados e precisamos tornarmos educadores do século XXI para alunos que estão ansiosos em poder vivenciar o seu tempo nas escolas, ou seja, querem experiências que utilizem as ferramentas do século XXI. O professor desses novos tempos não precisa ser mais uma “enciclopédia ambulante”, não precisa mais carregar em sua mente todo o conhecimento e ter todas as respostas, o professor deve deixar o papel historicamente construído de centralizador do conhecimento para se tornar um incentivador da inteligência coletiva, esse novo profissional deve ser aquele que ensina a aprender, deve ser um profissional que esteja em constante busca por recursos para intermediar o aprendizado e despertar o interesse de seus alunos na busca por novos conhecimentos, deve promover um ambiente onde favoreça a criatividade e a iniciativa dos seus educandos, o papel do educador, acima de tudo atualmente é ensinar os alunos a buscarem as informações e fornecer a eles habilidades e competências para esses jovens poderem coletar, analisar e interpretar os dados e informações para conseguir fazer bom uso das experiências e conhecimentos obtidos. “É uma inteligência 1 4 15 distribuída por toda parte, na qual todo o saber está na humanidade, já que, ninguém sabe tudo, porém todos sabem alguma coisa”. (LÉVY, 2007). Os avanços tecnológicos causam ainda muitas dúvidas e questionamentos na comunidade escolar, ou seja, entre os professores, gestores, alunos e pais. São muitos os desafios a enfrentamentos no que diz respeito ao uso das novas tecnologias de informação e comunicação, no entanto gestores, educadores e sociedade precisam se dar conta que no contexto atual a escola não se limita mais aos seus muros, a um espaço fechado, onde os alunos devem permanecer sentados em fileiras, ouvindo e copiando as informações transmitidas pelo professor durante cinquenta incansáveis minutos, devemos ter a noção que nas últimas décadas vivemos em um mundo caracterizado por mudanças que ocorrem a cada instante promovidas pelas redes sociais, pelas notícias e imagens de portais de notícias, por meio da televisão, internet, videogame, entre outras tecnologias. Os valores culturais, sociais e econômicos são outros, o mundo mudou e se transforma em uma velocidade avassaladora. A preocupação com o impacto que as mudanças tecnológicas podem causar no processo de ensino-aprendizagem impõe a área da educação a tomada de posição entre tentar compreender as transformações do mundo, produzir o conhecimento pedagógico sobre ele auxiliar o homem a ser sujeito da tecnologia, ou simplesmente dar as costas para a atual realidade da nossa sociedade baseada na informação (SAMPAIO e LEITE, 2000, op cit SANTOS, 2012, p. 9). As possibilidades são muitas para se adquirir conhecimento nos dias atuais e se as escolas não se abrirem para o mundo, o mundo já está entrando para dentro das escolas através dos celulares dos alunos, logo o ensino precisa se adaptar aos novos tempos, expandir horizontes, necessita ter um maior alcance, uma maior velocidade, pesquisas recentes comprovam o que estou afirmando nesse texto, pois neurocientista e psicólogos, mostram em seus estudos que o tempo de atenção de um aluno de hoje em uma aula é de seis minutos ou seja, a escola precisa se reformar em suas práticas para se encaixar aos anseios dos alunos do século XXI e as novas tecnologias devem cada vez mais estar presente e serem utilizadas em prol de um ensino de maior qualidade. 1 5 16 Os caminhos da educação para o século XXI estão caindo de maduro, as escolas devem ter em seus currículos metodologias e didáticas baseadas no uso das NTCI’s, em jogos, nos princípios de aprendizagem em projetos, comunidades de aprendizagem, as escolas precisam de professores com papéis que vão além da transmissão de informação, profissionais que promovam novas práticas e formas de avaliações que principalmente estimulem seus estudantes aprenderem a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver com a diversidade e aprender a ser. Porém é importante ressaltar que pouco adianta o professor ser do século XXI se a escola não o for. As instituições escolares no Brasil também precisam se adequar a sociedade deste século, onde os alunos sintam desejo de participar por verem suas realidades e sonhos inseridos no programa escolar; onde o espaço de aprendizagem não fique restrito à sala de aula tradicional. 3 O Jovem da Sociedade Digital e o Surgimento da Cibercultura. O início do século XXI está sendo marcado pelo dilúvio de dados e informações que são oriundas dos avanços e da disseminação dos meios de comunicação. Estamos na sociedade digital, que cada vez mais está mergulhada nas novas tecnologias. O mundo hoje está on line e o virtual cada vez mais se confunde com o mundo real. A sociedade contemporânea deixou de ser apenas um conjunto ou grupo físico de indivíduos e atualmente associar o termo “digital”, ainda que este não seja concretamente definível no tempo nem no espaço é plenamente plausível. Com a Internet, redes sociais e as NTCI’s surgiram uma série de realidades dentro da realidade que também originaram novas formas de relações e de socializações. Surgem novas formas de circulação de informação, conhecimento e partilha do mesmo, a própria noção de tempo vem sendo alterada com a rapidez da circulação e do cruzamento das informações nessa nova sociedade. Dentro desse contexto os jovens do século XXI vivem num mundo “biomidiático”, descrito por Muniz Sodré, 2002, como uma forma de vida, em 1 6 http://www.cartaeducacao.com.br/reportagens/jogar-para-%E2%80%A8aprender/ http://www.cartaeducacao.com.br/reportagens/jogar-para-%E2%80%A8aprender/ http://www.cartaeducacao.com.br/entrevistas/nao-enfrentamos-a-altura-o-problema-de-qualificacao-dos-professores/17 uma ambiência virtual, uma nova maneira de viver a realidade da mídia, que se entende por espectro, definindo a existência humana na atualidade como uma relação de extensão da informação, onde o meio, o entorno sintoniza a mídia e o sujeito. O jovem da atualidade está amplamente influenciado pelos meios digitais e pela mídia estão se tornando pessoas extremamente impacientes devido à velocidade de acesso às informações que transgride a noção de tempo constituída ao longo da história humana o que também vem modificando suas práticas e relações sociais. Para entender a juventude de hoje se faz necessário também ter ciência da configuração comunicativa virtualizada da sociedade atual, onde o bios é a sociedade midiatizada enquanto esfera existencial capaz de afetar as percepções e as representações correntes da vida social. A mídia deve ser vista não apenas como transmissor de informação, mas sim como ambiente que influencia e determina boa parte dos novos valores culturais que emergem nos dias atuais a partir dos meios tecnológicos. Muitos especialistas da área de psiquiatria e de psicologia afirmam que o mal do século que vem afligindo a sociedade digital, em especial os jovens é a ansiedade e a depressão, problema esse ligado na maioria dos casos a essa sociedade midiatizada dos dias de hoje. Os jovens são grandes vítimas desse mal, fato esse ligado ao excesso de informação que está provocando uma angústia típica dos tempos atuais. São cada vez mais comuns casos de jovens que se sentem intimidados e impotentes frente a enorme quantidade de informações existente a sua volta, e buscarem, portanto, mais e mais informações na tentativa de suprir suas inseguranças. O problema é que tais sentimentos de impotência agravam os