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Cap 5 e 6 - Produção e Custo de Produção

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P rodução
1 INTRODUÇÃO
Uma vez discutido o funcionamento do mercado, vamos deter-nos um pouco 
mais na Teoria da Firma, que está por trás da curva de oferta de mercado.
O grande objetivo da firma que opera no setor privado é a maximização de 
lucros. Do ponto de vista econômico, o Lucro Total (LT) é a diferença entre a 
Receita Total (RT) e o Custo Total (CT):
LT = RT - CT
A receita total, por sua parte, se define pelo produto entre o preço de ven­
da (p) e a quantidade produzida (q). Assumindo, por enquanto, que o preço de 
venda é dado,1 a receita total dependerá da quantidade produzida. Dessa forma, 
a Teoria da Firma divide-se em Teoria da Produção e Teoria dos Custos.
A Teoria da Produção que passaremos a analisar refere-se às relações tecnológicas, 
físicas, entre a quantidade produzida e as quantidades de insumos utilizados na pro­
dução, enquanto a Teoria dos Custos de Produção inclui os preços dos insumos.
2 CONCEITOS BÁSICOS
2.1 A ESCOLHA DO PROCESSO DE PRODUÇÃO
Produção é o processo pelo qual uma firma transforma os fatores de pro­
dução adquiridos em produtos ou serviços para a venda no mercado. Assim, a
1 Esta suposição será discutida mais em detalhe no Capítulo 7.
firma é uma intermediária: compra insumos ( inputs, fatores de produção), com­
bina-os segundo um processo de produção escolhido e vende produtos (outputs) 
no mercado.
O processo de produção pode ser ou mão-de-obra-intensivo, ou capital- 
intensivo, ou terra-intensivo (Figura 5.1), dependendo do fator de produção 
utilizado em maior quantidade, relativamente aos demais.
110 Economia Micro c Macro • VasconceJIos ........................................................................ ............. ......... —------------------------------------- — — -----------------------
Mão-de-obra (N)
------- ------- 1
Capital Físico (K) PROCESSO DE
^ PRODUÇÃO PRODUTO (q )— ►
Área, Terra (T)
.....................1
Matérias-primas (Mp)
Figura 5.1 O processo de produção.
A escolha do processo de produção depende de sua eficiência. A eficiência 
pode ser avaliada pelo ponto de vista tecnológico ou pelo ponto de vista eco­
nômico.
• eficiência técnica (ou tecnológica): entre dois ou mais processos 
de produção, é aquele processo que permite produzir uma mesma 
quantidade de produto, utilizando menor quantidade física de fa­
tores de produção;
• eficiência econômica: entre dois ou mais processos de produção, 
é aquele processo que permite produzir uma mesma quantidade 
de produto, com menor custo de produção.
São conceitos relativos: diz-se que A é mais eficiente relativamente a B (e 
não que A ou B são eficientes). Esses conceitos também podem ser aplicados 
para comparação entre firmas assemelhadas, ou ainda entre setores (por exem­
plo, diferenças de eficiência no setor têxtil entre os vários Estados).
Na Teoria Microeconômica, consideramos como dada ou determinada a 
eficiência tecnológica, que é uma questão mais pertinente à área de engenharia, 
e preocupamo-nos mais em analisar a questão de eficiência econômica. Ou seja, 
na teoria da produção, ao analisarmos relações físicas entre insumos e produ­
tos, estaremos assumindo, implicitamente, a existência de eficiência técnica.
E interessante observar que existe uma diferença entre os conceitos de 
tecnologia e de métodos de produção. Tecnologia é um inventário dos métodos 
de produção conhecidos. É o estado das artes. Nessa análise, supõe-se tecnologia 
dada. Método ou Processo de Produção diz respeito a diferentes possibilidades
Produção 1 1 1
de combinações entre os fatores de produção, para produzir uma dada quanti­
dade de um bem ou serviço.
Na análise que se segue, supõe-se que podemos escolher entre processos 
alternativos de produção, a um dado nível de conhecimento tecnológico.
2.2 FUNÇÃO DE PRODUÇÃO
Um dos conceitos mais relevantes, dentro da Teoria da Produção, é o de 
função de produção. É a relação técnica entre a quantidade física de fatores de 
produção e a quantidade física do produto em determinado período de tempo.
quantidade produto = / (quantidade fatores de produção) 
q = f (N, K, MY
quantidade mão-de-obra capital físico matérias-primas 
produzida/t utilizada/t utilizado/t utilizadas/t
sendo / t a unidade de tempo (mês, ano etc.).
A função de produção supõe que foi atendida a eficiência técnica; ou seja, 
representa a máxima produção possível, em dados níveis de mão-de-obra, capi­
tal e tecnologia.
O conceito de função de produção não deve ser confundido com a função 
oferta, que vimos anteriormente. A função oferta é um conceito “econômico”, 
de eficiência econômica, pois relaciona a produção com os preços dos fatores de 
produção (custos), enquanto a função de produção é um conceito mais “físi­
co” ou “tecnológico”, pois se refere à relação entre quantidades físicas de produ­
to e fatores de produção.
2.3 DISTINÇÃO ENTRE FATORES DE PRODUÇÃO FIXOS E 
VARIÁVEIS E ENTRE CURTO E LONGO PRAZOS
Na Teoria Microeconômica, a questão do prazo está definida em termos da 
existência ou não de fatores fixos de produção.
Os fatores de produção fixos são aqueles que permanecem inalterados, 
quando a produção varia, enquanto os fatores de produção variáveis se alte­
ram com a variação da quantidade produzida. São exemplos de fatores fixos o 
capital físico e as instalações da empresa, e de fatores variáveis a mão-de-obra e 
as matérias-primas utilizadas.
Define-se curto prazo como o período no qual existe pelo menos um fator 
de produção fixo; já a longo prazo, todos os fatores variam. Dessa forma, por
2 Nas estimativas empíricas, dependendo do objetivo do estudo, a mão-de-obra pode ser separada de acordo com qualifi­
cação, experiência, sexo etc. Para medir o estoque de capital, costuma ser utilizado como aproximação iproxy) o consumo de 
energia elétrica. Em função de produção para produtos agrícolas, costuma ser incorporada a área cultivada.
