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Estratégia de Saúde da Família

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Alice Bastos 
Estratégia de Saúde da Família 
Introdução 
Na década de 1980 inicia-se as mudanças mais 
importantes do sistema público de saúde brasileiro, o 
qual era um modelo médico-assistencial privatista e 
excludente; 
 Buscava-se então um sistema universal, 
integral e descentralizado. 
Mudanças do sistema de saúde possuem início com o 
movimento sanitário e devido a esse movimento, em 
1986 ocorreu a 8ª Conferência Nacional de Saúde; 
 Nessa conferência chega-se ao consenso de 
que era necessária uma mudança no 
arcabouço jurídico institucional vigente, que 
contemplasse a ampliação do conceito de 
saúde segundo os preceitos da reforma 
sanitária; 
O relatório produzido na conferência serviu de 
referência para a elaboração da Constituição de 88 e 
para a aprovação das leis 8080 e 8142, em 1990; 
 Reconhecem a saúde como direito de 
cidadania para todos, culminando na criação 
do SUS. 
A década de 80 é marcada por mudanças importantes 
no sistema de saúde brasileiro, no entanto, os anos 90 
ficam conhecidos como um período de crise 
econômico e fiscal do país, fato que afeta a saúde; 
 O cenário da década de 90 leva o governo a 
implantar um conjunto de programas, ações 
regulatórias e novas modalidades de alocação 
de recursos, com o objetivo de melhorar a 
equidade e eficácia no SUS. 
No contexto da crise econômica, é implantado o 
Programa de Saúde da Família (PSF) em 1994 (a partir 
de 2003 a denominação muda para “Estratégia de 
Saúde da Família”); 
 Surgiu com o objetivo de criar elos de diálogo 
entre os serviços de saúde e a comunidade; 
aumentar a cobertura de ações primárias de 
saúde, principalmente onde existem vazios 
existenciais e mudar a lógica predominante do 
sistema de saúde, que se concentrava na 
atenção médico-hospitalar. 
A ESF foi destinada a contribuir para a organização da 
Atenção Básica à Saúde, de acordo com os preceitos do 
SUS; 
 Além disso, propõe a integração e organização 
das ações de saúde em um território definido, 
com atenção centrada na família a partir do 
seu ambiente físico e social, possibilitando 
uma compreensão ampliada do processo 
saúde-doença e da necessidade de 
intervenções que vão além de práticas 
curativas; 
 São combinadas ações de promoção, 
prevenção e cura, desenvolvidas por uma 
equipe multidisciplinar. 
Tem a definição do território adstrito como estratégia 
central; 
 Permite a gestores, profissionais e usuários do 
SUS compreender a dinâmica dos lugares e dos 
sujeitos (individual e coletivo), além de 
permitir a atuação de forma intersetorial; 
 Definição de território delimita a adstrição dos 
usuários, propiciando relações de vínculo, 
afetividade e confiança entre pessoas e 
famílias e grupos a profissionais/equipes  
isso permite a garantia da continuidade e 
resolutividades das ações de saúde e a 
longitudinalidade do cuidado. 
Os cuidados ofertados são complexos, precisam dar 
conta das necessidades de saúde da população, em 
nível individual ou coletivo; 
 As ações devem influenciar na saúde e na 
autonomia das pessoas e nos determinantes e 
condicionantes da saúde da comunidade. 
A Atenção Básica é a principal porta de entrada do 
sistema de saúde; 
 Inicia-se com o ato de acolher, escutar e 
oferecer resposta resolutiva para a maioria dos 
problemas de saúde da população, minorando 
danos e sofrimentos e responsabilizando-se 
pela efetividade do cuidado. 
Alice Bastos 
Equipe de Saúde da Família 
Recomenda-se que cada ESF assista de 600 a 1.000 
famílias, com o limite máximo de 4.500 habitantes. 
Para atender à demanda, é necessário desenvolver um 
trabalho colaborativo e conjuntos, envolvendo todos 
os membros da equipe, quanto trabalhos específicos, 
seguindo as disposições legais que regulamentam o 
exercício de cada uma das profissões; 
 O trabalho realizado pelas equipes de 
Estratégia da Família deve ser multidisciplinar 
e interdisciplinar. 
A especificidade das responsabilidades de cada 
membro jamais deverá ofuscar a missão comum da 
equipe. 
Atribuições de todos os profissionais no ponto de vista 
organizacional: 
 Participar do processo de territorialização; 
 Conhecer a realidade das famílias pelas quais 
são responsáveis, com ênfase em 
características socioeconômicas, 
pscicoculturais, demográficas e 
epidemiológicas; 
 Identificar situações de risco e vulnerabilidade, 
realizando busca ativa e notificando doenças e 
agravos de notificação compulsória; 
 Cadastrar famílias e indivíduos, garantindo 
qualidade dos dados coletados e a 
fidedignidade do diagnóstico de saúde do 
grupo populacional da área adstrita de 
maneira interdisciplinar, com reuniões 
sistemáticas, organizadas de forma 
compartilhada, para planejamento e avaliação 
das ações; 
 Valorizar a relação com o usuário e com a 
família para a criação de vínculo de confiança, 
fundamental no processo de cuidar; 
 Desenvolver processos educativos. 