sintomas de ansiedade que, por sua vez, reduzem a capacidade de aprender, gerando mais ansiedade e fechando um círculo vicioso. A vida cotidiana dos jovens desse milênio está marcada pela rápida comunicação contemporânea o que torna o mundo real trabalhado e abordado nas salas de aula algo tedioso e chato para a juventude da sociedade digital, uma vez que são consumidores do glamour das mídias, proporcionados pelos filmes, games, programas de televisão, pelas fotos, imagens e o mundo perfeito que é ostentado por seus amigos nas redes sociais. Inclusive essa 18 facilidade ao acesso às informações que na maioria das vezes são superficiais e sintéticas da internet e de outras mídias vem promovendo uma postura de descaso e até um descrédito em relação às instituições educacionais, pois para muitos jovens as informações corretas são aquelas veiculadas nas mídias e nas redes sociais. A realidade fragmentada, retratada por imagens sem tempo, levam as pessoas a reações inadequadas, tais como a regressão a tempos passados ou digressões em mundos de fantasias, enfim a viverem em um mundo sem o agora, sem o real, somente o virtual e imagético. (UHLMANN, 2002, p. 6). A perda dessa dimensão na subjetividade dos jovens cria as condições para que, mesmo tendo tempo livre para desfrutá-lo à sua maneira, eles não consigam fazer o tempo ocioso em um momento efetivamente livre, pois acabam por buscar uma nova oferta do mercado da diversão para consumir nesse tempo e procuram se interter com games, redes sociais e pesquisas infrutíferas em sites com conteúdos supérfluos para simplesmente satisfazer a necessidade psíquica de desligamento. Daí a necessidade de a escola também orientar os jovens a fazer um bom uso e aproveitamento das possibilidades ofertadas pelas NTCI’s e pelas redes sociais. Essa atual realidade imposta na sociedade digital nos força a repensar o papel da escola e da família junto aos jovens. Na maioria dos casos as crianças e os adolescentes têm dificuldades de entender que “as mídias são imbuídas de intencionalidades dos vários sujeitos que participam do processo e que induz a uma leitura daquela realidade”. Bourdieu (1997). Nos dias atuais é fundamental que a família e a escola eduquem os jovens de maneira que eles aprendam a lidar refletidamente com a mídia e com os meios tecnológicos, para usá-los de maneira saudável e correta. O jovem precisa ser orientado de forma que tenha competência para fazer bom uso da tecnologia, para ter uma boa conduta digital para que o conhecimento de tecnologia seja usado para benefícios e não para fazer o mal a outras pessoas ou até para si mesmo. Ensinar a fazer um bom uso da tecnologia na sociedade atual é ensinar cidadania, os recursos tecnológicos podem ser inseridos de maneira proveitosa nas aulas de história, geografia, biologia, português entre outras disciplinas, 1 8 19 além do uso da NTCI’s como ferramentas educacionais o debate do bom uso dos meios tecnológicos tem a finalidade também de trazer “o fundamento comportamental necessário para um indivíduo exercer ao máximo sua liberdade e cidadania na era digital, de forma ética, segura e legal” (PINHEIRO, 2011). O uso adequado das tecnologias promove a efetivação de uma cibercultura, ou seja, uma sociedade com pessoas interconectadas mundialmente ou localmente através da internet . A cibercultura é um processo em andamento da universalização das relações de comunicação e produção de conhecimento que ocorrem em um ciberespaço. O termo [ciberespaço] especifica não apenas a infraestrutura material da comunicação digital, mas também o universo oceânico de informação que ela abriga, assim como os seres humanos que navegam e alimentam esse universo. Quanto ao neologismo ‘cibercultura’, especifica aqui o conjunto de técnicas (materiais e intelectuais), de práticas, de atitudes, de modos de pensamento e de valores que se desenvolvem juntamente com o crescimento do ciberespaço (LÉVY, 2003, p. 17). Essa nova geração de jovens nascidos e criados na sociedade digital ainda muito cedo se inserem nesse ciberespaço, que é um espaço desterritorializado, virtual, que não se sabe exatamente onde fica, mais ao mesmo tempo sabe-se que ele é real e que está presente nos computadores, celulares e outros aparelhos similares. Três princípios fundamentais orientam esse ciberespaço que influencia e permeia a sociedade contemporânea: a interconexão, a criação de comunidades virtuais e a inteligência coletiva. A interconexão, mundial ou local, é um princípio básico do ciberespaço, na medida em que sua dinâmica é dialógica. Ela está ligada a cultura de massa com todos seus aspectos positivos e negativos. Ela está presente especialmente na mídia através dos mais diversos meios de comunicação, tais como internet, televisão, rádio, redes sociais entre outros. Já as comunidades virtuais “são construídas sobre afinidades de interesses, de conhecimentos, sobre projetos, em um processo mútuo de cooperação e troca” (LÉVY, 2003, p.127). A ideia principal de uma comunidade virtual, portanto, é a da reciprocidade, ou seja, estabelecer um local de trocas de informações e conhecimentos com normas de convivência estabelecidas em um ambiente virtual propício para compartilhamentos de 20 interesses comuns. Assim como nas comunidades presenciais, podem surgir afinidades, amizades, conflitos, manipulações e enganações. As comunidades virtuais exploram novas formas de opinião pública, nelas ocorrem contatos e interações de todos os tipos incentivando a interatividade, algo bastante desejado e ansiado pelos jovens desse novo milênio. O sujeito assume o papel ativo na construção do seu conhecimento de acordo com tema da comunidade e o educador tem o papel de orientador. Para Lévy (2003) “a direção mais promissora, que por sinal traduz a perspectiva da inteligência coletiva no domínio educativo, é a da aprendizagem cooperativa”. Em relação à inteligência coletiva pode ser considerada a finalidade última do ciberespaço, pois ela descreve um tipo de inteligência compartilhada que surgeda colaboração de muitos indivíduos em suas diversidades. “É uma inteligência distribuída por toda parte, na qual todo o saber está na humanidade, já que, ninguém sabe tudo, porém todos sabem alguma coisa” (LÉVY, 2007, p. 212). O melhor uso do ciberespaço pode ser alcançado ao se colocar em sinergia os saberes, as imaginações e opiniões tudo isso interligado em redes cibernéticas. A cibercultura é a expressão da aspiração de construção de um laço social, fundado sobre a reunião em torno de centros de interesses comuns, no compartilhamento de informações, na cooperação e nos processos de colaboração. Porém a cibercultura também pode representar riscos se não for devidamente promovida e orientada no processo educacional do indivíduo, entre os riscos podemos citar a desvalorização da inteligência com o advento e o acesso indiscriminado as novas tecnologias, conversas e influencias de algum desconhecido e de pessoas de má índole, problemas com assédios, bem como ter acesso a conteúdos inapropriados para a idade, exposição de intimidade ou mesmo ser vítima de uma ofensa, ou até mesmo se tornar um agressor com palavras mal postas para terceiros. A sociedade digital, em especial as escolas não devem investir apenas em infraestrutura tecnológica, como portais, ensino a distancia, wirelless, lousas digitais, tablets entre outras tecnologias, mas, sobretudo, deve promover uma educação ética digital, pois não adianta fornecer ferramentas sem educar valores. A organização do sistema educacional e o papel do professor com o surgimento e fortalecimento da cibercultura devem ser revisadas para se 21 adequarem as necessidades da sociedade contemporânea. O educador não deve mais centralizar todo o conhecimento, ele deve propiciar interações dos alunos com as NTCI’s, de forma reflexiva e proveitosa e para isso ele deve estar sempre se atualizando para acompanhar as constantes novidades do mundo tecnológico. Os ciberespaços também não podem ser vistos como ambientes estranhos na educação. As escolas devem incentivar o bom uso das NTCI’s a fim de incentivar um maior alcance da inteligência coletiva, pois a cibercultura já é uma realidade sem volta. 