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PERSPECTIVAS PARA A PRODUÇÃO ORGÂNICA NO ESTADO DO TOCANTINS E A DEPENDÊNCIA DO PROCESSO DE CERTIFICAÇÃO

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FACULDADE CATÓLICA DO TOCANTINS - FACTO
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA DE BAIXA EMISSÃO DE CARBONO - ABC
Anderneide Marques Silva
PERSPECTIVAS PARA A PRODUÇÃO ORGÂNICA NO ESTADO DO TOCANTINS E A DEPENDÊNCIA DO PROCESSO DE CERTIFICAÇÃO
Palmas
2014
Anderneide Marques Silva
PERSPECTIVA PARA A PROCUÇÃO ORGÂNICA NO TOCANTINS E A DEPENDÊNCIA DO PROCESSO DE CERTIFICAÇÃO
Artigo Científico apresentado ao curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Agricultura de Baixa Emissão de Carbono da Faculdade Católica do Tocantins, como requisito parcial para a obtenção do título de especialista.
Prof. Orientador:Thiago Magalhães Lazari
Palmas
2014
Anderneide Marques Silva
PERSPECTIVAS PARA A PRODUÇÃO ORGÂNICA NO ESTADO DO TOCANTINS E A DEPENDÊNCIA DO PROCESSO DE CERTIFICAÇÃO
Artigo Científico apresentado ao curso de Pós-Graduação Lato Sensu em AGRICULTURA DE BAIXA EMISSÃO DE CARBONO-ABC da Faculdade Católica do Tocantins, como requisito parcial a obtenção do título de especialista.
Banca examinadora: 
__________________________________________________ 
Prof. Thiago Magalhães Lazari
Orientador(a) 
__________________________________________________ 
Prof° Thiago Magalhães Lazari
Coordenador(a) Pedagógico(a) do Curso 
__________________________________________________ 
Prof° Claudemir Andreaci
Coordenador de Pesquisa, Extensão e Pós-Graduação 
Palmas/TO, _____ / _________________ / _________ 
Nota: _______(________________________________________________)
A PERSPECTIVA DA PROCUÇÃO ORGÂNICA NO TOCANTINS FRENTE AO PROCESSO DE CERTIFICAÇÃO
Anderneide Marques Silva[footnoteRef:1] e Thiago Magalhães Lazari[footnoteRef:2] [1: Aluna do curso de Pós-Graduação em Agricultura de Baixa Emissão de Carbono, da Faculdade Católica do Tocantins. Email: anderneide.ams@hotmail.com] [2: Professor Orientador. Faculdade Católica do Tocantins. Email:Thiago@catolica-to.edu.br.] 
RESUMO
O contexto de sustentabilidade tem sido motivo de importantíssimos debates. Diante disso cabe alavancar os produtos orgânicos, cuja demanda vem crescendo no Brasil e no mundo. O sistema de produção orgânico tanto beneficia o meio ambiente, quanto o ser humano, pois produz alimentos sem resíduos nocivos à saúde. A procura pela qualidade de vida vem preocupando cada vez mais pessoas, que optam por uma alimentação mais saudável, com o intuito de resgatar as raízes onde era exequível ter alimentos de boa qualidade biológica e livre de produtos químicos. Entretanto, para a produção orgânica existem alguns gargalos, como por exemplo, o processo de certificação, que muitos desconhecem. Diante disso este estudo teve como objetivo levantar e analisar a produção orgânica no Tocantins com ênfase no processo de certificação. O trabalho foi desenvolvido por meio de uma pesquisa bibliográfica e pesquisa de campo, de caráter exploratório e qualitativo. O estado do Tocantins é carente no que tange produção orgânica, falta informação e conhecimentos sobre o mesmo tanto no que se refere a produção quanto ao processo de certificação.
Palavras-chave: Consumo orgânico. Meio ambiente. Qualidade de vida.
ABSTRACT
The context of sustainability has been of very important discussions. Therefore it is up to leverage organic products, whose demand is growing in Brazil and worldwide. The system of organic production both benefits the environment, as human beings, because it produces no harmful to health food waste. The demand for quality of life is worrying more and more people who choose a healthier diet, with the intention of rescuing the roots where it was feasible to have good quality organic foods and free of chemicals. However, for organic production there are some bottlenecks, such as the certification process , which many are unaware. Therefore this study aimed to survey and analyze the organic production in Tocantins with emphasis on the certification process. The work was developed through a literature review and field research with exploratory qualitative character. The state of Tocantins is lacking regarding organic production, lack information and knowledge about the same both as regards the production and the certification process.
Keywords : organic consumption . Environment. Quality of life.
1. INTRODUÇÃO
A agricultura no Brasil ainda é o principal pilar estimulador do crescimento econômico. O país possui fatores ideais que sustentam estas características, como solo fértil, clima favorável, grandes extensões de terra, pesquisadores engajados e uma grande população rural (SACHS, 2004, p 362).
Entretanto são inúmeros os problemas ambientais, sociais e econômicos enfrentados atualmente, no que tange a esse crescimento econômico relacionado à agricultura. Diante deste cenário, tem-se almejado maneiras de instigar o crescimento e desenvolvimento de forma sustentável, ou seja, formas de produção que mitiguem a agressão ao meio ambiente.
Nas últimas décadas, a consciência ambiental vem crescendo consideravelmente associado a outros aspectos fundamentais como os alimentos para a saúde da humanidade, levando as pessoas a questionar a agricultura convencional. Os consumidores aparentam estar mais preocupados com a qualidade e o modo de cultivo dos alimentos. Diante disso, as implicações da agricultura sobre o meio ambiente geram grande discussão e preocupação na sociedade como um todo. 
Ao deparar com essa realidade, podem-se colocar os produtos orgânicos como uma alternativa de consorciar "valor saúde" e “sustentabilidade”, levando em consideração as técnicas de produção, visto que não utiliza adubos químicos de síntese e de agrotóxicos no seu processo de cultivo. 
