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See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.net/publication/339747792
Microbiology Laboratory.(In Portuguese). Laboratório de Microbiologia.
Technical Report · March 2020
DOI: 10.13140/RG.2.2.19169.25445
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1 author:
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Raw materials for biodiesel production View project
Francisco Sávio Gomes Pereira
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE)
58 PUBLICATIONS   44 CITATIONS   
SEE PROFILE
All content following this page was uploaded by Francisco Sávio Gomes Pereira on 06 March 2020.
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https://www.researchgate.net/publication/339747792_Microbiology_LaboratoryIn_Portuguese_Laboratorio_de_Microbiologia?enrichId=rgreq-5970c8d901cac8804536925e9fbc4d5a-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMzOTc0Nzc5MjtBUzo4NjYxMjk5ODc3NjgzMjFAMTU4MzUxMjg4OTk5NQ%3D%3D&el=1_x_2&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/publication/339747792_Microbiology_LaboratoryIn_Portuguese_Laboratorio_de_Microbiologia?enrichId=rgreq-5970c8d901cac8804536925e9fbc4d5a-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMzOTc0Nzc5MjtBUzo4NjYxMjk5ODc3NjgzMjFAMTU4MzUxMjg4OTk5NQ%3D%3D&el=1_x_3&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/project/Multidisciplinary-researches-and-articles?enrichId=rgreq-5970c8d901cac8804536925e9fbc4d5a-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMzOTc0Nzc5MjtBUzo4NjYxMjk5ODc3NjgzMjFAMTU4MzUxMjg4OTk5NQ%3D%3D&el=1_x_9&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/project/Raw-materials-for-biodiesel-production?enrichId=rgreq-5970c8d901cac8804536925e9fbc4d5a-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMzOTc0Nzc5MjtBUzo4NjYxMjk5ODc3NjgzMjFAMTU4MzUxMjg4OTk5NQ%3D%3D&el=1_x_9&_esc=publicationCoverPdf
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https://www.researchgate.net/profile/Francisco_Pereira20?enrichId=rgreq-5970c8d901cac8804536925e9fbc4d5a-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMzOTc0Nzc5MjtBUzo4NjYxMjk5ODc3NjgzMjFAMTU4MzUxMjg4OTk5NQ%3D%3D&el=1_x_5&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/institution/Instituto_Federal_de_Educacao_Ciencia_e_Tecnologia_de_Pernambuco_IFPE?enrichId=rgreq-5970c8d901cac8804536925e9fbc4d5a-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMzOTc0Nzc5MjtBUzo4NjYxMjk5ODc3NjgzMjFAMTU4MzUxMjg4OTk5NQ%3D%3D&el=1_x_6&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/profile/Francisco_Pereira20?enrichId=rgreq-5970c8d901cac8804536925e9fbc4d5a-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMzOTc0Nzc5MjtBUzo4NjYxMjk5ODc3NjgzMjFAMTU4MzUxMjg4OTk5NQ%3D%3D&el=1_x_7&_esc=publicationCoverPdf
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LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA 
 
 
 
SUMÁRIO: 
 
EMENTA DO COMPONENTE CURRICULAR 
INTRODUÇÃO 
NORMAS DE CONDUTA E DE BIOSSEGURANÇA EM LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA. 
MATERIAIS USADOS EM LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA. 
EQUIPAMENTOS USADOS EM LABORATÓRIOS DE MICROBIOLOGIA. 
CLASSIFICAÇÃO DE RISCOS DOS MICRORGANISMOS E DOS LABORATÓRIOS DE MICROBIOLOGIA. 
CONTROLE DE MICRORGANISMOS EM LABORATÓRIOS DE MICROBIOLOGIA 
PROCEDIMENTOS BÁSICOS EM ANÁLISES MICROBIOLÓGICAS 
FUNDAMENTOS E MICROSCOPIA DE CAMPO CLARO 
 
 
 
 
 
RECIFE, 2020. 
 
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE PERNAMBUCO 
CAMPUS IPOJUCA 
CURSO: TÉCNICO EM QUÍMICA 
DISCIPLINA: MICROBIOLOGIA APLICADA 
PROFESSOR: FRANCISCO SÁVIO GOMES PEREIRA 
 
2 
 
 
 
EMENTA DO COMPONENTE CURRICULAR 
Nome 
Carga Horária (H/A) 
Nº de 
Créditos 
C. H. TOTAL C. H. TOTAL 
Teórica Prática (H/A) (H/R) 
 
MICROBIOLOGIA APLICADA 
 
45 45 5 90 67,5 
 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO CH 
UNIDADE 1 
 
1. Histórico da Microbiologia e Áreas de aplicação: alimentar, farmacêutica, cosmética, industrial. 
 
 
4 
2. Normas de conduta e segurança em laboratório de microbiologia: Classificação de riscos dos 
microrganismos. 
5 
3. Estrutura de organismos eucarióticos e procarióticos: Estrutura e fisiologia das bactérias. 9 
4. Materiais e equipamentos usados em laboratório de microbiologia. 9 
5. Controle microbiano: Técnicas de limpeza, descontaminação (controle físico e químico), equipamentos e 
materiais para análises microbiológicas e controle microbiano. 
9 
6. Procedimentos básicos de análises microbiológicas: Técnicas de coloração de microrganismos. 
Microscopia: Isolamento e conservação de culturas microbianas e Microscopia de campo claro. 
9 
UNIDADE 2 
 
7. Princípios de funcionamento e operação dos equipamentos usados em laboratórios de microbiologia. 
 
 
 
4 
8. Estrutura e fisiologia de fungos e leveduras. 5 
9. Meios de cultura utilizados em análises microbiológicas: Preparo e esterilização de meios de cultura. 9 
10. Dispositivos legais aplicados às análises microbiológicas. 9 
11. Procedimentos básicos de análises microbiológicas de água potável e mineral. 9 
12. Procedimentos básicos de análises microbiológicas de alimentos: Acompanhamento de análises e 
discussão de casos. 
9 
TOTAL 90 
 
BIBLIOGRAFIA BÁSICA 
FRANCO, Bernadete D. Gombossy de Melo; LANDGRAF, Marize. Microbiologia dos Alimentos, 1ª edição, São Paulo: Atheneu, 1999. 
PELCZAR, Michael J.; CHAN, E. C.S.; KRIEG, Noel R. Microbiologia – Conceitos e Aplicações, volumes I e II, 2ª edição. São Paulo: 
Mc Graw Hill do Brasil, 1997. 
TORTORA, Gerard J.; FUNKE, Berdell R.; CASE, Chris. Microbiologia. Porto Alegre: Artmed, 2005. 
 
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR 
FUNKE, Berdell R.; TORTORA, Gerard J.;CASE, Chris. Microbiologia. 10 ed. Porto Alegre: Artmed, 2011. 
EATON, Andrew D. (EDITOR), Clesceri, Lenore S. (Editor), RICE, Eugene W. (Editor), REEBERG, Arnold E. (Editor); FRANSON, Mary 
Ann H. (Editor). Standard Methods for the Examination of Water & Wastewater. 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
Segurança é sinônimo de boa técnica e, desse princípio, parte a necessidade do adequado preparo e 
treinamento dos manipuladores de microrganismos. A segurança biológica se fundamenta na adoção de 
procedimentos microbiológicos corretos por parte de todos os usuários do laboratório de microbiologia. 
 
O laboratório de microbiologia deve ser considerado como um local sujeito a possíveis fontes de contaminação, 
bem como aos mais variados tipos de acidentes envolvendo materiais, substâncias químicas e microrganismos, 
representando, portanto, um risco em potencial para todos os envolvidos no trabalho e manuseio. Para 
minimizar tais riscos é fundamental que se tomem medidas preventivas e que se conheça bem o ambiente de 
trabalho, para que os acidentes possam ser evitados ou controlados. 
 
Em laboratório de microbiologia há trabalhos com uma grande variedade de microrganismos e materiais 
contaminados. Alguns desses organismos são patógenos oportunistas ou podem tornar-se de acordo com as 
circunstâncias e a dose da contaminação. É essencial a adoção de normas de prevenção dentro de um 
programa de boas práticas de manipulação de microrganismos nos laboratórios de microbiologia. É preciso 
proteger a todas as pessoas que desenvolvem alguma atividade no laboratório, além de evitar a contaminação 
dos seus experimentos e do ambiente laboratorial. 
 
Inúmeras infecções podem estar associadas aos trabalhos com microrganismos em laboratórios de 
microbiologia.Muitas vezes tais infecções podem resultar na morte do indivíduo. Ao contrário dos acidentes 
envolvendo substâncias químicas e fogo, onde a causa e o efeito são prontamente identificados, é muito difícil, 
na maioria das vezes, determinar se a moléstia infecciosa foi contraída no laboratório. O indivíduo pode ficar 
enfermo por muitos dias ou semanas após o contágio, sem fazer associação. É particularmente difícil fazer tal 
tipo de associação com doenças que são frequentes na comunidade, tais como tuberculose, hepatite e febre 
tifoide. 
 
A experiência tem demonstrado que a inocuidade do trabalho de pesquisa com microrganismos perigosos 
depende das boas práticas de laboratório, da disponibilidade e uso de equipamentos de segurança da 
instalação, do funcionamento do local das pesquisas e de uma organização eficiente. Desta forma para evitar 
contaminação, existe a necessidade de aplicação das boas práticas de laboratório, o microbiologista deve estar 
seguro de que seus técnicos cultivam e empregam estas práticas. 
 
2. NORMAS DE CONDUTA E DE BIOSSEGURANÇA EM LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA 
 
Em laboratório onde se realizam análises microbiológicas deve-se obedecer a uma série de normas que visam 
eliminar ou minimizar os riscos de contaminação, não só das amostras a serem analisadas bem como dos 
manipuladores, visto que, sempre existe a possibilidade de se estar trabalhando com material contaminado por 
patógenos. A observação destas normas visa também, além do acima exposto, assegurar a exatidão dos 
resultados das análises efetuadas, bem como resguardar a integridade dos manipuladores. 
 
É importante que se memorize as normas e sem consulta repasse para o papel estas informações para 
solidificação do conhecimento. Repita esse treinamento até ter memorizado completamente. Fazer um roteiro 
das normas a serem seguidas de forma clara e objetiva é sempre uma forma de memorizar na prática 
laboratorial. 
 
As regras enumeradas a seguir constituem algumas das práticas seguras de laboratório. Em muitos laboratórios 
estas normas podem ser estabelecidas como regulamento de trabalho, e em outros, ampliadas e mais 
4 
 
 
 
rigorosas, dependendo do tipo de risco microbiano e natureza do laboratório de trabalho. Para reforçar as 
informações têm-se três tipos de cuidados a serem executados: 
 
CUIDADOS PESSOAIS 
 
1. Deixar fora do laboratório ou em local adequado, roupas, agasalhos, carteiras, pastas, livros, ou qualquer 
outro pertence que não será utilizado no laboratório. 
 
