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Governo eletrônico no Brasil

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Prévia do material em texto

DESCRIÇÃO
Acesso a dados da administração pública. Gestão pública e transparência de Informações.
Digitalização de dados governamentais. Instrumentos de governo eletrônico no Brasil.
PROPÓSITO
Compreender tanto as questões importantes para o governo eletrônico no Brasil quanto
aquelas relacionadas às aplicações dele na administração pública brasileira, assim como
algumas ferramentas particularmente importantes de e-government no país.
PREPARAÇÃO
Antes de iniciar o conteúdo deste tema, certifique-se de ter papel e lápis por perto para
acompanhar o texto e fazer anotações.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Formular aspectos-chave da implementação do governo eletrônico no Brasil
MÓDULO 2
Descrever questões relacionadas à transparência graças ao governo eletrônico no Brasil
MÓDULO 3
Reconhecer recursos relevantes do governo eletrônico no Brasil
INTRODUÇÃO
É impossível dissociar a inserção do governo eletrônico no Brasil do contexto de reformas do
Estado da década de 1990. A mudança de paradigma para a nova administração pública foi
fundamental para que certos caminhos fossem abertos.
Tais caminhos permitiram um aprofundamento da própria concepção de democracia a partir de
uma maior disponibilidade de dados governamentais e do aprofundamento da transparência.
Apresentaremos neste tema os principais aspectos relacionados às iniciativas de governo
eletrônico do Brasil, incluindo alguns dos principais recursos para os cidadãos e a
administração pública. E, nesse caso, destacaremos as questões relativas à transparência.
MÓDULO 1
 Formular aspectos-chave da implementação do governo eletrônico no Brasil
GOVERNO ELETRÔNICO NO BRASIL
O conceito de governo eletrônico surge de maneira incipiente no início dos anos 1990. É
praticamente impossível dissociá-lo do processo de mudanças institucionais e da reforma do
Estado que caracterizaram esse período no Brasil. Somente no final da década a ideia
ganharia força e suas aplicações passariam a fazer parte da administração pública.
Nesse momento, a principal dimensão do governo eletrônico que passa a ocupar espaço é a
da transferência de atividades governamentais para o ambiente digital. A intenção era diminuir
os custos de atividades administrativas — papel, setores de protocolo, almoxarifados e
arquivos — e aumentar a velocidade nos processos e no provimento de serviços.
 SAIBA MAIS
A década de 1990 é marcada por uma mudança do papel do Estado no Brasil, diminuindo a
atuação dele por conta da privatização de empresas estatais, da estabilidade macroeconômica
e do desenvolvimento de redes de proteção social. Pesquise sobre esse período na internet!
No Brasil, tem havido, desde a década de 1970, iniciativas no sentido de informatização da
estrutura burocrática.
No entanto, a adoção efetiva de ferramentas de governo eletrônico apareceu somente no bojo
das diversas reformas e transformações organizacionais que caracterizaram a administração
do então presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).
 
Fonte: JFDIORIO/Shutterstock
Para tanto, de 1995 a 1998, chegou a existir um órgão de cúpula (Ministério da
Administração Federal e Reforma do Estado) responsável pelo tema. Nesse período, havia
duas prioridades nas reformas:
INFORMATIZAR
Informatizar operações e serviços estatais;
PROMOVER
Promover modos de aproximação política com os cidadãos.
javascript:void(0)
javascript:void(0)
A abertura de capital no setor de telecomunicações certamente foi uma das
transformações que possibilitou a implementação do governo eletrônico, tendo ocorrido
ainda na metade da década.
Esse passo foi fundamental para tornar o setor governamental um indutor de ações
estratégicas na busca por uma sociedade da informação. Nesse cenário, três
responsabilidades foram colocadas para o governo:
1
2
3
1
Definir um quadro regulatório adequado;
2
Atuar como cliente na contratação de bens e serviços na área de tecnologia da informação,
estimulando o setor privado e as parcerias com entidades governamentais;
3
Gerar eficiência e transparência no que se refere às suas atividades no âmbito político.
Diversas experiências já comuns no serviço público têm sido sistematicamente adaptadas para
o modo de governo eletrônico.
 EXEMPLO
Pregões (formas de efetuar compras públicas, ou seja, aquelas feitas por parte do governo),
licitações online, dinamização de trâmites burocráticos e uma relativa eficiência — algo ainda
raro no setor público — de processos, como, por exemplo, a arrecadação de impostos.
Quanto aos objetivos do governo eletrônico, é possível dividir suas iniciativas em dois tipos:
1. PROGRAMAS DE GOVERNO ELETRÔNICO QUE
PRIVILEGIEM OS PROCESSOS BUROCRÁTICOS
INTERNOS (INTERAÇÃO ENTRE ÓRGÃOS PÚBLICOS
OU PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS)
No exemplo da imagem a seguir, um usuário encontra informações relativas a seguro-
desemprego e carteira de trabalho, além de poder tirar suas dúvidas. Já as empresas podem
se informar sobre alterações cadastrais na Receita Federal ou saber mais acerca do registro de
seus trabalhadores.
 
Fonte: (BRASIL, 2020a)
 Figura: Tela principal do portal do governo brasileiro.
2. PROGRAMAS QUE SE CONCENTRAM NA RELAÇÃO
DO ESTADO COM O SETOR PRIVADO
Observaremos na próxima imagem as informações disponíveis sobre contratações e compras
do governo.
 