Segundo Faria (2013), o produto orgânico é todo aquele produzido sem o uso de adubos químicos, defensivos ou agrotóxicos. Ele é mais saudável porque não contém as substâncias químicas que os produtos tradicionais absorvem dos defensivos agrícolas geralmente usados nas lavouras, ou mesmo na produção de proteína animal onde podem ser utilizados antibióticos.
Mas pode-se afirmar que o alimento orgânico é mais que um produto sem agrotóxico; é decorrente de um sistema de produção agrícola que busca o equilíbrio entre o solo e os demais recursos naturais, conservando-os em harmonia entre si e com os seres humanos.
Entretanto, por mais que nele se agregue todo benefício tanto ambiental como social, vale ser questionado sobre o processo de produção e consumo orgânico no estado do Tocantins.
Diante disso este estudo visa analisar o a produção dos produtos orgânicos no Tocantins e os entrevares do processo de certificação associado com o comportamento do consumidor no processo de decisão de compra de produtos orgânicos.
2. REFERENCIAL TEORICO
2.1 PRODUTO ORGÂNICO
2.1.1 Histórico
Segundo a FAO (2013), a agricultura orgânica moderna surgiu na década de 60, quando produtores e consumidores começaram a reconhecer que a enorme quantidade de compostos químicos usados em produções agrícolas e animais poderiam ter consequências danosas ao meio ambiente e à saúde da população.
Na década de 80 surgiram no Brasil várias Organizações Não Governamentais (ONGs) voltadas para a agricultura, articuladas em nível nacional pela Rede Projeto Tecnologias Alternativas - PTA (hoje AS-PTA - Assessoria e Serviços - Projeto Agricultura Alternativa). A denominação “tecnologias alternativas” foi adotada nesse período, para designar as várias experiências contrárias à agricultura convencional, passando a ser substituída numa fase seguinte, por “agricultura ecológica” (PIANNA, 1999 apud SANTOS; MONTEIRO, 2013, p. 85).
Até o final da década de 1980, foram criados ainda a Associação Mokiti Okada, o Centro de Pesquisa em Agricultura Natural e a Associação de Agricultura Orgânica (AAO), todos no Estado de São Paulo. No Paraná, o Instituto Verde Vida de Desenvolvimento Rural (IVV), seguindo as idéias do IBD, dentre outros órgãos e associações que também contribuiu para impulsionar o sistema (SANTOS & MONTEIRO, 2013).
Pode-se colocar que de certa forma, na década de 80, a opinião públicapelas questões ambientais e alguns pesquisadores a se aderir em movimento alternativo, tiveram desenvolvimentos importantes no que tange a ciência e tecnologia voltados ao meio ambiente.
Na sequência de Conferências da Organização das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, em 1972, 1982 e 1992, foi se tornando cada vez mais evidente que tanto o padrão industrial quanto o agrícola precisavam de mudanças urgentes.
De acordo com Ladislau (2009) o avanço desses movimentos de agricultura orgânica e das suas repercussões práticas foi barrado, a princípio, em função do forte lobby da agricultura química, ligada a interesses econômicos expressivos. Além dos adubos, outro tipo de produtos químicos, os “cidas” - inseticidas, fungicidas e herbicidas - que conseguem matar os insetos, os fungos e as ervas daninhas que incomodam os agricultores, haviam sido desenvolvidos e estavam sendo comercializados e utilizados por todos.
O autor supracitado ainda ressalta que a utilização de inseticidas se expandiu inicialmente nos países industrializados, já sendo corrente no final da década de 1950 nos EUA, na Europa Ocidental e no Japão. No Brasil, a grande expansão do uso de inseticidas ocorreu apenas nos anos de 1970.
2.1.2 Conceito
A busca por alimentos originários de sistemas de produção mais sustentáveis, como técnicas orgânicos de produção, é uma tendência que vem se intensificando e se consolidando mundialmente.
É de suma importância estabelecer o entendimento sobre o termo “Produto Orgânico” conforme estabelecido pela Lei 10.831.
Art. 2º Considera-se produto da agricultura orgânica ou produto orgânico, seja ele in natura ou processado, aquele obtido em sistema orgânico de produção agropecuário ou oriundo de processo extrativista sustentável e não prejudicial ao ecossistema local (BRASIL, 2013).
O sistema orgânico de produção tem-se por base técnicas rígidas para preservar a qualidade do produto, levando em consideração as relações sociais e trabalhistas envolvidas nas diversas fases do processo produtivo. 
Diante disso pode-se distinguir um produto orgânico, aquela na qual durante todo seu processo produtivo se utilizou técnicas e métodos não agressivos ao meio ambiente, vale ressaltar que, não se referem apenas a alimentos sem agrotóxicos, pois além de não conter agentes químicos, também não se utiliza produtos que deixam resíduos nos alimentos ou que possam degradar outros componentes do meio ambiente, como a água e o solo.
Azevedo (2013), complementa afirmando que o alimento orgânico não é somente “sem agrotóxicos” como se veicula normalmente. 
Além de ser isento de insumos artificiais como os adubos químicos e os agrotóxicos (e isso resulta na isenção de uma infinidade de subprodutos como nitratos, metais pesados, etc) ele também deve ser isento de drogas veterinárias, hormônios e antibióticos e de organismos geneticamente modificados. Durante o processamento dos alimentos é proibido o uso das radiações ionizantes (que produzem substâncias cancerígenas, como o benzeno e formaldeído) e aditivos químicos sintéticos como corantes, aromatizantes, emulsificantes, entre outros (AZEVEDO, 2013).
