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Ludmilla Lobo Xavier Prova de Clin. Silvestre Segunda parte CONSERVAÇÃO QUAL O GRANDE PROBLEMA DO MUNDO ATUAL? > 7 BILHÕES DE PESSOAS com crescimento de mais de 100 mil pessoas por dia atrelado ao alto consumismo. O Brasil ostenta uma das maiores biodiversidades mundiais, continuamente ameaçada por processos antrópicos incontroláveis, que avançam sobre os ambientes naturais com total independência da magnitude dos impactos que geram efetiva ou potencialmente, direta ou indiretamente. Transformações antropogênicas do ambiente natural, sintetizadas na destruição e na fragmentação de habitat naturais obrigam os animais silvestres a refúgios cada vez menores, descontínuos, mais vulneráveis e, pior ainda, fronteiriços com entornos urbano-industriais. Essa aproximação expõe inexoravelmente o contato entre a fauna silvestre, as populações humanas e as de animais domésticos, cujas consequências, ainda pouco dimensionadas, são igualmente ameaçadoras às espécies de animais envolvidas, silvestre e doméstica, e à espécie humana, nos âmbitos da atividade produtiva e da saúde pública. HISTÓRIA Cronologia • 1992 - Cúpula da Terra • 1993 - Ratificação Desenvolvimento Sustentável • Assinatura da CDB no Rio de Janeiro (ECO-92) • Agenda21 • 2008 a 2012 - Aumento dos níveis de CO2 • 2010 - Protocolo de Nagoya • 2013 a 2020 - 2o período • Estados Unidos e China = 40% das emissões • 2015 - Assinatura do Tratado de Paris 1 Rio-92 • Dicotomia: Industrialização x Natureza Aumento da população mundial (quadruplicou) • Proteção à fauna: Peixes e baleias Há algumas décadas essa temática tem sido abordada; o primeiro grande evento foi a Conferência de Estocolmo, realizada em 1972 na Suécia. Outro grande evento para debate ambiental foi a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada entre os dias 3 e 14 de junho de 1992, também conhecida como Cúpula da Terra, ela reuniu mais de 100 chefes de Estado para debater formas de desenvolvimento sustentável, um conceito relativamente novo à época. Diferentemente da Conferência de Estocolmo, a Eco-92 teve um caráter especial em razão da presença maciça de inúmeros chefes de Estado, demonstrando assim a importância da questão ambiental no início dos anos 90. Duas importantes convenções foram aprovadas durante a ECO-92: uma sobre biodiversidade e outra sobre mudanças climáticas. Outro resultado de fundamental importância foi a assinatura da Agenda 21, um plano de ações com metas para a melhoria das condições ambientais do planeta. Agenda 21: consiste em um acordo estabelecido entre 179 países para a elaboração de estratégias que objetivem o alcance do desenvolvimento sustentável. A Agenda enumera os objetivos a serem atingidos pelas sociedades para atingir a sustentabilidade. É um processo público e participativo que propõe o planejamento e a implementação de políticas para o desenvolvimento sustentável por meio da mobilização de cidadãos e cidadãs na formulação dessas políticas. Além disso, está previsto o compartilhamento dessas soluções pela sociedade, que deve analisar sua situação e definir prioridades em suas políticas públicas, sempre tendo em vista o tripé da sustentabilidade (ambiental, econômica e social). Os governos têm a responsabilidade de facilitar a implementação deste processo que deve envolver toda a sociedade. O aprofundamento da Convenção sobre Mudanças Climáticas resultou na elaboração do Protocolo de Kyoto, de 1997. Kyoto, de 1997: tratado internacional que tem como objetivo fazer com que os países desenvolvidos assumissem o compromisso de reduzir a emissão de gases que agravam o efeito estufa, para aliviar os impactos causados pelo aquecimento global. Além disso, são realizadas discussões para estabelecer metas e criar formas de desenvolvimento que não sejam prejudiciais ao Planeta. O protocolo entrou em vigor em 2005 e evidenciou o interesse de países em utilizar o carbono como moeda. No tratado foi proposto que os países-membros, principalmente os mais desenvolvidos, assumissem a obrigação de reduzir a emissão dos gases do efeito estufa, diminuindo pelo menos 5,2% no período entre 2008 a 2012, em relação aos níveis de 1990 2 Porém, muitos países desenvolvidos e em desenvolvimento, EUA e China, negaram-se a ratificar o protocolo com a alegação de que aceitá-lo seria ruim para a economias durante esses eventos, intensificando o aquecimento global. Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) Tratado da Organização das Nações Unidas e um dos mais importantes instrumentos internacionais relacionados ao meio ambiente, foi estabelecida durante a notória ECO-92, e é hoje o principal fórum mundial para questões relacionadas ao tema. Mais de 160 países já assinaram o acordo, que entrou em vigor em dezembro de 1993. A Convenção está estruturada sobre três bases principais: • Conservação da diversidade biológica; • Uso sustentável da biodiversidade • Repartição justa e equitativa dos benefícios provenientes da utilização dos recursos genético Refere-se à biodiversidade em três níveis: ecossistemas, espécies e recursos genéticos. A Convenção abarca tudo o que se refere direta ou indiretamente à biodiversidade, ela funciona, assim, como uma espécie de arcabouço legal e político para diversas outras convenções e acordos ambientais mais específicos. A Convenção também deu início à negociação de um Regime Internacional sobre Acesso aos Recursos Genéticos e Repartição dos Benefícios resultantes desse acesso; estabeleceu programas de trabalho temáticos; e levou a diversas iniciativas transversais. Tratado de Paris Acordo de Paris é um tratado no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima, que rege medidas de redução de emissão de gases estufa a partir de 2020, a fim de conter o aquecimento global abaixo de 2 ºC, preferencialmente em 1,5 ºC, e reforçar a capacidade dos países de responder ao desafio, num contexto de desenvolvimento sustentável. O acordo foi negociado em Paris durante a COP21, e aprovado em 12 de dezembro de 2015. Protocolo de Nagóia: acordo internacional suplementar à Convenção sobre Diversidade Biológica. Através dele, fornecedores, como por exemplo, países detentores de grande biodiversidade, e usuários de recursos genéticos, por exemplo, empresas farmacêuticas, desfrutarão de maior segurança jurídica e transparência em suas relações, uma vez que o novo protocolo estabelece condições mais previsíveis ao acesso de recursos genéticos e garante a repartição dos seus benefícios com quem os forneceu. Até mesmo os países que não ratificaram o Protocolo de Nagóia serão obrigados a segui-lo ao negociar com países signatários. Ele também garante que as legislações nacionais sobre biodiversidade sejam respeitadas, ao reforçar a soberania dos países para regulamentar o acesso a seus recursos genéticos. Isso evita, por exemplo, que uma empresa estrangeira registre como seus recursos originários do Brasil, como foi o caso do açaí que, de 2003 a 2007, chegou a ser patenteado pela companhia japonesa K.K. Eyela Corporation. Brasil NÃO entrou !!!! (bancada ruralista, china não entrou) 3 Recursos Genéticos: Estados tem direito soberano sobre os recursos naturais. Autoridades nacionais competentes desses estados concedem autorização de acesso aos usuários dos recursos genéticos. IN SITU: encontrados nos ecossistemas e habitats naturais EX- SITU: encontrados em jardins botânicos, coleções comerciais e universitárias. Pesquisadores, universidades e indústrias tem como possibilidade de uso: Não comercial: • Taxonomia • Conservação Comercial: • Biotecnologia • Horticultura • Produtos Farmacêuticos Os países interessados tem que realizar pagamento de ROYALTIES com titularidade conjunta de direitos de propriedade intelectual. Além disso será a obrigado a fornecer educação e capacitação da população regional, transferir tecnologia,pesquisa e desenvolvimento do produto. 4 CONSERVAÇÃO DA FAUNA A fauna consiste no conjunto de espécies animais de um determinado país ou região, tanto selvagens como domesticados. Conjunto de animais que vivem em um determinado ambiente, região ou época, cuja conservação está vinculada à conservação dos respectivos "habitats". WWF - 1961 O World Wildlife Fund (WWF) é um grupo internacional fundado em 1961 que lidera os esforços de conservação em mais de 100 países para a preservação de espaços e espécies ameaçadas. O WWF foi criado por um grupo de conservacionistas internacionais para arrecadar fundos para apoiar conservação de pandas. • Pandas: 100 exemplares • Atualmente: mais de 1000 O World Wildlife Fund coordena o movimento em muitas áreas importantes de conservação. Procuramos abordar ameaças globais à diversidade biológica; coibir o comércio ilegal de espécies raras; estabelecer e proteger parques e reservas nacionais; ajudar a atender às necessidades da população local sem destruir os recursos naturais; treinar e equipar guardas florestais, guardas e equipes de combate à caça furtiva; e, em todos os aspectos, promover a pesquisa científica e desenvolver programas de conservação de longo alcance. A primavera silenciosa, Rachel Carson - 1962 Início do Movimento Ambientalista O nome é Rachel Louise Carson. Pouca gente a conhece fora dos círculos acadêmicos, mas ela foi a bióloga e escritora responsável pela maior revolução ecológica dos Estados Unidos e do mundo, quando lançou o livro “Primavera Silenciosa” (Silent Spring), em outubro de 1962. Apesar do título poético – uma referência ao silêncio dos pássaros mortos pela contaminação dos agrotóxicos –, nunca um livro fez tanto barulho a favor do meio ambiente. No primeiro capítulo, “Uma Fábula para o Amanhã”, a autora descreve, liricamente, um lugar