Fonte: (BRASIL, 2020d)
 Figura: Tela principal do portal de compras governamentais do Ministério da Economia.
OS APRENDIZADOS DA EXPERIÊNCIA
BRASILEIRA
A experiência do Brasil com o governo eletrônico oferece duas conclusões indissociáveis.
1
2
3
1
Não há projeto bem-sucedido de governo eletrônico sem um excelente planejamento. É
preciso considerar os objetivos de cada empreendimento, a competência jurisdicional da
instituição que o promove e as características do público-alvo.
2
Deve haver um acompanhamento sistemático da prestação dos serviços online e a disposição
de responder às demandas encaminhadas em período adequado. Além disso, é preciso existir
uma estrutura — tanto de servidores quanto de equipamentos — capaz de comportar as
demandas que inevitavelmente passarão a ser encaminhadas a partir do momento em que o
ambiente digital for disponibilizado aos cidadãos.
3
Mais uma vez, é impossível dispensar o papel fundamental dos gestores públicos — sejam
eles servidores ou políticos eleitos. Os agentes representativos precisam tomar a frente na
batalha contra quaisquer barreiras sociais e culturais.
Para uma utilização propositiva dessa forma de comunicação digital, institucional e política, o
domínio de competências intelectuais não pode ser deixado de lado.
Duas condições precisam ser consideradas para haver sucesso na iniciativa do e-government:
1
Essa empreitada se tornará impossível se a forma tradicional e compartimentalizada de
organização da estrutura do Estado não for superada.
Deve haver uma disponibilização de recursos financeiros decorrentes da necessidade de
pessoal e de equipamentos.
2
1º CONDIÇÃO
A primeira condição encontra obstáculos na dificuldade em mudar uma cultura institucional
fortemente arraigada. Além disso, há adversidades quando se tenta motivar os servidores a
participar de cursos de formação continuada para a qualificação tanto dos novos aspectos da
gestão quanto da formação técnica.
2º CONDIÇÃO
Já a disponibilização de recursos financeiros depende de um projeto político claro e do
convencimento de um grupo grande e diverso de atores. Isso engloba, do Executivo ao
Legislativo, o processo de formulação, aprovação, execução e empenho das despesas
públicas dispensadas para casos do tipo.
Em suma, para que essa transição ocorresse, houve a necessidade de um enorme
esforço e de um objetivo comum por parte dos envolvidos.
Discorreremos brevemente sobre como esse processo foi possível apesar de tantos
empecilhos e dos papéis exercidos pela sociedade e pelo mercado.
Um aspecto interessante a ser ressaltado é que o uso das tecnologias da informação e
comunicação (TICs) ocorreu inicialmente na iniciativaprivada, a qual, aliás, é guiada por
princípios mercadológicos orientados a resultados.
Ao atingir o setor público, tal cultura o contamina. Isso faz com que ele passe a se envolver na
busca por eficiência nos serviços prestados a usuários. O setor público, para isso, segue o
exemplo da relação que acontecia na iniciativa privada entre fornecedor e cliente.
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Fonte: everything possible/Shutterstock
TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E
COMUNICAÇÃO
Expressão que se refere ao papel da comunicação na moderna tecnologia da informação.
As TICs são entendidas como todos os meios técnicos utilizados para tratar a informação
e auxiliar na comunicação, o que inclui o hardware de computadores, rede e celulares.
Em outras palavras, a nova cultura organizacional estabelece um novo patamar de
eficácia para o setor público.
Se o consumidor já está acostumado a determinada agilidade e eficiência na interação com o
setor privado, essa expectativa agora é transferida, ao menos parcialmente, para o público.
Com isso, as formas de organização e as culturas de gestão que, vindas da iniciativa privada,
chegam à administração pública não comportam morosidade ou ineficiência.
Observamos, portanto, como é impossível separar a gestão pública contemporânea da
inovação digital adotada pelas empresas privadas. A possibilidade de interação entre as partes
estabelece uma nova realidade na qual todos são emissores e receptores com níveis
semelhantes de visibilidade e oportunidade.
O QUE ISSO SIGNIFICA?
Significa que o cliente de uma empresa ou o usuário de serviços públicos deixa de ser um polo
passivo, limitando-se a utilizar serviços da forma como eles são disponibilizados. Pelo
contrário: o cliente e o usuário interagem agora de maneira mais ativa, podendo fazer
exigências relativas à qualidade.
No final da década de 1990, o modelo de gestão alcançou um ponto de inflexão depois do
esgotamento do modelo burocrático tradicional. A partir daí, passava a ganhar força a ideia da
necessidade de uma reforma do modelo de gestão pública.
Esse movimento resultou no estabelecimento de um novo paradigma. Conhecido como nova
gestão pública, ele pretendia reformar e modernizar o Estado.
O modelo corrente de gestão pública do governo brasileiro define o governo eletrônico com
base em três paradigmas:
1
Participação cidadã.
2
Melhoria do gerenciamento interno do Estado.
3
Integração com parceiros e fornecedores.
Hoje em dia, percebemos claramente que as TICs foram inseridas na vida dos brasileiros de
forma paulatina. Na administração pública, isso não foi diferente.
É possível observar três etapas desse desenvolvimento:
I
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javascript:void(0)
javascript:void(0)
Transações econômicas entre particulares; entre particulares e empresas; e, por fim,
entre empresas. Desenvolvida ainda na década de 1990, esta etapa facilitou e aumentou a
interatividade comercial. A tecnologia que possibilitou esse avanço foi, em parte, consequência
da hiperinflação do início da década, realidade que tornou necessárias operações mais ágeis.
II
Em um segundo momento, surgiu a relação público/privada. A administração passou a
interagir com empresas e particulares, inaugurando uma nova fase na disseminação de
conteúdo de acesso público.
III
O terceiro momento é denominado e-democracia. A partir dele, ocorreu uma mudança mais
profunda no próprio modelo da gestão. A administração pública sofreu uma descentralização,
passando a ser mais interativa.
Desse modo, a tecnologia se tornou fundamental para garantir a transparência e a
melhora no acesso aos dados de gestão da coisa pública.
Neste primeiro módulo, abordamos os dois primeiros momentos do governo eletrônico. No
módulo a seguir, trataremos mais diretamente do papel desse governo como uma e-
democracia, isto é, do papel ativo dos cidadãos no controle social por intermédio das TICs.
VISÃO GERAL DO GOVERNO ELETRÔNICO
NO BRASIL
Neste vídeo, um especialista fará um resumo do que foi visto no módulo.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. O MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO FEDERAL E REFORMA DO
ESTADO FOI RESPONSÁVEL PELA INCLUSÃO DO GOVERNO DIGITAL DE
1995 A 1998. NESTE PERÍODO, QUAIS ERAM AS PRIORIDADES NAS
REFORMAS DO MINISTÉRIO?
A) Tornar pública toda a informação existente no governo.
B) Informatizar os processos para agilizar a gestão hierárquica.
C) Informatizar operações e serviços estatais e promover modos de aproximação política com
os cidadãos.
D) Promover novas formas de interação entre os órgãos do governo e promover a
comunicação organizacional do Estado.
E) Diminuir o tamanho do Estado.
2. O MODELO DE GESTÃO PÚBLICA DO GOVERNO BRASILEIRO DEFINE
GOVERNO ELETRÔNICO COM BASE EM TRÊS PARADIGMAS. QUAIS
SÃO ELES?
A) Eficiência mercadológica, melhoria do gerenciamento interno do Estado e aperfeiçoamento
profissional dos servidores.
B) Aperfeiçoamento profissional dos servidores, participação cidadã e diversidade.
C) Integração com parceiros e fornecedores, diversidade e eficiência mercadológica.
D) Participação cidadã, melhoria do gerenciamento interno do Estado e integração com
parceiros e fornecedores.
E) Inclusão digital, diversidade e aperfeiçoamento profissional dos servidores.
GABARITO
1. O Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado foi responsável pela
inclusão do governo digital de 1995 a 1998. Neste período, quais eram as prioridades nas
reformas do ministério?
A alternativa "C " está correta.
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javascript:void(0)
javascript:void(0)
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javascript:void(0)
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javascript:void(0)
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Os dois grandes objetivos das iniciativas de reforma do Estado no governo Fernando Henrique
Cardoso (1995-2002) foram a informatização das operações do setor público e uma maior
proximidade do Estado com os cidadãos.
2. O modelo de gestão pública do governo brasileiro define governo eletrônico com base
em três paradigmas. Quais são eles?
A alternativa "D " está correta.
 