4 Os Desafios impostos aos Educadores pela necessidade de inserção das Novas Tecnologias de Informação e Comunicação na educação. As mudanças que ocorrem na sociedade trazem a tona novos paradigmas e nesse início de milênio as inovações tecnológicas é um dos principais temas em discussão e em debate, pois as novas tecnologias estão aí fazendo parte do cotidiano de todos, sendo assim elas precisam estar cada vez mais presentes na sala de aula, seja como ferramentas para auxiliar nas aulas, bem como uma nova forma de agir pedagogicamente. As novas tecnologias estão em todos as esferas da sociedade e dominá- las e compreendê-las passou a ser algo essencial. Cada vez mais as escolas e o poder público investem em tecnologias como computadores, projetores multimídias, laboratórios de informática, porém “as tecnologias sozinhas não mudam a escola, mas trazem mil possibilidades de apoio ao professor e de interação com e entre os alunos” (MORAN apud MORAN, MASETO e BEHRENS, 2003), aos profissionais da educação é fundamental à busca incessante em estar se atualizando e ficar sempre atento a cada novidade tecnológica, algo aliás que vem ocorrendo em uma velocidade espantosa, sendo assim, as salas de aulas urgem por mudanças, por renovação, portanto os recursos tecnológicos são o caminho para qualificar ainda mais as aulas e o aprendizado, bem como tornar o ensino mais atrativo ao seu público que é usuário em grande escala das novas tecnologias que está presente no 22 cotidiano dos jovens cada vez mais cedo, seja em casa, nas ruas com os celulares, tablets, smartphones, televisores entre outros recursos. Algo que se deve levar em consideração conforme Moran é que os jovens chegam à escola cada vez com uma bagagem maior de conhecimentos, fruto da relação familiar, mas também das mídias eletrônicas. A criança também é educada pela mídia, principalmente pela televisão. Aprende a informar-se, a conhecer os outros, o mundo, a si mesmo, a sentir, a fantasiar, a relaxar, vendo, ouvindo, tocando as pessoas na tela, que lhe mostram como viver, ser feliz e infeliz, amar e odiar. A relação com a mídia eletrônica é prazerosa - ninguém obriga - é feita através da sedução, da emoção, da exploração sensorial, da narrativa - aprendemos vendo as histórias dos outros e as histórias que os outros nos contam. Mesmo durante o período escolar a mídia mostra o mundo de outra forma - mais fácil, agradável, compacta - sem precisar fazer esforço. Ela fala do cotidiano, dos sentimentos, das novidades. A mídia continua educando como contraponto à educação convencional, educa enquanto estamos entretidos. (MORAN,2000) Portanto estar atento às novidades e aprender a utilizar essas tecnologias sem sombra de dúvidas é um desafio que vem assustando muitos professores, pois as crianças e jovens muitas vezes tem um domínio maior que o professor em relação a essas novas tecnologias, portanto o profissional da educação não pode ficar em um comodismo, continuar somente nas antigas práticas pedagógicas e simplesmente fechar os olhos e virar as costas para a enxurrada de novas possibilidades que surgem, pois os jovens querem usufruir de tudo de bom que a tecnologia pode proporcionar, porém muitas vezes eles não sabem como utilizar as inúmeras possibilidades de seus equipamentos tecnológicos e aí vem o papel do professor em conseguir integrar essas tecnologias ao ensino de forma produtiva e criativa. Atualmente o educador não deve apenas dominar o conteúdo específico de sua disciplina, mas deve também saber associar esses conteúdos com as novas tecnologias e orientar os alunos para fazerem um bom uso desses equipamentos tecnológicos que oferecem uma gama de informações e de oportunidades, pois com as novas tecnologias os alunos podem buscar dados, informações, capturar e construir diferentes olhares sobre o mundo, fazer produções artísticas e científicas com vídeos, fotos entre outras tantas possibilidades que podem ser úteis em diversas tarefas e desafios da vida. 2 2 23 Faz-se necessário que os professores estejam preparados para educar através desses novos meios de uma forma reflexiva e crítica. Integrar essas novas tecnologias ao processo educacional é um grande desafio para os docentes e para as instituições de ensino. É inegável que os novos meios de comunicação e de informação presentes na sociedade devem fazer parte da sala de aula, não apenas como meros dispositivos eletrônicos que expressem modernização ao ensino, mas sim como ferramentas de imenso potencial para um apoio pedagógico às aulas presenciais e também ao ensino a distância que é outra janela que se abre no horizonte. Porém é importante ressaltar que muitas vezes essas condições não condizem com a realidade da maioria das escolas em nosso país, pois a escola, as famílias, os alunos muitas vezes exigem a inovação, a mudança, mas não existem os meios reais para o corpo docente alcançá-las, por falta de infraestrutura das escolas públicas. Sabe-se que muitos professores precisam mudar sua postura diante a resistência em aceitar as novas tecnologias dentro da sua prática pedagógica, e o grande desafio é manter o aluno interessado em buscar novos conhecimentos e para isso, ele precisa se interar aos meios tecnológicos e aprender a se comunicar com esse aluno multimídia e cibercultural. No entanto as instituições de ensino e o poder público também precisam fazer a sua parte e para isso é necessário que ocorra o investimento na qualificação contínua dos professores e proporcionar a eles formações onde o uso das novas tecnologias da comunicação e da informação sejam abordados, palestras, cursos, seminários, congressosque debatam as NTCI’s nas aulas, ideias, projetos onde os professores possam organizar suas atividades levando em consideração todo o arsenal tecnológico que existem e que podem contribuir para uma aprendizagem mais moderna e efetiva. O que se observa é que as escolas e o poder público investem nos recursos materiais e nos espaços com novas tecnologias, mas não investem na preparação dos seus profissionais para utilizar esses recursos, não investem em treinamentos, na qualificação, aliás, que isso seria algo básico, qualquer empresa privada, uma indústria, por exemplo, se adquiri um novo equipamento ela também investe em treinamentos para que seus profissionais estejam 24 preparados para utilizar essa nova máquina, que possam conhecer e obter os melhores resultados produtivos da nova tecnologia. No entanto nas escolas essa equação simples não é efetuada, o professor tem que correr atrás por conta própria para dominar as novas tecnologias e tem que dar conta dos custos e do tempo para essa qualificação. Sem dúvidas que isso resulta em desmotivação, pois além dos baixos salários, da grande quantidade de trabalho extraclasse soma-se a necessidade da busca por essa qualificação