2. Os artigos de uso pessoal devem ser guardados em locais apropriados, nunca na bancada do laboratório. 
 
3. O laboratório deve ser mantido limpo e em ordem, devendo ser dele retirados quaisquer materiais que 
não tenham relação com o trabalho. Livros e outros objetos nunca devem ser deixados sobre a bancada de 
trabalho. 
 
4. Não levar a boca o material de trabalho (lápis, canetas, etc.) e evitar colocar as mãos na boca, nos olhos e 
no nariz. 
 
5. Não toque olhos, boca ou cabelo com as mãos durante o trabalho. Se isso ocorrer, adotar procedimentos 
de higienização adequados. 
 
6. Tenha sempre disponível os equipamentos de proteção individual (EPIs) obrigatórios como aventais, jaleco 
ou bata de manga longa (se necessário) e limpa, máscaras de proteção descartáveis, luvas de 
procedimentos descartáveis, protetor capilar, visor de proteção ou óculos de segurança nas tarefas que 
apresentarem riscos. 
 
7. Proteger o cabelo da chama do bico de Bunsen e de contaminação microbiana. 
 
8. Se houver ferida na mão ou no pulso, medidas adicionais devem ser consideradas para o trabalho em 
laboratório. Consulte o chefe do laboratório. 
 
9. Retirar joias, anéis, relógios e pulseiras. As unhas devem ser curtas e sem esmalte. Os cabelos compridos 
deverão estar bem presos (algumas vezes com protetor capilar) durante os trabalhos no laboratório. 
 
10. Não guardar alimentos ou bebidas de consumo próprio no refrigerador do laboratório. Não preparar café, 
chá, pipoca ou outros alimentos e não comer, beber ou mascar chicletes no laboratório. 
 
11. Não fazer higiene bucal ou maquiagem, barbear-se, fumar ou roer as unhas no laboratório. 
 
12. Usar sapatos que protejam inteiramente os pés e calças compridas durante a rotina de trabalho. 
 
13. Lavar muito bem as mãos e os antebraços antes de iniciar ou concluir qualquer atividade no laboratório. 
Após a lavagem, desinfete mãos e antebraços com álcool iodado ou álcool 70%. 
 
14. Não toque em maçanetas de portas, interruptores ou telefones usando luvas. 
 
15. Em caso de cortes ou ferimentos, proceder imediatamente à limpeza e desinfecção. 
 
16. Não umedecer etiquetas com a língua. 
 
17. Não usar avental ou bata para limpar objetos ou instrumentos de trabalho. 
 
18. Caso suspeite de contaminação/intoxicação avise ao responsável pelo laboratório com urgência. 
 
19. Evitar conversas desnecessárias, visando prevenir a contaminação do manipulador e da amostra. 
 
20. Após uso, os jalecos ou batas devem ser colocados em saco plásticos, separados do material de uso 
pessoal, para lavagem de desinfecção para futuros usos. 
5 
 
 
 
CUIDADOS OPERACIONAIS 
 
21. Planejar cada tarefa levando em consideração o tempo necessário para execução e leitura da mesma. 
 
22. Evitar trabalhar sozinho no laboratório. 
 
23. Trabalhar sempre de maneira ordenada, tranquila, constante e metódica, evitando movimentos 
desnecessários. 
 
24. Limpar e desinfetar a superfície da bancada de trabalho com desinfetantes adequados ou papéis 
descartáveis, antes e após cada tarefa ou dia de trabalho. 
 
25. Limpar e organizar todo o material utilizado durante o trabalho (materiais, vidrarias e equipamentos). 
 
26. Usar os equipamentos do laboratório apenas para seu proposito designado. 
 
27. Identificar de maneira clara e completa os materiais particulares (por exemplo: tipo de amostra, data, 
nome do responsável ou grupo de pesquisa, método, meio de cultivo, microrganismo inoculado, entre 
outras informações pertinentes). 
 
28. Tratar todas as culturas de microrganismos como potencialmente patogênicas. 
 
29. O material a analisar só deverá ser tocado, exclusivamente, com instrumentos estéreis e nunca com as 
mãos. 
 
30. Transportar os meios de cultura nos suportes próprios para evitar acidentes ou contaminações. 
 
31. Nunca pipetar ou sugar diretamente com a boca materiais perigosos, biológicos, cáusticos, tóxicos, 
radioativos ou cancerígenos. Para pipetar, usar pipetadores de borracha ou automáticos. 
 
32. Cuidado com a formação de aerossóis e respingos (agitadores, ultrassom, centrífuga) durante operações 
no laboratório. 
 
33. Nunca coloque materiais contaminados (lâminas, pipetas, entre outros) sobre as bancadas ou na câmara 
de fluxo laminar. 
 
34. Colocar o material contaminado (pipetas, espátulas, lâminas e lamínulas) após a sua utilização em 
recipientes próprios contendo desinfetante, para depois ser efetuada a lavagem e esterilização dos 
mesmos. 
 
35. Todo o material de trabalho microbiológico deve seguir preferencialmente a sequência: esterilização, 
lavagem, secagem, esterilização e armazenamento. 
 
36. Os cultivos microbianos, após a leitura adequada, devem ser esterilizados obrigatoriamente antes do seu 
descarte. 
 
37. Em caso de acidente, descontaminar o local utilizando álcool a 70%, álcool iodado ou solução de 
hipoclorito de sódio (água sanitária) a 0,5% preparado recentemente (máximo dois dias), dependendo do 
tipo de material biológico. No caso de derramamento fortuito do material infectado, desinfetar e 
esterilizar novamente. 
 
38. Após a quebra de qualquer recipiente contendo microrganismos, cobrir imediatamente o local com 
solução desinfetante e toalhas de papel, deixando agir, por no mínimo, 15 minutos. 
 
39. Comunicar imediatamente ao chefe imediato, qualquer suspeita de haver contraído uma enfermidade 
indicando o material ou o microrganismo com o qual estava trabalhando no momento.6 
 
 
 
40. Relatar imediatamente ao responsável pelo laboratório qualquer acidente que provoque lesão corporal ou 
que origine derrame dos microrganismos para fora dos respectivos meios de cultura. 
 
41. No final da atividade, o local de trabalho deve ficar devidamente limpo e arrumado. 
 
42. Ao sair do laboratório feche os registros de gás e as torneiras, desligue as luzes e os equipamentos 
(devidamente limpos). 
 
CUIDADOS GERENCIAIS 
 
43. A direção da unidade é responsável por assegurar uma infraestrutura mínima indispensável, permitindo o 
seguimento destas normas. Não se podem lavar as mãos na falta de água corrente, por exemplo. Se esta 
estrutura falta por alguma razão, cabe à direção suspender as atividades que envolvam risco de 
manipulação. 
 
44. O chefe do laboratório é responsável por estabelecer uma ordenação e rotina em relação ao material 
perigoso, providenciar treinamento adequado dos iniciantes no laboratório e supervisionar o cumprimento 
das normas de biossegurança. 
 
45. Cada membro do laboratório, após recebimento das instruções de biossegurança do laboratório, é 
responsável pelo seu cumprimento. 
 
 
3. MATERIAIS USADOS EM LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA 
 
O dinamismo tecnológico de materiais desenvolvidos para uso em laboratórios de microbiologia poderá tornar 
este texto obsoleto dependendo do período do seu uso em relação a sua elaboração. Apesar desta 
naturalidade evolutiva é importante salientar que os materiais mais clássicos de vidro e suas esterilizações 
periódicas são ainda muito recomendados nestes laboratórios. Esta escolha mais clássica se deve ao fato de 
sua minimização de resíduos laboratoriais descartáveis, em tempos de ciência sustentável. 
 
A seguir, são apresentados alguns materiais, que são muitos usados em laboratórios de microbiologia. 
 
TUBOS DE ENSAIO (TUBOS DE CULTURA) - São tubos de vidro, sem borda ou com tampa de plástico 
rosqueável. Seu tamanho pode variar de acordo com o trabalho a ser realizado. São utilizados no cultivo de 
microrganismos em pequeno volume de meio de cultura, trazendo a vantagem de economizar meio e espaço 
físico. Utilizados também na conservação de culturas puras de microrganismos. Os tubos de ensaio podem 
também ser usados para efetuar reações químicas de pequena escala com pequenas quantidades de reagentes 
de cada vez. 
 
(a) (b) (c) 
Figura 1. Tubos de ensaio com microrganismo (a); tubos de ensaio com reações químicas (b) e (c). 
 
PLACAS DE PETRI – São recipientes redondos, de vidro ou plástico, com tampa rasa. Geralmente é 
recomendado determinar-se o seu diâmetro e altura, de acordo com o tipo de trabalho a ser realizado. As mais 
usadas medem cerca de 100 mm de diâmetro por 10 mm de altura. Servem para conter meio de cultura sólido. 
Sua superfície extensa facilita o isolamento de espécies microbianas distintas. Estas vidrarias facilitam o 
isolamento de microrganismos devido à grande superfície de crescimento que apresenta, possibilitando o 
aparecimento de colônias separadas. Uma colônia representa um aglomerado de células em meio sólido, 
geralmente originadas de uma única célula progenitora. 
 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Rea%C3%A7%C3%A3o_qu%C3%ADmica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Reagente
7 
 
 
 
 
(a ) ( b) (c ) 
Figura 2. Placa de Petri (a), (b); Placa com diversas colônias de microrganismos (c). 
 
PIPETAS GRADUADAS (SOROLÓGICAS) - São utilizadas para diluições, inoculações, distribuições de meio etc. 
Em microbiologia estas pipetas devem ser esterilizadas com uma porção de algodão hidrófobo na parte 
superior. Estas pipetas podem ser sopradas, pois não se requer muita precisão. As pipetas para uso com 
substâncias químicas devem ser separadas das microbiológicas (usar auxiliar de pipetagem de 3 vias). As 
pipetas microbiológicas são usadas com dispensadores automáticos. Usadas principalmente para diluir 
preparações diversas e inocular culturas líquidas. Inocular significa inserir ou introduzir um inoculo (ou 
semente) num meio de cultura. O inoculo deve possuir uma concentração de células suficientes para cultivar 
uma de meio com bom rendimento. 
 
( a ) ( b ) 
Figura 3. Pipetas graduadas (a); Pipetador monocanal (b) 
 
 
PIPETA DE PASTEUR (MICROPIPETA) - São tubos de vidro ou de polipropileno, não graduados, estirados em 
capilar. Servem para transferência de pequenos volumes de líquidos. Podem ser usadas com uma pequena 
pera de borracha na extremidade superior. 
 