O modelo de gestão pública no Brasil tem três objetivos. O primeiro – e talvez mais
fundamental – é aumentar a participação dos cidadãos no processo político. O segundo é
melhorar a gestão interna do próprio governo, o que é essencial para tornar a máquina pública
mais eficiente. O terceiro, por fim, busca facilitar a integração com atores que trabalham em
conjunto com o próprio governo — sejam eles fornecedores ou parceiros de forma geral.
MÓDULO 2
 Descrever questões relacionadas à transparência graças ao governo eletrônico no
Brasil
TRANSPARÊNCIA NO GOVERNO
ELETRÔNICO BRASILEIRO
Pensar a democracia implica a necessidade de se contemplar uma série de princípios que
garantem o ideal de soberania popular.
Kittyfly/shutterstock
A teoria política contemporânea aponta, todavia, divergências entre os “pesos” que as distintas
correntes de autores conferem a cada um desses princípios.
Sublinhar a participação direta e contínua dos cidadãos, deixando em segundo plano a
deliberação, por exemplo, é uma postura que marca os diferentes modelos de
democracia.
No entanto, também há convergências em relação à soberania popular:
1
Por um lado, a representação continua se mostrando a forma mais viável de adicionar um
componente de soberania popular às decisões governamentais.
2
Por outro, é justamente a capacidade de acompanhar o desempenho dos representantes
que permite a manutenção de tal soberania.
O princípio da transparência revela seu caráter fundamental em casos do tipo ao forçar os
agentes do Estado e/ou mandatários a prestar contas aos mandantes.
Devemos frisar que a transparência possui três implicações importantes:
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javascript:void(0)
 
Fonte: Joa Souza/Shutterstock
Permite um maior controle do público (substantivo) sobre os bens públicos (adjetivo), abrindo
espaço para que os cidadãos julguem o que, de fato, é de interesse coletivo.
 
Fonte: Andrey_Popov/Shutterstock
Torna a corrupção ea cooptação de agentes do Estado uma tarefa mais arriscada.
 
Fonte: NANCY AYUMI KUNIHIRO/Shutterstock
Pode aumentar a confiança da sociedade no governo.
No fim das contas, qual é o objetivo da transparência?
Seu objetivo é fazer não apenas com que a esfera civil mantenha um domínio diligente sobre o
conjunto de informações públicas, mas também que, em um momento posterior, seja possível
pressionar o Estado a criar modos de escutar os cidadãos.
As redes de comunicação digital também abrem novas oportunidades aqui, pois elas
permitem um aumento no quociente de fiscalização e de transparência governamental.
ENQUANTO PLATAFORMAS QUE VIABILIZAM A
DIFUSÃO ÁGIL DE CONTEÚDOS, O QUE TAIS
REDES PODEM FAZER?
RESPOSTA
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RESPOSTA
Elas podem constranger e inibir a adoção de comportamentos inadequados. Isso
varia desde a aplicação de verbas públicas até a violação de direitos e regras que
normatizam o jogo democrático, sobretudo em situações nas quais elas são praticadas
por agentes do Estado.
Parte das investigações empreendidas no Brasil tem procurado examinar os efeitos da maior
disponibilidade de informações governamentais sobre o controle da coisa pública. Podemos
inferir que esse fenômeno ocorra no intuito de responder às oportunidades tecnológicas
surgidas nos últimos anos e às oportunidades políticas.
 EXEMPLO
Aprovação da Lei de Acesso à Informação (Lei nº 12.527/2011).
Pode-se dizer então que a agenda de estudos no país tem deixado de se concentrar
basicamente no exame de iniciativas voltadas à e-participação.
E-PARTICIPAÇÃO
Expressão para “participação eletrônica” ou, mais precisamente, participação dos
cidadãos no processo político por meio das TICs.
A aprovação de dispositivos legais, como, por exemplo, a LAI, que regulamenta o direito
constitucional de acesso às informações públicas, colabora para a criação de um ambiente
favorável à promoção da transparência.
javascript:void(0)
 