A autora acima citada ainda destaca que o alimento orgânico de qualidade é competitivo, saboroso e mais saudável que o convencional, vem da Agricultura Orgânica que na Legislação Brasileira de 2007 tem como objetivos:
· A autossustentação da propriedade agrícola no tempo e no espaço;
· A maximização dos benefícios sociais para o agricultor;
· A minimização da dependência de energias não renováveis na produção;
· A oferta de produtos saudáveis e de elevado valor nutricional, isentos de qualquer tipo de contaminantes que ponham em risco a saúde do consumidor, do agricultor e do meio ambiente;
· O respeito à integridade cultural dos agricultores;
· A preservação da saúde ambiental e humana.
Segundo o Ministério de Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), órgão vinculado ao governo federal, os orgânicos tanto vegetal como animal tem por objetivo promover qualidade de vida com proteção ao meio ambiente. Sua principal característica é não utilizar agrotóxicos, adubos químicos ou substâncias sintéticas que agridam o meio ambiente. Para ser considerado orgânico, o processo produtivo contempla o uso responsável do solo, da água, do ar e dos demais recursos naturais, respeitando as relações sociais e culturais (BRASIL, 2013). 
Diante deste contexto é exequível pontuar como de suma importância a relação de confiança entre produtor e consumidor e o controle de qualidade, que como critério é utilizado à certificação.
2.2 CERTIFICAÇÃO
De acordo com Souza (apud BORGUINI; TORRES, 2006), quanto menos direta for a relação entre produtores e consumidores, maior será a necessidade de instrumentos formais de certificação da produção. Isso ocorre devido à maior distância entre os agentes e à dificuldade para a comprovação das características inerentes a esses produtos.
Atualmente, existem diversas agências de certificação orgânica, as quais estabelecem seus próprios padrões de produção e processo de certificação. 
Vale ressaltar que dentre os produtos comercializados in natura, as hortaliças, são os mais expressivos na produção orgânica nacional. 
Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA, a qualidade dos produtos orgânicos produzidos no Brasil é garantida de três diferentes maneiras: com a certificação, os sistemas participativos de garantia e o controle social para venda direta sem certificação (BRASIL, 2012).
A certificação se dá por meio de empresas públicas ou privadas, com ou sem fins lucrativos. As certificadoras realizam inspeções e auditorias, regidas por normas reconhecidas internacionalmente. 
A certificação também pode ser feita por grupos de produtores, desde que sejam constituídos por pequenos produtores, agricultores familiares, projetos de assentamentos e outros grupos formados por ribeirinhos, quilombolas, indígenas e extrativistas. No entanto para que a certificação em grupo de produtores possa ocorrer, é necessário que seja realizado um acordo formal por todos os responsáveis pela produção, com o objetivo de definir a responsabilidade do grupo e de seu Sistema de controle interno.
As inspeções feitas pelas certificadoras devem ter acesso a todas as instalações, registros e documentos das unidades de produção. Onde as mesmas devem ser inspecionadas no mínimo uma vez ao ano, sendo que no intervalo entre as vistorias são utilizadas outros meios de controle. Em atividades mais complexas, nos casos de cultivo ou criação de vários ciclos anuais, deve ser estabelecido um trabalho de fiscalização mais frequente.
A partir da avaliação do risco do sistema de controle interno da organização ou grupo, será determinado a porcentagem da amostra ou o número de produtores que receberão visitas e inspeção externa. O número de inspeções externas será no mínimo a raiz quadrada do numero dos produtores.
No caso da certificadora estabelecer seu custo de certificação com base em um percentual sobre a produção certificada, ela é obrigada a oferecer também outra modalidade de cobrança. 
Os sistemas participativos no Brasil formam o sistema brasileiro de avaliação da conformidade orgânica – SISORG e são realizados por organismos de avaliação da conformidade orgânica. Foi criado com o intuito promover a identificação como também à garantia da qualidade dos produtos orgânicos, por meio da Lei n° 10.831/2013, na qual o Ministério da Agricultura é responsável por credenciar e fiscalizar as entidades que averiguam se os produtos orgânicos que vão para o mercado estão conforme as normas estabelecidas.
De acordo com o MAPA, os sistemas participativos de garantia (SPG) caracterizam-se pelo controle social e a responsabilidade solidária, o que possibilita a geração da credibilidade adequada a diferentes realidades sociais, culturais, políticas institucionais organizacionais e econômicas (BRASIL, 2009).
O controle social é o processo de geração de credibilidade, necessariamente reconhecido pela sociedade,organizado por um grupo de pessoas que trabalham com comprometimento e seriedade, o comprometimento deles com as normas exigidas para esse tipo de produção.
A responsabilidade solidária acontece quando todos os participantes do grupo comprometem-se com o cumprimento das exigências técnicas para a produção orgânica e responsabilizam-se de forma solidária nos casos de não cumprimento delas por alguns de seus membros.
Para formação de um SPG, deve reunir produtores e outras pessoas interessadas para assim organizar a sua estrutura básica, que é composta pelos Membros do Sistema e pelo Organismo Participativo de Avaliação da Conformidade – OPAC. 
Os membros do sistema são pessoas físicas ou jurídicas que fazem parte de um grupo classificado em duas categorias:
· Fornecedores: são os produtores, distribuidores, comercializadores, transportadores e armazenadores;
· Colaboradores: são os consumidores e suas organizações, os técnicos, as organizações públicas e privadas, as que representam as mais distintas classes e as ONGs.
Para ser um membro do SPG que já esta em funcionamento, o interessado deve apresentar ao grupo um documentos assinado que o encaminhará a OPAC. Este documento deve ter:
· A manifestação de interesse em participar da SPG;
· Dados cadastrais solicitados pela OPAC. No caso dos fornecedores, também os dados e informações da unidade de produção;
· Declaração de que conhece e cumpre todas as regras de funcionamento do SPG.
O grupo concordando com a participação do interessado, basta registrar em documento essa aceitação e assinar, junto com ele, um contrato, ou seja, não depende apenas os documentos exigidos estarem de acordo, mas primeiramente deve ter a aceitação do grupo.
