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Orientação vocacional a estrategia clinica

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PALAVRAS INICIAIS
· O que é a orientação vocacional? Conjunto de praticas que visam a solução de problemas vocacionais. Uma atividade do campo das ciências sociais, cuja gama de tarefas inclui o pedagógico e o psicológico, em níveis de diagnostico, investigação, prevenção e resolução de demandas vocacionais, isto é, diante de demandas de tomada de decisão e escolha profissional. 
· As modalidades citadas pelo autor:
- Modalidade estatística/atuarial
Modalidade ligada a psicotécnica, onde por meio de testes, o psicólogo avalia possíveis aptidões e interesses do cliente, e com isso indica opções que melhor convém fazer. Tem como pressupostos que 1) o jovem não tem condições de tomar uma decisão ou fazer escolha, 2) as profissões exigem determinadas aptidões que são especificas, e mais ou menos imutáveis ao longo do tempo, 3) a satisfação no estudo e no trabalho dependem do interesse que se tem neles, o interesse é especifico, mensurável e desconhecido pelo sujeito, 4) o contexto sociocultural e as profissões não mudam, de modo que o jovem tem as aptidões suficientes para a profissão que lhe convém, logo não terá obstáculos, 5) O psicólogo exerce uma função ativa, tendo como papel aconselhar o jovem e evitar que a ansiedade deste aumente, pelo contrário.
- Modalidade clínica
Modalidade mais ligada a técnicas não diretivas, onde o psicólogo irá ter um papel menos ativo, estimulando a autonomia do cliente, por meio da autopercepção e autoconhecimento, para que este tenha meios de elaborar seus conflitos interno e ansiedade, para que este possa se posicionar com mais clareza diante sua tomada de decisão. Tem como pressupostos: 1) o jovem conseguirá chegar a uma escolha caso consiga elaborar os conflitos internos e ansiedade do momento atual em relação ao futuro, 2) as profissões e carreiras requerem aptidões não exatas e não especificas, 3) o prazer no estudo e no trabalho depende do vinculo que se estabelece com eles, 4) o contexto sociocultural e as profissões mudam incessantemente, surgindo novas carreiras e profissões a todo tempo. É importante estar atento e preparado para superação do possível obstáculo, 5) O psicólogo exerce um papel não diretivo, sendo que sua tarefa é esclarecer e informar. A ansiedade não deve ser evitada, mas sim resolvida e isto dependera do jovem elaborar o motivo que lhe gera ansiedade.
· Para o autor, a psicologia clinica é uma estratégia de abordagem do objeto de estudo, que é o comportamento humano.
· estratégia clínica pode estar a serviço de se conhecer, investigar, compreender, modificar o comportamento humano
· A psicologia clinica não é um processo intuitivo, uma vez que se baseia em critérios racionais, método científico, teorias e sistemas utilizadas pelo psicólogo. 
· A psicologia clinica não é necessariamente uma pratica individual, pode ser um processo de atendimento de grupo, embora o psicólogo irá sempre avaliar a particularidade e singularidade de cada participante. Mesmo em um processo individual, há de se considerar a relação terapeuta-paciente, que por si só já se torna uma relação grupal. 
· O psicólogo clinico é aquele que é devidamente treinado para ver, pensar e atuar diante de uma demanda do comportamento humano, amparado por técnicas, recursos e embasamento científico. 
· Pressupostos: 1) o psicólogo clinico deve ter uma forte base teórica, informação e técnicas especificas para atuar no campo onde desenvolvera o seu trabalho. 2) deve haver uma relação entre o treinamento teórico e praticas para que seja aplicado de modo a promover mudanças relevantes na situação apresentada. 
CAP. 1 - O QUADRO DE REFERÊNCIA
	1875 – Huarte de San Juan escreve Examen de los ingenios – sua teoria era fundamentada na teoria biológica, onde cada pessoa nascia com determinada aptidões, e que para atingir um equilíbrio social, cada qual deveria estar no lugar certo de acordo com sua natureza, uma visão determinista onde se acreditava em condições inatas para realização de determinadas tarefas. 
Hoje atribui-se mais importância à aprendizagem do que ao congênito
Apesar disso, ainda hoje ainda há muitas pessoas que acreditam/ supõem na percepção biológica, aptidões inatas, onde algumas pessoas nascem com aptidões inatas destinada a atuar em determinada tarefa. 
1) Fale sobre qual o maior erro de acordo com o autor no que diz respeito a visão da OV contemporânea.
De acordo com o autor, o maior erro na ov contemporânea é a percepção do sujeito como um objeto de estudo, diagnostico, estudo. Alguém passivo e alheio diante do contexto em que se encontra. Para o autor uma simples mudança de olhar sobre este sujeito muda todo o sentido da OV, ao passar a ver este humano como sujeito de escolhas e capacidade de decisão. 
2) Por que se trata de uma questão ética esta visão?
Ao perceber o homem como sujeito de escolha, entendemos que capacidade de escolha lhe confere autonomia sobre seu próprio futuro e não cabe a nenhum profissional determinar o que é o melhor para este. 