onde as árvores não davam folhas, os animais morriam, os rios contaminados não tinham peixes e, principalmente, os pássaros que cantavam na primavera haviam sumido. Mas, nos 16 anos seguintes, Carson, de maneira demolidora, explicou e denunciou o perigo dos pesticidas DDT Primeiro pesticida moderno, tendo sido largamente usado durante e após a Segunda Guerra Mundial para o combate aos mosquitos vetores de doenças como malária e dengue. Sintetizado em 1874, suas propriedades inseticidas contra vários tipos de artrópodes só foram descobertas em 1939 pelo químico suíço Paul Hermann Müller, que, por essa descoberta, recebeu o Nobel de Fisiologia ou Medicina de 1948. • 1948: Paul Muller - Nobel de Fisiologia e Medicina Antes inseticidas eram à base de arsênico • Após Segunda Guerra Mundial: Vetores da malária e tifo 5 Trata-se de inseticida barato e altamente eficiente a curto prazo, mas a longo prazo teria efeitos prejudiciais à saúde humana. DDT poderia ocasionar câncer em seres humanos e interferia com a vida animal, causando, por exemplo, o aumento de mortalidade entre os pássaros. O DDT foi diversas vezes relacionado com a incidência de câncer, especialmente o câncer de mama e problemas relacionados a gestação, e é considerado uma das substâncias mais perigosas não somente pelo que causa, mas, também por sua extrema longevidade química, uma vez que populações que foram introduzidas ao pesticida possuem concentrações da mesma em seus corpos por mais de 50 anos, e é passado de mãe para filho(a) durante a gestação e amamentação. Como o DDT é facilmente transportado pelo ar e pela chuva, pode ser encontrado em lagos, por exemplo, mas quase sempre em níveis aceitáveis. A substância tem uma meia vida de vários dias em lagos e rios e se acumula na cadeia alimentar, pois os animais são contaminados por ele e depois ingeridos por seus predadores, que absorvem o DDT. O acúmulo de DDT na cadeia alimentar causa uma mortalidade maior do que o habitual nos predadores naturais das pragas, tornando questionável a utilidade do inseticida a longo prazo, uma vez que pode levar ao descontrole dos insetos. Além disso, o acúmulo da substância em peixes pode contaminar os seres humanos. DDT foi banido de vários países na década de 1970 e tem seu uso controlado pela Convenção de Estocolmo sobre os Poluentes Orgânicos Persistentes. No Brasil, só em 2009 o DDT teve sua fabricação, importação, exportação, manutenção em estoque, comercialização e uso proibidos. DDT hoje em dia há reconsidera-se o uso desse pesticida por ter propriedades repelentes, irritantes e mortal (mosquito) e 40 milhões de mortes por malária União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN) A IUCN é uma União de membros composta por organizações governamentais e da sociedade civil. Aproveita a experiência, os recursos e o alcance de suas mais de 1.300 organizações membros e a contribuição de mais de 15.000 especialistas. Essa diversidade e vasta experiência fazem da IUCN a autoridade global sobre o status do mundo natural e as medidas necessárias para salvaguardá-lo. Em 1964 a União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN) criou a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas 9 categorias de acordo com taxa de declínio da população, número de indivíduos por espécie , tamanho e distribuição da populaçãO, área de distribuição geográfica e grau de fragmentação. O que é a Lista Vermelha da IUCN? Fundada em 1964, a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza evoluiu para se tornar a fonte de informações mais abrangente do mundo sobre o status global de conservação de espécies de animais, fungos e plantas. A Lista Vermelha da IUCN é um indicador crítico da saúde da biodiversidade do mundo. Muito mais do que uma lista de espécies e seu status, é uma ferramenta poderosa para informar e catalisar ações de conservação da biodiversidade e mudanças de políticas, 6 essenciais para proteger os recursos naturais de que precisamos para sobreviver. Ele fornece informações sobre faixa, tamanho da população, habitat e ecologia, uso e / ou comércio, ameaças e ações de conservação que ajudarão a informar as decisões de conservação necessárias. • Segura ou pouco preocupante (LC ou LR/lc): categoria de risco mais baixo. Não qualificável para uma categoria de maior risco. Taxones abundantes e amplamente distribuídos são incluídos nesta categoria. Ex.: Araras Azuis • Quase ameaçada (NT ou LR/nt): perto de ser classificada ou provavelmente qualificável para ser incluída numa das categorias de ameaça num futuro próximo. Ex.: Ema • Vulnerável (VU): considerada como estando a sofrer um risco elevado de extinção na natureza. Ex.: Gato do mato • Em perigo (EN): considerada como estando a sofrer um risco muito elevado de extinção na natureza. Ex.: tartaruga verde • Em perigo crítico (CR): considerada como estando a sofrer um risco extremamente elevado de extinção na natureza. Ex.: Gorila do ocidente • Extinto na natureza (EW): apenas conhecida como sobrevivendo por cultivo, em cativeiro ou como população naturalizada, fora da sua área de distribuição conhecida. Ex.: Mutum do Nordeste • Extinto (EX): não existe dúvida razoável que o último indivíduo morreu. Ex.:Rato de Fernando de Noronha • Dados insuficientes (DD): informação inadequada para fazer assessoria directa ou indirecta do risco de extinção. • Not Evaluated (NE): Espécie não foi submetida aos critérios de avaliação de risco Brasil : • Maior diversidade Biológica do mundo • 7 biomas • 70% de vegetais e animais do planeta - maior número de espécies endêmicas • 448 espécies Vulneráveis (VU) 406 Em Perigo (EN) • 318 Criticamente em Perigo (CR) 1 Extinta na Natureza (EW) As principais causas das extinções são decorrentes da poluição, destruição e contaminação dos ecossistemas, o que conduz à destruição de habitats e recursos alimentares, sendo esta pressão ainda mais agravada pela caça exaustiva a que muitas espécies estão sujeitas quer com fins de produção alimentar (sobretudo a níveldos oceanos), quer para a obtenção de determinados produtos, como o marfim (elefantes) e peles (focas e felinos), sem que sejam 7 possibilitadas às espécies condições ambientais e temporais para que possam regenerar o número de efetivos capturados e/ou mortos. As principais consequências da extinção de espécies são a perda de biodiversidade, a redução do fundo genético global do planeta, a diminuição do número de recursos naturais e de variedade alimentar, a redução da capacidade de autorregulação dos ecossistemas e a aceleração da extinção de outras espécies, já que nenhuma vive isolada, fazendo parte de uma teia alimentar onde come e serve de alimento a outros animais (nível trófico seguinte), num permanente e intricado jogo de interações. Espécies continentais: • Perda e degradação do habitat • Caça: Alimentação, lazer, subprodutos e represália • Prevenção de ataque ao gado: iluminação dos piquetes altura do pasto limpeza de vegetação ao redor dos piquetes fechamento de animais em baias à noite Espécies marinhas: • Pesca excessiva 1. Direcionada 2. Incidental Atropelamentos: estimativas mostram que mais de 15 animais morrem nas estradas brasileiras a cada segundo. Diariamente, devem morrer mais de 1,3 milhões de animais e ao final de um ano, até 475 milhões de animais selvagens são atropelados no Brasil. Estes números são tão assombrosos porque a grande maioria dos animais mortos por atropelamento são pequenos vertebrados, como sapos, pequenas aves, cobras, entre outros. * Solução: A idéia de construir áreas de ligação entre habitats com o mesmo aspecto pode receber o nome de corredor ecológico. Desastres Ambientais: • 1o Samarco • 2o Petrobrás • 3o Chevron Médicos veterinários: importante no resgate e reabilitação Na natureza, ocorrem muitas situações que resultam em consequências terríveis para os animais. Catástrofes naturais, como terremotos, furacões, erupções vulcânicas e tsunamis são alguns exemplos. Muitos animais que vivem na natureza são afetados por catástrofes naturais, mas, mesmo quando seria possível ajudá-los, a maioria é deixada para morrer. Assim como os animais selvagens, os animais domesticados também são capazes de sofrer terrivelmente quando um desastre natural ocorre; no entanto, eles são resgatados com mais frequência e, assim, encaram um destino melhor do que os animais que vivem na natureza. Samarco: O rompimento da barragem em Mariana ocorreu na tarde de 5 de novembro de 2015 a 35 km do centro do município brasileiro de Mariana, Minas Gerais. O rompimento da barragem de Fundão é considerado o desastre industrial que causou o maior impacto 8 ambiental da história brasileira e o maior do mundo envolvendo barragens de rejeitos, com um volume total despejado de 62 milhões de metros cúbicos. A lama chegou ao rio Doce, cuja bacia hidrográfica abrange 230 municípios dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, muitos dos quais abastecem sua população com a água do rio. Ambientalistas consideraram que o efeito dos rejeitos no mar continuará por pelo menos mais cem anos, mas não houve uma avaliação detalhada de todos os danos causados pelo desastre. Segundo a prefeitura do município de Mariana, a reparação dos danos causados à infraestrutura local deverá custar cerca de cem milhões de reais. RESOLUÇÃO CONAMA 398 de 2008: O empreendedor tem que ter plano de emergência específico para a fauna: diagnóstico de fauna regional, forma de impacto, medidas de proteção e socorro. Esta resolução apresenta o conteúdo mínimo do Plano de Emergência Individual para incidentes de poluição por óleo em águas sob jurisdição nacional, originados em portos organizados, instalações portuárias, terminais, dutos, sondas