1 1 2 Economia Micro c Macro • Vasconcellos atlas
exemplo, o curto prazo para uma metalúrgica é maior do que o de uma fábrica 
de biscoitos, dado que as alterações de equipamentos ou instalações de uma 
metalúrgica demandam mais tempo que as de uma fábrica de biscoitos.
3 PRODUÇÃO COM UM FATOR VARIÁVEL E UM FIXO: UMA ANÁLISE DE 
CURTO PRAZO
Suporemos, por simplificação, apenas dois fatores de produção: mão-de- 
obra (N ) e capital (K ), sendo a mão-de-obra variável e o capital (equipamentos 
e instalações) fixo. A função de produção fica:
q = m , K )
Como K é suposto fixo ou constante a curto prazo, a função produção fica:
q = / ( AO
Ou seja, o nível do produto varia apenas em função de alterações na mão- 
de-obra, a curto prazo, coeteris paribus.
3.1 CONCEITOS DE PRODUTO TOTAL, PRODUTIVIDADE MÉDIA 
E PRODUTIVIDADE MARGINAL
3.1.1 Produto Total (PT)
É a quantidade total produzida, em determinado período de tempo. Repre­
senta quanto produz cada fator.
3.1.2 Produtividade média
É a relação entre o nível do produto e a quantidade do fator de produção, 
em determinado período de tempo. Representa a contribuição média de cada 
fator de produção.
Produtividade Média da Mão-de-obra:
Produtividade Média do Capital:
PMe — PTN N
PMe„ = P TK K
(é o produto por trabalha­
dor)
PT = q
114 Economia M icro e Macro • Vasconcelios Btkis
Figura 5.2 Curvas de Produto Total, Produtividade Média e Marginal da mão-de-obra.
Supondo curvas contínuas e diferenciáveis (isto é, sem “bicos” ou interrup­
ções), podemos representar as curvas de produto total, marginal e médio da 
mão-de-obra como na Figura 5.3.
Produção 1 1 5
Figura 5.3 Curvas de Produto Total, Produtividade Média e Marginal da mão-de-obra.
Observamos que, no ponto máximo do produto total (PT), a produtivida­
de marginal da mão-de-obra (PMgv) é igual a zero. Antes desse ponto, a pro­
dutividade marginal da mão-de-obra é positiva, ou seja, aumentos na absor­
ção de mão-de-obra elevam o produto total. Após o ponto máximo do PT (PMgN 
= 0), a produtividade é negativa: acréscimos de mão-de-obra diminuirão o 
produto. Isso ocorreem virtude da lei dos rendimentos decrescentes, que vere­
mos a seguir.
3.2 LEI DOS RENDIMENTOS DECRESCENTES DO FATOR
O formato das curvas PMgN e PMeN dá-se em virtude da Lei dos Rendimen­
tos Decrescentes do Fator, cujo enunciado é:
1 1 6 Economia M icro c Macro • Vasconcellos
“Ao aumentar o fator variável (N ), sendo dada a quantidade de um 
fator fixo, a PMg do fator variável cresce até certo ponto e, a partir daí, 
decresce, até tomar-se negativa.”
Essa lei, em sua versão absoluta, só é válida se for mantido um fator fixo 
(portanto, só vale no curto prazo) que termina tornando-se um “gargalo” a 
partir de certo ponto.
Exemplo: Consideremos a atividade agrícola, tendo como fator fixo a 
área cultivada e como fator variável a mão-de-obra. Com o aumento da pro­
dução, no início ela cresce substancialmente, porque há poucos trabalhadores 
para muita terra. Aumentando o número de trabalhadores, e se a área perma­
nece a mesma, chega-se a um ponto em que a produção continua crescendo, 
mas a taxas decrescentes, em virtude do excesso de trabalhadores. Teorica­
mente, pode-se chegar a um ponto em que a absorção de mais um trabalhador 
provocará queda na produção (PMgN negativa). Como dissemos, espera-se, 
entretanto, que o empresário racional não deixe chegar a esse ponto, dado 
que o mercado para seu produto está crescendo, e deve aumentar a área culti­
vada, deslocando a função de produção para cima.
O Prêmio Nobel Arthur Lewis estudou uma situação na qual a produtivida­
de marginal da mão-de-obra seria nula. Em países subdesenvolvidos, que prati­
cam a chamada agricultura de subsistência (os agricultores só cultivam para o 
seu próprio consumo), os filhos de agricultores permanecem na região, ajudan­
do na roça, sem que isso represente aumento do produto agrícola. É a chamada 
tese do desemprego disfarçado na agricultura, segundo a qual essas pessoas 
teriam produtividade marginal nula. Essa observação levou Lewis a formular 
uma estratégia para o crescimento econômico desses países, em processo de 
industrialização: o deslocamento de mão-de-obra da agricultura para a indús­
tria nas cidades não diminui o produto agrícola, ao mesmo tempo que permite 
abastecer de trabalhadores a indústria (inicialmente em função de menor qua­
lificação) como na construção civil, limpeza urbana etc., aumentando o produ­
to industrial.
4 PRODUÇÃO A LONGO PRAZO_____________________________________________
A análise da produção a longo prazo considera que todos os fatores de 
produção (mão-de-obra, capital, instalações, matérias-primas) variam. Ou seja, 
a longo prazo, não existem fatores fixos de produção.
Supondo apenas dois fatores de produção, a mão-de-obra (AO e o capital 
(K), temos a função produção
q = f (N , K )
com ambos os fatores variáveis. Essa função de produção pode ser representada 
por uma curva chamada Isoquanta.
Produção 1 1 7
4.1 ISOQUANTAS DE PRODUÇÃO
Isoquanta significa igual quantidade e pode ser definida como sendo uma 
linha na qual todos os pontos representam infinitas combinações de fatores, 
que indicam a mesma quantidade produzida. Ou seja, a isoquanta expressa um 
menu de processos produtivos igualmente eficientes, determinado pela tecnolo­
gia disponível, capazes de produzir a mesma qualidade do bem ou serviço final.
