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Julia Alves Santos - UNIT - Turma XVII Características dos Hormônios e Mecanismos de Ação Características dos hormônios Introdução: Os hormônios são mensageiros químicos que entram no sangue, o qual os transporta de seus locais de secreção até as células sobre as quais atuam. As células influenciadas por determinado hormônio, que expressam o receptor desse hormônio, são conhecidas como suas células-alvo. fica também evidente o fato de que uma única glândula pode secretar múltiplos hormônios. Os hormônios são transportados para alvos distantes. Moléculas que são suspeitas de serem hormônios, mas não são inteiramente aceitas como tal, são identificados pela palavra fator. Hormônios exercem seus efeitos em concentrações muito baixas. Alguns sinalizadores químicos transportados no sangue para alvos distantes não são considerados hormônios, pois têm de estar presentes em concentrações relativamente altas antes que seu efeito possa ser observado. Em geral, os hormônios circulantes são degradados em metabólitos inativos por enzimas encontradas principalmente no fígado e nos rins. Os metabólitos são então excretados pela bile ou na urina. A taxa de degradação hormonal é indicada pela meia-vida do hormônio na circulação. glândulas endócrinas: O sistema endócrino é constituído por todas as glândulas sem ductos, denominadas glândulas endócrinas, as glândulas endócrinas liberam seus hormônios no sangue. glândulas exócrinas: As glândulas exócrinas secretam seus produtos em um ducto, a partir do qual as secreções saem do corpo (como o suor) ou entram no lúmen de outro órgão, como os intestinos. observação: Feromônios são ecto-hormônios especializados que atuam sobre outros organismos da mesma espécie para provocar uma resposta fisiológica ou comportamental. É Importante Relembrar: ➽ Interações de proteínas ligantes: - Características dos locais de ligação: Um ligante é qualquer molécula (incluindo outra proteína) ou íon que está ligado a uma proteína por uma das seguintes forças físicas: (1) atrações elétricas entre grupos com carga oposta ou polarizados no ligante e na proteína ou (2) atrações mais fracas geradas por forças hidrofóbicas entre regiões apolares nas duas moléculas. A região de uma proteína à qual um ligante se liga é conhecida como um local de ligação ou um local de ligação de ligante. Uma proteína pode ter vários locais de ligação, cada um específico para um ligante particular, ou pode ter múltiplos locais de ligação para o mesmo ligante. ● Especificidade química Embora um determinado mensageiro químico possa entrar em contato com muitas células distintas, ele influencia certos tipos de células e não outros. Isso ocorre porque as células têm tipos de receptores diferentes. Para um ligante se ligar a uma proteína, o ligante deve estar próximo da superfície da proteína. Esta proximidade ocorre quando o formato do ligante for complementar ao formato do local de ligação da proteína, de modo que os dois se encaixem como peças de um quebra-cabeça, ilustrando a importância do princípio geral da fisiologia que liga a estrutura a função, neste caso, em nível molecular. Julia Alves Santos - UNIT - Turma XVII Julia Alves Santos - UNIT - Turma XVII A ligação entre um ligante e uma proteína pode ser tão específica que um local de ligação pode se ligar apenas a um tipo de ligante e nenhum outro. Tal seletividade permite que uma proteína identifique (por ligação) uma molécula particular em uma solução contendo centenas de diferentes moléculas. Por exemplo, um fármaco (ligante) projetado para tratar pressão arterial elevada pode agir ao se ligar e, portanto, ativar algumas proteínas que, por sua vez, ajudam a restaurar a pressão para o valor normal. O mesmo fármaco, entretanto, também pode se ligar em menor grau a outras proteínas, cujas funções podem ser completamente não relacionadas à pressão arterial. Mudar as atividades destas outras proteínas pode levar a efeitos colaterais indesejáveis do medicamento. ● Afinidade O grau de ligação de um mensageiro particular ao seu receptor é determinado pela afinidade do receptor ao mensageiro. Um receptor com alta afinidade liga-se em menores concentrações de um mensageiro do que um receptor de baixa afinidade A força da ligação ligante-proteína é uma propriedade do local de ligação conhecida como afinidade. Determina a probabilidade de que um ligante ligado deixará a superfície da proteína e retornará para seu estado não ligado. A afinidade e a especificidade química são duas propriedades diferentes, embora intimamente relacionadas. A especificidade química, como já vimos, depende apenas do formato do local de ligação, enquanto a afinidade depende da força da atração entre a proteína e o ligante. Por exemplo, um ligante pode ter um grupo com carga negativa que se ligaria fortemente a um local contendo uma cadeia lateral de aminoácido com carga positiva, mas se ligaria com menor força a um local de ligação com o mesmo formato, mas sem carga positiva. Assim, quanto mais o formato do ligante se encaixa no formato do local de ligação, maior a afinidade. Em outras palavras, o formato pode influenciar a afinidade assim como a especificidade química. ● Saturação O termo saturação refere-se à fração do total de locais de ligação que estão ocupados em um dado momento. Quando todos os locais de ligação estão ocupados, a população de locais de ligação está 100% saturada. Quando metade dos locais disponíveis está ocupado, o sistema está 50% saturado e assim em diante. A porcentagem de saturação de um local de ligação depende