terrestres, plataformas e suas instalações de apoio, refinarias, estaleiros, marinas, clubes náuticos e instalações similares, e orienta a sua elaboração. Estes Planos devem ser apresentados ao órgão ambiental competente por ocasião do licenciamento ambiental. Sistema de comando de incidentes Criado nos EUA = para incêndios Domésticos Produção Selvagens ex situ Selvagens in situ 2005 Furacão Katrina - EUA Criação do Grupo de Trabalho de Boas Práticas em Zoológicos para planejamento e preparação para desastres e contingências (ZBPWG) • Planejamento • Resposta • Recuperação • Mitigação A missão do ZBPWG era fornecer informações e recomendar as melhores práticas que poderiam ser úteis para essa ampla variedade de especialistas em cuidados com os animais. É a esperança do Grupo de Trabalho que as informações contidas e as referências fornecidas ajudem qualquer pessoa, independentemente do 'tamanho' da sua operação, a produzir planos úteis e integrados. Embora esses documentos sejam projetados para ajudar a instalação de vida selvagem gerenciada na elaboração de planos, a criação do plano de uma instalação não é o único objetivo. O ZBPWG incentiva a comunidade a usar o processo de elaboração de planos como uma oportunidade de integrar todos os níveis do governo, o que é crítico em caso de emergência. Os relacionamentos desenvolvidos no processo de planejamento podem ser críticos em todas as fases do planejamento, prevenção, mitigação, resposta e recuperação. The Great Penguin Rescue: • Derramou 1300 toneladas de minério de ferro na costa da África do Sul. Pinguins africanos: ILHAS DE REPRODUÇÃO DOS PINGUINS - 41% da população contaminada. 9 • 75 mil pinguins resgatados • 12500 voluntários • 1o: Biossegurança • Transporte do animais: foi o principal fator para o fracasso do último resgate, dessa vez foram feitas adaptações para evitar o estresse desses penguins e permitir seu transporte seguro. Pois antes das caminhões e caminhão eram precariamente ventilados. • Triagem: identificação e registro amostras biológicas avaliação física rápida • Destinação das carcaças Derramamentos de óleo são uma ocorrência muito comum e sempre que acontece, começamos a questionar o que fazer com a vida selvagem DeNapoli, um especialista em pinguins do New England Aquarium, foi chamado para ajudar quando o MV Treasure, transportando minério de ferro do Brasil para a China, afundou na costa da Cidade do Cabo, na África do Sul, em 23 de junho de 2000. O navio derramou centenas de toneladas de óleo combustível em águas próximas às casas da ilha de pinguins africanos e cerca de 20.000 aves foram resgatadas das águas contaminadas. Felizmente, DeNapoli e os outros cientistas que viajaram para a África do Sul para liderar o esforço tiveram muitos voluntários para ajudá-los a limpar e alimentar os pássaros. Eles tinham a vantagem da experiência, por mais triste que fosse, de outro derramamento de óleo no território dos pingüins apenas seis anos antes. Um dia depois de chegarem teve um outra crise o óleo estava se movendo para o norte para a ilha dos pinguins, e se o óleo os pegassem, não poderiam resgatar mais nenhum pinguim. Então fizeram uma proposta inusitada, pegar os 20.000 pinguins em risco e transporta-los em caminhões ventilados mais de 800 km para o porto Elizabete e liberta-los na agua limpos e permiti-los voltarem para casa sozinhos e até chegarem lá a ilha estaria limpa. Funcionou ! Pinguins aprendem com experiencias anteriores, comprovado com aqueles que sofrerem no desastre anterior se adequaram mais rápido no treinamento de pegar o peixe parta se alimentarem sozinhos. No final, eles salvaram cerca de 90% dos pássaros e, depois de serem libertados na natureza, eles passaram a viver tanto quanto os pássaros sem óleo e se reproduzem com o mesmo sucesso. Os filhotes tiveram ainda mais sucesso e agora um centro local de reabilitação de aves marinhas usa as técnicas aprendidas durante o derramamento de óleo para reforçar a população de aves ameaçadas de extinção, resgatando e criando filhotes abandonados. Os pesquisadores também descobriram que é possível salvar pássaros antes que o óleo chegue a eles - em um ponto em 2000, eles capturaram outros20.000 pássaros e os libertaram várias centenas de quilômetros de distância de suas casas. No momento em que nadaram de volta à ilha, o petróleo havia sumido. • Identificação temporária e registro individual; • Fotografias; • Colher amostras de pena; • Avaliação física; • Colheita de amostra de sangue; • Eutanásia. Antes diziam que eram melhor matar esses animais ao invés de tentar salva-los, pois a chance de sobrevivência era muito pequena. The Great Penguin Rescue mudou isso. 10 ECOTURISMO • 8 bilhões de visitantes por ano • 2,23 trilhões de reais por ano • Pode não ser benigno O mercado brasileiro define ecoturismo como toda atividade realizada em área natural com o objetivo de observação e conhecimento da flora, fauna e aspectos cênicos (com ou sem o sentido de aventura), prática de esportes e realização de pesquisas científicas. Nem sempre aquele que oferece a atividade ecoturística (usufruindo economicamente disto) tem o preparo e o cuidado no trato com o meio ambiente que é ofertado aos ecoturistas. Provocando, assim, profundas alterações seja no meio ambiente natural, cultural ou artificial, com o fim de proporcionar o “conforto” a seus clientes, desrespeitando as normas jurídicas postas. Efeitos ambientais negativos: • Poluição sonora, visual e auditiva; • Desmatamento; • Introdução de espécies animais e vegetais exóticas; • Prejuízos a espécies em seus hábitos alimentares, migratórios, etc.; • Aumento na geração de lixo, esgoto e problemas com saneamento básico; • Ocupação inadequada do solo. TRAFICO DE ANIMAIS SILVESTRES O comércio ilegal de animais silvestres é a terceira atividade clandestina que mais movimenta dinheiro sujo, perdendo apenas para o tráfico de drogas e armas. O Brasil é um dos principais alvos dos traficantes devido a sua imensa diversidade de peixes, aves, insetos, mamíferos, répteis, anfíbios e outros. As condições de transporte são péssimas. Muitos morrem antes de chegar ao seu destino final. Filhotes são retirados das matas, atravessam as fronteiras escondidos nas bagagens de contrabandistas para serem vendidos como mercadoria. Tráfico de animais silvestres: - Animais - Subprodutos - Maior parte são aves - R$ 7 bilhões no Brasil em 10 anos - Brasil: 5 a 15% do tráfico mundial - Lei no 9.605/98 = prisão de seis meses a um ano multa Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres - RENCTAS: Fundada em 1999, uma organização não governamental, sem fins lucrativos, que luta pela conservação da biodiversidade. Baseada em Brasília-DF, desenvolva suas ações em todo o Brasil, por meio de parcerias com iniciativas privadas, o poder público e o terceiro setor. ZOONOSES 11 Zoonoses são doenças infecciosas capazes de ser naturalmente transmitidas entre animais e seres humanos. Os agentes que desencadeiam essas afecções podem ser micro-organismos diversos, como bactérias, fungos, vírus, helmintos e rickettsias. Podem ser antropozoonozes, que são doenças primárias nos animais e podem ser transmitidas também aos homens e zooantroponoses, que são doenças que são primárias nos homens e podem ser transmitidas aos outros animais. 1940 a 2004: • 335 episódios de surgimento de patógenos humanos 60,3 % eram zoonoses 71,8 % de fauna silvestre. Brasil: • Doença de chagas, leishmaniose visceral e tegumentar, hantavirose pulmonar e febre amarela. Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade é uma autarquia em regime especial. Criado dia 28 de agosto de 2007, pela Lei 11.516, o ICMBio é vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e integra o Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama). Cabe ao Instituto executar as ações do Sistema Nacional de Unidades de Conservação, podendo propor, implantar, gerir, proteger, fiscalizar e monitorar as UCs instituídas pela União. Cabe a ele ainda fomentar e executar programas de pesquisa, proteção, preservação e conservação da biodiversidade e exercer o poder de polícia ambiental para a proteção das Unidades de Conservação federais. • Autarquia: 28 de agosto de 2007, Lei 11.516 • MinistériodoMeioAmbiente • Integra o Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama) Medicina da conservação "Ciência interdisciplinar que estuda as múltiplas interações de duas vias entre patógenos e doenças, por um lado, e entre espécies e ecossistemas, por outro, com o objetivo de atingir a SAÚDE ECOLÓGICA" Características das espécies mais vulneráveis à extinção: - Grandes exigências de espaço - Dificuldade de deslocamento - Baixa fecundidade - Ciclos de vida curtos - Dependência por recursos imprevisíveis ou irregulares - Ninhos no chão - Intolerância a ambientes de borda - Interesse para populações humanas Conservação in-situ: são estratégias de conservação de ecossistemas e habitats naturais e de manutenção e recuperação de populações viáveis de espécies em seus meios naturais e, no caso de espécies domesticadas ou cultivadas, nos meios onde tenham desenvolvido suas 12 propriedades características. Participação da população local com educação ambiental é extremamente benéfica pois há fortalecimento das unidades de Conservação, aperfeiçoamento da amostragem e aumento dos dados amostrais. Outra forma é o Recurso Genético. Limitações: - Problemas relativos à área em questão e seus arredores - Não é eficiente com populações muito pequenas - Não é eficiente quando os indivíduos estão fora de áreas de conservação Conservação ex situ: conservação de componentes da biodiversidade fora de seus habitats. Ênfase nas espécies ameaçadas de extinção