Os profissionais devem praticar o acolhimento, 
garantindo escuta qualificada e encaminhamentos 
resolutivos, para que o vínculo ocorra de forma 
efetiva. 
A atenção ao usuário deve ser realizada não apenas no 
âmbito da Unidade de Saúde, mas em domicílio, em 
locais do território; 
 Visitas tornam-se essenciais para o andamento 
do cuidado. 
Os funcionários devem desenvolver ações educativas, 
pois, o sujeito que necessita de cuidados deve ser 
capaz, em um momento posterior, de gerir sua forma 
de conduzir sua vida e a de sua família, de forma 
autônoma e saudável. Além disso, os profissionais 
devem incentivar a mobilização e a participação da 
comunidade; 
 Os profissionais transformam os indivíduos em 
verdadeiros atores sociais e sujeitos do próprio 
processo de desenvolvimento. 
É recomendável que a ESF seja composta, no mínimo, 
por um médico, um enfermeiro, um auxiliar de 
enfermagem e entre quatro e seis agentes 
comunitários de saúde; 
 Outros profissionais de saúde poderão ser 
incorporados a esta equipe básica, de acordo 
com as demandas e características da 
organização dos serviços de saúde locais. 
Enfermeiro 
Atender a saúde dos indivíduos das famílias 
cadastradas, por meio de consulta de enfermagem, 
procedimentos, atividades em grupo, além de solicitar 
exames complementares, prescrever medicações e 
gerenciar insumos e encaminhar usuários a outros 
serviços; 
Realizar atividades de educação permanente; 
Realizar o gerenciamento e a avaliação das atividades 
da equipe. 
Médico 
Deve promover saúde, prevenir, diagnosticar e tratar 
doenças, com competência e resolutividade, 
responsabilizando-se pelo acompanhamento do plano 
terapêutico do usuário; 
Deve realizar atividades programadas e de atenção à 
demanda espontânea: assim poderá atender a 
demanda dos indivíduos sob sua responsabilidade; 
Deve responsabilizar-se pela internação hospitalar ou 
domiciliar e pelo acompanhamento do usuário; 
Em parceria com o enfermeiro, deve realizar e fazer 
parte das atividades de educação permanente dos 
Alice Bastos 
membros da equipe e participar do gerenciamento de 
insumos. 
Agente Comunitário de Saúde (ACS) 
Exerce o papel de “elo” entre a equipe e a comunidade, 
por isso, deve residir na área de atuação da equipe, 
vivenciando o cotidiano das 
família/indivíduo/comunidade; 
Reúne informações de saúde sobre a comunidade e 
deve ter condição de dedicar oito horas por dia ao seu 
trabalho; 
Realiza visitas domiciliares na área adscrita, 
produzindo dados capazes de dimensionar os 
principais problemas de saúde de sua comunidade; 
Deve cadastrar todas as pessoas do território, 
mantendo esse cadastro atualizado, orientando as 
famílias quanto a utilização dos serviços de saúde 
disponíveis; 
Deve acompanhar a comunidade por meio de visitas 
domiciliares e ações educativas individuais e coletivas, 
buscando sempre a integração entre a equipe de saúde 
e a população adscrita à UBS;Deve desenvolver ações de promoção de saúde, de 
prevenção das doenças e agravos e de vigilância à 
saúde; 
Devem manter a referência média de uma visita por 
família em um mês (considera-se os critérios de risco e 
vulnerabilidade); 
É responsável por cobrir toda a população cadastrada 
(máximo de 750 pessoas por ACS e de 12 ACS por 
equipe de saúde da família); 
Cada um cobre uma área de aproximadamente 20 a 
250 famílias (essas definições dependem da realidade 
geográfica, econômica e sociopolítica da área). 
Técnico e auxiliar de enfermagem 
Sob a supervisão do enfermeiro, realiza procedimentos 
regulamentados no exercício de sua profissão; 
 Pode ser tanto na Unidade de Saúde, como no 
domicílio ou em outros espaços da 
comunidade. 
 
 
Cirurgião dentista 
Deve desenvolver, com os demais profissionais da 
equipe, atividades referentes à saúde bucal, 
integrando ações de saúde de forma multidisciplinar; 
Em ação conjunta com o técnico em saúde bucal (TSB), 
deve definir o perfil epidemiológico da população para 
o planejamento e a programação em saúde bucal, com 
o intuito de oferecer atenção individual e atenção 
coletiva voltadas à promoção da saúde e a prevenção 
de doenças bucais, de forma integral e resolutiva. 
