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HISTOLOGIA 1 João Pedro Ricardo, p1 Medicina UFAL TECIDO EPITELIAL CARACTERÍSTICAS: • O epitélio cobre as superfícies corporais, reveste as cavidades corporais e constitui as glândulas. (tem como funções principais revestimento e secreção); • derivado dos três folhetos germinativos; • avascular; • composto de células que cobrem superfícies corporais externas (pele) e reveste as cavidades corporais internas (incluindo o sistema circulatório e os tubos corporais que se comunicam com o exterior); • forma a porção secretora, chamada de parênquima, das glândulas e seus ductos; • células epiteliais especializadas funcionam como receptores para as sensações especiais como o epitélio presente no nariz, referente ao olfato (e aos demais sentidos); TIPOS: • simples: espessura formada por uma única camada de células; • estratificado: duas ou mais camadas de células; EM RELAÇÃO A FORMA: • pavimentosa: mais achatada; largura > altura; • cuboide: largura, altura e profundidade são aproximadamente as mesmas; • colunar: altura > largura; CLASSIFICAÇÃO: 1. Simples pavimentoso: • localização: s. circulatório (endotélio), cavidades corporais (mesotélio), capsula de bowman (rim), espaços respiratórios no pulmão. • função principal: troca, barreira no sistema nervoso e lubrificação. PS.: sempre que a gente identificar uma classificação especifica de um tecido epitelial ela vai estar ligada com a função do órgão ou tecido. 2. Simples cuboide: • localização: pequenos ductos das glândulas exócrinas, superfície do ovário (epitélio germinativos), túbulos uriníferos, folículos tireoidianos. • função principal: absorção, barreira e secreção. 3. Simples colunar: • localização: intestino delgado e cólon, revestimento do estômago e glândulas gástricas, vesícula biliar. • função principal: absorção e secreção. 4. Pseudoestratificado: • localização: traqueia e arvore brônquica – epitélio respiratório, ducto deferente, dúctulo deferente, dúctolos eferente do epidídimo. • função principal: secreção, condução e absorção. 5. Estratificado pavimentoso: • localização: epiderme, cavidade oral e esôfago e vagina. • função principal: barreira e proteção. 6. Estratificado cuboide: • localização: ductos das glândulas sudoríparas, grandes ductos das glândulas exócrinas e junção anorretal. • função principal: barreira e conduto. 7. Estratificado colunar: • localização: ductos maiores das glândulas exócrinas, junção anorretal. • função principal: barreira e conduto. 8. De transição (UROTÉLIO): • localização: cálices renais, ureteres, bexiga, uretra – sistema urinário/renal. • função principal: barreira e propriedade distensível. POLARIDADE CELULAR: a célula apresenta domínios, um basal, um lateral e um apical. As propriedades de cada domínio são determinadas por lipídios específicos e proteínas integrais da membrana. A) Estruturas apicais: 1. Microvilosidades: • prolongamentos citoplasmáticos contendo um núcleo de filamentos de actina. Toda a estrutura da rede de filamentos de actina é ligada na parede da memb. celular através da miosina I. Na parte final da microvilosidade, parte espinosa, encontra-se a vilina. Na trama terminal encontram-se moléculas de miosina II, importantes para o processo de motilidade das HISTOLOGIA 2 João Pedro Ricardo, p1 Medicina UFAL microvilosidades + moléculas do citoesqueleto (filamentos intermediários) que dão suporte a trama terminal. • localização e função: presente em muitas células epiteliais: aumenta a superfície absortiva da célula, visível ao MO como borda estriada (células absortivas intestinais) ou borda em escova (células tubulares renais). 2. Estereocílios: • basicamente composto de núcleo de filamentos de actina unidos por ligações cruzadas pelas proteínas formadoras de fios de actina. • localização e função: no sistema reprodutor masculino – epidídimo, parte proximal do ducto deferente), desempenham função absortiva e nas células pilosas sensoriais da orelha interna, atuam como mecanorreceptores. 