e nas espécies com potencial de uso econômico. Limitações são os gastos 50 vezes mais, e suscetível a todos os problemas de pequenas populações. • Reprodução em cativeiro • Culturas: - Bancos de germoplasma; - Coleções de cultura de microrganismos. • Unidades de conservação fora dos limites de distribuição da espécie. • Vantagens: - Permite conhecer melhor a biologia da espécie - Pode ser usada para educação ambiental - Reduz a necessidade de se retirar indivíduos da natureza - Pode fornecer indivíduos para programas de conservação • Desvantagens - Desequilíbrio ambiental - Sobrevivência dos exemplares - Capacidade de carga do ambiente - Introdução de patógenos - Introdução de genes alelos exóticos - Introdução de comportamentos exóticos LIBERTAÇÃO DOS ANIMAIS: - Monitoração da população local - Quarentena: exames - Soltura: momento crítico - Monitoração pós-soltura -“A introdução é um dos mais perversos, mais influentes e menos reversíveis efeitos humanos” —> Espécies invasoras (javali) 13 Técnicas de estudo de animais selvagens de vida livre - in situ OBJETIVOS DOS ESTUDOS DE CAMPO • Obtenção de dados biológicos • Averiguar alterações • Monitorar e estudar doenças • Distribuição das populações • Padrão de deslocamento/movimentação • Qualidade ambiental Abundância ou Densidade Populacional Levantamento por amostragem: Contagem em uma unidade amostrada: é uma contagem COMPLETA de todos os indivíduos na unidade amostrada (Ex: quadrante) Contagem incompleta: quantidade x distância do observador - DETECTABILIDADE. Deve- se usar para espécies abundantes no local e populações fechadas. Para populações escassas: Captura, marcação e recaptura, e por fim remoção de indivíduos da população Captura-marcação-recaptura: • Direto: captura, marca, solta e recaptura um n pré-definido e vê quantos estão marcados • Inverso: captura, marca, solta, recaptura um “n” de marcados pré-determinado Captura em animais In-situ: Prioridades são integridade física da espécie e da equipe, maneira humanitária, espécie, idade, peso, ecologia e ambiente. Vestígios: Fezes, pelos, penas, “arranhões” , pegadas e banco de areia. ARMADILHAS - Caixas, gaiolas, currais - Modelo Sherman e Tomahawk - Uso de iscas - Cevar o local As armadilhas Sherman: podem ser dobráveis ou não, de vários tamanhos e são feitas em chapas de alumínio que são galvanizadas,dificultando assim, a corrosão do material. Armadilhas Tomahawk: são confeccionadas em grades de arame também galvanizado. São adequadas para captura de animais um pouco maiores como gato-do-mato, cachorro-do-mato e gambás, por exemplo. 14 Pitfalls: armadilhas de interceptação e queda consistem de recipientes enterrados no solo e interligados por cercas-guia. Quando um pequeno anima l se depara com a cerca, geralmente a acompanha, até eventualmente cair no recipiente mais próximo. Estas armadilhas são amplamente utilizadas para a amostragem de anfíbios, répteis e pequenos mamíferos. Armadilha Curral: Os currais são armadilhas fixadas no solo, constituídas de varas de madeira, telas de náilon, redes e cabos de amarração, construídos em regiões de mar tranquilo e de baixa declividade. Redes: Usa-se rede invisível para pássaros e morcegos tendo que checar a cada 10 minutos. Rede grossas para mamíferos e répteis. OUTROS: • Cães farejadores • Laço • Puçá • Cambão • Manual Dardos de anestésicos O número de armadilhas é diretamente proporcional à eficiência da captura; portanto um maior número de armadilhas eleva as chances de captura dos animais presentes naquela área. Dependendo do objetivo pode-se distribuir as armadilhas ao acaso ou no sistema conhecido como gradeado, onde são colocadas as armadilhas em pontos equidistantes nas intersecções ou linhas imaginárias paralelas e transversais, "levando em conta a direção que o animal irá se deslocar em seu movimento”. Escolher o local adequado para dispor as armadilhas, de preferência ao abrigo de luz. É importante não demorar a checar a armadilha. É aconselhável marcar o local das armadilhas com uma fita colorida, por exemplo para encontrar mais facilmente as armadilhas. Marcação: tem função de registro e analisar dados partir da recaptura como taxa de reprodução, taxa de sobrevivência, distribuição espacial e densidade populacional. Marcação permanente é feita através de cicatriz dérmica, tatuagens e alteração cirúrgica. Já a marcação semi permanente é através de brincos, colares e anilhas, porém acabam durando menos de 1 ano. Radiotelemetria: a técnica de radiotelemetria é uma ferramenta usada para obter informações necessárias para conservar e manejar as espécies selvagens. Para alguns animais a ferramenta pode elucidar e revelar segredos de suas histórias de vida. Por meio da rádio- transmissor o pesquisador pode saber onde o animal está, ou pode usar a informação de localização para extrapolar a atividade do animal, conhecer suas temperaturas corporais, e seus batimentos cardíacos. - Monitoração de sinais vitais e fisiológicos - Padrão de atividade - Localização do animal 15 - Peso: <2% do animal - Cirúrgico ou externo - Alto custo Armadilha fotográfica: é uma câmera remotamente ativada e equipada por um sensor de movimento ou sensor infravemelho. As armadilhas são usadas para capturar fotos ou filmes de animais selvagens sem que os pesquisadores precisem estar presentes e tem sido usadas na pesquisa sobre ecologia há décadas. Além de pesquisas com ecologia e caça, elas são utilizadas para detectar ninhos, espécies raras, estimar riqueza de espécies assim como uso de habitat. - Período noturno - Uso de iscas - Sensor infravermelho - Calor e movimento ___________________________________________________________________________ LEGISLAÇÃO NACIONAL LIGADA À FAUNA Animais Silvestres: Quem cuida da fauna silvestre é o IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis Institutos e Secretarias Estaduais DEFINIÇÕES Pessoa jurídica: é um entidade formada por indivíduos e reconhecida pelo Estado como detentora de direitos e deveres. O termo pode se referir a empresas, governos, organizações ou qualquer grupo criado com uma finalidade específica. Classificação: • Pessoas jurídicas de Direito Público (governo) • Pessoas jurídicas de Direito Privado Pessoa física: pessoa corpórea, em vida. Todo ser humano enquanto indivíduo, do seu nascimento até a morte. Essa designação é um conceito jurídico e se refere especificamente ao indivíduo enquanto sujeito detentor de direitos e de deveres. Fauna: conjunto de animais que vivem em um determinado ambiente, região ou época, cuja conservação está vinculada à conservação dos respectivos “habitats”. Pesca: Retirar, extrair, coletar, apanhar, apreender ou capturar espécimes dos grupos dos peixes, crustáceos, moluscos e vegetais hidróbios, suscetíveis ou não de aproveitamento econômico, ressalvadas as espécies ameaçadas de extinção, constantes nas listas oficiais da fauna e da flora. HISTORIA • Decreto-Lei 5.894/1943: Código de caça fauna “res nullius” 16 • Lei 5.197/1967: dispõe sobre a Proteção à Fauna. Ainda permite a Caça, só regulamenta. Propriedade do Estado • Constituição Federal 1988: fauna bem de todos e é dever do cidadão e do Poder Público preservá-la LEI 9.605/98 (LEI DOS CRIMES AMBIENTAIS- LCA) Qualquer pessoa, constatando infração ambiental, poderá dirigir representação às autoridades, para efeito do exercício do seu poder de polícia. A autoridade ambiental que tiver conhecimento de infração ambiental é obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante processo administrativo próprio, sob pena de co-responsabilidade Art. 3º: As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade. Nunca se caracterizará como crime qualquer ato em que o agente possui permissão, licença ou autorização prévia da AUTORIDADE AMBIENTAL. Código Penal x Lei Ambiental: Art. 79. Aplicam-se subsidiariamente a esta Lei as disposições do Código Penal e do Código de Processo Penal.” Sempre que conflitarem, prevalecerá a Lei Ambiental, por ser uma LEI ESPECIAL. No que a Lei Ambiental for omissa, aplicam-se as determinações do Código Penal. Art. 79. Aplicam-se subsidiariamente a esta Lei as disposições do Código Penal e do Código de Processo Penal.” Sempre que conflitarem, prevalecerá a Lei Ambiental, por ser uma LEI ESPECIAL. No que a Lei Ambiental for omissa, aplicam-se as determinações do Código Penal.. Art. 37. III – (VETADO) Cabe em caso de legitima defesa? O inciso III se tratava de legítima defesa contra ataque de animais ferozes, foi vetado pois é uma situação cabível somente em reação a uma ação humana. Art. 14. São circunstâncias que atenuam a pena: I - baixo grau de instrução ou escolaridade do agente; II - arrependimento do infrator, manifestado pela espontânea reparação do dano, ou limitação significativa da degradação ambiental causada; III - comunicação prévia pelo agente do perigo iminente de degradação ambiental; IV - colaboração com os agentes encarregados da vigilância e do controle ambiental. Art. 15. São circunstâncias que agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime: I - reincidência nos crimes de natureza ambiental; II - ter o agente cometido a infração: a) para obter vantagem pecuniária; b) coagindo outrem para a execução material da infração; 17 c) afetando ou expondo a perigo, de maneira grave, a saúde pública ou o meio ambiente; d) concorrendo para danos à propriedade alheia; e) atingindo áreas de unidades de conservação ou áreas sujeitas, por ato do Poder Público, a regime especial de uso; f) atingindo áreas urbanas ou quaisquer assentamentos humanos; g) em período de defeso à fauna; h) em domingos ou feriados; i) à noite; j) em épocas de seca ou inundações; l) no interior do espaço territorial especialmente protegido; m) com o emprego de métodos cruéis para abate ou captura de animais; n) mediante fraude ou abuso de confiança; o) mediante abuso do direito de licença, permissão ou autorização ambiental; p) no interesse de pessoa jurídica mantida, totalou parcialmente, por verbas públicas ou beneficiada por incentivos fiscais; q) atingindo espécies ameaçadas, listadas em relatórios oficiais das autoridades competentes; r) facilitada por funcionário público no exercício de suas funções. Resumo O meio ambiente é um bem fundamental à existência humana e, como tal, deve ser assegurado e protegido para uso de todos. Este é princípio expresso no texto da Constituição Federal, que no seu art. 225, caput, dispõe sobre o reconhecimento do direito a um meio ambiente sadio como uma extensão ao direito à vida, seja pelo aspecto da própria existência física e saúde dos seres humanos, seja quanto à dignidade desta existência, medida pela qualidade de vida. Este reconhecimento impõe ao Poder Público e à coletividade a responsabilidade pela proteção ambiental. Crime é uma violação ao direito. Assim, será um crime ambiental todo e qualquer dano ou prejuízo causado aos elementos que compõem o ambiente: flora, fauna, recursos naturais e o patrimônio cultural. Por violar direito protegido, todo crime é passível de sanção (penalização), que é regulado por lei. O ambiente é protegido pela Lei n.