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1 
 
 
 
 
OS SETE PRINCÍPIOS DA ABA- 
ANÁLISE DIAGNÓSTICA 
2 
 
 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de 
empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de 
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como 
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a 
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua 
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, 
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o 
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
Sumário 
 
NOSSA HISTÓRIA ........................................................................................... 2 
SUMÁRIO……………………………………………………………………………3 
INTRODUÇÃO…………………………………………………………………………4 
ABA: O Tratamento baseado em evidência científica.........................................6 
ABA: Definição.....................................................................................................7 
A ANÁLISE DO COMPORTAMENTO.................................................................9 
CONTRIBUIÇÃO EM TERMOS PROPOSTOS SISTEMATIZADAS DE ENSINO 
FUNDAMENTADAS NA ANÁLISE DO COMPORTAMENTO...........................14 
CARACTERÍSTICAS DA ABA..........................................................................16 
ABA: Uma intervenção comportamental eficaz em casos de autismo..............21 
BIBLIOGRAFIA..................................................................................................31 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
 A Análise do Comportamento Aplicada se popularizou na clínica como 
Terapia ABA (ABA Therapy), mas cientificamente, seria mais correto falar 
intervenções em ABA. Inúmeras são as pesquisas que dão suporte a 
intervenções em ABA, por isso, ela vem sendo largamente empregada, 
especialmente no tratamento de pessoas com Transtorno do Espectro Autista 
(TEA). 
 Esse tipo de intervenção é realizado de forma estruturada, focando nos 
comportamentos alvo de intervenção, o que em sua maioria abarca 
comportamentos ligados à linguagem e comportamentos inadequados. Sendo 
assim, todo trabalho é feito de forma individualizada e intensiva. 
 É importante entendermos que uma intervenção em ABA começa por 
uma avaliação das habilidades atual da criança. Ou seja, as intervenções são 
planejadas e programadas a partir de uma avaliação do repertório individual de 
cada criança! Os programas de intervenção não devem ser aplicados de forma 
indiscriminada, sem avaliação. O analista do comportamento trabalha com 
comportamentos que devem ser fortalecidos ou enfraquecidos no repertório do 
indivíduo para que ele possa ter um bom nível de adaptação social e autonomia. 
 Por exemplo, numa situação na qual uma criança bate em outra, o mais 
importante é buscar fazer uma avaliação funcional do que está acontecendo, 
com perguntas do tipo: em quais situações isso ocorre quem são as crianças as 
quais ela bate, qual a reação das crianças e dos adultos que estão naquele 
ambiente, em qual horário isso ocorre, ela é retirada de algum ambiente quando 
faz isso, ela tem acesso a algum brinquedo após bater na outra, enfim, uma 
série de variáveis deve ser avaliada. 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
 
 As avaliações em ABA nunca terminam, elas devem ser realizadas 
frequentemente e servem de parâmetro para avaliar as intervenções. As 
avaliações são linhas de base para os inícios de programas, mas também 
servem para avaliar a eficácia do programa escolhido e ajuda no processo de 
escolha e mudança dos procedimentos em ABA. 
 
 
 
 
Figura 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
 
ABA O Tratamento baseado em Evidência Científica 
 
 A Análise do Comportamento Aplicada (ABA) é, sem dúvida, a 
abordagem clínica que tem se tornado mais popular entre aquelas indicadas para 
indivíduos com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Isso se deve a alguns 
motivos, entre eles, o fato de possibilitar aos pais e cuidadores a clara visibilidade 
de resultados na mudança de comportamentos de seus filhos que passam por 
uma intervenção consistente. Entretanto, o que se deve sempre destacar é que 
a ABA é o tratamento baseado em evidências científicas. Desde a 
década de 60 pesquisadores nos Estados Unidos têm se preocupado em validar 
práticas baseadas em evidência na medicina. Para isso, em 1992 foi criado o 
manual denominado Evidence-based medicine ou Medicina baseada em 
evidência (EBM), uma ferramenta que tem o objetivo de guiar de forma mais 
precisa a decisão de profissionais da saúde na indicação de tratamentos que 
possam, de forma mais eficaz, promover a saúde do paciente ao integrar as 
melhores evidências científicas disponíveis. 
 Em seguida, a mesma linha de raciocínio foi seguida por diversas outras 
áreas como fonoaudiologia, educação e psicologia constituindo o manual 
Evidence-based practice ou Práticas baseadas em evidência (EBP). 
 