Técnico em saúde bucal 
Sob a supervisão do cirurgião dentista, deve acolher o 
paciente nos serviços de saúde bucal, realizar a 
manutenção e a conservação dos equipamentos 
odontológicos. 
Auxiliar em saúde bucal 
Sob supervisão do cirurgião dentista, deve realizar 
procedimentos como limpeza, assepsia, desinfecção e 
esterilização do instrumental, dos equipamentos 
odontológicos e do ambiente de trabalho. 
Núcleos de apoio à saúde da 
família (NASF) 
São compostos por profissionais de diferentes áreas de 
conhecimento, que atuam de maneira integrada com 
as Equipes de Saúde da Família. 
Com esses núcleos, é possível materializar a 
integralidade, principalmente pelo aumento da 
capacidade de análise e de intervenção sobre 
problemas e necessidades de saúde. 
Responsabilidades dos profissionais do NASF: 
 Definição de indicadores e metas que avaliem 
suas ações; 
 Definição de uma agenda de trabalho que 
privilegie as atividades pedagógicas e 
assistenciais; 
 Ações diretas e conjuntas com a Equipe de 
Saúde da Família do território. 
As ações do NASF devem ser desenvolvidas em 
parceria com as ESF e a comunidade; 
Alice Bastos 
NASF está organizado em duas modalidades: NASF 1 e 
NASF 2; 
 A composição de cada uma delas deve ser 
definida pelos gestores municipais, a partir dos 
dados epidemiológicos e das necessidades 
locais e das equipes de saúde que serão 
apoiadas; 
 Não há diferença entre os profissionais que 
compõem NASF 1 e 2, estes núcleos diferem-
se apenas pela carga horária semanal e no 
número de equipes de saúde da família para 
populações específicas. 
Exemplos de profissionais que compõem NASF 1 e 2: 
 Assistente social, farmacêutico, fisioterapeuta, 
fonoaudiólogo, psicólogo, médico psiquiatra, 
terapeuta ocupacional, nutricionista etc. 
Algumas ferramentas utilizadas pelo NASF em sua 
organização: 
 Apoio matricial: pretende construir 
responsabilidade de pessoas para pessoas; 
 Clínica ampliada: ajusta os recortes teóricos 
de cada profissão às necessidades dos 
usuários; 
 Projeto terapêutico singular: conjunto de 
propostas de condutas terapêuticas 
articuladas para um sujeito individual ou 
coletivo, resultado da discussão coletiva de 
uma equipe interdisciplinar; 
 Projeto de saúde no território: busca 
desenvolver ações efetivas na produção da 
saúde em um território, articulando os serviços 
de saúde com outros serviços e políticas 
sociais, de forma a investir na qualidade de 
vida e na autonomia das comunidades. 
Unidade de Saúde da Família 
(USF) 
Atua com princípios de integralidade e hierarquização, 
territorialização e adscrição da clientela, e de uma 
equipe multiprofissional, sendo estruturada em uma 
lógica de atenção à saúde, com a geração de práticas 
do cuidado, considerando a indissociabilidade entre os 
trabalhos clínicos e a promoção da saúde. 
É o novo ou antigo Posto ou Centro de saúde 
reestruturado; 
 Sua lógica de trabalho lhe atribui maior 
capacidade de resposta às necessidades 
básicas de saúde da população de sua área de 
abrangência; 
É a porta de entrada do SUS: primeiro contato do 
usuário com o sistema de saúde; 
Não pode ser apenas um local de triagem e 
encaminhamento; 
 Deve ser resolutiva, com profissionais capazes 
de assistir aos problemas de saúde mais 
comuns e manejar novos saberes que, por 
meio de processos educativos, promovam a 
saúde e previnam doenças em geral; 
É uma espécie de funil, apenas uma pequena parte dos 
casos (cerca de 15%) precise ser encaminhado, para 
serviços mais especializados (mesmo assim, não atua 
apenas como porta de entrada, pois, terá sob sua 
responsabilidade todo o plano terapêutico, mesmo 
que ele seja realizado, em parte, em outros serviços 
mais especializados. 
Deve realizar uma assistência integral, contínua e de 
qualidade, desenvolvida por uma equipe 
multiprofissional na própria unidade e também nos 
domicílios e em locais comunitários (escolas, creches, 
asilos, presídios); 
Pode trabalhar com uma ou mais equipes da família; 
 Varia de acordo com o número de família 
existentes na área (recomenda-se que o 
número de equipes da unidade não seja 
superior a três). 
Equipagem: deve incorporar a tecnologia necessária à 
resolução dos problemas nesse nível de atenção, além 
de garantir o transporte para o deslocamento da 
equipe quando a área de cobertura for muito extensa; 
 Além disso, é necessário um processo de 
educação permanente que se traduza em uma 
atuação clínica, epidemiológica e de vigilância 
à saúde, onde indivíduo, família e comunidade 
são as bases de uma nova abordagem.

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