º 9.605 de 12 de fevereiro de 1998 (Lei de Crimes Ambientais), que determina as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. Antes da sua existência, a proteção ao meio ambiente era um grande desafio, uma vez que as leis eram esparsas e de difícil aplicação: havia contradições como, por exemplo, a garantia de acesso livre às praias, entretanto, sem prever punição criminal a quem o impedisse. Ou inconsistências na aplicação de penas. Matar um animal da fauna silvestre, mesmo para se alimentar era crime inafiançável, enquanto maus tratos a animais e desmatamento eram simples contravenções punidas com multa. Havia lacunas como faltar disposições claras relativas a experiências realizadas com animais ou quanto a soltura de balões. Com o surgimento da Lei de Crimes Ambientais, a legislação ambiental no que toca à proteção ao meio ambiente é centralizada. Contrário ao que ocorria no passado, a lei define a 18 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9605.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9605.htm responsabilidade das pessoas jurídicas, permitindo que grandes empresas sejam responsabilizadas criminalmente pelos danos que seus empreendimentos possam causar à natureza. Matar animais continua sendo crime, exceto para saciar a fome do agente ou da sua família; os maus tratos, as experiências dolorosas ou cruéis, o desmatamento não autorizado, a fabricação, venda, transporte ou soltura de balões, hoje são crimes que sujeitam o infrator à prisão. Além das agressões que ultrapassam os limites estabelecidos por lei, também são considerados crimes ambientais as condutas que ignoram normas ambientais, mesmo que não sejam causados danos ao meio ambiente. É o caso dos empreendimentos sem a devida licença ambiental. Neste caso, há a desobediência a uma exigência da legislação ambiental e, por isso, ela é passível de punição por multa e/ou detenção. As penas previstas pela Lei de Crimes Ambientais são aplicadas conforme a gravidade da infração: quanto mais reprovável a conduta, mais severa a punição. Ela pode ser privativa de liberdade, onde o sujeito condenado deverá cumprir sua pena em regime penitenciário; restritiva de direitos, quando for aplicada ao sujeito — em substituição à prisão — penalidades como a prestação de serviços à comunidade, interdição temporária de direitos, suspensão de atividades, prestação pecuniária e recolhimento domiciliar; ou multa. A pessoa jurídica infratora, uma empresa que viola um direito ambiental, não pode ter sua liberdade restringida da mesma forma que uma pessoa comum, mas é sujeita a penalizações. Neste caso, aplicam-se as penas de multa e/ou restritivas de direitos, que são: a suspensão parcial ou total das atividades; interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade; a proibição de contratar com o Poder Público, bem como dele obter subsídios, subvenções ou doações. Também é possível a prestação de serviços à comunidade através de custeio de programas e de projetos ambientais; execução de obras de recuperação de áreas degradadas; contribuições a entidades ambientais ou culturais públicas. Diante de um crime ambiental, a ação civil pública (regulamentada pela Lei 7.347/85) é o instrumento jurídico que protege o meio ambiente. O objetivo da ação é a reparação do dano onde ocorreu a lesão dos recursos ambientais. Podem propor esta ação o Ministério Público, Defensoria Pública, União, Estado, Município, empresas públicas, fundações, sociedades de economia mista e associações com finalidade de proteção ao meio ambiente. Tipos de Crimes Ambientais De acordo com a Lei de Crimes Ambientais (Lei N.º 9.605/98), os crimes ambientais são classificados em cinco tipos diferentes: Contra a fauna (arts. 29 a 37): São as agressões cometidas contra animais silvestres, nativos ou em rota migratória, como a caça, pesca, transporte e a comercialização sem autorização; os maus-tratos; a realização experiências dolorosas ou cruéis com animais quando existe outro meio, independente do fim. Também estão incluídas as agressões aos habitats naturais dos animais, como a modificação, danificação ou destruição de seu ninho, abrigo ou criadouro natural. A introdução de espécimes animal estrangeiras no país sem a 19 https://www.oeco.org.br/dicionario-ambiental/28289-entenda-a-lei-de-crimes-ambientais/dicionario-ambiental/27321-o-que-e-licenciamento-ambiental https://www.oeco.org.br/dicionario-ambiental/28289-entenda-a-lei-de-crimes-ambientais/dicionario-ambiental/27321-o-que-e-licenciamento-ambiental http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7347Compilada.htm devida autorização também é considerado crime ambiental, assim como a morte de espécimes devido à poluição. Contra a flora (art. 38 a 53): Causar destruição ou dano a vegetação de Áreas de Preservação Permanente, em qualquer estágio, ou a Unidades de Conservação; provocar incêndio em mata ou floresta ou fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocá-lo em qualquer área; extração, corte, aquisição, venda, exposição para fins comerciais de madeira, lenha, carvão e outros produtos de origem vegetal sem a devida autorização ou em desacordo com esta; extrair de florestas de domínio público ou de preservação permanente pedra, areia, cal ou qualquer espécie de mineral; impedir ou dificultar a regeneração natural de qualquer forma de vegetação; destruir, danificar, lesar ou maltratar plantas de ornamentação de logradouros públicos ou em propriedade privada alheia; comercializar ou utilizar motosserras sem a devida autorização. Poluição e outros crimes ambientais (art. 54 a 61): Todas as atividades humanas produzem poluentes (lixo, resíduos, e afins), no entanto, apenas será considerado crime ambiental passível de penalização a poluição acima dos limites estabelecidos por lei. Além desta, também é criminosa a poluição que provoque ou possa provocar danos à saúde humana, mortandade de animais e destruição significativa da flora. Assim como, aquela que torne locais impróprios para uso ou ocupação humana, a poluição hídrica que torne necessária a interrupção do abastecimento público e a não adoção de medidas preventivas em caso de risco de dano ambiental grave ou irreversível. São considerados crimes ambientais a pesquisa, lavra ou extração de recursos minerais sem autorização ou em desacordo com a obtida e a não-recuperação da área explorada; a produção, processamento, embalagem, importação, exportação, comercialização, fornecimento, transporte, armazenamento, guarda, abandono ou uso de substâncias tóxicas, perigosas ou nocivas a saúde humana ou em desacordo com as leis; a operação deempreendimentos de potencial poluidor sem licença ambiental ou em desacordo com esta; também se encaixam nesta categoria de crime ambiental a disseminação de doenças, pragas ou espécies que possam causar dano à agricultura, à pecuária, à fauna, à flora e aos ecossistemas. Contra o ordenamento urbano e o patrimônio cultural (art. 62 a 65): Ambiente é um conceito amplo, que não se limita aos elementos naturais (solo, ar, água, flora, fauna). Na verdade, o meio ambiente é a interação destes, com elementos artificiais — aqueles formados pelo espaço urbano construído e alterado pelo homem — e culturais que, juntos, propiciam um desenvolvimento equilibrado da vida. Desta forma, a violação da ordem urbana e/ou da cultura também configura um crime ambiental. Contra a administração ambiental (art. 66 a 69): São as condutas que dificultam ou impedem que o Poder Público exerça a sua função fiscalizadora e protetora do meio ambiente, seja ela praticada por particulares ou por funcionários do próprio Poder Público. Comete crime ambiental o funcionário público que faz afirmação falsa ou enganosa, omitir a verdade, sonegar informações ou dados técnico-científicos em procedimentos de autorização ou de licenciamento ambiental; Ou aquele que concede licença, autorização ou permissão em desacordo com as normas ambientais, para as atividades, obras ou serviços cuja realização 20 https://www.oeco.org.br/dicionario-ambiental/28289-entenda-a-lei-de-crimes-ambientais/dicionario-ambiental/27468-o-que-e-uma-area-de-preservacao-permanente https://www.oeco.org.br/dicionario-ambiental/28289-entenda-a-lei-de-crimes-ambientais/dicionario-ambiental/27468-o-que-e-uma-area-de-preservacao-permanente