 
 
Figura 2 
http://www.grupoconduzir.com.br/aba/
http://www.grupoconduzir.com.br/aba/
http://www.grupoconduzir.com.br/aba/
7 
 
 
 
ABA: Definição 
 Ao longo de mais de 50 anos de pesquisas científicas, controladas e 
confiáveis, foram descobertos diversos princípios básicos que influenciam o 
comportamento humano. Por exemplo, foi descoberto que diferentes tipos de 
consequências aumentam ou diminuem a probabilidade de comportamentos 
ocorrerem no futuro. Também foi descoberto que diferentes tipos de condições 
antecedentes, motivadoras ou não, aumentam ou diminuem as chances de 
determinados comportamentos ocorrerem. 
 A partir desses e de outros princípios, que serão explicados de forma 
intuitiva posteriormente, uma série de tecnologias foram elaboradas para 
desenvolver repertórios comportamentais saudáveis e eficazes nas mais 
diversas populações. A Análise do Comportamento Aplicada, ou ABA, pode 
ocorrer com diversas populações e em diversos contextos! Onde houver 
comportamento humano, ali pode haver ABA. 
 A ABA não é um método ou pacote de intervenções fechado, ela é uma 
área de investigação e aplicação dinâmica que evolui na medida em que novos 
princípios comportamentais são descobertos por meio de pesquisas científicas 
da Análise do Comportamento. Um dos principais processos comportamentais 
estudados pela Análise do Comportamento, como um todo, é a aprendizagem. 
O conceito de aprendizagem também será abordado de forma intuitiva 
posteriormente. 
 Quando falamos de autismo, estamos diante de um diagnóstico baseado 
em déficits e excessos comportamentais, por exemplo, ausência de 
comunicação. Quando falamos de déficits e excessos comportamentais, nós 
pensamos em formas de desenvolver tais déficits e diminuir tais excessos. 
 
 
 
http://localhost:8888/autismo
http://localhost:8888/autismo
http://localhost:8888/autismo
8 
 
 
 
 Acontece que anos de pesquisa sobre os princípios envolvidos na 
aprendizagemde novos comportamentos coloca a ABA em uma posição 
privilegiada para desenvolver estratégias de ensino eficazes até para os casos 
mais desafiadores. 
 A Análise do Comportamento Aplicada é uma ciência que propõem 
técnicas para avaliar, explicar e modicar comportamentos (SKINNER, 1953). 
Segundo Skinner, o comportamento é influenciado pelos estímulos ambientais 
que o antecedem, e são aprendidos em função de suas consequências. 
Considerando que esses princípios governam os comportamentos dos seres 
humanos, estes são entendidos como passíveis de predição (SKINNER, 1978). 
Portanto, ABA investiga as variáveis que afetam o comportamento humano, 
sendo capaz de mudá-los através da modificação de seus antecedentes e suas 
consequências (SUGAI, LEWIS-PALMER; HAGANBURKE, 2000). 
 Para estes propósitos, ABA usa estratégias experimentais e sistemáticas 
de observação e mensuração dos comportamentos (MAYER et al., 2012). No 
atendimento ao Transtorno do Espectro Autista e desenvolvimento atípico, ao 
medir comportamentos observáveis, ABA assume uma abordagem com 
intervenções consistentes, com comprovada eficácia em procedimentos 
utilizados nas intervenções que objetivam reduzir comportamentos inadequados 
e aumentar a emissão de comportamentos que são importantes para os 
indivíduos e para a sociedade (BAER, WOLF, RISLEY, 1968). Definido esse 
termo (ABA) e o impacto que o tratamento com Autismo alcançou na área 
aplicada dessa ciência (gerando associações incorretas), faz-se necessário 
entender porque ABA não pode ser reduzida a um método, uma técnica ou um 
protocolo. Um ponto crucial nesse esclarecimento é definir o que é aplicar 
conceitos e procedimentos derivados de uma ciência experimental; para tanto, 
vamos definir o termo Aplicada. Três autores, com grande impacto na Análise do 
Comportamento (Baer, Wolf, & Risley, 1968), em um artigo seminal relativo à 
ABA definiram algumas dimensões que deveriam nortear a prática do analista do 
comportamento. Segundo os autores, a ´Aplicação´ ao ser caracterizada pela 
cientificidade se contrapõe a uma prática baseada apenas na ´prestação de 
serviços´; na ´prestação de serviços´, o profissional precisa resolver questões 
9 
 
 
 
