Buscar

ATIVIDADE SOBRE ESTABILIDADE

Prévia do material em texto

PLANO DE ESTUDOS DOMICILIARES - Atividade 1 
Nome do DISCENTE: Ana Larissa da Silva Santos Nº Matrícula: 1610330067 
Telefone para contato do DISCENTE: (77) 9 9145-3909 
E-mail para contato do DISCENTE: analarissassantos@gmail.com 
Curso: Direito Semestre letivo: 2020.1 Semestre cursado: 9º Semestre 
Disciplina: Direito do Trabalho II 
Docente Responsável: Ana Cláudia Nobre 
E-mail para contato do DOCENTE: anaclaudiafonzp@gmail.com 
Temática: Estabilidade 
 
1- Qual a diferença de Garantia no emprego para Estabilidade, ambas espécie do 
gênero Garantia de emprego? 
 Resposta: De acordo com alguns doutrinadores a estabilidade da garantia 
provisória de emprego, pois é o direito de não ser dispensado, salvo se cometer uma 
falta grave. Já a garantia é a garantia por tempo determinado, de que o empregado 
não poderá ser dispensado, quando presentes as situações especiais previstas na 
norma jurídica para tanto. 
 
2- Do que se trata a estabilidade definitiva e a quem ela é destinada? Há 
possibilidade de demissão dos trabalhadores que gozam desta estabilidade? 
 Resposta: A estabilidade definitiva é a garantia de continuar no emprego de 
forma indefinida, mesmo contra a vontade o empregador, salvo por motivo de falta 
grave, é destinada aos empregados públicos e aos empregados decenais. Poderão 
ser demitidos por motivo de falta grave ou circunstância de força maior, devidamente 
comprovadas. 
 
3- Porque a estabilidade decenal não foi recepcionada pela CF de 1988? 
 Resposta: Pois após a CF/88, o sistema de FGTS passou a ser obrigatório, 
ressalvando-se, apenas, o direito adquirido daqueles que, no dia 05/10/88, já 
contassem com 10 anos de atividade e fossem não optantes. O estabelecimento do 
sistema de FGTS, como regra, fragilizou as relações empregatícias, na medida em 
que, cumpridas as formalidades legais (concessão de aviso prévio e pagamento de 
indenização de 40%), o empregador passa a poder dispensar o empregado, fazendo 
uso de um poder de característica potestativa. 
4- Existe a possibilidade de haver empregados gozando da estabilidade decenal 
atualmente? Explique. 
 Resposta: Não se sabe ao certo se ainda existem empregados contemplados 
com essa estabilidade. Esse direito só pode ser conhecido, aqueles que em 
05/10/1988 já o tinham adquirido. É bem provável que os empregados que ainda 
gozam desse direito, são funcionários do Estado regidos pela CLT. 
 
5- Além da estabilidade decenal, a estabilidade do servidor público também é 
classificada como definitiva ou absoluta. Explique a estabilidade do servidor público. 
 Resposta: A estabilidade garante condições necessárias para que o 
funcionário público possa desempenhar suas funções sem pressões políticas ou de 
grupos econômicos, como também trabalhar com a impessoalidade que é um dos 
princípios fundamentais da Administração Pública. 
 
6- As estabilidades provisórias, destinadas a alguns trabalhadores em situações 
especiais, podem ser divididas em dois grupos: aquelas em que há necessidade de 
Inquérito Judicial e as que não há necessidade desta ação de rito especial para 
apurar a falta grave do empregado. Explique e exemplifique cada um desses grupos. 
 Resposta: As situações que se referem às hipóteses específicas da lei que 
protegem o empregado desse poder potestativo de dispensa do empregador por um 
prazo específico - garantia de emprego. A garantia no emprego é o gênero do qual a 
estabilidade é uma espécie. A garantia no emprego é um instituto político-social-
econômico, enquanto que a estabilidade é um instituto próprio do direito do trabalho 
material. A estabilidade então significa que, por força de lei, o empregado somente 
poderá dispensado se cometer falta. Em algumas hipóteses é necessário que a justa 
causa seja apurada por meio de inquérito judicial para apuração de falta grave. 
 
7- Explique as seguintes estabilidades (fundamentação legal, prazo estabilitário, 
peculiaridades): 
 