https://www.oeco.org.br/dicionario-ambiental/28289-entenda-a-lei-de-crimes-ambientais/dicionario-ambiental/27099-o-que-sao-unidades-de-conservacao depende de ato autorizativo do Poder Público. Também comete crime ambiental a pessoa que deixar de cumprir obrigação de relevante interesse ambiental, quando tem o dever legal ou contratual de fazê-la, ou que dificulta a ação fiscalizadora sobre o meio ambiente. Infrações Administrativas. Depósito e a guarda provisórios de animais silvestres Depósito e a guarda provisórios de animais silvestres apreendidos ou resgatados pelos órgãos ambientais integrantes do Sistema Nacional do Meio Ambiente, como também oriundos de entrega espontânea. Termo de caráter provisório: Interessado, que não detinha o espécime, devidamente cadastrado no órgão ambiental competente, assume voluntariamente o dever de guarda do animal, enquanto não houver destinação nos termos da lei. É a primeira opção quando não há outra forma de destinação (Art. 3). TDAS e TGAS é concedido apenas para as espécies silvestres autorizadas para criação e comercialização como animal de estimação (Resolução CONAMA no 394 de 2007) Não serão objeto de concessão do TDAS e TGAS : - Espécies com potencial de invasão - Ameaçados de extinção salvo autorização - Condições incompatíveis às necessidades do animal - Vítimas de maus tratos - TDAS Pessoal e intransferível, permitindo no máximo de 10 animais. Caso de morte ou impedimento comunicar em até 30 dias, e pedido de realocação com prazo de 120 dias. Concessão por órgãos municipal, estadual ou federal. Não será concedido TGAS à pessoa com condenação penal ou administrativa, decorrente de crime ou infração ambiental contra a fauna, nos últimos 5 (cinco) anos. CETAS: Centro de Triagem de Animais Silvestres. Objetivos da IN 23/2014: padronizar os procedimentos dos CETAS e normatizar a destinação dos animais silvestres apreendidos, resgatados ou entregues aos IBAMA. A atuação dos CETAS é restrita ao recebimento de animais silvestres, não sendo admitido o recebimento de espécies consideradas domésticas. Parágrafo único. Excepcionalmente, com vistas a garantir adequada destinação, poderão ser recebidos animais silvestres exóticos. Poderá ser admitida a realização de atividades acadêmicas e de educação ambiental, envolvendo, eventualmente, visitação programada e monitorada aos CETAS, mediante autorização do Superintendente. A solicitação de pesquisa deverá ser formalizada e poderá ser admitida somente após manifestação do responsável pelo CETAS e autorização do Superintendente. Padronização do CETAS: 21 Destinação imediata: dispensa da necessidade de intervenção ou manutenção do espécime em CETAS após avaliação. Destinação mediata: destinação do animal, em geral, após procedimentos de reabilitação. Entrega voluntária: Ato espontâneo realizado pelo cidadão ao entregar um animal silvestre Quarentena: Período de isolamento do animal no CETAS para que doenças preexistentes possam ser detectadas. Período de isolamento definido de acordo com o grupo taxonômico, a origem e as condições do indivíduo. Híbrido: animal resultante do cruzamento de duas espécies diferentes; RECEBIMENTO DE ANIMAIS • Registro de recebimento • Documento de apreensão Se houver divergência de identificação taxonômica ou marcação, prevalece a identificação do registro de entrada. TRIAGEM Com fundamentos no histórico, com base em avaliações clínica, física e comportamental, os animais poderão ser submetidos a: destinação imediata ou quarentena. I - conferência da identificação taxonômica II - marcação individual III - avaliação clínica, física e comportamental DESTINAÇÃO Modalidades de destinação: I - Imediata: a) soltura b) cativeiro II - Mediata: a) soltura experimental b) revigoramento populacional c) reintrodução d) cativeiro e) para fins de pesquisa, educação ou treinamento SOLTURA A soltura imediata: deverá ser priorizada e poderá ser realizada nos casos em que o espécime: apresente indícios comportamentais de que foi recém capturado, não apresente problemas que indiquem impedir sua sobrevivência ou adaptação em vida livre, e seja de espécie de ocorrência natural no local. Animais silvestres da Fauna Nativa = 72 horas sem julgamento 22 A soltura mediata: deverá ser realizada preferencialmente em áreas de solturas cadastradas junto à SUPES do IBAMA ou a órgãos ambientais competentes. Deverá ser priorizada a destinação de espécimes: espécies alvo de Plano de Ação Nacional, ameaçadas conforme Portarias do Ministério do Meio Ambiente, e de risco de prejuízo em sua reabilitação. CATIVEIRO Todos os animais deverão receber marcação individual antes da destinação para cativeiro, devendo a marcação ser informada no documento de transferência do espécime. ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO: a propriedade de animais de estimação não se insere em quaisquer das categorias de atividades e empreendimentos tratadas no artigo anterior, sendo vedada a reprodução, a exposição à visitação pública e finalidade diversa à de estimação. Controle da Fauna Sinantrópica Nociva Controle da Fauna - Captura de animais seguida de soltura (Marcação, esterilização ou administração farmacológica), remoção e as vezes eliminação. - Eliminação direta de animais Pessoas físicas ou jurídicas interessadas no manejo ambiental ou controle da fauna sinantrópica nociva, devem solicitar autorização junto ao órgão ambiental competente nos respectivos Estados. Espécies sinantrópicas nocivas passíveis de controle por pessoas físicas e jurídicas devidamente habilitadas para tal atividade, sem a necessidade de autorização por parte do IBAMA (Art. 5): - Artrópodes nocivos - Roedores sinantrópicos comensais (Rattus rattus, Rattus norvegicus e Mus musculus) e pombos (Columba livia) Fauna Sinantrópica: populações animais de espécies silvestres nativas ou exóticas, que utilizam recursos de áreas antrópicas, de forma transitória em seu deslocamento, como via de passagem ou local de descanso; ou permanente, utilizando-as como área de vida. Fauna Sinantrópica Nociva: fauna sinantrópica que interage de forma negativa com a população humana, causando-lhe transtornos significativos de ordem econômica ou ambiental, ou que representeriscos à saúde pública. ESSA NORMATIVA NÃO INCLUI ANIMAIS NATIVOS AMEAÇADOS DE EXTINÇÃO Manejo ambiental para controle de Fauna Sinantrópica Nociva: eliminação ou alteração de recursos utilizados pela fauna sinantrópica, com intenção de alterar sua estrutura e composição, e que não inclua manuseio, remoção ou eliminação direta dos espécimes. 23 Manejo e Controle do Javali ESPÉCIES INVASORAS Introduzir espécime animal silvestre, nativo ou exótico, no País ou fora de sua área de distribuição natural, sem parecer técnico oficial favorável e licença expedida pela autoridade ambiental competente, quando exigível: Multa de R$ 2.000,00 (dois mil reais), com acréscimo por exemplar excedente de: I - R$ 200,00 (duzentos reais): não ameaçado II - R$ 5.000,00 (cinco mil reais): ameaçado e CITES Controle da Espécie: PERÍODO E QUANTIDADE - Sem limite de quantidade; - Qual quer época do ano. PRODUTOS E SUBPRODUTOS - Não podem ser distribuídos ou comercializados; - Abater o animal no local; - Transporte de animal vivo somente com autorização. ___________________________________________________________________________ MEDICINA DE AVES ANATOMIA Aves são uma classe de seres vivos vertebrados endotérmicos caracterizada pela presença de penas, um bico sem dentes, oviparidade de casca rígida, elevado metabolismo, um coração com quatro câmaras e um esqueleto pneumático resistente e leve. As aves apresentam asas, que são mais ou menos desenvolvidas dependendo da espécie, que evoluíram a partir dos membros anteriores, oferecendo às aves a capacidade de voar, embora a especiação tenha produzido aves não voadoras, como as avestruzes, pinguins e diversas aves endémicas insulares. Os sistemas digestivo e respiratório das aves estão adaptados ao voo. Algumas espécies de aves que habitam em ecossistemas aquáticos, como os pinguins ou a família dos patos, desenvolveram a capacidade de nadar. - Ovíparas - Reprodução Sexuada - 9000 espécies - 27 ordens - Ausência de dentes - Bico: Estrutura óssea + camada córnea - Ausência de bexiga urinária - Endotérmicos - Alta taxa metabólica (passeriformes 50 – 60% superior) - Termorregulação: ausência de glândulas sudoríparas, 39 a 42 oC, camada da pele delgada 24 - Fisiologia da dor: Mammalia > Aves > Reptilia > Amphibia > Pisces Voo: A maior parte das aves tem a capacidade de voar, o que as distingue de praticamente todas as outras classes de vertebrados. O voo é a principal forma de deslocação para a maioria das espécies de aves e é usado para a reprodução, alimentação e fuga de predadores. As aves possuem diversas adaptações evolutivas destinadas ao voo, entre as quais ossos pneumáticos e leves, dois grandes músculos de voo (os peitorais – que correspondem a 15% do peso da ave – e o supracoracoide) e um membro anterior modificado (a asa) que atua simultaneamente como aerofólio (que sustenta a ave no ar) e como elemento de impulso. Fatores que diminuem o peso corporal (perda dos dentes e musculatura mastigatória, presença de ossos pneumáticos e sacos aéreos ), a resistência ao vento, bem como os arranjos metabólicos que visam suprir energeticamente o organismo durante o voo, assim como garantir a plena troca gasosa e o sistema excitocondutor cardíaco. Penas, plumagem e escamas: Corpo revestido por penas • Isolante térmico • Flutuação na água • Voo • Reprodução • Camuflagem As penas são uma característica proeminente e única das aves. As penas permitem às aves voar, fornecem isolamento que facilita a regulação térmica e