( a ) ( b ) 
Figura 4. Pipetas Pasteur de plástico (a); Pipetas Pasteur de vidro (b) 
 
AUXILIAR DE PIPETAGEM - Equipamento utilizado para facilitar a operação de pipetagem de líquidos viscosos 
como meios de cultura e culturas microbianas. As pipetas devem ter uma proteção de algodão hidrófobo para 
proteger o manipulador de possíveis contaminações, em caso de transbordos na pipetagem. 
 
 
 
Figura 5. Alguns modelos de auxiliares de pipetagem. 
8 
 
 
 
 
BALÃO DE FUNDO CHATO - Utilizado geralmente para guardar meios de cultura. 
 
FRASCO DE ERLENMEYER - Utilizado para propagação celular de microrganismos em meio líquido, sob 
agitação, em mesa agitadora ou aeração. 
 
FRASCO DE FERNBACH - utilizado para propagação celular de microrganismos em meio líquido, sob agitação, 
em mesa agitadora. 
 
FRASCO DE ROUX – Frasco ou garrafa especial destinada ao cultivo de microrganismos, oferecendo larga 
superfície. Deve ser flambada à chama antes e após o uso. 
 
(a) (b ) (c) (d) 
 
F ig u r a 6 . B a lã o d e F u n d o C h a t o ( a ) ; F r a s c o s d e E r le n m e y e r ( b ) ; F r a s c o d e F e r n b a c h ( c ) . F r a s c o d e R o u x ( d ) 
 
 
FRASCOS DE CULTIVO MICROBIANO - De vidro borossilicato e tampa rosqueada de polipropileno, autoclavável. 
São vidrarias utilizadas para análises de água e alimentos. 
 
 
Figura 7. Frascos de Cultivo Microbiano. 
 
 
OUTRAS VIDRARIAS UTILIZADAS EM TITULAÇÕES, DESTILAÇÕES, PREPARAÇÕES DE SOLUÇÃO E DE MEIOS DE 
CULTURA etc. - Béquer, bastão de vidro, bureta, funil, proveta, balão volumétrico, condensador, dentre outros. 
 
 
 
Figura 8. Algumas vidrarias e materiais comuns usados em laboratórios químicos. 
 
 
9 
 
 
 
TUBOS DE DURHAM - São tubos cilíndricos de pequeno volume, fabricados em vidro de alta qualidade. Usados 
na identificação de microrganismos e em testes diferenciais microbianos, como por exemplo, na análise da 
água. São colocados invertidos no meio líquido contido num tubo de cultura - durante a esterilização, fica cheio 
do líquido e após a inoculação e fermentação o líquido é deslocado, total ou parcialmente, pelo gás formado 
em uma fermentação. 
 
Figura 9. Tubo de Durham com bolha de gás em ensaio microbiológico. 
 
LÂMINAS DE VIDRO - São de vidros claros e transparentes, com formato retangular. São utilizadas para exame 
dos microrganismos em microscópio óptico. Geralmente são armazenadas em caixa de vidro contendo álcool 
95%. 
 
LÂMINAS ESCAVADAS – São lâminas específicas, com uma ou duas depressões, que servem ao chamado 
“ensaio em gota pendente”, ou seja, o material é observado suspenso em uma gota de líquido. Muito utilizada 
na observação da mobilidade dos microrganismos. 
 
LAMÍNULAS - São pequenas lâminas de vidro transparente, quadradas, finas, destinadas a cobrir as 
preparações contidas nas lâminas, nos ensaios a fresco (preparações microscópicas “in vivo”). Também são 
usadas para o preparo de lâminas fixadas para uso por longos períodos. 
 
(a) (b) (c) 
Figura 10. Lâminas e lamínulas (a); Lâmina escavada (b); uso de lâminas e lamínula (c). 
 
ALÇA DE DRIGALSKY (ALÇA DE ESFREGAÇO) - É obtido pela manipulação de um tubo de vidro na chama do bico 
de Bunsen (dobrado em ângulo reto e depois em 45 
o
C). Serve para espalhar suspensões de microrganismos na 
Placa de Petri contendo meio de cultura sólido. Deve ser flambada à chama antes e após o uso. Usada para 
esfregaço em aplicações microbiológicas.A superfície polida não danifica o meio de cultura distribuído na 
placa. Pode ser fabricado também em polipropileno (normalmente vem em ambiente estéril e é descartável ou 
apenas autoclavável). É utilizada para espalhar microrganismos em meio de cultura sólidos. 
 
(a ) (b) 
Figura 11. Alça de Drigalsky de plástico (a) e de vidro (b). 
10 
 
 
 
ALÇA DE INOCULAÇÃO, AGULHA DE INOCULAÇÃO E CABO DE KOLLE – A alça ou agulha é um fio de platina ou 
outra liga metálica, medindo aproximadamente cinco centímetros, recurvado em uma de suas extremidades. É 
adaptado ao cabo de Kolle. Este material é utilizado para transferir inóculos sólidos ou em suspensão. A agulha 
é um fio de platina ou de outra liga, que fixado ao cabo de Kolle, é utilizada para semear meio sólido em 
profundidade. Existem atualmente alças de inoculação em poliestireno com ponta em agulha e com argola na 
outra extremidade, bastante flexível, descartável e esterilizada por radiação gama. O cabo de Kolle é feito com 
material isolante, adaptado para as três formas dos dispositivos inoculadores (círculo, ele ou agulha). Serve de 
suporte para um fio de platina ou uma liga níquel-cromo, sendo utilizado em inoculação de microrganismos. 
 
(a) (b) (c) 
Figura 12. Alças e agulhas metálicas de inoculação (a), Cabo de Kolle (b) e alça de inoculação descartável (c). 
 
 
TERMÔMETROS - São utilizados em estufas microbiológicas, de secagem e esterilização, banhos de água 
(banhos-maria), etc. Deve-se prezar por termômetros calibrados pela Rede Brasileira de Calibração - RDC 
(INMETRO), cujas incertezas sejam conhecidas. Deve-se dar preferência a termômetros para álcool etílico 
ecológico e suas misturas (bulbo vermelho) e que servem para medidas de outras amostras laboratoriais. 
 
 
Figura 13. Termômetro de bulbo vermelho. 
 
 
BICOS DE BUNSEN E DE MECKER – São aquecedores a gás com chama, cuja temperatura varia de acordo com a 
regulagem. É suprido com gás liquefeito de petróleo (GLP) e proporciona uma chama que permite a realização 
da manipulação das análises microbianas. Deve-se verificar com frequência se não há vazamentos de gás nas 
conexões. A chama destes bicos é utilizada para técnicas de flambagem e esterilização de materiais 
contaminados ou para manter uma “área de trabalho segura e estéril”. 
 
( a ) ( b ) 
Figura 14. Bicos de Bunsen (a) e de Mecker (b). 
 
 
11 
 
 
 
SUPORTE PARA PLACAS – É um material excelente para transporte, estocagem e incubação das placas de Petri 
com dimensões específicas (normalmente 90x15mm). O suporte tem capacidade para várias placas de até 100 
mm de diâmetro, configuradas em seis colunas com empilhação máxima de 7 placas por coluna. Possui base 
larga ideal para manter a estabilidade em bancadas, estufas, além disso, com uma alça que facilita seu 
transporte pelo manipulador. Confeccionada em Polipropileno de alta qualidade, autoclavável a 121 
o
C. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 15. Suporte para placas de Petri em polipropileno. 
 
 
ESPÁTULAS E PINÇAS - Estes utensílios são normalmente produzidos em aço inoxidável. A espátula é utilizada 
para pesagem de pequenas massas, enquanto a pinça para manipulação de lâminas, lamínulas, etc. Após o uso 
lavar imediatamente. 
 
Figura 16. Espátulas e pinça em aço inoxidável. 
 
LÁPIS DERMATOGRÁFICO OU CANETA MARCADORA DE VIDRO - Utilizado para escrever em superfície de vidro 
as informações relevantes de microrganismos, data de ensaios, microrganismos etc. 
 
 
Figura 17. Lápis dermatográfico preto. 
 
ALGODÃO BRUTO (OU CARDADO) - Serve para proteger o material esterilizado do contato com o ar ambiente 
contaminado. 
 
 
Figura 18. Algodão cardado cru e hidrofóbico. 
12 
 
 
 
SOLUÇÕES DESINFETANTES - São utilizadas para antissepsia das mãos (álcool 70% m/m), ou desinfecção das 
bancadas (hipoclorito de sódio 2,5%, álcool 70% m/m ou álcool70% m/m + Iodo 0,1-0,5% m/v), ou ainda para 
descarte de resíduos líquidos e de pipetas contaminadas (não usar solução inflamável com álcool 70%). Antes 
de iniciar qualquer atividade as bancadas devem ser desinfetadas e providenciado recipiente com solução de 
hipoclorito de sódio para descarte das pipetas. As soluções podem ser armazenadas em pissetas plásticas. 
 
SOLUÇÕES CORANTES - As soluções corantes são utilizadas para preparação de microrganismos para a 
observação microscópica. Alguns exemplos: safranina, fucsina, cristal violeta etc. 
 
 
4. EQUIPAMENTOS USADOS EM LABORATÓRIOS DE MICROBIOLOGIA 
 
A diversidade de equipamentos usados em laboratórios de microbiologia é imensa. Da mesma forma que os 
materiais, a tecnologia científica vem sempre aprimorando e facilitando a vida dos usuários. A seguir, são 
descritos informações sobre alguns equipamentos muito úteis em laboratórios de microbiologia. 
 
AUTOCLAVE - Câmara de vapor com parede dupla, equipada com dispositivos que permitem o enchimento da 
câmara com vapor saturado e sua manutenção em determinadas temperatura e pressão por quaisquer 
períodos de tempo. A autoclave é um equipamento indispensável ao laboratório de microbiologia e destinado 
à esterilização pelo calor úmido (vapor d´água sob pressão). Normalmente, são utilizados para esterilizar águas 
de diluições, meios de cultura que suportem temperaturas elevadas (115-120 
o
C), materiais contaminados que 
vão ser descartados e outros. A autoclave de laboratório pode ser do tipo horizontal ou vertical, contendo os 
seguintes acessórios: caldeira cilíndrica hermeticamente fechada por uma tampa de bronze ou cobre, dotada 
de manômetro, válvula de escape de ar e de segurança. Em seu interior existe uma cesta metálica (móvel) onde 
são colocados todos os materiais a serem esterilizados. É empregado o uso de bioindicadores ou fitas de 
controle para se testar a eficiência deste equipamento. 
 