Como vemos, é um conceito análogo ao de curva de indiferença da Teoria 
da Demanda, aplicado à Teoria da Produção.
Graficamente, a isoquanta pode ser representada como na Figura 5.4.
Figura 5.4 Isoquanta de produção.
Tal como a curva de indiferença, a isoquanta apresenta duas característi­
cas básicas:
1. Inclinação negativa: na Figura 5.4, 1.000 unidades do produto 
podem ser obtidas por infinitas combinações de insumos: 2 de K 
com 150 de N, 4 de K com 80 de N, 6 de K com 50 de N etc. Eviden­
temente, para uma mesma quantidade produzida, se aumentar a 
quantidade de um fator de produção, a quantidade do outro fator 
tem que ser reduzida, daí a declividade negativa da isoquanta. Sua 
declividade chama-se Taxa Marginal de Substituição Técnica 
(TMST), e representa a taxa de intercâmbio de um fator pelo 
outro que, mantém o mesmo nível de produção.
2. Convexa em relação à origem: como pode ser visto na Figura 
5.4, à medida que aumentamos a quantidade de trabalhadores e 
reduzimos a de capital, a TMST diminui. Isso reflete a dificuldade 
crescente de substituir um fator pelo outro, devido aos rendimen­
tos decrescentes. Aqui, apesar de estarmos no longo prazo, em 
que nenhum fator é fixo, podemos ter aumentos (ou reduções) na 
quantidade dos fatores que geram abundância (escassez) relati­
va. Assim, se a quantidade de N aumenta em relação à quantidade
118 Economia Micro c Macro • Vasconcellos
de K, teremos trabalhadores menos produtivos (menor PMgN) e 
máquinas mais produtivas (maior PMgK).
Um conjunto de isoquantas, cada qual mostrando um n/vel de produção, 
representa uma família de isoquantas, ou mapa de produção. Graficamente, 
temos a Figura 5.5.
K
i k
\ \ \
N . q3= 3.000
q2= 2.000
^ ------ q, = 1.000
----------------------------------------------------------------► N
Figura 5.5 Mapa de isoquantas. 
ê
A escolha de uma particular isoquanta, que corresponde à escolha da quan­
tidade que o empresário deseja produzir, dependerá dos custos de produção e da 
demanda pelo produto da firma, como veremos nos próximos capítulos.
4.2 CONCEITO DE ECONOMIAS DE ESCALA
A longo prazo, interessa analisar as vantagens e desvantagens de a em­
presa aumentar sua dimensão, seu tamanho, o que implica demandar mais 
fatores de produção. Isso introduz o conceito de rendimentos ou economias 
de escala.
O que acontece com a produção quando variamos igualmente todos os 
insumos? (Portanto, não alteramos a escassez ou abundância relativa de ne­
nhum fator. Por isso, não estamos nos referindo aos rendimentos do fator). Ou 
seja, o que acontece quando aumentamos o tamanho ou escala da empresa?
Podemos definir economias de escala tanto do ponto de vista tecnológico 
como dos custos (conceito mais “econômico”):
• economia de escala técnica ou tecnológica: quando a produtivi­
dade física varia com a variação de todos os fatores de produção.
• economia de escala pecuniária: quando os custos por unidade pro­
duzida variam com a variação de todos os fatores de produção.
Podemos ter rendimentos crescentes, decrescentes ou constantes de escala.
Produção 1 1 9
4.2.1 Rendimentos crescentes de escala
Se todos os fatores de produção crescerem numa mesma proporção, a pro­
dução cresce numa proporção maior.
Exemplo: supondo um aumento de 10% na quantidade de mão-de-obra e 
de capital, a produção aumenta em mais de 10%. Significa que as produtivida- 
des médias dos fatores de produção aumentaram.
Do ponto de vista tecnológico, as economias de escala acontecem em virtu­
de das indivisibilidades de produção e da divisão do trabalho.
As indivisibilidades na produção referem-se ao fato de que certas unida­
des de produção só podem ser operadas em condições econômicas se possuírem 
uma escala ou tamanho mínimo. Aumentando a escala de operações, a produ­
ção pode aumentar mais que proporcionalmente. Empresas siderúrgicas ou do 
setor automobilístico são mais produtivas quanto maior a escala de operações. 
Por outro lado, à medida que a escala aumenta, surge, por exemplo, a possibili­
dade de operar por meio de linhas de montagem, aproveitando-se das vanta­
gens de especialização do trabalho, o que não era possível com as dimensões 
anteriores da empresa (divisão do trabalho: é mais eficiente e produtivo cada 
trabalhador realizar uma tarefa apenas, na qual ele se especialize, do que reali­
zar uma série de tarefas).
Do ponto de vista pecuniário, certas operações de pesquisa e “marketing” 
só são possíveis com base em determinado nível mínimo de produção, quando 
então não devem implicar aumentos significativos de custos. Por outro lado, 
grandes empresas têm maiores facilidades de obter empréstimos em condições 
mais vantajosas junto aos bancos e de recorrer aomercado de capitais. Além 
disso, empresas maiores, comprando fatores de produção em maior quantida­
de, têm poder de barganha para obtê-los a preços mais baixos.
4.2.2 Rendimentos decrescentes de escala
Ocorre quando todos os fatores de produção crescem numa mesma pro­
porção, e a produção cresce numa proporção menor.
Exemplo: Supondo um aumento de 10% na quantidade de mão-de-obra e 
de capital, a produção aumenta em 5%. Significa que as produtividades médias 
dos fatores de produção caíram.
Um provável motivo para que ocorram rendimentos decrescentes de escala 
reside no fato de a expansão da empresa poder provocar uma descentralização 
que pode acarretar problemas de comunicação entre a direção e as demais áreas 
da empresa.
O conceito de rendimento decrescente de escala não deve ser confundido 
com a lei dos rendimentos decrescentes, vista anteriormente. Esta supõe sempre 
algum fator de produção fixado no processo de produção (portanto, curto pra­
zo), enquanto os rendimentos de escala representam um conceito de longo pra­
zo, em que não há fatores de produção fixos.