3. Cílios: podem ser móveis, primários ou nodais; • Móveis (motilidade): encontrados nos epitélios, que atuam no transporte de secreções, proteínas, corpos estranhos ou células em sua superfície (tuba uterina, traqueia e árvore brônquica, epêndima cerebral e epitélio olfatório). Presentes também nos espermatozoides na forma de flagelos – movimento para frente. • Primários: não tem a mesma movimentação que os moveis, já que não possuem movimento ativo – eles curvam-se passivamente devido ao fluxo de líquido. Encontrados em quase todas as células do corpo – ductos renais, epitélios dos ductos biliares, glândula tireoide, timo, neurônios, cél. de Schwann , condrócitos, fibroblastos, córtex suprarrenal e cél. suprarrenais. Atuam como antenas sensoriais – extremamente importantes no processo de diferenciação celular. Por fim, geram e transmitem sinais do meio extracelular para dentro da célula. • Nodais: movimento rotacional ativo. Encontrado no embrião durante a gastrulação do disco bilaminar, próximo à área do nó primitivo; essenciais para o desenvolvimento da assimetria esquerda-direita dos órgãos internos. B) Estruturas laterais: associadas a adesão celular. 1. Junções de oclusão: estruturas impermeáveis e possibilitam que as células epiteliais funcionem como uma barreira – chamadas de junções firmes. • Formam a principal barreira de fusão intercelular entre as células adjacentes pela sua capacidade de limitar o movimento de água e de outras moléculas através do espaço intercelular. • Principais moléculas (proteínas) associadas: ocludina, claudina e JAM (molécula de adesão juncional). 2. Junções de adesão: fornecem estabilidade mecânica as células epiteliais por se ligarem dentro do citoesqueleto da célula adjacente – isso é, unem os citoesqueletos de duas células uma do lado da outra. • Importantes para criar e manter a unidade estrutural do epitélio e interagem tanto com os filamentos de actina quanto com os fil. intermediários e podem ser encontradas não só na superfície lateral mas também no domínio basal da célula. • Principais moléculas associadas: complexo de E-caderina-catenina. 3. Desmossomos (mácula de adesão): importantes para fixação da célula; associação com molécula de E-caderina – caderinas em zíper. • Essas junções estão localizadas no domínio lateral da célula, de maneira muito semelhante a uma série de pontos de soldagem e medeiam o contato intercelular direto ao propiciar locais de ancoragem para os filamentos intermediários. • Principais moléculas associadas: caderinas (ex.: desmogleínas e desmocolinas). 4. Junções comunicantes ou nexos (GAP): são as únicas estruturas celulares conhecidas que possibilitam a passagem direta de moléculas sinalizadoras de uma célula para a outra; possibilitam a troca de material de uma célula epitelial para a outra. • Uma junção comunicante consiste em um acúmulo de canais ou poros transmembrana em um arranjo firmemente acondicionado; possibilita a troca de íons, moléculas reguladoras e pequenos metabólitos das células através dos poros. • Em síntese, criam um conduto entre duas células adjacentes para a passagem de pequenos íons e micromoléculas de informação. • Principal molécula associada: conexina. C) Estruturas basais: 1. Adesão focal: ancora o citoesqueleto de actina na matriz extracelular, detecta e transduz sinais do exterior da célula. • Principais moléculas associadas: integrinas. 2. Hemidesmossomos: proteínas da família das integrinas bem semelhantes aos desmossomos. Têm associação com filamentos intermediários e possuem, como função, a ancoragem/fixação dos filamentos intermediários à matriz extracelular. • Hemidesmossomos, basicamente, ligam tecido epitelial ao tecido conjuntivo.MEMBRANA BASAL: HISTOLOGIA 3 João Pedro Ricardo, p1 Medicina UFAL • A membrana basal, é uma camada densa de glicoproteínas especializadas de matriz extracelular que consiste em uma lâmina basal e uma lâmina reticular. • A lâmina basal é uma estrutura de polímeros de laminina com uma supraestrutura de colágeno do tipo IV subjacente que proporciona um local de interação para muitas moléculas de adesão. • A lâmina basal constitui o local de fixação estrutural para as células epiteliais suprajacentes e o tecido conjuntivo subjacente. • A lâmina reticular é composta por colágeno do tipo III e é através dessa estrutura de colágeno do tipo III que há a fixação da lâmina basal por meio de fibrilas de ancoragem através do colágeno de tipo VII presente na lâmina basal. • A membrana basal atua como local de ancoragem dos epitélios ao tecido conjuntivo; compartimentaliza o tecido, filtra substâncias que se movem para dentro e para fora do epitélio – ou seja, tudo que entra e sai da célula passa por essa malha denominada membrana basal; fornece suporte durante a regeneração dos tecidos e está envolvida no processo