 
 
Figura 19. Autoclave Vertical 
 
 
 
13 
 
 
 
Procedimento operacional de esterilização de materiais diversos em autoclave (regras gerais): 
 Verificar o nível da água, e completar se necessário, até atingir o nível adequado (cobrir as resistências 
elétricas). 
 Acondicionar o material de modo que o vapor circule livremente e sem que se encoste às paredes do 
cesto metálico. 
 Ligar o aparelho à rede elétrica. 
 Após a colocação do material dentro do cesto de inox, a tampa é fechada com cuidado e a torneira de 
remoção de ar ou vapor é deixada aberta para remover todo o ar. 
 Quando todo o ar for removido, deixe que um fluxo de vapor fluente persista por cerca de 5 minutos, 
antes de fechar a torneira. 
 Fechara a torneira de escape e a partir deste momento esperar que a pressão interna aumente até 
chegar à pressão de esterilização usada, que é de 15 lb/pol
2
, ou 1atm, ou 1 kgf/cm
2
, correspondendo a 
uma temperatura de 121
0
C. 
 Regular o aquecimento da autoclave de modo a permanecer na temperatura desejada durante o 
tempo necessário. O tempo de exposição do material no interior deste equipamento irá depender do 
volume de líquido a ser esterilizado. 
 Para pequenos volumes, até 3 litros, podem ser esterilizados durante 20 a 30 minutos a uma pressão 
de 15 lb/pol
2
. 
 Com relação a maiores volumes, será necessária, uma exposição mais prolongada. Quando a 
temperatura requerida para a esterilização é alcançada, deve-se começar a contar o tempo, usando 
um relógio de laboratório (com alarme). 
 Decorrido o tempo desliga-se o aparelho da corrente elétrica e mantém-se a autoclave e a torneira de 
ar e vapor fechados, até o manômetro voltar ao ponto zero, pois quando a pressão da autoclave é 
aliviada rapidamente, os líquidos dentro dos tubos e frascos fervem violentamente, fazendo com que 
os tampões sejam arremessados para fora dos mesmos. 
 Concluída a esterilização, abre-se a torneira de vapor; em seguida a tampa da autoclave é levantada. 
 Retirar o material e esperar esfriar. 
 
Teste de eficiência de autoclaves e estufas de esterilização: É de fundamental importância em um laboratório de microbiologia demonstrar o controle e a 
eficiência da esterilização. Para esta avaliação são realizados monitoramentos mecânicos (controle e 
registro do tempo, temperatura e pressão durante a esterilização) e utilizados indicadores físicos ou 
biológicos. Como indicador físico é bastante utilizado a fita indicadora de temperatura e como teste 
biológico para estufas (calor seco) e autoclaves (calor úmido) esporos de Bacillus subtilis var. niger 
(fitas) e Bacillus stearothermophillus (ampolas), respectivamente. 
 
CONTADOR DE COLÔNIAS - Equipamento utilizado para contagem de colônias em placa de Petri. O contador 
manual é constituído de um suporte onde é colocada a placa e acima desta, em distância definida, situa-se uma 
lente (lupa) que possibilita o aumento de 1,5 vezes. Pode acompanhar uma caneta para contagem. Quando o 
equipamento está funcionando, a placa é iluminada, permitindo assim maior nitidez e realce das linhas que 
subdividem o suporte. O contado automático requer conhecimento do seu funcionamento através do seu 
manual de operação, porém a placa contendo as colônias deve ser introduzida no equipamento. 
 
(a) (b) 
 
Figura 20. Contador de Colônias: (a) manual (b) automático. 
14 
 
 
 
CÂMARA DE NEUBAUER – Em microbiologia, é comum o uso da câmara de Neubauer, também conhecida por 
“lamina hematimétrica” ou “hemacitômetro”. É uma lâmina especial com escavações e milimetradas que 
permitem contar o número de células contidas em um volume determinado de suspensão microbiana. É 
utilizada na contagem de microrganismos visíveis ao microscópio óptico, de forma precisa e rápida na 
quantificação de células de leveduras, esporos, bactérias e outras partículas. Essa lâmina especial de 
microscopia é mais espessa que uma lâmina normal, com marcações em quadrantes, precisamente divididos 
em 9 quadrados de 1 mm
2
 de área. Como a área de cada quadrado e de 1 mm
2
, a área total compreendida 
pelos 9 quadrados e de 9 mm
2
. Ao se cobrir a lâmina com uma lamínula, é formado um volume sobre cada 
quadrado, de 0,1 mm
3
. O quadrado central é dividido em 25 quadrículos de 0,2 mm de lado ou superfície de 
0,04 mm
2
. Estes quadrículos estão subdivididos em 16 retículos de 0,0025 mm
2
 de superfície, sendo os 
quadrículos separados por linhas tríplices, chegando-se assim aos 400 retículos. Observando-se ao microscópio, 
percebe-se que existem três tipos de quadrantes, com subdivisões de tamanhos diferentes, denominados A, B 
e C, e que juntos formam um quadrado maior. O critério utilizado na escolha do quadrante a ser utilizado na 
contagem, deve ser o tamanho dos microrganismos que serão quantificados. Assim, microrganismos muito 
pequenos são contados no quadrante C, os de tamanho intermediário no quadrante B, enquanto os grandes 
são contados no quadrante A. 
 
 (a) 
 
(b) 
 
Figura 21. Câmara de Neubauer ou Lâmina hematimétrica (a) e detalhes do quadriculado de contagem (b) 
 
 
MICROSCÓPIO ÓPTICO – Equipamento utilizado para o estudo dos microrganismos. Os equipamentos mais 
usados permitem o aumento de até 1.250 vezes e podem ser monocular ou binocular. Deve-se ter cuidado 
para não utilizar preparações a fresco com a objetiva de imersão. Utilizado em observação de imagem 
ampliada até centenas de vezes por meio de dois conjuntos de lentes: as objetivas, que ficam próximas do 
objeto, e ampliam a imagem real; e as oculares, próximas do olho do observador, que ampliam a imagem 
novamente. E constituído por duas partes – uma parte mecânica e uma parte óptica. Cada parte engloba uma 
serie de componentes constituintes do microscópio. A parte mecânica serve para dar estabilidade e suportar a 
15 
 
 
 
parte óptica. E constituída por base ou pé, parafusos macro e micrométrico, haste ou braço, mesa ou platina, 
charriot, presilha, tambor ou revólver das objetivas e canhão. A parte óptica é constituída por fonte de 
iluminação, lente condensadora ou condensador, botão do condensador, diafragma e pelas lentes oculares e 
objetivas – o conjunto de lentes que permitem a ampliação do objeto. A ampliação dada ao microscópio é igual 
ao produto da ampliação da objetiva pela ampliação da ocular. Devido a estes componentes serem de alta 
precisão e porque o microscópio é um instrumento caro, requer cuidados especiais de transporte, utilização e 
manutenção. 
 
 
Figura 22. Partes do microscópio óptico. 
 
 
BALANÇAS - São destinadas a pesagens das diferentes substâncias usadas no preparo dos vários tipos de meios 
de cultura, soluções e corantes. Podem ser analógicas ou digitais. As balanças devem ser mantidas sobre uma 
base sólida protegidas de vibrações, e também de umidade e mudanças bruscas de temperatura. 
 
 (a) (b) 
 
Figura 23. Alguns tipos de balanças usadas em laboratórios: semianalíticas (a) e analíticas (b). 
 
 
16 
 
 
 
PEAGÂMETRO - Equipamento muito utilizado no laboratório de microbiologia para se determinar o pH dos 
diferentes tipos de meios de culturas e soluções tampão. É constituído por eletrodos, botões de ajuste e é 
dotado de um sistema eletrônico capaz de fornecer leituras diretas com exatidão de ±0,1 unidades de pH. 
Verifica-se a exatidão do aparelho pelo menos duas vezes ao dia, usando-se soluções-padrão tamponadas. Há 
medidores portáteis de fácil uso. 
 
 (a) (b) 
 
Figura 24. Alguns tipos de potenciômetros usados em laboratórios: de bancadas (a) e portátil (b) 
 
 
 
CENTRÍFUGA - Equipamento utilizado para separar os sólidos dos líquidos. A centrifugação permite a separação 
de substâncias com diferentes massas moleculares baseando-se na sua densidade ao ser aplicada uma força 
centrífuga. No laboratório de microbiologia podem ser utilizadas para separar microrganismos, proteínas, 
membranas celulares (insolúveis em água) e citoplasma (solvente celular aquoso) após ruptura de células etc. 
 
 
 
 
F igura 2 5 . Ce ntr í fug a e se u me ca n ism o de f un c ion a ment o. 
 
 
 
ESPECTROFOTÔMETROS – São usados para medir a radiação absorvida ou transmitida por uma solução a um 
comprimento de onda definido. Nesse equipamento a absorbância ou transmitância é efetuada por medida da 
cor ou turvação das amostras. Em microbiologia pode ser usado para medir a densidade ópticad e uma 
concentração de células microbianas em suspensão e o cálculo baseando-se no princípio fundamental do 
equipamento para amostras diversas. 
 
 
 
F igura 2 6 . Alguns t ipos de espe ctr of ot ôme tros usados em labora tór ios. 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Membrana_celular
http://pt.wikipedia.org/wiki/Citoplasma
http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A9lula
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Adsorb%C3%A2ncia&action=edit&redlink=1
17 
 
 
 
ESTUFA INCUBADORA (ESTUFA MICROBIOLÓGICA OU BACTERIOLÓGICA) - É um tipo específico de estufa que 
apresenta além da porta metálica, uma porta de vidro. Apresenta um sistema de aquecimento controlado por 
resistência elétrica. O aquecimento é controlado através de um termostato e a temperatura acompanhada com 
termômetro analógico ou digital. A temperatura não deve ter uma variação superior a ±0,5
o
C. Para determinar 
a temperatura, coloca-se um termômetro com o bulbo submerso em líquido (glicerina, água etc.) para maior 
homogeneidade da medida. Esse equipamento é utilizado como auxiliar no crescimento e reprodução dos 
microrganismos, uma vez que fornece a temperatura adequada a cada espécie microbiana. A incubação é a 
manutenção do meio semeado em determinadas condições para promover o desenvolvimento dos 
microrganismos. A Estufa Incubadora BOD é concebida para incubar testes de longa duração de DBO (Demanda 
Bioquímica de Oxigênio) ou BOD (Biochemical Oxygen Demand), análise microbiológica muito comum em 
águas poluídas diversas. 
 (a ) (b) 
 
Figura 27. Estufa Incubadora de bancada (a) e estufa de BOD (b). 
 