1 2 0 Economia M icro e Macro • Vasconcellos
4.2.3 Rendimentos constantes de escala
Se todos os fatores crescem em dada proporção, a produção cresce na mes­
ma proporção. As produtividades médias dos fatores de produção permanecem 
constantes.
QUESTÕES DE REVISÃO
1. Defina: produto, insumos e função de produção.
2. Defina Produto Total, Produtividade Marginal e Produtividade Média. Mos­
tre graficamente as principais relações entre esses conceitos.
3. Explique o significado da Lei dos Rendimentos Decrescentes.
4. Qual o significado da isoquanta de produção? O que vem a ser mapa de 
isoquantas? Ilustre graficamente.
5. Defina rendimentos crescentes, descrescentes e constantes de escala, e quais 
as razões para que ocorram.
QUESTÕES DE MÚLTIPLA ESCOLHA_________________________________________
1. Quando o Produto Total cai:
a) A produtividade média do trabalho é nula.
b) A produtividade marginal do trabalho é nula.
c) A produtividade média do trabalho é negativa.
d) A produtividade marginal do trabalho é negativa.
e) A produtividade marginal é maior que a produtividade marginal do 
trabalho.
2. Assinale a alternativa correta:
a) Produtividade média é a variação do produto sobre a variação da quantida­
de de um fator de produção.
b) Produtividade marginal é a relação entre o produto e a quantidade de um 
fator de produção.
c) No máximo do produto total, a produtividade média é máxima.
d) No máximo do produto total, a produtividade marginal é zero.
Produção 121
e) A produtividade média pode tornar-se negativa, após atingir o máximo do
produto total.
3. A função produção de uma firma alterar-se-á sempre que:
a) Os preços dos fatores de produção se alterem.
b) A empresa empregar mais de qualquer fator de produção variável.
c) A tecnologia predominante sofrer modificações.
d) A firma elevar seu nível de produção.
e) A demanda elevar-se.
4. A lei dos rendimentos decrescentes:
a) Descreve o sentido geral e a taxa de mudança na produção da firma, 
quando é fixada a quantidade de recursos.
b) Refere-se a produtos extras sucessivamente mais abundantes, obtidos 
pela adição de medidas iguais de um fator variável a uma quantidade 
constante de um fator fixo.
c) Refere-se a produtos extras sucessivamente mais reduzidos, obtidos pela 
adição de medidas iguais de um fator variável a uma quantidade cons­
tante de um fator fixo.
d) É constante, com a observação de que há limites à produção atingível, 
quando quantidades crescentes de um só fator são aplicadas a quanti­
dades constantes de outros.
e) Explica o formato da curva de custo médio de longo prazo.
5. Assinale a alternativa errada:
a) A lei dos rendimentos decrescentes prevalece quando tivermos pelo 
menos um fator de produção fixo.
b) Temos rendimentos decrescentes de escala quando, ao aumentarmos 
todos os fatores de produção, a produtividade média dos fatores se re­
duz.
c) A lei dos rendimentos decrescentes é a mesma que a dos rendimentos 
decrescentes de escala.
d) Rendimentos de escala supõem que nenhum fator de produção se man­
tém fixado.
e) A lei dos rendimentos decrescentes diz que, se tivermos um fator de 
produção fixo, ao aumentarmos a quantidade do fator variável a pro­
dução cresce inicialmente a taxas crescentes, depois decrescentes, para 
finalmente cair.
C usto s de P rodução
1 INTRODUÇÃO
Como já observamos, a teoria da produção, vista anteriormente, prende-se 
exclusivamente a questões tecnológicas, físicas, entre insumos e produtos. Veja­
mos agora o lado dos custos de produção, que determinarão a chamada curva 
de oferta da firma.
Neste capítulo, procuraremos mostrar como a visão do economista difere 
daquela do contador, em particular no que se refere aos custos de oportunidade 
e custos sociais, incorporados pelos economistas em suas curvas de custos.
2 CUSTOS DE OPORTUNIDADE x CUSTOS CONTÁBEIS
Já tivemos oportunidade de apresentar o conceito de custo de oportunida­
de no capítulo introdutório. Vimos, numa abordagem mais genérica, que os 
custos de oportunidade representam o sacrifício que se faz, em termos do que se 
deixa de produzir, ao optarmos por uma dada produção. Dada a escassez de 
recursos e supondo que todos estejam empregados, a escolha da sociedade de 
produzir, num exemplo clássico, mais manteiga sacrifica a produção de canhões.
No nível microeconômico, a diferença entre custos contábeis e custos de 
oportunidade pode ser apresentada como se segue:
• custos contábeis: envolvem dispêndio monetário. É o custo explí­
cito, considerado na contabilidade privada. Chamados também de 
custos históricos;
• custos de oportunidade: são custos implícitos, que não envol­
vem desembolso. Os custos de oportunidade privados são os valo­
Custos dc Produção 1 2 3
res dos insumos que pertencem à empresa e são usados no proces­
so produtivo, e que são estimados a partir do que poderia ser ga­
nho, no melhor uso alternativo (por isso, também são chamados 
de custos alternativos).
Exemplos:
a) capital mantido em caixa na empresa: o custo de oportunida­
de é o que a empresa poderia estar ganhando, aplicando, por 
exemplo, no mercado financeiro;
b) quando a empresa tem prédio próprio, ela deve imputar um 
custo de oportunidade, correspondente ao que ela receberia 
se alugasse o prédio;
c) estudante: o custo de oportunidade de estar estudando é repre­
sentado pelo que ele está deixando de ganhar, se trabalhasse.
Portanto, para o economista, as curvas de custos das firmas consideram, 
além dos custos contábeis, os custos de oportunidade, pois, assim, estaria sendo 
captada a verdadeira escassez relativa (o custo para a sociedade) dos recursos 
utilizados.