práticas do seu cliente e utiliza conceitos e procedimentos já testados 
cientificamente para intervir, assim sendo, está sob controle das demandas do 
seu cliente. 
 Em contraponto, uma ´Aplicação´ precisa ao mesmo tempo, intervir num 
problema concreto e contribuir para a construção do conhecimento científico 
dentro de uma ciência. Portanto, o analista do comportamento fica sob controle 
do cliente no tratamento e, paralelamente, da produção de ciência no seu fazer 
acadêmico. Um fazer científico em Análise do Comportamento interessa-se por 
manipulação e controle de variáveis, e está comprometido com a continuidade 
da produção de conhecimento dentro de uma linha de pesquisa. Além disso, Baer 
e col (1968) discutem que, para garantir a cientificidade e a qualidade da ABA, 
os analistas do comportamento deveriam nortear-se por sete dimensões de 
ciência aplicada. Utilizando a terminologia dos próprios autores, ela deve ser 
Aplicada (ou utilizada) para atender às necessidades do indivíduo e da 
sociedade, ou seja, o comportamento a ser estudado deve ser aquele 
socialmente relevante. A intervenção deve ser Conceitual no sentido de seguir 
os princípios e a filosofia do Behaviorismo Radical, ou seja, deve estudar o 
comportamento como produto de eventos ambientais (dentro e fora da pele) e 
propor procedimentos embasados nesse escopo teórico; os comportamentos em 
estudo devem ser identificados e medidos com precisão e confiabilidade, antes, 
durante e após a introdução dos procedimentos comportamentais, só assim 
atinge-se a dimensão de uma intervenção Comportamental. A intervenção deve 
ser, ainda, Analítica demonstrando que a mudança comportamental foi produto 
dos procedimentos e programas comportamentais e não produto de outras 
variáveis espúrias (não controladas). Obviamente, como todos que optam pela 
ABA buscam, a intervenção tem que ser Efetiva (ela deve melhorar as condições 
comportamentais do indivíduo em questão) e produzir mudanças Generalizadas, 
ou seja, que os novos padrões comportamentais sejam mantidos no tempo, 
apareçam em diferentes ambientes ou contextos e que novos comportamentos 
relacionados sejam desenvolvidos sem uma intervenção direta. Por fim a ABA 
tem que ser Tecnológica, uma vez que os procedimentos provindos do escopo 
teórico da análise do comportamento devem ser bem descritos e definidos, de 
modo que nossos pares possam utilizá-los de maneira fidedigna. Esclarecendo 
10 
 
 
 
todas as dimensões que a ABA precisa preservar, vale agora destacar que o 
analista do comportamento, ao intervir e fazer ciência Aplicada com Autismo 
deve procurar ser fiel à definição de comportamento em toda sua complexidade. 
Skinner definiu o comportamento como a relação entre eventos antecedentes 
(1), as próprias ações dos indivíduos 
(2) e os eventos conseqüente 
(3); essa contingência . No linguajar técnico essas ações devem ser 
denominadas de respostas. de três termos é a nossa unidade mínima de análise 
de qualquer comportamento. O comportamento, assim definido, foi denominado 
de comportamento operante ; operante no sentido de que a resposta do indivíduo 
opera no ambiente e este, por sua vez, retroage sobre as mesmas respostas. No 
comportamento operante, a ênfase é dada às conseqüências do comportamento, 
que podem alterar a probabilidade futura de ocorrência do mesmo. Para 
entendermos o porquê de qualquer comportamento (incluindo das pessoas com 
Autismo), temos que olhar para os eventos que precedem a resposta, bem como 
para os eventos que a sucedem. A essa análise minuciosa (antecedentes e 
conseqüentes de uma dada resposta), denominamos Análise Funcional, e com 
ela identificamos a função de um determinado comportamento, ou seja, o que 
mantém este comportamento. Diante de um problema como o Autismo, o analista 
do comportamento precisa analisar funcionalmente os comportamentos-alvos e 
atuar em duas grandes frentes: 
1) ampliação e aquisição de comportamentos deficitários ou inexistentes no 
repertório (em diferentes áreas: verbal, acadêmica e pré-acadêmica, social, de 
brincar, profissional, de atividade física, artística) e 
2) diminuição de comportamentos em excesso e que são inadaptativos (restrição 
de interesses e motivação, comportamentos auto-estimulatórios - como as 
estereotipias motoras e vocais, birras, comportamentos agressivos em relação 
ao outro e a si mesmo). Essas duas frentes devem caminhar em conjunto, 
concomitantemente. E, o objetivo último e maior delas é a generalização, ou seja, 
a construção de um repertório comportamental que se sustente em diferentes 
ambientes, com diferentes pessoas, gerando uma inclusão social, escolar e 
profissional para o autista. Muitos passos devem compor uma Análise Aplicada 
do Comportamento com Autismo respeitando as sete dimensões da aplicação6 
11 
 
 
 
, mas independente de definir esses passos, nosso grande objetivo inicial desse 
artigo é atingido quando salientamos que a Análise do Comportamento (seja 
Aplicada – ABA - ou Experimental) nos coloca diante de um novo paradigma 
sobre o comportamento humano, o qual nos possibilita uma mudança efetiva das 
relações, e tem, por isso transformado a vida de muitas famílias que enfrentam 
a questão do Autismo. 
 
