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Martins 2013

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Revista de Administração da FATEA - RAF 
Revista de Administração da Fatea, v. 6, n. 6, p. 93-102, jan./jul., 2013. 93 
 
O Portal da Transparência como Ferramenta para a Cidadania e o 
Desenvolvimento 
Área temática: Gestão Pública 
 
 
Autores: 
Pablo Luiz Martins: mestre em Ciências Contábeis pelo Centro Universitário Álvares 
Penteado Unifecap e Prof. na Universidade Federal de São João Del Rei/UFSJ 
E-mail: pablo@ufsj.edu.br 
Bianca de Souza Véspoli: Universidade Federal de São João Del Rei/UFSJ 
E-mail: biavespoli@yahoo.com.br 
 
RESUMO 
Nota-se nos dias atuais em nossa sociedade uma notável e irreversível crise no tocante a 
valores relativos à moral e à ética, onde a descrença generalizada nas instituições, 
principalmente as públicas, faz com que a sociedade em geral se levante e questione até onde 
os erros com a coisa pública vão continuar a acontecer de forma descabida e irresponsável. 
Neste contexto, observa-se que o arcabouço teórico e prático de sua atividade e objetivos em 
que se assenta o Portal da Transparência do Governo Federal ganha cada vez mais força e 
incrementos, visto que a importância do tema coincide com a necessidade cada vez maior da 
sociedade em acompanhar os gastos públicos, e se estão feitos de forma responsável ou não. 
O objetivo deste estudo foi elucidar o Portal da Transparência do Governo Federal e como ele 
pode ser usado como ferramenta para a cidadania plena e o desenvolvimento de nosso país. A 
temática foi estudada a partir de trabalhos do ano de 2008. O estudo desta literatura permitiu 
evidenciar a importância do Portal da Transparência e seu uso pelos cidadãos. Considerando 
esses aspectos e no intuito de responder à questão proposta, foram analisados neste trabalho 
artigos científicos, livros, periódicos e publicações eletrônicas sobre o citado assunto. O 
método utilizado foi o da pesquisa bibliográfica. A conclusão foi que existe quase que uma 
unanimidade à respeito da importância do Portal da Transparência e suas implicações para o 
desenvolvimento e a cidadania. 
Palavras chave: Portal da Transparência; Cidadania; Desenvolvimento. 
 