As empresas públicas procuram utilizar o enfoque do economista para o 
cálculo das tarifas e dos preços públicos. As empresas privadas, na quase totali­
dade, adotam o enfoque contábil, já que seus balanços e demonstrações finan­
ceiras utilizam valores efetivamente desembolsados e recebidos. O conceito de 
custo de oportunidade é utilizado em algumas empresas privadas apenas no 
planejamento orçamentário (por exemplo, ao imputar o valor de aluguel de 
mercado do prédio de sua propriedade ao comparar quanto poderia ganhar no 
mercado financeiro, ao investir na ampliação da empresa etc.).
3 AVALIAÇÃO PRIVADA E AVALIAÇÃO SOCIAL
Como uma extensão da diferença entre o enfoque contábil e o enfoque 
econômico, há uma clara distinção entre a avaliação privada e a avaliação social 
de projetos de investimento. Resumidamente:
• avaliação privada: avaliação financeira, específica da empresa;
• avaliação social: custos (e benefícios) para toda a sociedade, de­
rivados da atividade produtiva.
Por exemplo, quando aumenta a produção automobilística, além dos cus­
tos financeiros dessa indústria, devemos considerar também o aumento dos custos 
sociais, derivados do aumento da poluição sonora e ambiental, além do desgas­
te das ruas e estradas. Quando aumenta a produçãoda indústria extrativa de 
madeira, há perdas ecológicas derivadas do desmatamento.
A diferença entre a ótica privada e a social é dada pelas externalidades ou 
economias externas, que vimos no Capítulo 4. No contexto da Teoria da Firma, 
as externalidades representam as alterações de custos e benefícios para a socie­
dade, derivadas da produção da empresa, ou então como as alterações de custos 
e receitas da empresa, devidas a fatores externos à empresa. Nessa linha, por 
exemplo, os comerciantes de lustres têm externalidades positivas por se loca­
lizarem próximos um do outro; uma indústria química poluidora dos rios im­
põe externalidades negativas à indústria pesqueira etc.
Essa ótica é muito utilizada em avaliação de projetos de investimento, princi­
palmente no setor público. Tomemos como exemplo um projeto de construção de 
uma hidroelétrica. Pela óptica privada (da empresa construtora), o custo a ser 
considerado é seu desembolso financeiro no projeto. Isso inclui os gastos com im­
postos e encargos trabalhistas. Sob a óptica social, impostos e encargos trabalhistas 
não são custo para a sociedade em sua totalidade, e sim uma transferência de re­
cursos da empresa para o governo. Deve ainda ser considerado o impacto negativo 
da obra sobre o meio ambiente. Comparando-se o custo social com o benefício ou 
retomo social do projeto (geração de empregos, abastecimento de água), decide-se 
se o mesmo deve ou não ser implementado.
124 Economia M icro e Macro • Vasconcellos .......................................................... ............................................................. —
4 CUSTOS A CURTO PRAZO
Como vimos anteriormente, a curto prazo, alguns fatores são fixos, qual­
quer que seja o nível de produção. Normalmente, consideramos como fator fixo 
a planta da empresa e os equipamentos de capital. Assim, os fatores fixos geram 
custos fixos, enquanto os fatores variáveis geram custos variáveis.
4.1 CONCEITOS DE CUSTO TOTAL, CUSTO VARIÁVEL TOTAL E 
CUSTO FIXO TOTAL
Custo Variável Total (CVT): parcela do custo que varia, quando a produção 
varia. E a parcela dos custos da empresa que depende da quantidade produzida.
CVT=/(q)
Ou seja, são os gastos com fatores variáveis de produção, como folha de 
pagamentos, despesas com matérias-primas etc.
Custo Fixo Total (CFT): parcela do custo que se mantém fixa, quando a 
produção varia, ou seja, são os gastos com fatores fixos de produção, como 
aluguéis, depreciação etc.1
1 Os economistas não costumam ter o mesmo grau de especificidade dos contadores no tocante aos conceitos de custos e 
despesas. Na Contabilidade, os custos (variáveis e fixos, também chamados diretos e indiretos) estão associados ao processo 
operacional (dependem da quantidade produzida), enquanto as despesas são associadas ao resultado geral do exercício (despesas 
financeiras, comerciais, administrativas). Para o economista, essas despesas costumam também ser consideradas como custos fixos.
Custos de Produção 125
Figura 6.1
Custo Total (CT): é a soma do custo variável total com o custo fixo total:
C T = CV T + C F T 
Graficamente (Figura 6.1):
produzida)
Custos totais.
O custo total CT só varia com o custo variável total CVT, que depende da 
quantidade produzida.
Notamos que, até certo ponto, as curvas CT e CVT crescem, mas a taxas 
decrescentes, para depois crescer a taxas crescentes. Significa que, dada certa 
instalação fixa, no início, o aumento de produção dá-se a custos declinantes. 
Contudo, um aumento maior de produção começa a “saturar” o equipamento 
de capital (suposto fixo a curto prazo) e os custos crescem a taxas crescentes. 
No fundo, é a lei dos rendimentos decrescentes do lado dos custos (aqui, mais 
apropriadamente chamada de lei dos custos crescentes).
Isso ocorre, justamente, pelo fato de os custos serem um “reflexo no espe­
lho” da produção. Assim, produtividades crescentes estão associadas com custos 
decrescentes, e vice-versa.
4.2 CONCEITOS DE CUSTO TOTAL MÉDIO, CUSTO 
VARIÁVEL MÉDIO E CUSTO FIXO MÉDIO
São conceitos de custos por unidade de produção:
, x custos totais _ CT
Custo Medio (CAÍe ou CTJVfe) - qUantidade produzida q
(ou Custo Unitário)
CVT
Custo Variável Médio (CVMe) =
Custo Fixo Médio (CFM e) =
q
CFT
<?
1 2 6 Economia M icro e Macro • Vasconccllos atfcfi
CTM e = CVM e + CFM e
Graficamente (Figura 6.2):
O formato em U das curvas de CTMe e CVMe a curto prazo também se deve 
à lei dos rendimentos decrescentes, ou lei dos custos crescentes. Inicialmente, os 
custos médios são declinantes, pois tem-se pouca mão-de-obra para um relati­
vamente grande equipamento de capital. Até certo ponto, é vantajoso absorver 
mais trabalhadores e aumentar a produção, pois o custo médio cai. No entanto, 
chega-se a certo ponto em que satura a utilização de capital (que está fixado) e 
a admissão de mais trabalhadores não trará aumentos proporcionais de produ­
ção (ou seja, os custos médios ou unitários começam a elevar-se).