3) Disserte sobre as dimensões do problema envolvendo o processo de escolha e tomada de decisão do jovem, levando em conta as diferentes ordens nas quais está inserido:
· Há três processos envolvidos na O.V.: Pessoa – Futuro – Outro
· O processo de OV expressa impactos diretos e indiretos em relação ao futuro do individuo, bem como em relação ao contexto social como um todo. 
· O processo de orientação vocacional deve levar em conta algumas dimensões que afetam direta ou indiretamente o processo de escolha profissional. É necessário uma análise do contexto pedagógico sócio-familiar de quem se atende para compreender sua situação, pois, muitas variáveis podem implicar na tomada de decisão
· O sistema de valores (pessoais e sócio-familiares)
· Sistema de gratificação social que uma determinada carreira/ trabalho possui
· Contexto e influência familiar
· Influencias de relações secundárias
· Para o adolescente o futuro não é abstrato, mas sim personificado, e ao mesmo tempo desconhecido. 
· Deve –se examinar as relações interpessoais primárias e secundárias
O papel do psicólogo 
O adolescente muitas vezes tem uma percepção simplória do que retrata a escolha profissional, focando muitas vezes apenas no fazer daquela profissão. Uma das funções do psicólogo neste momento é auxiliar para que o adolescente tenha condições de ampliar estar percepção no que diz respeito ao impacto que esta escolha implicará no seu contexto de vida geral. Isto é, ter uma profissão implica diretamente no estilo de vida, poder aquisitivo, ciclo social, rotina diária, em todo o contexto de vida desta pessoa. 
A pessoa é senão o que procura ser
· O jovem quando procura a ov esta preocupado consigo em relação ao seu futuro. De modo, que ao estabelecer esta relação, envolver 3 fatores: pessoa, futuro, outro. 
· O impacto que o processo de ov tem na vida do individuo, repercute de uma forma socialmente mais ampla.
· Contexto social é definido basicamente, pelo autor, como cinco ordens principais, sendo: religiosa, política, militar, familiar e de produção, sendo que a OV torna-se relevante nas ordens familiar e produção.
· A pessoa recorre ao OV, pois encontra-se em um momento de construção de sua própria autonomia, se desvincula do núcleo familiar onde tem um papel periférico ou coadjuvante, para assumir e constituir uma posição central em outro sistema familiar. 
· Quanto a ordem educacional, o jovem recorre a OV, pois se preocupa com a escolha de seus estudos futuros.
As dimensões do problema
· O campo da orientação vocacional é influenciado e até determinado pelo sistema de valores sociais, bem como o sistema de gratificação, onde algumas ocupações podem ser mais valorizadas, remuneradas.
· Em uma sociedade alienada, dificilmente o jovem conseguirá conseguir trabalhar com algo que considera um “hobby” e ser ao mesmo tempo bem remunerado e valorizado. Com isso, podemos concluir que um modelo de orientação vocacional deve incluir as variáveis sociológicas, econômicas e históricas. 
· A educação acaba
sendo um meio para aderir a um papel ocupacional adulto. 
· Comumente se vê que há uma dissociação entre o que se deseja/ estuda para atuar e com o que se exerce. Questão que envolve tanto o contexto escolar, social, universitário e familiar.
· Deste modo, pode-se concluir que em um processo de orientação vocacional, deve-se levar em conta uma análise pedagógica e sócio-familiar do caso, para se compreender a realidade de quem esta no momento de escolha, visto que apenas a perspectiva psicológica não seria o suficiente. 
· Deve-se analisar a relação com o outro, as relações primárias e secundárias, uma vez que o jovem personifica a ocupação com base em sua percepção sobre um alguém que também exerce tal ocupação, o que este possui, sua influência, estilo de vida etc . 
O que fazer, quem ser
· Na visão do jovem definir o futuro não é somente definir o que fazer, mas também quem ser e não ser. O papel do psicólogo implica desvendar e auxiliar para uma percepção mais ampla da realidade, esclarecendo as implicações desta escolha.
· Cabe ao psicólogo identificar os vínculos passados, concentrar-se nos atuais e atuar sobre os potenciais. 
A pessoa que escolhe
· Vocação não é algo predeterminado ou destino que se deve descobrir, mas sim resultado de um processo de elaboração de conflitos surgidos durante a adolescência, que afetam diretamente, entre outras áreas da vida, estudo e trabalho, áreas estas fundamentais para a vida adulta. Quando este ajustamento se da no nível psicológico, dizemos que o sujeito alcançou a identidade ocupacional. 
· Ocupação não é algo definido a partir de dentro e nem de fora, mas sim a interação. 
· Uma escolha baseada em identificação, não é necessariamente uma má escolha, contato que esta seja realizada com autonomia dos motivos originais que deram lugar a identificação com a pessoa que desempenha o papel ocupacional almejado.
· Identidade ocupacional deve ser entendido como a continua interação entre os fatores internos e externos à pessoa. 