ABSTRACT 
It is noted today in our society a remarkable and irreversible crisis with regard to morals and 
values related to ethics, where the widespread disbelief in institutions, especially public ones, 
makes the society in general rises and question how far the errors with the public thing will 
continue to happen so senseless and irresponsible. In this context, it is observed that the 
theoretical and practical goals in their activity and who sits on the Transparency Portal 
gaining more strength and increments, since the importance of the topic coincides with the 
growing need of society to follow public spending, and are made responsibly or not. The aim 
of this study was to elucidate the Transparency Portal and how it can be used as a tool for full 
citizenship and the development of our country. The subject was studied from work in 2008. 
The study of literature has highlighted the importance of Transparency Portal and its use by 
citizens. Considering these aspects and in order to answer the question posed, were analyzed 
in this work papers, books, periodicals and electronic publications on the subject cited. The 
method used was the literature search. The implication was that there is an almost unanimous 
about the importance of Transparency Portal and its implications for development and 
citizenship. 
Keywords: Transparency; Citizenship; Development. 
mailto:pablo@ufsj.edu.br
mailto:biavespoli@yahoo.com.br
 Revista de Administração da FATEA - RAF 
Revista de Administração da Fatea, v. 6, n. 6, p. 93-102, jan./jul., 2013. 94 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
As discussões sobre o Portal da Transparência e sua importância no dia a dia dos 
cidadãos tornam-se cada vez mais relevantes. Diversos autores justificam a importância deste 
tema, tais como Carvalho (2002), que afirma que quanto maior a transparência das ações do 
governo, no sentido de fomentar a informação à sociedade, das ações realizadas, maior será o 
despertar desta sociedade para a participação social, e afirma que uma sociedade que se 
apropria das informações tem maior condição de lutar por políticas mais justas. 
Fernandes (2003) elucida que a participação popular na gestão pública ou na sua 
fiscalização necessita de relevante conhecimento, onde não perpetue a assimetria 
informacional, e os resultados sejam mais efetivos e expressem o desejo da sociedade a qual 
representam. Os cidadãos podem participar da elaboração das ações administrativas e 
contribuir fiscalizando os atos públicos da administração. 
Promover a transparência é dar condição de acesso a todas as informações sobre a 
gestão pública. Uma Administração Pública transparente é aquela que funciona de maneira 
aberta, sem nada às escondidas, baseada em princípios éticos e democráticos, em função da 
facilidade que têm os cidadãos em acessar as informações públicas. 
As informações públicas são todos os documentos, atos oficiais e decisões 
governamentais referentes à gestão pública que não sejam classificados, nos termos legais, 
como sigilosos, como a execução orçamentária e os contratos celebrados pelo setor público 
em suas várias esferas. Transparência é, portanto, o que permite a qualquer cidadão saber 
onde, como e por que o dinheiro público está sendo gasto. É quando a gestão pública é feita às 
claras, sem mistérios (BRASIL, 2008). 
Cabe ressaltar ainda, de acordo com Rodrigues (2011) que o direito à informação, 
publicidade e transparência também estão inseridos em tratados internacionais assinados pelo 
Brasil, como por exemplo, no artigo 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos em 
que “todo o homem tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a 
liberdade, sem interferências, de ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e 
ideias por quaisquer meios, independentemente de fronteiras.” Intrinsecamente ligados ao 
direito à informação, estão o direito à publicidade e transparência que também são 
constitucionais e estão previstos em seu artigo 37 que assevera: “a administração pública 
direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e 
eficiência (...)”. 
Neste sentido, os portais de transparência pública visam aproximar o cidadão do 
Estado. De acordo com Rodrigues (2011), esta aproximação possibilita garantir ao cidadão “o 
acesso às informações financeiras sobre gestão do poder executivo. É em suma a abertura do 
que sempre se teve como mais sigiloso, as contas públicas, com fito de evitar a malversação 
do dinheiro público que desde os primórdios fora foco de inúmeras possibilidades de desvios 
e corrupções”. 
Dessa forma, é inserido na importância da devida informação para a população de 
todos os atos do governo é que o Portal da Transparência assume sua importância, sobre seu 
papel de informador para que se cumpra a cidadania, através da informação ganha, e, por 
consequência, o desenvolvimento no esteio desta mesma cidadania. Cidadão consciente e 
informado, cidadão que faz valer seus direitos e cumpre seus deveres. 
Partindo desse contexto, este trabalho tem como objetivo principal verificar a 
importância do Portal da Transparência como ferramenta para a cidadania e o 
desenvolvimento, viabilizando a clareza dos atos públicos e o crescimento de nossa nação em 
termos democráticos. 
 Revista de Administração da FATEA - RAF 
Revista de Administração da Fatea, v. 6, n. 6, p. 93-102, jan./jul., 2013. 95 
 
De modo a reunir os elementos para abordar satisfatoriamente o objetivo proposto, 
este trabalho foi organizado em 6 (seis) tópicos além da introdução. No segundo e terceiro 
tópicosas referências de autores acerca do tema proposto. No quarto tópico trata-se da 
metodologia utilizada no trabalho. No quinto são apresentados os resultados e as discussões, 
no qual o foco recai na análise das variáveis a partir do objetivo proposto. As considerações 
finais e conclusão são apresentadas no sexto tópico, seguidas de referências bibliográficas. 
Este trabalho tem como objetivo principal verificar a importância do Portal da 
Transparência como ferramenta para a cidadania e o desenvolvimento, viabilizando a clareza 
dos atos públicos e o crescimento de nossa nação em termos democráticos. 
 