Fonte: Oleksandr Panasovskyi/Shutterstock
Ao se ampliar o foco dos estudos em internet e política, tomando a transparência um valor a
ser investigado, verifica-se que também é fundamental não se limitar a um inventário das
potencialidades e dos limites.
Vale dizer que a prescrição de métodos e estratégias para a configuração de mecanismos de
transparência digital, contudo, pode se beneficiar de descobertas já realizadas na área de e-
participação.
INICIATIVAS DE E-TRANSPARÊNCIA
Da mesma forma que apontam os estudos sobre participação online, as iniciativas de e-
transparência variam quanto a seu grau de sofisticação e aos efeitos gerados no sistema
político.
NÍVEIS DE TRANSPARÊNCIAS
Assim como ocorre com a participação, os níveis de transparência (inclusive nos órgãos de
uma mesma esfera governamental) estão relacionados aos esforços e ao perfil dos
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técnicos de cada instituição, bem como aos objetivos inerentes a cada entidade.
E-TRANSPARÊNCIA
É a mesma ideia envolvida na e-participação: transparência sobre a ação do governo
obtida por meio das TICs.
Os aspectos ligados à transparência precisam ser avaliados de forma distinta, ou seja, a
depender do objeto de estudo.
 EXEMPLO
Em tese, um portal de controladoria deve contar com um maior grau de profundidade no que
concerne à transparência que outro mais “genérico” no qual sejam oferecidos serviços do
governo.
Estabelecendo um paralelo com o que foi argumentado acerca das iniciativas de e-
participação, uma maior efetividade dos mecanismos de transparência digital também exige
integração com os trâmites decisórios formais e maior disposição dos agentes representativos.
POR QUE É POSSÍVEL DIZER QUE A
TRANSPARÊNCIA E A INTERATIVIDADE ANDAM
JUNTAS?
RESPOSTA
RESPOSTA
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Porque os cidadãos só serão capazes de fiscalizar os atos do governo se souberem o
que estão monitorando e se houver canais para encaminhar possíveis questionamentos e
denúncias.
 EXEMPLO
Iniciativa da Controladoria Geral da União (CGU), o Portal da Transparência permite ao
cidadão verificar receitas e despesas do governo federal com pessoas físicas e jurídicas, além
de dar acesso ao link com um formulário para denúncias de malversação de recursos públicos.
Talvez o aspecto mais importante no caso brasileiro se refira à necessidade de
aprimoramento de uma cultura da transparência, transpondo o debate para além das
normas constitucionalmente estabelecidas sobre a publicidade dos atos do governo.
Sobre tal ponto, permanece a sensação de que, no Brasil, dá-se:
MAIOR IMPORTÂNCIA
Às chances mais “claras” de se decidir politicamente, privilegiando, com isso, mecanismos de
participação.
MENOR PROJEÇÃO
Às oportunidades de se acompanhar e fiscalizar o delineamento e a execução das decisões.
Naturalmente, outras ponderações relativas aos limites da própria noção de transparência
surgem ao longo do debate que envolve os meios digitais. Por exemplo, é preciso evitar que as
iniciativas de transparência se resumam à propaganda positiva para os governantes.
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico aponta isso ao considerar
que nem sempre a quantidade de informações existentes implica uma boa qualidade dos
dados.
Resumindo:
Em diferentes casos, alardear a abertura de dados de pouca relevância — ao mesmo tempo
em que se reforça a dificuldade para decifrá-los ou o segredo de gastos obscuros e opositores
ao interesse público — tem servido à legitimidade (ou, pelo menos, à aparência dela) que as
instituições e os gestores desejam cultivar.
De acordo com o que vimos, favorecer uma cultura da transparência passa, então, pela adoção
de mecanismos de comunicação. E estes, sintonizados com políticas de Estado (e não
somente de governo), implicam constrangimentos legais a servidores. Afastando a
possibilidade de que as informações oferecidas sejam apenas aquelas cuidadosamente
calculadas de acordo com interesses políticos.
Vale destacar o argumento de Meijer (2009). Segundo o autor, a questão central no debate
sobre a transparência se refere ao custo-benefício relacionado:
 
Billion Photos/shutterstock
DE UM LADO:
À quantidade de dados disponíveis.

 
Hasanov Jeyhun/shutterstock
DE OUTRO:
À diminuição na confiança que os cidadãos têm nos políticos e nas instituições.
Isso é facilmente justificado pelo fato de as pessoas agora terem um maior conhecimento
sobre, por exemplo, a forma que o dinheiro público é aplicado.
O que isso indica?
Indica que nem sempre mais comunicação significa diminuição da desconfiança. Da
mesma forma, mais oportunidades de se debater em fóruns online não indicam que haverá
maior compreensão entre os participantes.
Devemos definir, por fim, os conceitos de transparência ativa e passiva.
Transparência ativa
É aquela apresentada de modo espontâneo pelos entes públicos independentemente do
requerimento cidadão.

Transparência passiva
É o acesso à informação após a solicitação de qualquer interessado.
No Brasil, a LAI obrigou as organizações a fornecerem esses dois tipos de transparência por
meio da internet. Ela também inseriu disposições que exigem a divulgação de certas
informações e a disponibilização de canais para receber uma solicitação de informação.
LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO
Segundo Mendel (2008), o direito de acesso à informação pública se caracteriza pelo direito à
informação pública que é mantida por órgãos públicos.
Até 1990
Apenas 13 países haviam adotado leis nacionais de direito à informação.