4.3 CONCEITO DE CUSTO MARGINAL
Diferentemente dos custos médios, os custos marginais referem-se às va­
riações de custo, quando se altera a produção. Como veremos mais adiante, a 
regra de maximização de lucro de uma empresa dependerá mais dos custos (e 
receitas) marginais do que dos custos (e receitas) médios.
Custo Marginal (CMg) =
variação do CT 
variação em q
_ A CT £qu dCT_ em termos
A q dq de derivada)
é o custo de se produzir uma unidade extra do produto. Em termos matemáti­
cos, é também definido como a primeira derivada da curva de custo total.
Fi{
Figur
Custos dc Produção 1 2 7
Custos 
Médios e 
Marginais
($)
CTMe
Figura 6.3 Custo marginal.
Como ACFT = 0, segue que
ACVT + ACFT _ ACVT 
CM« -----------Ã~q---------------------Ãq~
ou seja, os custos marginais não são influenciados pelos custos fixos, que são 
invariáveis a curto prazo.
4.4 RELAÇÕES GRÁFICAS ENTRE O CUSTO MARGINAL E OS 
CUSTOS MÉDIOS TOTAL E VARIÁVEL
No diagrama da Figura 6.4, observamos que a curva de custo marginal corta 
as curvas de custo total médio e custo variável médio no ponto de mínimo destas.
Figura 6.4 Relação entre os custos médios e o custo marginal.
Intuitivamente, se o custo marginal (ou seja, o custo adicional) supera o mé­
dio, é evidente que o custo médio crescerá: assim, quando o custo marginal supera 
o custo médio (total ou variável), significa que o custo médio estará crescendo. 
Analogamente, se o custo marginal for inferior ao médio, o médio só poderá cair.
1 2 8 Economia Micro e Macro • Vasconccllos
Condui-se que, quando o custo marginal for igual ao custo médio (total ou variá­
vel), o marginal estará cortando o médio no ponto de mínimo do custo médio.
Exemplo: Suponhamos que, com 10 unidades produzidas, o custo total 
seja de $ 5.000,00; portanto, o custo médio de se produzirem 10 unidades será 
de $ 500,00. Se, ao produzirmos a 1 I a unidade, o custo adicional (marginal) for 
de $ 400,00, o custo total passa para $ 5.400,00, e o custo médio de 11 unidades 
cairá para aproximadamente $ 490,91. Analogamente, se o custo marginal da 
11a unidade fosse de $ 600,00, o custo médio da 11a unidade seria de aproxima­
damente $ 509,09. Fica então claro que, enquanto o custo marginal for inferior 
ao custo médio, o médio estará caindo e, quando o marginal superar o médio, o 
custo médio estará crescendo.
5 CUSTOS A LONGO PRAZO
Como foi visto, o longo prazo é um período de tempo no qual todos os 
insumos são variáveis. Não existem custos fixos: todos os custos são variáveis.
Deve ser observado que o longo prazo é um horizonte de planejamento e
não o que está sendo efetivamente realizado. Na verdade, é uma seqüência de 
situações prováveis de curtos prazos: os empresários têm um elenco de possibili­
dades de produção de curto prazo, com diferentes escalas de produção (tama­
nhos), que eles podem escolher. Por exemplo, antes de fazer um investimento, a 
empresa está numa situação de longo prazo: o empresário pode selecionar qual­
quer uma das alternativas. Depois do investimentorealizado, os recursos são con­
vertidos em equipamentos (capital fixo) e a empresa opera em condições de curto 
prazo. Portanto, um agente econômico opera a curto prazo e planeja a longo prazo.
Curva de Custo Médio de Longo Prazo (CM eL)
Suponhamos três tamanhos ou escalas de produção: 10,15 ou 20 máquinas e as 
seguintes curvas de custo médio de curto prazo (CMeÇ), como mostra a Figura 6.5.
Figura 6.5 Custo médio de longo prazo.
Custos de Produção 12>9
A empresa defronta-se com as seguintes situações hipotéticas, em seu pla­
nejamento de longo prazo:
• se a empresa planeja produzir no nível de produção q r não há 
dúvidas: escolhe a estrutura dada pelos custos CMeC, (10 máqui­
nas); pois os custos médios serão menores do que na estrutura 
dada por CMeC2 (15 máquinas);
• se planeja produzir q3, a melhor instalação é dada por CMeCv pois 
gastaria menos. Ela pode, se quiser, produzir com CMeC,, mas os 
custos seriam maiores;
• se planeja produzir q2 ou q4, existem duas alternativas. Esses pon­
tos ficam justamente na intersecção das plantas. No entanto, em 
um planejamento de longo prazo, prevendo-se aumentos futuros 
de demanda, o empresário deve escolher a planta de instalação 
maior (em q2, escolheria CMeC2; em q4, CMeC3).
A curva “cheia” é a curva de custo médio de longo prazo (CMeL), também 
chamada “curva envoltória” e mostra o menor custo unitário (CMe) para pro­
duzir, a cada tamanho da planta da empresa. Também é chamada de curva de 
planejamento de custos de longo prazo.
Supondo um número maior de plantas possíveis, uma curva envoltória 
deve ter o formato da Figura 6.6.
Custos i k CMeL
($)
\ )
•i
/
Tamanho (escala) ótimo.
Figura 6.6 Curva envoltória de longo prazo.
Como se observa, a curva de custo médio de longo prazo também tem um 
formato em U, como as curvas de CMe de curto prazo. Mas o formato da curva 
a curto prazo, como vimos, é devido à lei dos rendimentos decrescentes, resul­
tante da existência de insumos fixos a curto prazo. Como a longo prazo, por 
definição, não existem insumos fixos, o formato em U da curva de CMe de longo 
prazo (CMeL) é determinado pelas economias ou deseconomias de escala.