Os OPACs correspondem às certificadoras no sistema de certificação por auditoria. São elas que avaliam, verificam e atestam que os produtos ou estabelecimentos produtores ou comerciais atendem as exigências do regulamento da produção orgânica. 
Para as OPACs atuarem legalmente, eles precisam estar credenciados no MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. É esse credenciamento que autoriza a atuação dos OPACs no Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica – SISORG.
Vale ressaltar que caso a OPAC não possua unidades de produção controladas na ocasião da solicitação, o credenciamento acontece com uma única condição: a realização de uma auditoria de verificação, num prazo máximo de 6 meses, que confirmará ou não o credenciamento. Se um OPAC se credenciar e permanecer sem controlar uma unidade de produção por mais de um ano, será considerado inativo e o credenciamento será cancelado (BRASIL, 2009).
A partir do momento em que está credenciado, o OPAC pode autorizar os fornecedores a utilizar o selo do SISORG, onde deve está localizado na parte da frente do produto.
Os SPGs têm como forte característica a combinação das visitas de verificação da conformidade, o que proporciona a troca de experiências entre os participantes do sistema e o assessoramento aos fornecedores para a solução de exequíveis problemas e para o aprimoramento dos sistemas produtivos.
As visitas de verificação da conformidade são realizadas pelas comissões de avaliação e pelas visitas de pares, ou seja, de outros membros do mesmo SPG. Elas acontecem, no mínimo, uma vez por ano. Mas no intervalo entre elas é necessária a utilização de outros mecanismos de controle social. Se for considerado seguro. A OPAC pode fazer as visitas por amostragem, sendo que o numero de visitas não deve ser menor que a raiz quadrada do número de fornecedores do grupo. Em atividade com avaliação complexas, como o cultivo ou criação de vários ciclos produtivos durante o ano, o processamento em estabelecimentos com produção paralela e o extrativismo sustentável orgânico, os OPACs devem estabelecer um controle mais frequente durante o período de produção.
Caso haja necessidade de análises em laboratórios o mesmo deve ser credenciado por órgãos oficiais de âmbito federal. Mas se não houver credenciamento, a aprovação do laboratório será feita pelo MAPA.
Quando é aprovada a conformidade da unidade de produção, o fornecedor recebe do organismo participativo de avaliação da conformidade o atestado de conformidade orgânica. Este documento tem validade de um ano a partir da data de emissão.
Cabe destacar que quando o fornecedor que possua o atestado de conformidade orgânica não participe das atividades do sistema participativo de garantia a que faz parte, o grupo pode decidir solicitar a exclusão. A decisão é informada ao organismo participativo de avaliação da conformidade para providenciar o cancelamento do atestado e a retirada do fornecedor do cadastro nacional de produtores orgânicos e do cadastro nacional de atividade produtiva.
No que tange ao controle social para venda direta sem certificação, trata-se quando o agricultor familiar opta por não ser certificado, entretanto deve se cadastrar junto ao MAPA e receber uma declaração de cadastro de produtor vinculado à organização de controle social – OCS.
Para a legislação brasileira, venda direta é aquela que acontece entre o produtor e o consumidor final, sem intermediários. A lei também aceita que a venda seja feita por outro produtor ou membro da família que participe da produção e que também faça parte do grupo vinculado à organização de controle social – OCS. O que se quer com isso é garantir que o consumidor final sempre possa tirar suas possíveis dúvidas sobre o processo do produto que está levando (BRASIL, 2009).
A organização de controle social pode ser formada por um grupo, associações, cooperativa ou consórcio, com ou sem personalidade jurídica, de agricultores familiares.
O cadastro pode ser feito nas superintendências federais de agricultura do MAPA ou em outro órgão fiscalizador conveniado do governo federal, estadual ou do distrito federal. 
Para a OCS se cadastrar no órgão fiscalizador, são necessários os seguintes documentos:
· Formulário de solicitação de cadastro preenchido e assinado;
· Formulário dos dados cadastrais de cada produtor;
· Termo de responsabilidade solidária assinado por todos os membros, se comprometendo com o cumprimento das regulamentações técnicas;
· Descrição de como se dá o controle social sobre a produção e comercialização;
· Declaração oficial comprovado que os membros da OCS são agricultores familiares.
É indispensável estar de acordo com as exigências do órgão fiscalizador, então cabe destacar alguns pontos importantes:
· O prazo para que a OCS comunique a inclusão de novos agricultores familiares na sua organização é de, no máximo, 30 dias.
· Quando algum agricultor familiar for excluído do grupo, a OCS deverá recolher a sua declaração de cadastro e notificar a saída ao órgão fiscalizador no prazo de 7 dias. Caso a OCS não consiga esse documento, essa informação deve estar também na notificação;
· A OCS deve atualizar as listas dos principais produtores e quantidades de produção por unidade de produção familiar;
Após o cadastro, o órgão fiscalizador emitirá a declaração de cadastro, para cada produtor vinculado a ela. Este documento deve estar disponível no momento da venda direta de produtos orgânicos para os consumidores.
O consumidor tem o direito de saber tudo sobre a qualidade orgânica dos produtos, devem ter acesso às informações. Elas podem ser encontradas no rótulo, se existir, em materiais de divulgação e em avisos colocados nos locais onde o produto está sendo vendido.
Na comercialização o consumidor tem que saber quem foi o produtor e a que OCS está vinculado.
Os produtos orgânicos não certificados, não podem fazer uso do selo do SISORG. Mas a legislação permite que o agricultor coloque no rótulo ou no ponto de venda a expressão: Produto orgânico para venda direta por agricultores familiares organizados, não sujeitos à certificação, de acordo com a Lei n° 10.831, de 23 de setembro de 2003.