Em 2009
Mais 70 países já haviam promulgado suas leis, enquanto cerca de 30 realizavam discussões
sobre a introdução da temática em suas legislações pátrias.
EXISTE UMA SÉRIE DE BOAS RAZÕES PARA A
ACEITAÇÃO CRESCENTE DO DIREITO À
INFORMAÇÃO. SEM DÚVIDA, É SURPREENDENTE
QUE LEVASSE TANTO TEMPO PARA QUE UM
FUNDAMENTO TÃO IMPORTANTE DA DEMOCRACIA
ADQUIRISSE RECONHECIMENTO GENERALIZADO
COMO UM DIREITO HUMANO. A IDEIA DE QUE OS
ÓRGÃOS PÚBLICOS NÃO DETÊM INFORMAÇÕES
ELES PRÓPRIOS, MAS ATUAM COMOGUARDIÃES DO
BEM PÚBLICO, ESTÁ AGORA, BEM ARRAIGADA NA
MENTE DAS PESSOAS. COMO TAL, ESSAS
INFORMAÇÕES PRECISAM ESTAR ACESSÍVEIS AOS
CIDADÃOS E CIDADÃS NA AUSÊNCIA DE UM
INTERESSE PÚBLICO PREVALENTE NO SIGILO.
NESSE SENTIDO, AS LEIS DE DIREITO À
INFORMAÇÃO REFLETEM A PREMISSA
FUNDAMENTAL DE QUE O GOVERNO TEM O DEVER
DE SERVIR AO POVO.
(MENDEL, 2008, p. 4)
VOCÊ SABE QUANDO A LEI Nº 12.527/11
ENTROU EM VIGOR E QUAL É O SEU
OBJETIVO?
RESPOSTA
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RESPOSTA
Em vigor desde maio de 2012, tal lei tem como objetivo justamente fomentar o
desenvolvimento de uma cultura de transparência e controle social na administração
pública
A legislação brasileira recepciona a transparência e garante o acesso à informação pública. Ela
até mesmo incentiva e obriga a disponibilização de determinadas informações em meio
eletrônicos, como, por exemplo, a internet.
Segundo Gomes Filho (2005), antes da promulgação da LAI, a legislação existente sobre
o acesso à informação pública, além de esparsa, ainda era considerada falha. Afinal, ela
ainda permeava uma grande discricionariedade do órgão público para definir quais
informações deveriam ser sigilosas ou não.
Apresentaremos a seguir alguns aspectos envolvidos na criação da LAI:
1
2
3
4
1
Regulamenta os procedimentos para o direito à informação garantido pela Constituição
Federal, obrigando órgãos públicos a considerarem a publicidade (entendida aqui como
disponibilização de informação ao público) como regra e o sigilo, como exceção.
2
O poder público passa então a ter o dever de divulgar certas informações de forma simples e
compreensível, inclusive por meio de sites. Além disso, também é iniciado o processo de
disponibilização de plataformas online para que o cidadão possa realizar pedidos de
informação. A LAI é uma lei nacional que vale para todo o território brasileiro.
3
Esta legislação permite que as informações públicas sejam acessadas por qualquer
interessado e que haja uma efetiva resposta do poder público sobre as suas atividades. Isso
inclui prazos para resposta aos cidadãos e formas de recurso definidas na lei.
4
A Lei nº 12527/2011 enfatiza o uso de ferramentas de governo eletrônico para garantir o
acesso à informação pública. Esse procedimento é feito por meio de uma série de dispositivos
que impõe aos órgãos públicos o dever de, por exemplo, disponibilizar determinados dados na
internet.
 ATENÇÃO
Um ponto importante da lei que diz respeito diretamente ao uso de tecnologias é a inserção de
uma série de características – similares ao conceito de dados abertos – que as informações
públicas devem conter.
Segundo Vaz e demais autores (2010), os dados abertos governamentais são definidos como:
Bases de dados brutos que podem ser livremente manipulados, filtrados ou cruzados,
construindo novas aplicações e conhecimentos pela sociedade.
O quadro a seguir ilustra cada dispositivo da LAI, além de demonstrar como esses dispositivos
se relacionam com o uso de tecnologias da informação:
DISPOSITIVOS DESCRIÇÃO
Art. 3°, inciso III
Coloca como uma das diretrizes da lei a utilização de
meios de comunicação viabilizados pela internet.
Art. 8°, § 2°
Dispõe como obrigatória a divulgação na internet das
seguintes informações:
Registro das competências e estrutura
organizacional, endereços e telefones das
respectivas unidades de horário e atendimento ao
público;
Registros de quaisquer repasses ou transferência
de recursos financeiros;
Registro de despesas;
Informações concernentes a procedimentos
licitatórios, inclusive os respectivos editais e
resultados, bem como todos os contratos
celebrados;
Dados gerais para acompanhamento de programas,
ações, projetos e obras de órgãos e entidades;
Respostas a perguntas mais frequentes da
sociedade.
Art. 8°, § 3° Obriga os portais da internet a, no mínimo, conterem:
Ferramenta de pesquisa de conteúdo que permita o
acesso à informação de forma objetiva,
transparente, clara e em linguagem de fácil
compreensão;
A possibilidade de gravação de relatórios em
diversos formatos eletrônicos, inclusive abertos e
não proprietários, como planilhas e texto, de modo
a facilitar a análise das informações;
Possibilidade do acesso automatizado por sistemas
externos em formatos abertos, estruturados e
legíveis por máquinas;
Divulgação em detalhes os formatos utilizados para
estruturação da informação;
Garantia da autenticidade e integridade das
informações disponíveis para o acesso;
Atualização das informações disponíveis para
acesso;
Indicação dos locais e das instruções que permitam
ao interessado comunicar-se, por via eletrônica,
com o órgão ou entidade detentora do sítio;
Garantia de acesso aos conteúdos para pessoas
com deficiência.
Ari. 8°, § 4°
Os portais da internet são obrigatórios para os municípios
com população acima de 10 mil habitantes.
Art. 10, § 2° Deve haver alternativas de encaminhamentos de pedidos
de acesso a informações por meio dos portais oficiais da
internet.
Art. 10, § 5°
A informação armazenada em formato digital será
fornecida neste formato caso haja anuência do
requerente.
Art. 30
Anualmente, cada órgão ou entidade precisa, em sítio à
disposição na internet e destinado à veiculação de dados
e informações administrativas, publicar:
Rol das informações que tenham sido
desclassificadas nos últimos 12 meses;
Rol de documentos classificados em cada grau de
sigilo com identificação para referência futura;
Relatório estatístico contendo a quantidade de
pedidos de informação recebidos, atendidos e
indeferidos, bem como informações genéricas sobre
os solicitantes.
 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal
Fonte: (RIBEIRO, 2013)
Além disso, cada estado e cidade do Brasil deve produzir uma legislação ainda mais detalhada:
são os decretos que regulamentam a LAI. Você pode procurar o decreto válido em sua região
no Diário Oficial do governo do estado ou da prefeitura.
Trata-se de algo inegável: ao menos em teoria, a LAI representou um avanço para a garantia
do direito constitucional de acesso a informações por parte dos cidadãos.
DIÁRIO OFICIAL
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Publicação oficial do governo feita tanto pelo governo federal (no caso, Diário Oficial da
União) quanto pelos estados e municípios.
Good luck images/shutterstock
Diversos estudos foram realizados com o intuito de analisar os reflexos da LAI no controle
social da gestão pública brasileira. Das pesquisas, destaca-se um estudo nacional realizado
pela organização não governamental Artigo 19.
Essa pesquisa foi realizada entre novembro de 2014 e março de 2015. Promoveu-se nela uma
análise acerca dos desdobramentos da implementação da LAI em 51 órgãos públicos dos
poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, bem como do Ministério Público Federal (MPF).
No referido trabalho, foi elaborado o Relatório de Monitoramento do Acesso à Informação no
Brasil. Listaremos alguns de seus aspectos a seguir:
ARTIGO 19 BRASIL
Organização não governamental dedicada à proteção dos valores humanos surgida em
Londres no final da década de 1980.
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Índice de cumprimento das solicitações de informação;
Grau de satisfação quanto às respostas fornecidas (percentual de respostas fornecidas dentro
do prazo legal);
Informações disponíveis para a promoção da participação popular.
As seis categorias de informação que a LAI determina como de divulgação obrigatórios são
estas:
I
II
III
IV
V
VI
I
Informações institucionais;
II
Programas e projetos;
III
Relatórios estatísticos classificados;
IV
Perguntas e respostas mais frequentes;
V
Participação popular;
VI
Conteúdo executivo-orçamentário.
Das categorias descritas, o estudo indicou que a mais problemática foi a de relatórios
estatísticos classificados. Vejamos a seguir os motivos para isso:
1
Constatou-se que nenhum órgão do Judiciário cumpriu integralmente a obrigação de divulgar
esse quesito em seu site.
2
Nenhum dos sites do Legislativodivulgou informações sobre os documentos classificados
nem sobre os relatórios estatísticos contendo a quantidade de pedidos de informações
recebidos, atendidos e indeferidos.
3
A categoria foi a menos implementada pelos órgãos do Executivo.
DOCUMENTOS CLASSIFICADOS
Documentos com alguma restrição à divulgação ao público.
O estudo apontou ainda que todos os poderes cumpriram integralmente os critérios referentes
a informações institucionais e perguntas e respostas frequentes.
Contudo, outro critério constatado como passível de melhoria foi o da participação popular.
Apesar de ter sido atendido integralmente pelo Legislativo e por 92,1% dos órgãos do
Executivo, apenas 54,5% do Judiciário o atendeu.
Quanto ao Poder Executivo Federal, o relatório verificou que, dos 38 órgãos existentes, 28
cumpriram as obrigações mínimas previstas na LAI.
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Cumprem obrigações da LAI
Não cumprem obrigações da LAI
Mesmo que tal percentual seja considerado significativo, ele demonstra a necessidade
de aperfeiçoamento no acesso às informações em tais instituições.
Além disso, alguns critérios são apresentados como mais problemáticos para os órgãos do
Executivo, como, por exemplo, a quantidade de informações disponíveis para a promoção da
participação popular. Afinal, apenas 44,7% dos órgãos continham, em seus sites, uma seção
específica para a divulgação de audiências públicas, consultas populares etc.
Na transparência passiva, a pesquisa apresentou uma análise qualitativa e quantitativa dos
dados levantados após os pedidos de informação enviados aos órgãos públicos pela referida
ONG (Artigo 19 Brasil). Os resultados foram bem mais modestos que os obtidos pelos critérios
de transparência ativa.
TRANSPARÊNCIA PASSIVA
Atendimento às demandas específicas solicitadas pelo cidadão.
1
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Das 255 solicitações de informações realizadas, 68,2% foram respondidas integralmente. Em
23,2% dos casos, as respostas foram apenas parciais.
Além disso, em 2% dos casos, os pedidos não foram respondidos. Ao mesmo tempo, 5,5% das
solicitações tiveram o acesso às informações negado. Desse montante, aproximadamente 1%
dos pedidos foi recusado com a alegação de indisponibilidade das informações.
2
 RESUMINDO
O relatório conclui que os resultados ainda não correspondem ao que, de fato, é necessário
para o efetivo direito de acesso a informações no cotidiano das organizações públicas.
No entanto, isso diz respeito principalmente à vida dos cidadãos, sendo cada vez mais notória
a necessidade da criação de um órgão independente e especializado para promover, fiscalizar
e monitorar o cumprimento dos requisitos descritos na LAI.
GOVERNO ELETRÔNICO E
TRANSPARÊNCIA
Neste vídeo, um especialista resumirá o conteúdo deste módulo.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE APRESENTA A DEFINIÇÃO DE
TRANSPARÊNCIA ATIVA.
A) É a que depende do pedido do cidadão.
B) Trata-se daquela em que o objetivo é facilitar o trabalho do funcionário do órgão.
C) É aquela disponibilizada espontaneamente pelo órgão.
D) É a informação de natureza interativa.
E) É aquela completa, que traz todas as informações passíveis de serem disponibilizadas pelo
governo.
2. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE CORRESPONDE À MELHOR
DESCRIÇÃO DO SISTEMA DE TRANSPARÊNCIA ANTES DA
PROMULGAÇÃO DA LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO.
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A) Somente a transparência passiva funcionava.
B) Não existia transparência passiva: toda informação só seria divulgada se partisse do órgão.
C) A legislação era esparsa e considerada falha.
D) A legislação era considerada excelente, porém não contemplava detalhes importantes,
como a estrutura dos dados a serem disponibilizados.
E) Não havia disponibilização de qualquer informação do governo.
GABARITO
1. Assinale a alternativa que apresenta a definição de transparência ativa.
A alternativa "C " está correta.
 