 
2 REVISÃO DA LITERATURA 
 
2.1. TRANSPARÊNCIA PÚBLICA 
 
A participação popular, o controle social e a transparência, segundo Fernandes (2010), 
são ações que vem tomando vulto na sociedade contemporânea por serem as formas que o 
cidadão tem de intervir nas tomadas de decisões da Administração Pública de maneira a 
possibilitar um trabalho mais transparente e eficaz. 
Para isso é fundamental definir e apresentar os mecanismos de controle social, 
participação e transparência que se encontram disponíveis ao cidadão para que, de posse 
desses conhecimentos possa instrumentalizar-se e contribuir para uma sociedade mais justa. 
É dever de todo ente público informar a população com clareza como gasta o dinheiro 
e prestar contas dos seus atos. Essas informações devem ser disponibilizadas em uma 
linguagem que possa ser compreendida por todas as pessoas. 
Entende-se que o objetivo principal dessas iniciativas, de acordo com Nascimento 
(2011), ao permitir o livre acesso à infraestrutura de informação governamental, é 
proporcionar ferramentas para que a cidadania seja exercida de modo mais efetivo. Sob tal 
premissa, embora um portal de transparência afirme disponibilizar um conjunto extenso e 
abrangente de informações, também é plausível considerar que as condições de infraestrutura 
de informação e de interface homem-computador, nas quais um portal web pode ser 
categorizado, atuem de modo decisivo sobre o livre acesso a tais informações. 
A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 37, dispõe que “a Administração 
Pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e 
dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência (...)”. E afirma em seus parágrafos 1º, 2º e 3º: 
§ 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos 
deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar 
nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores 
públicos. 
§ 2º - A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a nulidade do ato e a punição 
da autoridade responsável, nos termos da lei. 
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e 
indireta, regulando especialmente: 
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a 
manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, 
da qualidade dos serviços. 
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo, 
observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII. 
III - a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo de cargo, emprego 
ou função na administração pública. (BRASIL, 1988). 
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Em conformidade com a Constituição de 1988, segundo Evangelista (2010), o acesso à 
informação tornou-se um dos insumos básicos ao exercício da cidadania. Dessa premissa 
extrai-se o direito do cidadão em conhecer, opinar e acompanhar as decisões governamentais 
para certificar-se de que os recursos postos à disposição do Estado produziram resultados 
positivos em prol da coletividade – a atuação popular no sentido de defender direitos e 
interesses coletivos perante a administração pública é intitulado de controle social. 
Importante registrar que o conceito de transparência pública (Rodrigues, 2011) é muito 
mais abrangente que o de publicidade, uma vez que o simples ato de tornar público algum 
documento governamental não implica necessariamente em tornar transparente a ação do 
governo através desta publicidade, pois que a transparência requer uma linguagem mais 
acessível, de fácil compreensão para qualquer cidadão, diferentemente da disponibilizada 
através de documentos públicos com termos arraigados de tecnicidade, como é o caso dos 
balanços orçamentários e financeiros. 
Entretanto, o alcance pleno desse direito, no qual o cidadão interfere e fiscaliza as 
ações governamentais, em praticamente todas as áreas sob a ação e tutela do Estado, requer a 
contrapartida governamental no sentido de facilitar o acesso aos dados e informações geradas 
no âmbito público, além de imprimir esforços para transformar o linguajar tecnicista, próprio 
do setor público, em linguagem compreensível inclusive ao considerado cidadão comum. 
Segundo Cruz (2012), a transparência tem como objetivo garantir a todos os cidadãos, 
individualmente, por meio de diversas formas em que costumam se organizar, acesso às 
informações que explicitam as ações a serem praticadas pelos governantes, as em andamento 
e as executadas em períodos anteriores, quando prevê ampla divulgação, inclusive por meios 
eletrônicos e divulgação de audiências públicas, dos planos, diretrizes orçamentárias, 
orçamentos, relatórios periódicos da execução orçamentária e da gestão fiscal, bem como das 
prestações de contas e pareceres prévios emitidos pelos tribunais de contas. 
O fornecimento de informações pelo setor público à sociedade é denominado de princípio da 
transparência. Desse modo, a questão principal do presente artigo consiste em evidenciara 
interação entre transparência e controle social, ou seja, se as informações disponibilizadas 
pelos órgãos e entidades governamentais permitem a instrumentalização do controle social e se 
o cidadão demonstra interesse e motivação em fazer uso dessas informações, além de 
identificar possíveis barreiras ao exercício da cidadania. A interação entre controle social e 
transparência pública pode ser vista como os lados de uma mesma moeda, cujos resultados 
contribuem para a realimentação das atividades do controle social e ao aprimoramento da 
cidadania (EVANGELISTA, 2010). 
A Lei Complementar 131, de 27 de maio de 2009, alterou a redação da Lei de 
Responsabilidade Fiscal no que se refere à transparência da gestão fiscal, determinando a 
disponibilização, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execução 
orçamentária e financeira da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. De 
acordo com a LC 131, deve ser divulgado: 
• Despesa: todos os atos praticados pelas unidades gestoras no decorrer da execução da 
despesa; 
• Receita: lançamento e o recebimento de toda a receita das unidades gestoras, inclusive 
referente a recursos extraordinários. 
O Portal da Transparência (Rodrigues, 2011) é uma iniciativa da Controladoria Geral 
da União (CGU) que tem entre seus objetivos o combate à corrupção através da divulgação 
dos gastos e transferências do Governo Federal. A denúncia dos abusos do cartão corporativo 
no governo federal ocorrida em 2008, por exemplo, demonstram as possibilidades da 
utilização das tecnologias da informação e comunicação para o aumento do controle social 
que um Portal da Transparência pode proporcionar para evitar possíveis irregularidades na 
utilização dos recursos públicos. 
 