continuada, que muitas vezes fica descontinuada pela falta de interesse das instituições de ensino e do poder público de investir nos profissionais da educação. Outro fator que dificulta a difusão das novas tecnologias nas práticas pedagógicas é a crença de muitos professores de estarem perdendo espaço para esses equipamentos e então temos outro problema que é o gasto com a infraestrutura tecnológica se tornar um desperdício, pois o desinteresse e o despreparo de muito professores torna o uso dessas novas tecnologias algo superficial e sem proveito significativo. Infelizmente o que vem ocorrendo é um processo incompleto na inserção das NTCI’s na educação, pois, os professores não estão fazendo parte desse processo de implementação da tecnologia nas escolas, seja pelo receio desses profissionais, ou pela falta de preparação para o uso dessas inovações no ensino, pois não existem cursos para o uso didático das NTCI’s, as próprias faculdades e universidades não incluem uma disciplina dessas em seu currículo nos cursos de licenciatura. Há uma necessidade crescente dos professores ampliarem a capacidade de propor novas atividades de aprendizagem utilizando-se das novas tecnologias, de forma que os alunos se sintam desafiados e motivados, a buscar novos saberes. O papel do educador é cada vez mais de orientação, de motivação, de tutoria, do que simplesmente expositor de conteúdos ou conhecimentos já produzidos. Parece ser algo impensável a educação no século XXI desprovido das novas tecnologias, ficar somente no quadro negro e na oratória transforma a aula em algo monótono e sem estímulo, por isso os professores devem procurar o conhecimento sobre o uso adequado das novas tecnologias, porém 25 o sistema educacional precisa propiciar os meios para que os professores possam se aprimorar. O que percebe-se é que o papel da escola e do educador não é somente transmitir o conhecimento tradicional, mas também possibilitar a inserção dos alunos na sociedade da informação, onde as novas tecnologias são utilizadas para quase todas as atividades profissionais, a escola precisa manter o aluno interessado em buscar novos conhecimentos e para isso, os professores precisa aprender a usar os meios tecnológicos para melhor se comunicar com esses alunos multimídias. As novas tecnologias estão invadindo o espaço escolar e os professores precisam estar preparados para dar conta dessa nova demanda e as NTCI’s devem fazer parte das práticas pedagógicas não apenas por uma mudança de postura pessoal, mas sim por uma imposição social, pois o mundo como um todo evoluiu e mudou. Hoje por exemplo o dinheiro é muito mais virtual, através de seus genéricos como cartões de débito, cartões de crédito, contas on-line do que papel moeda físico, no mundo hoje quase tudo é controlado e administrado através de computadores, de máquinas, quase tudo pode ser realizado via internet, compras, trocas, diversos serviços, em um mundo cada vez mais virtual daí a necessidade do domínio das novas tecnologias e torná-los temas recorrentes das aulas. Cada vez mais as relações sociais e de trabalho estão vinculadas ao uso de recursos digitais, email, whatsapp, mesenger, facebook, twitter são alguns exemplos. As formas de comunicação utilizadas pelo mercado e pela sociedade em geral se modificaram, são inúmeras as formas de interação e de comunicação e as redes sociais estão sendo mais utilizadas do que meios de comunicação tradicionais como telefone e correspondência e novamente vemos a urgência em ensinar os alunos a utilizarem essas tecnologias de forma consciente e adequada, bem como inserir esses recursos nas práticas pedagógicas, pois eles são utilizados no dia a dia de toda a sociedade. Em relação às redes sociais que é algo de domínio público, onde a exposição é imensa, também se faz necessário uma análise, pois não tem como fugir de algo tão presente na vida de todos. Existe uma necessidade crescente de orientar os docentes no uso das redes sociais como meio 26 pedagógico, até para uma melhor compreensão dos limites éticos, morais e pedagógicos dessa ferramenta. As redes sociais podem ser uma faca de dois gumes, pois elas podem facilitar a comunicação com os jovens, podem servir de motivação para aulas com atividades que sejam bastante a atrativas para os jovens, porém ao mesmo tempo uma exposição em demasia e o mau uso dessas redes podem colocar em risco o trabalho pedagógico e colocar os jovens em apuros, pois a exposição nas redes podem trazer graves consequências e a cada dia crescem os chamados crimes cibernéticos, além do risco da perda da privacidade, publicações ofensivas entre outros tantos problemas que as redes sociais podem expor o indivíduo e que muitas vezes as crianças e jovens não estão cientes dos perigos que podem estar expostos e os professores também não conseguem prever e dimensionar. Um exemplo dos riscos do uso das redes sociais em atividade pedagógicas é em relação à divulgação de imagens, áudios e vídeos de aulas nas redes sociais. Mais uma vez cabe salientar a importância do debate e da necessidade da qualificação dos professores e dos profissionais envolvidos na educação em torno do uso das tecnologias, pois são muitas as questões que envolvem o uso adequado das NTCI’s na educação. Tudo que envolve o uso pedagógico dessas novas tecnológicas é algo bastante recente, a própria legislação em torno do tema é algo ainda em construção e que os professores precisam estar atentos. A exposição da imagem de menores sem prévia autorização pode gerar processos judiciais, daí a importância da escola promover palestras e orientar tanto seus profissionais, bem como a comunidade estudantil sobre o tema, o mesmo acontece em relação à divulgação de imagens, vídeos e áudios de aulas que acabem sendo colocadas nas redes sem prévia autorização do professor e da escola. Portanto as atividades em aula que utilizam a reprodução de imagens e áudios devem ser muito bem planejadas e pensadas. Tem que haver todo um cuidado com as questões legais e isso sem dúvida é um complicador e algo que inibe os professores a utilizarem as novas tecnologias. O uso de celulares e outros dispositivos por alunos e professores é outro debate incômodo, mas necessário. Simplesmente proibir o uso é a melhor 27 solução? Bom, não existe uma resposta única e definitiva para essa questão, a proibição é a forma mais simples de tentar encontrar a solução, porém normalmente não resolve integralmente à questão, na maioria das vezes a proibição dos celulares acaba tencionando ainda mais a relação entre professores e alunos e até da instituição escolarcom a comunidade escolar. A importância está no processo de ensino e aprendizagem. Com ou sem tecnologias avançadas podemos vivenciar processos participativos de compartilhamento de ensinar e aprender (poder distribuído) através da comunicação mais aberta, confiante, de motivação constante, de integração de todas as possibilidades da aula pesquisa/aula comunicação, num processo dinâmico e amplo de informação inovadora, reelaborada pessoalmente e em grupo, de integração do objeto de estudo em todas as dimensões pessoais: cognitivas, emotivas, sociais, éticas e utilizando todas as habilidades disponíveis do professor e do aluno. (MORAN,2000) O caminho ideal era não encarar o celular como uma ameaça ao ensino aprendizado, mas como uma ferramenta: os aparelhos eletrônicos estão cada vez mais presentes nas nossas vidas, assim como no dia a dia dos jovens, e os celulares deveriam ser encarados pelos