ESTUFADE ESTERILIZAÇÃO (FORNO DE PASTEUR) - É um tipo específico de estufa que apresenta um sistema 
de aquecimento controlado por resistência elétrica e munida de termostato e termômetro para o controle de 
temperatura. Em geral este equipamento é utilizado para esterilizar vidrarias. Esteriliza a seco toda vidraria 
convenientemente acondicionada a temperatura de 170
o
C/2h ou a 200
o
C/1h. 
 
 ( a ) ( b ) 
 
Figura 28. Estufa de Esterilização fechada (a) e aberta (b). 
 
INCUBADORA DE BANHO DE ÁGUA (BANHO-MARIA) – Equipamento usado geralmente para aquecimento 
brando (até 100
o
C), em que se utiliza um líquido em ebulição, geralmente a água. Pode ser usado para 
crescimento de colônias microbianas em temperaturas abaixo do seu limite superior. Alguns possuem um 
sistema de reostato com temporizador facilitando o seu uso para o crescimento microbiano. É um 
equipamento indispensável para realizações dos ensaios de coliformes termotolerantes (44,5
O
C±0,2
O
C). O 
mesmo é dotado de um termômetro, termostato e tampa para o controle de temperatura do banho. 
 
 
 
Figura 29. Alguns tipos de incubadora de banho de água (banho-maria). 
18 
 
 
 
MESA INCUBADORA DO TIPO ROTATÓRIO (AGITADOR SHAKER) - Favorece o crescimento de microrganismos 
aeróbios pela dissolução do oxigênio no meio através da agitação da mesa, em movimentos rotatórios. O 
equipamento é munido de uma plataforma onde os recipientes contendo o meio líquido são fixados. O mesmo 
gira de modo circular, agitando o meio continuamente durante a incubação e também expondo maior 
superfície do meio à fase gasosa. 
 
 
Figura 30. Mesa Incubadora com Agitação Orbital (Agitador Shaker). 
 
CABINES DE FLUXO LAMINAR HORIZONTAL E VERTICAL – São câmaras assépticas dotadas de exaustores e 
lâmpadas fluorescentes. As cabines de fluxo horizontal se prestam para a manipulação de materiais estéreis 
como meios de cultura esterilizados e amostras de materiais estéreis (soluções injetáveis, nutrição parenteral 
etc.). Não devem ser usadas para materiais muito contaminados ou culturas puras de microrganismos, pois o 
fluxo é direcionado no sentido do operador. Estas câmaras removem as impurezas do ar por meio de um filtro 
absoluto. Depois de filtrado e puro, o ar é dirigido sobre a área de trabalho em fluxo direto, mantendo as 
condições de esterilidade. 
 
 
 
Figura 31. Cabine de Fluxo Laminar 
 
AGITADOR MAGNÉTICO - É munido de uma plataforma metálica onde o recipiente contendo o meio líquido e 
uma barra magnética revestida de material inerte é colocado. O mesmo gira a barra magnética de modo 
circular, agitando o meio continuamente durante a incubação e também expondo maior superfície do meio à 
fase gasosa. Alguns agitadores são munidos de sistema de aquecimento acoplados. 
 
Figura 32. Alguns tipos de agitadores usados em laboratórios. 
 
REFRIGERADORES (GELADEIRAS) E CONGELADORES (FREEZERS) - As geladeiras são utilizadas para a 
conservação de meios de cultura estéreis, soluções e amostras de contraprova. As culturas microbianas e 
soluções não devem ser colocadas no mesmo equipamento que as amostras. Jamais poderá guardar refeições, 
lanches, bebidas ou qualquer outro alimento que irá ser consumido. Se contiver material com risco biológico 
deverá ser identificada com o pictograma adequado. Culturas vivas não devem ser congeladas. A verificação 
diária da temperatura é regra geral de controle destes equipamentos. 
19 
 
 
 
5. CLASSIFICAÇÃO DE RISCOS DOS MICRORGANISMOS E DOS LABORATÓRIOS DE MICROBIOLOGIA 
 
Os riscos são possíveis danos pessoais, infecções ou outras consequências negativas ao ser humano e ao meio 
ambiente. Dentro do laboratório os profissionais estão expostos a alguns tipos de riscos, e estes podem ser 
classificados em cinco grupos (Fig. 33; Tab. 1): 
 
 
 
Figura 33. Categorias de riscos em laboratórios. 
 
Risco de acidente - é quando há um evento negativo e indesejável, causando lesão pessoal ou dano material. 
Alguns exemplos são: queimaduras, cortes e perfurações. 
Risco ergonômico – é quando há qualquer fator interferente na característica psicomorfológica do trabalhador, 
afetando sua saúde. Por exemplo: transporte manual de peso, movimento repetitivo, postura inadequada que 
pode gerar a LER (Lesão por esforço repetitivo) ou DORT (Distúrbios osteomusculares relacionados ao 
trabalho), ritmo excessivo de trabalho, pausas insuficientes para descanso, entre outros. 
Risco físico – está relacionado a diversas formas de energia que o trabalhador está submetido, como: pressões 
anormais, temperatura extrema, ruído, vibrações, radiações ionizantes, ultrassom, etc. 
Risco químico – é a exposição a agentes ou substâncias químicas presentes no ambiente ou processo de 
trabalho que possam penetrar no organismo por via respiratória ou ser absorvido pela pele ou mesmo por 
ingestão. 
Risco Biológico – está associado ao manuseio ou contato com materiais biológicos e/ou animais infectados 
com agentes biológicos que possam produzir efeitos nocivos sobre os seres humanos, animais e meio 
ambiente. 
 
Tabela 1. Riscos em um ambiente laboratorial com suas especificidades. 
Grupo Riscos Cor de identificação Descrição 
1 Físicos Verde Ruído, calor, frio, pressões, umidades, radiações, vibrações etc. 
2 Químicos Vermelho Poeira, fumos, gases, vapores etc. 
3 Biológicos Marrom Bactérias, fungos, vírus, parasitas, insetos etc. 
4 Ergonômicos Amarelo Levantamento e transporte manual de pesos, repetitividade, ritmo excessivo e 
posturas inadequadas de trabalho, entre outros. 
5 Acidentais Azul Arranjo físico e iluminação inadequados. Máquinas em más qualidades, 
equipamentos sem proteção, explosão, incêndio. 
 
As áreas de risco devem sempre ser identificadas e os profissionais devem ser treinados e possuir instruções 
específicas, incluindo procedimentos de emergência. Assim, deve ser elaborado um mapa de risco, 
identificando os tipos de riscos ambientais existentes em cada área do laboratório. Abaixo segue uma 
ilustração (Fig. 34) para exemplificar um mapa de risco: 
20 
 
 
 
 
 
Figura 34. Ilustração dos tipos de riscos em um laboratório (mapa de riscos). 
 
A área técnica deve estar restrita às pessoas autorizadas e sempre serem alertadas sobre os riscos através de 
símbolos. E é no risco biológico que a equipe do laboratório se encontra mais suscetível. Segurança é sinônimo 
de boa técnica e, desse princípio parte a necessidade do adequado preparo e treinamento dos manipuladores 
de microrganismos. A segurança biológica se fundamenta na adoção de procedimentos microbiológicos 
corretos por parte de todos os usuários do laboratório de microbiologia. Os acidentes que podem ocorrer em 
um laboratório de microbiologia englobam aqueles de riscos biológicos (infecções respiratórias, alergias, 
micoses, intoxicações entre outros), além de riscos químicos, físicos e ergonômicos. 
 
Para reduzir o risco de contaminação ao se trabalhar com microrganismos, é necessário saber: o perigo em 
potencial dos microrganismos com os quais se está trabalhando; as rotas de entrada no corpo e de infecções; e 
os métodos corretos de contenção dos microrganismos, para que esses não tenham acesso às rotas de 
entrada. O profissional deve ter sempre em mente a importância de se verificar quais os microrganismos que 
são manipulados no laboratório de Microbiologia em que se trabalha e qual a sua classificação de risco para 
evitar alguma possível contaminação microbiológica. 
 
As principais rotas de infecção ou portas de entrada de microrganismos, no corpo humano, no ambiente 
laboratorial são: boca (ingestão) pipetagem, mãos e materiais contaminados; pulmões (inalação) ar 
contaminado; pele: agulhas contaminadas, pipetas de Pasteur, vidros infectados quebrados; olhos: através de 
respingos contaminados. A prevenção de infecções adquiridas em laboratórios deve considerar uma barreira 
primária (equipamentosde proteção individual, boas técnicas de manipulação), para prevenir a dispersão dos 
microrganismos no laboratório; uma barreira secundária (boas técnicas de manipulação, câmara de segurança 
biológica), para proporcionar uma rede de segurança ao redor do manipulador; e uma barreira terciária (boas 
técnicas de manipulação, métodos eficientes de controle de microrganismos, descarte controlado de resíduos 
produzidos no laboratório), para prevenir o escape dos microrganismos patogênicos que coloquem em risco a 
comunidade. 
 
Os microrganismos podem ser classificados em grupos de risco I, II, III e IV, segundo a OMS (Organização 
Mundial da Saúde), com base na sua capacidade de causar doenças no indivíduo manipulador e se espalhar na 
comunidade. Os riscos biológicos estão associados aos microrganismos potencialmente causadores e podem 
ser classificados de acordo com o risco que eles apresentam para o profissional/indivíduo, meio ambiente e 
comunidade: 
21 
 
 
 
Classe de Risco 1 - são agentes biológicos que representam baixo risco para o indivíduo e para a comunidade. 
Este grupo inclui os microrganismos, bactérias, fungos, vírus e parasitas que têm pouca probabilidade de causar 
infecções no homem ou em animais e risco mínimo para o profissional do laboratório e para o ambiente. Por 
exemplo: Lactobacillus, Escherichia coli, B. subtilis. 
Classe de Risco 2 - são agentes biológicos que apresentam risco moderado para o indivíduo/profissional e risco 
limitado (ou médio) para a comunidade. Este grupo inclui os microrganismos, bactérias, fungos, vírus e 
parasitas que podem provocar doenças em humanos ou em animais saudáveis, mas que em circunstâncias 
normais não é provável que levem a riscos mais graves aos envolvidos ou ao meio ambiente. O potencial de 
propagação desses agentes e disseminação no meio ambiente é limitado, e para tais existem medidas 
terapêuticas e profiláticas eficazes. No laboratório, quando expostos a esses agentes, raramente provoca 
infecções que levam a doenças graves, as quais existem tratamentos eficientes e medidas preventivas. São 
exemplos: o Toxoplasma spp, Clostridium tetani, Klebsiella pneumoniae, Staphylococcus aureus, EBV, herpes, 
Candida albicans, Plasmodium, Schistosoma mansoni. 
Classe de Risco 3 - são agentes biológicos que apresentam risco individual elevado (ou alto) e risco comunitário 
baixo/moderado. Este grupo inclui os microrganismos, bactérias, fungos, vírus e parasitas que são 
potencialmente graves ou letais no homem e nos animais. Inclui os agentes biológicos que possuem 
capacidade de transmissão por via respiratória, ou seja, possuem risco de disseminação no meio ambiente, 
podendo se propagar de pessoa para pessoa. Usualmente possuem tratamento e prevenção. Por exemplo: 
Bacillus anthracis, Brucella, Chlamydia psittaci, Mycobacterium tuberculosis, hepatite B e C, HTLC 1 e 2, febre 
amarela, dengue, Blastomyces dematiolis, Histoplasma, Echinococcus, Leishmania, Toxoplasma gondii, 
Trypanosoma cruzi. 
Classe de Risco 4 - são agentes biológicos que apresentam elevado risco individual e comunitário. Este grupo 
inclui os microrganismos, bactérias, fungos, vírus e parasitas que normalmente provocam doenças de alta 
gravidade em humanos e animais e que possuem alto poder de transmissibilidade de um indivíduo para o 
outro, ou de animais para humano, ou vice-versa, por contato direto, indireto ou eventual. Sendo assim, têm 
grande poder de transmissão via aerossol ou com riscos de transmissão desconhecido. Neste caso não há 
medida profilática ou terapêutica. Exemplo destes: o vírus Ebola e os vírus de febres hemorrágicas. 
 