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2.2. PORTALDE TRANSPARÊNCIA PÚBLICA 
 
No Brasil, o tema Transparência Pública vem ganhando importância de forma 
crescente, e consequentemente, as pessoas começam a compreender que têm o direito (e até o 
dever) de acompanhar, fiscalizar e fazer cobranças dos administradores sobre a correta 
aplicação dos recursos públicos que pertencem ao conjunto da população. Instrumentos legais 
implementados nos últimos anos, como a Lei de Responsabilidade Fiscal, a Lei da 
Transparência e, mais recentemente, a Lei de Acesso à Informação são importantes 
ferramentas de promoção da cidadania à medida que garantem à população ter conhecimento 
sobre todas as ações do poder público. 
O Portal da Transparência é uma iniciativa da Controladoria-Geral da União (CGU), 
lançada em novembro de 2004, para assegurar a boa e correta aplicação dos recursos públicos. 
O objetivo é aumentar a transparência da gestão pública, permitindo que o cidadão 
acompanhe como o dinheiro público está sendo utilizado e ajude a fiscalizar (CGU, 2012). 
Diante disso, o Governo Brasileiro, por intermédio da Controladoria Geral da União, 
adotou ações para expandir alcançar transparência na gestão pública. De acordo com a CGU 
(apud Rodrigues, 2011), foram desenvolvidas as seguintes ações: 
• criação de um Portal da Transparência, na internet, nos moldes do Portal criado pela 
CGU; 
• promover a realização de reuniões abertas ao público; 
• utilização de formas de consulta à sociedade antes da tomada de decisões como, por 
exemplo, as audiências públicas; 
• respeitar as opiniões e decisões tomadas pela população; 
• elaborar e executar o orçamento público de forma participativa; 
• divulgar em linguagem simples e compreensível as informações relacionadas à 
execução orçamentária e financeira, ou seja, demonstrar como o Governo gasta o 
dinheiro público; 
• divulgar as ações desenvolvidas pelos diferentes órgãos públicos e seus resultados; 
• oferecer serviços públicos pela internet, como obtenção de certidões, 
• consulta a cadastros, marcação de consultas, pagamento de tributos, realização de 
matrículas escolares, entre outros; realizar licitações eletrônicas (pregões) por meio da 
internet; 
• divulgar relação das empresas contratadas e dos contratos celebrados; 
• adotar transparência total na Administração, fornecendo prontamente todas as 
informações requeridas pelos cidadãos; e 
• estabelecer procedimentos visando a melhoria do gerenciamento dos documentos 
públicos, bem como proporcionar facilidade de acesso futuro dos cidadãos, por meio 
da implementação de sistemas de informação. 
Nota-se que foi uma iniciativa louvável a do Governo Federal, pois a partir do 
ineditismo do portal criado pela União, muitos outros portais, em vários Estados e em vários 
de seus respectivos Municípios também aderiram e criaram seus Portais da Transparência. 
Segundo a Revista Veja, em sua edição de 12/11/2009, a cada dia, o cidadão brasileiro 
ganha mais ferramentas para vigiar os gastos em diferentes esferas públicas. São os portais de 
transparência mantidos por prefeituras, governos estaduais e órgãos federais. Eles colocam à 
disposição do público dados como despesas com funcionalismo, investimento em obras e 
serviços e arrecadação. 
A partir deles, dizem os especialistas, é possível cruzar dados e descobrir números que 
apontem eventuais irregularidades no uso do dinheiro público - como superfaturamento 
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de projetos e serviços contratados pelo estado. Acima de tudo, a ferramenta eletrônica permite 
ao cidadão cobrar das autoridades competência e transparência no exercício do cargo. 
Segundo Cruz (2012), esforços no sentido de introduzir uma efetiva transparência nos 
atos da administração, com destaque para acompanhamento da elaboração, execução e 
prestação de contas do orçamento, estão sendo gradativamente implementados no Brasil, 
inclusive com iniciativas de regulação própria por parte de diversos municípios. 
Além disso, já estão em vigor dispositivos legais (Lei Complementar nº101/2000, Lei 
Complementar nº131/2009 e Lei nº9.755/1998) que obrigam as entidades públicas a divulgar 
relatórios periódicos com os resultados da aplicação dos recursos públicos previstos nos 
instrumentos orçamentários, cujo objetivo é promover o acompanhamento por parte da 
sociedade da aplicação dos recursos públicos e responsabilizar os gestores que descumprirem 
as normas. 
Considera-se, desta forma, que a transparência fundamenta-se como um dos princípios 
da governança pública, cujas iniciativas buscam o aperfeiçoamento dos mecanismos para 
tornar as informações transparentes e, portanto, incluídas como boas práticas de governança. 
Para Cruz, Silva e Santos (2009) a transparência deve abranger todas as atividades 
públicas realizadas, ou seja, “de maneira que os cidadãos tenham acesso e compreensão 
daquilo que os gestores governamentais têm realizado a partir do poder de representação que 
lhes foi confiado”. 
Além disso, cabe destacar a transparência fiscal, cuja principal característica é permitir 
acesso da sociedade às informações de forma clara e transparente, incluindo a execução 
orçamentária e finanças públicas. Conforme Cruz (2012), a transparência das práticas públicas 
não significa utilizar da publicidade, mas “é necessário que as informações disponibilizadas 
sejam capazes de comunicar o real sentido que expressam, de modo a não parecerem 
enganosas”. 
 