de dois fatores: (1) a concentração de ligante livre (não ligado) na solução e (2) a afinidade do local de ligação para o ligante. Portanto, a porcentagem de saturação dos locais de ligação aumenta com a maior concentração de ligante até que todos os locais fiquem ocupados Se um local de ligação tem uma alta afinidade por um ligante, mesmo uma concentração reduzida do ligante resultaria em um alto grau de saturação porque, uma vez ligado ao sítio, o ligante não é facilmente deslocado. ● Competição refere-se à capacidade de uma molécula para competir com um ligante natural pela conexão com seu receptor. Mais de um tipo de ligante pode se ligar a certos locais de ligação. Em tais casos, ocorre competição entre os ligantes para o mesmo local de ligação. Em outras palavras, a presença de Julia Alves Santos - UNIT - Turma XVII Julia Alves Santos - UNIT - Turma XVII múltiplos ligantes capazes de se ligar no mesmo local de ligação afeta a porcentagem de sítios de ligação ocupados por qualquer um dos ligantes. Se dois ligantes competidores, A e B, estão presentes, o aumento da concentração de A vai aumentar a quantidade de A que está ligada, reduzindo o número de locais disponíveis para B e reduzindo a quantidade de B que está ligada. Por exemplo, muitos fármacos produzem seus efeitos ao competirem com os ligantes naturais do corpo pelos locais de ligação. Ao ocupar os locais de ligação, o fármaco reduz a quantidade de ligante natural que pode estar ligada. Entretanto, as moléculas competitivas são suficientemente diferentes em estrutura do ligante nativo de modo que, embora se liguem ao receptor, não podem ativá-lo. Isso bloqueia o mensageiro endógeno da ligação; contudo, não induz a transdução de sinal ou desencadeia a resposta da célula. O termo geral para um composto que bloqueia a ação de um mensageiro químico é antagonista – quando um antagonista funciona pela competição com um mensageiro químico pelo seu local de ligação, é conhecido como um antagonista competitivo. Receptores: A primeira etapa na ação de qualquer mensageiro químicointercelular é a sua ligação a proteínas específicas nas células-alvo, conhecidas como receptores, que são proteínas ou glicoproteínas localizadas ou no interior da célula ou, muito mais comumente, na membrana plasmática. A ligação de um mensageiro por um receptor manifesta especificidade, saturação e competição. Os receptores estão sujeitos à regulação fisiológica pelos seus próprios mensageiros. Isso inclui a suprarregulação e a infrarregulação. Diferentes tipos celulares expressam tipos distintos de receptores; mesmo uma única célula pode expressar múltiplos tipos de receptores. A ligação de um mensageiro a um receptor altera a conformação do receptor, que o ativa. Isso inicia uma sequência de eventos na célula, levando à resposta da célula para aquele mensageiro, um processo denominado transdução de sinal. O “sinal” é a ativação do receptor e a “transdução” denota o processo pelo qual um estímulo é transformado em uma resposta. aumento da concentração de hormônio e o aumento da ligação aos receptores de sua célula-alvo, algumas vezes, fazem com que o número de receptores ativos diminua (downregulation). A regulação para baixo diminui a responsividade do tecido-alvo ao hormônio. Alguns hormônios causam regulação para cima (up-regulation) dos receptores e das proteínas de sinalização intracelular; isto é, estimular o hormônio induz a formação de receptores ou moléculas de sinalização intracelular. Quando isso ocorre, o tecido-alvo se torna cada vez mais sensível aos efeitos de estimulação do hormônio. - Tipos de receptores Receptores da membrana plasmática - são proteínas transmembrana; isto é, abrangem a espessura total da membrana. Como outras proteínas transmembrana, um receptor de membrana plasmática possui segmentos hidrofóbicos no interior da membrana e outros segmentos hidrofílicos, estendendo-se para o líquido intracelular Receptores intracelulares - não estão localizados em membranas, mas existem ou no citosol ou no núcleo celular e possuem uma estrutura muito diferente eles contêm um segmento que se liga ao DNA, diferentemente dos receptores de membrana plasmática. Isso é uma distinção crucial entre os dois tipos gerais de receptores; os receptores de membrana plasmática conseguem transduzir sinais sem interação com o DNA, enquanto todos os receptores intracelulares transduzem os sinais por meio de interações com os genes. Julia Alves Santos - UNIT - Turma XVII Glossário de termos relativos aos receptores. Julia Alves Santos - UNIT - Turma XVII Julia Alves Santos - UNIT - Turma XVII Receptor (proteína receptora) Uma proteína específica, na membrana plasmática ou no interior de uma célula-alvo, com a qual o mensageiro químico liga-se, evocando uma resposta biologicamente relevante nessa célula Especificidade A capacidade de ligação de um receptor a apenas um tipo ou um número limitado de tipos de mensageiros químicos estruturalmente relacionados Saturação O grau de ocupação dos receptores pelos mensageiros. Se todos estiverem ocupados, os receptores estão plenamente saturados; se metade deles estiver ocupada, a saturação é de 50% e assim por diante Afinidade A força com que um mensageiro químico se liga ao seu receptor Competição A capacidade de diferentes moléculas competirem com um ligante para ligação ao seu receptor. Os competidores têm, geralmente, estruturas semelhantes às do ligante natural Antagonista Uma molécula que compete com um ligante para ligação ao seu receptor, mas não ativa a sinalização geralmente associada ao ligante natural. Portanto, um