Os laboratórios de microbiologia são classificados por níveis de biossegurança. Estes níveis são baseados no 
tipo de microrganismo manipulado com numerações de 1 a 4. Qualquer indivíduo que esteja no laboratório 
está sujeito a um risco biológico. Profissionais capacitados para trabalharem nestes ambientes devem conhecer 
o que cada nível de biossegurança representa. O pictograma da Figura 35 é utilizado para representar 
situações de risco biológico. 
 
Em qualquer nível de biossegurança, o risco pode ser muito minimizado se os materiais são manipulados 
adequadamente e com responsabilidade. No Brasil, somente em 1995 foi criada uma legislação específica para 
biossegurança em laboratórios. 
São estabelecidos 4 níveis de biossegurança (NB) em laboratórios de microbiologia. Laboratórios pertencentes 
a estes níveis podem ser destinados para capacitação técnica, educacional e pesquisa. 
 
NB1 – Habilitado para trabalhar com microrganismo da classe de risco 1. Estes oferecem risco muito baixo ou 
não oferecem risco para os indivíduos ou para a comunidade. Ex. Bactérias - Bacillus thuringiensis. Fungos - 
Helminthosporium sp. Este é o primeiro nível de biossegurança que existe. Caracterizado principalmente por 
não manipular microrganismos patogênicos. Microrganismos manipulados nestes laboratórios, normalmente 
são microrganismos utilizados biotecnologicamente: Saccharomyces cerevisiae, Lactobacillus delbruekii subsp. 
bulgaricus, Streptococcus thermophillus; microrganismos esporulados como Geobacillus stearothermophilus e 
Bacillus subtilis; microrganismos deteriorantes não patogênicos. Mesmo que os microrganismos manipulados 
nos laboratórios NB-1 não causem patologia, algumas pessoas são consideradas grupo de risco como: os 
imunodeprimidos, imunosuprimidos e pessoas com o sistema imunológico prejudicado por gripes, dores de 
garganta etc. Estes microrganismos, mesmo sendo classificados como não virulentos, estão associados a 
22 
 
 
 
quadros patológicos oportunista nestas pessoas. Quanto à estrutura (Fig. 36), estes laboratórios requerem o 
mínimo possível de instalações, sendo necessário um espaço isolado e fechado com porta destinado somente 
para uso como laboratório, porém não há necessidade de espaço isolado para instalação física do laboratório. 
No interior deve conter ao menos uma pia com água para lavagem das mãos, bancada com superfície 
impermeável, zona estéril para manipulação de microrganismos que pode ser através de bico de Bunsen e 
autoclave. Em casos especiais, pode-se utilizar autoclave de uso geral para vários laboratórios. É necessário um 
responsável pelo laboratório com capacitação em microbiologia geral ou ciência correlata e os manipuladores 
devem receber capacitação sobre as técnicas laboratoriais. Aconselha-se uma geladeira para manter as 
culturas refrigeradas e congeladas. Mesmo os microrganismos não oferecendo riscos são necessários cartazes 
informativos na porta indicando “risco biológico”. 
 
 (a) (b) 
(c) 
 
Figura 35. Pictograma de risco biológico para em uso em materiais (a) ou em laboratórios (b) e (c) com informações de segurança. 
 
Nota: O símbolo da biossegurança, que na realidade é o símbolo do risco biológico, foi desenvolvido pelo engenheiro Charles Baldwin, da 
Dow Chemical, em 1966, a pedido do Center for Disease Control - CDC-USA (New York Times Magazine, 2001),visando uma padronização 
na identificação de agentes biológicos de risco. Seu foco foi o de projetar um símbolo que não se alterasse com a posição da embalagem. 
 
23 
 
 
 
(a) 
 
1 – Autoclave; 2 – Balança precisão; 3 – Refrigerador; 4 – Microscópio eletrônico; 5 – Estufa; 6 – Pia; 7 – Bancada inoculação; 
8 – Bancada pesagem; 9 – Bancada incubação; 10 – Bico de Bunsen; 11 – Mangueira de silicone; 12 – Válvulas de gás; 13 – Tubo 
galvanizado para gás; 14 – Bancos; 15 – Ar condicionado; 16 – Chuveiro de segurança; 17 – Destilador de água; 18 – Contador de colônias. 
 
(b) 
1 – Autoclave; 2 – Balança precisão; 3 – Estufa; 4 – Tubo galvanizado para gás; 5 – Contador de Colônias; 6 – Pia; 7 – Válvulas de gás; 8 – 
Tubulação de gás; 9 – Bico de Bunsen; 10 – Bancada inoculação; 11 – Bancada incubação; 12 – Bancada pesagem 13 – Bancos; 14 – Piso; 15 
– Chuveiro de Segurança. 
 
 
(c) 
 
Figura36. Projetos de plantas baixas (a) (b) e ilustração de laboratório (c) de nível de biossegurança 1. 
24 
 
 
 
 
NB2 – Habilitado para trabalhar com microrganismos da classe de risco 2. Estes oferecem risco moderado para 
os indivíduos e baixo risco para comunidade. Não são transmissíveis pelo ar e, permitem tratamento efetivo e 
medidas preventivas. Ex. Virus – dengue, hepatite. Ex. Bactérias - Aeromonas sp, Bacillus cereus, Enterobacter, 
Escherichia coli, Staphylococcus. Fungos – Acremonium spp, Aspergillus spp, Cryptococcus neoformans, Candida 
albicans etc. O que principalmente caracteriza um laboratório como NB-2 é trabalhar com microrganismos 
patogênicos, estes podem causar patologia de gravidade variável em seres humanos. Porém há baixo risco de 
disseminação desses microrganismos para o ambiente. Alguns microrganismos manipulados nestes 
laboratórios são: Escherichia coli; Salmonella; Staphylococcus aureus. A maioria das contaminações que 
ocorrem nos laboratórios NB-2 são devidos a materiais com superfícies cortantes como: agulhas, bisturis, facas, 
vidros quebrados etc. Quanto à estrutura (Fig. 37), estes laboratórios requerem estrutura mais preparada 
como: instalações com entrada restrita, portas com trancas; bancadas impermeáveis; lavas olhos; pias de 
preferência com acionamento automático; se possível, sala de inoculação isoladas área de esterilização limpa e 
suja. Deve conter cabine de biossegurança classe II e zona estéril para manipulação de microrganismos que 
pode ser através de bico de Bunsen; é necessário um responsável pelo laboratório com capacitação em 
microbiologia geral ou ciência correlata e os colaboradores devem ser capacitados sobre as técnicas 
laboratoriais. Aconselha-se uma geladeira para manter as culturas refrigeradas e congeladas; é necessário 
cartaz informativo na porta indicando “risco biológico”. O pessoal de trabalho no laboratório deve estar 
imunizado ou examinado quanto aos agentes manipulados ou potencialmente presentes no laboratório. As 
construções de novos laboratórios devem estar localizadas longe de áreas públicas. Não há restrição com 
relação à ventilação para laboratórios NB-2, porém deve-se garantir um fluxo interno de ar sem que haja 
recirculação para o exterior. 
 
 
NB3 – Habilitado para trabalhar com microrganismos da classe de risco 3. Estes oferecem alto risco para os 
indivíduos e baixo risco para a comunidade. Os microrganismos manipulados neste ambiente causam doenças 
graves a humanos e animais, mas não são transmitidas de um indivíduo para outro e já se conhece medidas de 
tratamento e prevenção. Há necessidade de contenção para impedir a veiculação de ar. Ex. Vírus: HIV, HTLV, 
febre amarela. Ex. Bactérias - Brucella, Mycobacterium tuberculosis, Yersinia pestis etc. Este nível de 
biossegurança é recomendado para manipulação de microrganismos que oferecem alto risco para os 
manipuladores e baixo risco para a comunidade laboratórios. A patologia causada por estes microrganismos 
são fatais, porém já se conhece uma forma de tratamento ou prevenção. Os manipuladores dos agentes 
biológicos devem estar devidamente imunizados. Ademais, durante as atividades, deve ser afixados, em todos 
os acessos ao laboratório, avisos com o símbolo universal de risco biológico, identificação do agente biológico 
manipulado, o nome do pesquisador principal e seu endereço completo. Durante a manipulação, é proibida a 
entrada de pessoas não imunizadas contra o agente manipulado. Também é importante um sistema de 
abastecimento de energia elétrica às cabines de biossegurança, para evitar contaminação no caso de 
interrupção no abastecimento de energia elétrica. Quanto à estrutura física (Fig. 38), estes devem possuir fluxo 
de ar introduzido pela entrada do laboratório e exaurido através de filtro HEPA (High Efficiency Particulate 
Arrestance - é uma tecnologia empregada em filtros de ar com alta eficiência na separação de partículas). O ar 
circulante no interior das cabines também deve ser filtrado e exaurido diretamente para o exterior do 
laboratório. As instalações prediais devem estar localizadas em locais afastados do fluxo de pessoas. Para 
adentrar nas dependências, os manipuladores devem passar por uma antessala isolada, onde devem se 
equipar com todos EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) necessários. Um programa de Boas Praticas 
Laboratoriais deve ser rigorosamente implantado e implementado pelo responsável. Este deve ser cumprido 
com a finalidade de permitir segurança dos manipuladores e da vizinhança. 
 