2.3 O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR DIANTE DO CONSUMO DE PRODUTOS ORGÂNICOS
Atualmente, uma das premissas fundamentais no que tange ao comportamento do consumidoré que as pessoas adquirem produtos não somente pelo que eles fazem, mas, principalmente pelo significado. Diante disso, cabe pontuar a necessidade de se constituir uma relação entre as qualidades dos produtos, os benefícios e as consequências relacionada e o valor e/ ou o consumo desses produtos representam na vida dos consumidores.
No que tange aos produtos orgânicos, as preocupações com a saúde e com o ambiente são os dois motivos mais comuns, para a decisão de compra desses produtos pelos consumidores.
Vale ressaltar que muitos consumidores consideram os aspectos éticos, ambientais, sociais e éticos na preferência dos alimentos, o que esse alimento de como ele foi produzido, processado e distribuído. 
Galvão (2004), destaca vários estudos que estudam sobre as causas para a preferência por esses alimentos apresentam a questão da saúde, como um dos principais motivos para a compra, conforme exposto no quadro 1.
	Resumo da Literatura sobre os motivos para a compra de alimentos orgânicos
	Autores
	Ano
	Localização
	Tamanho da amostra
	Principais motivos de compra dos alimentos orgânicos 
	BORGUINI
	2002
	Piracicaba / Brasil
	n = 52
	1º Proteção à saúde, alimento mais saudável 
2º Alimento seguro por não conter agrotóxicos 
3º Qualidade ou aparência superior 
4º Conveniência (produto disponível e preço acessível)
5º Preocupação com o ambiente 
	BOURN e PRESCOTT
	2002
	Nova Zelândia
	Pesquisa Bibliográfica
	1º - Preocupação com a saúde 
2º - Baixo ou nenhum resíduo de pesticidas como razão-chave 
* Para “compradores causais” o motivo e a saúde; para “compradores intensos” são as razões ambientais 
	CERVEIRA e CASTRO
	1999
	São Paulo/ Brasil
	n = 121
	1º Saúde pessoal e familiar 
2º Sem agrotóxico 
3º Valor biológico 
4º Sabor e aroma 
5º Preocupação com o meio ambiente 
	FOTOPOULOS, KRYSTALLIS e NESS
	2003
	Grécia
	n = 49
	1º - Saúde (100%) 
2º - Preocupação Ambiental (96%) 
3º - Qualidade Superior (96%) 
4º - Melhor Sabor (93%) 
	GIL, GARCIA e SÀNCHEZ
	2000
	Espanha
	n = 800
	O fator-chave para o consumo de alimento orgânico é o estilo de vida e as atitudes em direção as questões ambientais. 
	GRUNERT, BECH-LARSEN e BREDAHL
	2000
	Alemanha e Dinamarca
	Utilizou 5 estudos
	Sabor é a 1ª consideração na escolha do alimento. A percepção da qualidade é caracterizada em considerações sobre a saúde e como o alimento foi produzido. 
	LOMBARDI, SATO e MOORI
	2003
	São Paulo/ Brasil
	n = 138
	A melhoria do meio ambiente pela substituição do uso de agrotóxicos. 
	MAGNUSSON et al.
	2003
	Suécia
	n = 1.154
	1º - Benefícios percebidos à saúde humana 
2º - Motivos egoísticos 
3º - Preocupação ambiental 
	RUCINSKI e BRANDENBURG
	1999
	Curitiba/ Brasil
	n = 52
	1º - Preocupação com a saúde (94%) 
	TACCONI
	2004
	Natal/ Brasil
	n = 401
	1º - Preocupação com a saúde 
2º - Não conter resíduos de agrotóxicos 
3º - Melhor sabor 
4º - Melhor valor nutricional 
	TORJUSEN et al.
	2001
	Noruega
	n = 286
	São as preocupações com a saúde numa perspectiva mais ampla e as preocupações com o ambiente local. 
	WANDEL e BUGGE
	1997
	Noruega
	n = 1.103
	1º - Preocupações com a saúde 
2º - Preocupação ambiental 
* Para os mais jovens, os motivos eram bem-estar animal e o ambiente; para os mais velhos era com a própria saúde. 
Quadro 01: Resumo da Literatura sobre os motivos para a compra de alimentos orgânicos
Fonte: Galvão, 2004.
Segundo Grunert (2000 apud GALVÃO, 2004, p.41) a escolha dos alimentos pelo consumidor é enquadrada em termos da formação das expectativas da qualidade antes e após a experiência da compra. 
Pode-se afirmar que o processo de decisão de compra é extremamente complexo que sofre influência de uma série de fatores.
Conforme destacado por Noronha (2008), o comportamento de compra e um indivíduo são influenciados por alguns fatores:
Tradicionalmente, as empresas acreditavam que para conquistar o cliente bastava aplicar um conjunto de ferramentas de marketing denominado de mix ou composto de marketing. Nesse sentido, as quatro ferramentas principais a serem utilizadas para influenciar o cliente são: produto, preço, promoção e praça (KOTLER; KELLER, 2006). Além desses fatores pode-se considerar também os fatores psicológicos, situacionais e socioculturais como influenciadores desse comportamento (MORSCH, 2006, APUD NORONHA, 2008).
3. MATERIAIS E MÉTODOS
O trabalho realizado refere-se a uma pesquisa de campo, com caráter exploratório e qualitativo.
Álvaro (2011) diz que a pesquisa de campo é aquela que busca, através de técnicas como entrevistas, questionários e outros, investigar a realidade de determinado grupo, de acordo com o problema e os objetivos estabelecidos.
De acordo com Gil (2005), as pesquisas podem ser realizadas para atender a uma necessidade de ordem intelectual ou por razões práticas. A pesquisa com caráter exploratório, inicialmente, se realiza em área na qual há pouco conhecimento científico acumulado ou sistematizado. Por tratar-se de uma pesquisa que busca explorar conceitos e fatos. Além disso, por sua natureza de sondagem, não comporta hipóteses que poderão, todavia, surgir durante a pesquisa ou ao seu final. Além disso, pretende descrever as características do fenômeno. Portanto, esta pesquisa possuirá caráter exploratório.