A Análise do Comportamento 
 
 Análise do Comportamento é uma abordagem em psicologia, produto do 
intercruzamento do Behaviorismo Radical (pressupostos teóricos, filosóficos e 
históricos), da Análise Experimental do Comportamento (método de investigação 
científica do comportamento - dados empíricos) e da Análise Aplicada do 
Comportamento (criação e administração de recursos de intervençãosocial) 
(TOURINHO, 1999). 
 Essa abordagem estuda o comportamento, entendido como relação entre 
classes de estímulos (público e privado, histórico e imediato, social e não social) 
e classes de respostas de um organismo biologicamente constituído, ambas 
definidas por suas funções (CARVALHO NETO; ALVES; BAPTISTA, 2007). O 
comportamento é um processo (muda ao longo do tempo). Comportamentos 
apresentados em diferentes momentos podem ser similares em termos de forma 
e função. Contudo, não são iguais. 
12 
 
 
 
 
Figura 3 
 
 O termo classe enfatiza justamente essa característica do 
comportamento. O que pode ser dito é que uma variedade de estímulos (uma 
classe) possui determinada função em relação a um conjunto de respostas. O 
termo resposta é utilizado para destacar um dos componentes da relação 
comportamental; diz respeito a uma determinada ação do organismo num 
determinado momento. Portanto, é menos abrangente que o termo 
comportamento. 
 Os analistas do comportamento estudam basicamente dois tipos de 
relações comportamentais: respondentes e operantes. Embora o estudo do 
comportamento respondente seja importante em muitos aspectos teóricos e 
práticos, existe uma ênfase no estudo dos operantes por sua relação direta com 
grande parte dos comportamentos complexos que exibimos cotidianamente. O 
comportamento operante pode ser explicado funcionalmente e estudado em 
termos de eventos antecedentes, respostas do indivíduo e eventos 
consequentes (TODOROV, 2007). 
13 
 
 
 
 
 
Figura 4 
 
 
 Uma relação reflexa, por seu turno, é estudada em termos de eventos 
antecedentes e respostas eliciadas por esses eventos antecedentes. Em poucas 
palavras, os analistas estudam relações organismo-ambiente, denominados 
comportamento. 
 O comportamento é entendido como evento natural e multideterminado 
em três níveis de variação e seleção: (a) filogenético, (b) ontogenético e (c) 
cultural. Desse ponto de vista, o comportamento não é tomado como produto de 
um agente iniciador e/ou de uma mente não física (SKINNER, 1998 [1953]; 1999 
[1974]). 
 Os analistas do comportamento identificaram diversas regularidades no 
comportamento. A descrição dessas regularidades deu origem a um conjunto de 
princípios básicos de aprendizagem bastante útil no estudo e compreensão dos 
comportamentos humanos. Um desses princípios descreve que a consequência 
14 
 
 
 
produzida por uma resposta pode ter, basicamente, dois efeitos sobre essa 
resposta: (a) fortalecimento ou (b) enfraquecimento. O efeito de fortalecimento 
implica que uma dada resposta tem a sua probabilidade futura de ocorrência 
aumentada. 
 
Figura 5 
 Já o efeito de enfraquecimento implica que a resposta terá menor 
probabilidade de ocorrer novamente no futuro. As consequências que fortalecem 
uma resposta são chamadas de reforçadoras. Aquelas que a enfraquecem 
podem ser denominadas de punitivas. 
 No que diz respeito à produção de conhecimento novo, nota-se o 
emprego frequente em Análise do Comportamento de pesquisas experimentais 
ou quase experimentais, com sujeitos humanos e não humanos e, geralmente, o 
uso da taxa e da frequência de respostas como medidas dos efeitos da 
manipulação de variáveis independentes, que podem ser eventos antecedentes 
ou consequentes. A descrição das relações organismo-ambiente constitui o 
objetivo fundamental da análise comportamental, possibilitando a compreensão 
de por que "fazemos o que fazemos" nas circunstâncias em que o fazemos. 
 Segundo Skinner (1998 [1953]), a Análise do Comportamento tem o papel 
de gerar conhecimento que nos capacite a lidar com o comportamento (seja ele 
15 
 
 
 
de humanos ou não humanos) de modo mais eficiente. No jargão técnico dos 
analistas do comportamento, isso pode ser descrito como o compromisso da 
ciência comportamental com a previsão e o controle do comportamento. Falar 
em previsão e controle do comportamento parece ser algo que coloca em risco 
ou nega a liberdade e criatividade humana; e sugere que o homem é uma 
máquina, que o comportamento humano é simples e não complexo linear e não 
mutável. 
 
Figura 6 
 
 Pensar assim é um equívoco. Ao contrário do que se acredita, previsão e 
controle podem gerar liberdade. Quando se diz que é possível prever um 
comportamento, não significa propriamente dizer qual será o futuro da pessoa, 
mas da probabilidade de se produzir um tipo de interação. Quanto mais 
soubermos quais e como as variáveis afetam nosso comportamento, maior será 
a nossa "liberdade" de mudar nossos caminhos e alterar o nosso futuro 
(SKINNER, 1998 [1953], 1999 [1974]). 
 Ao se analisar a história da Psicologia, nota-se que a Análise do 
Comportamento foi inovadora em termos de sua proposta naturalista, contextua 
lista e pragmática de estudo do comportamento, e de sua definição de psicologia 
como ciência do comportamento. A abordagem inovou também ao propor o 
modelo de seleção do comportamento pelas consequências, no emprego dos 
delineamentos experimentais de sujeito único e foi uma das responsáveis por 
16 
 
 
 
denunciar a frequente ocorrência de explicações tautológicas em psicologia 
(LUNA, 2000). 
 