 A- Dirigente sindical 
 Resposta: O empregado eleito dirigente sindical goza de garantia de 
emprego desde o registro da candidatura até um ano após o término do mandato, 
nos termos do art. 8°, VIII, da CRFB/88 “Art. 8° (…) VIII – é vedada a dispensa do 
empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou 
representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do 
mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei”. Aliás, o art. 543, § 3°, da 
CLT, já previa a garantia de emprego do dirigente sindical, mas não foi 
completamente recepcionado pela CRFB/88 “Art. 543. (…) § 3° Fica vedada a 
dispensa do empregado sindicalizado ou associado, a partir do momento do registro 
de sua candidatura a cargo de direção ou representação de entidade sindical ou de 
associação profissional, até 1 (um) ano após o final do seu mandato, caso seja eleito 
inclusive como suplente, salvo se cometer falta grave devidamente apurada nos 
termos desta Consolidação”. A garantia de emprego, no caso, mira a legítima 
representação da categoria, livre do temor de represálias por parte do empregador, 
ou seja, visa à garantia da liberdade sindical. Exatamente por este motivo, 
a estabilidade provisória conferida ao dirigente sindical lhe confere certa imunidade 
pela função desempenhada, e não em virtude de características pessoais. O 
dirigente sindical somente pode ser demitido, durante o período de garantia de 
emprego, por justa causa, apurada em inquérito judicial. 
 
 B- Dirigente de cooperativa de empregados 
 Resposta: O empregado eleito diretor de sociedade cooperativa criada 
pelos próprios trabalhadores (cooperativa de consumo) goza de garantia de 
emprego, nos mesmos moldes da garantia conferida ao dirigente sindical. Neste 
sentido, o art. 55 da Lei n° 5.764/1971 “Art. 55. Os empregados de empresas, que 
sejam eleitos diretores de sociedades cooperativas pelos mesmos criadas, gozarão 
das garantias asseguradas aos dirigentes sindicais pelo art. 543 da Consolidação 
das Leis do Trabalho (Decreto-Lei n.° 5.452, de 1° de maio de 1943)”. Como a 
garantia é conferida nos mesmos moldes daquela assegurada ao dirigente sindical, 
tem-se o seguinte: Destinatários da garantia: empregados eleitos representantes 
titulares dos trabalhadores; Período estabilitário: desde o registro da candidatura até 
um ano após o término do mandato; Falta grave deve ser apurada em inquérito 
judicial; O empregado deve comunicar sua candidatura ao empregador. 
 
 C- Empregado eleito como membro do Conselho Nacional da Previdência 
Social 
 Resposta: Os representantes dos empregados no Conselho, titulares e 
suplentes, não poderão ser dispensados, desde a sua nomeação até um ano após o 
final do mandato - art. 3°, §7º da Lei 8.213/91. “§ 7º Aos membros do CNPS, 
enquanto representantes dos trabalhadores em atividade, titulares e suplentes, é 
assegurada a estabilidade no emprego, da nomeação até um ano após o término do 
mandato de representação, somente podendo ser demitidos por motivo de falta 
grave, regularmente comprovada através de processo judicial”. O mandato não será 
superior a 2 anos, sendo permitida 1 recondução. Esses membros e seus suplentes 
são indicados pelas centrais sindicais ou confederações nacionais e nomeados pelo 
Presidente da República. É necessário o inquérito para apuração da falta grave. 
 
 D- Empregado eleito como membro do Conselho Curador do FGTS 
 Resposta: Os representantes dos trabalhadores, titulares e suplentes, 
não poderão ser dispensados desde a sua nomeação até um ano após o fim do 
mandato - art. 3°, § 9° da Lei 8036/90. Exercem mandato de 2 anos, permitida uma 
recondução. A justa causa deverá ser apurada em processo sindical não judicial. “§ 
9º Aos membros do Conselho Curador, enquanto representantes dos trabalhadores, 
efetivos e suplentes, é assegurada a estabilidade no emprego, da nomeação até um 
ano após o término do mandato derepresentação, somente podendo ser demitidos 
por motivo de falta grave, regularmente comprovada através de processo sindical”. 
 
 E- Representante dos empregados na Comissão de Conciliação Prévia 
 Resposta: A Comissão de Conciliação Prévia é de composição 
paritária, com representantes dos empregados e dos empregadores (mínimo de 2 e 
máximo de 10 membros). A instituição da referida comissão é facultativa. É vedada 
a dispensa dos representantes dos empregados, titulares e suplentes, até um ano 
após o final do mandato - art. 625-B, §1º da CLT. A estabilidade tem duração 
durante o mandato (até um ano depois), e este mandato será nunca superior a 1 
ano. É permitida apenas uma recondução. A lei não fala o momento do início da 
garantia de emprego, o que gera divergência na doutrina e jurisprudência. Alguns 
entendem que se inicia com a eleição, enquanto outros dizem que é do registro da 
candidatura. 
 