Minayo (1993, apud GIL, 2005) observa que a pesquisa qualitativa é adequada para se obter o conhecimento da natureza de um fenômeno social, haja vista o pesquisador coletar os dados na realidade pesquisada, para, posteriormente, analisá-los de forma indutiva.
Para iniciar a pesquisa bibliográfica sobre o tema em questão, foram consultadas publicações de monografias, teses e artigos na internet, livro e revistas. Após selecionar as produções, iniciou-se com uma leitura flutuante desses artigos para assim definir os que se alinhavam ao estudo.
Esta pesquisa de campo foi realizada na cidade de Palmas, no estado do Tocantins, cuja pesquisa de campo foi desenvolvida na feira da 304 SUL, essa localidade foi escolhida em razão do grande fluxo de consumidores e produtores rurais, sendo maior do que nas demais feiras, como também por se localizar na região central da cidade, onde foi aplicado dois questionários, um para 50 consumidores, com o objetivo de analisar o nível de consumo orgânico, a credibilidade dada a um produto que é dito como orgânico, e a influência do custo e benefício para adesão do mesmo, o outro questionário foi aplicado para 10 produtores rurais, a fim de avaliar o conhecimento acerca do orgânico e do processo de certificação, o nível de produção orgânica, as existência de certificações bem como os possível gargalos existentes para adquirir o mesmo no ponto de vista do produtor.
Tanto para a aplicação do questionário para a população quanto para os produtores, os mesmos foram escolhidas aleatoriamente, que ao abordá-las era exposto o objetivo da pesquisa.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1 PRODUTOR
Conforme já exposto foi realizado uma pesquisa com 10 produtores rurais, referente ao sistema de produção utilizado e a produção orgânica. 
No gráfico 1 apresenta-se a faixa etária dos entrevistados. 
Gráfico 01: Faixa etária
Fonte: Pesquisa de campo (elaboração própria)
Dentre os entrevistados a maioria, sendo este correspondendo um percentual de 60%, possui uma faixa etária acima de 40 anos, em seguida 40% de 20 a 40 anos. Cumpre destacar que, alem dos entrevistados, em uma visão geral, não foi notado a presença de produtores abaixo de 20 anos. Pode-se afirmar que, a faixa etária é um dos pontos que acabam por determinar o processo produtivo, pois apesar dos orgânicos terem surgido a décadas, ele tem ganhado ênfase na atualidade, com isso, cabe pontuar que é mais difícil um produtor de 40 anos mudar todo o seu sistema de produção, mesmo que seja mais benéfica a sua saúde e meio ambiente do que um produtor de 20 anos, cuja visão está mais aberta para mudanças.
No gráfico 2 aborda sobre o sexo dos entrevistados.
Gráfico 02: Gênero
Fonte: Pesquisa de campo (elaboração própria)
A maioria dos pesquisados eram do gênero masculinos, correspondendoa 80%,entretanto, vale ressaltar que, dentre esses 80%, 40% tinham a presença feminina tanto no ato de comercialização, como também no processo produtivo, conforme destacado por eles mesmo. De fato, já era previsto que a quantidade de homens fossem superior a das mulheres, no entanto, cabe destacar que a sensibilidade feminina acaba por beneficiar tanto ao processo de produção como de venda.
No gráfico 3 discuti sobre o conhecimento do produtor quanto ao produto orgânico e seus benefícios à saúde e meio ambiente.
Gráfico 03: Conhecimento do que é produto orgânico e os benefícios
Fonte: Pesquisa de campo (elaboração própria)
Em unanimidade, todos afirmaram terem conhecimento do que é o produto orgânico como também seus benefícios. No entanto, seja no intuito de sintetizar a conversa ou por falta e conhecimento, alguns pontuaram por serem apenas os que não contem produtos químicos, sendo que conforme já abordado, existem mais exigências nos processo produtivo do orgânico, como cuidado com o solo, água, adubação, entre outros. No que tange aos benefícios ao ser humano, vale ressaltar que é benéfico tanto para quem consome quanto para quem produz.
No gráfico 4 expõe sobre a produção de orgânicos.
Gráfico 04: Conhecimento do que é produto orgânico e os benefícios
Fonte: Pesquisa de campo (elaboração própria)
No que tange a produção dos orgânicos, 70 % não produzem orgânicos, sendo que 30% afirmam que produzem. No entanto, com o decorrer dos questionamentos foi notório observar que parte dos que asseguraram produzir orgânicos, se contradiz pontuando que fazem uso de produtos fitossanitários de vez em quando. Foi destacado também que, são muitos os obstáculos para a produção de orgânicos, dentre eles destacam-se a pouca demanda pelo produto, dificuldade de encontrar insumos, a condição financeira do produtor, custo alto para produzir e comercializar.
No gráfico 5 questiona-se sobre a existência de certificação.
Gráfico 05: Certificação
Fonte: Pesquisa de campo (elaboração própria)
Conforme os dados compilados, dentre os entrevistados apenas um possui certificação, onde foi possível constatar a veracidade da informação ao visualizar o selo do SISORG exposto nos produtos. Este produtor certificado afirmou no que tange a rentabilidade, pouco foi o aumento comparado ao convencional que anteriormente era comercializado, o que é afetado pelo preço, cujo valor é 50% superior, a própria falta de interesse e conhecimento do consumidor, onde o produtor pontua que a população ainda está despreocupada quando a própria saúda e ao meio ambiente, e ainda ressaltou que de certa forma, a prática de consumir produtos orgânicos é muito cultural, o que ainda não foi desenvolvido em Palmas. No que envolve os produtores que não possuem certificação, os mesmos colocaram que é muito caro para obter a certificação, Foi destacado a falta de conhecimento em como obter o mesmo e alguns demonstraram ate mesmo desinteresse independente de ter custos ou não, pois acreditam que não influencia no objetivo final: o lucro. 