 
Figura 7 
 
 
Contribuições em Termos de Propostas Sistematizadas de 
Ensino Fundamentadas na Análise do 
Comportamento 
 
 As primeiras propostas comportamentais voltadas ao ensino surgiram 
nos anos 1950 a partir do trabalho de Skinner (1953) que discutiu o uso de 
princípios comportamentais na sala de aula. Inicialmente, esse autor identificou 
uma série de problemas na educação norte-americana de seu tempo. Esses 
problemas são também frequentes no Brasil. Dois exemplos são: 
17 
 
 
 
(a) professores raramente utilizam reforço positivo em sala de aula ou 
utilizamno de forma não planejada e/ou não consistente (o reforço vem 
atrasado ou é incerto); 
(b) não há ênfase na modelagem de respostas, de modo que os 
comportamentos-objetivo demoram a ocorrer. 
Em resposta à sua avaliação sobre os problemas educacionais, diversos 
métodos de ensino foram concebidos. Exemplos historicamente importantes 
foram publicados em: Lindsley (1992) - precision teaching [ensino preciso]; 
Skinner (1972 [1968]) - ensino programado; Keller (1972 [1968]) - sistema 
personalizado de instrução - PSI -; Engelmann e Carnine (1982) - direct 
instruction [instrução direta]; Saville, Lambert e Robertson (2011) interteaching 
[interinstrução]. 
 
 
Figura 8: Skinner 
 A despeito de suas diferenças, todas essas propostas têm em comum: 
(a) o emprego de reforço positivo para produzir os comportamentos esperados 
em substituição ao uso de controle aversivo; 
18 
 
 
 
(b) focalizam no domínio completo do material pelos estudantes como critérios 
para avançar para o próximo módulo ou unidade de ensino; 
(c) o desempenho do aluno é avaliado frequentemente; e 
(d) a apresentação do material vai do simples para o complexo. 
 
 Características da ABA 
 
 Becker e Engelmann (1978) apresentam com detalhes um conjunto de 
princípios para orientar o trabalho de planejar, selecionar e sequenciar tarefas 
para instrução básica. O objetivo do formato de programas instrucionais proposto 
por esses autores é ensinar habilidades que possam ocorrer em muitas situações 
apropriadas e não apenas naquelas explicitamente utilizadas no processo de 
instrução. Basicamente, este é um dos objetivos centrais da educação, isto é, 
que os comportamentos aprendidos nos contextos de sala de aula e nas tarefas 
propostas possam se generalizar para contextos fora da sala de aula e para 
outras tarefas. 
 
Figura 919 
 
 
 
 Portanto, o que se espera é ensinar "casos gerais": conjuntos de 
situações com propriedades comuns entre si (e dessemelhantes em relação a 
outros conjuntos) diante das quais certos tipos de responder são apropriados 
e/ou conjuntos de respostas com funções comuns, ou seja, que podem 
igualmente produzir certos tipos de consequência. 
 
 
Figura 10 
 
 Outro exemplo é o trabalho de Keller (1972 [1968]) no desenvolvimento 
do seu PSI, que tem como principais características: 
1. Conteúdo da disciplina ou do curso organizado em pequenas partes, cada 
uma delas constituindo unidades de ensino. 
2. Requisito de perfeição em cada unidade para que o aluno possa 
prosseguir, ou seja, o aluno só poderá avançar quando demonstrar domínio 
completo da unidade precedente. 
 
3. Unidades mais avançadas englobam o que foi ensinado em unidades 
anteriores. 
20 
 
 
 
4. Uso de diversas avaliações ao longo da disciplina, que servem para 
certificar que o aluno dominou uma unidade e para informar ao professor e sua 
equipe se a programação de ensino em vigor está sendo eficaz. 
5. Ritmo individualizado, permitindo ao aluno prosseguir com velo cidade 
adequada à sua habilidade e à sua disponibilidade de tempo. 
6. Feedback imediato em relação à produção do aluno e às suas 
avaliações/testes. 
7. Uso de palestras e demonstrações como veículo de motivação, ao invés 
de fonte primordial de informação. 
 Ênfase dada à palavra escrita nas comunicações entre professores e 
alunos. Uso de monitores, permitindo repetição de testes, avaliação imediata, 
tutela inevitável, e acentuada ênfase no aspecto social do processo educacional. 
Todos esses métodos têm o potencial de superar propostas tradicionais de 
ensino justamente por sua ênfase em aspectos cruciais do ensino. Infelizmente, 
esses métodos não foram incorporados e são pouco empregados em escolas, 
cursos de graduação e programas de pós-graduação. De acordo com Saville, 
Lambert e Robertson (2011), isso acontece por diversas razões, como 
resistência a mudanças, sobretudo porque as propostas educacionais 
comportamentais consomem mais tempo e esforço do professor, que geralmente 
está sobrecarregado com diversas cobranças e desafios. 
 É possível também que os docentes se sintam ameaçados de perder o 
controle do que deverá ser ensinado, pois, nas propostas comportamentais é 
enfatizado que o desempenho do aluno constitui informação crítica sobre a 
efetividade do planejamento de ensino elaborado pelo professor. Além disso, 
ainda é comum que exista incompreensão ou preconceito em relação aos 
princípios comportamentais ou à filosofia em que estão fundamentados. 
 