professores como um bom recurso pedagógico quando usados de forma planejada e intencional. E daí a necessidade de fazer o jovem entender como é o uso adequado desse aparelho e de seus inúmeros recursos. Esse problema do correto uso dos celulares está intimamente ligado à falta de educação de valores, que, aliás, não é só papel do professor, mas sim da escola, mas principalmente dos pais e responsáveis que devem conscientizar os jovens sobre o uso adequado do aparelho. Acredito que uma das grandes falhas na educação são as diferentes posturas adotadas pela escola, professores e famílias com os jovens, muitas vezes essas relações chegam a ser antagônicas, quando deveria existir uma conjunção de forças para uma boa orientação aos jovens, um discurso unificado em nome de uma boa educação, pautada em valores morais e éticos corretos. Existe a crença que os celulares, os smartphones e tablets seriam apenas algo para distrair os alunos. Em parte essa ideia é verdadeira, pois os jovens se distraem com muita facilidade, porém cabe ao educador usar esses recursos ao seu favor para tornar a aula significativa, motivadora e manter o 28 foco e o interesse dos alunos, para que essas tecnologias sejam algo favorável e não apenas um problema. Podemos perceber que a inclusão das novas tecnologias nas escolas e na educação realmente não é algo simples, mas sim algo bastante complexo, porém não há como fugir da necessidade desse processo acontecer, pois a inserção dessas novas mídias ainda é lenta e desproporcional em relação ao uso diário em outras esferas da sociedade. O que se propõem não é a extinção das antigas práticas pedagógicas, mas que ocorra uma integração entre aquilo de bom que existe do ensino tradicional, com as novas possibilidades que as NTCI’s podem oferecer. As novas tecnologias permitem uma ampliação das habilidades dos educandos, elas estão provocando transformações sociais jamais vistas na história, portanto as escolas e os professores precisam se adaptar a essa nova realidade, a escola não pode ficar desconecta em relação ao resto do mundo, parar no tempo, assim como a sociedade vem evoluindo com essas novas tecnologias, o mesmo deve acontecer na educação, ela não pode ser a mesma do final do século XVIII, ela precisa estar de acordo com o seu tempo, o século XXI também denominado de a era da informação e das tecnologias. O uso das novas tecnologias vem alterando as relações na sociedade e nas organizações, portanto, se faz necessário preparar os jovens para essa nova forma de cidadania, tornar nossos jovens capazes de interagir nesse mundo tecnológico, e isso obrigatoriamente implica em promover mudanças no meio educacional. As escolas precisam promover e incentivar a pesquisa científica, a crítica e a reflexão incluindo as NTCI’s. Conforme Zanela, as novas tecnologias são instrumentos fundamentais para um novo tempo na educação, podem ser um portal para as mudanças urgentes na educação escolar e para o crescimento intelectual dos alunos. Instrumentos tecnológicos utilizados na educação desde o marco da sua História estão, até hoje, em uso nas salas de aula, como é o caso do quadro e giz. A visão inovadora, na comunicação e transmissão de informações, trazida pelas novas tecnologias são instrumentos importantíssimos de transformação dando-lhe [...] um novo sentido no processo de ensinar desde que consideremos todos os recursos tecnológicos disponíveis, que estejam em interação com o ambiente escolar no processo de ensino aprendizagem. (ZANELA, 2007). 29 Usar as NTCI’S não significa necessariamente que todos os problemas da educação serão resolvidos, que os estudantes vão se sair melhor nas avaliações, aliás, esse é outro importante ponto a ser revisto com a utilização das NTCI’s, as avaliações não podem ser as mesmas tradicionais, precisam ser adequadas às novas práticas e as novas exigências sociais e intelectuais. Com certeza o uso das novas tecnologias não é garantia de todas aulas serem um show, também não há a certeza que professores e alunos sairão felizes e satisfeitos em todos os encontros, porém a inclusão gradativa das novas tecnologias no currículo escolar é algo que realmente pode transformar a educação e melhorar a relação estudantes, professores, instituições e sociedade. Um bom aprendizado depende diretamente da motivação e para essa geração de jovens multimídias a utilização dos recursos tecnológicos é algo positivo. No entanto para a inclusão desses novos métodos ainda é necessário à superação de muitas limitações impostas, tais como a rigidez do sistema educacional, políticas públicas atrasadas, o receio e medo dos profissionais de utilizar esses recursos, a falha na formação dos professores, a falta de investimentos das instituições para a qualificação contínua dos profissionais, entre outros desafios que ainda impedem ou dificultam a integração tecnologia e educação. 5 As Novas Tecnologias da Informação e da Comunicação em práticas interdisciplinares de História e Geografia. História e Geografia são ciências que precisam manter fortes relações de interdisciplinariedade, ambas reproduzem conhecimentos essenciais para a compreensão do homem, das relações sociais e do mundo. Tempo e Espaço são dois conceitos básicos que se entrelaçam, sendo o primeiro o principal objeto de estudo da História e o segundo o principal objeto de estudo da Geografia. Os dois conceitos se complementam e precisam ser partilhados. Dessa forma não tem como dissociar História e Geografia, separar Tempo e Espaço, pelo contrário, essas disciplinas não podem ser estudadas 3 0 30 de forma fragmentada e sem relações, pois dessa forma o conhecimento fica incompleto. Sendo assim a NTCI’s surgem para auxiliar a eliminar as barreiras que foram criadas e que separam as duas disciplinas, é urgente unir a aprendizagem dessas ciências irmãs e que são fundamentais para a compreensão do mundo em que estamos inseridos. A separação quase que completa de História e Geografia nos currículos escolares acaba por prejudicar um entendimento mais completo do mundo, pois reduz a capacidade de pensar globalmente certos problemas que devem relacionar dados geográficos e históricos. Cada vez mais o ensino fragmentado em disciplinas precisa ser submetido a uma revisão e análise crítica dos professores e pedagogos, pois para um conhecimento mais amplo e completo fatalmente se faz necessário à adoção de abordagens e práticas interdisciplinares, em especial em relação a disciplinas afins como Geografia e História, afinal no mundo real não existe a separação das coisas em disciplinas, na natureza e na sociedade tudo está junto, associado, as coisas se relacionam e muitas vezes os alunos acabam tendo dificuldade de compreender isso, pois na escola aprendem as coisas separadas, como se fossem gavetas organizadas, porém no mundo tudo é junto e misturado. A História estuda as ações e transformaçõeshumanas (ou permanências) que se desenvolvem ao longo do tempo, seja ele num período mais longo ou mais curto, já a Geografia é uma ciência que tradicionalmente estuda o espaço físico, onde normalmente o homem está inserido e, portanto percebemos que uma ciência está dentro da outra e vice e versa. Na verdade, o que podemos concluir que tanto a História como a Geografia acabam analisando o Homem no Tempo e no Espaço. As ações e transformações se dão historicamente no espaço geográfico ou político, e que necessariamente constitui-se em um espaço social. E mais, nas últimas décadas precisamos ampliar nossa noção do conceito de Espaço, pois com as novas tecnologias ele se ampliou e também podemos considerar a existência de um novo tipo de ambiente, o “espaço imaginário” (o espaço da imaginação, da iconografia, da literatura, do virtural), com as NTCI’s esse “espaço imaginário e virtual”, está no cotidiano de todos e foi produzido através dos novos meios de comunicação e da tecnologia artificial. 