No gráfico 6 foi questionado se tem conhecimento das formas de certificações existentes.
Gráfico 06: Formas de certificação
Fonte: Pesquisa de campo (elaboração própria)
Conforme exposto pelo gráfico, 70% desconhecem as formas de certificação e como obter o mesmo, uns colocam como desinteresse deles mesmo em obter informação, levando em consideração as mesmas estão mais acessíveis, outros pontuaram que é falta dos próprios órgãos responsáveis em transmitir informações aos produtores. A falta de conhecimento dos processo de certificação acaba por impactar na escolha do produtor em se certificar, visto que, os mesmo acreditam que esse processo de forma geral e muito burocrático e demorado;
No gráfico 7 aborda sobre a possibilidade do produtor em mudar o sistema de produção para o orgânico.
Gráfico 07: Mudança do sistema convencional para orgânico
Fonte: Pesquisa de campo (elaboração própria)
Quando colocado a possível mudança de um sistema de produção convencional para o orgânico, 20 % afirmou que mudaria, entretanto quando questionado o que impede que ocorra essa mudança, foi pontuado a falta de conhecimento e principalmente a questão financeira que limita, levando em consideração que o investimento para conversão é elevado, mas principalmente a falta de procura pelo produto.
No gráfico 8 pontua sobre a demanda da população, se é satisfatória ou não.
Gráfico 08: Demanda satisfatória da população
Fonte: Pesquisa de campo (elaboração própria)
Conforme já discutido, a população exerce forte influência da decisão do produtor em produzir e comercializar produtos orgânicos, visto que, ainda a demanda não é satisfatória, mesmo reconhecendo que a oferta também não é significativa, é exequível afirmar que o que instiga a oferta de determinado produto e a procura do mesmo, ou seja, a demanda. 
Vale ressaltar que 30% afirmou que a demanda é satisfatória, entretanto estes produtores nem produzem orgânicos, então cabe questionar como eles podem afirmar ser suficiente a demanda se nem mesmo produzem.
4.2 CONSUMIDOR
Foi com 50 consumidores, na qual foi abordado sobre consumo orgânico, preço, entre outros. 
No gráfico 9 apresenta-se a faixa etária dos entrevistados. 
Gráfico 09: Faixa etária
Fonte: Pesquisa de campo (elaboração própria)
Conforme os dados compilados, dos 50 entrevistados, 9 tinham abaixo de 20 anos, 18 tinham de 20 a 40 anos e 23 acima de 40anos. Como a entrevista foi realizada na mesma área que estavam os produtores rurais, a maioria dos consumidores que estavam presentes realizavam compras domésticas, diante disso, cabe justificar os dois últimos resultados serem maiores, pois constituem de donas de casa.
O gráfico 10 aborda sobre o sexo dos entrevistados.
	
Gráfico 10: Sexo
Fonte: Pesquisa de campo (elaboração própria)
A maioria dos entrevistados eram mulheres sendo 32 e 18 homens. Vale ressaltar que a mulher possui forte decisão de compra, alem disso são elas que mais se preocupam tanto com a saúde própria de da família, principalmente com a dos filhos, o que pode-se apontar o orgânico como uma alternativa saudável.
No gráfico 11 expõe o consumo orgânico.
Gráfico 11: Consumo Orgânico
Fonte: Pesquisa de campo (elaboração própria)
A quantidade de consumidores orgânicos não foi tão significativa, correspondendo apenas 9, estes afirmam que sempre é a primeira opção no momento da compra, entretanto, lamentavelmente, a oferta de produtos orgânico não é satisfatório bem como a variedade, mas sabem como é complicado a produção e comercialização de orgânicos, pois são poucos que consomem estes produtos, acrescentam que procuram as feiras no intuito de encontrarem, que apesar de não possuírem certificados acabam por confiar. A maioria dos pesquisados, sendo estes 41, não consomem orgânicos, deste total, 7 afirmaram que não consomem por não encontrarem produtos orgânicos que possuem de fato comprovação, ou seja, a certificação, pois segundo eles e fácil produzir no método convencional e no momento de comercializar dizer que são orgânicos, os demais não consomem por não terem essa prática, por ser bem mais caro que o convencional.
No gráfico 12 questiona-se sobre a possibilidade do consumidor pagar mais caro por um produto orgânico, ao invés do convencional que é mais barato.
Gráfico 12: Pagaria por um produto orgânico mesmo sendo superior ao convencional
Fonte: Pesquisa de campo (elaboração própria)
Quando abordado se o consumidor pagaria mais caro por um produto orgânico ao invés do convencional que é mais barato, 16 entrevistados asseguraram que sim, cabe fazer referência ao gráfico 11, onde 9 já consomem, ou seja eles não vê o preço mais elevado como um problema para adquirir orgânicos, e dos 7 que não consomem, garantem que se encontrassem não se importariam de pagar mais caro. Os demais entrevistados sendo constituído por 34 pessoas, afirmaram que não pagariam mais caro, uns justificou que a renda familiar não permite, mesmo que seja um produto mais saudável, pois os orgânicos chegam a atingirem torno de 50% ou mais acima do convencional, o preço de fato, é um dos principais fatores que impedem no consumo orgânico
No gráfico 13 destaca sobre a credibilidade dada ao consumidor diante de um produto que e tido como orgânico pelo produtor, entretanto o mesmo não possui certificação.
Gráfico 13: Credibilidade em um produto orgânico sem certificação
Fonte: Pesquisa de campo (elaboração própria)
A maioria dos entrevistados não dá credibilidade aos produtos que não são certificados, pois afirmam que o orgânico acabou se tornando um marketing, onde para vender o produtor é capaz de usar desse marketing mesmo que tenha veracidade, o que só com a certificação é possível eliminar qualquer duvida e/ou suspeita. Ao que acreditam, destacam que ainda e possível acreditar nas pessoas.