21 
 
 
 
 
 
 Os autores propõem o interteaching como uma forma de ensino que, por 
sua flexibilidade e facilidade de implementação, tornaria mais simples o processo 
de mudança de práticas tradicionais de ensino para a proposta comportamental. 
O interteaching tenta manter aspectos-chave das propostas educacionais 
comportamentais: 
(a) uso do controle positivo no lugar do aversivo; 
(b) conteúdo vai do simples ao complexo; 
(c) foco no domínio completo do material pelos estudantes; e (d) avaliação 
frequente do desempenho do aluno. 
 Para superar as resistências já indicadas, propõem: 
(a) estudo de cada tópico antes da aula com ajuda de um guia de atividades; (b) 
realização de conferências de esclarecimento pelo professor ao início de cada 
aula (com 30 minutos de duração); 
(c) discussão dos guias de atividades em duplas com supervisão do professor; 
(d) testes, pelo menos, cinco vezes por semestre. 
Figura 11 
22 
 
 
 
 
 Por ser um método novo, mais pesquisas são necessárias para atestar 
sua eficiência e mais tempo para que se possa julgar se será capaz de conquistar 
o interesse dos professores. 
ABA: Uma intervenção comportamental eficaz em 
casos de autismo 
 O autismo é um transtorno do desenvolvimento com diversas 
manifestações classificadas de forma leve, moderada e grave e também 
chamado de transtorno do espectro autista (TEA). Os sinais mais característicos 
do TEA são a falta de interação social, dificuldade da comunicação e expressão 
e comportamentos estereotipados e repetitivos. Diversos estudos voltados a 
crianças que apresentavam dificuldade de relacionamento foram desenvolvidos 
e analisando as consequências de dificuldade de aprendizagem e interação 
social, foi possível desenvolver vários métodos para adequar o comportamento 
do autista em relação ao ambiente de convívio e para possibilitar o 
desenvolvimento de outras habilidades, como sua participação no ambiente 
escolar. 
 Um desses métodos é a Analise Comportamental Aplicada (ABA) que 
está relacionada com reforça mento positiva por meio de métodos ligada a 
ensinar as crianças a mudarem seus comportamentos típicos e aproxima-los de 
comportamentos tidos como típicos. Diante de vários estudos constatou-se que 
para o desenvolvimento aconteça é de suma importância que o profissional tenha 
domínio e métodos adequados para trabalhar com crianças autistas, estabelecer 
um vinculo afetivo e transmitir uma segurança adequada á individuo com TEA. 
 O autismo é uma palavra grega (autos), no qual seu significado por si só, 
é usada dentro da psiquiatria para nomear comportamentos humanos que se 
centralizam em si mesmo. Atualmente é chamada de transtorno do espectro 
autista, ou seja, uma ‘’síndrome comportamental com etiologias múltiplas e curso 
de um distúrbio de desenvolvimento’’(GILLBERG,1990). As manifestações 
23 
 
 
 
podem ocorrer de forma leve onde apresenta um déficit de expressão visual e 
dificuldade de interação podem também apresentar de forma moderada que 
ocasionará tanto na dificuldade de interação social como no intelecto, a forma 
grave é vista em alguns casos com problemas na comunicação verbal e não 
verbal, na dificuldade de locomoção e um retardo mental. 
 
 Outra manifestação é a síndrome de aspergir em que a pessoa encontra 
grande habilidade em algo especifico e uma grande dificuldade socialização. A 
principal dificuldade de uma criança com TEA é seus comportamentos, e tentar 
reverte-los de não típicos para os mais próximos de típicos. (BANDIM,2011; 
SILVIA 2012; PAIVA, 2012; ORRÚ, 2012). Diante disso os profissionais tem a 
necessidade de compreender métodos para melhor desenvolvimento essa 
habilidade e assim poder trabalhar outras evoluções com essas crianças. Um 
desses métodos é a ABA (Analise Comportamental Aplicada). 
 A ABA tem como principio fundamentais as consequências favoráveis ou 
positivas, no qual o objetivo consiste com base nesse comportamento positivo 
estimular de forma natural o seu desenvolvimento. (BANDIM,2011). O modelo de 
comportamento está associado com uma abordagem da psicologia usada para 
compreender os comportamentos atípicos, suas funções são explicar, analisar e 
observar a associação entre o ambiente, comportamento humano e a 
aprendizagem. 
 Utiliza-se esse método de forma não arbitraria, mas como forma 
prazerosa para conseguir algo que se deseja, portanto será de suma importância 
que o profissional esteja apto a desenvolver e aplicar esse método eficaz com 
crianças diagnosticadas com transtorno global do desenvolvimento (RIBEIRO, 
2010; FAGGIANI, 2010; LEAR, 2004). 
 O autismo é uma condição crônica, caracterizado pela presença de 
importantes prejuízos em áreas do desenvolvimento, por esta razão o tratamento 
deve ser contínuo e envolver uma equipe multidisciplinar (Schwartzman, 2003). 
24 
 
 
 
 A eficácia de um tratamento depende da experiência e do conhecimento 
dos profissionais sobre o autismo e, principalmente,de sua habilidade de 
trabalhar em equipe e com a família (Bosa, 2006). 
 