No início, à medida que a produção se expande, a partir de níveis muito 
baixos, os rendimentos crescentes (economias) de escala causam o declínio da 
curva CMeL. No entanto, à medida que a produção se torna maior, as dese­
conomias de escala passam a prevalecer, provocando o crescimento da curva.
1 3 0 Fxonomia Micro e Macro • Vasconccllos
O ponto A representa a combinação de custo mínimo, ou escala ótima 
da empresa, que seria o tamanho ideal do ponto de vista de seus custos, para a 
empresa. Até esse ponto, existem rendimentos crescentes de escala; após o pon­
to A, temos rendimentos decrescentes (deseconomias de escala). Então, a escala 
ótima da empresa, do ponto de vista de seus custos, é o ponto onde o CMe de longo 
prazo é mínimo.2
Na realidade, a maioria dos estudos estatísticos (econométricos) tem mos­
trado que o formato mais freqüente, tanto em termos de empresas, como de 
setores de atividade, é o apresentado na Figura 6.7.
Figura 6.7 Formato usual da curva de custo médio de longo prazo.
Ou seja, empiricamente observa-se que, nas plantas iniciais, é freqüente
o surgimento de economias de escala, mas, à medida que a empresa (ou 
setor) expande-se, a tendência é observarem-se rendimentos constantes de 
escala. Efetivamente, são raros os casos do surgimento de deseconomias de 
escala.
Outro conceito relacionado às economias de escala são as chamadas eco­
nomias de escopo. Enquanto as primeiras estão relacionadas à redução dos 
custos unitários de uma empresa à medida que aumenta sua produção, as 
economias de escopo estão vinculadas à redução dos custos totais quando 
aumenta a variedade de bens ou serviços produzidos. Assim, por exemplo, 
pode ser mais barato (eficiente) que determinada empresa fabrique televisões 
e aparelhos de DVD, do que produzi-los em duas empresas separadas. O know- 
how adquirido na produção de televisões pode ser utilizado na produção de 
aparelhos de DVDs.
2 Nesse ponto, o custo médio é cortado pelo custo marginal de longo prazo, como ocorre também com o a curto prazo. Ou 
seja: CMgC = CMeC = CMgL = CMeL.
Custos de Produção 1 3 1
6 LINHA DE ISOCUSTO
Da mesma forma que o consumidor, coeteris paribus, deve obedecer a uma 
restrição orçamentária, a empresa também costuma ter um orçamento definido, 
que será utilizado na aquisição dos fatores produtivos. Desse modo, dado o orça­
mento (custo total) de que a firma dispõe (CT), e dados os preços da mão-de-obra 
(uO e do capital (r), podemos definir a isocusto como o conjunto de todas as com­
binações possíveis de N e K que mantém constante esse orçamento (custo total).
A linha de isocusto está representada na Figura 6.8, que mostra o menu de 
opções quanto à contratação de fatores, de acordo com as possibilidades impos­
tas pelos preços de mercado. Como os preços dos fatores de produção estão 
dados, a declividade da linha de isocusto será negativa: se a empresa deseja 
aumentar a contratação de um dos fatores de produção, deverá reduzir a quan­
tidade utilizada do outro fator, para desse modo manter constante o orçamento 
total disponível.
K
K0
Ki
j \ lSOCUSTO
No Ni N
Figura 6.8 Linha de isocusto.
7 EQUILÍBRIO DO PRODUTOR
Tal como ocorre com o equilíbrio do consumidor, o equilíbrio do produ­
tor ocorrerá no ponto em que a empresa seja capaz de “compatibilizar” o menu 
de alternativas dado pela tecnologia com o menu dado pelos preços dos fatores 
de produção; em outras palavras, no ponto no qual a empresa seja eficiente do 
ponto de vista econômico.
Essa maximização do lucro pode ser vista de duas formas, o que se conhece 
como “dualidade do problema” da firma:
• maximização da produção;
• minimização dos custos.
1 3 2 Economia M icro e Macro • Vasconcellos
Lembrando, como vimos no Capítulo 5, que o lucro total pode ser expresso 
por LT = RT - CT; dado o orçamento (custo total), a empresa deverá maximizar 
a receita total. Assumindo, por enquanto, que a empresa não pode afetar o pre­
ço do bem ou serviço final que produz,3 significa que a maximização da receita 
total implicará a maximização da produção. Assim, dado seu orçamento (cus­
to total), a empresa deverá escolher a combinação de fatores de produção com­
patível com a isoquanta mais alta possível, que, como nos mostra a Figura 6.9, 
é a que tangencia a linha de isocusto.
K
ú \
K*
u v
\ ----- - y2
■N*o
AT N
Figura 6.9 Equilíbrio do produtor: maximização da produção.
Esse é o ponto de equilíbrio do produtor. Nesse ponto, a Taxa Marginal de 
Substituição Técnica (TMST), que é a inclinação da isoquanta, iguala a incli­
nação da linha de isocusto. Isso significa, justamente, que, no ponto de equilí­
brio, a firma está compatibilizando a taxa de intercâmbio permitida pela tecno­
logia com a permitida pelo mercado. Temos, assim, uma combinação ótima de 
fatores produtivos, no sentido de que, dados os custos, é a combinação que 
permite que a empresa maximize a quantidade produzida e, portanto, a receita 
total, o que a levará a maximizar o lucro de seus acionistas.
Alternativamente, o equilíbrio do produtor também pode ser visto em ter­
mos da minimização de custos. Assim, dado o nível de produção que a firma 
deva atingir (por exemplo, para satisfazer a uma encomenda), a maximização 
do lucro implicará a minimização de custos, pois a produção total, e, logicamente, 
a receita total já estão determinadas. Dado determinado nível de produção e, 
portanto, dada determinada isoquanta, a firma buscará a combinação de fato­
res de produção de menor custo total possível. Esse menor nível de custo total ou 
orçamento se encontrará no ponto em que a linha de isocusto tangencia a refe­
rida isoquanta. Como, novamente, a TMST é igual à inclinação da linha de 
isocusto, teremos, dados os preços dos fatores e a função de produção, o mesmo
3 Como veremos no próximo capítulo, é o caso de um mercadoem concorrência perfeita, onde o preço do produto é 
determinado pelo mercado, e não pela firma.