 
 
25 
 
 
 
(a) 
 
 
 
(b) 
 
Figura 37. Projeto de planta baixa (a) e ilustração de laboratório (b) de nível de biossegurança 2. 
(As manipulações susceptíveis de gerar aerossóis têm lugar numa câmara de segurança biológica. As portas são mantidas fechadas e com 
os sinais de perigo apropriados. Os resíduos potencialmente contaminados são separados do sistema geral de evacuação de resíduos.) 
 
 
NB4 – Habilitado para trabalhar com microrganismos da classe de risco 4. Estes oferecem alto risco para os 
manipuladores e baixo risco para a comunidade. As patologias dos microrganismos manipulados neste nível 
são transmitidas de um indivíduo para outro. Até o momento não há medidas preventivas e de tratamento 
contra o microrganismo em questão. Ex. Agentes da Febre Hemorrágica, Vírus Ebola, Vírus da Peste Aviária etc. 
Este nível de biossegurança e recomendado para manipulação de agentes etiológicos potencialmente muito 
patogênicos e com alto risco de disseminação para a comunidade. Normalmente, contaminação com estes 
26 
 
 
 
agentes são fatais, pois ainda não se conhece uma medida eficaz no tratamento destas patologias. O acesso 
deve ser muito controlado, os manipuladores devem programar e informar com antecedência ao responsável 
pelo laboratório suas permanências. Além disso, o manual de BPL (Boas Práticas Laboratoriais) deve 
contemplar um livro de controle de entrada e saída de pessoas. As instalações prediais (Fig. 38) devem estar 
isoladas e as portas devem ser hermeticamente fechadas para evitar contaminação dos ambientes externos. 
Assim como também devem possuir fechamento automático. O laboratório deve conter um sistema de 
autoclave de duas portas, um tanque de imersão contendo desinfetante, uma câmara de fumigação ou uma 
antessala ventilada para descontaminação na barreira de contenção para o fluxo de materiais, estoques ou 
equipamentos que não passam no interior pelos vestiários para chegarem até a sala de manipulação. O sistema 
de ventilação não deve permitir nenhuma recirculação do ar. Este deve se equilibrado para assegurar um fluxo 
de ar direcionado da área de menos risco para áreas de maior risco potencial. Este deverá, ainda, conter 
alarme que indique qualquer irregularidade e dispositivo que confirme o diferencial da pressão da sala de 
manipulação. As paredes, pisos e tetos devem ser projetados de maneira que formem uma concha interna 
selada, que facilite a fumigação e evite entrada de insetos e animais. Os sifões devem conter desinfetante 
químico comprovadamente apropriado com os agentes manipulados. Todo efluente gerado deve ser tratado, 
sendo recomendado o uso de calor. 
 
A tabela seguinte resume algumas informações importantes sobre os níveis de biossegurança em laboratórios 
de microbiologia e áreas afins. 
 
NB AGENTES PRÁTICAS 
EQUIPAMENTO DE 
SEGURANÇA 
 
INSTALAÇÕES 
 
 
1 Não patogênicos 
Práticas e padrões de 
microbiologia 
Não são necessários 
 
Bancadas abertas com 
pias próximas 
 
2 
Patogênicos. Risco de 
contaminação 
associado à lesão 
percutânea, ingestão, 
exposição da 
membrana mucosa. 
Prática de NB-1 mais: 
- Acesso limitado 
-Aviso de risco biológico 
- Precauções com objetos 
perfurocortantes 
- Manual de biossegurança que 
defina qualquer descontaminação 
de dejetos ou normal de vigilância 
médica 
Cabines de classe I ou II ou 
outros dispositivosde 
contenção física usados para 
todas as manipulações de 
agentes que provoquem 
aerossóis ou vazamento de 
infecciosos. 
Procedimentos especiais 
como: uso de jalecos, luva, 
proteção para o rosto como 
necessário. 
NB-1 mais uma autoclave 
disponível. 
3 
Agentes exóticos com 
potencial para 
transmissão via 
aerossol. 
As patologias podem 
ter consequências 
fatais, porém já se 
conhece uma forma de 
prevenção/tratamento. 
Práticas NB-2 mais: 
- acesso controlado 
- Descontaminação de todo o lixo 
- Descontaminação da roupa usada 
antes de ser lavada; 
- Coleta de amostra sorológica 
-Cabine de classe I ou II ou 
outros dispositivos de 
contenção usados para todas 
as manipulações abertas de 
agentes 
- Uso de jalecos sem botões, 
luvas e proteção respiratória 
quando necessária. 
NB-2 mais: 
Separação física dos 
corredores de acesso; 
Portas de acesso duplo 
com fechamento 
automático; 
Ar de exaustão não 
recirculante; 
Fluxo de ar negativo 
dentro do laboratório 
(exaustão). 
4 
 
Agentes exóticos ou 
perigosos que impõem 
alto risco de doenças 
que ameaçam a vida, 
infecções laboratoriais 
transmitidas via 
aerossol; ou 
relacionadas a agentes 
com risco 
desconhecido de 
transmissão. 
 
NB-3 mais: 
- Troca de roupa antes de entrar; 
- Banho de ducha na saída; 
- Todo material descontaminado 
na saída das instalações. 
Todos os procedimentos 
devem ser conduzidos em 
cabines de Classe III ou Classe I 
ou II juntamente com roupas 
de pressão positiva com 
suprimento de ar. 
NB-3 mais: 
Edifício separado ou área 
isolada; 
Sistema de 
abastecimento e escape, 
à vácuo, e de 
descontaminação; 
Outras recomendações 
citadas no texto. 
27 
 
 
 
 
 
(a) 
 
 
(b) 
 
Figura 38. Projeto de planta baixa (a) e ilustração de laboratório de níveis de biossegurança 3 e 4. 
(O laboratório está separado do local de passagem geral e a ele se acede através de uma antecâmara (que pode ser uma entrada de porta 
dupla ou um laboratório de base – Nível 2 de segurança biológica) ou uma caixa de ar. O laboratório está equipado de uma autoclave para 
descontaminação de resíduos antes da sua eliminação, assim como de um lavatório com comandos não manuais. O ar circula do exterior 
para o interior e todo o trabalho com material infeccioso é realizado numa câmara de segurança biológica. No nível 4 ampliam-se outros 
cuidados operacionais.) 
 
28 
 
 
 
6. CONTROLE DE MICRORGANISMOS EM LABORATÓRIOS DE MICROBIOLOGIA 
 
Em um laboratório de microbiologia as condições de higiene e limpeza devem ser rigorosas para evitar 
possíveis fontes de contaminações com riscos potenciais para todos os envolvidos no trabalho. A esterilização 
de meios, soluções e materiais de vidro ou metal utilizados tem uma importância crucial na rotina de trabalho. 
Um produto ou material é microbiologicamente estéril quando não contem nenhuma forma de microrganismo 
vivo. 
 
O controle microbiano no laboratório é feito através de métodos físicos e químicos. Temperaturas elevadas 
(calor seco ou úmido) e temperaturas baixas (refrigeração e congelamento) são os métodos físicos mais 
utilizados no laboratório para o controle da população microbiana. Também são utilizadas a radiação 
ultravioleta (UV) e a filtração, quando pertinentes. Além destas técnicas são usados também agentes químicos 
(óxido de etileno, álcool etílico a 70%, bactericidas, fungicidas etc.) 
 
De maneira geral, o termo esterilização implica no uso de agentes físicos e/ou químicos para eliminar 
totalmente os organismos vivos de um material. Em contrapartida, o termo desinfecção se entende pelo uso de 
agentes químicos germicidas para destruição da infecciosidade potencial de um dado microrganismo, não 
implicando, portanto, na eliminação total dos organismos vivos. 
 
 
6.1. TÉCNICAS DE CONTROLE COM USO DO CALOR 
 
O calor é um dos agentes físicos mais práticos e eficientes utilizados em técnicas ou métodos de esterilização 
e/ou desinfecção e pode ser empregado por meio do controle do tempo e da temperatura, sob duas formas: 
seco e úmido. 
Incineração (calor seco) – técnica drástica de eliminação de microrganismos, que destrói o produto, 
geralmente usando muflas ou incineradores. 
Aquecimento ao rubro (calor seco) – técnica onde os materiais são levados à incandescência, promovendo a 
destruição de todos os microrganismos. Por meio da utilização do bico de Bunsen, através do calor seco, pode-
se proceder a esterilização mantendo-se a peça na chama até se tornar incandescente. 
Flambagem (calor seco) – técnica onde o material é submetido diretamente ao fogo, seja seco ou embebido 
em álcool. Bastante utilizado na desinfecção de alças de vidro ou metálicas. As bocas de frascos de vidro 
contendo os meios de cultura devem sempre que abertos ser chamuscados a chama do bico de Bunsen, por 
meio desta técnica, sem deixar que se tornem rubros. 
Esterilização em estufa (calor seco) – amplamente utilizada para vidrarias e outros materiais, submetidos à 
determinada temperatura. A esterilização por calor seco pode se dar ainda por exposição prolongada numa 
estufa a 160
o
C por no mínimo 45 minutos, a 170
o
C por 18 minutos ou 180
o
C por 7 minutos e meio. Este tipo de 
esterilização é utilizado para vidrarias, metais, placas de Petri, etc., mas não é muito efetiva contra bactérias e 
fungos que produzem esporos resistentes a secura. Pipetas com capacidade menor que 1,0 mL nunca devem 
ser esterilizadas em estufas, pois as altas temperaturas provocam alterações significativas nas medidas de 
volume. 
Esterilização em autoclave (calor úmido) - usada para meios contaminados com culturas de bactérias. Utiliza-
se este tipo de esterilização pelo calor úmido para meios de cultura e diversas soluções. Seu funcionamento se 
da semelhantemente ao da panela de pressão, no qual a água ferve sob pressão de 1,0 atm, sendo a 
temperatura necessária para esterilização de 121
o
C, e o tempo de esterilização de cerca de 15 a 30 minutos. O 
calor úmido inativa as bactérias por desnaturação das proteínas e ácidos nucleicos, enquanto o calor seco 
provoca a oxidação destas. O vapor d’agua tem maior poder de penetração do que o ar, tendo maior 
capacidade de rompimento das pontes de hidrogênio. Devido a isso, o calor úmido pode ser considerado um 
processo mais eficiente do que o calor seco. 
 