antagonista previne as ações do ligante natural. Os anti-histamínicos são exemplos de antagonistas Agonista Um mensageiro químico que se liga a um receptor e desencadeia a resposta celular; frequentemente refere-se a um fármaco que mimetiza uma ação normal do mensageiro. Os descongestionantes são exemplos de agonistas Infra Regulação Redução no número total de receptores de célula-alvo para um determinado mensageiro; pode ocorrer em resposta à concentração extracelular cronicamente elevada do mensageiro, representa um mecanismo localizado de feedback negativo. O principal mecanismo de infra regulação dos receptores de membrana plasmática é a internalização, isto é, o complexo receptor-mensageiro é levado para o interior da célula por endocitose mediada pelo receptor. Supra Regulação Aumento do número total de receptores da célula-alvo para um determinado mensageiro; pode ocorrer em resposta à concentração cronicamente baixa do mensageiro. Por exemplo, quando os nervos para um músculo são danificados, o envio de neurotransmissores a partir daqueles nervos para o músculo é reduzido ou eliminado. Com o passar do tempo, sob essas condições, o músculo contrairá em resposta a uma concentração muito menor de neurotransmissor do que o normal. Isso acontece porque os receptores para o neurotransmissor foram suprarregulados, resultando em aumento de sensibilidade. Julia Alves Santos - UNIT - Turma XVII A regulação do receptor nos dois sentidos (suprarregulação ou infrarregulação) é um excelente exemplo de princípio fisiológico geral de homeostasia, pois age para retornar a força do sinal em direção ao normal, quando a concentração de moléculas mensageiras varia acima ou abaixo do normal. No contexto dos hormônios, a suprarregulação refere-se a um aumento no número de receptores de um hormônio em uma célula, resultando frequentemente de uma exposição prolongada a uma baixa concentração do hormônio. Isso tem o efeito de aumentar a responsividade da célula-alvo ao hormônio. A infrarregulação refere-se a uma diminuição no número de receptores, frequentemente graças à exposição a concentrações elevadas do hormônio. Isso diminui temporariamente a responsividade das células-alvo ao hormônio, impedindo, assim, uma estimulação excessiva. Em alguns casos, os hormônios podem infrarregular ou suprarregular não apenas seus próprios receptores, mas também os de outros hormônios. Se um hormônio induzir a infrarregulação dos receptores de um segundo hormônio, o resultado será uma redução na efetividade do segundo hormônio. Por outro lado, um hormônio pode induzir um aumento no número de receptores de um segundo hormônio. Nesse caso, a efetividade do segundo hormônio é aumentada. Em alguns casos, esse último fenômeno está na base de uma importante interação hormônio–hormônio conhecida como permissividade. Em termos gerais, a permissividade significa que o hormônio A precisa estar presente para que o hormônio B possa exercer seu efeito total. Vias de transdução do sinal: A ligação de um mensageiro químico ativa um receptor, que inicia uma ou mais vias de transdução do sinal, levando à resposta celular. A ligação de um mensageiro ao seu receptor causa uma alteração na conformação (estrutura terciária) do receptor. Esse evento, conhecido como ativação do receptor, é o passo inicial que leva às respostas celulares ao mensageiro. Essas respostas celulares podem assumir a forma de alterações em (1) permeabilidade, propriedades de transporte ou estado elétrico da membrana plasmática; (2) metabolismo; (3) atividade secretória; (4) taxa de proliferação e diferenciação; ou (5) atividade contrátil ou outras. Portanto, a ativação do receptor por um mensageiro é apenas o primeiro passo que leva à resposta final da célula (contração, secreção e assim por diante). As diversas sequências de eventos que ligam a ativação do receptor às respostas celulares são denominadas vias de transdução do sinal. - Vias iniciadas por mensageiros lipossolúveis: Os mensageiros lipossolúveis ligam-se a receptoresdentro da célula-alvo. O receptor ativado age no núcleo como um fator de transcrição para alterar a taxa de transcrição de genes específicos, resultando em uma alteração na concentração ou secreção de proteínas codificadas pelos genes. Os mensageiros lipossolúveis incluem substâncias hidrofóbicas, tais como hormônios esteróides e hormônios tireoidianos. A maioria dos receptores dessa família é intracelular. Em segundo lugar, em alguns casos, a transcrição de um gene ou genes pode ser reduzida em vez de aumentada pelo receptor ativado. O cortisol, por exemplo, inibe a transcrição de vários genes, cujos produtos proteicos medeiam respostas inflamatórias que ocorrem em seguida à lesão ou infecção; por esse motivo, o cortisol tem importantes efeitos anti-inflamatórios. Julia Alves Santos - UNIT - Turma XVII Sensibilidade aumentada A responsividade aumentada de uma célula-alvo para um determinado mensageiro; pode resultar da supra regulação dos receptores Julia Alves Santos - UNIT - Turma XVII - Vias iniciadas por mensageiros hidrossolúveis Não conseguem penetrar imediatamente nas células por difusão através da bicamada lipídica da membrana plasmática. Em vez disso, eles exercem as suas ações nas células por meio de ligação à parte extracelular de proteínas receptoras incorporadas na membrana plasmática. Os mensageiros hidrossolúveis incluem a maioria dos hormônios polipeptídicos, neurotransmissores e compostos parácrinos e autócrinos. -> mensageiros hidrossolúveis. A. Mecanismo de transdução de sinal no qual o complexo receptor inclui um canal