31 Essa nova realidade nos traz a grande proposta do uso das novas tecnologias no ensino interdisciplinar entre História e Geografia, com práticas que façam os alunos viajarem nessa realidade virtual. As NTCI’s podem ser de grande valia para o estudo do nosso mundo contemporâneo e também do passado. Através desses novos meios tecnológicos o ensino da História e da Geografia podem se tornar algo bem mais agradável e de mais fácil compreensão aos jovens, pois diversas interrelações agora são viáveis entre essas disciplinas, coisas que antes ficavam apenas no discurso, sendo agora possível estar diante dos olhos dos alunos, como os recursos multimídias que possibilitam unir conceitos, ideias, fatos em mapas virtuais, em aplicativos com imagens, com vídeos e conteúdos em 3D entre outras tantas alternativas. Conforme Lévy (2003), as novas tecnologias estão permitindo uma revolução no ensino, pois elas permitem uma renovação da forma de pensar e de analisar o mundo. Essas ferramentas tecnológicas podem mudar olhares, princípios, valores, processos, produtos e instrumentos que mediam a ação do homem com o meio, bem como as relações no ambiente escolar. São inúmeros os recursos tecnológicos que podem auxiliar no processo de ensino e aprendizagem, entre as possibilidades podemos destacar programas de computador, aplicativos de celulares e tablets, jogos educativos, gravadores, captores e reprodutores de áudio e de vídeo, redes de interatividade e a internet como um todo. No entanto de nada adianta essa tecnologia se não houver a mediação do professor para propor e criar situações onde os alunos se sintam desafiados em obter o conhecimento, sobretudo, esses recursos devem ser instigar a pesquisa, diferentes leituras do mundo e incentivar a criatividade para releituras e reconstruções do saber. De nada adianta que o conhecimento continue sendo transmitido apenas como algo meramente informativo, as NTCI’s permitem que os alunos possam ser agentes de construção e transformação do próprio saber, é fundamental que haja a interação entre os alunos e as propostas de estudo e de pesquisa, tem que haver a construção do saber, ou seja, releituras, análises críticas, produções escritas, icnográficas entre outras possibilidades. 32 As novas tecnologias permitem que até assuntos antes considerados maçantes e cansativos pelos alunos se tornem em temas interessantes, intrigantes e desafiadores. Por exemplo, para se estudar a 1ª e 2ª Guerras Mundiais, os alunos precisavam ler textos longos e cansativos que informavam os locais de combate, as alianças, as causas, consequências, depois ouviam a explicação do professor, onde eles tinham que fazer uma construção mental dos fatos narrados, sem muitas vezes ter a mínima noção de como era esses combates, como era a sociedade naquele tempo, sem ter uma ideia clara das questões geopolíticas entre outras coisas. Bem com as NTCI’s essas aulas cansativas e apenas informativas podem se tornar algo bem mais interessante com mapas interativos, com movimentos, áudios e imagens, na internet podem ser utilizados jogos que permitem uma maior ação sobre o conteúdo e ainda os alunos podem realizar pesquisa com imagens, cenas de filmes entre outros dados que melhor narram esses conflitos, enfim as NTCI’s permitem que ocorram as relações, o cruzamento de informações de forma mais dinâmica, mais completa e que permitem uma melhor compreensão sobre o assunto. E o ideal é que a partir dessas informações os alunos possam produzir tarefas, como por exemplo, produzirem um vídeo sobre o assunto, criar um jogo de estratégia, montar uma exposição de imagens e relatos, enfim de simples ouvinte o aluno pode passar a protagonista da própria aprendizagem e o professor faz o papel de orientador e mediador. São várias as práticas pedagógicas possíveis com o uso de NTIC’s no ensino de História e Geografia, vou exemplificar algumas já utilizadas com bastante êxito, tais como: criação de sites e blogs, uso e criação de aplicativos para celulares, a utilização de plataformas de criação de quizzes, a plataforma Google Sala de aula, o Google Cardboard, programas de animações e vídeos entre outros. 33 5.1 Criação de sites e blogs O início do século XXI está marcado pela presença constante da internet como o principal meio de comunicação entre as pessoas. Sendo assim a criação de sites e blogs pelo professor é algo que facilita na comunicação com os alunos e também para propor atividades seja de aula ou ainda como complemento para pesquisa e temas de casa. Essa proposta se encaixa no ideal da cibercultura defendida por Levy, pois a internet é uma rede de comunicação global e ela pode e deve ser usada para informar e integrar as pessoas, em especial no meio educacional. A criação de um site ou blog permite o surgimento de um elo maior entre alunos e professor, surge um ciberespaço comum entre eles, um ambiente que permite um espaço de troca de informações, de convivência, de interação social e de comunicação, formando assim uma comunidade virtual. A criação de sites e blogs se torna interessante porque permite ao professor criar e disponibilizar textos sobre os conteúdos desenvolvidos em aula, também permite compartilhar apresentação de slides, vídeos entre outros materiais que sirvam para introduzir, ou complementar alguma aula. Mas além desses materiais informativos, sites e blogs permitem comentários, onde os alunos podem deixar questionamentos, sugestões e até propor ideias. Essa ferramenta ainda permite que aja indicações de outros sites e outros materiais que permitem o aluno se aprofundar ainda mais sobre o tema, e o interessante que você pode direcionar os sítios de pesquisa, minimizando o risco do aluno se basear em informações incompletas ou até mesmo erradas que possam existir na internet. Outra ideia interessante é ensinar alunos a fazer seu próprio blog e nele fazer uma espécie de diário onde o aluno pode registrar coisas sobre a sua vida escolar e sobre o seu processo de aprendizagem, nesses registros é possível o professor avaliar como está à recepção e assimilação do conteúdo ministrado em aula e estimula o aluno a escrever, a criar e pesquisar. Outra vantagem de sites e blogs é que eles podem ser gratuitos, pois inúmeros servidores permitem a criação dessas páginas sem custo e muitos desses provedores permitem também definir se o site ou blog será de domínio 34 público ou de um grupo fechado somente da escola. Posso citar alguns exemplos de provedores, como o Google, Wix.com, WordPress, Portal Educacional entre outros. As experiências usadas em diferentes turmas de diferentes séries e anos foi extremamente positiva, com uma boa aceitação dos alunos, com interações bastante interessantes e com boa repercussão junto a comunidade escolar.Figura 1 – Site Professor Eduardo Chueiry Ferreira Fonte: https://sites.google.com/a/lasalle.org.br/profduduhistoria/ - (2017) 5.2. Aplicativos para celulares, Iphones e Ipad’s As informações não são mais exclusividades dos livros, a Internet pode ser uma importante fonte de conhecimentos e surgem também com a popularização dos celulares, iphones, ipad’s e tablets inúmeros