 Existem vários tipos de tratamento que podem ser usados para ajudar 
uma criança com autismo. Independente da linha escolhida, a maioria dos 
especialistas ressalta que: o tratamento deve começar o mais cedo possível; as 
terapias devem ser adaptadas às necessidades específicas de cada criança e a 
eficácia do tratamento deve ser medida com os avanços da criança. 
 
 
Figura 12 
 
 
 Sabe-se que uma boa intervenção consegue reduzir comportamentos 
inadequados e minimizar os prejuízos nas áreas do desenvolvimento. Os 
tratamentos visam tornar os indivíduos mais independentes em todas as suas 
áreas de atuação, favorecendo uma melhoria na qualidade de vida das pessoas 
com autismo e suas famílias. 
25 
 
 
 
 
 
 
 
 A análise do comportamento aplicada, ou ABA (Applied Behavior Analysis, 
na sigla em inglês) é uma abordagem da psicologia que é usada para a 
compreensão do comportamento e vem sendo amplamente utilizada no 
atendimento a pessoas com desenvolvimento atípico, como os transtornos 
invasivos do desenvolvimento (TIDs). ABA vem do behaviorismo e observa, 
analisa e explica a associação entre o ambiente, o comportamento humano e a 
aprendizagem (Lear, K., 2004) 
 As origens experimentais da terapia comportamental trouxeram algumas 
vantagens importantes ao clínico: ele foi treinado na observação de 
comportamentos verbais e não verbais, seja em casa, na escola e/ou no próprio 
consultório, o que é fonte de dados relevantes. Ele estuda o papel que o 
ambiente desempenha – ambiente este onde é possível interferir e verificar as 
hipóteses levantadas. Outra habilidade é o entendimento do que é observado 
como um processo comportamental, com contínuas interações e, portanto, 
sujeito a mudanças (Windholz, 2002). 
 
 
26 
 
 
 
Figura 13 
 
 As técnicas de modificação comportamental têm se mostrado bastante 
eficazes no tratamento, principalmente em casos mais graves de autismo. Para 
o analista de o comportamento ser terapeuta significa atuar como educador, uma 
vez que o tratamento envolve um processo abrangente e estruturado de ensino-
aprendizagem ou reaprendizagem (Windholz, 1995). 
 Um dos princípios básicos da ABA é que um comportamento é qualquer 
ação que pode ser observada e contada, com uma frequência e duração, e que 
este comportamento pode ser explicado pela identificação dos antecedentes e 
de suas consequências. É a identificação das relações entre os eventos 
ambientais e as ações do organismo. 
 Para estabelecer estas relações devemos especificar a ocasião em que 
a resposta ocorre a própria resposta e as consequências reforçadoras (Meyer, 
S.B., 2003). Estes comportamentos são motivados, de forma prazerosa. Eles 
têm uma função: servem para conseguir algo que se deseja. Sabemos que todos 
os comportamentos de um modo geral são aprendidos, bem como os 
comportamentos problemas. Isso não significa que alguém intencionalmente nos 
ensinou a exibir este tipo de comportamento problema, apenas que aprendemos 
que eles são eficazes para conseguirmos o que queremos. 
 
 Figura 14 
27 
 
 
 
 
 O método ABA pode intencionalmente ensinar a criança a exibir 
comportamentos mais adequados no lugar dos comportamentos problemas. 
Comportamentos estão relacionados a eventos ou estímulos que os precedem 
(antecedentes) e a sua probabilidade de ocorrência futura está relacionada às 
consequências que os seguem. Todo comportamento é modificado através de 
suas consequências (Moreira e Medeiros, 2007). Tentamos fazer coisas e se 
elas funcionam faremos novamente; quando nossas ações não funcionam é 
menos provável que as realizemos novamente no futuro. 
Os objetivos da intervenção são: 
1. Trabalhar os déficits, identificando os comportamentos que a criança tem 
dificuldades ou até inabilidades e que prejudicam sua vida e suas 
aprendizagens. 
2. Diminuir a frequência e intensidade de comportamentos de birra ou 
indesejáveis, como, por exemplo: agressividade, estereotipias e outros que 
dificultam o convívio social e aprendizagem deste indivíduo. 
3. Promover o desenvolvimento de habilidades sociais, comunicativas, 
adaptativas, cognitivas, acadêmicas etc. 
4. Promover comportamentos socialmente desejáveis. 
 A intervenção é baseada em uma análise funcional, ou seja, análise da 
função do comportamento determinante, para eliminar comportamentos 
socialmente indesejáveis. Este é um ponto central para entendermos qual é o 
propósito do comportamento problema que a criança está apresentando e, com 
isso, montarmos a intervenção para modificá-lo. Se o comportamento é 
influenciado por suas consequências, podemos manipulá-las para entendermos 
melhor como essa sequência se dá e também modificar os comportamentos das 
28 
 