29 
 
 
 
6.2. TÉCNICAS DE CONTROLE COM OUTROS RECURSOS 
 
Outros métodos físicos e químicos empregados no controle de microrganismos: 
Radiação UV - o efeito bactericida muito conhecido da luz solar deve-se na realidade as irradiações 
ultravioletas que é um desnaturante proteico. Quanto menor o comprimento de onda, maior sua ação 
bactericida. 
 
Água em ebulição (calor úmido) - células vegetativas podem ser destruídas em alguns minutos, mas esporos 
resistirão por várias horas. É um método de desinfecção e não de esterilização. 
 
Pasteurização (calor úmido) - tratamento térmico controlado que mata certos microrganismos, mas, não 
elimina todas as bactérias presentes. Leite, creme e certas bebidas alcoólicas (cerveja e vinho). Temperatura: 
baseada no tempo de morte térmica característica das espécies patogênicas (Mycobacterium tuberculosis – 
60
o
C/15 min). Pasteurização lenta, 62
o
C/30 min, ou rápida, 75
o
C/15 a 20 seg. 
 
6.3. TÉCNICAS DE CONTROLE POR DESINFECÇÃO 
A desinfecção é um método que objetiva a redução ou eliminação de parte da carga microbiana, tendo como 
alvo principal os microrganismos patogênicos. A desinfecção é de fundamental importância para manter uma 
atenção diária em relação ao laboratório de microbiologia. Esta operação visa eliminar qualquer interferência 
externa que possa influir na qualidade dos trabalhos desenvolvidos, assim como proteger o pessoal envolvido 
de qualquer contaminação ambiental. É muito importante que se determine periodicamente, o índice de 
contaminação do laboratório. As regras fundamentais (algumas destas já listadas anteriormente e reforçadasaqui) para desinfecções aplicadas em laboratórios de microbiologia são listadas a seguir: 
 No início e término de cada trabalho prático, a superfície da bancada deve ser desinfetada. Podem ser 
usadas soluções de álcool 70% (m/m) ou álcool 70% (m/m) + Iodo 0,25% (m/v), solução de hipoclorito 
de sódio etc. 
 Em caso de acidentes provocados por respingos, quebras de frascos, tubos e placas que contenham 
materiais contaminados, deve-se proceder imediatamente à desinfecção. 
 Todo material contaminado antes de ser lavado, deve passar pelo processo de esterilização, para que 
toda a sua flora microbiológica seja completamente destruída, evitando-se que o mesmo seja uma 
fonte de contaminação. 
 Nunca se deve deixar sobre a bancada de trabalho, lâminas retiradas do microscópio. Este material 
deve ser colocado em recipiente contendo uma solução desinfetante adequada. 
 Todo material que deve ser esterilizado e/ou lavado (tubos, pipetas, placas, frascos etc.) deverá ser 
colocado em lugar indicado, ao final de cada atividade desenvolvida no laboratório. 
 As alças e as agulhas inoculadas, após o uso, devem ser esterilizadas à chama. 
 A autoclave, que é um equipamento usado nas atividades rotineiras do laboratório, deve ser 
inspecionada e verificada quanto à eficiência de esterilização periodicamente. 
 Deve-se ter sempre o cuidado de lavar e realizar a antissepsia das mãos, antes e após o término dos 
trabalhos realizados no laboratório. 
 Soluções químicas devem ser pipetadas com auxiliar de pipetagem (pera de borracha) e as pipetas 
químicas devem estar separadas das microbiológicas. 
Desinfecção do ar: 
 Pode ser feita através da vaporização de uma solução de hipoclorito de sódio a 1%; 
 Pelo uso de lâmpadas de luz ultravioleta. 
 Ou pode ser feita periodicamente com a vaporização de uma solução de cloro (100-200ppm). 
Desinfecção da bancada: 
 Antes da realização de um determinado trabalho de microbiologia, a bancada deve ser limpa com uma 
solução detergente seguida de uma solução alcoólica a 70%. O álcool 70% age sobre as células 
vegetativas de bactérias e fungos e inativa alguns vírus, porém não age sobre esporos. 
30 
 
 
 
 As substâncias como hipoclorito de sódio (concentração de 200 a 5000 ppm = mg/L), álcool 70% e 
álcool iodado são as mais comumente usadas para o controle químico de microrganismos. O cloro é 
considerado um desinfetante universal, pois mata a maioria das células bacterianas e age sobre alguns 
tipos de vírus e fungos. O iodo é ativo contra células bacterianas, alguns vírus e esporos e muito usado 
como sanitizante cutâneo. 
Desinfecção da vidraria: 
 Vidraria contaminada - deverá ser inicialmente esterilizada em autoclave para que toda flora presente 
seja destruída e, em seguida lavada com uma solução detergente ou sabão neutro; 
 Vidraria sem contaminação - idem ao anterior, porém sem necessidade de autoclavação. 
 
Observação: Atualmente não é mais recomendado o uso de solução sulfocrômica na lavagem dos materiais do 
laboratório de microbiologia, uma vez que esta solução contém cromo que é um metal que pode intoxicar as 
células vivas e também por ser de difícil remoção no material, além da toxidez ambiental. 
 
6.4. TÉCNICAS DE CONTROLE POR AGENTES QUÍMICOS 
Os agentes químicos normalmente provocam dissolução dos lipídios da membrana celular (detergentes 
lipossolubilizantes) ou alterações irreversíveis das proteínas (mediante o uso de desnaturalizantes, quelantes 
etc.). 
 
Os agentes mais comuns e baratos utilizados em laboratórios de microbiologia são: álcool a 70% (m/m) ou 
70OINPM (Instituto Nacional de Pesos e Medidas) e compostos clorados, especialmente o hipoclorito de sódio 
ou de cálcio. 
 
ÁLCOOL 70 
O álcool é um produto hidratado, porém tem um poder de evaporação muito rápido. O poder bactericida pode 
ser melhorado se aumentarmos seu tempo de contato com as superfícies. O álcool a 92,8% (m/m) tem um 
maior poder de volatilização, portanto para melhor ação bactericida deve-se dilui-lo para 70% (m/m). O álcool 
70 ou álcool etílico hidratado 70
o
 INPM é um desinfetante de média ou baixa eficiência que contém álcool 
etílico e água (deionizada), ou seja, é uma solução aquosa de etanol apresentando 70 g de etanol para cada 
100 g da mistura (etanol + água). O álcool 70 não desidrata a parede celular dos microrganismos, podendo 
penetrar no seu interior, onde irá desnaturar proteínas, fato que não ocorre quando se utiliza álcool hidratado 
com concentração acima ou abaixo desse valor. Essa solução é germicida de ação imediata, com praticamente 
nenhuma ação residual. O álcool diluído a 70% permite um maior tempo de contato com o microrganismo e 
por isso possui maior poder bactericida. 
 
Como preparar álcool 70 (70 
o 
INPM = 70 %(m/m), concentração aproximada)? 
 
A forma mais prática de realizar esta preparação é partindo de um álcool com máxima concentração em 
o
 INPM 
e usar a fórmula universal da volumetria de diluição: C1V1 = C2V2, onde o primeiro membro refere-se ao 
produto mais concentrado e o segundo membro a solução desejada, no caso o álcool a 70% (m/m) ou 70 
O 
INPM. 
 
Exemplo prático: 
Um álcool hidratado comercial possui 92,8
o
 INPM e pretendemos preparar 500 mL de álcool a 70
o
 INPM. 
Quanto do álcool comercial e de água destilada será necessário misturar para obtenção desta solução 
germicida? 
 
Aplicando a expressão da volumetria, temos: 
 
C1V1 = C2V2 , onde C1 = 92,8
o
 INPM; V1 = ?; C2 = 70
o
 INPM; V2 = 500 mL. 
 
31 
 
 
 
Substituindo os valores correspondentes na expressão, temos: 
 
92,8
o
 INPM x V1 = 70
o
 INPM x 500 mL. 
 
O volume encontrado será: V1 = 377,15 mL (aproximadamente). 
 
Para obtenção da “solução de álcool 70” de forma mais rápida em laboratório: usar uma proveta de 500 mL e 
medir este volume calculado, completar com água destilada ou deionizada e homogeneizar. Em seguida 
transferir para um frasco adequado de solução para uso em desinfecções. 
 
Considerações adicionais para o etanol ou álcool etílico e água: 
 
Graus Gay Lussac (
o
 GL) ou %(v/v) 
 O grau Gay Lussac ou 
o
GL representa o volume de soluto presente em 100 volumes da solução 
(soluto + solvente, etanol + água), a 20 
o
C. 
 Uma solução 90
o
 GL, por exemplo, possui em 100 mL da solução 90 mL do soluto, numa 
temperatura de 20 
o
C. 
 Essa concentração também poderia ser expressa em % (v/v). 
 
Grau INPM (
o 
INPM) ou %(m/m) 
 O grau INPM ou 
o
INPM representa a massa de soluto presente em 100 massas da solução (soluto + 
solvente, etanol + água), a 20 
o
C. 
 Uma solução 92,8 
o
INPM, por exemplo, possui 92,8 g de soluto em 100 g da solução, numa 
temperatura de 20 
o
C. 
 Essa concentração também poderia ser expressa em % (m/m). 
 
Densidade do Etanol e da Água a 20 
o
C 
 A densidade do etanol a 20 
o
C = 0,789 g/cm
3 
g/mL ou g/mL. 
 A densidade da água a 20 
o
C = 0,998 g/cm
3
 ou g/mL. 
 Para efeitos práticos, não tão precisos, pode-se considerar a densidade do etanol 0,8 g/cm
3
 e a da 
água 1,0 g/cm
3
. 
 
Convertendo 
o
GL em 
o
INPM, a 20 
o
C 
 No exemplo, será utilizado o álcool 87
o
 GL, que representa um volume de 87 mL de etanol para 
cada 100 mL da solução, ou 13 mL de água, a 20
o
 C. 
 Como a densidade é a razão entre a massa e o volume (d = m / V), tem-se que a massa é o produto 
entre o volume e a densidade, ou seja, m = d * V. 
 
Volume do soluto (etanol) 87 mL 
Volume do solvente (água) 13 mL 
Massa do soluto (etanol) m1 = d1 * V1 = 0,8 g/mL * 87 mL = 69,6 g 
Massa do solvente (água) m2 = d2 * V2 = 1,0 g/mL * 13 mL = 13 g 
Massa total da mistura mt = (69,6 + 13) g = 82,6 g 
De 
o
GL para 
o
INPM m1/mt * 100 = (69,6 / 82,6) * 100 = 84,3 
o
INPM (aproximadamente) 
32 
 
 
 
 
 Para a conversão do 
o
GL em 
o
INPM e obtenção de um resultado aproximado a 20
O
C, pode-se utilizar a 
seguinte equação: {(
 o
GL*0,8) / [(
o
GL*0,8) + (100 -

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