4 METODOLOGIA DA PESQUISA 
 
Visto que o objetivo deste trabalho foi demonstrar a importância do Portal da 
Transparência para o Desenvolvimento e a Cidadania em nosso país, considera-se que esta 
pesquisa possui caráter exploratório, pois, conforme Gil (1996), as pesquisas exploratórias 
têm como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo 
mais explícito. 
A pesquisa bibliográfica, ou de fontes secundárias externas, teve como principais 
fontes as publicações em livros, teses, monografias, publicações avulsas e internet, utilizadas, 
no momento inicial, para identificar a relevância da pesquisa e os trabalhos publicados sobre o 
tema (Malhotra, 2001). 
 
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES 
 
Após a promulgação da Carta Magna de, acentuou-se no Setor Público uma 
preocupação consistente e evolutiva no intuito de prestar contas à sociedade sobre as 
realizações governamentais, tendo por motivo os anseios da sociedade e as exigências da 
própria legislação, cabendo à CGU o papel de promover os procedimentos de transparência 
no âmbito do Poder Executivo Federal, sem prejuízo de iniciativas das pastas ministeriais e 
demais órgãos no sentido de evidenciarem as suas realizações. 
O Governo brasileiro acredita que a transparência é o melhor antídoto contra 
corrupção, dado que ela é mais um mecanismo indutor de que os gestores públicos ajam com 
responsabilidade e permite que a sociedade, com informações, colabore com o controle das 
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ações de seus governantes, no intuito de checar se os recursos públicos estão sendo usados 
como deveriam. Sobre o Portal - O que você encontra no Portal. 
1. Informações sobre Transferências de Recursos, para estados, municípios, pessoas 
jurídicas, e feitas ao exterior, ou diretamente a pessoas físicas. Estão disponíveis dados 
de todos os recursos federais transferidos da União para estados, municípios e Distrito 
Federal. Pode-se consultar, por exemplo, quanto foi repassado pelo Fundo de 
Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos 
Profissionais da Educação (Fundeb) do Ministério da Educação para qualquer 
município do País ou mesmo quem são os beneficiários doBolsa Família, quanto 
receberam e em que meses (recursos federais transferidos diretamente ao cidadão). 
2. Informações sobre Gastos Diretos do Governo Federal: contratação de obras, 
serviços e compras governamentais, que podem ser vistas por órgão, por ação 
governamental ou por favorecidos (empresas privadas ou pessoas físicas). Também 
detalha as diárias pagas e os gastos feitos em cartões de pagamento do Governo 
Federal. • Informações diárias sobre a execução orçamentária e financeira das com 
dados detalhados e diariamente atualizados sobre os atos praticados pelas unidades 
gestoras do Poder Executivo Federal no decorrer da execução das suas despesas. 
 O cidadão, com o passar do tempo, se conscientiza do seu papel de influir nas 
políticas públicas e da necessidade de verificar se os impostos que colocou nas mãos do 
Estado proporcionaram benefícios à coletividade. 
Assim, não há oposição entre as atividades voltadas à transparência pública e ao 
exercício do controle social, mas convergência de interesses, o elo comum que promove a 
interação é a informação, de um lado o governo diz o que fez; e de outro, a sociedade certifica 
se essas realizações foram efetivadas. 
Essa interação fortalece e aperfeiçoa o processo de difusão da cidadania e estabelece 
uma parceria eficaz a partir de um compromisso entre poder público e população capaz de 
garantir a construção de saídas para a fiscalização dos recursos públicos. 
O fortalecimento do controle social privilegia a participação popular tanto na 
formulação quanto na avaliação de políticas públicas, viabilizando cada vez mais a condição 
do cidadão brasileiro como fiscal da aplicação dos recursos arrecadados pelo Governo. 
Uma das faces mais visíveis do Governo Eletrônico é a sua presença na web através de 
portais que tendem a ser classificados, na literatura a respeito, em quatro estágios, 
sistematizados por documento, segundo Jardim apud Firjan (2007) sobre a “desburocratização 
eletrônica” nos estados brasileiros: 
1º estágio: portais informativos- sites para difusão de informações sobre os mais diversos 
órgãos e departamentos dos vários níveis de governo 
2º. estágio: portais interativos- “estes sites passam também a receber informações e dados por 
parte dos cidadãos, empresas e outros órgãos. O usuário pode, por exemplo, utilizar a Internet 
para declarar seu imposto de renda, informar uma mudança de endereço, fazer reclamações e 
sugestões a diversas repartições, ou, ainda, efetuar o cadastro on-line de sua empresa. Enfim, 