aplicativos (app’s) que oferecem conteúdo para educadores e estudantes. Existem diversos aplicativos gratuitos para iOS e Android (sistemas operacionais) que permitem uma grande interação e conexão entre os educadores e alunos. Muitos app’s possuem mecanismos para envio de 3 5 35 mensagens, trabalhos e a conferência de eventos e atividades quando os alunos estão em aula ou fora da sala de aula. As possibilidades com essas novas ferramentas são imensas no ensino de História e Geografia, existem app’s de jogos educativos, app’s de mapas interativos, app’s com o uso de imagens e textos com conteúdos históricos e geográficos, app’s com realidade virtual entre outras tantas coisas. Um exemplo de aplicativo interessante para estudar história e geografia de maneira interdisciplinar é o History:Maps of World. Nesse app existem diferentes mapas em alta resolução de diversas partes do mundo e de vários períodos da história. Muitas propostas podem ser feitas utilizando esse aplicativo, como por exemplo, localização das primeiras civilizações do mundo, relacionar as principais mudanças geopolíticas ao longo da história com a de países, como se caracterizava determinada região em um determinado período histórico, principais regiões habitadas no mundo nos diferentes períodos históricos, como se deu o processo de urbanização entre outras atividades e comparativos. Figura 2 – Imagens do aplicativo History:Maps of World Fonte: http://www.teachhub.com/reviews/apps/history-maps-world-ipad-app- review - (2017) Existem diversos aplicativos que se o professor souber orientar bem o uso com seus alunos podem render ótimos frutos em sala de aula e até fora dela. 3 6 36 Existem muitos quizzes (jogos de perguntas e respostas) de Geografia e de História, atlas geográficos e históricos, jogos de guerras medievais e modernas, enfim são inúmeras as possibilidades de conteúdos que podem ser aproveitado desses aplicativos, onde cabe ao professor relacionar o conteúdo e lançar desafios e atividades para os alunos se motivarem a usar esses recursos de maneira proveitosa para seu desenvolvimento cognitivo e intelectual. Outra excelente proposta para se trabalhar com os alunos é a criação de aplicativos próprios. Existem algumas plataformas na internet que permitem criar aplicativos sem a necessidade de um domínio de programação, esses sites são bem simples, os alunos orientados pelo professor em laboratório de informática consegue facilmente criar um app específico ligado a Geografia e a História, basta lançar a ideia e o desafio relacionado ao conteúdo de aula. O site fabricadeaplicativos.com.br é um desses sites gratuitos que mostra passo a passo como montar um aplicativo e depois como colocá-lo no ar. Lá os alunos têm todas as ferramentas básicas para criar um app utilizando recursos como imagens, vídeos, textos, áudios entre outras coisas. Figura 3 – Site Fábrica de Aplicativos Fonte: http://fabricadeaplicativos.com.br/ - (2017) Outra proposta é solicitar para os alunos criarem um app sobre os principais pontos turísticos da região em que vivem, com informações 37 geográficas (localização, rotas, clima, vegetação) e históricas (datas comemorativas, monumentos, acontecimentos, etc). Porém um ponto importante de frisar é que para essas atividades com celulares e outros dispositivos é necessário fazer combinações com os alunos para definir regras em relação ao uso do aparelho, para evitar distrações e o mau uso do celular para outras coisas que não sejam relacionados ao aprendizado. Por isso devem ser definidos horários para a consulta dos aplicativos e a atividade deve ser cobrada em algum tipo de avaliação formal para garantir a seriedade da atividade. 5.3 Construção de Quizzes de revisão Uma alternativa que agrada muito os alunos são jogos pedagógicos, especialmente se utilizados como instrumentos de apoio a aprendizagem, com as NTCI’s são muitas as possibilidades, nas lousas e mesas digitais existem diversos jogos atrativos, no computador, porém um que é bastante tradicional, mas que os jovens gostam muito são os quizzes. Esse tipo de jogo pode ser usado como um elemento útil para o reforço de conteúdos e permitem a interdisciplinariedade entre geografia e história. Um quizz bem elaborado se transforma em uma boa ferramenta de ensino e também uma forma de disputa divertida. O fator competição, durante os jogos, será evidente, porém, o professor deve estar preparado para tornar a atividade em algo saudável e instrutivo. Os jogos educativos com finalidades pedagógicas revelam a sua importância, pois promovem situações de ensino-aprendizagem lúdicas que aumentam a construção do conhecimento, permitindo dessa forma, o desenvolvimento cognitivo de maneira prazerosa e motivadora. Geralmente o jogo deve ser apresentado aos alunos, quando os conteúdos nele envolvidos já são de conhecimento, portanto antes de iniciar o quizz é importante que o docente faça um comentário breve dos conteúdos que estarão presentes no jogo. 3 8 38 Para a elaboração do quizz é possível usar sites como o Kahoot.com e o b.socrative.com, que permitem que o professor elabore suas próprias questões de qualquer, com o uso de diversos recursos, tais como, imagens, vídeos e áudios e também com a definição de tempo para responder cada questão. Após a criação do quizz, os alunos devem ser organizados em times (grupos) para participarem da disputa. As questões são projetadas em um telão e os alunos devem baixar um aplicativo em um celular para participarem da competição. Após os alunos baixarem o aplicativo o professor gera uma senha (pin) que libera a participação dos grupos. A pontuação é feita automaticamente pelo site e o controle das rodadas é administrada pelo professor. As questões devem ser passadas em um telão visível para todos ao mesmo tempo e as equipes respondem as alternativas através de um celular que recebe as possíveis alternativas das questões. Figura 4 – Quizz Brasil Indígena e Pré-Colonial Fonte: https://create.kahoot.it/#quiz/bb3b61fc-3bb6-48e6-8d10-601d48f - (2017) 3 9 39 Figura 5 – Questão 2 do Quizz Brasil Indígena e Pré-colonial Fonte: https://create.kahoot.it/#quiz/bb3b61fc-3bb6-48e6-8d10-601d48 - (2017) 5.4 Google Sala de Aula Esse é um recurso disponibilizado para qualquer professor usuário da plataforma G-Suíte for Education, que é um pacote gratuito de ferramentas da empresa Google. O Google Sala de Aula permite a criação de um grupo entre o professor e seus alunos, onde o educador pode criar e recolher tarefas em forma digital seja através do envio de email’s, ou através de pastas que ficam salvas em uma nuvem de arquivos, permitindo uma série de possibilidade de atividades pedagógicas, onde os alunos podem criar documentos digitais com conclusões sobre o que estudou e o professor pode corrigir sem a necessidade de produção de papel, sendo inclusive esse fato uma boa aula de consciência ambiental. É possível também a criação de pastas onde o professor pode disponibilizar documentos para consulta e pesquisa para cada aluno. Outras ferramentas interessantes são os editores de texto, de planilhas, de slides entre outros programas que podem ser utilizados on-line. 4 0 40 Para o ensino de História e Geografia pode ser explorado o programa Google Maps e Google Earth que permite inúmeras propostas de atividadesem aula, tais como pesquisa de locais, comparação de mudanças de paisagens em diferentes períodos, definição de rotas, cartografia histórica entre outras coisas. Outra ferramenta extraordinária é o Google Cardboard que é o aplicativo do Google para realidade virtual. Para utilizar em aula o Google Cardboard é necessário produzir um óculos Cardboard com os alunos que é feito de papelão e com lentes biconvexas com baixo custo. Utilizando os óculos 3D com um celular smartphone os alunos podem utilizar quatro funções do aplicativo: explorador, para ser um aventureiro em ambientes imersivos, exposição, para visualizar objetos de um museu em 3D, caminhada urbana, com rotas em cidades do mundo, e um caleidoscópio. Figura 8 – Google Cardboard Fonte: http://www.techtudo.com.br/tudo-sobre/cardboard.html O Google Sala de Aula é uma excelente opção para a criação de um ciberespaço com os alunos, ele oferece um leque de atividades para serem desenvolvidas com os alunos em Geografia e História, também permite que os alunos aprendam a utilizar editores de textos e outros programas que muitas vezes não dominam, pois em geral o contato com a informática pelos jovens é somente para explorar sites da internet e não para produzir textos, documentos, planilhas entre outras atividades. 