de sinalização da célula. TIPOS DE GLÂNDULAS: Em geral, as glândulas são classificadas em dois grupos principais, de acordo com o modo pelo qual seus produtos são liberados. • As glândulas exócrinas secretam seus produtos diretamente ou através de ductos ou tubos epiteliais que estão conectados a uma superfície. Os ductos podem transportar o material secretado em sua forma inalterada, ou podem modificar a secreção, concentrando-a, adicionando ou reabsorvendo substâncias constituintes. A) As glândulas exócrinas (quanto forma de eliminação de secreção) podem ser: MERÓCRINAS: • o produto delas é expelido para o meio extracelular através das vesículas presentes no interior das células; é o tipo de secreção mais comum e envolve a exocitose do conteúdo das vesículas na membrana apical da célula. Ex.: células acinosas do pâncreas. APÓCRINAS: • quando secretam o conteúdo que foi produzido pela célula elas liberam também parte do seu citoplasma; esse mecanismo de secreção é encontrado na glândula mamária em lactação. HOLÓCRINAS: • além de liberar o conteúdo produzido – acumulado em maturação dentro da célula – pelas células, elas acabam sofrendo morte celular programada – apoptose – com a ruptura da célula e liberação de conteúdo. Ex.: glândulas sebáceas dos folículos pilosos. B) As glândulas exócrinas são classificadas como unicelulares ou multicelulares: 1. As glândulas unicelulares são as que apresentam estrutura mais simples. Nas glândulas exócrinas unicelulares, o componente secretor consiste em células isoladas distribuídas entre outras células não secretoras. Ex.: células caliciformes. 2. As glândulas multicelulares são compostas de mais de uma célula e exibem graus variados de complexidade. Sua organização estrutural possibilita a sua subclassificação de acordo com o arranjo das células secretoras (parênquima) e a ocorrência ou não de ramificação dos elementos ductais. • Podem ser: simples – tubular simples, tubular espiralada simples, tubular ramificada simples, acinosa simples, acinosa ramificada, tubular composta; ou compostas – acinosa composta, tubuloacinosa composta. HISTOLOGIA 4 João Pedro Ricardo, p1 Medicina UFAL • As glândulas endócrinas carecem de sistema de ductos. Secretam seus produtos no tecido conjuntivo, a partir do qual entram na corrente sanguínea para alcançar as células-alvo – sinalização em local mais distante do organismo. • Os produtos das glândulas endócrinas são denominados hormônios. SINALIZAÇÃO PARÁCRINA: Em alguns epitélios, as células individuais secretam substâncias que não alcançam a corrente sanguínea, mas que afetam outras células de localização próxima. • As células que produzem substâncias parácrinas as liberam na matriz extracelular subjacente. A secreção parácrina tem uma amplitude de sinalização muito limitada – o alcance é por difusão. • Por exemplo, as células endoteliais dos vasos sanguíneos têm impacto nas células musculares lisas vasculares por meio da liberação de múltiplos fatores, que provocam contração ou relaxamento da parede vascular. SINALIZAÇÃO AUTÓCRINA Além disso, muitas células secretam moléculas que se ligam a receptores localizados na mesma célula que as libera. Este tipo de automensagem é denominado sinalização autócrina. • Em muitos casos, as moléculas de sinalização (autócrinas) iniciam vias de retroalimentação negativa para modular a sua própria secreção. • Esse mecanismo de sinalização é frequentemente utilizado por células do sistema imune e envolve a família de moléculas sinalizadoras de interleucinas. RENOVAÇÃO DAS CÉLULAS EPITELIAIS: A maioria das células epiteliais apresenta duração de vida limitada, menor que a do organismo como um todo. • As células recém-formadas utilizam a lâmina basal para manter a arquitetura original do tecido, ou seja, a lâmina basal atua como suporte para a regeneração celular. • A velocidade de renovação é específica de cada tipo de epitélio. (taxa de renovação é variável). • Nos tecidos epiteliais estratificados e pseudoestratificados ocorrem mitoses na camada basal do epitélio (camada mais próxima da lâmina basal). • A partir disso, novas células continuamente migram para a superfície enquanto as superficiais descamam. • Em síntese: mitoses na camada basal > diferenciação e amadurecimento > migração para a parte superficial enquanto as células antes residentes dessa superfície (velhas) descamam.
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