iônico. Observar que o receptor existe em duas conformações, nos estados não ligado (livre) e ligado. É a ligação do primeiro mensageiro ao seu receptor que desencadeia a alteração conformacional, levando à abertura do canal. B. Mecanismo de transdução de sinal no qual o próprio receptor funciona como uma enzima, geralmente uma tirosinoquinase. C. Mecanismo de transdução de sinal no qual o receptor ativa uma janus quinase no citoplasma. D. Mecanismos de transdução de sinal envolvendo proteínas G. Quando a GDP é ligada à subunidade alfa da proteína G, a proteína existe como uma molécula trimérica inativa. A ligação da GTP à subunidade alfa causa dissociação da subunidade alfa, que então ativa a proteína efetora. Primeiramente, os mensageiros químicos extracelulares (tais como hormônios ou neurotransmissores) que alcançam a célula e ligam-se aos receptores específicos na membrana plasmática são muitas vezes referidos como primeiros mensageiros. Os segundos mensageiros, então, são substâncias que entram ou são geradas no citoplasma como resultado da ativação do receptor pelo primeiro mensageiro. O terceiro termo geral essencial é a proteinoquinase, que é o nome de uma enzima que fosforila outras proteínas transferindo um grupo fosfato a elas, a partir do ATP. A fosforilação de uma proteína alostericamente modifica sua estrutura terciária e, consequentemente, altera a atividade dessa proteína. Diferentes proteínas respondem de forma distinta à fosforilação; algumas são ativadas e algumas são inativadas (inibidas). Outras enzimas fazem o reverso das proteinoquinases; ou seja, promovem a desfosforilação proteica. Essas enzimas, denominadas proteínas fosfatases, também participam nas vias de transdução de sinal; também podem servir para interromper um sinal, uma vez que a resposta celular tenha ocorrido. Julia Alves Santos - UNIT - Turma XVII Julia Alves Santos - UNIT - Turma XVII - Receptores Ligados a Canais Iônicos: O receptor pode ser um canal iônico ativado por ligante. O canal se abre, resultando em um sinal elétrico na membrana e, quando os canais de Ca2+ estão envolvidos, ocorre um aumento na concentração de Ca2+ citosólico. Em um tipo de receptor de membrana plasmática para mensageiros hidrossolúveis, a proteína que age como receptor é também um canal iônico, tal alteração na difusão iônica resulta em modificação na carga elétrica ou potencial de membrana de uma célula. A ativação do receptor por um primeiro mensageiro (o ligante) resulta em uma alteração conformacional do receptor, de tal modo que forma um canal aberto através da membrana plasmática. Visto que a abertura dos canais iônicos é comparada à abertura de um portão em uma cerca, estes tipos de canais são conhecidos como canais iônicos dependentes do ligante. Resulta em aumento na difusão efetiva através da membrana plasmática de um ou mais tipos de íons específicos para esse canal. Praticamente todas as substâncias neurotransmissoras combinam-se com receptores na membrana pós-sináptica. Alguns desses receptores ligados a canais iônicos abrem (ou fecham) canais para íons sódio, outros para íons potássio, outros para íons cálcio, e assim por diante. A alteração do movimento desses íons pelos canais causa os efeitos subsequentes nas células pós-sinápticas. - Receptores acoplados à proteína G: O receptor pode interagir com uma proteína G na membrana plasmática, que por sua vez, interage com proteínas efetoras na membrana plasmática – canais iônicos ou enzimas. é a maior, incluindo centenas de receptores distintos. Um complexo proteico ligado ao receptor inativo está localizado na superfície citosólica da membrana plasmática, pertencendo à família de proteínas conhecidas como proteínas G. As proteínas G contêm três subunidades, denominadas subunidades alfa, beta e gama. A subunidade alfa pode ligar-se a GDP e GTP. As subunidades beta e gama auxiliam a ancoragem da subunidade alfa na membrana. Esse receptor ativado aumenta a afinidade da subunidade alfa da proteína G para a GTP. Quando ligada à GTP, a subunidade alfa dissocia-se das subunidades beta e gama da proteína G trimérica. Essa dissociação permite a ligação da subunidade alfa ativada com ainda outra proteína da membrana plasmática, tanto um canal iônico como uma enzima. Esses canais iônicos e enzimas são proteínas efetoras que medeiam as próximas etapas na sequência de eventos que conduzem à resposta celular. uma proteína G serve como um interruptor para acoplar um receptor a um canal iônico ou a uma enzima na membrana plasmática. Consequentemente, esses receptores são conhecidos como receptores acoplados à proteína G. A proteína G pode promover a abertura do canal iônico, Alternativamente, a proteína G pode ativar ou inibir a enzima da membrana com a qual interage. Tais enzimas, quando ativadas, causam a geração de segundos mensageiros no interior da célula. Existem várias subfamílias de proteínas G na membrana plasmática, cada uma com diversos membros distintos e um único receptor pode estar associado a mais de um tipo de proteína G. Além disso, algumas proteínas G podem acoplar-se a mais de um tipo de proteína efetora da membrana plasmática. Desse modo, um receptor ativado pelo primeiro mensageiro, por meio de sua ligação à proteína G, pode colocar em ação uma variedade de proteínas de membrana plasmática, como os canais iônicos e as enzimas. Essas moléculas podem, por sua vez, induzir uma diversidade de eventos celulares. Muitos hormônios ativam receptores que regulam indiretamente a atividade de proteínas-alvo por acoplamento com grupos de proteínas da membrana celular, chamadas