4 1 41 Figura 6 – Tela de início do Google Sala de aula Fonte: https://classroom.google.com/h - (2017) Figura 7 – Google Sala de Aula – Turma 91 – Colégio Ulbra São Lucas Fonte: https://classroom.google.com/r/NjU3NTIxODcxM1pa/sort-last- name 4 2 42 5.5. Animações e vídeos aulas A criação de vídeos aulas, com explicações através de sons e animações utilizando programas específicos, permitindo aulas com desenhos animados, com recursos em 2D ou em 3D, com diferentes tipos de animações e informações pode ser uma outra atividade diferenciada que as NTCI’s podem propiciar. Esse tipo de aula é algo bastante apreciado pelos alunos, com os programas de criação de vídeos animados como o Powtoon e o Rawshorts podem turbinar as aulas de Geografia e História. É possível criar diferentes personagens, com bonecos, animais entre outras opções, também pode ser utilizada diferentes vozes de narração e o grande segredo dos bons vídeos é conseguir prender a atenção dos telespectadores ao máximo, passando o conteúdo de forma criativa. Outra vantagem dos vídeos aulas animados é que além de tornar o conteúdo menos maçante em algo informativo e divertido, esses vídeos podem ficar disponíveis no site pessoal do professor, no Google Sala de Aula ou no Youtube e os alunos podem rever quantas vezes quiserem em casa ou em qualquer outro lugar que tenham acesso a internet. Os alunos também podem criar vídeos como trabalhos de apresentação sobre conteúdos pesquisados para serem compartilhado com os colegas e como um trabalho avaliativo com critérios pré-definidos pelo professor para aderir conceito ou nota. Figura 9 – Vídeo aula sobre Globalização Fonte: https://www.youtube.com/channel/UCA28FJYAd-1y- ASQVQ4qT1w 43 5.6 – Criação e compartilhamento de Podcast Os Podcast são gravações digitais que simulam uma transmissão de rádio ou programa similar. Eles podem ser produzidos e compartilhados de forma gratuita, sendo disponibilizados através da internet para poder ser realizado download para um reprodutor pessoal de áudio, como celulares, iphones entre outros dispositivos. Em aula pode ser proposto aos alunos pesquisarem sobre um determinado tema, vamos usar como exemplo o tema revoltas regenciais durante o Brasil Imperial, então os alunos devem montar um roteiro em formato de texto, para depois torná-lo em uma narrativa que pode ser gravado em um celular com aplicativos de edição para poadcast, com narração e efeitos de áudio. Existem ainda os podcasts na forma de vídeos, que são conhecidos como vodcasts. A grande novidade em relação aos podcasts é que eles podem ser ouvidos ou assistidos em qualquer lugar e a qualquer tempo e com equipamentos diferentes, como um computador, um MP3 ou um celular. Os podcasts são disponibilizados na internet automaticamente com software que trabalha com alimentação de um agregador de extensão feed ou rss. Podcast é a junção da palavra broadcast (transmissão via internet) com iPod (tocador de MP3 da Apple), nas aulas eles podem ser trabalhados como programas de rádio personalizados gravados em MP3 e disponibilizados na internet. Nas aulas de Geografia e História os podcasts podem ser gerados em episódios, para ser compartilhado entre os alunos para trocarem conteúdos e conhecimentos. 4 4 44 Figura 10 - Atividades com Poadcast Fonte: www.google.com.br/search?q=podcast&source=lnms&tbm=isch&sa Como podemos perceber são inúmeras as possibilidades de relações e de atividades pedagógicas que podem ser planejadas com as novas tecnologias. Um dos grandes ganhos é a possibilidade de uma maior interdisciplinariedade não só de História e Geografia, como também com outras disciplinas. Essas atividades tornam as aulas mais práticas e interessantes aos alunos, que além de aprenderem, também podem criar e podem dominar ainda mais os recursos tecnológicos que são tão úteis na vida social e profissional. Inserir as novas tecnologias nas aulas também é uma forma de apresentar possibilidades úteis do uso desses equipamentos eletrônicos dos inúmeros recursos existentes na internet e que precisam ser bem utilizados para o avanço da sociedade e dos indivíduos. 45 6 CONCLUSÃO O uso das novas tecnologias no processo de ensino e aprendizagem tornam as aulas acontecimentos mais próximo da realidade atual e, sobretudo, as aulas se torna mais dinâmicas, interativas e interessantes para os jovens. Como se pode perceber essas ferramentas pedagógicas inovadoras contribuem para aproximar as aulas de História e de Geografia da realidade dessa geração da informação que tem acesso a inúmeros meios de comunicação, porém, não sabem, muitas vezes, como interpretar e fazer bom uso de tudo aquilo que está disponível a um toque do dedo. Outro ponto em que a tecnologia pode ser uma aliada nas aulas e para boas práticas pedagógicas. Se bem planejado o seu uso pode contribuir consideravelmente na obtenção de maior atenção e interesse dos alunos em relação aos conteúdos de Geografia e História, até porque as novas tecnologias aliam o conhecimento à prática, que ajudam na qualidade do ensino, bem como na melhor assimilação das informações, também na compreensão das interrelações existentes entre essas disciplinas, pois em uma aula interdisciplinar é que, realmente, ocorrem relações significativas entre as ciências. Dessa forma, os alunos perceberão que no mundo tudo está interligado e que História e Geografia são conhecimentos indissociáveis, que se auto complementam, pois o tempo e o espaço se integram, assim como a Geografia e a História. Vele ressaltar, também, a importância dos investimentos na qualificação e atualização dos professores, pois essas novas tecnologias, para serem integralmente inseridas nas aulas, precisam do domínio dos educadores, 4 6 46 precisa também da associação de um planejamento prévio para dar sentido e coerência na inclusão das novas tecnologias nas práticas de ensino. As práticas propostas nesse estudo foram aplicadas com pleno êxito e com boa aceitação entre os alunos. Inclusive, é valido frisar, a participação efetiva das turmas nas aulas. Houve amplo interesse e comprometimento na execução das práticas e desafios propostos, bem como nas avaliações. Registrou-se, também, melhorias consideráveis na interpretação e compreensão dos conteúdos desenvolvidos em aula, evidenciou-se, ainda, superioridade nos resultados das avaliações. Sendo assim, atribui-se às práticas pedagógicas
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