são usadas como forma de exibicionismo, camuflagem e comunicação. Existem vários tipos de penas, cada um com finalidades específicas. As penas são desenvolvimentos epidérmicos ligados à pele e crescem apenas em regiões específicas da pele denominadas pterilas. O padrão de distribuição da implantação das penas em tratos denomina-se pterilose. Aptérios são zonas desprovidas de penas. A distribuição e aparência do conjunto das penas no corpo é denominada plumagem e é uma das principais características que permitem identificar a espécie de ave. A plumagem pode variar significativamente dentro da própria espécie de acordo com a idade, estatuto social, e sexo. A plumagem das aves muda regularmente. Geralmente a muda é anual, embora em algumas espécies se observem duas mudas, uma antes da época de reprodução e outra depois, podendo ocorrer variações entre espécies e entre indivíduos da mesma espécie. As penas cobrem o corpo variam e possuem um nome e função próprias: • Tetrizes (penas de contorno): são pequenas e cobrem o corpo da ave, fazendo com que fique mais fácil de voar. • Plúmulas: ficam por baixo das penas de contorno. Formam uma camada de ar que funciona como se 25 fosse um agasalho conservando o calor do corpo. • Penas de vôo: são longas e muito resistentes. As da cauda são chamadas de rectrizes e da asa, rêmiges. • Filoplumas e cerdas: são penas modificadas. As cerdas são comuns ao redor dos olhos e da boca e funcionam como se fossem órgãos do tato. Tegumento A pele é delgada, flexível e frouxamente presa à musculatura subjacente. Não possuem glândulas, com exceção da glândula uropigiana, que fica próxima à base da cauda, onde a ave passa o bico, recolhendo a secreção oleosa utilizada como impermeabilizante para as penas, lubrificante para o bico, de modo que não fique quebradiço, e auxilia também na termorregulação . Sistema sensorial das aves Olhos: • A membrana nictitante, membrana nictante, terceira pálpebra ou prega semilunar da conjuntiva, sua função é essencialmente proteger o globo ocular e auxiliar na sua limpeza. • Ossículos esclerais: permitem que o animal ajuste a forma da córnea para modificar seu poder de focalização. • Músculos radiais permitem o movimento voluntário. Esqueleto O esqueleto das aves é adaptado ao voo, sendo leve, compacto e forte, possuindo maior quantidade de fostato de cálcio (mobilizado para a casca do ovo) que os ossos dos mamíferos. Caracteriza-se por um esterno proeminente, pelve que se abre ventralmente, membros torácicos modificados e fusão considerável das vértebras lombares, sacrais e coocígeas, que formam o sinsacro. Além disso, os ossos são pneumatizados abrigando extensões dos sacos aéreos pulmonares, que gradativamente diminui a medula óssea, sendo este processo mais desenvolvido naquelas aves que apresentam maior capacidade de voo. Outra característica importante é a hiperostose poliostótica, na qual formam-se ossos trabeculares anteriormente ao período de postura, configurando um importante depósito de cálcio para os ovos e podendo ser confundido com patologias na observação de radiografias. Na região torácica existe um osso chamado notarium, formado pela fusão das duas últimas vértebras cervicais com as três primeiras vértebras torácicas. Caudalmente ao notárium existe a quarta vértebra torácica chamada de vértebra torácica livre. Caudalmente à vértebra torácica livre forma-se outro osso chamado sinsacro, união das vértebras lombares com as sacrais. Caudalmente ao sinsacro existe um número variável de vértebras caudais livres, sendo que as últimas vértebras caudais se fusionam para formar o osso pigóstilo, é de forma pontiaguda que serve para inserção das penas da cauda. OSSO ESTERNO - Quilha (fixação dos músculos peitorais) ausente em ratitas 26 - Clavícula (Fúrcula) - Coracoide ASA - Úmero - Rádio - Ulna - Carpo - Metacarpo - Falange - PERNA E PÉ - Fêmur - Tibiotarso e fíbula - Tarsometatarso - Falanges (pode chegar a 4 em um dedo) Esqueleto Axial - Osso occipital = 1 côndilo CORAÇÃO E GRANDES VASOS O coração das aves localiza-se entre os lobos hepáticos, é relativamente maior e possui uma alta taxa de contração, tretracavitário , podendo chegar a 1000batimentos por minuto em algumas espécies. Em comparação com a massa corporal, o coração das aves é geralmente maior do que o dos mamíferos. Esta adaptação permite que seja bombeada maior quantidade de sangue de modo a responder às necessidades metabólicas associadas ao voo. As principais artérias que transportam o sangue do coração têm origem no arco aórtico direito, ao contrário dos mamíferos, em que é o arco aórtico esquerdo que forma esta parte da aorta. A veia cava inferior recebe o sangue dos membros através do sistema venoso portal. Também ao contrário dos mamíferos, os glóbulos vermelhos das aves mantêm o seu núcleo celular. As aves têm um sistema bastante eficiente de distribuição de oxigénio pelo corpo, uma vez que têm uma superfície de trocas gasosas dez vezes maior do que os mamíferos. Isto faz com que as aves tenham nos vasos capilares mais sangue por unidade de volume dos pulmões do que um mamífero • Mais resistentes à perda sanguínea pois incorporam liquido extravascular mais rapidamente. • Hematócrito normal: - 72 hs (30% de perda) - 7 dias (60% de perda) - Incorporação de líquido extra-vascular rápida Sistema Respiratório 27 O sistema respiratório é empregado para vocalização, termorregulação, além das trocas gasosas, diferindo consideravelmente dos mamíferos, por permitir uma clara separação entre a ventilação e as trocas gasosas, aumentando em 10 vezes a capacidade das aves em absorver oxigênio. Os sacos aéreos são estruturas que auxiliam tanto na respiração, quanto na diminuição da densidade do animal, auxiliando também no voo. Os sacos aéreos também podem estar envolvidos na regulação da temperatura corpórea. São grandes, de paredes finas, têm como origem os brônquios secundários, sendo ligados ao pulmão e conectados a alguns ossos pneumáticos através de divertículos que invadem esses ossos. Na maioria das aves eles são divididos em dois grupos, conforme a posição anatômica: • Cranial - dois sacos aéreos cervicais, dois torácicos craniais e um clavicular • Caudal - dois sacos aéreos torácicos caudais, dois sacos aéreos abdominais. as aves, as cartilagens da laringe são similares às dos répteis, e não possuem cordas vocais. As aves apresentam uma estrutura denominada siringe, o órgão vocal, localizada na base da traqueia. A siringe é responsável pela vocalização destes animais, fundamental na comunicação entre os indivíduos, assim como na corte e no chamado entre os pais e os filhotes Traqueia: tubo longo, formado por anéis cartilaginosos completos e conecta a laringe cranial com a laringe caudal ou siringe. - Abertura da traqueia = base da lingua - Tubos sem cuff Pulmões: Relativamente pequenos e esponjosos , não são lobados, têm coloração rosada e não são expansivos como nos mamíferos. São voltados para as costelas e ficam em contato com os órgãos abdominais, pois nas aves o músculo diafragma não é desenvolvido. Com isso as aves não respiram expandindo os pulmões no vôo , mas sim através da entrada de ar forçada pelas narinas, que é regulada pelo opérculo. A traqueia se divide em dois brônquios principais, que chegam até os sacos aéreos abdominais e no caminho se subdividem em brônquios secundários, que penetram nos outros sacos aéreos. Esses brônquios secundários também se subdividem em vários parabrônquios. E nestes observamos a formação dos capilares aéreos, onde ocorre a troca gasosa, sendo homólogos aos alvéolos dos mamíferos. Ventilação das aves: as aves apresentam dois ciclos de inalação/exalação. • 1o ciclo: (I) pulmão sacos aéreos caudais (E) parabrônquios • 2o ciclo: (I) sacos aéreos craniais (E) brônquios primários traqueia Essa ventilação segue alguns passos, envolvendo duas inspirações e duas expirações: na primeira inspiração o ar entra para os sacos caudais, na primeira expiração passa para os parabrônquios, na segunda inspiração o ar passa para os sacos craniais e na segunda expiração o ar é expelido dos brônquios primários e da traqueia. Sistema Digestório 28 No sistema digestório das aves há uma dilatação no esôfago chamada de papo, que serve para armazenar o alimento e também para umedecê-lo, tornando-o mais macio. Ao armazenar os alimentos no papo, a ave tem a oportunidade de digeri-lo em um local mais seguro. Logo depois do papo, encontra-se um estômago dividido em duas partes, chamadas de proventrículo e moela. No proventrículo, também conhecido como estômago químico, o alimento é misturado a enzimas digestórias, sendo encaminhado para a moela, também conhecida como estômago mecânico, uma estrutura de paredes grossas e musculosas, onde o alimento que já está amolecido e misturado a enzimas digestórias será triturado. Muitas espécies de aves herbívoras engolem pequenas pedrinhas para que elas auxiliem na trituração do alimento na moela. O intestino delgado das aves assemelha-se muito ao dos mamíferos, sendo que nas aves herbívoras o intestino é muito maior do que nas aves carnívoras. O intestino grosso desses animais é curto e termina na cloaca, onde também são lançados os ductos do sistema excretor e reprodutor. Algumas estruturas que também são encontradas nas aves são as glândulas salivares (que variam de número e localização, dependendo da espécie), pâncreas e fígado, que liberam suas secreções no duodeno do animal através de ductos. Sistema urinário Nas aves, o sistema urinário é composto por rins metanéfricos, ureteres e cloaca. Geralmente as aves apresentam rins trilobados, ou seja, dividido em três lobos. As aves não apresentam bexiga urinária, com exceção das avestruzes, e