No gráfico 14 destaca sobre o incentivo dado de um modo geral à produção e consumo de orgânico.
Gráfico 14: Avaliação do incentivo a produção e consumo orgânico. 
Fonte: Pesquisa de campo (elaboração própria)
De acordo com o gráfico exposto, o incentivo a produção e consumo de orgânico, levando em consideração a maioria, é ruim, foi destacado que se houvessem de fato incentivo, os orgânicos não seriam tão caros nem para produzir nem para consumir. Cabe destacar que a mídia exerce forte influência no consumo da população, diante disso ele poderia ser mais atuante no que tange aos orgânicos. 
5. CONCLUSÕES
A agricultura orgânica promove o desenvolvimento sustentável, visto que por meio da produção pelo manejo orgânico reduz os impactos ambientais causados pelo manejo convencional quando o solo é degradado, a água é contaminada e a biodiversidade não é respeitada. Além disso, possibilita uma melhor qualidade de vida na agricultura, pois pelo manejo orgânico reduz a intoxicação de trabalhadores por agrotóxicos e pesticidas.
A produção de orgânicos a nível nacional vem aumentando gradativamente, o que é exequível constatar nos dados bibliográficos, noticiários, entre outros. No entanto, ao se restringir para o estado do Tocantins, pode-se observar que esse tipo de produção, mesmo que ecologicamente correto e saudável tanto para produzir quanto para consumir, ainda esta andando a passos lentos.
De acordo com a pesquisa de campo realizada foi possível constatar que essa realidade, como também a falta de conhecimento que os cercam, seja pelo próprio desinteresse ou por ações efetivas que alcancem esse produtor rural. 
No que tange ao processo de certificação, a visão do produtor diante do mesmo ainda é ilusório, pois depende de uma situação financeira considerável, tanto para realizar uma conversão no sistema de produção para os que não produzem orgânicos, quanto para manter o sistema, onde cabe ressaltar que as vistorias realizadas pelas certificadoras são de responsabilidade do produtor em arcar financeiramente.
A distinção de produtos orgânicos ocorre com base em suas qualidades físicas, decorrentes principalmente da ausência de agrotóxicos e adubos químicos, por exemplo, não podem ser observadas facilmente no momento da compra. A distância entre consumidores e produtores e a incerteza quanto à forma pela qual os produtos orgânicos foram produzidos justifica a certificação que é, portanto, uma garantia de que produtos rotulados como orgânicos tenham de fato sido produzidos dentro dos padrões da agricultura orgânica. 
No entanto tem-se outra alternativa, a organização de controle social, que apesar de não obter a certificação, é realizado um cadastro junto ao MAPA onde o mesmo emiti uma declaração de produtor orgânico.
O produtor ainda está muito enraizado nos métodos convencionais de plantio, mas pode-se pontuar a falta de estímulo para que ocorra uma mudança nesse sistema, pois para que isso ocorra ele precisa de incentivo, tanto no que tange a orientação quanto no setor financeiro, mais principalmente tem que haver demanda, levando em consideração que a oferta de determinado produto e instigado pela procura.
Os consumidores em sua maioria, ainda não tem por hábitos alimentares a inserção dos produtos orgânicos. Mesmo com a existência de diferenças relativas à qualidade nutritiva, quando se estabelece uma comparação entre os alimentos produzidos pelos métodos orgânico e convencional, ainda com essas evidências não são suficientes para assumir, de forma definitiva, a superioridade do alimento produzido organicamente, quanto à qualidade nutritiva e aos benefícios do seu consumo para a saúde do consumidor.
Entretanto vale ressaltar alem da questão cultural, outro fator determinante para o consumidor no momento da compra, o aspecto financeiro, pois acaba por não optar por um produto que apesar de ser mais saudável é mais caro, onde nem todos tem condição para usufruir dos benefícios dos produtos orgânicos.
Diante disso, pode-se afirmar que apesar dos produtos orgânicos existirem a décadas, no estado do Tocantins ainda esta começando a se desenvolver, onde para que cresça significativamente necessita de alguns fatores se interligarem: o produtor se interessar, os órgãos responsáveis executarem ações efetivas que alcancem diretamente esses produtores e principalmente que despertem a demanda por meio dos consumidores.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Faixa etária	
Abaixo de 20 anos	20 a 40 anos	Acima de 40 anos	0	4	6	Sexo
Gênero	
Feminino	Masculino	2	8	Tem conhecimento do que é produto orgânico e seus benefícios à saúde e meio ambiente ?
Tem conhecimento do que é produto orgânico e os benefícios?	
Sim	Não	10	0	
Produz produtos orgânicos?	
Sim	Não	3	7	
Tem certificação?	
Sim	Não	1	9	
Conhece as formas de certificação?	
Sim	Não	3	7	Caso não produza orgânico, pensa em mudar do sistema convencional para o orgânico?
Caso não produza orgânico, pensa em mudar o sistema convencional para o orgânico?	
Sim	Não	Talvez	Já produz	2	3	2	3	
A demanda da população é satisfatória?	
Sim	Não	3	7	Faixa etária	
Abaixo de 20 anos	20 a 40 anos	Acima de 40 anos	9	23	18	Sexo	
Feminino	Masculino	32	18	Consome produtos orgânicos?	
Sim	Não	9	41	
Pagaria por um produto orgânico mesmo sendo superior ao convencional?	16
34
Sim	Não	19	31	Credibiliza um produto qualificado como orgânico mas que não possui certificação?	
Sim 	Não	18	32	Qual avaliação daria para o incentivo a produção e consumo de orgânico?	39
11
Ruim	Bom 	Ótimo	36	14	0

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