Transparência ativa se refere à divulgação de informações por parte do órgão público sem a
necessidade de pedido prévio por parte dos cidadãos.
2. Assinale a alternativa que corresponde à melhor descrição do sistema de
transparência antes da promulgação da Lei de Acesso à Informação.
A alternativa "C " está correta.
 
A LAI organizou o marco legal sobre a disponibilização de dados do governo à sociedade;
antes, a legislação era esparsa – ou seja, estava espalhada em diferentes códigos legais – e
falha.
MÓDULO 3
 Reconhecer recursos relevantes do governo eletrônico no Brasil
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PORTAL DA TRANSPARÊNCIA
Do ponto de vista do cidadão, um dos principais recursos à disposição dele é o Portal da
Transparência, que foi lançado pelo Ministério da Transparência e pela Controladoria-Geral da
União (CGU) em 2004.
O QUE O PORTAL DA TRANSPARÊNCIA
PERMITE AOS CIDADÃOS?
RESPOSTA
RESPOSTA
Ele permite que qualquer cidadão com acesso à internet obtenha informações sobre
como o dinheiro público oriundo de seus impostos é utilizado. O indivíduo também pode
obter informações sobre assuntos relacionados à gestão pública do país.
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O portal vem ganhando novos recursos e aumentando a oferta de dados ano após ano. Com
isso, ele se consolidou como um importante instrumento para a garantia do poder de
accountability por parte do cidadão.
Com o propósito de atender, de forma mais eficiente, às demandas e às obrigações de
transparência, a CGU lançou, em 2018, o novo Portal da Transparência. Ele conta com as
seguintes atualizações:
ACCOUNTABILITY
É a capacidade do governo de responder ao cidadão e de prestar contas à sociedade
sobre o funcionamento da máquina pública. Normalmente, utiliza-se o termo original em
inglês.
Possibilidade de visualizar os dados de maneira diversa;
Mais facilidade para uso;
Mais recursos gráficos;
Possibilidade de integração com redes sociais;
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Maior (e melhor) oferta de dados;
Adequação do site para celulares e tablets ;
Maior interatividade com o usuário.
Os dados divulgados ali são provenientes de grandes sistemas do governo federal, como, por
exemplo, o 
Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo federal e o Sistema Integrado de
Administração de Recursos Humanos (Siape) . 
Também são utilizadas bases de benefícios sociais.
 EXEMPLO
Cadastro Único, faturas de cartão de pagamentos do governo federal utilizadas por
funcionários do Executivo e bases de imóveis funcionais.
Os órgãos responsáveis por cada fonte encaminham seus dados para a CGU, que, por sua
vez, organiza essas informações e as disponibiliza no portal. A periodicidade de envio dos
dados depende do assunto, assim como a periodicidade de atualização deles na ferramenta.
Uma vez carregadas no portal, as informações são disponibilizadas para o conhecimento do
cidadão de diversas formas. Algumas delas estão destacadas abaixo:
PAINÉIS
CONSULTAS DETALHADAS
GRÁFICOS
DADOS ABERTOS
O acesso a essa plataforma também possui um custo baixo em termos de esforço, já que ele
não requer a criação de usuário nem de senhas. É permitido a qualquer cidadão navegar
livremente enquanto preserva seu direito de permanecer anônimo.
Esta figura exibe uma imagem extraída do site que inclui todas as possibilidades de
informações a serem investigadas:
 
Fonte: BRASIL, 2020c
 Figura: Imagem do site Portal da Transparência
Suponha que queiramos consultar informações sobre o uso de cartões de crédito de
funcionários do Executivo Federal. Ao clicarmos no ícone “Cartões de pagamento” (terceiro
item da primeira fila na figura acima), poderemos:
1
Visualizar quais ministérios gastam mais neste tipo de modalidade.
2
Ter acesso ao nome dos funcionários que mais gastam.
3
Conhecer os nomes dos fornecedores mais bem pagos com esses cartões.
Destacaremos agora um exemplo deste tipo de visualização:
 
BRASIL, 2020c
 Figura:Gastos por meio do cartão de pagamento do governo federal.
Nessa visualização, podemos observar que o cidadão é capaz de saber que a
Presidência da República é responsável, entre os órgãos do Executivo, por 42,08% dos
gastos com cartão corporativo.
CONTA GOV.BR
Qualquer cidadão brasileiro com um CPF cadastrado pode criar no portal gov.br um acesso
único para vários serviços. Trata-se da conta digital “Meu gov.br”.
 