· Identidade ocupacional também se relaciona com o esquema corporal, pois toda profissão há relação com objetos que pertencem a um espaço distinto de nós, mas com os quais nos relacionamos a partir de nós (gestos, atitudes, movimento)
· O ideal de ego em termos ocupacionais, se estabelece em termos de relações, carregadas afetivamente, com pessoas que desempenham papéis ocupacionais. 
· A família constitui um grupo de participação fundamental , por isso, os valores desse grupo constitui a base significativa na orientação do adolescente, quer atue como um grupo positivo de referencia, ou negativo.
· Outro aspecto fundamental é a satisfação ou insatisfação que estas pessoas do grupo familiar expressam em relação sua vida profissional. 
· A identificação se estabelece com o grupo como um todo, seu status e papel dentro do mesmo, as pessoas que constituem, seus sistemas de valores
A crise de identidade na adolescência 
· Entende-se por crise a desestruturação e reestruturação da personalidade
· O papel mais importante do orientador é atuar como um moderador da crise do adolescente e não contribuir para a urgência que o cliente tem em supera-la e que se espera do profissional.
· A estrutura da personalidade se definirá a partir da interação dos três parâmetros tempo-espaço-outro, estes por sua vez se realizam somente se o conhecimento o permitir e se o exercício das funções egóicas é adequado:
1. Adaptação à realidade
2. Interpretação da realidade
3. Sentido da realidade
4. Defesas 
5. Relações com o objeto
6. Funções autônomas
7. Catetização do mundo exterior
· Identidade ocupacional se relaciona com o desenvolvimento da identidade. A identidade é gerada sobre três pontos: grupos, processos de identificação e esquema corporal (o sentimento de quem se é e quem não é, de quem quer ser e não quer ser, quem crê que deva ser e quem não deva, de quem pode ser e quem não pode, quem se permite ser e não se permite)
· Certamente a identidade não emergirá ao final do processo de ov
· Se existe confusão, existe confusão nas identificações projetivas com os outros
· A identidade negativa é uma interferência na conquista da id ocupacional, é a identificação com os aspectos recusados pelo grupo familiar, chama-se id negativo pois é o oposto do que o grupo familiar espera que o adolescente seja. 
Desenvolvimento da identidade ocupacional
· 5 etapas de vinculação do individuo com as ocupações:
1) Crescimento: a vocação está determinada pela fantasia, que expressa as necessidades das crianças (até media adolescência, passando pelas necessidades, gostos e capacidades)
2) Exploração: que compreende a)tentativa (exercida sobre a base da fantasia); b) transição (onde há uma maior consideração da realidade – necessidade, gostos, interesses,); c) Ensaio (localiza uma área da realidade e escolhe –a como própria e se relaciona diretamente com ela)
3) Estabelecimento: escolha realista 
O Explorador
· O momento em que o adolescente busca a ov é o momento da exploração, de modo q ao termino do processo nunca termina com plena consolidação de uma identidade profissional. Isto ocorrerá anos depois. 
· 4 tipos de situações possíveis:
· Predilemáticas: o adolescente que não se da conta que precisa explorar, muitos imaturos, normalmente estabelecem relação filio-paterna com o psicólogo, normalmente são trazidos a orientação e não sabem pq vieram. Os conflitos são ambíguos, há confusão entre ego e não-ego
· Dilemáticas: o jovem percebe que é um momento que precisa fazer uma escolha, ou percebe que é um momento importante no qual deve fazer algo. Pode ver-se invadido de ansiedade e urgência. Conflitos ambíguos e ambivalentes, não há clara distinção entre parte e todo (carreira=matéria; matéria=professores, professores=pais)
· Problemáticas: o adolescente realmente parece preocupado, ansiedade moderada, podendo ser persecutória ou depressiva. Conflitos bivalentes, há mais discriminação do que confusão, porem não há integração, as posições que formulam são dicotômicas (gostaria de tal coisa, mas a outra que da dinheiro, tal coisa agrada meus pais, mas a outra me agrada)
· De resolução: conflitos ambivalentes e combivalentes*, já se elaborou o odeio em relação ao objeto que se abandona, pois já elaborou a separação do projeto anterior que se deixou de lado, elaboração de lutos.
Vocação. Identidade vocacional. Identidade ocupacional
· A vocação para o autor não é algo inato, mas sim algo construído ao longo do tempo, experiência, vivência 
· Uma pessoa adquire uma identidade ocupacional, quando integra suas diferentes identificações e sabe o que quer fazer, de que modo e em que contexto. Quando, a maneira de quem, com o que, como, onde
· A identidade vocacional refere-se: para que e o por que da assunção a essa identidade ocupacional 
Vocação e reparação
Escolha e luto
· Quem escolhe, não esta escolhendo apenas uma carreira, mas sim com o que trabalhar, para q faze-lo, pensando num sentido para a sua vida.
· A escolha supõe um processo de luto, uma vez que ao escolher o individuo esta fixando quem deixa de ser, deixando de ser adolescente, deixando de ser outro profissional
· Os lutos se realizam principalmente em quatro situações:
a) Luto pela escolha secundaria
b) Luto pelo paraíso perdido da infância
c) Luto pela imagem ideal dos pais
d) Pelas fantasias onipotentes

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