 
 
pessoas, programando consequências especiais para tal (Moreira e Medeiros, 
2007). 
 O primeiro passo para se resolver um comportamento problema é 
identificar a sua função. Se não soubermos por que uma criança deve se engajar 
em um comportamento adequado (qual a função ou propósito), será difícil saber 
como devemos ensiná-la. Pais, terapeutas e professores tendem a imaginar ou 
achar um motivo para o comportamento e isso incorrerá no insucesso da 
intervenção. A avaliação comportamental é a fase da descoberta, e visa à 
identificação e o entendimento de alguns aspectos relativos à criança com 
autismo e seu ambiente. 
 
 
 
 
Alguns dos objetivos da avaliação são: 
• Entender o repertório de comunicação da criança: presença ou não de 
linguagem funcional, contato visual, atendimento de ordens, entre 
outros; 
• Como ela se relaciona em seu ambiente: brinquedo preferido 
apresenta birras frequentes, como reage às pessoas; 
• Qual a função de seus comportamentos; 
Figura 15 
29 
 
 
 
• Em que circunstâncias certos problemas ocorrem ou deixam de ocorrer 
com maior frequência ou intensidade? 
 
• Quais as consequências fornecidas a esses comportamentos 
problema? 
 
 Com base nestas informações, o segundo passo é traçar pequenos 
objetivos em curto prazo, visando à ampliação de habilidades e eliminação de 
comportamentos inadequados, realizando a manipulação dos antecedentes 
(estratégias de prevenção). É importante que a modificação de comportamentos 
desafiadores seja feita gradualmente, sendo a redução da ansiedade e do 
sofrimento o objetivo principal. Isto é feito pelo estabelecimento de regras claras 
e consistentes (quando o comportamento não é admitido ou permitido); uma 
modificação gradativa; identificação de funções subjacentes, tais como 
ansiedade ou incerteza; modificações ambientais (mudança nas atitudes ou 
tornar a situação mais previsível) e transformação das obsessões em atividades 
adaptativas (Bosa, 2006). 
 
 
 
Figura 16 
30 
 
 
 
 
 
 
 Modificando os antecedentes podemos prevenir que o comportamento 
problema aconteça. Isto é realizado de diferentes maneiras: 
1. Evitando situações ou pessoas que sirvam como antecedentes para o 
comportamento problema; 
2. Controlando o meio ambiente – no decorrer da vida do indivíduo o 
ambiente modela, cria um repertório comportamental e o mantém; o ambiente 
ainda estabelece as ocasiões nas quais o comportamento acontece, já que este 
não ocorre no vácuo (Windholz, 2002). 
3. Dividindo as tarefas em passos menores e mais toleráveis, o que 
chamamos de aprendizagem sem erro. Toda a intervenção está baseada na 
aprendizagem sem erros, ou seja, deixamos de lado o histórico de fracassos e 
ensinamos a criança a aprender. 
 Esta aprendizagem deve ser prazerosae divertida para a criança, 
podendo-se usar reforçadores para manter a criança motivada. Um reforço é 
uma consequência que aumenta a probabilidade de esta resposta acontecer 
novamente. Quando um comportamento é fortalecido, é mais provável que ele 
ocorra no futuro. 
 
31 
 
 
 
 
Figura 17 
 
 Além do reforço, usamos a hierarquia de dicas: quando iniciamos o 
ensino de qualquer comportamento, ajudamos a criança a realizá-lo com a dica 
necessária, que pode ser verbal (total ou parcial), física, leve, gestual, visual ou 
auditiva – e planejamos a retirada dessa dica até que a criança seja capaz de 
realizar o comportamento de maneira independente. 
 O terceiro passo é a elaboração de programas de ensino. Os programas 
de ensino são individualizados, geralmente ocorrem em situação de “um para 
um” e envolvem as diversas áreas do desenvolvimento: acadêmica, linguagem, 
social, verbal, motora, de brincar, pedagógica e atividades de vida diária. 
 A metodologia ABA e seus procedimentos são constantes e 
padronizados, o que possibilita que mais de um professor (pessoa que realiza os 
programas) trabalhe com a criança. Este é um programa intensivo e deve ser 
feito de 20 a 30 horas por semana. É importante ressaltar que este programa não 
é aversivo e rejeita qualquer tipo de punição. A participação dos familiares da 
criança no programa é de grande contribuição para seu sucesso e assegura a 
generalização e manutenção de todas as habilidades aprendidas pela criança. 
 
 
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