a urina é formada nos rins, que são pares e grandes. Ao sair dos rins, a urina passa pelos ureteres e vai para a cloaca, onde será eliminada. Assim como os répteis, as aves excretam seus dejetos nitrogenados na forma de ácido úrico (uricotelismo), ao contrário dos mamíferos e anfíbios, que eliminam seus resíduos na forma de ureia. O ácido úrico é concentrado principalmente na cloaca, onde é misturado com o material fecal. Também há de excreção de produtos no desenvolvimento embrionário e fetal das aves, nos ovos. Nesse caso, os resíduos permanecem no interior do ovo. Válvula porta renal - administração de fármacos: quando esta fechada o fluxo vai para o parênquima renal adicionando-se ao sangue arterial, consequentemente, o medicamento pode ser excretado pelo rim antes de atingir a circulação sistêmica. Sistema Reprodutor Os machos não apresentam órgão copulador, tem dois testículos sendo o testículo esquerdo maior do que o testículo direito, dos quais saem os canais deferentes, que terminam na cloaca. A transferência dos espermatozoides do macho para o corpo da fêmea se dá através da justaposição das cloacas que ocorre durante a cópula. Já as fêmeas geralmente possuem o ovário e o oviduto direito atrofiados, sendo que essas estruturas aumentam de tamanho apenas durante a época de reprodução, as estruturas 29 atrofiadas de um lado é uma adaptação ao voo. Ovário e oviduto esquerdo são os funcionais e não atrofiados. CLINICA DE AVES: As aves têm sistema nervoso semelhante ao dos humanos, logo sentem dor. • Alteração de comportamento • Resposta de proteção, retração ou imobilidade • Repassa informações a outros indivíduos do grupo • Consumo de água e alimento alterado DOR AGUDA: causa midríase, aumento de Fc, Pa e Fr. Tanatose: capacidade do animal de se fingir de morto para afastar predadores. Transporte das Aves adequado é cobrir a gaiola e não limpa-la(não estressar mais o animal, e mostrar as condições que o animal vive). Pirâmide diagnóstica → anamnese – exame físico – testes diagnósticos – diagnóstico. Aves apresentam fenômeno “masking” → mascaram muito seus sinais uma vez que são animais base da cadeia alimentar, mas também são animais de rápida mudança de comportamento,podendo morrer rapidamente. Avaliar o animal de longe e de forma rotineira, pois ele se estressa muito e o manejo não é possível ou não por muito tempo. A obtenção de informações deve-se basear no conhecimento natural da espécie, quanto a nutrição, comportamento, dimorfismo sexual. À anamnese deve-se pedir sobre idade, sexagem, postura, origem do animal, tempo com o animal, histórico pregresso, além de alojamento, nutrição e se convive com outras aves ou outros animais. Segue-se com a anamnese especifica dos sistemas, início das alterações e tempo de evolução. A inspeção visual deve ser realizada a uma certa distância, porém tem como limitações a necessidade em alguns casos de contenção física e dos recintos as vezes serem muito grande dificultando a visualização individual. Nos recintos deve-se avaliar a limpeza dos recintos. Presença de itens dentro da gaiola brinquedos, banheira, comedouros e bebedouros local e material, tipo e material da gaiola, fundo da gaiola (material). Vive solta ou em gaiola? Número e tipo de poleiros. Contato com aves de vida livre, Com outros animais. Acesso a plantas. Exame físico → deixar tudo fechado para avaliação e contenção do paciente → animal pode fugir. TOMAR muito cuidado com a cabeça e bico do animal → esta é a arma de defesa do animal, então sempre conter de forma adequada, e dar maior importância àquilo que te gera maior dano. Olhos: abertos, piscando, secreções e penas ao redor pálpebras, miose ou midríase, terceira pálpebra e região infra-orbital. Padrão respiratório: bico aberto, bico apoiado em grade ou respiração curta e rápida. Grau de hidratação: globos oculares, elasticidade , consistência e veia ulnar (TPC). Bico: Fratura, 30 crescimento excessivo ou restos de comida. O escore corporal de aves vai de 1 a 5 baseado na deposição de gordura em região de quilha, palpando peito. É importante em aves, pesar o paciente frequentemente pois qualquer alteração em gramas pode ser um grande diferencial na recuperação o u piora do paciente. Sempre associar escore com o peso. A alimentação das aves é muito variada e depende muito do tipo de bico do animal que é adaptado para o manejo alimentar deste. Alimentação: sementes, farinhada, petiscos Suplementos, tenébrios, presas inteiras.Água Filtrada? Fervida? Torneira? Quando foi a última vez que comeu? Auscultação: FC: 45 a 500 bpm FR: 6 a 120 mpm Ruídos pulmonares: não audíveis Ruídos: estenose traqueal, alterações na siringe ou sacos aéreos TC: 39 a 42 oC (43 a 45 oC = alto risco) TPC < 1 segundo (Crista Veia ulnar) Pesagem A avaliação das penas é de suma importância, avaliando se há a presença de fraturas ou parasitas (transiluminação). Sempre avaliar a cavidade oral → estes animais apresentam em palato, uma fissura palatina e a abertura das tubas auditivas. Palpar em procura de fraturas ósseas. Corte de Penas: corte inadequado pode afetar o equilíbrio do pet e levar a sangramentos, dores e infecções, visto que penas novas ainda têm terminações nervosas. As penas das aves crescem em um ritmo próximo ao crescimento do nosso cabelo. Por isso, o corte deve ser refeito em intervalos regulares de 3 a 4 meses para que o pet esteja sempre em segurança. Localize as penas primárias em cada asa. Estas penas começam na ponta da asa e são seguidos por grupos secundários e terciários de penas e use uma tesoura. Sexagem de aves: • Dimorfismo sexual: aves ornamentais • Exame de DNA A colheita de sangue pode ser feita em asa, na artéria basílica. Fezes/Urina • Cor (de acordo com alimentação) Aspecto e formato, quantidade e frequência • Variações: espécie, estado de saúde e alimentação Espécies: Lóris tem fezes líquidas, Aves aquáticas e tucanos fezes disformes 31 REGURGITADO/VÔMITO: Frequência, quantidade, composição, aspecto e odor. Egagrópila ou plumada sãoestos de penas, pelos e ossos, comum em aves de rapina. DOENÇAS MAIS COMUNS PODODERMATITE: Importante para praticamente todas as aves, principalmente sobre as de rapina e as aquáticas. Fatores predisponentes: obesidade, sobrecarga dos pés (dor, traumas, cirurgias, amputação), sedentarismo (tempo de poleiro, fluxo sanguíneo), poleiros inadequados, parada de treinos abruptas (rapinantes), traumas por presas, substrato abrasivo, higiene, desnutrição. A etiologia é associada a gentes comensais com E.coli e Staphylococcus que são infecções secundárias em razão de alguma solução de continuidade e fragilidade tecidual, causando inflamação, infecção e consequente necrose. SC → dor, feridas, claudicação, hiperemia, relutância em movimentar-se. Diagnóstico - avaliação física e RX. Terapia – depende do grau da lesão, de forma geral há a utilização de ATB, AINE e manejo da lesão, com bandagem, cirurgia. Bloqueio de bifer: fazer garrote achar a veia metatársica medial, aplicar os ATB, AINE e só depois de 10 minutos tirar o garrote. ASPERGILOSE: Uma zoonose importante para todas as aves sendo mais comum o acometimento como doença respiratória. Fatores predisponentes: imunossupressão (capturas recentes, filhotes, pacientes geriatras), manejo inadequado (má ventilação, agentes irritantes respiratórios —> fumaça, cigarros ou amônia), má nutrição (deficiência e vitamina A). Etiologia – Aspergillus sp. Ou outros fungos. Fungo oportunista, via inalação, quadros de imunossupressão e pode causar metaplasia escamosa. Causa letargia, anorexia, dispneia (antecede a morte), mudança de voz, respiração com bico aberto, cianose, morte súbita, emagrecimento, pode apresentar poliúria e polidipsia (extensão da lesão em doença renal/gota). Diagnóstico → hematologia (heterofilia, monocitose), endoscopia (vê os granulomas traqueais), sorologia, RX, lavado traqueal (citologia e cultura). Terapia → antifúngicos sistêmicos e por nebulização, suporte (alimentação, hidratação, AINE, protetores hepáticos – lesão do antifúngico), isolamento dos animais positivos). 32 CANDIDIASE: Acomete todas as espécies, principalmente filhotes (alimentação com papinhas não fresca – fermentação), associado principalmente a imunossupressão por doenças, desnutrição, além da má higiene. É um agente oportunista. Em filhotes geralmente está associado ao manejo inadequado da alimentação destes animais, seja pela preguiça de fazer papa diariamente e guarda vários volumes, ou seu acondicionamento em temperatura ambiente → fermenta. Causa: massas branco-amareladas em cavidade oral, enterites, vômito ou regurgitação, anorexia, apatia, desidratação e até a morte. Diagnóstico: citologia, cultura, manifestações clínicas. Filhotes de psitacídeos são mais comuns de terem do que outras espécies. Rapinantes é mais raro como primeiro diferencial. Terapia → antifúngico, suporte (hidratação, alimentação), correção de manejo (limpeza e cuidado com as papas). MEGABACTÉRIA: Infecção importante sobre periquitos-australianos. Agente comensal da microbiota das aves. Lesão normalmente em ventrículo, só na camada coelinica, ou pode se estender para as glândulas epiteliais do ventrículo e proventrículo. Causa anorexia ou polifagia, vômitos, diarreia (sementes não digeridas – diferencial para isso é a doença de dilatação do ventrículo/Bornavirose), letargia e emagrecimento progressivo. Diganóstico : manifestações, presença do agente (sozinho não indica doença), histopatologia. Terapia: hidratação, alimento de fácil digestão, antifúngico, AINE, acidificar água (probióticos, vinagre de maçã). CLAMIDIOSE: Conhecida como psitacose, ornitose ou febre dos papagaios,
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