serviços que antes exigiam uma imensa burocracia são agora disponibilizados pela Web. 
Neste âmbito, o site governamental passa a ter uma finalidade maior do que a 
meramente informativa, tornando-se interativo (interaction). À medida que disponibiliza ao 
usuário serviços on line, permite que ele de fato interaja com o órgão em questão” 
3º. estágio: portais transacionais– "são possíveis trocas de valores que podem ser 
quantificáveis, como pagamentos de contas e impostos, educação à distância, matrículas na 
rede pública, marcação de consultas médicas, compra de materiais etc. Em outras palavras, 
além da troca de informações, valores são trocados e serviços anteriormente prestados por um 
conjunto de funcionários passam a ser realizados diretamente pela Internet.” 
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4º. estágio: portais integrativos– “um tipo de portal que não é mais um simples índice de sites, 
mas uma plataforma de convergência de todos os serviços prestados pelo governo. Os 
serviços são disponibilizados por funções ou temas, sem seguir a divisão real do Estado em 
ministérios, departamentos etc. Assim, ao lidar com o governo, cidadãos e empresas não 
precisam mais se dirigir a inúmeros órgãos diferentes. 
Em um único portal e com uma única senha, qualificada como assinatura eletrônica, as 
pessoas conseguem resolver aquilo que precisam. Para tal, a integração entre os diferentes 
órgãos prestadores de informações e serviços é imprescindível, ou seja, estes devem realizar 
trocas de suas respectivas bases de dados numa velocidade capaz de garantir o atendimento ao 
cidadão” 
Um exemplo de uso do Portal da Transparência do Governo Federal seria a Pesquisa 
Transferência de Recursos por Função de Governo. A consulta transferência do governo pode 
ser feita também por função de governo, por exemplo, educação, saúde, saneamento básico, 
assistência social, dentre outros. No Portal da Transparência do Governo Federal “Função” 
representa o maior nível de agregação das diversas áreas de despesa que competem ao setor 
público. Exemplo: Saúde, Educação, Assistência social, etc. (fonte: Manual Técnico de 
Orçamento). 
Para saber o total transferido, por exemplo, na Função “Saúde”, para determinado 
Estado, basta efetuar a consulta na seguinte forma: 
1) Na página inicial do Portal, aba “Despesas”, em 'Transferências de Recursos', selecione o 
exercício que deseja consultar, marque a opção “por Estado/Município” e clique em consultar. 
 2) Na tela seguinte escolha o Estado de seu interesse, clicando sobre o nome correspondente, 
em azul 
3) Após clicar no Estado escolhido aparecerá uma lista com todos os Municípios. Selecione o 
Município de interesse à esquerda (cor azul). Como cada tela só mostra uma lista em ordem 
alfabética com 15 municípios de cada vez, podem ser usadas três formas para achar o 
Município desejado: 
a) Para mover a lista com os nomes, use as opções '<<Anterior', 'Próxima >>' ou 'Última>>'; 
b) Para visualizar uma página específica da lista de municípios, use 'Ir para página';c) Há 
ainda a opção mais rápida, digite o nome do município dentro da caixa com a frase 'Entre com 
o texto' na opção 'Pesquisar'. 
4) Ao selecionar o município aparecerá uma tela com a função, ação governo federal tela. É 
possível ordenar alfabeticamente a coluna “Função”, basta clicar na barra verde e selecionar a 
1º coluna para ordenar. Navegue até localizar todas as ações relacionadas à função desejada. 
 5) Outra forma de consulta as Transferências de Recursos por Função de Governo é pela 
opção : 'Transferências por Ação de Governo'. Selecione o exercício de interesse e clique em 
'Efetuar Consultas. 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
A importância da efetividade do Portal da Transparência é sinal de que o cidadão 
torna-se mais cônscio de seus deveres e responsabilidades, pois acompanhando o que o 
Governo faz, seja no âmbito Federal, Estadual ou Municipal, funda-se ai uma conscientização 
de cidadania, que leva ao crescimento de qualquer nação, sem ufanismos ou exageros. 
Nas palavras de Evangelista (2010), o cidadão comum deveria ser incentivado a 
fiscalizar, em princípio, as atividades governamentais mais próximas de seu raio de 
convivência: verificar se na escola não faltam professores, se no hospital ou posto de saúde 
não faltam médicos, se há remédios suficientes na farmácia que os fornece de forma gratuita, 
se o transporte escolar possui o mínimo de conforto e segurança e assim por diante. Tais ações 
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Revista de Administração da Fatea, v. 6, n. 6, p. 93-102, jan./jul., 2013. 101 
 