proteínas heterotriméricas de ligação a guanosina trifosfato (GTP) (proteínas G). - Receptores que funcionam como enzimas: O receptor em si pode ser uma enzima. Com uma exceção, a atividade enzimática é de uma Julia Alves Santos - UNIT - Turma XVII Julia Alves Santos - UNIT - Turma XVII proteinoquinase, geralmente uma tirosinoquinase. A exceção é o receptor que funciona como umaguanilato ciclase para gerar GMP cíclico. Outros receptores da membrana plasmática para mensageiros hidrossolúveis têm atividade enzimática intrínseca. Alguns receptores, quando ativados, funcionam diretamente como enzimas ou se associam estreitamente às enzimas que ativam. Os diversos receptores que possuem atividade enzimática intrínseca são proteinoquinases. Destas, a grande maioria fosforila especificamente resíduos de tirosina. Consequentemente, esses receptores são conhecidos como receptores tirosinoquinases. A ligação de um mensageiro específico ao receptor modifica a conformação do receptor, de modo que sua porção enzimática, localizada no lado citoplasmático da membrana plasmática, é ativada. Isso resulta em autofosforilação do receptor; ou seja, o receptor fosforila alguns de seus próprios resíduos de tirosina. As fosfotirosinas recém-criadas na porção citoplasmática do receptor servem como locais de ancoragem para proteínas citoplasmáticas. As proteínas de ancoragem associadas então ligam e ativam outras proteínas, que, por sua vez, ativam uma ou mais vias de sinalização no interior da célula. O denominador comum dessas vias é que todas envolvem a ativação de proteínas citoplasmáticas por fosforilação. Há uma exceção fisiologicamente importante para a generalização de que os receptores de membrana plasmática com atividade enzimática inerente funcionam como proteinoquinases. Nessa exceção, o receptor funciona tanto como um receptor como uma guanilato ciclase para catalisar a formação, no citoplasma, de uma molécula conhecida como GMP cíclico (cGMP). Por sua vez, o cGMP funciona como um segundo mensageiro para ativar uma proteinoquinase denominada proteinoquinase dependente de cGMP. Essa quinase fosforila proteínas específicas que então medeiam a resposta da célula ao mensageiro original. A responsividade variável de uma célula a um hormônio depende principalmente dos receptores e das vias de transdução de sinal da célula. Se não há receptores hormonais em um tecido, as suas células não podem responder a este hormônio. Se os tecidos possuem diferentes receptores e vias associadas aos receptores para o mesmo hormônio, eles responderão de maneira diferente. - Receptores que interagem com janus quinases citoplasmáticas: a atividade enzimática – novamente, a atividade de tirosinoquinase – reside não no receptor, mas em uma família de quinases citoplasmáticas distintas, denominada janus quinases (JAKs), que estão associadas ao receptor. Nestes casos, o receptor e a janus quinase associada funcionam como uma unidade. A ligação de um primeiro mensageiro ao receptor causa uma alteração conformacional no receptor, que leva à ativação da janus quinase. Diferentes receptores associam-se a diferentes membros da família janus quinase e as distintas janus quinases fosforilam diferentes proteínas-alvo. O resultado dessas vias é a síntese de novas proteínas, que medeiam a resposta celular ao primeiro mensageiro. Um exemplo significativo mediado primariamente via receptores ligados às janus quinases é aquele das citocinas – proteínas secretadas por células do sistema imune que apresentam uma função crítica nas defesas imunológicas OBS: Principais segundos mensageiros Exemplo de amplificação de sinal: Fosfolipase C, diacilglicerol e inositol trifosfato. Essa enzima catalisa a degradação de um fosfolipídio da membrana plasmática, conhecido como Julia Alves Santos - UNIT - Turma XVII Julia Alves Santos - UNIT - Turma XVII fosfatidilinositol bifosfato, abreviado como PIP2, para diacilglicerol ( DAG ) e inositol trifosfato ( IP3 ) - Outros mensageiros: Os eicosanoides são uma família de moléculas produzidas a partir do ácido graxo poli-insaturado denominado ácido araquidônico, que está presente nos fosfolipídios da membrana plasmática. São gerados em muitos tipos de células em resposta a diferentes tipos de sinais extracelulares; estes incluem vários fatores de crescimento, moléculas do sistema imune e mesmo outros eicosanoides. Portanto, os eicosanoides podem agir como mensageiros extracelulares e intracelulares, dependendo do tipo celular. Julia Alves Santos - UNIT - Turma XVII Quadro referência de segundos mensageiros importantes. Substância Fonte Efeitos Ca2+ Entra na célula por intermédio de canais iônicos na membrana plasmática ou é liberado para o citosol a partir do retículo endoplasmático Ativa a proteinoquinase C, calmodulina e outras proteínas ligadoras de Ca2+, Ca2+-calmodulina ativa as proteinoquinases dependentes de calmodulina. Um receptor ativado pode aumentar a concentração de Ca2+ citosólico ao promover a abertura de canais de Ca2+ na membrana plasmática e/ou retículo endoplasmático. O Ca2+ liga-se a uma das várias proteínas intracelulares, mais frequentemente a calmodulina. A calmodulina ativada pelo cálcio ativa ou inibe muitas proteínas, incluindo proteinoquinases dependentes de calmodulina. AMP cíclico (cAMP) Uma proteína G ativa a adenilato ciclase na membrana plasmática, que Ativa a proteinoquinase dependente de cAMP (proteinoquinase A) catalisa a formação de cAMP a partir do ATP GMP cíclico (cGMP) Gerado a partir do trifosfato de guanosina em uma reação catalisada por um receptor da membrana plasmática