 F- Membro eleito da CIPA 
 Resposta: A previsão dessa estabilidade do cipeiro está no art. 10, lI, 
“a”; do ADCT e no art.165 da CLT. “Art. 10 - Até que seja promulgada a lei 
complementar a que se refere o Art. 7°, 1, da Constituição: (...) lI - fica vedada a 
dispensa arbitrária ou sem justa causa: a) do empregado eleito para cargo de 
direção de comissões internas de prevenção de acidentes, desde o registro de sua 
candidatura até um ano após o final de seu mandato (...)”. O cipista é o membro 
eleito da CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. Quem determina se, 
e como, uma empresa terá CIPA é o Ministério do Trabalho e Emprego, através da 
NR-05. O membro da CIPA zela pelo cumprimento das normas de saúde, medicina e 
segurança do trabalho, no estabelecimento do empregador. O prazo da estabilidade 
é desde o registro da candidatura até um ano após o mandato. Diante da duração da 
estabilidade, o empregado que não foi eleito tem estabilidade somente até a eleição. 
A estabilidade do cipeiro não constitui vantagem pessoal, mas garantia para as 
atividades do membro da CIPA, que somente tem motivo de ser quando a empresa 
está em atividade. Logo, extinto o estabelecimento, extingue-se a estabilidade, ainda 
que o empregador tenha outro estabelecimento de acordo com a Súmula 339, lI do 
TST. O mandato do cipista tem duração de um ano, permitida uma reeleição. 
 
 G- Gestante 
 Resposta: A gestante tem o emprego garantido, desde a confirmação 
da gravidez até cinco meses após o parto de acordo com o art. 10, II, “b”, do ADCT 
da CRFB/88. A doutrina diverge no sentido se a confirmação da gravidez precisa ser 
uma confirmação médica, ou seja, se a empregada precisava ter um exame 
confirmando o seu estado gestacional. O entendimento prevalecente é no sentido de 
que o texto constitucional abrange tanto a constatação feita por exames, como a 
constatação feita pela própria empregada, no seu íntimo. 
 
 H- Empregado Acidentado 
 Resposta: Nos termos do art. 19, caput, da Lei n° 8.213/1991, 
“acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa 
ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta 
Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a 
perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho”. 
Essa estabilidade do egresso do auxílio doença acidentário está prevista no art. 118 
da lei previdenciária. “Art. 118. O segurado que sofreu acidente do trabalho tem 
garantida, pelo prazo mínimo de doze meses, a manutenção do seu contrato de 
trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário, 
independentemente de percepção de auxílio-acidente”. A expressão prazo mínimo 
de doze meses, quer dizer que, na ausência de cláusula contratual ou norma 
coletiva mais benéfica, o emprego do acidentado será garantido por doze meses 
após a cessação do auxílio-doença acidentário. Assim, o empregado pode se afastar 
para receber auxílio-doença previdenciário ou pode se afastar para receber o 
auxílio-doença acidentário. No auxílio-doença previdenciário, o empregado se afasta 
em virtude de doença própria ou acidente fora do ambiente de trabalho. O auxílio-
doença acidentário, diferentemente, é aquele que decorre de doença ocupacional ou 
acidente de trabalho. 
 
 I- Representante da Comissão de empregados 
 Resposta: O art. 11 da CF estabelece que nas empresas de mais de 
200 empregados, é assegurada a eleição de um representante destes com a 
finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empregados. 
Não havia qualquer previsão em lei de estabilidade para esse representante, o que 
gerava discussão na doutrina e na jurisprudência. Após a Reforma Trabalhista, 
passou a haver previsão expressa da estabilidade do membro da comissão de 
representante dos empregados, com garantia contra dispensa arbitrária, no art. 510-
D da CLT. 
 
8- Quando o empregado é dispensado no curso da estabilidade, quais medidas ele 
pode tomar? 
 Resposta: Deve ser pleiteada a reintegração ao emprego. Assim, a Justiça 
determinará que o empregado volte ao trabalho. Caso a empresa não cumpra a 
decisão ou então o juiz entender que não é recomendável a reintegração, pode 
determinar que a empresa pague todos os salários e demais direitos do período de 
estabilidade. 
 
 
9- Qual é o entendimento do TST quanto à possibilidade de conversão da 
reintegração em indenização? 
 Resposta: De acordo com a Súmula 396, I, do TST, o trabalhador terá direito 
apenas aos salários do intervalo compreendido entre a sua dispensa e a data final 
da garantia de emprego. 
 
10- Explique o que é a dispensa discriminatória? Qual legislação aplicável? Além da 
reparação por dano moral, quais os direitos surgem para os empregados? 
 Resposta: A dispensa discriminatória se configura quando há o rompimento 
da relação de trabalho por motivo de sexo, origem, raça, cor, estado civil, situação 
familiar, idade ou qualquer outro motivo que fere o tratamento isonômico entre os 
empregados. Sua legislação aplicável é a lei específica nº 9.029/95 que veda 
práticas discriminatórias na admissão, permanência ou dispensa da relação de 
trabalho. Quando verificado que essa dispensa ocorreu de modo discriminatório, o 
trabalhador poderá optar por ser reintegrado ao trabalhado recebendo 
integralmente por todo o período de afastamento, pagando as remunerações 
devidas, corrigidas e acrescidas de juros ou uma indenização substitutiva 
correspondente ao dobro a remuneração do período do afastamento, acrescida de 
correção e juros legais.

Continue navegando