Custos de Produção 1 3 3
resultado anterior em termos de contratação de fatores. Assim, podemos utili­
zar a Figura 6.10, para refletir essa situação.
Figura 6.10 Equilíbrio do produtor: minimização dos custos.
Por último, também vale mencionar que se aumentamos o orçamento da 
firma, mantendo os preços dos fatores de produção, podemos visualizar os vá­
rios pontos de tangência e, portanto, de equilíbrio que se formam, como vemos 
na Figura 6.11. O lugar geométrico que une todos os pontos de tangência ante­
riores chama-se “trajetória ou caminho de expansão” da firma. Assim, o “ca­
minho de expansão” relaciona aumentos de orçamento ou custo total com au­
mentos de produção total, representando assim pontos possíveis de equilíbrio da 
firma, quando a produção se expande.
Figura 6.11 “Trajetória de expansão” da firma.
1 3 4 Economia M icro c Macro • Vasconccllos
QUESTÕES DE REVISÃO
1. Aponte as diferenças entre os conceitos de custos contábeis e custos de 
oportunidade.
2. Defina Custo Total, Custo Variável Total e Custo Fixo Total. Ilustre grafica­
mente.
3. Defina Custo Total Médio, Custo Variável Médio, Custo Fixo Médio e Custo 
Marginal. Ilustre graficamente.
4. O que vem a ser a Lei dos Custos Crescentes de Produção?
5. Quais as diferenças entre a avaliação privada e a avaliação social de um 
projeto de investimento?
6. Ilustre graficamente e justifique o formato da curva de custo médio de lon­
go prazo.
7. Explique como ocorre o equilíbrio do produtor. Ilustre graficamente.
8. O que significa o caminho de expansão de uma firma? Ilustre grafica­
mente.
QUESTÕES DE MÚLTIPLA ESCOLHA_________________________________________
1. Se conhecemos a função produção, o que mais precisamos saber a fim de 
conhecer a função custos?
a) A relação entre a quantidade produzida e a quantidade de fatores ne­
cessária para obtê-la.
b) O custo dos fatores e como se pode esperar que esses custos variem.
c) Que fatores são variáveis.
d) Todas as alternativas acima.
e) N.r.a.
2. Dividindo-se os custos totais de uma firma em fixos e variáveis e conside­
rando-se que:
I - os primeiros estão associados ao uso invariável de um fator de produ­
ção, logo não variam com o nível de produção;
II - os últimos variam com o volume de fatores e alteram-se com o nível de
produção;
pode-se afirmar, então, que, quando opera a lei dos rendimentos decrescentes:
a) Os custos totais médios sempre crescem com o aumento da produção.
Custos dc Produção 135
b) Os custos fixos médios e os custos variáveis médios sempre aumentam 
com a expansão da produção.
c) Os custos fixos médios declinam com o aumento da produção e os variá­
veis médios primeiro declinam e depois aumentam com a expansão da 
produção.
d) Os custos fixos médios não se alteram com a expansão da produção, 
somente os variáveis médios diminuem.
e) Os custos totais médios são sempre declinantes com o aumento da pro­
dução.
3. Aponte a alternativa errada. A curva de custo marginal:
a) É o valor tangente da curva de custo total em cada ponto desta.
b) Sempre cruza a curva de custo médio em seu ponto de mínimo.
c) Sempre cruza a curva de custo variável médio em seu ponto de míni­
mo.
d) a, b e c estão corretas.
e) Todas as alternativas anteriores estão erradas.
4. Um aumento da produção a curto prazo sempre diminuirá:
a) O custo variável médio.
b) O custo total médio.
c) O custo fixo médio.
d) O custo marginal.
e) O número de trabalhadores empregados.
5. Se o custo fixo for nulo:
a) O custo total é igual ao custo médio.
b) O custo médio será maior que o custo marginal.
c) O custo marginal será maior que o custo médio.
d) O custo médio variável é igual ao custo total.
e) N.r.a.
6. Quando o custo médio está declinando:
a) O custo marginal deve estar declinando.
b) O custo marginal deve estar acima do custo médio.
c) O custo marginal deve estar abaixo do custo médio.
d) O custo marginal deve estar crescendo.
e) Alternativas a e b conjuntamente.
«
7. A “Lei dos custos crescentes” refere-se ao seguinte fato:
a) Quando a população crescer, a cota per capita de A (na ausência de 
uma mudança tecnológica) tenderá a cair.
b) Quando a produção de A crescer, o custo monetário total para a produ­
ção também cresce.
1 3 6 Economia M icro e Macro • Vasconcellos
c) Os custos totais crescem sempre a taxas crescentes.
d) Os custos médios e marginais primeiro caem, para depois crescerem, 
quando existirem fatores fixos.
e) Mostra que os custos totais crescem a taxas decrescentes.
Aponte a alternativa errada:
a) 0 custo marginal corta o custo médio no mínimo do custo médio.
b) 0 custo fixo médio é constante a curto prazo.
c) Com o aumento da produção, o custo total médio tende a 
custo variável médio.
igualar o
d) A longo prazo não existem custos fixos.
e) As alternativas a, c e d estão corretas.
Ocorrem economias externas para uma firma se:
a) A expansão da indústria, à qual pertence a firma, aumenta 
totais dessa firma.
os custos
b) 0 governo impõe um imposto sobre o produto da firma.
c) A expansão da indústria, à qual pertence a firma, diminui 
totais dessa firma.
os custos
d) Penetram no mercado dessa firma outras firmas concorrentes.
e) Aumenta a demanda pelo produto da firma.
Quando uma empresa provoca deseconomias externas:
a) Os custos privados são maiores que os custos sociais.
b) Os custos sociais são maiores que os custos privados.
c) Não há diferença entre custos privados e sociais.
d) Está provocando extemalidades positivas.
e) N.r.a.

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