com atividade de guanilato ciclase Ativa a proteinoquinase dependente de cGMP (proteinoquinase G) Diacilglice rol (DAG) Uma proteína G ativa a fosfolipase C da membrana plasmática, que catalisa a geração de DAG e IP3 a partir do fosfatidilinositol bifosfato da membrana plasmática (PIP2) Ativa a proteinoquinase C Inositol trifosfato (IP3) Ver DAG acima Libera Ca2+ do retículo endoplasmático para o citosol Julia Alves Santos - UNIT - Turma XVII - Interrupção da atividade nas vias de transdução do sinal Uma vez iniciadas, as vias de transdução do sinal são eventualmente desligadas, prevenindo a superestimulação crônica de uma célula, que pode ser prejudicial. O evento-chave geralmente é a interrupção da ativação do receptor. Além disso, os receptores podem ser inativados em pelo menos outras três maneiras: (1) Os receptores tornam-se quimicamente alterados (geralmente por fosforilação), que pode diminuir sua afinidade pelo primeiro mensageiro e, assim, o mensageiro é liberado; (2) a fosforilação do receptor pode prevenir a ligação adicional da proteína G ao receptor; e (3) os receptores da membrana plasmática podem ser removidos quando a combinação do primeiro mensageiro com o receptor é levada para o interior da célula por endocitose. ❖ Regulação das características dos locais de ligação Existem duas formas para controlar a atividade das proteínas: (1) mudar o formato da proteína, o que altera a ligação dos ligantes, e (2), como descrito antes neste capítulo, regular a síntese e degradação da proteína, o que determina os tipos e quantidades de proteínas em uma célula. - Modulação alostérica A ligação de uma molécula moduladora ao local regulador em uma proteína alostérica altera o formato do local de ligação funcional, portanto, alterando, dessa maneira, suas características de ligação e a atividade da proteína. A atividade das proteínas alostéricas é regulada ao variar as concentrações de suas moléculas moduladoras. Sempre que um ligante se liga a uma proteína, as forças de atração entre o ligante a proteína alteram o formato da proteína. Portanto, quando uma proteína tem dois locais de ligação, a ligação não covalente de um ligante a um local pode alterar o formato do segundo local de ligação e, portanto, as características deligação daquele sítio. Este fenômeno é chamado de modulação alostérica e tais proteínas são conhecidas como proteínas alostéricas. Um local de ligação em uma proteína alostérica, conhecido como local funcional (ou ativo), produz a função fisiológica da proteína. O outro local de ligação é o local regulador. O ligante que se liga ao local regulador é conhecido como molécula moduladora, porque sua ligação modula alostericamente o formato, e, consequentemente, a atividade, do local funcional. - Modulação covalente As enzimas proteinoquinases catalisam a adição de um grupo fosfato a cadeias laterais de alguns aminoácidos em uma proteína, mudando o formato do local de ligação funcional da proteína e assim alterando a atividade da proteína pela modulação covalente. É necessária uma segunda enzima para remover o grupo fosfato, retornando a proteína a seu estado original. A segunda forma para alterar o formato e, portanto, a atividade de uma proteína é pela Julia Alves Santos - UNIT - Turma XVII Julia Alves Santos - UNIT - Turma XVII ligação covalente de grupamentos químicos carregados a algumas cadeias laterais da proteína. Este fenômeno é conhecido como modulação covalente. Transporte dos hormônios no sangue: A maioria dos hormônios peptídicos e todas as catecolaminas são hidrossolúveis. Por conseguinte, à exceção de alguns peptídeos, esses hormônios são transportados simplesmente dissolvidos no plasma. Por outro lado, os hormônios esteróides e os hormônios da tireoide pouco solúveis circulam no sangue, em grande parte ligados a proteínas plasmáticas. Embora os hormônios esteróides e tireoidianos sejam encontrados no plasma principalmente ligados a grandes proteínas, existem pequenas quantidades desses hormônios dissolvidas no plasma. O hormônio dissolvido ou livre está em equilíbrio com o hormônio ligado: Hormônio livre + Proteína de ligação ⇌ Complexo hormônio–proteína Hormônio livre e total: Hormônio livre é o hormônio que não está ligado a nenhuma proteína e se encontra livre no sangue. Já o hormônio total engloba a parte do hormônio livre e a parte do hormônio que está ligada à outras substâncias.. Tanto o T4 livre quanto o T4 total são utilizados para avaliar a função da tireoide, ou seja, verificar se a glândula produz quantidade normal e suficiente de hormônios para fornecer energia para as atividades metabólicas do organismo. Menos de 1% do T4 se encontra na forma livre, e é essa forma que é metabolicamente ativa, ou seja, que possui função. O T4 ligado a proteínas não possui atividade, é apenas transportado na corrente sanguínea para os órgãos, e quando necessário, é separado da proteína para ter atividade. O hormônio livre, por outro lado, já é mais específico, sensível e permite avaliar melhor como está o funcionamento frente ao estímulo hormonal, pois é dosada somente a quantidade de hormônio que está funcional e ativa no organismo A concentração total de hormônio no plasma é a soma dos hormônios livre e ligado. Entretanto, somente o hormônio livre pode difundir-se para fora dos capilares e encontrar as células-alvo. Por conseguinte, a concentração biologicamente importante é a de hormônio livre, não a do hormônio total, cuja maior parte está ligada. Metabolismo e excreção dos hormônios: Após a síntese e a secreção de um hormônio no sangue, e sua ação sobre um