Fonte: Postmodern Studio/Shutterstock
Quais são os benefícios dessa conta digital?
Com ela, o cidadão pode acessar serviços, como, por exemplo, o INSS, obter sua carteira de
trabalho digital e entrar com um pedido de seguro-desemprego
 ATENÇÃO
Cada serviço público pode exigir um nível de segurança diferente.
Em alguns deles, o usuário precisa apenas de login e senha gov.br

Em outros, ele deve fornecer mais informações para obter um “selo” que lhe oferece um nível
de acesso maior para outros serviços.
O portal gov.br também possui aplicativos para diversos sistemas operacionais móveis, como,
por exemplo, Android e iOS.
Vejamos alguns exemplos do que é possível acessar com o login gov.br.
EXEMPLO 1
Recursos do Ministério da Economia.
null 
Fonte: (BRASIL, 2020b)
 Figura: Ministério da economia - gov.br.
EXEMPLO 2
Serviços do Denatran. Além da consulta a multas em aberto ou já pagas, pode-se solicitar sua
carteira de motorista digital.
A imagem a seguir mostra a tela de um usuário. Certas informações (nome, modelo do veículo
e placa) foram censuradas para preservar a identidade dele.
null 
Fonte: (BRASIL, 2020d)
 Figura: Denatran.
Este tipo de ação concede poder ao cidadão ao reduzir a fricção de se navegar dentro da
burocracia federal. Com um login e uma senha, ele é capaz de consultar informações
pessoais e solicitar serviços importantes, como, por exemplo, o auxílio emergencial (no caso da
pandemia do Covid-19) e o seguro-desemprego.
RECURSOS ADICIONAIS DO GOVERNO
ELETRÔNICO NO BRASIL
Neste vídeo dividido em duas partes, um especialista apresentará alguns recursos adicionais
do e-government no Brasil.
PARTE 1
PARTE 2
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA SOBRE O PORTAL DA
TRANSPARÊNCIA.
A) Divulga apenas as informações pedidas pelos cidadãos.
B) Apresenta dados brutos, de difícil visualização.
C) Tem acesso fácil e de baixo custo.
D) Foi lançado na reforma do Estado da década de 1990.
E) Traz informações completas sobre todas as ações do governo.
2. ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA SOBRE A CONTA GOV.BR.
A) É dedicada a empresas que têm CNPJ registrado.
B) Substitui todos os postos de atendimento físico do governo.
C) É necessário ter CPF para utilizá-la.
D) Dificulta a obtenção do seguro-desemprego em caso de necessidade.
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javascript:void(0)
javascript:void(0)
E) Funciona apenas em alguns estados do País.
GABARITO
1. Assinale a alternativa correta sobre o Portal da Transparência.
A alternativa "C " está correta.
 
Um dos principais objetivos da Controladoria Geral da União ao lançar o Portal da
Transparência foi facilitar o acesso da sociedade a informações sobre a atuação do setor
público.
2. Assinale a alternativa correta sobre a conta gov.br.
A alternativa "C " está correta.
 
A conta gov.br se destina a todos os cidadãos do Brasil. Para criá-la, basta ter um CPF,
requisito básico a todo indivíduo.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Estudamos neste tema o acesso a dados da administração pública e da gestão pública. Além
disso, compreendemos a digitalização de dados governamentais e apresentamos os
instrumentos de governo eletrônico no Brasil.
No módulo 1, destacamos os aspectos-chave da implementação desse governo. No módulo
seguinte, descrevemos as questões relacionadas à transparência. Por fim, no módulo 3,
reconhecemos seus recursos mais relevantes.
O princípio do acesso público à informação governamental constitui um dos instrumentos mais
importantes de controle dos cidadãos sobre as autoridades públicas. Os desafios da inclusão
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digital e do engessamento das estruturas de gestão não podem ser um impedimento para isso.
Conforme o desenvolvimento do governo eletrônico continua, as estruturas hierárquicas das
instituições governamentais vêm sendo constantemente desafiadas – e quem se beneficia
disso é o próprio cidadão.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Governo do Brasil. Consultado em meio eletrônico em: 19 nov. 2020a.
BRASIL. Ministério da Economia. Consultado em meio eletrônico em: 19 nov. 2020b.
BRASIL. Portal da Transparência. Consultado em meio eletrônico em: 19 nov. 2020c.
BRASIL. Portal de compras do governo federal. Consultado em meio eletrônico em: 19 nov.
2020d.
BRASIL. Portal de serviços Denatran. Consultado em meio eletrônico em: 19 nov. 2020e.
GOMES, A. B.; BENTO, A. O desafio de implementar uma gestão pública transparente.
Santiago: CLAD, 2005.
NOGUEIRA JUNIOR, D. A. Governo eletrônico: uma reflexão sobre os limites da
interatividade cidadã no modelo brasileiro da gestão pública digital de difusão de informação.
In : Revista eletrônica internacional de economia política da informação, da comunicação e da
cultura. v. 21. n. 1. 2019. p. 22-45.
MARQUES, F. P. J. A. Ciberpolítica: conceitos e experiências. Bahia: EDUFBA, 2016.
MEIJER, A. Understanding modern transparency. In : International review of administrative
sciences. v. 75. n. 2. 2009. p. 255-269.
MENDEL, T. Freedom of information: a comparative legal survey. 2008.
PAES, B. et al . Monitoramento da Lei de Acesso à Informação Pública em 2014. In :
Artigo 19 Brasil. São Paulo. 2015.
RIBEIRO, M. M. Monitoramento de políticas públicas de governo eletrônico. In : VI
Congresso CONSAD de Gestão Pública. Brasília. abr. 2013.
VAZ, J. C.; RIBEIRO, M. M.; MATHEUS, R. Dados governamentais abertos e seus impactos
sobre os conceitos e práticas de transparência no Brasil. In : Cadernos PPG-AU/UFBA. v.
9. n. 1. 2010.
EXPLORE+
Para ampliar o seu conhecimento sobre o que estudamos nos dois primeiros módulos, leia este
livro:
MARQUES, F. P. J. A. Ciberpolítica: conceitos e experiências. Bahia: EDUFBA, 2016.
Para aprofundar seu entendimento acerca dos conceitos abordados neste tema, consulte dois
artigos:
NOGUEIRA JUNIOR, D. A. Governo eletrônico: uma reflexão sobre os limites da
interatividade cidadã no modelo brasileiro da gestão pública digital de difusão de informação.
In: Revista eletrônica internacional de economia política da informação, da comunicação e da
cultura. v. 21. n. 1. 2019. p. 22-45.
RIBEIRO, M. M. Monitoramento de políticas públicas de governo eletrônico. In : VI
Congresso CONSAD de Gestão Pública. Brasília. abr. 2013.
CONTEUDISTA
Graziella Guiotti Testa
 CURRÍCULO LATTES
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