estimulariam o cidadão ao exercício da cidadania, cuja participação tenderia a evoluir de 
forma natural e gradativa. 
O uso do portal da transparência é simples e de fácil uso, desde que o usuário possua 
conhecimentos de mínimos para médios em termos de navegação na web e uso de links para 
navegação interna nas páginas do site. Isto permite uma maior fiscalização por parte do 
contribuinte do que esta ocorrendo em termos de gastos do governo e suas destinações. 
Este é o ponto crucial da questão: quanto maior o poder de fiscalização e o interesse 
do cidadão em fazer parte e ser participativodo processo de verificação ao quanto os serviços 
públicos estão sendo bem prestados por seus agentes, maior sua participação na sociedade. A 
sociedade é capaz de experimentar e distinguir no seu cotidiano tanto o exercício da cidadania 
como o desrespeito. Conforme argumenta Evangelista (2010) “esta realidade nos permite 
perceber que tais direitos seguem o modo de vida e os interesses de uma sociedade e vão 
sendo ampliados, permitindo a identificação do significado e conteúdo da cidadania em uma 
quase infinita variedade de situações”. Desta forma, qualquer pessoa, integrante de uma 
sociedade em que se caracteriza o estado democrático, tem o direito ao pleno exercício da 
cidadania e a possibilidade de garantia do desenvolvimento e a melhoria da dignidade social e 
econômica, que se caracterizam como direitos fundamentais do ser humano para o acesso ao 
bem-estar social. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
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