tecido-alvo, sua atividade aumentada não é mais necessária, e a concentração do hormônio no sangue habitualmente retorna a seus valores normais. Isso é necessário para evitar os efeitos excessivos e possivelmente prejudiciais da exposição prolongada das células-alvo aos hormônios. A concentração de um hormônio no plasma depende (1) de sua taxa de secreção pela glândula endócrina e (2) de sua taxa de remoção do sangue. A remoção ou “depuração” do hormônio ocorre por meio de excreção ou de transformação metabólica. O fígado e os rins constituem os principais órgãos que metabolizam ou excretam os hormônios. Algumas vezes, um hormônio é metabolizado pelas células sobre as quais ele atua. No caso de alguns hormônios peptídicos, por exemplo, a endocitose dos complexos hormônio–receptor nas membranas plasmáticas permite que as células removam rapidamente os hormônios de suas superfícies e os catabolizem no meio intracelular. Em seguida, os receptores são frequentemente reciclados para a membrana plasmática. Julia Alves Santos - UNIT - Turma XVII Julia Alves Santos - UNIT - Turma XVII Mecanismos de Ação Os receptores de hormônios esteróides e hormônios da tireoide estão localizados, em sua maioria, dentro das células-alvo; os receptores dos hormônios peptídicos e das catecolaminas estão localizados na membrana plasmática. Os hormônios podem causar suprarregulação e infrarregulação de seus próprios receptores, bem como dos de outros hormônios. A indução dos receptores de um hormônio por outro aumenta a efetividade do primeiro hormônio e pode ser essencial para permitir que ele exerça seus efeitos. Os receptores ativados por hormônios peptídicos e catecolaminas utilizam uma ou mais das vias de transdução de sinais ligadas a receptores da membrana plasmática; o resultado consiste em alteração do potencial de membrana ou da atividade das proteínas na célula. Os receptores intracelulares ativados por hormônios esteróides e hormônios da tireoide tipicamente funcionam como fatores de transcrição; o resultado consiste em aumento na síntese de proteínas específicas. Em doses farmacológicas, os hormônios podem exercer efeitos que não são observados em circunstâncias habituais, alguns podendo ser deletérios. Os hormônios agem se ligando a receptores. Todos os hormônios se ligam a receptores na célula-alvo e iniciam respostas bioquímicas. Essas respostas são o mecanismo de ação celular do hormônio. Um único hormônio pode atuar em múltiplos tecidos. Para complicar ainda mais, os efeitos podem variar em diferentes tecidos ou nos diferentes estágios de desenvolvimento Os receptores, para alguns hormônios, estão localizados na membrana da célula-alvo, enquanto outros receptores hormonais localizam-se no citoplasma ou no núcleo. Quando o hormônio se combina com seu receptor, essa ação em geral inicia uma cascata de reações na célula, com cada etapa ficando mais potencialmente ativada, de modo que até pequenas concentrações do hormônio podem ter grande efeito. As proteínas do receptor costumam ser inativadas ou destruídas durante o curso de sua função e, em outras vezes, são reativadas ou fabricadas novas proteínas. - Efeitos farmacológicos dos hormônios: A administração de determinado hormônio em quantidades muito grandes para fins clínicos pode ter efeitos sobre o indivíduo que habitualmente não são observados em concentrações fisiológicas. Esses efeitos farmacológicos também podem ocorrer em doenças que envolvem a secreção de quantidades excessivas de hormônios. Tipos de distúrbios endócrinos: A despeito dessas manifestações variadas, que dependem do hormônio específico afetado, praticamente todas as doenças endócrinas podem ser classificadas de quatro maneiras. Incluem (1) hormônio em quantidade muito pequena (hipossecreção), (2) hormônio em quantidade muito grande (hipersecreção), (3) diminuição da responsividade das células-alvo ao hormônio (hiporresponsividade), e (4) aumento da responsividade das células-alvo ao hormônio (hiper-responsividade).- Hipossecreção: Uma glândula endócrina pode secretar uma quantidade demasiado pequena de hormônio em virtude de sua incapacidade de funcionar normalmente, uma condição denominada hipossecreção primária. Exemplos incluem: (1) destruição parcial de uma glândula, levando a uma diminuição na secreção de hormônio; (2) deficiência enzimática, resultando em síntese diminuída do hormônio; e (3) deficiência dietética de iodo, levando, especificamente, a uma secreção Julia Alves Santos - UNIT - Turma XVII Julia Alves Santos - UNIT - Turma XVII diminuída de hormônios tireoidianos. Muitas outras causas, como infecções e exposição a substâncias químicas tóxicas, têm o denominador comum de provocar lesão da glândula endócrina ou reduzir a sua capacidade de síntese ou secreção do hormônio. A outra causa importante de hipossecreção é a hipossecreção secundária. Nesse caso, a glândula endócrina não está lesionada (pelo menos inicialmente), porém está recebendo uma estimulação demasiado pequena pelo seu hormônio trópico. A longo prazo, a falta de ação trófica dos hormônios trópicos leva, invariavelmente, à atrofia da glândula-alvo, que pode ser revertida por meio de aumento do hormônio trópico. Para distinguir entre hipossecreção primária e secundária, deve-se determinar a concentração do hormônio trópico no sangue. Se estiver elevada, a causa é primária; se não estiver aumentada ou se estiver abaixo do normal, a causa é secundária. A maneira mais comum de tratar a hipossecreção hormonal consiste em administrar o hormônio ausente ou um análogo sintético do hormônio. Isso normalmente é feito pela administração oral (comprimido), tópica (creme aplicado à pele) ou nasal (spray), ou por injeção. Tipicamente, a via de administração depende da natureza química do hormônio de reposição. - Hipersecreção Um hormônio também pode exibir hipersecreção primária (a glândula secreta quantidades excessivas do próprio hormônio) ou hipersecreção secundária (estimulação excessiva da glândula pelo seu hormônio trópico). Uma das causas de hipersecreção primária ou secundária consiste na presença de tumor de células endócrinas secretoras de hormônio. Esses tumores tendem a produzir continuamente seus hormônios em uma taxa elevada, mesmo na ausência de estimulação ou na presença de aumento da retroalimentação negativa. - Hiporresponsividade e hiper-responsividade: um componente do sistema endócrino pode não estar funcionando normalmente, embora não haja nada errado com a secreção hormonal. O problema reside no fato de que as células-alvo não respondem normalmente ao hormônio, uma condição denominada hiporresponsividade ou resistência ao hormônio. Um exemplo importante de uma doença que resulta de hiporresponsividade consiste na forma mais comum de diabetes melito (denominado diabetes melito tipo 2), em que as células-alvo do hormônio insulina são hiporresponsivas a esse hormônio. Em um segundo tipo de hiporresponsividade, os receptores de determinado hormônio podem estar normais, porém pode haver um defeito em algum evento de sinalização que ocorre dentro da célula após a ligação do hormônio a seus receptores. Por exemplo, o receptor ativado pode não ser capaz de estimular a formação de AMP cíclico ou de outro componente da via de sinalização desse hormônio. Uma terceira causa de hiporresponsividade aplica-se a hormônios que exigem ativação metabólica por algum outro tecido após sua secreção. Pode ocorrer deficiência das enzimas que catalisam a ativação. Por exemplo, alguns homens secretam testosterona (o principal androgênio circulante) normalmente e possuem receptores normais de androgênios. Entretanto, esses homens carecem da enzima intracelular que converte a testosterona em di-hidrotestosterona, um potente metabólito da testosterona que se liga aos receptores de androgênios e que medeia algumas das ações da testosterona sobre as características sexuais secundárias, como crescimento dos pelos faciais e corporais. Em contraposição, pode ocorrer também hiper-responsividade a um hormônio, causando problemas. Por exemplo, o hormônio tireoidiano provoca uma suprarregulação de receptores beta-adrenérgicos para epinefrina; por conseguinte, a hipersecreção de hormônio tireoidiano causa, por sua vez, uma hiper-responsividade à epinefrina. Um resultado desse processo é o aumento da frequência cardíaca típica de indivíduos com níveis elevados de hormônio tireoidiano Julia Alves Santos - UNIT - Turma XVII Julia Alves Santos - UNIT - Turma XVII QUESTÕES: 1.Qual é a natureza química dos receptores? Onde estão localizados? 2.Explique por que diferentes tipos de células respondem de modo distinto ao mesmo mensageiro químico. 3.Descreva a base da infrarregulação e da suprarregulação e como esses processos estão relacionados à homeostasia. 4.Qual é a primeira etapa na ação de um mensageiro em uma célula? 5.Descreva a via de transdução de sinal que os mensageiros lipossolúveis utilizam. 6.Classifique os receptores de membrana plasmática de acordo com as vias de transdução de sinal que eles iniciam. 7.Qual é o resultado da abertura de um canal iônico de membrana? 8.Compare os receptores que apresentam atividade enzimática intrínseca com aqueles associados às janus quinases citoplasmáticas. 9.Descreva a função das proteínas G de membrana plasmática. 10.Desenhe um diagrama descrevendo o sistema adenilato ciclase-cAMP. 11.Desenhe um diagrama ilustrando o sistema fosfolipase C/DAG/IP3. 12.Como o sistema Ca2+-calmodulina funciona? 1.O que distingue glândulas exócrinas das endócrinas? 2.Quais são as três classes químicas gerais dos hormônios? 3.Quais são os principais hormônios produzidos pelo córtex suprarrenal? Pelos testículos? Pelos ovários? 4.Que classes de hormônios são transportadas no sangue principalmente na forma do hormônio dissolvido e não ligado? Principalmente na forma ligada às proteínas plasmáticas? 5.Os hormônios ligados às proteínas difundem-se para fora dos capilares? 6.Que órgãos são os principais locais de excreção e inativação metabólica dos hormônios? 7.Como as taxas de metabolismo e a excreção diferem para as várias classes de hormônios? 8.Cite algumas transformações metabólicas que os pró-hormônios e alguns hormônios devem sofrer para se tornarem biologicamente ativos. 9.Compare as localizações dos receptores para as várias classes de hormônios. 10.Como os hormônios influenciam as concentrações de seus próprios receptores e as de outros hormônios? Como isso explica a permissividade na ação hormonal? 11.Descreva a sequência de eventos quando os hormônios peptídicos ou as catecolaminas ligam-se a seus receptores. 12.Descreva a sequência de eventos que ocorrem quando os hormônios esteroides ou tireoidianos ligam-se a seus receptores. 13.Quais são os estímulos diretos para as glândulas endócrinas que controlam a secreção hormonal? 14.Como o controle da secreção hormonal por íons minerais e nutrientes no plasma consegue um controle dessas substâncias por retroalimentação negativa? 15.Como você poderia distinguir entre hipossecreção primária e secundária de um hormônio? Entre hipossecreção e hiporresponsividade? Julia Alves Santos - UNIT - Turma XVII
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